Epidemiologia de Medicamentos – Estudos sobre a utilização de medicamentos Professor: MSc....

Post on 22-Apr-2015

109 views 1 download

Transcript of Epidemiologia de Medicamentos – Estudos sobre a utilização de medicamentos Professor: MSc....

Epidemiologia de Medicamentos – Estudos sobre a

utilização de medicamentos

Professor: MSc. Eduardo Arruda

Definição

A OMS define, de forma abrangente, a utilização de medicamentos como "a comercialização, distribuição, prescrição e uso de medicamentos em uma sociedade, com ênfase especial sobre as consequências médicas, sociais e econômicas resultantes"(WHO, 1977).

O Medicamento como objeto de investigação cientifica

"O desejo de tomar medicamentos talvez represente o maior aspecto de distinção entre o homem e os animais". A afirmação jocosa de Sir William Osier (citada por Fabricant & Hirchhorn, 1987:204)

O Medicamento como objeto de investigação cientifica

Ilustra o que se observa mundo afora. Não importando a cultura, a história, a posição econômica ou social do indivíduo, a demanda por medicamentos permeia os conceitos associados à saúde e à doença.

O Medicamento como objeto de investigação cientifica

Fatores diversos podem contribuir na efetivação de práticas e desejos 'irracionais' de utilização de Medicamentos:Uma grande oferta (em quantidade ou em variedade) de medicamentos, considerados essenciais ou não;A atração proporcionada por novidades terapêuticas; o marketing poderoso da indústria farmacêutica;

O Medicamento como objeto de investigação cientifica

O direito, supostamente inalienável, do médico em prescrever; Sincretismos culturais, que expõem os medicamentos a usos jamais pensados por aqueles que os desenvolveram.

ALGUNS ASPECTOS DA PRESCRIÇÃO E USO DE MEDICAMENTOS…

Metodologia dos estudos de utilização de medicamentos

Os estudos de utilização de medicamentos atendem importantes fins, dependendo da metodologia empregada,como:

descrição de padrões de uso de medicamentos;

constatação de variações nos perfis terapêuticos no curso do tempo;

Metodologia dos estudos de utilização de medicamentos

avaliação dos efeitos de medidas educativas, informativas, reguladoras; estimativa do número de indivíduos expostos a medicamentos;

detecção de doses excessivas, mal uso, doses insuficientes e abuso dos medicamentos; estimativa das necessidades de medicamentos de uma sociedade, entre outros

O Ciclo do Medicamento nos Serviços de Saúde

Seleção

Programação

Aquisição

Armazenamento

Distribuição

Prescrição

Mistura / Preparo e Dispensação

Administração

Monitorização

Revisão da Seleção

Medicamento

Problemas Relacionados aos Medicamentos

PRM

Problemas Relacionados aos Medicamentos

PRM“...qualquer evento indesejável experimentado pelo paciente que

envolve ou é suspeito de envolver a farmacoterapia e que

interfere, de fato ou potencialmente, com um resultado desejado

para o paciente”.Cipolle, Strand e Morley. Pharmaceutical Care Practice, 1998

Problemas Relacionados aos Medicamentos

A segurança de um medicamento é resultante de um

balanço entre um potencial risco inerente a sua

utilização e seu uso racional, que envolve uma

prescrição adequada em termos de escolha

terapêutica, dose, posologia e duração do tratamento,

além de sua correta administração e aquisição de

produtos de qualidade, somado a estratégias para

promover a adesão ao tratamento.

WANNMACHER, L. Obesidade: Evidências e Fantasias. Uso Racional de Medicamentos, v.1, n. 3, p. 1-6, 2004.

Problemas Relacionados aos Medicamentos

Os erros de medicação, embora evitáveis, são

mundialmente freqüentes, possuem causas

multifatoriais, que envolvem desde o paciente,

profissionais de saúde e as políticas de saúde de cada

país.

Em muitas situações, os erros não ocorrem por

negligência ou por um ato deliberado, mas sim

pela ausência de conhecimento ou pela má

interpretação de determinada situação.

Problemas Relacionados aos Medicamentos

“A falta de informação correta e completa aos

pacientes também condiciona a erros de emprego,

submetendo os usuários a riscos potenciais. ..

... Onde não há informação, sobra espaço para

antigos erros se repetirem”

WANNMACHER, L. Erros: evitar o evitável. Uso Racional de Medicamentos:Temas Selecionados, v.2, n. 7, p. 1-6, 2005.

1 – Indicações não tratadas

2 – Seleção de medicamento inadequado

3 – Doses subterapêuticas

4 – O paciente não recebe o medicamento

5 - Sobredosificação

6 – Reações adversas a medicamentos (RAM)

7 – Interações medicamentosas

8 – Emprego de medicamentos sem indicação

Problemas Relacionados aos MedicamentosHEPLER & STRAND,

90

Problemas Relacionados aos Medicamentos

Em 1998, Cipolle, Strand e Morley ( Pharmaceutical Care Practice), propuseram um alteração na classificação dos PRMs e os categorizaram em:

A - PRM de Indicação

B – PRM de efetividade

C – PRM de segurança

D – PRM de cumprimento

Problemas Relacionados aos Medicamentos

Cipolle, Strand e Morley. Pharmaceutical Care Practice, 1998.

INDICAÇÃO

1. O paciente tem uma condição médica que requer o

início de uma farmacoterapia nova ou adicional

2. O paciente está tomando farmacoterapia que é

desnecessária para sua presente condição.

Problemas Relacionados aos Medicamentos

Cipolle, Strand e Morley. Pharmaceutical Care Practice, 1998.

EFETIVIDADE

3. O paciente tem uma condição médica para qual o

medicamento incorreto está sendo tomado.

4. O paciente tem uma condição médica para qual muito

pouco do medicamento correto está sendo tomado.

Problemas Relacionados aos Medicamentos

Cipolle, Strand e Morley. Pharmaceutical Care Practice, 1998.

SEGURANÇA

5. O paciente tem uma condição médica resultante de uma

reação adversa ao medicamento.

6. O paciente tem uma condição médica para a qual um excesso

de medicamento correto está sendo tomado

ADESAO

7. O paciente tem uma condição médica

resultante de não tomar o medicamento

apropriadamente.

Universidade de Minnesota

Necessidades farmacoterapêuticas Categorias de PRM

INDICAÇÃO

EFETIVIDADE

SEGURANÇA

ADESÃO

1. Medicamentos desnecessários2. Necessidade de medicamentos

3. Medicamento não efetivo4. Baixa dosagem

5. Reação adversa6. Dosagem elevada

7. Não adesão

Problemas Relacionados aos Medicamentos

Hepler e Strand, 1990.

A resolução e prevenção de PRMs é resultado

do desenho, execução e seguimento de um

plano terapêutico, que na visão do

farmacêutico, cumprira otimamente o

objetivo terapêutico.

Para alcançar a estes objetivos, a Atenção

Farmacêutica deve integrar-se aos outros

elementos da assistência a saúde.

III Consenso de Granada 2007

Resultados negativos da “medicação” (farmacoterapia)

Categorias de RNM

A - NECESIDADE

B - EFETIVIDADE

C - SEGURANÇA

1.Problema de saúde não tratado2.Efeito de Medicamento

Desnecessário

3. Inefetividade não quantitativa4. Inefetividade quantitativa

5. Insegurança não quantitativa6. Insegurança quantitativa.

Classificação dos Resultados Negativos Associados aos Medicamentos

ANecessidade

• Problema de saúde não tratado O paciente sofre um problema de saúde associado por não

receber o(s) medicamento(s) que necessita;• Efeito de Medicamento Desnecessário

O paciente sofre um problema de saúde associado por receber o(s) medicamento(s) de que não necessita;

BEfetividade

• Inefetividade não quantitativaO paciente sofre um problema de saúde associado a uma Inefetividade não quantitativa.

• Inefetividade quantitativaO paciente sofre um problema de saúde associado a uma Inefetividade quantitativa.

CSegurança

• Insegurança não quantitativaO paciente sofre um problema de saúde associado a uma insegurança não quantitativa.

• Insegurança quantitativaO paciente sofre um problema de saúde associado a uma insegurança quantitativa.

III Consenso de Granada – 2007

III Consenso de Granada

A proposta de Resultados negativos da “medicação (farmacoterapia), apresenta as seguintes diferenças com relação a classificação de PRM do II Consenso de Granada

- Desaparece o termo PRM

- Desaparecem os números que se associam a cada tipo de PRM

- O enunciado dos resultados negativos associados a farmacoterapia, o termo conseqüência é substituído por associado, para evitar-se uma relação causal direta