Enzimas Pancreáticas Professora Ms. Maísa Maria Silva.

Post on 07-Apr-2016

218 views 0 download

Transcript of Enzimas Pancreáticas Professora Ms. Maísa Maria Silva.

Enzimas Pancreáticas

Professora Ms. Maísa Maria Silva

PâncreasPâncreas

Pancreatite Aguda (PA)Pancreatite Aguda (PA) É um distúrbio inflamatório agudo do

pâncreas associado a edema e graus variáveis de autodigestão, necrose e em alguns casos, hemorragia;

Ocorre mais freqüentemente em pessoas de ½ idade;

Aproximadamente 80% dos casos se apresentam na forma benigna e auto-limitada e os demais desenvolvem a forma grave.

Classificação da PAClassificação da PA

PA LevePA Leve Restrita ao pâncreas com edema

intersticial; Disfunção orgânica ausente ou mínima; Toxicidade sistêmica auto-limitada; Evolução clínica e laboratorial favorável;

PA GravePA Grave Doença grave com necrose pancreática e

peri-pancreática; Complicações locais; Disfunções orgânicas (insuficiência

respiratória, insuficiência cardiovascular, insuficiência renal e hemorragia GI);

Falência dos órgãos.

Etiologia da PAEtiologia da PA1. Afecções biliares (cálculos biliares);2. Álcool;3. Idiopáticas (microlitíase biliar e anomalias

do sistema biliopancreático);4. Drogas (morfina e derivados, corticóides e

isoniazida);5. Hiperparatireoidismo-hipercalcemia,

trauma, cirurgia, infecciosa, vasculites e Ca de pâncreas.

Quadro Clínico da PAQuadro Clínico da PA Dor epigástrica intensa com irradiação para o

dorso; Alterações abdominais (náuseas, vômitos,

distensão abdominal e íleo paralítico); Alterações hemodinâmicas (hipovolemia,

desidratação, taquicardia e hipotensão ou choque); Alterações pulmonares (15 a 30% dos casos:

dispnéia); Outras alterações: leucocitose e febre.

Fisiopatologia da PAFisiopatologia da PAFator desencadeante

Lesão da célula acinar

Ativação da tripsina

Ativação daKinina-

calicreína

Ativação daquimiotripsin

a

Ativação da elastase

Ativação daFosfolipase-A

Ativaçãoda lipase

Edema eInflamação

Edema e Lesão vascular

Lesão vascularE hemorragias

Necrose ecoagulação

Esteatonecrose

Diagnóstico Laboratorial da PADiagnóstico Laboratorial da PA

AmilasemiaAmilasemia Aumenta: 2 a 12 h após o início do quadro

– atinge valores: 4/6x VR – Pico: 12 a 72 h – Normaliza 3-4 dias;

Níveis séricos não se correlacionam com a gravidade da lesão;

Casos de pancreatite podem se apresentar com amilasemia normal.

AmilasúriaAmilasúria A excreção urinária dentro de 24 horas

após a amilase sérica; Níveis urinários mantêm-se elevados até

3 a 4 dias após a normalização da amilasemia.

Na PA a reabsorção tubular de amilase está ;

Se FR, excreção de amilase.

Diagnóstico Laboratorial da PADiagnóstico Laboratorial da PA

Depuração renal de amilaseDepuração renal de amilase

Relação com a depuração renal de creatinina:

Normal: 1-4%; Pancreatite aguda: 7 a 15%; Não é específica.

Diagnóstico Laboratorial da PADiagnóstico Laboratorial da PA

Amilase urina (U/dL) x Creat.soro (mg/dL)Amilase soro (U/dL) x Creat. Urina(mg/dL)

X 100

Isoenzimas da Amilase Isoenzimas da Amilase Isoenzima Pancreática (P).

LipasemiaLipasemia Aumenta: 4 a 8 h após o início do quadro (Pico: 24 h e Normaliza 8-14 dias); A determinação da lipase na urina não é atualmente

utilizada. Hiperlipasemia não-pancreática (IR, colangite

aguda, infarto intestinal e O.I.D)

Diagnóstico Laboratorial da PADiagnóstico Laboratorial da PA

Outros exames:Outros exames: Contagem de leucócitos (>16.000/mm3); Glicemia; DHL > 2x os VR; Ht > 10%; Cálcio sérico < 8 mg/dL.

Diagnóstico Laboratorial da PADiagnóstico Laboratorial da PA

Hiperamilasemia Não-PancreáticaHiperamilasemia Não-Pancreática Insuficiência renal por declínio na

depuração; Neoplasias de pulmão e ovário; Lesões das glândulas salivares; Macroamilasemia.

Lesão anatômica progressiva e irreversível, caracterizada por destruição do parênquima glandular com substituição por fibrose, atrofia glandular e dilatação canalículo-acinar.

Insuficiência pancreática (pancreatite, hemocromatose, fibrose cística do pâncreas);

Caso clássico de PC (diabetes, calcificação pancreática e esteatorréia);

Ocorre mais freqüentemente no sexo masculino e em populações de > consumo etílico.

Pancreatite Crônica (PC)Pancreatite Crônica (PC)

Classificação e EtiologiaClassificação e Etiologia1. Pancreatite crônica calcificante (PCC) Tipo mais comum caracterizado por calcificações no

parênquima pancreático; Causas: álcool, hereditária, idiopática, nutricional e

metabólica.2. Pancreatite crônica obstrutiva (PCO) Tipo mais raro caracterizada por obstáculos

geralmente na porção cefálica, dificultando a drenagem do suco pancreático (atrofia glandular);

Causas: câncer de papila, cancer intraductal, etc.

Características ClínicasCaracterísticas Clínicas Dor abdominal contínua (epigástrio), com

irradiação em faixa para o HD, HE e dorso, de intensidade moderada a forte, podendo durar horas a dias (geralmente desencadeada por ingestão de gorduras ou álcool);

Perda de peso (diminuição do apetite e má-absorção [esteatorréia]);

Diabetes.

Diagnóstico da PCDiagnóstico da PCLaboratorialLaboratorial

1.1. Glicemia de JJ/TOTG;Glicemia de JJ/TOTG;2.2. Enzimas:Enzimas: Amilasemia• Muito menos confiável que na PA;• ½ dos pacientes apresentam níveis

normais;• Valores limítrofes ou ligeiramente

aumentados.

Diagnóstico da PCDiagnóstico da PCLaboratorialLaboratorial Amilasúria; Lipase;3. D-xilose3. D-xilose• Útil se o paciente apresentar esteatorréia;• Importante no diagnóstico diferencial da

síndrome de má-absorção ( D-xilose); • Na IP ou fibrose cística: D-xilose Normal; .

Diagnóstico da PCDiagnóstico da PCLaboratorialLaboratorial4. Coprológico Funcional4. Coprológico Funcional• Significativo se 90% da função pancreática

estiver comprometida.

5. Pesquisa de gordura nas fezes5. Pesquisa de gordura nas fezes

6. Secretina6. Secretina (H2O, eletrólitos e bicarbonato);

Diagnóstico da PCDiagnóstico da PCLaboratorialLaboratorial7. Colecistocinina7. Colecistocinina (CCK) (CCK) (Enzimas);• Baseadas na aplicação do estímulo a função

secretora do pâncreas; • Substituídas pela CPRE.8. Tripsina Imunorreativa Sérica (TIS)8. Tripsina Imunorreativa Sérica (TIS)• Níveis na PA ou exacerbação aguda da PC;• Resultado subnormal sugere insuficiência

pancreática.

Diagnóstico da PCDiagnóstico da PCImagemImagem

ColangiopancreatografiaColangiopancreatografiaretrógrada endoscópica (CPRE)retrógrada endoscópica (CPRE) Alterações radiográficas da

morfologia do ducto pancreático podem sugerir a presença de PA, PC, carcinoma ou cisto pancreático;

Usada quando as provas bioquímicas clássicas são incapazes de diagnosticar.

Doença Fibrocística do PâncreasDoença Fibrocística do Pâncreas Doença autossômica recessiva causada por

mutações no gene CFTR (Cystic Fibrosis Transmembrane Conductance Regulator) que levam a alterações no transporte transmembrana epitelial de Cl, Na e água, afetando glândulas exócrinas, TR e TGI.

Doença multissistêmica.

Doença Fibrocística Doença Fibrocística FisiopatologiaFisiopatologia

Ductos das glândulas sudoríparasDuctos das glândulas sudoríparas Decréscimo na reabsorção de Cl e,

conseqüentemente, de Na do lúmen, levando a suor com elevadas concentrações de Na e Cloreto.

Doença Fibrocística Doença Fibrocística FisiopatologiaFisiopatologiaDuctos pancreáticosDuctos pancreáticos Os canais de Cl são importantes na hidratação e

alcalinização da secreção exócrina pancreática; A perda dessa função leva ao acúmulo de muco e

obstrução dos ductos pancreáticos menores, com dilatação e atrofia das glândulas exócrinas e fibrose pancreática progressiva (insuficiência pancreática endócrina e diabete insulino-dependente).

Doença Fibrocística Doença Fibrocística FisiopatologiaFisiopatologia

Ductos biliares e FígadoDuctos biliares e Fígado O desbalanço de sais e água, semelhantemente

ao pâncreas, leva a obstrução dos pequenos ductos biliares, podendo causar cirrose hepática.

Doença Fibrocística Doença Fibrocística FisiopatologiaFisiopatologiaTrato GITrato GI Semelhantemente aos outros sistemas, a

atividade anormal ou ausente do CFTR leva a secreção de água diminuída no íleo terminal, com conseqüente bolo fecal espesso e endurecido, podendo levar a obstrução intestinal (íleo meconial no RN).

Doença Fibrocística Doença Fibrocística FisiopatologiaFisiopatologia

Trato respiratórioTrato respiratório muco respiratório abundante, desidratado e

viscoso que leva a obstrução das vias aéreas; Atividade antimicrobiana reduzida no pulmão

devido as altas concentrações de NaCl no líquido que recobre os alvéolos, levando a colonização bacteriana e infecções bacterianas de repetição (bronquite, bronquiectasia progressiva e insuficiência respiratória).

Doença Fibrocística Doença Fibrocística Sinais e SintomasSinais e Sintomas

Variável, sintomas leves a graves; início no nascimento ou anos após;

Tosse crônica, bronquite, pneumonias de repetição e distúrbios do desenvolvimento, principalmente do crescimento;

Meconium ileus no RN; 85 % dos pacientes apresentam insuficiência exócrina

do pâncreas (fezes volumosas e gordurosas);.

Doença Fibrocística Doença Fibrocística Diagnóstico LaboratorialDiagnóstico Laboratorial Imagenológico: radiografia e TC de tórax Tripsina sérica ( nos primeiros meses a

medida que a célula pancreática vai sendo substituída, depois );

Eletrólitos no suor; Teste de absorção de gordura (fezes); Testes genéticos

Doença Fibrocística Doença Fibrocística Diagnóstico LaboratorialDiagnóstico LaboratorialEletrólitos no suorEletrólitos no suor Colhe-se o suor com auxílio de uma bolsa de

plástico; Iontoforese: aparelho com eletrodos pequenos

que geram corrente elétrica para transportar pilocarpina até as glândulas sudoríparas;

Crianças Cloreto > 60 mEq/L Sódio > 70 mEq/L

anormais