Post on 13-Apr-2016
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Quem conhece um pouco
da história da Companhia
Siderúrgica Nacional sabe que
não é por acaso que a CSN,
como é mais conhecida, é hoje
um dos maiores complexos si-
derúrgicos da América Latina.
Fundada como estatal em
1941, a primeira produtora de
aço do Brasil passou por um
de medidas com o objetivo de
aumentar a produtividade e
reduzir os custos operacionais.
Ao longo dos últimos anos, a
companhia não só adquiriu
novos equipamentos e inves-
tiu em soluções logísticas co-
mo também inaugurou uma
central própria de co-geração
termoelétrica. Foi nesse cená-
profundo processo de reestru-
turação em 1993, quando foi
privatizada. Desde então, a
CSN tornou-se uma empresa
cada vez mais competitiva e
preocupada em investir na
qualidade de seus produtos.
O desafio de superar as ex-
pectativas de seus clientes
levou a CSN a tomar uma série
UMA QUESTÃO DEESTABILIDADEWindows Advanced Server ajuda CSN a reduzir em até 90% o número de paradas não programadas
CASOSde
SUCESSO
INDÚ
STRI
A PE
SADA
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rio de atualização que surgiu a
necessidade de a CSN integrar
seus apontamentos de produ-
ção aos demais sistemas cor-
porativos, solução que hoje
utiliza o sistema operacional
de rede Microsoft Windows
2000 Advanced Server e o ser-
vidor de banco de dados Mi-
crosoft SQL Server 2000.
O processo teve início em
2001, quando a CSN procurou
a Chemtech, parceira da Micro-
soft, para implantar uma solu-
ção de MES – acrônimo em in-
glês de sistemas de execução
de manufatura (Manufacturing
Execution System). “Os siste-
mas que operavam a planta de
produção da CSN não permi-
tiam evoluções para atender à
formações do processo produ-
tivo, a camada MES permitiu à
CSN uma série de benefícios,
entre eles a agilidade na pro-
dução, com a programação
otimizada disponível para a
operação, e a redução de er-
ros, obtida com a integração
de equipamentos de medição,
como balanças automáticas.
Outro ganho importante foi
a capacidade de dispor, em
tempo real, de informações de-
talhadas sobre o processo de
produção, como temperaturas,
espessuras e normas técnicas.
Graças ao sistema MES, esses
dados começaram a ser anali-
sados de qualquer estação de
trabalho ligada à rede corpora-
tiva, por qualquer profissional
autorizado pela CSN. Todo o
sistema envolveu o treinamen-
to de mais de 2 mil usuários.
Upgrade necessário – Um
ano depois de o MES estar fun-
cionando na CSN, reuniões téc-
nicas com as equipes da
Chemtech e da própria Micro-
soft fizeram com que a CSN
decidisse migrar para a plata-
forma Windows 2000 Advan-
ced Server e para o banco de
dados SQL Server 2000. Segun-
do Francisco Ferreira, gerente
de Suporte Técnico da CSN, as
literaturas apresentadas e as re-
ferências colhidas no mercado
davam conta de que os novos
sistemas eram mais estáveis
que as versões utilizadas ini-
cialmente pela CSN. Foi elabo-
rado, então, um projeto de up-
grade de infra-estrutura. “Para
que as características e as re-
tecnologia SAP. Por outro lado,
se continuássemos com eles,
teríamos uma situação de não-
conformidade no que diz res-
peito à confiabilidade dos
dados. Decidimos, então, pela
desativação dos sistemas lega-
dos”, explica Resilene Mansur,
gerente de Sistemas de Opera-
ções Industriais da CSN.
O sistema MES implementa-
do na CSN foi o Heimdall, so-
lução desenvolvida pela pró-
pria Chemtech. Inicialmente o
projeto utilizou o sistema ope-
racional Microsoft Windows
NT e o banco de dados SQL
Server 7. Segundo Luiz Eduar-
do Ganem Rubião, diretor de
Operações da Chemtech, um
dos motivos que levaram à es-
colha do SQL Server e não do
Oracle foi a integração do
banco de dados com a solu-
ção MES adotada pela CSN.
A decisão foi uma prova da
crescente opção pelos sistemas
baseados em Windows e SQL
Server em processos de missão
crítica. Com altíssimo desem-
penho e escalabilidade vertical
ou horizontal, as soluções
construídas com tecnologia Mi-
crosoft atingem as mais exi-
gentes necessidades de com-
putação por uma fração do
preço de um sistema compará-
vel na plataforma Sun/Oracle.
A implantação do Heimdall
na CSN abrangeu toda a Usina
Presidente Vargas, em Volta
Redonda (RJ). Além do suces-
so da partida do sistema, que
foi feita sem interromper a
continuidade do fluxo de in-
O NOVO SISTEMA TRAZINFORMAÇÕES
EM TEMPO REAL SOBRE O PROCESSOINDUSTRIAL,
COMO TEMPERATURAS,
ESPESSURAS E NORMAS TÉCNICAS
DAS PEÇASPRODUZIDAS
Ferreira e Mansur,da CSN: evoluçãotecnológica garante agilidadena produção e redução de erros
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MICROSOFT BUSINESS ■ 25
gras de negócios específicas da
CSN fossem tratadas de forma a
não comprometer a performan-
ce de toda a solução, o sistema
MES foi desenvolvido com mais
de 1,6 mil rotinas do SQL Ser-
ver 2000”, lembra Mansur.
O processo de migração,
concluído em novembro de
2002, também envolveu a
aquisição de um novo equipa-
mento, que fica em stand by,
recebendo automaticamente
toda a replicação da base de
dados. Como a CSN usa o Ad-
vanced Server em cluster, isso
significa que, se houver algum
problema ou for preciso fazer
qualquer atualização no clus-
ter, basta recorrer à outra má-
quina. “Isso só foi possível por
meio do SQL Server 2000”,
afirma Ferreira.
O upgrade também trouxe
estabilidade ao sistema, consi-
derado um dos mais críticos
da CSN por controlar todo o
2000, paradas obrigatórias, de
pelo menos 1 hora, eram rea-
lizadas semanalmente para
limpar a base de dados ou
fazer alguma manutenção.
Eram procedimentos progra-
mados, para não comprome-
ter a performance do sistema.
Mas o maior problema eram
as paradas não programadas.
Hoje o cenário é totalmente
diferente. Além de ter diminuí-
do a periodicidade das para-
das programadas de uma por
semana para uma por mês, o
novo sistema também reduziu
drasticamente o número de
paradas não programadas. “É
difícil mensurar o quanto con-
seguimos ganhar com essa mi-
gração no que diz respeito às
paradas não programadas. Mas
creio que, com a nova versão,
elas caíram 90% ou mais”, afir-
ma Ferreira. Com a redução
das paradas e a melhoria de
performance do sistema, a
chão de fábrica. “Qualquer
parada de meia hora no siste-
ma pode fazer com que os
equipamentos de produção,
dentro da fábrica, também
parem, o que gera prejuízo
para a companhia”, diz Ferrei-
ra. Ele conta que, antes da mi-
gração para o SQL Server
Instalações daCSN em VoltaRedonda: 5,8 milhõesde toneladas de aço brutopor ano
Há cerca de dois anos, a CSN decidiu implementar um sis-
tema MES na Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda
(RJ). O Heimdall – sistema MES criado pela Chemtech, par-
ceira da Microsoft – foi desenvolvido com base na linguagem
Microsoft Visual Studio e utilizou como infra-estrutura o sis-
tema operacional Microsoft Windows NT e o banco de dados
Microsoft SQL Server 7. Em novembro de 2002, foi concluído
o processo de migração para o Windows 2000 Advanced
Server e o SQL Server 2000.■ Usuários cadastrados: 3,2 mil■ Estações de trabalho (micros): 2 mil■ Servidores de produção em cluster com
oito processadores cada: 2■ Mensagens trafegadas por dia: 45 mil
EVOLUÇÃO CONTÍNUA
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CSN já conseguiu reaver o que
foi investido no projeto.
Resultados imediatos – O
Laminador de Tiras a Quente
(LTQ) da CSN é um bom ter-
mômetro para se medir a im-
portância da estabilidade do
novo sistema. Responsável pela
produção de bobinas de aço,
esse equipamento tem a capa-
cidade de produzir uma bobina
a cada minuto. Na hipótese de
ocorrer uma queda no sistema
na hora em que não há fila de
entrada de material no equipa-
mento, a CSN corre o risco de,
a cada minuto, perder uma bo-
bina de produção – um prejuí-
zo que não será recuperado, já
que não é possível aumentar a
velocidade do LTQ.
O LTQ também serve para
exemplificar a importância do
sistema MES na CSN. Para cada
bobina produzida no equipa-
mento, podem ser enviados
cerca de 75 dados primários do
material de entrada (placa) para
o ERP. Como o tempo médio
de produção de uma bobina é
1 minuto, seria humanamente
impossível garantir a entrada
manual desses dados no siste-
ma de forma confiável.
A apuração do retorno do
investimento no sistema MES
ainda é um processo em evo-
lução dentro da CSN. No en-
tanto, segundo Mansur, já é
possível observar reduções
nos níveis de estoque dos
produtos em processos, agili-
dade nas tomadas de decisão
apoiadas nas informações in-
tegradas pelo sistema, dimi-
em tecnologia. “Não procura-
mos seguir sempre o que é
top de linha, porque nossa fi-
losofia não é investir em tec-
nologia só por tecnologia, e
sim investir no que realmente
trará benefício ao negócio da
CSN”, afirma o gerente de Su-
porte Técnico.
Entre os projetos da CSN,
está um sistema que irá aplicar
a solução Heimdall para a ca-
mada MES da CISA, unidade
corporativa da CSN localizada
em Araucária, no Paraná. A
CSN também tem trabalhado
na evolução de seus sistemas
de logística e e-business. Por
meio do Modelo Integrado de
Negócio (MIN), a CSN espera
integrar, de forma segura, as
informações importantes para
os processos de compra, venda
e atendimento aos clientes.
nuição do lead time e redução
de relatórios em papel. Ferrei-
ra também destaca como be-
nefício o controle de qualida-
de do material produzido. De
acordo com ele, o fato de o
sistema saber exatamente o
que está fazendo, e quais os
ajustes necessários para pro-
duzir o que foi solicitado, eli-
mina o risco de a CSN fabricar
algo que não atenda às expec-
tativas do cliente.
A CSN e a Chemtech reali-
zam um trabalho contínuo de
manutenção e melhoria do
Heimdall, incluindo aí a análi-
se de arquiteturas de software
e hardware e a criação de no-
vas telas de consulta e novos
relatórios. Ferreira, no entanto,
ressalta que a CSN tem uma
postura conservadora no que
diz respeito aos investimentos
Fundada em 9 de abril de 1941, a Companhia Siderúrgica Nacional iniciou
suas operações em 1o de outubro de 1946, passou a exportar aço para o mer-
cado internacional em 1977 e foi privatizada em abril de 1993. Hoje, a partir da
Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro, a CSN
é capaz de produzir 5,8 milhões de toneladas de aço bruto por ano.
Com uma área total de 3,76 quilômetros quadrados e área construída de
2,12 quilômetros quadrados, a Usina Presidente Vargas desenvolve importantes
soluções para seus clientes, como laminados a quente, laminados a frio, galva-
nizados e folhas metálicas. Os dois altos-fornos atualmente em operação na
usina produzem, em conjunto, 13,5 mil toneladas de ferro-gusa por dia.
A CSN possui participação acionária ou controle acionário total em diversas
empresas, entre elas a Indústria Nacional de Aços Laminados – INAL S/A, que
atua no processamento e na distribuição de aços planos; a CISA – Indústria de
Aços Revestidos S.A., unidade de laminação e revestimento da CSN; a Galva-
Sud, especializada na produção de bobinas galvanizadas e no beneficiamento
de aços planos para a indústria automotiva; e a Metalic, produtora e fornecedo-
ra de embalagens de aço para bebidas.
COMPLEXO SIDERÚRGICO
COM OUPGRADE
PARA A LINHA2000, A
ESTABILIDADEDO SISTEMA
AUMENTOU. ASPARADAS
PROGRAMADASFORAM
REDUZIDAS DE UMA POR
SEMANA PARAUMA POR MÊS
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