Post on 22-Oct-2015
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ENTREVISTA – RAFAEL MENEZES GARRIDO – 3º COLOCADO AFRFB /
2012
Caros (as) alunos (as) e amigos (as) do Estratégia Concursos,
Hoje é mais um dia especial, no qual tenho a honra de entrevistar o Rafael
Garrido, 3º colocado no concurso de AFRFB/2012. Fico especialmente feliz
em conversar com o Rafael porque, além de aluno do Estratégia Concursos,
ele também foi meu aluno e do Prof. Heber Carvalho em cursos presenciais
lá em Salvador!
O Rafael arrebentou! Ele foi o primeiro colocado nas provas objetivas,
perdendo, no entanto, duas posições na prova discursiva.
Ricardo Vale: Grande Rafael, parabéns pela conquista meu amigo! Sem
dúvida, você teve que se dedicar muito! Esse concurso de AFRFB/2012
exigiu muito de todos vocês! Você já esperava que esse concurso seria tão
difícil assim?
Rafael Garrido: Valeu Ricardo, estou muito feliz de poder contar um pouco
de minha trajetória e tentar ajudar um pouco os colegas que estão na
mesma situação pela qual eu passei nos últimos anos. Em relação ao nível
da prova, eu não esperava por tanta dificuldade. Eu já tinha feito todas as
questões anteriores da ESAF diversas vezes e apostava em algo no mesmo
nível. A ESAF surpreendeu todo mundo e, com isso, muitos saíram da prova
com a sensação de derrota. Até sair a divulgação do gabarito, eu fiquei
muito inseguro, achava que não ia passar, não sabia se tinha conseguido
fazer o mínimo em algumas disciplinas.
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Quando saiu o gabarito, eu, nervoso demais, não acreditava que estava
indo tão bem. Pedi pra um amigo conferir se eu tinha feito todas as contas
certas. Pra minha surpresa, fiquei em primeiro lugar na fase objetiva! Algo
totalmente inesperado para mim.
Ricardo Vale: Rafael, conte-nos um pouco sobre sua trajetória!
Rafael Garrido: Eu me formei em 2010 em Engenharia Civil na
Universidade Federal da Bahia e, no final de janeiro de 2011, iniciei meus
estudos para a Receita Federal. Comecei fazendo cursos presenciais, em
Salvador, de todas as disciplinas do edital de 2009. Esses cursos foram
essenciais no meu aprendizado. Durante um ano e meio, eu assistia às
aulas pela manhã e nos fins de semanas e complementava meu estudo
relendo os módulos elaborados pelos professores e materiais em PDF. Nesse
período, eu tentava manter uma média de 4h diárias de estudo, mais o
tempo que estava em sala de aula.
Depois de um ano de estudo, eu comecei a fazer alguns concursos na área
fiscal para ganhar “experiência” de prova, algo que acho muito importante.
Mesmo sem ter estudado boa parte da matéria, eu fiz o concurso do ISS-
SP. Foi uma ótima experiência porque percebi o quanto era importante o
planejamento durante a prova. Tive que “chutar” 10 questões de
matemática porque o tempo não foi suficiente pra fazer tudo. Depois, fiz a
prova de auditor dos municípios de São José dos Campos (SJC) – SP e Feira
de Santana – BA. Fui aprovado nesses dois concursos e, com isso, resolvi
encarar a mudança para SJC, mesmo sabendo da dificuldade que teria em
conciliar trabalho com estudo.
Além disso, fiz também o concurso de Analista de Comércio Exterior do
MDIC. Foi uma ótima oportunidade de poder enfrentar a ESAF pela primeira
vez. Com esse teste, pude perceber que estava no caminho certo e que a
tão temida ESAF não seria imbatível. Passei pra segunda fase fora do
número de vagas e perdi algumas posições depois da nota da discursiva,
mas tive certeza de que a aprovação, como todos falam, era questão de
tempo.
A minha posse para o cargo de Auditor Tributário Municipal de SJC coincidiu
com a saída do edital do concurso da Receita Federal. Com isso, tive que
me adaptar à nova rotina de estudo + trabalho rapidamente. Diminuí
bastante minhas horas de sono e lazer, saí da academia, deixei meu violão
em Salvador, tudo isso para tentar estudar pelo menos 5 horas diárias. Mas
todo esse sacrifício é recompensado com a sensação de dever cumprido na
aprovação, com a alegria da família e amigos após o resultado.
Ricardo Vale: Há uma pergunta que sempre tenho vontade de fazer aos
aprovados. No início dos meus estudos para concurso, lá em 2007, eu
comecei “todo errado” (rs). Lembro até hoje! Comprei uma apostila de
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umas 400 páginas que se propunha a ensinar todo o conteúdo do edital da
Receita Federal! Aí quando fui fazer um simulado, não sabia nada! rsrs...
No seu caso, como foi que você começou a estudar para concursos? Já
começou certo?
Rafael Garrido: Acredito que todo mundo sempre comete alguns erros até
encontrar a técnica que melhor se encaixa no seu estilo. Em minha opinião,
não existe fórmula do sucesso, cada um tem que encontrar o melhor de
acordo com suas características. Mas, de uma forma geral, acho que eu já
comecei certo, sim. Desde minhas primeiras aulas, sempre levei muito a
sério o estudo. Em casa, revisava a matéria do dia e fazia as questões
possíveis sobre aquele assunto.
Acho que um dos erros que cometi foi ler alguns livros enormes de 1000 e
tantas páginas para concurso, sem saber selecionar os assuntos mais
relevantes. Na verdade, só li dois desses livros integralmente. Se eu
pudesse voltar atrás, teria comprado um curso em PDF, pois acho muito
mais objetivo e focado para o concurso específico.
Eu não sou contra os livros, mas prefiro os materiais mais sucintos. Quando
eu li um livro de 1500 páginas, no final tive a sensação de que não
lembrava mais de nada. Gosto quando o material mistura conteúdo com
questões, assim conseguimos perceber quais são os tópicos mais cobrados
pelas bancas e aprendemos só o que é mais importante. Num concurso com
tantas matérias é essencial só estudar o que é de fato importante.
Ricardo Vale: Você sempre teve como foco o concurso de Auditor-Fiscal
RFB? Ou você chegou a estudar para outros concursos?
Rafael Garrido: Sempre. Fiz outros concursos, mas meu foco era a
Receita.
Ricardo Vale: Como era sua rotina de estudos? Você fez alguma
modificação depois do edital?
Rafael Garrido: No meu estudo em casa, eu tentava seguir os ciclos de
estudo para não esquecer nenhuma matéria e nem ficar muito tempo
estudando uma única disciplina. Eu fazia o possível para estudar todos os
dias. Domingo, por exemplo, muitas vezes eu acordava umas 10h, estudava
2 horinhas e saía pra curtir.
Pós-edital, eu foquei principalmente na resolução de questões antigas. Só
estudei teoria dos tópicos novos em relação ao edital de 2009.
Ricardo Vale: Você prefere estudar por cursos presenciais ou cursos on-
line? Quanto aos cursos on-line, você estudava por vídeo-aulas ou cursos
em .pdf?
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Rafael Garrido: Eu prefiro estudar por cursos presenciais e complementar
com cursos on-line. Em relação aos cursos on-line, eu usei tanto vídeo-
aulas como em pdf. O importante mesmo é procurar um bom professor com
um bom material.
Ricardo Vale: Ao estudar por cursos em .pdf, você imprimia ou lia tudo na
tela do computador?
Rafael Garrido: As matérias mais importantes eu imprimia. O bom de
imprimir é que dá pra grifar as partes mais importantes e fica mais fácil de
revisar. Outras matérias que tinham um curso menor eu fazia um resumo
no word (no copia e cola mesmo) e imprimia o resumo. Muitas vezes dividia
com os amigos e cada um fazia o resumo de uma das aulas.
Ricardo Vale: Quais foram os principais erros e dificuldades em sua
preparação?
Rafael Garrido: Meu principal erro foi ter lido alguns livros que não
valeram a pena. E a principal dificuldade foi me manter focado por tanto
tempo. Às vezes o ritmo caía e eu tinha que buscar alguma forma de voltar
aos estudos.
Além disso, no começo eu tinha muito medo porque todos me diziam que
disciplina e organização eram características fundamentais para um bom
desempenho. Duas qualidades que eu não tinha. Com o tempo fui
percebendo que o importante é adaptar o estudo ao seu estilo e se esforçar
pra amenizar os seus defeitos.
Na faculdade, eu nunca fui um aluno brilhante, tinha muita dificuldade em
me concentrar pra estudar. Mas quando a vontade de conquistar o objetivo
é muito grande, é preciso superar as barreiras. Aprendi a gostar de estudar
praticamente todas as matérias.
Tentava sempre fazer com que o meu dia-a-dia não fosse muito
sacrificante. Sempre tirava um dia por semana pra me divertir e quase
nunca faltava aos jogos do meu Baêa (E.C Bahia para os que não são do
meu estado). Assim, eu conseguia me manter estudando de uma forma
mais tranquila.
Também marcava muitos estudos em grupo com meus amigos. Esses
estudos eram muito produtivos e muito mais prazerosos do que um estudo
sozinho. Muitas vezes ficávamos o sábado todo fazendo questão e depois
saíamos para comemorar com a consciência tranquila.
Ricardo Vale: O que mais te motivava nas horas difíceis?
Rafael Garrido: Quando eu estava meio pra baixo eu tentava projetar o
futuro. Pensava em todas as coisas boas que essa aprovação traria pra mim
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e pra as pessoas ao meu redor. Que isso ia mudar completamente minha
vida pra melhor e por isso tudo valia à pena.
Ricardo Vale: Como você se preparou para as provas discursivas?
Rafael Garrido: Comprei o curso do Estratégia de Cyonil para revisar os
principais tópicos teóricos de cada disciplina (fiz cada aula 2 vezes para
fixar os temas que os professores apostavam). Além disso, adquiri um
curso específico sobre técnicas de redação que me ajudou muito na
estrutura do texto.
Ricardo Vale: Você acha que existe o fator “sorte” nos concursos públicos?
Rafael Garrido: Acredito no fator sorte sim. A sorte isoladamente não
resolve nada, mas somada a outros fatores ajuda muito. Eu tive muita
sorte, por exemplo, com o momento que saiu o edital. Eu estava no auge
do estudo, vinha num ritmo muito bom. Se o edital tivesse saído 6 meses
antes eu teria muito mais dificuldade para a aprovação.
Ricardo Vale: O que você aconselharia a alguém que vá iniciar hoje seus
estudos para a Receita Federal?
Rafael Garrido:
Vou enumerar algumas coisas que foram importantes pra mim:
1) Seja objetivo e estrategista (via muitas pessoas lendo livros
enormes de matérias que representam menos de 2% da nota
final, isso não pode acontecer). Um bom concurseiro sabe quantos
pontos cada matéria vale e usa isso a seu favor no estudo e na
hora da prova.
2) Não perca tempo com assuntos pouco importantes.
3) Seja otimista. O pessimismo não ajuda em nada, só atrapalha.
4) Se junte a pessoas boas. Sem dúvida meus amigos do meio do
concurso foram essenciais na minha aprovação. Sempre gostei de
estudar em grupo e isso foi fundamental.
5) Estude sempre, mesmo que seja pouco tempo por dia.
6) Não deixe de se divertir. Não transforme sua vida de concurseiro
num inferno, tente fazer com que ela seja o mais natural possível,
pois será longa.
7) Procure os materiais mais objetivos e de boa qualidade. Se puder,
não economize com material, compre os melhores.
8) Tente entender os assuntos para facilitar a memorização, quase
tudo tem uma lógica. Se estiver muito, muito, muito difícil de
entender DECORE e SIGA EM FRENTE (Aprendi isso com o
professor Heber Carvalho...rss)
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Ricardo Vale: Bem, meu amigo, agora que você já é quase um Auditor-
Fiscal RFB, quais são seus planos para o futuro? Pretende ainda estudar
para outro concurso? Ou vai dar uma pequena pausa nos estudos e
aproveitar a vida?
Rafael Garrido: Por enquanto não penso em voltar a estudar pra concurso.
Auditor da Receita Federal sempre foi meu grande sonho. Pretendo voltar a
estudar para ser um bom profissional.
Ricardo Vale: Meu amigo, pra terminarmos essa entrevista, deixe uma
mensagem para nossos amigos que almejam conquistar o sonhado cargo
público!
Rafael Garrido: A decisão de iniciar estudos pra concurso é muito delicada
e precisa ser tomada com muita calma. Mas, se você decidiu e tem certeza
de que esse é seu objetivo, não desista e faça de tudo pra ser o melhor
possível nesse caminho. Estudar pra concurso não é só estudar, é,
principalmente, saber estudar corretamente.