Educação Permanente como estratégia de gestão Laura Camargo Macruz Feuerwerker Profa. Associada...

Post on 16-Apr-2015

108 views 0 download

Transcript of Educação Permanente como estratégia de gestão Laura Camargo Macruz Feuerwerker Profa. Associada...

Educação Permanente como estratégia de gestão

Laura Camargo Macruz FeuerwerkerProfa. Associada Faculdade de Saúde Pública da USP

Congresso do ConasemsBrasília, junho de 2013

Processo de Trabalho em Saúde

Tecnologias envolvidas no fazer

DurasEquipamentosMedicamentos

Clínica,Epidemiologia

Leve-duras

Leves

Relacionais (encontro entre perspectivas,

entre mundos)

Sempre envolve encontros e aprodução de relações

Trabalho Vivo

Trabalho Morto

O outrosujeito

singularidade, subjetividadeafecção, incerteza, imprevisibilidade

O outroobjeto

fragmentação,padronização, procedimentos

O trabalho em saúde envolve encontros e disputas

• Tensão constitutiva do encontro

cuidador: possibilidade de troca

ou de interdição de saberes num

território que desafia o saber

técnico-científico.• As diferentes expectativas –

usuário/família e trabalhadores.• As diferentes referências: os

saberes técnicos e a vida.• Os diferentes lugares: quem é

sujeito e quem é objeto.• A disputa pelo comando da vida.• Diferentes trabalhadores

disputando o sentido do trabalho

Educação permanente e micropolítica

• Reconhecer que na saúde todos governam! (todos disputam os sentidos do trabalho!)

• Gestores podem menos do que gostariam...

• Trabalhadores e usuários são produtores ativos da dinâmica das unidades e da lógica da atenção.

• Gestores podem apostar no controle sobre o trabalho vivo ou em sua potência!

EP como estratégia de gestão

Dentro da unidade:• Reorganizar o processo de

trabalho para ampliar escuta e responsabilização,produzir equipe, ampliar ferramentas dos trabalhadores para diversificar ofertas;

• Mobilizar dispositivos para favorecer análise do trabalho em saúde (processo em si e seus resultados): mapas analíticos, fluxograma, casos traçadores, avaliação etc.

EP como estratégia de gestão

• No território: olhar interessado para buscar os problemas, mas também recursos, redes sociais etc;

• Produzir agendas que favoreçam encontros entre agentes do território (favorecidas pela articulação política, mas produzidas micropoliticamente);

• Mobilizar recursos e saberes para o enfrentamento de problemas complexos: Bolsa Família, violência etc.

EP como estratégia de gestão

Entre os serviços:• Criar espaços de conversa,

cooperação, produção de pactos: produção de rede viva!!!

• Linhas de cuidado como guias para ampliar responsabilização e continuidade do cuidado;

• Matriciamento, produção compartilhada de protocolos, gestão dos casos;

• Diversificação das ofertas de acordo com necessidades identificadas. Multiplicar conexões!

Matriciamento como dispositivo, EP como ferramenta

• Objetivos:• Dispositivo para produção de

rede baseado na responsabilização compartilhada e continuidade do cuidado

• Amplia a capacidade de cuidado das equipes, colocando para conversar profissionais/ equipes de diferentes equipamentos de saúde de um território.

Matriciamento como dispositivo, EP como ferramenta

• Vários arranjos possíveis a depender da configuração das redes e dos serviços envolvidos no diálogo.

• Discussão compartilhada de casos complexos e construção compartilhada de projetos terapêuticos são o principal mote dos encontros.

Arranjos mais comuns• NASF: equipes multiprofissionais

apoiando equipes de saúde da família.

• Discussão de casos em equipe, atendimento compartilhado, visitas domiciliares conjuntas, ampliação das caixas de ferramentas das equipes.

• Ampliação da capacidade de conexão das equipes com outros equipamentos do território .

• Mas quem apoia também precisa de apoio!!!

Dispositivo para acompanhamento compartilhado dos casos de saúde

mental• Equipes do CAPS e das UBS

assumindo compartilhadamente a responsabilidade pelos casos

• Protagonismo variável de acordo com as situações

• Profissional de referência do CAPS para os contatos da unidade

• Visitas domiciliares compartilhadas

• Discussão conjunta de casos

EP como dispositivo para redução de filas nas especialidades

• Construção compartilhada de protocolos e de critérios de encaminhamento

• Discussão de casos entre equipe e especialistas

• Abertura de novos canais de comunicação entre profissionais e equipamentos

• Profissionais e saberes circulam ao invés de os usuários circularem.

Equipes clínicas de apoio: EP como ferramenta

• Duplas de bons clínicos (médicos e enfermeiros) apoiando equipes no acompanhamento de casos com base em protocolos já construídos e fazendo a ponte com ambulatório de especialidades

Especialistas de referência nas unidades: EP como ferramenta

• Mais comumente pediatras, G.Os e clínicos que atuavam em UBS e que continuam baseados nas unidades, apoiando equipes de saúde da família de uma ou mais unidades

• Profissionais das especialidades mais necessárias circulam pelas UBS – discutindo casos, atendendo conjuntamente e até com alguma agenda própria.

Apoio das várias áreas da gestão às UBS: EP como ferramenta

• Criam-se equipes de referência das várias áreas da gestão para acompanhar as UBS.

• Ao invés de circularem determinações e memorandos, as áreas vão às unidades apoiar a descentralização de atividades.

• EP: entender o contexto local, dialogar, produzir novos sentidos!

EP como ferramenta: equipes multiprofissionais de apoio

• Equipes multiprofissionais que apoiam as UBS para reorganização do processo de trabalho, discussão conjunta de casos e ampliação das conexões em rede.

Gestão para colocar necessidades de saúde no “centro” da agenda

• Colocar a produção do cuidado no centro da agenda do gestor;

• Todas as estruturas das secretarias colocadas a favor da produção do cuidado: removendo barreiras, produzindo encontros, apoiando, compartilhando saberes, mobilizando recursos.

Contatos: laura.macruz@gmail.com