Edição 108 - páginas 04 e 05

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Jornal Saiba + Edição 108 - página 04 e 05

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20 de abril a 05 de maio de 2013 4

Obras prometem

melhorias, mas... Emdec e universidades negam debate e consulta prév

CAMILA GODOY

RODRIGO OLIVEIRA

Um casal, com a mulher prestes a dar à luz, teve de atra-vessar o bloqueio das ruas para chegar a tempo no Hospital Madre Theodora, como relata a assessoria de imprensa. Tha-tyane Pereira tinha de apresen-tar um trabalho no primeiro horário de aula na Pontifícia Universidade Católica de Cam-pinas (PUC-Campinas) e, mes-mo saindo de casa meia hora antes, para conseguir estar na sala de aula no horário, trafe-gou pelo acostamento. Acabou chegando a tempo, mas levou para casa uma multa de R$ 584,00, além de sete pontos na carteira de motorista.

Essas duas histórias são exemplos do transtorno e dos problemas causados pelo fe-chamento da Rua Sérgio Car-nielli, até então o principal acesso ao Parque das Univer-sidades. O acesso à via foi fe-chado pela primeira vez no dia 18 de fevereiro, uma segunda--feira, e permaneceu fechado durante o resto daquela sema-na. Na segunda-feira seguinte, no dia 25, data que também iniciou o semestre letivo na PUC-Campinas, o acesso foi reaberto por meio de um man-dado do Tribunal de Justiça de São Paulo. Mas estava errado quem pensava que essa histó-ria havia acabado, pois a pró-pria Justiça, na mesma semana, permitiu o fechamento da rua, sendo executado no dia 4 de março.

O transtorno foi aumen-tando conforme precisaram ser feitas alterações nos itine-rários de ônibus e também de acordo com o retorno às aulas. Nas primeiras semanas, o mo-vimento ainda era pequeno, pois nem todos os alunos ha-viam retornado. O transporte

do congestionamento, quem vai de ônibus para o Hospital agora precisa andar pelo bair-

frente ao Madre Theodora.

Até chegar ao hospital, os usuários do transporte público precisam passar por ruas com pouca iluminação e com terre-nos baldios, o que faz aumen-tar a insegurança.

O fechamento da Rua Sér-gio Carnielli levou milhares de pessoas a terem que usar, diariamente, a tumultuada Rua Hermantino Coelho, no Man-sões Santo Antônio.

Os moradores dessa região também se sentem prejudica-dos. Marina Benatti, moradora da via e estudante da PUC--Campinas, diz que o fecha-

FOTO: THATYANA PEREIRA

Obras para a criação de marginal na D. Pedro, próximo ao km 136: sem previsão para acabar

mento do acesso a prejudicou, pois é obrigada a utilizar, tanto na ida quando na volta, as ruas próximas a Hermantino Coe-lho e Adelino Martins. �Essas ruas já eram de difícil tráfego, porém, após o fechamento,

utilizava a rodovia Dom Pedro I passou a se direcionar justa-mente a esse bairro, interditan-do o acesso e tornando o ca-minho quase impossível�, frisa. Marina diz ainda que a alterna-tiva é a ponte que liga a saída da Dom Pedro I, próxima ao shopping, sentido Universida-de Estadual de Campinas (Uni-

camp), para só então desviar para a PUC. Os moradores reclamam também da falta de reparos na rua. Buracos, por exemplo, são uma constante

para quem circula pela Her-mantino.

SOLUÇÕES

De acordo com a Empresa Municipal de Desenvolvimen-to de Campinas (Emdec), não há projetos para melhoria no tráfego no Mansões Santo An-tônio em curto prazo. �Os se-máforos só são instalados num local em último caso. Como a

ela não atende os requisitos para que seja instalado um se-

assessoria do órgão. Os moradores da Rua Her-

mantino Coelho protocolaram pedidos na Emdec solicitando a proibição do estacionamento de carros na rua. Atualmente, só é permitido parar do lado esquerdo, mas, mesmo com a proibição, é comum ver carros estacionados dos dois lados.

A Emdec informou que faz

últimos três meses, foram apli-cadas 38 multas na rua. No ano de 2012 foram 182 multas.

Em 2009, foi feito um pro-longamento da Guilherme Campos, ligando o Shopping D. Pedro à Unicamp, para ajudar a desafogar o trânsito na chegada às universidades. Com a decisão da Rota das Bandeiras, o que era alternati-va até pouco tempo, tornou-se uma das poucas vias de acesso. �Esse trânsito está absur-do. Infelizmente, eu preciso sair sempre nos horários de pico, ao meio-dia e às seis da tarde. Está um infer-no. Tenho que sair meia hora mais cedo de casa para poder chegar no horário pontual à faculdade�, disse Itayana Ci-pro, estudante de Medicina da Unicamp.

O universitário de Educa-ção Física Guilherme Santos também precisa sair pelo me-nos meia hora antes para che-gar no horário, enfrenta muito trânsito, e reclama, principal-mente, da forma como as de-cisões foram tomadas. �Estou sendo muito prejudicado. Isso não poderia ter acontecido. Esse bloqueio está me compli-

Essas ruas já eram de difícil tráfego, porém após o fechamento

- Hospital Madre Theodora

Estamos tendo muito atraso de funcionários, que não tinham

esse histórico antes.

- Marina Benatti, estudante

Esse bloqueio está me complicando, faltou ouvir a opinião das pessoas e não só das empresas.

- Guilherme Santos, estudante

20 de abril a 05 de maio de 20135

Emdec e universidades negam debate e consulta prévia

FOTOS: RODRIGO OLIVEIRA

Nos horários de pico, de manhã e à noite, o trânsito atrasa o trajeto em pelo menos 30 minutos

cando, faltou ouvir a opinião das pessoas e não só das em-presas�, diz.

DISCUSSÃO JUDICIAL

A Prefeitura Municipal de Campinas também entrou na discussão sobre o fechamento da via e entrou com mais um pedido de reabertura, em mea-dos de março, mas ele também foi negado pela Justiça, no en-tanto não se trata de uma deci-

A PUC-Campinas entrou com recurso para recorrer da decisão do Tribunal de Justiça e aguarda o julgamento. De acordo com a assessoria de imprensa da universidade, o campus 1, localizado no Par-que das Universidade, recebe, diariamente, cerca de 4 mil veí-culos e 18 mil estudantes, além de professores e funcionários. Além disso, a universidade está em contato com a Prefeitura para o início das obras de uma rota alternativa, prolongando a Avenida Guilherme Campos. Mas não há prazo estabelecido para início das obras. Isso por-que a infraestrutura que será custeada pela PUC-Campinas depende da doação da área pertencente à Unicamp e da desapropriação de trechos, que deverá ser realizada pela Pre-feitura de Campinas, além dos trâmites administrativos.

A rota alternativa permitirá o acesso dos motoristas à Uni-versidade pelo portão 3 (loca-lizado ao lado do auditório D.

veículos e reduzindo a possi-bilidade de congestionamento. A assessoria de imprensa Uni-camp não quis se pronunciar sobre os procedimentos.

ATRASOS

Já a assessoria do Hospi-

que houve comunicação com os pacientes, assim que o Hospi-

o fechamento do acesso, dispo-nibilizando informativos com as alterações de trajeto e também tomando medidas em conjun-to com a PUC e com a Uni-camp. �Estamos tendo muito atraso de funcionários, que não tinham esse histórico an-tes. Por consequência disso, alguns setores podem ter so-brecarga de atendimento. As

de chegar até o hospital�, de-clarou a assessora de imprensa do Hospital, Laila Damasceno.

A Rota das Bandeiras es-clareceu que a readequação do acesso da rodovia D. Pedro I ao bairro Parque das Univer-sidades é, prioritariamente, uma questão de segurança vi-

da assinatura do contrato de concessão do Corredor Dom Pedro, que resultou em um Termo de Ajustamento de

...

só caos na D. Pedro

Ministério Público do Estado de São Paulo. Em nota enviada à redação do Saiba+, a conces-

mento do acesso, portanto, cumpre uma determinação da Justiça, além de ser necessário para a execução das obras das marginais da rodovia�.

A concessionária informa ainda que, antes das altera-ções, foram feitas discussões

sobre o fechamento do aces-so, envolvendo representantes da própria empresa, do Poder Público municipal, da PUC--Campinas, da Unicamp e do Hospital Madre Theodora. Em nota, no entanto, as uni-

houve discussão, mas apenas que, dias antes do fechamento, foram comunicadas da decisão da concessionária.

Área da D. Pedro com alterações é local de entrocamento de rodovias e saídas importantes