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5/25/2018 Elisabete Segantini Saron - Disserta o de Mestrado
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
ESTABILIDADE DE SUCO DE MARACUJ ACONDICIONADOEM EMBALAGENS DE AO COM DIFERENTES
REVESTIMENTOS ORGNICOS
Elisabete Segantini Saron
Campinas, SP2.004
5/25/2018 Elisabete Segantini Saron - Disserta o de Mestrado
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
ESTABILIDADE DE SUCO DE MARACUJ ACONDICIONADOEM EMBALAGENS DE AO COM DIFERENTES
REVESTIMENTOS ORGNICOS
Autora: Elisabete Segantini SaronOrientadora: Prof.a. Dra. Hilary Castle de MenezesCo-orientadora: Dra. Slvia Tondella Dantas
Dissertao apresentada Faculdade de Engenharia de Alimentos daUniversidade Estadual de Campinas, para a obteno
do ttulo de Mestre em Tecnologia de Alimentos
Campinas, S.P.2.004
5/25/2018 Elisabete Segantini Saron - Disserta o de Mestrado
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FICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELABIBLIOTECA DA F.E.A. UNICAMP
Sa74e
Saron, Elisabete Segantini
Estabilidade de suco de maracuj acondicionado emembalagens de ao com diferentes revestimentos orgnicos/ Elisabete Segantini Saron. Campinas, SP: [s.n.], 2004.
Orientador: Hilary Castle de Menezes
Co-orientador: Slvia Tondella Dantas
Dissertao (mestrado) Universidade Estadual deCampinas, Faculdade de Engenharia de Alimentos.
1. Embalagens. 2. Latas. 3. Suco de frutas. 4.Estabilidade. 5. Vernizes. I.Menezes, Hilary Castle.II.Dantas, Slvia Tondella. III.Universidade Estadual deCampinas. Faculdade de Engenharia de Alimentos.IV.Ttulo.
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BANCA EXAMINADORA
___________________________________________Prof.a. Dra. Hilary Castle de Menezes
Orientadora
___________________________________________Dra. Leda Coltro
Membro - CETEA/ITAL
___________________________________________Dra. Marisa Padula
Membro - CETEA/ITAL
___________________________________________Prof. Dr. Carlos Alberto Rodrigues Anjos
Suplente - FEA/UNICAMP
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DEDICATRIA
Aos meus pais, pela minha existncia, educao e formao.
minha querida irm Virgnia, pelo amor e incentivo.
Ao Alexandre, pelo amor, apoio e inspirao.
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AGRADECIMENTOS
Este trabalho no teria sido realizado sem a colaborao de inmeras pessoas s
quais agradeo imensamente:
Ao ITAL - Instituto de Tecnologia de Alimentos, e ao CETEA Centro de
Tecnologia de Embalagem do ITAL, pelo apoio para a realizao da dissertao
de mestrado;
FAPESP - Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo, pela
aprovao de projeto de pesquisa que possibilitou a aquisio de matria-prima,
embalagens, equipamentos e materiais fundamentais realizao desta pesquisa;
Ao CNPq pela concesso de bolsas de iniciao cientfica;
Prof.a. Dra. Hilary Castle de Menezes, pela orientao do programa de
mestrado, confiana e dedicao na conduo do trabalho;
Dra. Slvia Tondella Dantas, pela co-orientao do programa de mestrado,
incentivo e grande dedicao minha formao profissional;
Ao meu esposo Alexandre, pelo enorme amor, fora e dedicao minha pessoa
e compreenso das minhas ausncias e dos meus momentos de silncio...;
WOW Indstria e Comrcio Ltda., pela viabilizao da aquisio das
embalagens e matrias-primas e pela disponibilizao das instalaes industriais para o
processamento do suco de maracuj;
pesquisadora Jozeti Ap. B. Gatti, pela colaborao na realizao de ensaios de
caracterizao dos sistemas de envernizamento das latas estudadas;
pesquisadora Valria D. A. Anjos e assistente tcnica Marta Gomes da Silva,
pela colaborao na realizao das anlises instrumental de cor e vitamina C,
respectivamente;
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Aos especialistas de laboratrio Paulo, Pitucha e Anglica e assistente tcnica
Christiane pela colaborao na realizao de anlises;
s bolsistas de iniciao cientfica Beatriz, Michelle e Maria Augusta, pela
colaborao e dedicao na realizao de anlises e tratamento de dados durante oprojeto;
Nilda Doris Montes Villanueva, pela assessoria na anlise estatstica dos dados;
Patrcia e Gabriela pela colaborao na editorao da dissertao e Marta pela
colaborao na elaborao das referncias e citaes bibliogrficas;
amiga Rosa, pela companhia durante as disciplinas cursadas na ps-graduaoe tambm pelo grande incentivo e apoio;
s amigas Fiorella, Sandra, Andra e a todos os amigos do CETEA, pelo grande
apoio e amizade;
Aos Professores Doutores Leda Coltro, Marisa Padula e Carlos Alberto Rodrigues
Anjos, membros da banca examinadora, pelas valiosas contribuies, que muito
enriqueceram este trabalho;
Ao grande amigo que muito me ensinou, Sylvio Ortiz.... Que Deus o ilumine e que
um dia possamos nos reencontrar...;
A todos que direta ou indiretamente, participaram e colaboraram para o
desenvolvimento deste trabalho;
E finalmente..., que em meu corao est em primeiro lugar, agradeo a Deus, por
me eleger merecedora de mais esta vitria em minha vida... muito obrigada.
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SUMRIO
LISTA DE FIGURAS...................................................................................................................xi
LISTA DE TABELAS...................................................................................................................xiv
LISTA DE APNDICES.............................................................................................................. xviii
LISTA DE ABREVIATURAS....................................................................................................... xix
RESUMO ................................................................................................................................... xx
ABSTRACT.................................................................................................................................xxii
1 INTRODUO.........................................................................................................................1
2 REVISO BIBLIOGRFICA ...................................................................................................6
2.1 Histrico............................................................................................................................6
2.2 Suco de maracuj.............................................................................................................7
2.3 Composio qumica do suco de maracuj......................................................................8
2.4 Estudos de caracterizao e estabilidade fsico-qumica e sensorial de sucos de
maracuj ..........................................................................................................................11
2.5 Processamento de suco de maracuj ..............................................................................15
2.6 Embalagens Metlicas......................................................................................................20
2.6.1 Materiais utilizados na fabricao de embalagens metlicas....................................20
2.6.2 Latas de trs peas ...................................................................................................21
2.6.3 Solda eltrica .............................................................................................................22
2.6.4 Envernizamento.........................................................................................................23
2.6.5 Side stripe ..................................................................................................................25
2.6.6 Vedantes....................................................................................................................26
2.7 Processos de corroso e estudos de interao entre embalagens metlicas e
alimentos..........................................................................................................................26
2.8 Corroso interna em latas envernizadas ..........................................................................28
2.9 Mercado............................................................................................................................34
3 MATERIAIS .............................................................................................................................36
3.1 Embalagem.......................................................................................................................36
3.2 Produto .............................................................................................................................37
4 MTODOS...............................................................................................................................38
4.1 Caracterizao da embalagem.........................................................................................38
4.1.1 Ensaios de migraes total e especfica ...................................................................38
4.1.1.1 Migrao total .....................................................................................................38
4.1.1.2 Migrao especfica de fenol ..............................................................................39
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4.1.1.3 Migrao especfica de metais ...........................................................................39
4.1.2 Exame de recravao................................................................................................41
4.1.3 Caracterizao do material metlico .........................................................................43
4.1.3.1 Espessura...........................................................................................................43
4.1.3.2 Dureza superficial da folha de ao......................................................................434.1.3.3 Determinao da camada de estanho e de cromo .............................................44
4.1.4 Caracterizao do envernizamento interno e do side stripe......................................44
4.1.4.1 Camada seca......................................................................................................44
4.1.4.2 Identificao........................................................................................................45
4.1.4.3 Aderncia............................................................................................................45
4.1.4.4 Grau de cura .......................................................................................................48
4.1.4.5 Porosidade..........................................................................................................48
4.2. Avaliaes peridicas ......................................................................................................494.2.1 Avaliao visual interna das latas..............................................................................49
4.2.2 Nvel de vcuo ...........................................................................................................50
4.2.3 Composio gasosa do espao livre .........................................................................51
4.2.4 Determinao de pH, acidez e estimativa dos slidos solveis ................................51
4.2.5 Determinao de cromo, estanho e ferro ..................................................................52
4.2.6 Determinao do contedo de cido ascrbico (Vitamina C)...................................53
4.2.7 Avaliao instrumental da cor....................................................................................53
4.2.8 Avaliao sensorial....................................................................................................544.2.8.1 Pr-seleo.........................................................................................................54
4.2.8.2 Seleo...............................................................................................................54
4.2.8.3 Treinamento........................................................................................................56
4.2.8.4 Anlise sensorial peridica dos produtos ...........................................................58
4.2.9 Avaliao estatstica dos resultados..........................................................................59
5 RESULTADOS E DISCUSSO...............................................................................................60
5.1 Migraes total e especfica .............................................................................................60
5.1.1 Migrao Total ...........................................................................................................605.1.2 Migrao especfica de fenol .....................................................................................61
5.1.3 Migrao especfica de metais ..................................................................................61
5.2 Exame de Recravao .....................................................................................................64
5.3 Caracterizao do material metlico ................................................................................68
5.3.1 Espessura e dureza superficial..................................................................................68
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5.3.2 Determinao da camada de estanho e de cromo ....................................................69
5.4 Caracterizao do envernizamento interno e do side stripe.............................................71
5.4.1 Camada seca.............................................................................................................71
5.4.2 Identificao...............................................................................................................72
5.4.3 Aderncia...................................................................................................................795.4.4 Grau de cura..............................................................................................................80
5.4.5 Porosidade.................................................................................................................81
5.5 Avaliaes Peridicas......................................................................................................85
5.5.1 Avaliao visual interna das latas..............................................................................85
5.5.2 Nvel de vcuo ...........................................................................................................95
5.5.3 Composio gasosa do espao livre .........................................................................97
5.5.4 Determinao de pH, acidez e estimativa dos slidos solveis ................................106
5.5.5 Determinao de cromo, ferro e estanho ..................................................................1105.5.6 Determinao do contedo de cido ascrbico (Vitamina C)....................................119
5.5.7 Avaliao da cor ........................................................................................................120
5.5.8 Avaliao sensorial....................................................................................................127
5.5.8.1 Pr-seleo e seleo ........................................................................................127
5.5.8.2 Avaliao sensorial peridica dos produtos........................................................127
6 CONCLUSES........................................................................................................................138
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................................140
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 -Fluxograma geral das principais etapas do processamento de suco de maracuj...20
Figura 2 - Seo transversal da recravao e identificao dos parmetros avaliados............41
Figura 3 -Aperto da recravao classificado pelo enrugamento do gancho do fundo..............43
Figura 4 -Escala descritiva para avaliao da aderncia de verniz por meio de ensaio defita adesiva. ................................................................................................................46
Figura 5 - Representao esquemtica do ensaio de dobra. ....................................................47
Figura 6 -Representao esquemtica do ensaio de cruz. ......................................................47
Figura 7 - Exemplos de porcentagem de reas para a corroso generalizada, escala G, da
ASTM D610-01 (2001). ..............................................................................................50
Figura 8 - Apresentao da bandeja com as amostras do suco de maracuj aos
provadores no teste triangular....................................................................................56
Figura 9 - Apresentao da bandeja com as amostras do suco de maracuj aosprovadores na avaliao sensorial. ............................................................................58
Figura 10 - Espectros obtidos por espectrofotometria no infravermelho dos vernizes
aplicados internamente no corpo (a) e no side stripe (b) da lata Normal. ..................73
Figura 11 - Espectros obtidos por espectrofotometria no infravermelho dos vernizes
aplicados internamente na lata Repair: (a) verniz do corpo sem separao das
camadas, (b) verniz aplicado diretamente no material metlico do corpo, (c)
verniz aplicado como segunda camada sobre o corpo, (d) verniz aplicado
diretamente na eletrossolda e (e) verniz aplicado como segunda camada naregio de solda. Os espectros (b), (c), (d) e (e) foram obtidos por reflexo
mltipla (MIR). ............................................................................................................75
Figura 12 - Espectros obtidos por espectrofotometria no infravermelho dos vernizes
aplicados internamente na lata P na regio do corpo (a) e regio do side stripe
(b). ..............................................................................................................................76
Figura 13 - Espectros obtidos por espectrofotometria no infravermelho dos vernizes
aplicados internamente na tampa de alumnio (a) e no fundo em folha cromada
(b) utilizados nos trs tipos de lata estudadas. ..........................................................77Figura 14 - Distribuio por freqncia de latas e fundos em relao porosidade do
verniz, para cada tipo de lata estudado......................................................................82
Figura 15 Graus mdios atribudos na avaliao visual interna aos corpos das latas
Normal, Repaire P, para as duas temperaturas estudadas, durante os 180 dias
de estocagem.............................................................................................................85
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Figura 16 - Aspecto visual interno das latas Normal (a), Repair (b) e P (c) no incio do
estudo e mantido at 180 dias de estocagem............................................................89
Figura 17 -Exemplo do grau de amassamento ocorrido durante o processamento do suco
de maracuj nas latas Normal (a), Repair (b) e P (c). ..............................................90
Figura 18 -Exemplos da ocorrncia de riscos no corpo (a) e corroso na solda prximo arecravao do fundo (b), ambos da lata Normal. .......................................................91
Figura 19 -Exemplo da presena de corroso na solda prxima recravao da tampa
(a), destacamento do verniz interno prximo recravao da tampa na regio de
abertura da lata para avaliao (b) e presena de risco no fundo (c) e no corpo
(d), todos da lata Repair. ............................................................................................92
Figura 20 - Exemplo da ocorrncia de enrugamento do side stripe da lata P e
desenvolvimento de corroso prximo recravao da tampa ao zero dia (a) e
180 dias (b) de estocagem, trinca no side stripe em verniz P prximo aamassamento na tampa (c) e ocorrncia de risco no corpo da lata (d). ....................93
Figura 21 -Exemplo da presena de corroso de latas P classificadas como grau 7 (a) e
a ocorrncia de corroso generalizada de grau 5, em uma unidade de lata P,
verificado aos 120 dias de estocagem a 25C (b)......................................................94
Figura 22 -Exemplo da presena de risco na tampa utilizada no fechamento das latas..........94
Figura 23 Nveis de vcuo mdios obtidos para as latas Normal Repaire P, para as
temperaturas de 25C (a) e 35C (b), durante os 180 dias de estocagem. ...............96
Figura 24 -Concentraes relativas dos gases O2 (a), N2 (b), CO2 (c) e H2 (d) determinadosno espao livre das latas Normal, Repair e P com o suco de maracuj em
funo da poca e temperatura de estocagem..........................................................100
Figura 25 - Concentrao mdia de Fe e Sn determinados no suco de maracuj
acondicionado nas latas Normal, Repair e P em funo das pocas e
temperaturas de estocagem.......................................................................................112
Figura 26 Representao grfica das concentraes mdias de Fe determinados no
suco de maracuj acondicionado nas latas Normal, Repaire P em funo do
tempo e temperaturas de 25C (a) e 35C (b) de estocagem....................................117Figura 27 Representao grfica das concentraes mdias de Sn determinados no
suco de maracuj acondicionado nas latas Normal, Repaire P em funo do
tempo e temperaturas de 25C (a) e 35C (b) de estocagem e suas respectivas
equaes e coeficientes de determinao. ................................................................118
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Figura 28 - Evoluo da Luminosidade (L*) e cor Vermelho (a*) durante os 180 dias de
estocagem..................................................................................................................126
Figura 29 - Evoluo dos resultados dos atributos obtidos na avaliao sensorial do suco
de maracuj, apresentando os resultados obtidos ao zero dia (a) e aos 180 dias
de estocagem a 25C (b) e 35C (c). .........................................................................137
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Padres de identidade e qualidade estabelecidos pela Instruo Normativa
n12/03 para nctar de maracuj. ..............................................................................8
Tabela 2 -Principais caractersticas fsico-qumicas determinadas em sucos de maracujestudados no Brasil. ...................................................................................................15
Tabela 3 - Descrio do envernizamento interno das latas elessoldadas e nomenclatura
adotada para o estudo. ..............................................................................................36
Tabela 4 - Resduos de migrao total das latas Normal, Repaire P, em mg/kg(1 e 2)............60
Tabela 5 -Migrao especfica de fenol para o verniz interno das latas Normal, Repaire
P, corrigido em relao camada seca de verniz de 10mg/dm2, em mg/dm2(1). .....61
Tabela 6 - Resduos da migrao especfica de metais para as latas Normal, Repaire P,
em g/kg(1)..................................................................................................................62Tabela 7 -Limites mximos de metais em alimentos, em vigor atualmente no Brasil, em
g/kg(1)........................................................................................................................63
Tabela 8 -Parmetros determinados e calculados da recravao de tampa e fundo da lata
Normal(1). ....................................................................................................................65
Tabela 9 - Parmetros determinados e calculados da recravao de tampa e fundo da lata
Repair(1). .....................................................................................................................66
Tabela 10 - Parmetros determinados e calculados da recravao de tampa e fundo da
lata P(1). ....................................................................................................................67
Tabela 11 - Resultados da determinao de espessura e dureza Rockwell 30T das latas
Normal, Repaire P. ..................................................................................................69
Tabela 12 - Resultados de determinao do xido de cromo, cromo metlico e do cromo
total no fundo das latas, em mg/m2(1). ........................................................................70
Tabela 13 - Resultados da determinao da camada de estanho livre, estanho liga e
estanho total do corpo das latas Normal, Repair e P, em g/m(1).............................70
Tabela 14 -Resultados da determinao da camada seca nos vernizes do corpo, tampa,
fundo e solda das latas Normal, Repaire P(1). .........................................................72Tabela 15 -Identificao dos vernizes(1). ...................................................................................78
Tabela 16 - Resultados da determinao da aderncia nos vernizes do corpo, tampa,
fundo e solda das latas Normal, Repaire P(1). .........................................................79
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Tabela 17 - Resultados da determinao do grau de cura dos vernizes internos das latas
Normal, Repaire P pelos mtodos da absoro de corantes e de dissoluo em
solventes(1). ................................................................................................................81
Tabela 18 - Resultados da determinao da porosidade do verniz aplicado nas latas
Normal, Repaire P, todas com a tampa recravada, e no fundo(1)............................82Tabela 19 - Requisitos de porosidade de verniz pelo WACO Enamel Rater Testpara latas
de cerveja. ..................................................................................................................83
Tabela 20 - Avaliao visual interna da lata Normal, em funo do tempo de estocagem a
25C e 35C, em grau(1). ............................................................................................86
Tabela 21 - Avaliao visual interna da lata Repair, em funo do tempo de estocagem a
25C e 35C, em grau(1). ............................................................................................87
Tabela 22 - Avaliao visual interna da lata P, em funo do tempo de estocagem a 25C
e 35C, em grau(1). .....................................................................................................88Tabela 23 -Nvel de vcuo, em cm Hg, das latas Normal, Repaire P em funo do tempo
de estocagem temperatura de 25C e 35oC............................................................97
Tabela 24 -Concentrao relativa de oxignio no espao livre das latas Normal, Repaire
P acondicionando o suco de maracuj em funo da poca e temperatura de
estocagem, em (%v/v)(1). ............................................................................................101
Tabela 25 -Concentrao relativa de nitrognio no espao livre das latas Normal, Repaire
P acondicionando o suco de maracuj em funo da poca e temperatura de
estocagem, em (%v/v)(1). ............................................................................................102Tabela 26 -Concentrao relativa de dixido de carbono no espao livre das latas Normal,
Repair e P acondicionando o suco de maracuj em funo da poca e
temperatura de estocagem, em (%v/v)(1)....................................................................103
Tabela 27 - Concentrao relativa de hidrognio no espao livre das latas Normal, Repair
e P acondicionando o suco de maracuj em funo da poca e temperatura de
estocagem, em (%v/v)(1). ...........................................................................................104
Tabela 28 - Resultados de pH do suco de maracuj acondicionado nas latas Normal,
Repaire P em funo do tempo de estocagem temperatura de 25o
C e 35o
C. .....107Tabela 29 -Resultados de acidez, em g de cido ctrico em 100g de amostra, do suco de
maracuj acondicionado nas latas Normal, Repaire P em funo do tempo de
estocagem temperatura de 25oC e 35oC.................................................................108
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Tabela 30 -Resultados da estimativa do teor de slidos solveis, em graus Brix, do suco
de maracuj acondicionado nas latas Normal, Repaire P em funo do tempo
de estocagem temperatura de 25oC e 35oC............................................................109
Tabela 31 Concentrao de Cr, Sn e Fe do suco de maracuj acondicionado em
embalagem cartonada Tretra BrikAseptic, em g/kg(1)...........................................111
Tabela 32 Concentrao de cromo do suco de maracuj acondicionado nas latas
Normal, Repaire P em funo do tempo de estocagem temperatura de 25oC
e 35oC, em g/kg(1). ....................................................................................................113
Tabela 33 Concentrao de estanho do suco de maracuj acondicionado nas latas
Normal, Repaire P em funo do tempo de estocagem temperatura de 25oC
e 35oC, em g/kg(1). ....................................................................................................114
Tabela 34 Concentrao de ferro do suco de maracuj acondicionado nas latas Normal,
Repaire P em funo do tempo de estocagem temperatura de 25oC e 35oC,
em g/kg(1)..................................................................................................................115
Tabela 35 - Regresses dos dados de concentrao de Fe no suco de maracuj
acondicionado nas latas estudadas, em funo do tempo e temperatura de
estocagem e estimativa de vida-de-prateleira utilizando como critrio a
concentrao mxima de ferro de 20mg/kg. ..............................................................116
Tabela 36 - Concentrao de cido ascrbico do suco de maracuj acondicionado nas
latas Normal, Repaire P, em mg cido ascbico/100mL(1)......................................119
Tabela 37 - Avaliao instrumental de cor do suco de maracuj acondicionado na lata
Normal, em funo do tempo de estocagem a 25C e 35oC(1)...................................122
Tabela 38 - Avaliao instrumental de cor do suco de maracuj acondicionado na lata
Repair, em funo do tempo de estocagem a 25C e 35oC(1)....................................123
Tabela 39 -Avaliao instrumental de cor do suco de maracuj acondicionado na lata P,
em funo do tempo de estocagem a 25C e 35oC(1). ...............................................124
Tabela 40 - Resultados da avaliao sensorial da amostra referncia de suco de maracuj
apresentada codificada juntamente com as amostras de 25C(1). .............................129
Tabela 41 - Resultados da avaliao sensorial da amostra referncia de suco de maracuj
apresentada codificada juntamente com as amostras de 35C(1). .............................130
Tabela 42 - Resultados da avaliao sensorial do suco de maracuj acondicionado na lata
Normal, condicionada a 25oC(1). .................................................................................131
Tabela 43 - Resultado da avaliao sensorial do suco de maracuj acondicionado na lata
Normal, condicionada a 35oC(1). ................................................................................132
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Tabela 44 -Resultado da avaliao sensorial do suco de maracuj acondicionado na lata
Repair, condicionada a 25oC(1). .................................................................................133
Tabela 45 -Resultado da avaliao sensorial do suco de maracuj acondicionado na lata
Repair, condicionada a 35oC(1). ..................................................................................134
Tabela 46 - Resultado da avaliao sensorial do suco de maracuj acondicionado na lataP, condicionada a 25oC(1). ........................................................................................135
Tabela 47 -Resultado da avaliao sensorial do suco de maracuj acondicionado na lata
P, condicionada a 35oC(1). ........................................................................................136
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LISTA DE APNDICES
Apndice A - Modelo de ficha aplicada no teste triangular para a seleo dos
provadores para a realizao da avaliao sensorial do suco demaracuj.............................................................................................. 147
Apndice B - Modelo de ficha utilizada na avaliao sensorial peridica do suco
de maracuj......................................................................................... 148
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LISTA DE ABREVIATURAS
ABIA Associao Brasileira das Indstrias de Alimentao.
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas
AOAC Association of Official Analytical Chemists
ASTM American Society for Testing and Materials
CNTP Condies normais de temperatura e presso
CSN Companhia Siderrgica Nacional
EVOH Copolmero de etileno e lcool vinlico
MERCOSUL Mercado Comum da Amrica do Sul
PEBD Polietileno de baixa densidade
PEBDL Polietileno de baixa densidade linear
PET Potereftalato de etilenoPVDC Copolmero de cloreto de vinila e cloreto de vinilideno
TPO2 Taxa de permeabilidade ao oxignio
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RESUMO
Este estudo teve por objetivo avaliar diferentes especificaes de envernizamento
interno do corpo e da costura lateral de latas de folha-de-flandres de trs peas, formadaspor eletrossolda, no acondicionamento de suco de maracuj pronto para beber, por meio
de teste de estocagem e avaliao do desempenho em relao interao
embalagem/alimento.
Durante o estudo foram avaliados trs sistemas de revestimento orgnico interno
da embalagem, sendo o primeiro composto de verniz epxi-fenlico lquido aplicado na
folha plana e verniz epxi-vinlico-acrilado lquido aplicado na regio da solda; o segundo
um verniz epxi-fenlico lquido aplicado na folha plana, verniz epxi-vinlico-acriladolquido aplicado na solda e uma segunda camada de verniz epxi modificado lquido,
aplicado por sprayaps a formao da lata e o terceiro um verniz lquido epxi-fenlico
aplicado na folha plana e verniz polister em p aplicado na solda, denominados latas
Normal, Repaire P, respectivamente.
As embalagens foram caracterizadas quanto ao tipo de material metlico
(espessura, dureza e camadas de estanho e cromo), avaliao do fechamento
(recravao), atendimento aos requisitos de embalagens para contato com alimentosprevistos pela Legislao Brasileira e pelo MERCOSUL e caracterizao dos
revestimentos orgnicos do corpo, tampa, fundo e side stripe, em relao camada seca,
identificao, aderncia, porosidade e grau de cura.
O teste de estocagem foi realizado pelo perodo de 6 meses em duas condies
de temperatura controlada, 25oC 2C e 35oC 3oC, com avaliaes peridicas a
intervalos de 15 dias no primeiro ms, 30 dias no segundo ms e de 60 dias at completar
180 dias de estocagem. Os parmetros de avaliao peridica foram aparncia visualinterna das latas, nvel de vcuo, composio de gases (O2, N2, CO2 e H2) no espao-livre
da embalagem, avaliao sensorial, avaliao instrumental de cor, pH, acidez, estimativa
dos slidos solveis (Brix), concentrao de ferro, estanho e cromo no suco de maracuj
e contedo de vitamina C, sendo que este ltimo foi determinado apenas ao zero dia, 15 e
180 dias de estocagem.
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Os resultados mostraram que as embalagens estudadas no apresentam restrio
de uso para contato com alimentos aquosos cidos (pH < 5,0), temperatura de
elaborao de at 100C, seguido de uso prolongado a temperaturas de at 40C.
As avaliaes peridicas de nvel de vcuo, pH, acidez e slidos solveis no suco,mantiveram-se estveis para as duas temperaturas avaliadas ao longo do tempo de
estocagem. No entanto, neste mesmo perodo foi observado decrscimo do contedo de
vitamina C e leve escurecimento do suco.
As alteraes observadas na avaliao visual interna das latas, o aumento da
concentrao de hidrognio no espao livre das embalagens e o aumento das
concentraes de ferro e estanho no suco permitiram evidenciar o incio do
desenvolvimento de corroso interna. A avaliao sensorial demonstrou perda dequalidade do suco acondicionado nas trs latas, principalmente nas embalagens
estocadas a 35C. Apesar disso, todos os sucos mantiveram qualidade aceitvel at os
180 dias de estocagem.
O teste de estocagem mostrou que os trs tipos de embalagem apresentaram
desempenho adequado para o acondicionamento do suco de maracuj pronto para beber,
sendo que a embalagem com verniz em p apresentou desempenho inferior aos outros
dois sistemas estudados, devido a menor proteo oferecida pelo envernizamento docorpo da lata.
O estudo permitiu concluir que as trs embalagens estudadas podem ser utilizadas
no acondicionamento de suco de maracuj pronto para beber para uma vida-de-prateleira
mnima de 6 meses.
Palavras-chave:Embalagens. Latas. Suco de frutas. Estabilidade. Vernizes.
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ABSTRACT
The purpose of this study was to evaluate different specifications of welded three
piece tinplate cans with respect to the internal body passion fruit juice. The evaluation wasby a storage test, evaluating the performance relative to food/packaging interaction.
Three systems of internal organic coatings of the cans were analyzed. The first was
composed of a liquid epoxy-phenolic lacquer applied to the flat tinplate and liquid epoxy-
vinillic-acrylate lacquer applied to the side stripe. The second type was a liquid epoxy-
phenolic lacquer applied to the flat tinplate and a liquid epoxy-vinillic-acrylate lacquer
applied to the side stripe and a second layer of liquid modified epoxy lacquer, applied by
spraying after the formation of the can. The third type was a liquid epoxy-phenolic lacquerapplied to the flat tinplate and a powdered polyester lacquer applied to the side stripe. The
systems were denominated Normal, Repair and P, respectively.
The cans were characterized according to the type of metallic material (thickness,
hardness and tin and chromium layers), evaluation of the double seams, approval for
contact with foodstuffs in accordance with the procedures and rules of the Brazilian and
MERCOSUR Legislation and evaluation of the organic coatings of the body, bottom, end
and side stripe, in relation to the internal lacquer weight, porosity, identification, adherenceand curing degree.
The storage test was conducted during a period of 6 months under two conditions
of controlled temperature, 25C 2C and 35C 3C, with evaluations at intervals of 15
days during the first month, 30 days up to the second month and then every 60 days to
complete 180 days of storage. The parameters included in the evaluations were visual
internal appearance of the cans, vacuum level, oxygen, nitrogen, carbon dioxide and
hydrogen composition of the cans headspace, sensorial analysis, instrumental evaluationof color, pH, total titratable acidity, soluble solids (Brix), iron, tin and chromium
concentration in the passion fruit juice and ascorbic acid content (vitamin C), which was
only determined at zero day and after 15 and 180 days of storage.
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The results showed that all cans presented no restriction for use in contact with
aqueous acid foodstuffs (pH < 5;0) at processing temperatures of up to 100C, followed by
prolonged use at temperatures of up to 40C.
The results for vacuum level, pH, acidity and soluble solids in the juiceremarried stable at the two temperatures throughout storage. In the same period at
both temperatures, there was a decrease in vitamin content and a slight darkening
of the juice.
The alterations observed in the visual internal evaluation and the increase in
hydrogen concentration in the can headspace and iron and tin concentrations in
the juice, demonstrated the beginning of internal can corrosion. The sensorialevaluation demonstrated a loss of quality of the juice packed in the three cans,
mainly in the cans stored at 35C, but all juices maintained acceptable quality up to
the 180th day of storage.
The storage test showed that the three kinds of cans presented good
performance for the packaging of passion fruit juice and that the sample with
powdered lacquer on the side stripe presented a worse performance than the other
two systems studied, due to the smaller protection offered by the lacquer applied to
the body.
The study allowed for the conclusion that the three packages studied could
be used in the packaging of passion fruit juice with a shelf life of up to 6 months.
Keywords:Packages. Cans. Fruit juices. Stability. Coatings.
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1 INTRODUO
Os alimentos so submetidos a vrios tipos de situaes desde o momento em
que so removidos de seu meio natural at o consumo. Fatores fsicos, qumicos e
microbiolgicos incidem adversamente em maior ou menor grau sobre os alimentos, aolongo das fases distintas de comercializao, podendo ocasionar sua perda para o
consumo, o que torna necessria uma proteo adequada mediante vrias formas de
atuao. Oferecer esta proteo uma das funes primordiais da embalagem (DANTAS,
1998).
A utilizao de embalagens metlicas confeccionadas em folhade-flandres a
forma mais antiga de acondicionamento industrial de alimentos, iniciado no sculo XIX,
que durante muitos anos representaram a principal alternativa de conservao dos maisdiversos tipos de alimentos.
As embalagens de ao so produzidas principalmente por folhas-de-flandres ou
folhas cromadas. As latas de trs peas, compostas por tampa, corpo e fundo, podem ser
fabricadas com tipos diferentes de costura lateral, que podem ser reunidas em trs grupos
principais, a soldagem convencional, a costura agrafada e a soldagem eltrica, existindo
pequenas variaes de processo em funo do tipo adotado.
A soldagem convencional foi por muitos anos utilizada para a formao da costura
lateral de latas de alimentos e bebidas, utilizando a solda estanho/chumbo, que causava
contaminao dos produtos por chumbo. Proposies legislativas levou os fabricantes de
latas de trs peas a buscar mtodos alternativos para esse processo (PEARSON, 1984
apud DANTAS, 1998, p.2). As opes empregadas atualmente para a formao da
costura lateral so a solda de estanho puro, o uso de resinas termoplsticas e a soldagem
eltrica.
A soldagem eltrica, introduzida nos anos 60, mostrou-se a melhor alternativa para
a fabricao de embalagens para alimentos (NORMAN,1976). O processo utilizado
baseia-se na soldagem por resistncia, ou seja, a fuso permanente de metais obtida pelo
efeito de seu aquecimento resultante da passagem de corrente eltrica atravs do metal,
que atua como uma resistncia no circuito de soldagem, conjuntamente com a aplicao
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de presso (CHIAPPE, 1970; FALKENBURG; MCGUINESS, 1980; SCHAERER, 1980). O
resultado a formao de uma solda homognea, cuja resistncia excede aquela do
material ao qual foi aplicada.
No processo de formao da eletrossolda, na regio correspondente soldaocorre um deslocamento do estanho da folha-de-flandres, ficando o ao exposto nesta
regio. Alm disso, a estrutura da solda apresenta um desnvel ou degrau, devido
diferena entre a sua espessura e a espessura da folha. Assim, no acondicionamento de
grande parte dos produtos alimentcios, o desempenho da lata eletrossoldada funo da
qualidade de proteo da regio de soldagem, chamada side stripe, a qual feita pela
aplicao de revestimentos orgnicos, formando uma barreira ao acesso dos alimentos,
minimizando as reaes de interao lata/alimento.
Alm dos revestimentos orgnicos, os revestimentos metlicos (estanho e cromo)
tambm oferecem proteo contra as reaes de interao lata/alimento. Com o custo
crescente do estanho e a preocupao na reduo do consumo das reservas minerais,
cada vez mais visa-se diminuir a camada de estanho, o que leva necessidade do
desenvolvimento de vernizes e/ou sistemas de envernizamento interno mais eficientes,
visando a manuteno da proteo dos produtos alimentcios.
Atualmente a Portaria n28/96 que regulamenta o uso de embalagens metlicas e
equipamentos em contato direto com alimentos, harmonizando as legislaes nacionais e
do MERCOSUL, autoriza o uso de folha-de-flandres com envernizamento interno com
camadas nominais de estanho de 2,8g/m, para contato direto com alimentos em geral,
sendo que camadas de estanho inferiores esto sujeitas aprovao prvia da
autoridade competente (BRASIL, 1996). Para tanto, existe a necessidade da realizao
de estudos cientficos que comprovem a viabilidade da reduo da camada de estanho
sem o comprometimento da qualidade do produto.
Faria (2000) e Dantas, Gatti e Saron (2000) avaliaram a viabilidade da reduo da
camada de estanho da folha-de-flandres no acondicionamento de produtos alimentcios
cidos. Faria (2000) avaliou latas com camadas nominais mnimas de estanho de 2,8g/m,
permitida pela legislao brasileira. Apenas Dantas, Gatti e Saron (2000) avaliaram a
possibilidade da utilizao da folha-de-flandres com envernizamento interno, com camada
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de estanho de 2,0g/m, portanto inferior recomendada pela legislao brasileira,
conforme resumido a seguir.
Faria (2000) avaliou o desempenho de latas de folhas-de-flandres no
acondicionamento e estocagem de palmito pupunha acidificado e pasteurizado,acondicionado em latas com revestimentos nominais de estanho de 8,4, 5,6 e 2,8g/m
todas com envernizamento interno com verniz epxi-fenlico dourado e um quarto tipo de
lata com revestimento nominal de estanho de 5,6g/m e com envernizamento interno em
verniz polister pigmentado de branco. O estudo demonstrou que no ocorreu uma
alterao da qualidade sensorial do produto durante a estocagem, sendo que a
embalagem com menor revestimento de estanho apresentou desempenho superior
quanto qualidade sensorial em relao embalagem de maior revestimento nominal de
estanho. A autora tambm concluiu que alm do revestimento de estanho, a pelcula e aqualidade do verniz aplicado so fatores decisivos na definio dos mecanismos e
velocidades dos processos decorrentes da interao lata/produto.
Dantas, Gatti e Saron (2000) avaliaram a viabilidade da reduo da camada de
estanho em latas para o acondicionamento de conserva de palmito, tendo sido estudados
trs tipos de latas em folha-de-flandres eletrossoldadas, com camadas nominais de
estanho de 2,0, 2,8 e 5,6g/m, mantendo o mesmo envernizamento interno para as trs
latas, em teste de estocagem a 35C por 180 dias. Verificou-se que a lata de menorestanhagem apresentou uma maior dissoluo de ferro em relao s latas de maior
estanhagem. A maior concentrao de ferro foi relacionada proteo insuficiente da
costura lateral pelo verniz, permitindo exposio excessiva do ao. Os autores concluram
que a utilizao de folhas-de-flandres com menores revestimentos de estanho de corpo
possvel, desde que seja garantida uma proteo eficiente na costura da eletrossolda.
A interao lata/alimento, considerando-se o enlatamento de alimentos cidos,
caracterizada principalmente pela dissoluo dos metais que constituem a embalagem, oferro e estanho, quando do uso de folhas-de-flandres e ferro e cromo quando do uso de
folhas cromadas (FARIA, 2000), o que pode levar a uma alterao das caractersticas
organolpticas do produto, podendo determinar a sua vida-de-prateleira.
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Assim, a forma mais tradicional e eficiente de avaliao do desempenho da
embalagem frente ao produto acondicionado para estimativa da vida-de-prateleira tem
sido a realizao de estudos de estabilidade, ou seja, testes de enlatamento e estocagem
em condies controladas, reproduzindo as condies reais de produo e uso. As
dificuldades destes estudos devem-se necessidade de dispor de grande nmero deembalagens e ao longo tempo envolvido, por determinar o tempo real, o que significa
altos investimentos, embora dificilmente se possa prescindir deles no estudo das
caractersticas bsicas da interao embalagem/alimento (DANTAS, 1999a).
A acidez do alimento o fator decisivo na interao lata/alimento, sendo, em geral,
a maior corrosividade correspondente a produtos com pH mais baixo, porm o efeito da
acidez no depende somente do pH do meio, mas tambm do tipo de cido presente, que
pode condicionar o comportamento eletroqumico dos metais (CATAL, 1979).
Os sucos de frutas so sistemas complexos que consistem de uma mistura aquosa
de vrios componentes orgnicos volteis e instveis, responsveis pelo sabor e aroma
do produto, alm de acares, cidos, sais minerais, vitaminas e pigmentos (ALVES;
GARCIA, 1993). Em particular o suco de maracuj tem um sabor intenso e muito
aromtico, com um alto contedo em slidos solveis e alta acidez.
O suco de maracuj apresenta uma importante possibilidade de crescimento nacomercializao e consumo de sucos prontos para beber, uma vez que o maracuj uma
fruta tpica brasileira, disponvel em abundncia em todas as pocas do ano. Por ser
representante da classe de frutas cidas, apresenta caractersticas agressivas ao material
metlico, requisitando uma especificao adequada de envernizamento interno,
principalmente do side stripe,para manuteno das suas propriedades organolpticas e
garantia da sua vida-de-prateleira.
Neste estudo foram realizados testes de estocagem do suco de maracuj prontopara beber acondicionado em embalagens de ao, com trs sistemas diferentes de
revestimentos orgnicos internos, com variaes principalmente no side stripe, utilizando-
se duas temperaturas de estocagem, de forma a se obter dados sobre as alteraes do
suco decorrentes da interao embalagem/produto.
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Os objetivos do presente estudo foram:
avaliar a melhor condio de envernizamento interno do corpo e costura lateral de
latas de folha-de-flandres de trs peas, por meio da aplicao de trs sistemas de
revestimentos orgnicos diferentes, objetivando a proteo da regio de soldagem,onde existe uma maior exposio do ao constituinte da folha metlica, permitindo a
diminuio das reaes de interao embalagem/alimento e aumentando
consequentemente a sua vida-de-prateleira;
verificar a viabilidade da utilizao de folha-de-flandres com camada de estanho
nominal de 2,0g/m em contato com bebidas cidas, inferior ao permitido atualmente
pela legislao brasileira de 2,8g/m, quando considerado seu uso com revestimento
polimrico;
introduzir essa embalagem como alternativa para o acondicionamento de sucos de
frutas cidas.
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2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Histrico
A maioria das espcies Passifloraso brasileiras, conhecidas pelo nome indgenamaracuj. Passiflora uma palavra latina composta de passio, a paixo, e de flos oris, a
flor, ou seja, flor da paixo, nome empregado para designar as espcies do gnero
Passiflora, da famlia das Passifloraceae, da ordemPassiflorales. Os colonos portugueses
acreditavam ver nos segmentos das flores de maracuj os diversos objetos que serviram
ao martrio de Jesus Cristo, da o nome Flor da Paixo (PIRATININGA, 2001).
A famlia Passifloraceae, da ordem Passiflorales, qual o maracuj pertence,
compreende 12 gneros e mais de 400 espcies, sendo que mais de 50 espcies socomestveis, com distribuio principalmente nos trpicos, na Amrica, sia e frica. No
Brasil a famlia representada apenas pelos gneros Dilkea e Passiflora (JAGTIANI;
CHAN JUNIOR; SAKAI, 1988; TEIXEIRA, 1994).
As duas principais variedades comerciais so o maracuj roxo, Passiflora edulis
Sims, e o maracuj amarelo, Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener. O maracuj
roxo produz um fruto menos cido que o maracuj amarelo, bastante apreciado para o
consumo in natura. O maracuj amarelo tem um sabor muito cido e a variedadecomercial de maior produtividade, sendo a nica variedade industrializada no Brasil
(FOLEGATTI; MATSUURA, 2002).
O fruto do maracuj uma baga de forma subglobosa ou ovide, com epicarpo s
vezes lignificado e mesocarpo com espessura variando de 0,5 a 4,0cm. No maracuj
amarelo, seu dimetro polar de 6 a 8cm e o equatorial de 5 a 7cm, com peso mdio
variando de 44 a 160g. No roxo, estes dimetros so de 4,3 a 7,2cm e de 3,9 a 5,1cm,
respectivamente, com peso mdio de 23,6 a 61g. A casca de textura coricea e acolorao varia do amarelo intenso ao roxo no final do amadurecimento. O mesocarpo
carnoso e no seu interior esto as sementes (200 a 300) recobertas pelo arilo, o qual
contm um suco amarelo e aromtico. O desenvolvimento do arilo est intimamente
relacionado com o das sementes (DURIGAN; DURIGAN, 2002).
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A utilizao do maracuj bastante diversificada, sendo que a sua principal
aplicao se encontra no uso alimentcio. Devido natureza da sua poro comestvel, o
maracuj utilizado principalmente na forma de suco. Segundo Medina et al. (1980), o
maracuj no muito utilizado para consumo como fruta fresca, em funo de seu sabor
muito concentrado. Em virtude do exotismo e intensidade de seu sabor, bem como de suaelevada acidez, o suco de maracuj tem sido descrito como um concentrado natural
(LUH, 1971). Quando adoado e diludo produz uma bebida bastante saborosa e o seu
sabor combina facilmente com outras frutas.
A polpa do maracuj pode ser aproveitada em diversos produtos como doces,
aroma de sorvetes, iogurtes, saladas tropicais, refrescos e refrigerantes, porm os
produtos de maior importncia econmica so o suco integral, o suco concentrado e o
nctar (CHAN JUNIOR, 1993).
2.2 Suco de maracuj
A demanda por bebidas de fruta amplamente baseada no seu valor nutritivo,
sabor, aroma e cor. Estes fatores de qualidade dependem diretamente da composio
qumica da fruta fresca. O suco de fruta uma fonte de vitaminas, minerais, carboidratos,
aminocidos, compostos de flavonides e provavelmente outros constituintes ainda no
identificados. A composio qumica do suco de fruta depende da combinao dasinfluncias dos mecanismos reguladores genticos e das condies fsicas, qumicas e
biolgicas do ambiente ao qual a fruta fresca submetida durante o crescimento e depois
da colheita (LUH, 1971).
O suco de maracuj pronto para beber classificado como suco tropical, de
acordo com os padres de identidade e qualidade gerais para suco tropical do Ministrio
da Agricultura. Suco tropical , por definio, produto obtido pela dissoluo, em gua
potvel da polpa da fruta polposa de origem tropical, por meio de processo tecnolgicoadequado, no fermentado, de cor, aroma e sabor caractersticos da fruta, submetido a
tratamento que assegure sua conservao e apresentao at o momento do consumo. O
suco tropical adicionado de acar, pode ser designado com suco pronto para beber ou
com termos semelhantes (BRASIL, 2003).
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Os sucos prontos para beber provenientes da polpa de maracuj, de acordo com a
Instruo Normativa n12/2003 do Ministrio da Agricultura, so designados de nctar de
maracuj, que definido como bebida no fermentada, obtida da diluio, em gua
potvel, da parte comestvel do maracuj e acares, destinado ao consumo direto,
podendo ser adicionado de cidos. Os padres de identidade e qualidade estabelecidospela referida Instruo Normativa para nctar de maracuj so apresentados na Tabela 1
(BRASIL, 2003).
Tabela 1 - Padres de identidade e qualidade estabelecidos pela Instruo Normativa
n12/03 para nctar de maracuj.
Parmetro Especificao
Cor Variando de amarela a alaranjada
Sabor Caracterstico
Aroma Prprio
Suco ou polpa de maracuj (g/100)(1) Mnimo de 10,00
Slidos solveis em Brix, a 20C(1) Mnimo de 11,00
Acidez total em cido ctrico (g/100g)(1) Mnimo de 0,25
Acares totais (g/100g)(1) Mnimo de 7,0(1)Valores mximos no estabelecidos.
Fonte: Brasil (2003).
2.3 Composio qumica do suco de maracuj
Existem poucos trabalhos na literatura sobre sucos prontos para beber, assim a
descrio de composio qumica do suco de maracuj feita principalmente com relao
as caractersticas dos sucos integrais, adoados e diludos.
A composio qumica do suco de maracuj pode variar em funo de vrios
fatores relacionados ao tipo, plantio e manuseio do fruto, dentre eles a espcie, a poca
de colheita, o tamanho e estgio de maturao e desenvolvimento do fruto, fertilidade do
solo, condies climticas, manuseio ps-colheita, dentre outros (GARCIA et al., 1980).
O suco de maracuj um produto de aroma e acidez muito acentuados e alto
contedo de cidos orgnicos. As faixas de pH e de acidez total para o maracuj amarelo
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so de 2,8 e 3,3 para o pH e de 5% para acidez total, expresso como cido ctrico, m/m, e
para o maracuj roxo de 2,6 a 3,3 para pH e 2,4 a 4,8% para a acidez total em cido
ctrico.
O maracuj amarelo tem o cido ctrico como cido predominante (55%), seguidode cido mlico (10,55%) e em menor proporo o cido ltico (0,58%), malnico (0,13%)
e traos do cido succnico. O maracuj roxo apresenta 13,10% de cido ctrico, 3,86%
de cido mlico, 7,49% de cido ltico, 4,95% de cido malnico, 2,42% de cido
succnico (JAGTIANI; CHAN JUNIOR; SAKAI, 1988; CHAN JUNIOR, 1993).
Os carboidratos totais so o segundo maior grupo de constituintes do suco de
maracuj. Os teores de acares totais da variedade amarela representam 13 a 18% com
valor mdio de 15% e os teores da variedade roxa variam entre 14,4 a 21,9%, com umvalor mdio de 17,3%. A relao acar/acidez de 5:1 para o maracuj roxo e de 3:8
para o maracuj amarelo (LUH, 1971; JAGTIANI; CHAN JUNIOR; SAKAI, 1988; CHAN
JUNIOR, 1993).
A distribuio dos principais componentes dos slidos solveis totais do suco do
maracuj de ambas as variedades so praticamente iguais. Na variedade amarela a
glicose o acar principal com 38,1%, seguido da sacarose com 32,4% e da frutose com
29,4%, enquanto que no maracuj roxo o principal acar a glicose com 37,1%, seguidoda frutose com 33,5% e da sacarose com 29,4% (JAGTIANI; CHAN JUNIOR; SAKAI,
1988; CHAN JUNIOR, 1993).
O suco de maracuj uma fonte de cido ascrbico e a variedade roxa apresenta
teores maiores de cido ascrbico que a variedade amarela. A estabilidade do cido
ascrbico no suco de maracuj comparvel estabilidade de sucos ctricos (LUH,
1971). O contedo de vitamina C maior nas espcies roxas (29,8mg de cido ascrbico
em 100g de suco) que nas amarelas, que de 18,2mg de cido ascrbico em 100g desuco (JAGTIANI; CHAN JUNIOR; SAKAI, 1988; CHAN JUNIOR, 1993; DURIGAN,
DURIGAN, 2002).
A presena de aminocidos livres em sucos de maracujs tem sido reportada. O
suco de maracuj roxo contm leucina, valina, tirosina, prolina, teonina, glicina, cido
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asprtico, arginina e lisina. Contudo, no foi verificada a presena de metionina,
fenilalanina e triptofano no produto (LUH, 1971; JAGTIANI; CHAN JUNIOR; SAKAI, 1988;
CHAN JUNIOR, 1993).
O suco de maracuj contm pequenas quantidades de pectina e quantidadessignificativas de amido, o que pode provocar o aparecimento de precipitados brancos ou
escuros durante a estocagem de sucos e bebidas (LUH, 1971). Geralmente as
quantidades de amido verificadas no suco de maracuj da variedade roxa so superiores
s observadas na variedade amarela, cerca de 0,74% e 0,06%, respectivamente.
O amido presente no maracuj se gelatinisa em temperaturas superiores a 55C.
Isto leva a severos problemas durante o processamento a quente de suco de maracuj. O
alto teor de amido causa depsitos gelatinosos que acumulam na superfcie aquecida dotrocador de calor, resultando na diminuio da eficincia do sistema e deteriorao do
sabor do suco.
A presena da enzima catalase em suco de maracuj da variedade amarela j foi
comprovada, podendo ser at 100% inativada pelo aquecimento do suco a 79C por 75
segundos. Tambm foi verificada a presena da enzima fenolase, responsvel pelo
escurecimento de suco concentrado. A enzima pectina metil esterase j foi relatada como
estando presente no suco de maracuj roxo e sua inativao pode ser conseguida peloaquecimento a 80C por 60 a 75 segundos (JAGTIANI; CHAN JUNIOR; SAKAI, 1988;
CHAN JUNIOR, 1993).
O suco de maracuj apresenta cor de laranja para amarelo devido a complexa
mistura de pigmentos carotenides no qual o beta caroteno predomina (LUH, 1971).
Jagtiani, Chan Junior e Sakai (1988) e Chan Junior (1993) citam que os principais
pigmentos do maracuj roxo so o -, - e - caroteno e relatam ainda a presena das
substncias fitoflueno, -apo-12-carotenal, -apo-8-carotenal, criptoxantina, auroxantinae mutatoxantina, a ausncia de antocianinas e a presena de traos de flavonides.
Segundo reviso bibliogrfica realizada por Durigan; Durigan, (2002) o aroma do
suco de maracuj formado por 73 compostos volteis, sendo que os principais
componentes (95%) so o hexanoato de hexila, principal componente, o butirato de etila,
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responsvel pelo aroma adocicado e indicador do frescor, o hexanoato de etila e o
butirato de hexila. Os componentes do suco do maracuj amarelo e da sua forma
Flavicarpa diferem consideravelmente entre si, seus componentes so o linalol, nerol,
geraniol e -terpeniol, que esto mais na forma de glicosdeos que na forma livre.
Recentemente, alguns trabalhos tm revelado a presena de vrias outras agliconas
norterpenides C13.
O processamento trmico do suco de maracuj pode ocasionar a perda de grande
parte dos componentes de aroma e sabor, os quais devem ser repostos, alm de gerar
outros componentes aromticos, no presentes na forma livre, liberados durante o
tratamento trmico na presena de cidos naturais da fruta (FOLEGATTI, MATSUURA,
2002).
A presena de compostos alcalides foi detectada em maracuj e testes
farmacolgicos mostraram que o suco tem um leve efeito sedativo. Ambas as variedades
de maracuj amarelo e roxo apresentam pequenas quantidades de compostos
cianognicos no fruto maduro, porm sem efeito toxicolgico (JAGTIANI; CHAN JUNIOR;
SAKAI, 1988; CHAN JUNIOR, 1993).
2.4 Estudos de caracterizao e estabilidade fsico-qumica e sensorial de sucos de
maracuj
Cecchi (1978) avaliou as caractersticas fsicas, qumicas e sensoriais de sucos de
maracuj processados e no processados. Os sucos processados foram elaborados a
partir de sucos simples pasteurizados e engarrafados e os no-processados foram
obtidos de dois lotes de frutas, as quais tiveram a polpa e as sementes batidas em
liquidificador e seu Brix corrigido com gua at atingir o mesmo teor do suco processado
(9Brix). O suco processado foi centrifugado e a polpa separada. Foram detectados sete
tipos de carotenides no suco no-processado e na polpa extrada do suco processado,os quais foram identificados como -, -, - e - caroteno, neurosporeno, licopeno,
aurocromo, criptocromo e auroxantina. O - caroteno e -caroteno representaram 55 e
20% dos carotenides totais nos sucos processados e 36 e 32% no suco no processado,
respectivamente. Os slidos totais determinados para o suco com polpa foi de 8,90Brix e
para o suco sem polpa 8,73Brix. O pH observado para ambos os sucos com e sem polpa
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foi de 3,10. A acidez titulvel, em % de cido ctrico, dos dois sucos foram de 1,64 a 1,68.
O teor de cido ascrbico encontrado foi de 1,51 a 1,67 para o suco com polpa e de 1,22
a 1,38 para o suco sem polpa.
Garruti (1989), a partir da comparao das caractersticas qumicas, fsicas efsico-qumicas de duas marcas comerciais nacionais de sucos de maracuj no
estabilizados e duas marcas de suco estabilizado, todos integrais, pasteurizados e
engarrafados, no verificou grandes variaes qumicas nestes produtos, observando
uma faixa de 12,97 a 14,33Brix (a 20C), valores de pH de 2,01 a 2,76, acidez titulvel
(% de cido ctrico) de 2,73 a 4,09, relao Brix/acidez de 3,17 a 5,25 e teor de cido
ascrbico (mg/100mL) de 9,11 a 17,59. A avaliao sensorial destes produtos indicou que
os sucos estabilizados apresentaram caractersticas sensoriais semelhantes s dos sucos
no estabilizados, no havendo alterao da intensidade de cor, turbidez, saborcaraterstico de maracuj, adstringncia e acidez.
Righetto (1996) avaliou a estabilidade fsico-qumica e sensorial de suco de
maracuj, puro (integral) e adoado na proporo de 1:1 (m/v), (quantidade necessria
para que o suco, aps diluio, fosse adequado para consumo) acondicionados em sacos
de polietileno de baixa densidade e congelados por um perodo de 55 dias, elaborados de
maracujs amarelos adquiridos no mercado da cidade de Londrina. Verificou que no
ocorrem variaes fsico-qumicas: pH, teor de slidos solveis, acidez, acares totais eredutores, cido ascrbico, exceo feita para o -caroteno que sofreu uma perda
considervel nos dois produtos, para a cor e para alguns atributos sensoriais.
Os sucos apresentaram valores de pH entre 2,79 e 3,09 e o teor de slidos
solveis variou no suco entre 12,8 e 13,2% e no suco adoado entre 54,7 a 55,6%, no
havendo alterao do teor de slidos ao longo do tempo de congelamento. A acidez dos
dois sucos no apresentou diferenas significativas, sendo em mdia de 4,17% de cido
ctrico. Os teores de cido ascrbico determinados inicialmente no suco fresco variaramentre 13,5 e 20,0mg/100g, sendo verificada uma perda mdia de 4,0 e 4,9%, para os
sucos puro e adoado, respectivamente, tendo concludo que estas diferenas foram
insignificantes. Os teores de -caroteno determinados inicialmente no suco fresco
variaram entre 4,3 a 9,0g/g, sendo que durante a estocagem o -caroteno foi degradado,
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com uma perda total para o suco puro de 50,6% e no adoado de 38,2%, concluindo que
o acar pode ter proporcionado ao suco um efeito crioprotetor sobre o -caroteno.
A avaliao instrumental da cor demonstrou que no houve alterao do suco
adoado, no entanto, ocorreu o clareamento do suco integral ao longo do tempo de
estocagem, provavelmente em funo da degradao dos pigmentos. A avaliao
sensorial mostrou que o suco puro perdeu praticamente todos os aromas maracuj e
adocicado e dos sabores maracuj e doce, mantendo intensamente apenas as
percepes de gosto cido e sensao residual. O suco adoado apresentou uma
reteno maior do aroma e sabor caracterstico do maracuj e do aroma adocicado e
apresentou uma menor percepo do gosto cido e sensao residual (RIGHETTO 1996).
Alves et al., (2001) avaliaram a estabilidade fsico-qumica e sensorial de suco demaracuj pronto para beber, acondicionado em trs tipos de embalagens plsticas, com
diferentes propriedades de barreira ao oxignio, e em uma embalagem cartonada,
condicionados a temperatura controlada de 252C por 90 dias. O suco estudado foi
formulado a partir da polpa congelada, com adio de gua potvel, cido, acares e
conservantes (50mg/kg de metabissusulfito de sdio mais 100mg/kg de benzoato de
sdio), pasteurizado e acondicionado assepticamente nas embalagens plsticas de
250mL e na embalagem cartonada. Afim de diminuir o oxignio presente no espao livre
das embalagens plsticas, estas foram enchidas com injeo de nitrognio.
As embalagens plsticas utilizadas eram filmes multicamadas base de polietileno
de baixa densidade linear PEBDL combinado a um polietileno barreira a gs, sendo dois
copolmeros de etileno e lcool vinlico EVOH, com dois nveis de barreira a gases,
filmes A e B, com taxas de permeabilidade ao oxignio TPO2 (25C e 75% umidade
relativa) de 1,40 e 2,96cm(CNTP)/m/dia, respectivamente e um copolmero de cloreto de
vinila e cloreto de vinilideno PVDC, filme C, com TPO2de 13,74cm (CNTP)/m/dia. A
embalagem cartonada era um laminado composto de polietileno de baixa densidade -
PEBD/carto duplex/PEBD/Alumnio (9m)/PEBD, com TPO2de
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de 4 para 10% e na embalagem com filme C, a mais permevel, o teor oxignio aumentou
de 5,5 para 15%. Os volumes mdios de gases dos espao-livres determinados foram de
22 a 23mL, embora tenham sido observados grandes intervalos de variao em cada tipo
de embalagem, sendo de 8 a 47mL na embalagem de filme A, de 12 a 32mL na
embalagem de filme B e de 10 a 45mL na embalagem de filme C.
O suco de maracuj pronto para beber foi caracterizado no incio do estudo como
tendo o teor de slidos solveis de 14,2 a 14,6Brix. Os valores de pH e acidez (em % de
cido ctrico) permaneceram estveis em todas as embalagens estudadas durante os 90
dias de estocagem a 25C, mantendo-se os valores de pH entre 3,0 e 3,3 e os teores de
cido ctrico entre 0,31 a 0,34%. Foi verificada uma reduo acentuada no teor de
vitamina C durante a estocagem, uma vez que o suco das diversas embalagens no incio
dos estudo apresentou entre 14,5 e 23,3mg/100mL de cido scorbico e aos 41 dias deestocagem reduziu-se a menos de 1mg/100mL de cido scorbico.
A avaliao sensorial do suco de maracuj pronto para beber demonstrou que a
cor amarela manteve-se estvel ao longo dos 90 dias de estocagem nos sucos estocados
nas embalagens com filme A e cartonada, havendo uma pequena perda da qualidade nos
produtos das embalagens B e C, constatada aos 60 dias de estocagem. A perda da
qualidade global no suco foi causada principalmente pela perda de sabor caracterstico
aps 70 dias de estocagem, sendo mais acentuada nas embalagens dos filmes B e C,comparativamente aos sucos da embalagem cartonada e da embalagem com o filme A.
A vida-de-prateleira do suco de maracuj nas diferentes embalagens foi
determinada pela qualidade sensorial global do suco, quando ocorreu a perda de cerca de
50% da qualidade inicial do produto. Assim sendo, a vida-de-prateleira estimada para o
suco pronto para beber foi de cerca de 70 dias para as embalagens com os filmes B e C,
de 80 dias no filme A e de 90 dias na cartonada (ALVES et al., 2001).
A Tabela 2 apresenta um resumo das principais caractersticas fsico-qumicas
citadas anteriormente, em sucos de maracuj integrais e pronto para beber estudados no
Brasil.
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Tabela 2 -Principais caractersticas fsico-qumicas determinadas em sucos de maracuj
estudados no Brasil.
Cecchi(1978)
Garruti(1989)
Righetto(1996)
Alves et al.,(2001)
ParmetroSuco integral
clarificado Suco integral Suco integralSuco prontopara beber
Brix (a 20C) 8,73 8,90 12,97 14,33 12,8 13,2 14,2 14,6
pH 3,10 2,01 2,76 2,79 3,09 3,0 3,3
Acidez total em cidoctrico (g/100g)
1,64 1,68 2,73 4,09 4,17 0,31 0,34
cido ascrbico(mg/100mL)
1,51 1,67 9,11 17,59 13,5 20,0 14,5 23,3
2.5 Processamento de suco de maracuj
No processamento do suco inicialmente os frutos de maracuj so selecionados,
visando eliminar os frutos com problemas de contaminao microbiolgica ou
deterioraes, que poderiam comprometer a qualidade do suco do ponto de vista
sanitrio, sensorial e de composio. Posteriormente, passam por uma etapa de lavagem,
realizada com o objetivo de remover as sujidades aderidas casca dos frutos e desinfet-
los. A gua utilizada para a lavagem deve conter um nvel varivel de 5 a 20mg/L de
cloro livre. Geralmente esta operao feita manualmente, enquanto os frutos so
conduzidos por uma esteira transportadora (TOCHINNI et al., 1994).
Uma etapa crtica no processamento do suco de maracuj a operao de corte,
pois pode ocorrer a incorporao ao suco de materiais provenientes da casca e da ruptura
das sementes, de difcil remoo, que resultam em defeitos no produto final, como
alteraes de cor, aroma e sabor. Este problema pode ser minimizado pela escolha de
cortadores que causem menos danos aos frutos. Em alguns sistemas de produo, o
corte feito pelo mesmo equipamento que realiza a extrao do suco, em operaes
consecutivas. Alguns extratores, por outro lado, so alimentados com frutos inteiros
(TOCHINNI et al., 1994; FOLEGATTI; MATSUURA, 2002).
Vrios so os mtodos empregados na extrao da polpa e do suco de maracuj.
O mtodo manual o mais simples, utilizado por indstrias caseiras, onde a fruta
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cortada, a polpa extrada manualmente e separada da semente por meio de peneira ou
pano.
Um dos mtodos de extrao industrial considerado muito eficiente para grandes
volumes de produo, com rendimento mdio de 33% de suco, foi desenvolvido pelaUniversidade do Hawai. O fruto cortado em fatias por um sistema de facas circulares e
transferido para um extrator centrfugo, que consiste em um cesto perfurado, com paredes
inclinadas e aletas internas soldadas na parede, que formam quatro compartimentos que
asseguram que as fatias da fruta girem na mesma velocidade do cesto. A fora centrfuga
separa a polpa e as sementes da casca atravs das perfuraes do cesto e as cascas
so transportadas para fora. Uma das desvantagens deste sistema que algumas
sementes podem ser cortadas, sendo necessrio o uso de telas para a operao de
acabamento, podendo tambm ocorrer a extrao de sabores indesejveis da casca.
A Nova Zelndia e Tonga utilizam um mtodo de extrao onde o fruto cortado
em duas partes e a polpa extrada por suco. Neste caso as sementes so extradas
junto com a polpa e a separao feita por centrifugao ou por telas.
Na Austrlia vrios sistemas de extrao so utilizados. O mais utilizado um
sistema de extrao com cones convergentes, onde o dispositivo consiste em dois cones
giratrios, com duas aberturas, sendo uma maior em cima e uma menor em baixo. A fruta alimentada pela abertura maior e carregada para baixo, sendo esmagada entre os dois
rolos, provocando o rompimento da casca e a expulso da polpa e da semente. A polpa
separada das sementes por telas giratrias.
Em outro mtodo australiano, a fruta presa entre duas semi esferas e feito um
corte na forma cruz na casca na parte inferior da fruta, em seguida um pisto entra pela
parte superior da fruta ejetando a polpa, o suco e as sementes pela parte inferior. Este
processo tem a vantagem de manter o contato mnimo do suco com as enzimas da casca.A separao do suco da polpa e das sementes pode ser feito em dois estgios, passando
por um despolpador com escovas de nylon e tela e em seguida por um segundo
despolpador com lminas de borracha e tela de acabamento em ao inoxidvel de
60mesh.
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Semelhante ao mtodo australiano, na Itlia foi desenvolvido um sistema de
extrao por compresso, onde a fruta comprimida entre dois rolos, sendo um revestido
de borracha e outro possui dentes de ao inox. A casca fraturada entre os rolos, o rolo
dentado ento prensa a fruta quebrada contra uma tela por onde a polpa flui (JAGTIANI;
CHAN JUNIOR; SAKAI, 1988; CHAN JUNIOR, 1993).
O sistema de extrao mais utilizado atualmente no Brasil o de trs estgios,
composto por um cortador de discos de ao inoxidvel, que tem por finalidade cortar o
fruto, um batedor que consiste em um cilindro de ao inoxidvel perfurado, provido de
uma srie de batedores acoplados a um eixo central, que separa a casca do suco, polpa e
sementes. E finalmente, por dois despolpadores, que consistem em peneiras cilndricas
com um eixo central equipado com escovas de nylon. O primeiro despolpador separa o
suco das sementes e o segundo realiza o acabamento, que a remoo parcial ou totalda polpa extrada com o suco. Existe ainda um sistema de dois estgios, provido de um
nico despolpador (TOCCHINI et al., 1994; TOCCHINI; NISIDA; MARTIN, 1995).
Aps a extrao, o suco pode ser aquecido a 50C e submetido a um tratamento
enzimtico, que utiliza enzimas pectinolticas que degradam a pectina, diminuindo assim a
viscosidade do suco. A alta viscosidade do suco pode ocasionar depsitos e queimas nos
trocadores de calor durante a pasteurizao, comprometendo a qualidade do produto
(FOLEGATTI; MATSUURA, 2002).
Aps o tratamento enzimtico realizada a centrifugao, que tem por objetivo
remover a polpa contida no suco, que tambm influencia a sua viscosidade. Em alguns
sistemas so utilizadas centrfugas que operam sob presso de um gs inerte, como o
nitrognio, o que evita a incorporao de oxignio. Em outros, a centrifugao seguida
por um processo de desaerao, que consiste na remoo do ar dissolvido no produto por
meio de desaeradores, para evitar reaes de oxidao, responsveis por alteraes da
cor, aroma e sabor do produto final (TOCHINNI et al., 1994; FOLEGATTI; MATSUURA,2002).
Os mtodos de preservao do suco de maracuj podem ser atravs de
tratamento trmico, congelamento e adio de preservantes qumicos como o benzoato
de sdio e sorbato de potssio. O sabor do maracuj extremamente sensvel ao calor,
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sendo que quando se utiliza a pasteurizao inevitavelmente ocorre perda de sabor e
aroma e a grande quantidade de amido, presente no maracuj, pode provocar o acmulo
de depsitos gelatinosos nos trocadores de calor, que podem alterar a qualidade do suco
(JAGTIANI; CHAN JUNIOR; SAKAI, 1988; CHAN JUNIOR, 1993).
Quando empregado, o tratamento trmico tem por objetivo eliminar
microrganismos patognicos e causadores de deteriorao e inativar enzimas presentes
no suco. A contaminao por microorganismos decorre, principalmente, da operao de
corte dos frutos, quando a etapa de lavagem no bem realizada. Sendo um produto de
acidez elevada e razovel concentrao de acares, o suco de maracuj um meio
altamente seletivo, sendo que os microorganismos que suportam estas condies no suco
so leveduras do gnero Candidae Saccharomyces(TOCHINNI et al., 1994).
O tratamento trmico do suco estabelecido em funo das caractersticas
desejadas para o produto como viscosidade, grau de contaminao inicial, etc., mas, de
modo geral, recomendam-se sempre temperaturas superiores a 85C. Diferentes
combinaes de temperatura/tempo podem ser usadas, dependendo do tipo de
equipamento utilizado e qualidade do suco. Em pasteurizadores de placas pode-se
efetuar o tratamento a 90-95C por 45 segundos (TOCHINNI et al., 1994; FOLEGATTI;
MATSUURA, 2002).
A concentrao outro mtodo que pode ser utilizado na manuteno da
estabilidade de suco de maracuj. A definio do tempo de reteno do produto no
concentrador deve considerar a viscosidade do suco, que dependente dos seus teores
de polpa, compostos pcticos e amido, principalmente. Este processo comprometido
pela presena de amido, que se geleifica durante o aquecimento, aumentando a
viscosidade do suco. Nas variedades de maracuj com alto teor de amido,
recomendvel o tratamento enzimtico (com amilases) ou a separao por centrifugao.
O suco concentrado deve necessariamente ser readicionado de aromas. Quando o
equipamento empregado na concentrao no dispuser de uma unidade recuperadora de
aromas, deve-se efetuar a adio de parte de suco fresco (10%) ao suco concentrado.
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A concentrao do suco de maracuj pode ser realizada por meio de concentrador
a vcuo, operando a temperaturas entre 41C e 55C, at a obteno de teores de slidos
solveis prximos a 55Brix (TOCCHINI et al., 1994; TOCCHINI; NISIDA; MARTIN, 1995).
No Brasil e Austrlia comum o uso de evaporadores centrfugos para aconcentrao de suco de maracuj. Nesses equipamentos, a superfcie de transferncia
de calor consiste em um ou mais cones rotativos de ao inoxidvel. O suco distribudo
por fora centrfuga nas superfcies internas dos cones, formando um filme de espessura
fina, posteriormente a remoo do concentrado feita por um tubo, a partir de uma
depresso na base do cone. A principal vantagem dos evaporadores centrfugos que
operam com tempos de reteno baixos (0,2 a 1,0 segundo), o que minimiza as
alteraes no produto causadas pelo calor. O suco de maracuj processado sem a
remoo do amido por centrifugao pode ser concentrado por este tipo de equipamentoat 40 a 56Brix e sucos centrifugados podem obter uma concentrao final de 65 a
70Brix.
O mtodo de conservao de suco de maracuj integral ou concentrado por
congelamento mostra-se bastante eficiente na preservao do sabor e cor, podendo ser
mantido a temperaturas de -2 a -12C. O suco concentrado tambm pode ser adicionado
de acar (55 a 65 partes de acar para 100 partes de suco) (JAGTIANI; CHAN
JUNIOR; SAKAI, 1988; CHAN JUNIOR, 1993).
A Figura 1 apresenta fluxograma simplificado das principais etapas do
processamento de suco de maracuj integral.
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Extrao do suco
Seleo e inspeo
Lavagem
Seleo final
Corte
Recebimento da matria-prima
Remoo de talos
Acabamento
Tratamento enzimtico
CongelamentoPasteurizao Preservantesqumicos
Adio deacar
Concentrao
Figura 1 -Fluxograma geral das principais etapas do processamento de suco de maracuj.
2.6 Embalagens Metlicas
2.6.1 Materiais utilizados na fabricao de embalagens metlicas
As principais matrias-primas empregadas na fabricao de embalagens metlicas
so as folhas base de ao, as chapas de alumnio, os vernizes para o revestimento
interno e externo e vedantes utilizados nas recravaes (unio entre o corpo e a tampa ou
fundo) para o fechamento das latas.
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As folhas metlicas so produtos planos de ao de baixo teor de carbono, com
espessura mxima de 0,45mm, revestidas por processo eletroltico ou sem revestimento.
Dentre as folhas encontram-se a folha-de-flandres, a folha cromada, a folha no revestida
e as folhas de baixo revestimento de estanho (COMPANHIA SIDERRGICA NACIONAL -
CSN, s.d.; ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS - ABNT, 1995).
A folha-de-flandres formada por distintas camadas, onde o ao de baixo teor de
carbono revestido em uma ou em ambas as faces com uma camada de estanho
metlico comercialmente puro, depositado por eletrodeposio; por uma camada de
passivao, formada por compostos de cromo; e finalmente protegida por uma pelcula de
leo lubrificante, que visa facilitar o manuseio e proteo das folhas contra danos
mecnicos. O estanho nesta folha pode se apresentar somente na forma metlica ou
como uma camada intermetlica de ferro/estanho na forma de FeSn2, dependendo da suaespecificao (SARON; GATTI,1999).
A folha cromada a folha de ao de baixo teor de carbono revestida em ambas as
faces com camadas de cromo metlico e xidos de cromo, aplicado por eletrodeposio,
protegida com uma pelcula de leo lubrificante (CSN, s.d.; SARON; GATTI, 1999).
As chapas de alumnio apresentam na sua superfcie uma camada de xidos
formados naturalmente na sua produo. O alumnio apresenta dutilidade superior folha-de-flandres e menor densidade em relao ao ao, sendo muito utilizado na
indstria de embalagens metlicas para alimentos para vrias aplicaes, dentre elas a
fabricao de latas de duas peas (corpo e fundo) pelos sistemas DRD (Draw-Redraw) e
DWI (Draw and Wall Ironing), tubos colapsveis, tampas de fcil abertura, dentre outras
(DANTAS,1999a).
2.6.2 Latas de trs peas
As latas de trs peas so formadas por corpo, tampa e fundo, onde uma
extremidade recravada ao corpo pelo fabricante da lata e a outra enviada
separadamente ao usurio, para o fechamento da lata aps o enchimento. Geralmente,
as latas de trs peas possuem formato cilndrico, podendo apresentar formatos
retangulare