Post on 25-Nov-2015
CURSO ESPECIAL BSICODE COMBATE A INCNDIO
(ECIN)
MARINHA DO BRASILDIRETORIA DE PORTOS E COSTASENSINO PROFISSIONAL MARTIMO
Rio de Janeiro2008
Manual do Curso2 edio
2007 direitos reservados Diretoria de Portos e Costas
________ exemplares
Diretoria de Portos e CostasRua Tefilo Otoni, n 4 - CentroRio de Janeiro, RJ20090-070http://www.dpc.mar.mil.brsecom@dpc.mar.mil.br
Depsito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto n 1825, de 20 de dezembro de 1907
IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL
3PREFCIO
Com o objetivo de fornecer a voc, Aquavirio, ensinamentos de preveno e tc-nicas de combate a incndio, a Diretoria de Portos e Costas elaborou este manual ilustrado,
composto de 7 captulos.
Mantenha-o com voc para consulta. Ele lhe ser til para o treinamento a bordo.
Temos a certeza que as tcnicas aprendidas durante as aulas prticas podero fazer a
diferena na emergncia de um incndio, no s a bordo mas tambm em sua vida diria.
Enfim, esperamos que os conhecimentos aqui adquiridos sejam teis e adequa-dos ao seu bom desempenho profissional.
EUCLIDES DUNCAN JANOT DE MATOSVice-Almirante
Diretor
4
5Sumrio
1 Da teoria do fogo. .............................................................................................. 91.1 O Fogo e o Incndio ............................................................................................ 91.1.1 Elementos do Fogo.............................................................................................. 91.1.2 O Tringulo do Fogo ........................................................................................... 91.1.3 O Quadriltero do Fogo ......................................................................................111.2 Causas de Incndio ............................................................................................121.2.1 Naturais ..............................................................................................................121.2.2 Artificiais .............................................................................................................121.3 Classificao dos Incndios ...............................................................................131.3.1 Quanto Proporo ...........................................................................................131.3.2 Quanto ao Combustvel ......................................................................................141.4 Pontos de Temperatura.......................................................................................151.5 Fases do Incndio ..............................................................................................161.6 Processos de Transmisso do Calor ..................................................................161.7 Processos de Extino de Incndios ..................................................................17
2 Preveno de Incndio .....................................................................................192.1 Definio .............................................................................................................192.1.1 Princpios de Preveno a Incndios em Navios ................................................192.1.2 Fumo ..................................................................................................................192.1.3 Equipamentos Eltricos Portteis .......................................................................192.1.4 Equipamentos de Comunicao .........................................................................202.1.5 Trabalho a Quente, Marteletes e Ferramentas ...................................................202.1.6 Tubulaes e Equipamentos Desgaseificados ...................................................212.1.7 Ferramentas Anticentelha ...................................................................................212.1.8 Equipamentos de Alumnio .................................................................................212.1.9 Ligao Navio-Terra ............................................................................................212.1.10 Auto-Ignio........................................................................................................222.1.11 Combusto Espontnea .....................................................................................222.1.12 Eletricidade Esttica ...........................................................................................232.1.13 Telas Corta-Chamas ...........................................................................................232.1.14 Tempestades Eltricas ........................................................................................232.1.15 Risco no Transporte ............................................................................................232.1.16 Equipamentos de Proteo Individual (EPI) .......................................................232.1.17 Ambiente da Superestrutura ...............................................................................242.1.18 A Cozinha ...........................................................................................................242.1.19 Portas e Vigias ....................................................................................................242.1.20 Movimentao do Navio .....................................................................................252.1.21 Restos de Material ..............................................................................................252.2 Arranjos Estruturais de Preveno a Incndio....................................................252.2.1 Postos de Combate a Incndio ...........................................................................252.2.2 Casa de Bombas ................................................................................................262.2.3 Redes de Incndio com Tomadas.......................................................................262.2.4 Redes de Borrifamento .......................................................................................262.2.5 Compartimentos de CO2, Halon, Espuma e Nitrognio .....................................272.2.6 Centrais de Acionamento Eltrico .......................................................................272.2.7 Sinalizao Especial ...........................................................................................272.2.8 Portas Corta-Fogo ..............................................................................................28
63 Deteco de incndios .....................................................................................293.1 Detectar Incndios .............................................................................................293.1.1 Sistemas de Deteco de Incndio ....................................................................293.1.2 Explosmetro .......................................................................................................293.1.3 Tankscope...........................................................................................................303.1.4 Oxmetro .............................................................................................................303.1.5 Lmpada de Segurana......................................................................................303.1.6 Cmera de Imagem Trmica ..............................................................................303.1.7 Detectores de Fumaa e Calor ...........................................................................313.2 Alarmes Automticos de Incndio.......................................................................313.2.1 Alarme Geral .......................................................................................................313.2.2 Alarme de Incndio .............................................................................................323.2.3 Alarme de Aviso do Acionamento de CO2 ..........................................................323.2.4 Lmpada de Emergncia ....................................................................................323.2.5 Alarmes do Passadio ........................................................................................323.2.6 Alarmes da Praa de Mquinas ..........................................................................333.2.7 Alarmes das Acomodaes ................................................................................333.2.8 Alarmes de Deteco de Gases .........................................................................333.2.9 Alarmes do Sistema de CO2 e Halon .................................................................343.2.10 Alarmes de Deteco de Fumaa ou Calor ........................................................34
4 Sistemas fixos de extino de incndio .........................................................354.1 Definio .............................................................................................................354.1.1 Redes de Incndio ..............................................................................................354.2 Tomadas de Incndio ..........................................................................................354.3 Vlvulas ..............................................................................................................354.4 Sistema de Borrifo ..............................................................................................364.5 Sistema Fixo de Dixido de Carbono (CO2) .......................................................374.6 Sistema Fixo de Halon ........................................................................................384.7 Sistema Fixo de P Qumico Seco (PQS) ..........................................................384.8 Sistema Fixo de Gs Inerte (Nitrognio) .............................................................394.9 Sistema Fixo de Espuma (Estao Geradora de Espuma) ................................394.10 Bomba de Incndio de Emergncia (Motobomba) .............................................41
5 Equipamentos de combate a incndio............................................................435.1 Mangueiras de Incndio .....................................................................................435.1.1 Conservao das Mangueiras ............................................................................465.2 Esguichos ...........................................................................................................475.3 Aparelhos Extintores ...........................................................................................505.4 Equipamentos de Proteo Individual de Combate a Incndio ..........................525.4.1 Roupa Protetora .................................................................................................525.4.2 Botas...................................................................................................................545.4.3 Luvas ..................................................................................................................545.4.4 Capacete ............................................................................................................545.4.5 Lanterna Porttil .................................................................................................545.4.6 Machado .............................................................................................................545.4.7 Aparelhos de Respirao Autnoma ..................................................................555.4.8 Aparelhos de Respirao Artificial ......................................................................565.4.9 Aparelho de Ressuscitao ................................................................................575.5 Equipamentos de Combate a Incndio em Embarcaes de Pequeno Porte ....58
76 Organizao de combate a incndio a bordo.................................................606.1 Acionamento dos Alarmes Geral e de Incndio ..................................................606.1.1 Alarme Geral .......................................................................................................606.1.2 Alarme de Incndio .............................................................................................606.2 Plano de Segurana e Combate a Incndio .......................................................606.3 Meios de Comunicao Interna de Segurana ...................................................626.3.1 Telefones Auto-Excitveis ...................................................................................626.3.2 VHF Portteis .....................................................................................................626.3.3 Walky-talky .........................................................................................................626.3.4 Megafone ............................................................................................................626.3.5 Fonoclama ..........................................................................................................626.3.6 Tubos Acsticos ..................................................................................................636.4 Procedimentos de Segurana Pessoal ...............................................................636.5 Exerccios Peridicos de Combate a Incndio ...................................................636.6 Inspeo e Patrulha para Preveno de Incndios ............................................64
7 Mtodos de combate a incndio .....................................................................657.1 Identificao dos Arranjos Estruturais de Combate a Incndio...........................657.2 Aes Iniciais ao Soar o Alarme de Incndio ......................................................657.3 Aes de Combate a Incndio ............................................................................65
Bibliografia...................................................................................................................67
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ECINECINCap 1 -Cap 1 - 9
1.1 O FOGO E O INCNDIO
H milhares de anos o fogo vem sendo utilizado pelo homem para diversas finalidades,sendo ele um dos principais responsveis pelo progresso da humanidade. Porm, o fogotambm tem sido responsvel por grandes catstrofes, destruindo casas, veculos,embarcaes, florestas e, principalmente, a vida humana.
muito difcil controlar o fogo em condies propcias a sua propagao. Por isso, importante saber o que fogo e incndio, e qual a diferena entre ambos.
CONCEITO DE FOGO
uma reao qumica com desprendimento de luz e calor.
CONCEITO DE INCNDIO
o fogo que foge ao controle do homem, com tendncia de se alastrar e destruir.
1.1.1 ELEMENTOS DO FOGO
1.1.2 O TRINGULO DO FOGO
De uma maneira mais simplificada, podemos associar o fogo a um tringulo, uma vezque tal figura geomtrica depende, inevitavelmente, dos trs lados para existir. Do mesmomodo, o FOGO s existir quando se fizerem presentes trs elementos essenciais:
COMBUSTVEL COMBURENTE CALOR ( temperatura de ignio )
Tringulo do fogo
CAPTULO 1 - DA TEORIA DO FOGO
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COMBUSTVEL
todo elemento na natureza que queima quando em contato com o oxignio e napresena de certas condies ideais de temperatura. Os combustveis so, portanto,inflamveis, ou seja, pegam fogo e mantm a combusto enquanto existirem nas condiesideais os elementos do Tringulo do Fogo.
Os combustveis podem ser encontrados na natureza nos seguintes estados:
SLIDO
A maioria dos combustveis slidos, tais como: madeira, papel,plstico, etc., transforma-se em vapores que ao serem liberadosreagem com o oxignio e pegam fogo. Outros slidos como ferro,parafina, cobre, bronze, primeiro transformam-se em lquidos e,posteriormente, em gases, para ento se queimarem.
LQUIDO
Os lquidos inflamveis como gasolina, leos, lcool, cidos, etc.assumem a forma do recipiente que os contm. Na sua maioria somais leves que a gua e, portanto, flutuam sobre ela.
Os lquidos derivados do petrleo como gasolina, leo diesel e graxas,conhecidos como hidrocarbonetos, tm pouca solubilidade, ou seja,
no se diluem facilmente na gua; ao contrrio do lcool e da acetona, que por teremgrande solubilidade, podem ser diludos at um ponto em que a mistura no seja inflamvel.
Alguns lquidos inflamveis so capazes de liberar vapores a uma temperatura abaixode 20C, sendo classificados como volteis.
GASOSO
Os gases no tm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipienteem que esto contidos. O mesmo ocorre em espaos confinados como tanques ecompartimentos de carga. Se o gs for mais leve que o ar, ele tende a subir e dissipar-se;caso contrrio, o gs permanece prximo ao solo e avana na direo do vento,obedecendo os contornos do terreno.
Combustvel slido
Lquido inflamvel
AGORA, VAMOS ESTUDAR CADA UM DESSES ELEMENTOS.
ATENOQuanto mais voltil o lquido inflamvel, maior a possibi-lidadede haver fogo ou exploso em temperaturas normais no ambiente.Portanto, esse lquido oferece maiores riscos em suaarmazenagem e contato.
ECINECINCap 1 -Cap 1 - 11
Veja o exemplo do gs de cozinha. Para se queimar, h anecessidade de se encontrar em uma mistura ideal com o ar atmosfrico;se estiver numa concentrao fora dos limites, no queimar. Cada gsou vapor tem os seus limites prprios.
COMBURENTE
o elemento (geralmente o oxignio do ar atmosfrico) que se combina com ocombustvel para que possa haver a combusto.
CALOR (temperatura de ignio)
a temperatura necessria para que ocorra a reao entre o combustvel e ocomburente produzindo o fogo. Como principais fontes de calor temos:
o ambiente; a chama; o calor provocado pelo choque mecnico, atrito e compresso; as reaes qumicas que liberam calor; e a energia eltrica (centelha).
A temperatura de ignio atingida com o calor gerado, vai permitir o incio dacombusto e, dependendo do tipo de combustvel, poder propag-la por um perodoindefinidamente longo.
1.1.3 O QUADRILTERO DO FOGO
O QUADRILTERO DO FOGO uma complementao do Tringulo do Fogo, umavez que os estudos realizados nos ltimos anos revelaram um novo elemento do fogo que a REAO EM CADEIA.
A cadeia de reaes, formada durante a combusto, forma produtos intermediriosinstveis, prontos a se combinarem com outros elementos, gerando novos produtos, sque estveis.
Gs de cozinha
Quadriltero do Fogo
REAO EM CADEIA
TEMPERATURADE IGNIO
COMBURENTE
COMBUSTVEL
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Aos produtos instveis cabe a transmisso da energia gerada pela reao que, porsua vez, liberar bastante calor, mantendo a sustentao e propagao do fogo.
Portanto, se conseguirmos quebrar esta reao em cadeia, estaremos promovendoa extino da combusto.
Para efeito de estudos neste manual, utilizaremos apenas os conceitos do Tringulo doFogo.
1.2 CAUSAS DE INCNDIO
As causas dos incndios podem ser classificadas como NATURAIS ou ARTIFICIAIS.
1.2.1 NATURAIS
So aquelas decorrentes de fenmenos da natureza como os vulces, terremotos,raios, meteoros, etc., ou ainda, provocadas pelo calor gerado na fermentao e na aode fungos e bactrias.
1.2.2 ARTIFICIAIS
As causas de incndios artificiais so aquelas que no ocorrem por ao natural massim por meio de:
fenmenos causados por eletricidade
So todas as causas oriundas da transformao da energia eltrica em energiacalorfica.
Ex.: curto-circuito, sobrecarga, fuga de corrente, etc.
atrito
a frico entre corpos rgidos produzindo calor e conseqente aumento detemperatura.
Ex.: movimento de peas metlicas sem lubrificao, atritos de corpos metlicosgerando centelhas e aquecimento local, etc.
origem qumica
As reaes qumicas podem liberar calor quando seus reagentes se combinam e,dependendo de suas velocidades, produzem combustes de tipos variados.
falhas humanas
So aquelas resultantes da ao direta e indireta do homem.
ECINECINCap 1 -Cap 1 - 13
1.3 CLASSIFICAO DOS INCNDIOS1.3.1 QUANTO PROPORO
Princpio de Incndio
o incio de um foco de incndio, tambm chamado de incndio incipiente devido ssuas mnimas propores, podendo ser extinto por um ou mais aparelhos extintores.
Pequeno Incndio
um incndio que exige pessoal e material especializado, podendo ser extinto comfacilidade, sem apresentar risco imediato de propagao. Como exemplo, mostramos oincndio em um camarote, que dever ser extinto com uma linha de mangueira estabelecidana tomada de um posto de incndio, prximo ao local.
Mdio Incndio
aquele que necessita de um socorro bsicode incndio para a sua extino, alm deapresentar grande perigo de propagao. Comoexemplo, mostramos um incndio que atinge umpaiol ou um compartimento de carga.
Princpio de incndio
Pequeno incndio
Mdio incndio
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Grande IncndioApresenta elevado risco de propagao e extensa rea atingida, exigindo mais de
um socorro bsico de incndio para a sua extino. Como exemplo, citamos os incndiosocorridos no Edifcio Joelma, em So Paulo, no Edifcio Andorinhas e no Navio Jari, noRio de Janeiro.
Incndio Extraordinrio
aquele provocado por fenmenos da natureza ou por bombardeios. Como exemplo,citamos os terremotos, vulces, furaces, guerras, etc.
1.3.2 QUANTO AO COMBUSTVEL
Classe A
SLIDOS INFLAMVEIS (madeira, papel, plstico). Queimam emsuperfcie e profundidade, deixando resduos slidos aps a queima (cinza).
Classe B
LQUIDOS INFLAMVEIS (gasolina, querosene, lcool). Queimamapenas na superfcie.
Grande incndio
Incndio extraordinrio
ECINECINCap 1 -Cap 1 - 15
Classe C
APARELHOS ELTRICOS ENERGIZADOS. Nesta classe de incndio,aps desligarmos a fonte alimentadora de energia eltrica dos aparelhos,os mesmos podero ser combatidos como em outra classe (geralmenteA).
Todavia, devemos tomar cuidado com aparelhos que possuemacumuladores de energia eltrica (televiso, por exemplo), pois mesmoaps desligados continuam energizados.
Classe D
METAIS INFLAMVEIS (aqueles que queimam nas condies ideaisde temperatura e na presena do oxignio). Geralmente so ligas metlicascombustveis, as quais necessitam de um agente extintor especfico para asua extino, como as ligas de magnsio, sdio, potssio, zinco, alumnioem p, etc. Alguns metais queimam mesmo sem a presena de um ambientecom oxignio, devido j apresent-lo na sua composio interna.
1.4 PONTOS DE TEMPERATURA
Os combustveis so transformados pelo calor, e a partir desta transformao quese combinam com o oxignio, resultando a combusto. Essa transformao desenvolve-se em temperaturas diferentes, medida que o material vai sendo aquecido.Com o aquecimento, chega-se a uma temperatura em que o material comea a liberarvapores, que se incendeiam se houver uma fonte externa de calor. Neste ponto, chamadode ponto de fulgor, as chamas no se mantm, devido pequena quantidade de vapores.
Prosseguindo no aquecimento, atinge-se uma temperatura em que os gasesdesprendidos do material, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, iniciama combusto e continuam a queimar sem o auxlio daquela fonte. Esse ponto chamadode Ponto de Combusto ou Inflamao.
Continuando o aquecimento, atinge-se um pontono qual o combustvel, exposto ao ar, entra emcombusto sem que haja a presena da fonte externade calor. Esse ponto chamado de Ponto deIgnio.
Vejamos todas as definies anterioresexemplificadas na figura ao lado.
Pontos de temperatura
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1.5 FASES DO INCNDIO
Dividiremos o incndio em trs fases distintas, levando-se em considerao a variaode temperatura, bem como o surgimento e desaparecimento das chamas durante asmesmas.
Fase Inicial
a fase embrionria, ou seja, a ecloso das chamas e o conseqente incio do incndio,determinando o foco inicial. Nesta fase h uma progressiva elevao de temperatura atatingir o ponto, que marca a passagem da fase inicial para a intermediria.
Fase Intermediria
a fase de desenvolvimento pleno do incndio onde temos a combusto viva,proporcionando ao incndio grandes possibilidades de se propagar de vrias maneiras,dando origem a focos secundrios.
Fase Final
a fase onde ocorre a decadncia e a extino do incndio. Porm, nesta faseocorre o risco de exploses, pois o teor de oxignio, no ambiente, cai abaixo de 13% e aschamas diminuem, ocorrendo ainda um aumento na quantidade de calor.
A oxigenao sbita, provocada por uma abertura brusca de uma porta de acesso oude uma escotilha, pode provocar uma reao sbita com lnguas de fogo, ou at mesmouma exploso.
1.6 PROCESSOS DE TRANSMISSO DO CALOR
O incndio pode ser propagado quando o calor, gerado no seu foco inicial, transmitidopara outros corpos, dando origem a focos secundrios. Tal transmisso pode ocorrer por:
a) Conduo
a transmisso do calor molcula a molcula atravs deum corpo ou de um corpo para o outro, atravs do contato. Nafigura abaixo podemos observar que uma tubulao metlicapode servir como um meio de propagao do calor.
b) Conveco
Este processo consiste na transmisso do calor atravs de um fluido (lquido ou gs)devido circulao do mesmo no ambiente.
Os lquidos e gases quando aquecidos tendem a ocupar as partes mais altas. Comisso, temos um ciclo de transmisso de calor, o qual pode vir a inflamar corpos combustveisque estejam afastados das chamas.
Conduo de calor pela tubulao
ECINECINCap 1 -Cap 1 - 17
Na figura abaixo observamos que o incndio se propaga do 1 para o 4 andar, sem,no entanto, queimar o 2 e o 3 andares.
c) Irradiao
o processo de transmisso de calor atravs de ondas calorficas, onde no se faznecessrio qualquer tipo de contato. Como exemplo, temos a irradiao do calor do Solpara a Terra.
O calor radiante transmitido em linha reta e em todas as direes.
1.7 PROCESSOS DE EXTINO DE INCNDIOSAgora que j conhecemos alguns fundamentos bsicos do incndio, podemos exting-
lo por meio dos seguintes processos:
a) Isolamento
Consiste na retirada do material combustvel, o qualgeralmente utilizado quando no dispomos de equipamentosadequados para combater o incndio.
Calor radiante
Circulao de lquido ou gs no ambiente
Isolamento
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Como exemplo, podemos citar o fechamento de um registro de gs ou a retirada dematerial inflamvel das proximidades de um foco de incndio.
b) Abafamento
Consiste na retirada do comburente. Neste processo deve-se evitar, de qualquermaneira, que o oxignio do ar continue reagindo com o material combustvel que estqueimando.
Como exemplo, podemos citar a colocao da tampa na frigideira no momento emque o leo, superaquecido, se inflama ao atingir o ponto de ignio, ou ainda, o fechamentode um compartimento que est pegando fogo, evitando a entrada de ar externo no mesmo.
c) Resfriamento
Consiste na diminuio da quantidade de calor, provocando uma conseqentediminuio da temperatura (abaixo da temperatura do ponto de inflamao), na qual acombusto no pode continuar.
d) Interrupo da Reao em Cadeia
Como vimos no Quadriltero do Fogo, ocorre durante um incndio a formao deprodutos instveis, que garantem a continuidade da reao.
A interrupo da reao em cadeia obtida pela reao de determinados agentesextintores (compostos halogenados, sais de metais alcalinos) com esses produtos instveis,provocando, ento, a extino do incndio
Abafamento
Resfriamento
ECINECINCap 2 -Cap 2 - 19
2.1 DEFINIO o ato ou efeito de evitar-se um dano ou prejuzo causado por um incndio.
2.1.1 PRINCPIOS DE PREVENO A INCNDIOS EM NAVIOSListaremos alguns princpios bsicos de preveno de incndios, explicando seus
mtodos.
2.1.2 FUMO
Fumar somente em local permitido pelo Comandante da embarcao.
No jogar pontas de cigarro acesas em locais imprprios, tais como: cestas depapis, pisos de conveses e praas de mquinas.
No levar consigo fsforos ou isqueiros em locais imprprios ou quando emoperaes de risco de incndio.
NUNCA FUMAR deitado.
2.1.3 EQUIPAMENTOS ELTRICOS PORTTEIS
No podem ser usados em compartimentos onde h presena de vaporesinflamveis, tais como: tanques de carga, bombas de carga, compartimento decompressores e reas adjacentes, conforme o tipo de navio.
Em atmosferas inflamveis podemos utilizarlmpadas de ar comprimido.
Equipamentos portteis
Lmpada de ar comprimido
CAPTULO 2 - PREVENO DE INCNDIO
20
As lanternas manuais usadas a bordo devem estar dentro das normas especficase aprovadas ( prova de exploso).
Em atmosferas inflamveis no podem ser utilizados: rdios portteis, calculadoras,gravadores e outros equipamentos eletrnicos.
Todo e qualquer equipamento eltrico porttil e seus acessrio devem ser,cuidadosamente, testados e examinados, para verificao de possveis defeitos.
Quando atracado, principalmente em terminais de produtos inflamveis, o naviopoder estar em uma zona de risco. As precaues com equipamentos eltricos deveroser redobradas.
2.1.4 EQUIPAMENTOS DE COMUNICAO Quando atracado em reas de risco, o equipamento normal
de comunicao do navio no deve ser usado sem a aprovaodo terminal.
Durante a operao de carga, no usar o transmissorprincipal da estao rdio.
Antes de utilizarmos terminais do telex, antenas de radare outros equipamentos de transmisso ou recepo, devemossempre consultar o terminal, principalmente em reas de risco.
2.1.5 TRABALHO A QUENTE, MARTELETES E FERRAMENTAS
Antes de executarmos qualquer trabalho a quente, jateamento de areia, tratamentode ferrugem, etc., a rea a ser tratada dever ser examinada pelo oficial responsvel oupor um qumico, o qual verificar se o trabalho poder ser realizado de forma segura.
Equipamentos decomunicao
Trabalho de corte e solda
ECINECINCap 2 -Cap 2 - 21
2.1.6 TUBULAES E EQUIPAMENTOS DESGASEIFICADOSAntes de comear a operar nas tubulaes e equipamentos desgaseificados preciso
ter todo cuidado nas suas aberturas, devido ao escapamento de vapor ou lquido; almdisso, toda a rea dever ser examinada.
2.1.7 FERRAMENTAS ANTICENTELHA
No recomendvel o uso dessas ferramentas, pois elas no produzem reduosignificativa nos riscos de centelha em presena de vapores inflamveis, nem sofacilmente diferenciadas das ferramentas comuns.
2.1.8 EQUIPAMENTOS DE ALUMNIO
No devem ser arrastados sobre o convs de ao, pois podem causar centelhasincendirias.
Nunca utilize equipamento porttil de alumnio em tanques de carga, casas debombas de carga ou qualquer outro local onde possa existir acmulo de misturasinflamveis no ar ambiente.
2.1.9 LIGAO NAVIO-TERRA Mangotes ou braos de carregamento devem ser equipados com um flange
isolante ou um mangote no-condutor, que assegure descontinuidade eltrica entre onavio e o terminal.
Tubulaes e equipamentos desgaseificados
Mangote no-condutor
22
Os metais do lado da terra, do flange isolante ou do mangote no-condutor devemter continuidade eltrica ao sistema de aterramento do terminal e todos os metais, do ladodo mar, devem ter continuidade eltrica ao navio, ou seja, devem ser utilizados fios terrapara descarregar a eletricidade esttica acumulada durante a operao de carga oudescarga.
2.1.10 AUTO-IGNIOOs vapores de lquidos inflamveis incendeiam se o lquido entrar em contato com
superfcies aquecidas, com temperaturas acima da sua temperatura de auto-ignio (semprecisar de chama externa para iniciar o processo). Devemos evitar que este tipo decontato ocorra.
2.1.11 COMBUSTO ESPONTNEA
Certos materiais fibrosos e granis vegetais umedecidos com gua ou embebidosem leo ou produtos qumicos, sob condies especiais de abafamento e temperatura nointerior dos pores, podem inflamar-se mesmo sem contato com chamas. Cuidadosespeciais devem ser tomados, durante a permanncia a bordo desse tipo de material ecarga.
Instalao do mangote
Granis sujeitos combusto espontnea
ECINECINCap 2 -Cap 2 - 23
2.1.12 ELETRICIDADE ESTTICA
A eletricidade esttica pode ser produzida por qualquer material, devido a suaresistncia eltrica. Esta energia fica acumulada neste material podendo ser descarregada,causando centelhas capazes de inflamar, por exemplo, gases originados de diversas cargas.Devemos evitar que a eletricidade esttica se forme, aterrando, sempre os equipamentosde bordo, bastando para isso que eles estejam em contato direto com a estrutura do navio.
2.1.13 TELAS CORTA-CHAMAS
So telas especiais colocadas em sadas de tubulaes e aberturas de tanques paraisolar chamas. Elas devem ser mantidas sempre em boas condies e trocadas, casoapresentem defeito.
2.1.14 TEMPESTADES ELTRICAS
As operaes de carga envolvendo alvio de vapores inflamveis devem serinterrompidas, durante tempestades eltricas.
2.1.15 RISCO NO TRANSPORTE
Devemos conhecer as caractersticasdos produtos que esto sendo transportadospara sabermos os riscos que oferecem.
2.1.16 EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL (EPI)Todos os tripulantes devem trabalhar sempre protegidos, de preferncia, com
equipamentos de proteo individual adequados ao tipo de situao.
O EPI utilizado para proteger o homem contra os fatores que coloquem em risco asua integridade fsica.
Embalagens para transporte de carga
Roupas de proteoEquipamento de proteo individual
24
No deixe de usar o equipamento adequado ao manuseio de produtos que ofereamriscos sade.
2.1.17 AMBIENTE DA SUPERESTRUTURA
Alguns navios especiais, como quimiqueiros e gaseiros, oferecem um ambiente internona superestrutura isolado e com presso interor maior que a do ambiente exterior, com opropsito de impedir que o ar de fora entre e, juntamente com ele, gases de produtosqumicos que estejam sendo operados a bordo, oferecendo riscos de incndio econtaminao.
2.1.18 A COZINHA
Deve ficar sem vapores de carga e sempre bem limpa.
2.1.19 PORTAS E VIGIAS
Devem ficar fechadas em operaes de carga, lastro, lavagem de tanques edesgaseificao.
Portas e vigias sempre fechadas
ECINECINCap 2 -Cap 2 - 25
2.1.20 MOVIMENTAO DO NAVIOEm operaes de cargas perigosas, em caso de emergncia de incndio, o navio
deve ter condies de movimentar-se por seus prprios meios, no terminal em que estiveroperando.
2.1.21 RESTOS DE MATERIAL
Devemos evitar deixar estopas embebidas em leos ou substncias inflamveis,bem como restos de material inflamvel jogados pelo piso ou em locais de risco. Eles devemser colocados em locais prprios como depsitos de lixo.
2.2 ARRANJOS ESTRUTURAIS DE PREVENO A INCNDIOSo arranjos feitos na estrutura fsica do navio, com o objetivo de permitir o combate
a incndio, em caso de uma emergncia.
2.2.1 POSTOS DE COMBATE A INCNDIO
So os locais onde encontramos caixas especiais com mangueiras, conexes paraas mesmas, chaves de mangueira e esguichos de gua. Ficam sempre prximos a umatomada de sada dgua da rede de incndio.
Movimentao do navio
Posto de incndio
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2.2.2 CASA DE BOMBAS
o local onde encontramos, entre outras, as bombas de incndio, que puxam a guado mar e abastecem a rede de incndio.
2.2.3 REDES DE INCNDIO COM TOMADAS
So os dutos a bordo que conduzem a gua do mar, com a finalidade de combaterincndios. As tomadas de incndio so as vlvulas, nas extremidades das redes onde asmangueiras de incndio so conectadas.
2.2.4 REDES DE BORRIFAMENTO
So oriundas das redes de incndio e quando acionadas realizam um trabalho especialde borrifamento de gua; ficam, geralmente, no convs principal.
Casa de bombas
Redes de incndio
Vlvula de abertura da rede de borrifamento
ECINECINCap 2 -Cap 2 - 27
2.2.5 COMPARTIMENTOS DE CO2, HALON, ESPUMA E NITROGNIO
So os locais onde encontramos as ampolas contendo estas substncias, quecombatem incndios (agentes extintores), bem como os demais dispositivos deacionamento destes sistemas.
2.2.6 CENTRAIS DE ACIONAMENTO ELTRICO
So locais onde ficam quadros eltricos de acionamento de diversos sistemas decombate a incndio.
2.2.7 SINALIZAO ESPECIALSo sinais e avisos utilizados no apoio ao combate a incndio, podendo ser, inclusive,
luminosos ou refletivos no escuro.
Compartimento de CO2
Centrais de acionamento eltrico
Sinais e avisos luminosos ou refletivos
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2.2.8 PORTAS CORTA-FOGO
So portas especiais que tambm fazem parte da estrutura do navio com o objetivode impedir a passagem das chamas, isolando o local que ainda no pegou fogo.
Porta corta fogo
Adiante, veremos mais detalhes de todos os arranjos estruturais, no decorrerdo estudo dos diversos sistemas de combate a incndio de bordo.
ECINECINCap 3 -Cap 3 - 29
3.1 DETECTAR INCNDIOS
Detectar incndio perceber indcios de combusto, logo em seu princpio. Osequipamentos utilizados a bordo das embarcaes so sensveis, podendo ser acionados,mesmo com pouca fumaa.
3.1.1 SISTEMAS DE DETECO DE INCNDIOSo equipamentos utilizados na evidenciao de princpios de incndios, mesmo
quando a temperatura no elevada, na deteco de gases volteis e de gases txicos.Em embarcaes so utilizados os seguintes tipos:
explosmetro
tankscope
oxmetro
lmpada de segurana
cmera de imagem trmica
detectores de fumaa e de calor
3.1.2 EXPLOSMETRO
Os explosmetros so conhecidos como Indicadores de Vapores, ou seja aparelhosutilizados para determinar o percentual da concentrao de vapores inflamveis de umamistura AR/GS, num determinado ambiente. So equipamentos capazes de detectargases combustveis, hidrognio com acetileno ou misturas desses produtos com o ar ouoxignio, de forma rpida e segura.
Explosmetro
CAPTULO 3 - DETECO DE INCNDIOS
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3.1.3 TANKSCOPE
um indicador da presena de gases inflamveis num compartimento de navio.
Diferentemente do explosmetro, o Tankscope d uma leitura direta do percentual,em volume, de gases inflamveis.
3.1.4 OXMETRO
Os diferentes tipos de oxmetro so conhecidoscomo Analisadores de Oxignio. Essesequipamentos medem a concentrao de oxignionos compartimentos.
Os oxmetros fixos so usados para monitoraro teor de oxignio nos condutores de gases dascaldeiras e nas redes principais de sistemas de gsinerte.
3.1.5 LMPADA DE SEGURANA um equipamento que permite avaliar a atmosfera de um compartimento onde o
percentual de oxignio baixo ou onde existe a presena de gases inflamveis.
Interpretao das indicaes da Lmpada de Segurana.
Chama apagada - deficincia de oxignio (menos de 16%).
Chama apaga com estalo - baixa concentrao de gasesinflamveis.
Chama resplandesce brilhantemente e apaga - altaconcentrao de gases inflamveis.
3.1.6 CMERA DE IMAGEM TRMICA
um equipamento que funciona com sensores infravermelhos a fim de detectardiferentes perfs de temperatura em um ambiente. Permite detectar pontos mais quentesou mais frios em um local, diferenciando-os pelo tipo de apresentao.
Tambm usada para localizar focos deincndio atravs da fumaa, neblina de guaou espuma, localizar homens em ao desalvamento em locais tomados por fumaa,localizar vazamentos de vapor, verificar aqualidade do isolamento trmico, etc.
Oxmetro
Lmpada desegurana
Cmera de imagem trmica
ECINECINCap 3 -Cap 3 - 31
3.1.7 DETECTORES DE FUMAA E CALORPermitem que princpios de incndios sejam informados, com presteza, por intermdio
de um sinal de alarme. Detectores no acionam qualquer sistema automtico de extinode incndio, porm, indicam a existncia e o local do sinistro.
Os detectores instalados a bordo so de dois tipos:
detector sensvel fumaa e a gases de combustoem geral, instalado em praticamente todos oscompartimentos; e
detector sensvel ao calor, instalado nas cozinhas eoutros compartimentos sujeitos a incndios por chamasexpostas.
3.2 ALARMES AUTOMTICOS DE INCNDIO
So alarmes acionados por sistemas de deteco automtica quando inica-se umincndio.
A tabela de fainas e instrues de emergncia do navio deve detalhar os tipos dealarmes usados em casos de emergncia.
3.2.1 ALARME GERAL
Indica qualquer emergncia ou sinistro com o navio, alertando todos a bordo para oincio dos procedimentos cabveis.
Detector de fumaa
Alarme geral
Os diferentes tipos de alarmes so:
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3.2.2 ALARME DE INCNDIO
Indica a existncia de fogo a bordo e que devemos nospreparar para combat-lo. Geralmente seguido do local doincndio e do tipo de incndio para facilitar as aes iniciais.
3.2.3 ALARME DE AVISO DO ACIONAMENTO DE CO2
Indica que o sistema fixo de CO2 foi acionado para aquele compartimento onde oalarme est soando. Devemos abandon-lo,imediatamente. Como o CO2 um gs inerte,atuar abafando o fogo no compartimento, sendonecessrio ficar totalmente isolado do meioexterno. Para isso, corta-se sua ventilao eextrao, ento as chamas se apagaro porabafamento.
3.2.4 LMPADA DE EMERGNCIA (acende em caso de falta de energia e incndio)
Existem outros alarmes que, embora noconstando da tabela de fainas e instrues deemergncia, so igualmente importantes.
3.2.5 ALARMES DO PASSADIOSo alarmes sonoros e visuais que monitoram sistemas vitais de bordo, visando
segurana do navio. Dentre os sistemas podemos citar os de deteco de incndio,acionamentos de sistemas fixos de extino de incndios e outros.
Alarme de incndio
Alarme de CO2
Lmpada de emergncia
Alarmes do passadio
ECINECINCap 3 -Cap 3 - 33
3.2.6 ALARMES DA PRAA DE MQUINASIndicam situaes de emergncia com o
navio. So encontrados no Centro de Controledas Mquinas (CCM), que sempre guarnecidopor um Oficial de Mquinas ou outro tripulanteda mesma seo. So idnticos aos dopassadio, com as funes de monitoragem desistemas vitais de bordo (alarmes de incndio,emergncia com os motores, sistemas de carga,vazamentos e outros).
3.2.7 ALARMES DAS ACOMODAES
So alarmes que tocam nos camarotesou em locais de concentrao da tripulao, nasuperestrutura, para indicar certos problemascom o navio, inclusive em situaes queenvolvam aes de emergncia.
3.2.8 ALARMES DE DETECO DE GASESSo alarmes que compem um sistema de deteco de gases para diversos
compartimentos do navio. Geralmente eles so sonoros e visuais.
Alarmes do CCM
Alarmes das acomodaes
Painel do detector de gs
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3.2.9 ALARMES DO SISTEMA DE CO2 E HALON
Indicam que os sistemas foram ativados.
Devemos evacuar o local e isol-lo, imediatamente, para que o gs inerte possaatuar no incndio.
3.2.10 ALARMES DE DETECO DE FUMAA OU CALORSo os que detectam princpios de incndio em diversos compartimentos do navio.
Os treinamentos peridicos em viagem permitem tripulao a identificao dosdiferentes sinais de alarme usados a bordo, sejam eles de carter geral ou especfico.
O Oficial encarregado do setor de segurana e o Imediato so os responsveis peloadestramento a bordo.
Alarme sonoro de CO2
Painel dos alarmes de incndio
ECINECINCap 4 -Cap 4 - 35
4.1 DEFINIOSo sistemas fixos a bordo, que so utilizados nos diversos
tipos de combate a incndio.
4.1.1 REDES DE INCNDIO
Consistem de um sistema de canalizao que se estendepor toda a embarcao e so destinadas a alimentar as tomadasde incndio, os sistemas de borrifo, a rede sanitria e, em algumasembarcaes, o sistema de resfriamento das mquinas auxiliares.A fim de evitar avarias, as redes e as bombas de incndio, devemficar bastante protegidas.
4.2 TOMADAS DE INCNDIO
So instaladas na rede de incndio, as quais estaro localizadasdentro das caixas de incndio ou prximas a elas, juntamentecom uma ou duas sees de mangueira, um esguicho e uma chavede mangueira.
As tomadas de incndio podemser simples, com mangueiras de2 ou 1 ou duplas, commangueiras de 1 .
4.3 VLVULAS
As vlvulas normalmente instaladas na rede de incndio so as de interceptao,redutora e de segurana.
As de interceptao esto localizadas na rede de incndio e nas suas derivaes, cujafinalidade a de permitir a interrupo da rede no s nas manobras normais para reparos,ajustagens, limpeza, etc., como tambm em situaes de emergncia para isolar as seesavariadas, de modo a impedir que todo o sistema seja prejudicado, em virtude da rupturada rede em um nico ponto.
As vlvulas redutoras reduzem a presso da rede deincndio, antes da gua entrar na rede sanitria.
As vlvulas de segurana so instaladas nasdescargas das bombas e nas redes sanitrias com afinalidade de aliviarem a rede, caso a presso chegueao limite de prejudicar o sistema.
Vlvula de incndio
CAPTULO 4 - SISTEMAS FIXOS DE EXTINO DE INCNDIOS
Tomada de incndio
Redes de incndio
Interior da caixade incndio
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4.4 SISTEMA DE BORRIFO
Destina-se a proteger reas contra o fogo e, quando operando automaticamente, possuia vantagem de atuar logo no incio do incndio.O tipo mais antigo o sistema fixo de borrifo,o qual consiste numa derivao da rede de incndio destinada a proteger conveses principaiscom redes de cargas perigosas, domos de tanques ou outros locais onde haja manuseiode lquidos inflamveis. Protege tambm o pessoal que ir combater o incndio.
Outro sistema pode ser operado manualmente, sendo, neste caso, dotado de controlelocal e comando a distncia. Pode ser dotado de pulverizadores destinados formao deneblina de baixa presso ou do tipo chuveiro, para formao de uma cortina dgua.
H o sistema automtico de borrifo, que consiste na instalao de chuveiros automticos(Sprinklers), cuja vlvula de abertura sensvel ao calor. O rompimento dessa vlvula permiteuma descarga de gua, que se faz em forma de borrifo.
Sistema de borrifo atuando
Sprinkler
ECINECINCap 4 -Cap 4 - 37
4.5 SISTEMA FIXO DE DIXIDO DE CARBONO (CO2)
So equipamentos fixos que utilizam uma grande quantidade de ampolas de CO2, cujacapacidade permite encher o compartimento com este gs inerte, atravs de difusores,extinguindo o incndio por abafamento.
Tal sistema requer, para a sua utilizao, os seguintes cuidados:
evacuao de todo o pessoal do compartimento; parada do sistema de ventilao e exausto com acionamento de alarme; desligamento de diversos equipamentos; e isolamento total do compartimento com fechamento dos acessrios, que permitem a
comunicao do local com a atmosfera, o quepossibilitaria a perda de CO2 .
O sistema fixo de CO2 s deve ser utilizado quandoo incndio for considerado fora de controle.
O acionamento do sistema fixo de CO2 feito adistncia, por meio de 2 ampolas com 1 Kg de CO2cada. Uma das ampolas cortar a exausto e aventilao, alm de disparar um alarme; enquanto asegunda ampola disparar os cilindros acionadores,que por sua vez acionaro os cilindros escravos, osquais lanaro o CO2 nos compartimentos.
Existe, ainda, um acionamento local dentro do compartimento das ampolas, o qual tero mesmo efeito do automtico.
Alavanca de acionamento adistncia do sistema de CO2
Compartimento das ampolas de CO2
Este tipo de sistema, bem como os de Halon e Nitrognio, s ser usadoquando o incndio ficar descontrolado e comear a se alastrar, oferecendoriscos ao pessoal e ao navio.
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4.6 SISTEMA FIXO DE HALON
Este sistema utiliza o Halon 1301 para a extino deincndios. Possui ampolas, cuja capacidade permite oalagamento do compartimento e a extino do incndio pelainterrupo da reao em cadeia e geralmente soutilizadas em compartimentos de compressores de cargae de motores eltricos.
Tal sistema requer, para a sua utilizao, os seguintescuidados:
evacuao de todo o pessoal do compartimento; parada do sistema de ventilao e exausto com acionamento de alarme; desligamento de diversos equipamentos; e isolamento total do compartimento com fechamento dos acessrios que permitem
a comunicao do local com a atmosfera, o que possibilitaria a perda de Halon.
O acionamento a distncia do sistema fixo de Halon idntico ao do sistema fixo de CO2.
4.7 SISTEMA FIXO DE P QUMICO SECO (PQS)
So equipamentos fixos que utilizam uma grande quantidade de ampolas de p qumico,agente extintor extremamente eficaz para o combate a incndios classe B, extinguindo ofogo por abafamento e por interrupo da reao em cadeia.
Neste sistema, o p qumico pode ser lanado sobre o fogo por meio de trs formas: de tomadas de PQS, contendo um mangote com esguicho apropriado; de canhes de lanamento direcional; e de dispositivo de duplo agente composto por sarilho (rolo) com dois mangotes e
dois esguichos, sendo um para espuma e outro para PQS.
Ampolas de Halon
Sistemas de p qumico
Alavanca de acionamento adistncia do sistema de Halon
ECINECINCap 4 -Cap 4 - 39
O acionamento a distncia do sistema fixo de PQS feitopor 1 ampola com 1 Kg de CO2, que acionar os cilindros denitrognio e estes, por sua vez, pressurizaro as esferas quearmazenam o p qumico do sistema fixo.
4.8 SISTEMA FIXO DE GS INERTE (Nitrognio)
um sistema que utiliza gases como onitrognio, CO2 e outros, nas propores de84%, 15% e 1%, respectivamente, podendoser obtido por meio de um Gerador de GsInerte ou acondicionados em vriasampolas, e utilizados para saturarem oambiente, em substituio ao oxignio e aosvapores que envolvem a carga, eliminando,dessa maneira, os riscos de incndio e deexploses.
O sistema de gs inerte utilizado geralmentepara preveno de incndios em plantas de carga,e por isso no considerado como meio decombate, no estando disponvel de imediato e nodispondo de volume suficiente para o citadocombate.
Em alguns navios podemos encontr-lo em ampolas, como no sistema de CO2 e Halon,podendo, neste caso, ser utilizado no combate efetivo ao incndio.
4.9 SISTEMA FIXO DE ESPUMA (Estao Geradora de Espuma)
Tambm chamado de Estao Geradora de Espuma, utilizado em locais quepossuem elevado risco de incndio de classe B, extinguindo o fogo por abafamento.
Tal sistema possui alta capacidade em produzir a mistura gua-lquido gerador deespuma (AFFF), a qual canalizada at os canhes e s tomadas de incndio especiais,localizadas em diversos pontos de bordo, especialmente em conveses abertos (como oprincipal) e em praas de mquinas de certos navios.
Ampolas de nitrognio
Caixa com alavanca deacionamento a distncia do PQS
Sistema gerador de gs inerte
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A estao de controle deste sistema fixo deve estar localizada fora da rea de carga eadjacente rea das acomodaes, com acesso e operao fcil, em caso de incndionas reas cobertas por ele.
A gerao da espuma depender de uma pressurizao no misturador de 100 a 150lb/pol2 , proporcionando um mnimo de 70 a 80 lb/pol2 de presso.
Tanque com lquido gerador
Canho de espuma
Compartimento do sistemafixo de espuma
Misturador do lquidogerador com gua
ECINECINCap 4 -Cap 4 - 41
Esta espuma gerada vai para os esguichosde espuma conectados em mangueiras quesaem das tomadas de incndio, para os jcitados canhes de espuma ou ainda para osventiladores localizados nos compartimentosde carga, quando em navios Ro-Ro. Estesventiladores empurram a espuma geradaespalhando-a pela coberta Onde ficam osveculos ou cargas sobre rodas.
Os compartimentos fechados, dotados de ventiladores para a proporo de espuma dealta expanso, devem possuir ainda extratores capazes de recolher toda a espuma, utilizadano incndio aps a extino do mesmo, do outro lado da coberta, nos navios Ro-Ro.
4.10 BOMBA DE INCNDIO DE EMERGNCIA (Motobomba)
Normalmente, a rede de incndio pressurizada por uma srie de bombascentrfugas acionadas por motores eltricos,devendo cada bomba ser capaz de manter apresso na rede em cerca de 100 lb/pol2, cujacapacidade de vazo pode variar de 100 a 250gales por minuto (GPM).
Caso a presso na rede de incndiodiminua, sensores de presso, a vante e ar, com indicao analgica (manmetros),enviaro informaes ao centro de controleque colocar em funcionamento umabomba de emergncia, acionada por ummotor combusto (leo diesel), a fim derestabelecer a presso na rede de incndio.
Ventiladores do sistema fixo de espuma
Extratores do sistema fixo de espuma
Bomba de incndio
Bomba de incndio de emergncia a diesel
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As motobombas de emergncia devem ser dotadas dedispositivo de corte de combustvel (leo diesel) a distncia,fora do compartimento em que se situa, permitindo a sua parada,mantendo-a inertizada e isolada dos vapores da carga.
A energia eltrica para o seu acionamento deve ser independente da energia principal(BATERIAS).
Motobomba
Baterias
Sistema de corte de combustvel
ECINECINCap 5 -Cap 5 - 43
5.1 MANGUEIRAS DE INCNDIO
So equipamentos destinados a conduzir a gua at o foco do incndio.
De formato cilndrico, as mangueiras de incndioso constitudas por um tubo interno de borracha,devendo ser bastante liso para permitir a passagem dagua em seu interior sem provocar muito atrito com omesmo; e por um tecido externo, o qual receber, coma ao do tempo, produtos qumicos, atritos e outrosfatores fsicos que influem diretamente na suaresistncia, diminuindo a sua vida til.
As mangueiras de combate a incndio utilizadas nos navios possuem em uma desuas extremidades uma unio de rosca macho e na outra, uma unio de rosca fmea.
Unio Macho - serve para conectar uma mangueira a um esguicho.
Unio Fmea - serve para conectar uma mangueira a uma tomada de incndio.
Unio de Reduo de 2 para 1 - serve para conectar duas mangueiras dedimetros diferentes, ou para conectar uma mangueira em uma tomada de incndio cujodimetro seja maior que o seu.
CAPTULO 5 - EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCNDIO
Mangueira de incndio
Agora, veremos alguns conceitos de unies de mangueiras.
Unio macho Unio de reduoUnio fmea
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Unio Duplo Fmea - permite contornar uma seo furada da rede de incndio,unindo as mangueiras que esto ligadas s duas tomadas de incndio, facilitando a ligaode dois terminais de rosca macho.
Unio Duplo Macho - facilita a ligao de dois terminais de rosca fmea.
Unio de Aumento - utilizada tanto nas tomadas de incndio como nasmangueiras, para aument-las de dimetro.
Unio de Reduo em Y - uma bifurcaoem Y com uma entrada de 2 e duas sadas de 1, com uma vlvula independente para cada sada.Geralmente utilizada para conectar duas mangueirasde 1 a uma tomada de incndio ou uma mangueirade 2 .
Aparelho Divisor um equipamento com unies de engate rpido (storz), comuma entrada de 2 e 3 sadas de 1 .
OBS.: As mangueiras utilizadas nas embarcaes,em cujas extremidades possuam unies de rosca,so, atualmente, dotadas de unies de engate rpido(storz), o que facilita o seu manuseio no combate aincndios.
Unio em Y
Transporte e aduchamento da mangueira
Unio duplo fmea Unio duplo machoUnio de aumento
Mangueiras com engate rpido
Aparelho divisor
ECINECINCap 5 -Cap 5 - 45
As mangueiras adotadas nas embarcaes mercantes so do tipo de borracha e lonadupla, nos dimetros:
1 - ligadas s tomadas de incndio; 2 - utilizadas para dar maior extenso s linhas de mangueiras, uma vez que a
sua manipulao bastante difcil, quando pressurizadas; e 3 - utilizadas em navios dotados com estaes de alta capacidade de gerao
de espuma.
Neste caso, devero ser aduchadas para facilitar o transporte, ou seja, devero serdobradas ao meio e enroladas do seio para as extremidades, de tal maneira que a uniovenha por cima e fique a cerca de 1,20 m da unio da outra extremidade da mangueira.Desta forma, a unio macho estar devidamente protegida, permitindo um transporteseguro da mangueira e um desenrolar mais prtico, bastando para isso segurar uma dasunies e lanar a mangueira.
ATENO:As mangueiras devem ser acondicionadas de maneira que possamser utilizadas sem perda de tempo.
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Elas devem ser acondicionadas em caixas de incndio, junto as tomadas de incndio,distribudas em diversos compartimentos dos navios.
5.1.1 CONSERVAO DAS MANGUEIRAS Devem ser conservadas limpas, no sendo indicado lav-las, a no ser que estejam
sujas de graxa ou leo, ou outras substncias que danificam a borracha.
Se for necessrio, lav-las somente com gua doce e sabo neutro, esfregando-as com escova macia.
Aps a sua lavagem, devem ser colocadas em local fresco para a secagem, forada incidncia do Sol.
As unies feitas de bronze para evitar a corroso, no podero cair no cho parano danificar os fios das roscas ou empenar as unies, dificultando as suas conexes.
As mangueiras devem ser retiradas de seus suportes pelo menos uma vez porms para inspeo e depois recolocadas nos mesmos, a fim de evitar que as dobras donovo ziguezague permaneam nos pontos do ziguezague anterior.
Verificar se o anel de borracha das juntas est no seu devido lugar.
Limpar e lubrificar as juntas, retirando os anis de borracha, evitando assim quesejam atingidos pela graxa, devendo ser recolocados logo aps a lubrificao.
Acondicionamento da mangueira
Mangueira em ziguezague
ECINECINCap 5 -Cap 5 - 47
5.2 ESGUICHOS
So equipamentos de combate a incndio que, conectados s mangueiras de incndio,regulam o jato do agente extintor por elas conduzido (gua ou espuma).
ESGUICHO UNIVERSAL
Por possuir uma vlvula com trs posies, comandada por uma alavanca e doisorifcios de descarga, permite a obteno de um jato slido, quando a alavanca puxadapara trs; pelo orifcio superior de um jato neblinado quando a alavanca mantida nomeio; e pelo orifcio inferior de um fechamento do esguicho quando a alavanca empurradapara a frente.
Ao esguicho universal adaptam-se aplicadores de neblina, podendo ser de alta ou debaixa velocidade, estes podem ser facilmente acoplados ao seu orifcio inferior.
Esguicho com aplicador
Esguichos e aplicadores
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ESGUICHOS PROPORCIONADORES DE ESPUMA MECNICA NPU-FB 5X-FB10/10-AFFF
O esguicho NPU forma espuma mecnica com vazo constante atravs da introduode ar na mistura gua - lquido gerador. Ele pode ser usado para este fim com qualquermisturador de gua - lquido gerador, o qual dever ser instalado entre duas mangueiras,ou independente, com a utilizao de um tubo aspirador conectado ao prprio esguichoNPU.
Abaixo mostramos outros tipos de esguichos e aplicadoresencontrados a bordo.
Esguicho com aplicador
1. Monitor ( no comum a bordo )
2. Aplicador de Neblina
3. Universal
4. Regulvel
5. Tronco Cnico
6. Aplicador de Espuma
7. Proporcionador de EspumaEsguichos e aplicadores
ECINECINCap 5 -Cap 5 - 49
Cada recipiente de lquido gerador com capacidade de 5 gales capaz de produzir3.000 litros de espuma, com uma durao de um minuto e meio, estando o sistema a umapresso de 100 lb/pol2.
Semelhantes ao NPU, os esguichos FB 5X e FB 10/10 soutilizados para misturar gua com AFFF (lquido gerador deespuma, no-txico e no-corrosivo) e produzir espumamecnica.
O FB 5X produz aproximadamente 50 gales(225 litros) deespuma por minuto, com presso de 80 lb/pol2, e o FB 10/10produz cerca de 100 gales (450 litros) de espuma por minuto.
Os esguichos AFFF receberam este nome por serem especficos para a formao deespuma mecnica cujo agente o AFFF, tambm conhecidos como esguichos de vazovarivel. Estes esguichos tm a possibilidade de compensarem o dbito de espuma pormeio de alavanca ou de gatilho, produzindo espuma numa vazo que pode ser reguladaem 60, 95 ou 125 gales por minuto.
Ainda existe o misturador entrelinhas que funciona como um esguicho normal s que ligado entrelinhas de mangueira, onde a gua que passa nelas, dever neste ponto deligao, ser misturada com o lquido gerador que, atravs de suco feita pelo arrastamentoda gua, vai penetrar neste misturador.
Esguicho NPU
Esguicho FB 5X
Esguicho FB 10/10
Esguicho AFFF
Misturador entrelinhas
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ESGUICHOS WATERWAL E FIREGHTER
Estes esguichos so semelhantes ao esguicho varivel,sendo utilizados para a proteo do pessoal e do navio.
5.3 APARELHOS EXTINTORES
So equipamentos portteis de combate a princpios de incndio, classificados deacordo com o tipo de agente extintor que possuem.
Extintor de gua
Indicado para incndios de classe A-slidos inflamveis - pois apaga o fogo porresfriamento, utilizando a gua como agenteextintor, podendo ser pressurizada quando ogs propelente (ar comprimido, CO2 ounitrognio) armazenado no mesmo cilindro.Para o seu funcionamento, basta retirar olacre e acionar a vlvula de abertura efechamento (gatilho). Existe outro tipo ondeo gs propelente se encontra em uma ampolaseparada, devendo, neste caso, retirar o lacree abrir o seu registro para pressurizar osistema e proceder o combate ao fogo.
Durante a utilizao destes tipos de extintores, deve-se tomar o cuidado de direcionara gua para a base do fogo.
Extintor de Espuma Qumica
Constitudo por dois cilindros: um interno, que contm uma soluocida base de sulfato de alumnio; outro externo, que o prpriocorpo do extintor, contendo uma soluo alcalina de bicarbonato desdio e alcauz (estabilizador), esse extintor indicado para incndiosde classe B- lquidos inflamveis apagando o fogo por abafamento.
Para dar incio ao seu funcionamento basta inverter o extintor, efetivando a misturado contedo dos dois cilindros dando incio reao e, conseqentemente, formaoda espuma. Ateno: Aps acionado no podemos mais interromper a produo daespuma.
A espuma deve ser lanada em uma antepara, de onde ir se espalhar sobre asuperfcie atingida pelo fogo.
Esguicho FIREGHTERe WATERWAL
Extintor de guapressurizada
Extintor de guacom ampolapropelente
ATENO:Este extintor no deve ser utilizado em eletricidade, pois possui gua na sua
composio.
Extintor deespuma qumica
ECINECINCap 5 -Cap 5 - 51
Extintor de Espuma Mecnica
constitudo por um cilindro com uma mistura de lquidogerador de espuma (AFFF) e gua e usa ar comprimido comopropelente.
So empregados em incndios de classes "A" e "B" e sooperados semelhana dos extintores de gua pressurizada.
Extintor de P Qumico Seco
Constitudo de um cilindro que possui no seu interior um p a base de bicarbonato desdio ou bicarbonato de potssio, o qual impulsionado para fora por meio de gspropelente, geralmente o nitrognio.
Este extintor indicado para incndios das classes B e C- materiais eltricos -pois no conduz a eletricidade e apaga o fogo por abafamento.
Em sua utilizao, o p deve ser lanado paralelamente superfcie em chamas,procurando cobrir toda a rea atingida formando uma cortina entre o material combustvele o oxignio do ar atmosfrico.
Os extintores de PQS, da mesma forma que os de gua, tambm podem serpressurizados ou a pressurizar (com ampola de propelente fixada por fora do extintor).
Extintor de Dixido de Carbono (CO2)
constitudo por um cilindro de ao bastante resistente , com a finalidade de armazenaro gs carbnico sob presso. A maior parte do gs (68%) encontra-se na forma lquidadentro do cilindro, e seu funcionamento consiste apenas na retirada do grampo desegurana e acionamento do gatilho.
Extintor deespuma mecnica
Extintor de PQS pressurizado
Extintor de PQS com ampola propelente
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5.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL DE COMBATE A INCNDIO todo meio ou dispositivo de uso pessoal destinado a preservar e proteger a
integridade fsica do seu usurio, durante o exerccio do trabalho, contra as conseqnciasresultantes de acidente ou, no caso, para combate a incndio.
5. 4.1 ROUPA PROTETORA
a) Roupa Bsica
As vestimentas bsicas do combatente devem ser a base de algodo, tendo emvista oferecerem uma significativa proteo contra o calor irradiante do incndio. Porcausa disto, adotou-se o macaco como vestimenta padro a bordo dos navios em viagem.O uso de roupas de baixo (cuecas, meias e camisetas)em algodo, tambm recomendvel, medida queos tecidos sintticos podero queimar e grudar napele, quando submetidos ao calor.
indicado para incndios de classe C, pois no conduz eletricidadee apaga por abafamento, podendo tambm ser utilizado nos incndiosde classe B. Neste caso, o jato de CO2 deve ser espalhado sobre aschamas formando uma cortina de gs, impedindo o contato do materialcombustvel com o oxignio do ar.
Extintor a Halon
Os extintores a Halon utilizam basicamente dois tipos de agentes extintores, o Halon1211 e o Halon 1301.
Todos os extintores a Halon so pressurizados, podendo usar aprpria presso do agente extintor que so gases liquefeitos, ou,quando a presso no for suficiente, utiliza-se um gs propelente,que deve se caracterizar por sua absoluta iseno de umidade.
So recomendados para incndios das classes B e C, e,particularmente, nos incndios em equipamentos eletrnicos, por nodeixarem resduos.
O seu acionamento semelhante ao do extintor de CO2, devendo,neste caso, o jato ser dirigido para a base do fogo.
No caso de incndios em lquidos inflamveis o jato deve ser dirigido primeiramente parede do recipiente e depois ser espalhado sobre a superfcie do lquido.
Extintor de CO2
Extintor de Halon
Roupa bsica
ECINECINCap 5 -Cap 5 - 53
b) Roupa de Aproximao
Confeccionada em material a base de couroou de amianto, resistente s altas temperaturasgeradas pelo incndio, devem ter a gola viradapara cima, os velcros passados e zperesfechados, sendo, ento, complementadas como uso de luvas, botas e capacetes.
Esta roupa dever ser usada todas as vezesque for necessrio combater um incndio demaior porte, podendo ser molhada para dificultara penetrao do calor.
c) Roupa de Penetrao
As roupas de penetrao so usadas nas fainas de combate a incndio, em que ohomem entrar em contato direto com o fogo. Para isso, devem ser confeccionadas emamianto ou fibra de vidro, podendo ainda ter a sua superfcie aluminizada, o que lhe
proporcionar maior proteo, uma vez que diminuia absoro do calor irradiante. Tais roupas deveropossuir ainda um capuz anti-flash que sercolocado por sobre a pea facial da mscaracobrindo todas as partes expostas da pele dohomem. Uma vez molhada, dever ser mantidaassim para evitar que o combatente cozinhe dentrodela.
Roupa de aproximao
Roupa de penetrao
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5.4.2 BOTAS
As botas devem ser de couro, com canolongo, possuindo ainda biqueiras e dorso de ao,a fim de resistirem no s ao calor como tambmao impacto, alm de possurem um soladoantiderrapante
5.4.3 LUVAS
As luvas devem ser confeccionadas com material resistente s altas temperaturas,geralmente de asbesto ou de amianto, devendo, ainda, ter ocano longo.
5.4.4 CAPACETE
Equipamento rgido que proporciona proteo eficazcontra impactos no crnio.
5.4.5 LANTERNA PORTTIL (lmpada eltrica de segurana)
Equipamento de iluminao do tipo aprovado, que deve ter perodo mnimo de 3horas de iluminao.
5.4.6 MACHADO
Deve ser do tipo aprovado, e utilizado nos trabalhos de arrombamento em geral.
Botas
Capacete e mscara
Luvas
Machado
ECINECINCap 5 -Cap 5 - 55
5.4.7 APARELHOS DE RESPIRAO AUTNOMASo equipamentos de uso individual no combate a incndio,
capazes de suprir a necessidade de ar ao usurio, em locaiscom falta de oxignio ou ambientes contaminados com gasestxicos.
Podem ser do tipo MSA e DRAGER LUBECA.
MSACapacidade: 1270 litros de arPresso: 150 barAutonomia: 30 minutos (respirao normal)Componentes:Mscara facial e TraquiaConjunto regulador de arCilindroSuporte do cilindro (costela)
Manuseio e Operao
1. Retirar o equipamento e verificar o manmetro do cilindro.2. Abrir o registro do cilindro.3. Colocar o cilindro, acoplado ao suporte, nas costas.4. Abrir a vlvula de demanda de ar e verificar o funcionamento do manmetro.5. Ajustar a mscara face e fazer o teste de vedao.6. Conectar a traquia ao conjunto regulador de ar.
DRAGER LUBECACapacidade: 1400 litros de arPresso: 200 bar + 10%Autonomia: 50 minutos (respirao normal)Componentes:Suporte bsicoRegulador de pressoVlvula de demandaMscara facialCilindro
Manuseio e Operao
1. Acomodar o equipamento s costas.2. Ajustar os tirantes, puxando-os para
baixo.3. Ajustar o cinto ao corpo e revisar os
tirantes.
Mscara MSA
Aparelho de respiraoautnoma
Mscara Drager
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4. Abrir a vlvula do cilindro, dando 1 1/2 volta no sentido anti-horrio.5. Ajustar a mscara face e efetuar o teste de vedao.6. Conectar o mangote da mscara ao regulador de presso.7. Observar o sinal sonoro emitido, que cessar aps a primeira inspirao.
5.4.8 APARELHOS DE RESPIRAO ARTIFICIALMscara com Tambor Gerador de Oxignio
Equipamento constitudo por um tambor gerador que funciona por ao qumica,produzindo oxignio e retendo gs carbnico e vapor d'gua exalados pela respirao.
Existem dois tipos: o de uso normal e o de partida rpida, que operam sob o mesmoprincpio, diferindo apenas quanto ao modo e ao tempo necessrios para serem ativados.
Mscara de Escape de Emergncia
utilizada apenas para o escapede pessoal em locais enfumaados, nodevendo ser empregada nas fainas decombate a incndio. descartvel, comvida til de 15 anos aps sua fabricao.
Mscaras com tambores geradores
Mscara de escape
ECINECINCap 5 -Cap 5 - 57
5.4.9 APARELHO DE RESSUSCITAO um aparelho que realiza respirao artificial em vtimas com insuficincia ou parada
respiratria, insuflando-lhes oxignio com alto teor de pureza, quase 100%.
utilizado em vtimas com asfixia causada por choque eltrico, afogamento,estrangulamento, intoxicao por gases ou fumaa deincndios, etc.
Constituio:a) mala para acondicionamento do aparelho;b) cilindro;c) vlvula de controle com manmetro;d) aspirador com catteres;e) vlvula do cilindro;f) mscaras do cilindro;g) conjunto regulador de presso com boto over ride;h) mangueiras;i) balo de teste do regulador de presso; ej) cnula.
Funcionamento
O equipamento funciona como ressuscitador, inalador, aspirador e coadjuvante massagem cardaca.
Ressuscitador - utilizado quando a vtima encontra-se impossibilitada de respirarespontaneamente.
Procedimentos:1.abrir vlvula do cilindro de oxignio;2.operar o controle da mscara e fix-la na face da vtima (verificar se sua garganta
permite a passagem do ar);3.abrir a vlvula de controle graduando-a no sentido OFF, at 15 respiraes por
minuto; e4.se a vtima comear a respirar espontaneamente, erguer a mscara de sua face,
ligeiramente, pressionando o boto over ride, iniciando o processo de inalaode oxignio.
Inalador - utilizado quando a vtima encontra-se com deficincia respiratria.
Procedimentos:1 . proceder conforme o uso do equipamento como ressuscitador;2 . segurar a mscara, ligeiramente afastada da face da vtima; e3 . pressionar o boto over ride nos momentos de sua aspirao.
Ressuscitador
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Aspirador - utilizado quando a vtima encontra-se com vias respiratriasobstrudas.
Procedimentos:1.pressionar o boto do aspirador e, prosseguindo na aspirao, pressionar e girar
no sentido horrio; e2. introduzir o catter na boca da vtima, usando a cnula sobre e atrs da lngua,
removendo o excesso de lquido da boca.
Coadjuvante massagem cardaca
Como auxlio massagem cardaca, aps as compresses no peito, administrar ooxignio, apertando o boto over ride. Continuar a massagem, consecutivamente, at arecuperao da vtima.
5.5 EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCNDIO EM EMBARCAES DE PEQUENOPORTE
Em embarcaes como rebocadores, empurradores, balsas, traineiras, embarcaespesqueiras de pequeno e mdio porte e outras, vamos encontrar basicamente os seguintesequipamentos de combate a incndio:
a) Extintores portteis: gua (geralmente pressurizada no cilindro); CO2 (geralmente de pequeno porte com difusor
conectado direto no extintor, sem mangueira); espuma (comum); e p qumico (geralmente de pequeno porte para uso em
locais e espaos pequenos, como praa de mquinase casa do leme).
b) Pequenos canhes de gua - podem lanar espuma, caso acoplados, atravs darede de incndio a uma pequena estao geradora, com lquido especial para a misturacom gua do mar. A mistura se processa na prpria rede de incndio.
Canho de gua/espuma
Extintores portteisde pequeno porte
ECINECINCap 5 -Cap 5 - 59
c) Baldes dgua, caixas de areia ou quaisquer materiais improvisados no momento,tais como: cobertores para abafar as chamas, mangueiras de baldeao de gua doce,etc.
d) Rede de incndio (de 1 1/2). Algumas embarcaes de pequeno porte aindapossuem redes de incndio que se utilizam de bombas portteis (tipo ejetores) ou aindabombas de incndio de emergncia, de pequeno porte, geralmente a diesel, para puxargua do mar e pressurizar as respectivas redes.
e) Postos de incndio (para as embarcaes quepossuem rede de incndio) geralmente de pequenoporte, com mangueira de 1 1/2, esguichos pequenosde vazo regulvel e chaves de conexo de mangueira.
Podem lanar tambm espuma, misturada atravs de esguichos especiais que recebemo lquido gerador (AEROFOAM ou AFFF) que misturado com a gua no prprio esguicho(tipo misturador entrelinhas ou outro qualquer dos j citados neste captulo, com entradasespeciais de ar para facilitar a mistura para gerar a espuma).
H vrios tipos de alarmes e detectores de fumaa conformeo local e a necessidade; todos com a mesma finalidade eprocesso de utilizao dos existentes nas embarcaes de mdioe grande porte.
As embarcaes de pequeno porte geralmente no possuem estaes fixasde agentes extintores ( CO2 , Halon, N2, Espuma).
Postos de incndio depequeno porte
Bombas portteis (c/ mangote)
Sistema de alarmes
60
6.1 ACIONAMENTO DOS ALARMES GERAL E DE INCNDIO
Esses alarmes constam daTabela de Fainas e Instrues deEmergncia do navio, a qual devedetalhar os procedimentos a seremadotados em casos de emergncia,inclusive em casos de incndio abordo. Os acionamentos podemvariar de acordo com o local e o tipode necessidade, podendo ser feitosmanualmente, quebrando-se umvidro, por exemplo, ouautomaticamente, pelos sensoresespeciais.
6.1.1 ALARME GERAL
Ao ser ouvido, todos a bordo devero conhecer os procedimentos padres, de acordocom o tipo de emergncia e devem ocupar seus postos de emergncia, exercendo suasrespectivas funes, conforme determinado na Tabela de Fainas e Instrues deEmergncia.
6.1.2 ALARME DE INCNDIO
Ao ser acionado, todos a bordo devero executar os procedimentos padres na fainade combate a incndio, ocupando seus postos de incndio, exercendo suas respectivasfunes.
6.2 PLANO DE SEGURANA E COMBATE A INCNDIO o conjunto de procedimentos que devem ser adotados na ocorrncia de emergncias
em conseqncia de incndios, exploses, vazamentos de cargas, encalhe ou varao,coliso ou abalroamento, acidentes pessoais e outras situaes de emergncia.
O planejamento prvio deste conjunto de aes deve ser elaborado pelo Comandantee demais oficiais do navio, devendo ser redigido em documento prprio e ficar expostoem quadros distribudos em diversos compartimentos do navio, ou, ento, acondicionadosem cilindros ou caixas com invlucros de proteo interna.
CAPTULO 6 - ORGANIZAO DE COMBATE A INCNDIO A BORDO
Tabela de fainas de emergncia
ECINECINCap 6 -Cap 6 - 61
O Plano de Segurana deve conter as seguintesinformaes:
1. tipos, quantidades e localizao das cargas a bordo;2. plano de arranjo estrutural geral do navio;3. dados sobre a estabilidade do navio;4. localizao de equipamentos de combate a incndio e
instrues para o seu uso; e5. localizao dos equipamentos de segurana.
Alguns navios, principalmente os de produtos perigosos(combustveis, produtos qumicos, gases), possuem um plano decontingncia de incndio para orientar a tripulao a seguir certospassos importantes, que facilitaro a organizao e o combate aoincndio.
invlucro do planode segurana
Plano de contingenciamento
Decide sobre a necessidade de
abandono
Comandante
Informa ao INGERou GEROP sobre
situao
Comandante
Ordenaacionamento dosistema fixo de
combate a incndio
Comandante
Cumpre tabelapara os postos de
Emergncia
CMT/Tripulao
Decide sobre a necessidade de
abandono
Comandante
Incio
Arquivarelatrio
Cumpre aesmitigadoras
adicionais e iniciao processo TNC
Comandante
Informa o Comandante
Combate comrecursos prprios
ao local
Identifica alocalizao eextenso do
incndio
Oficial de Servio
Apoia a fainaconjunta
Comandante
Aciona sinal sonoropara postos deemergncia e
coordena a faina
Comandante
Aciona o alarme enotifica Oficial de
Servio
Tripulante Informado
Foi alertadopor detetor de
incndio?S
N
1
2 3
principio deincndio?
S
N
Tripulante Informado6 5 4
Extinguiu oincndio?
S
NExtinguiu oincndio?
S
N
8
Sistema fixo decombate a incndio
foi acionado?
S
N
9 Oficial de Servio 7
H apoio deterra
disponvel?
S
N
11
SN Extinguiu oincndio?
12 10
Fim
62
6.3 MEIOS DE COMUNICAO INTERNA DE SEGURANA6.3.1 TELEFONES AUTO-EXCITVEIS
So telefones fixos a bordo, que tm a finalidade de permitira comunicao interna entre compartimentos, camarotes edemais locais, incluindo a praa de mquinas e o passadio,dentro da superestrutura do navio.
Tambm so utilizados em casos de emergncia, comonum incndio.
6.3.2 VHF PORTTEIS
So equipamentos do tipo rdio-telefone-porttil queestabelecem comunicao entre os tripulantes dentro do navioou at mesmo para fora deste. Esse rdio possui um alcance,geralmente, at o horizonte visual, com vrias freqncias deutilizao para manobras e demais operaes com o navio epode ser, tambm, utilizado para comunicaes internas entreas equipes de combate a incndios a bordo.
6.3.3 WALKY-TALKY
um tipo de rdio comunicador que possui restrio de canais e de freqncias.
6.3.4 MEGAFONES
So aparelhos para amplificar (aumentar) o som da voz humana, a fim de ser ouvida agrandes distncias, com clareza.
6.3.5 FONOCLAMA (Boca-de-Ferro)
um sistema de comunicao geral do navio onde o som transmitido, ao mesmotempo, para diversas partes, inclusive nos conveses abertos (popa, proa, convs principal,etc.).
Telefonesauto - excitveis
VHF Portteis
ECINECINCap 6 -Cap 6 - 63
Pode ser operado do passadio, cmara do Comandante ou do CCM (Centro deControle das Mquinas).
6.3.6 TUBOS ACSTICOS
So tubos que levam o som da voz de um local para o outro. Geralmente utilizadosdo passadio para o CCM ou para o Tijup, ou ainda para a cmara do Comandante.
6.4 PROCEDIMENTOS DE SEGURANA PESSOALA segurana pessoal em um navio feita quando o tripulante se conscientiza das
medidas de preveno a incndios, das normas de segurana e do uso correto doEquipamento de Proteo Individual.
Durante a ocorrncia de um sinistro, alm das medidas de segurana de rotina, atripulao deve:
advertir todos os setores de bordo quanto aos perigos e verificar o nmero deacidentados, resgatando-os para tratamento;
mostrar-se atento aos alarmes e demais informaes de bordo; conhecer bem o navio e os materiais de segurana pessoal; manter-se vestido de forma correta ao guarnecer o local de servio, se for o caso,
utilizando o EPI adequado faina; seguir as determinaes de segurana de bordo estabelecidas nas instrues
normativas da empresa e, tambm, do Comandante.
6.5 EXERCCIOS PERIDICOS DE COMBATE A INCNDIO
Para se obter sucesso no combate a incndio, alm do vigor fsico e determinao daequipe responsvel, quatro condies bsicas devem ser trabalhadas durante o perodode normalidade, em carter de preparao da equipe, que so:
1) Organizao
Os componentes da equipe de combate a incndio devem organizar-se de forma quesaibam:
a) quais os seus deveres;b) quais as suas funes;c) quais os servios que dele se espera; ed) onde devem executar os seus servios.
Fonoclama
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2) Instruo
o conhecimento tcnico dos equipamentos e de procedimentos de combate aincndio, adquirido a bordo, ou em Centros de Instruo, bem como o conhecimento dasimbologia padro para leitura e interpretao dos Planos de Segurana.
3) Treinamento
a realizao de exerccios peridicos com a prtica dos conhecimentos adquiridosna instruo, que tem como objetivos:
a) capacitar o indivduo a executar uma funo at que a realize rpida e eficientemente,mesmo em condies precrias;e
b) habilitar a equipe a trabalhar em conjunto, a fim de aumentar seu rendimento.
4) Manuteno do Material
A manuteno peridica dos equipamentos assegurar o sucesso da faina de combatea incndio.
6.6 INSPEO E PATRULHA PARA PREVENO DE INCNDIOSO navio deve possuir uma equipe de controle de avarias responsvel pelas inspees
e patrulhamento, antes e durante o combate a incndio, a qual dever atenderimediatamente a um alarme de incndio, controlando-o, enquanto estiverem sendoexecutadas manobras ou fainas crticas, at que terminem.
Dependendo da situao e do nmero de tripulantes, essa equipe poder ser criada,a critrio do Comandante, no momento em que for realmente necessrio; para tal, qualquermembro da tripulao deve estar treinado e apto a assumir qualquer faina de CAV (controlede avarias).
Simbologia padro
ECINECINCap 7 -Cap 7 - 65
7.1 IDENTIFICAO DOS ARRANJOS ESTRUTURAIS DE COMBATE A INCNDIOOs arranjos estruturais so compostos pelos equipamentos que fazem parte da
estrutura fsica do navio.
A localizao e as instrues de seu uso devem ser facilmente identificadas no Planode Segurana do navio, instrues estas que devero fazer parte dos exerccios peridicosde combate a incndio.
Os diversos arranjos de combate a incndio j foram amplamente detalhados noscaptulos anteriores.
7.2 AES INICIAIS AO SOAR O ALARME DE INCNDIOO alarme de incndio geralmente acionado por uma
campainha com diversos tons agudos e intermitentes, rpidos.
Ao soar o alarme de incndio, inicialmente, devem sertomadas algumas providncias, a saber:
identificar o local do incndio;
distinguir o tipo de material combustvel que estalimentando o incndio;
avaliar a proporo do incndio (extenso);
conhecer os outros materiais combustveis existentes nas proximidades do incndio;
cortar a ventilao e extrao na rea do incndio e fechar as vlvulas deinterceptao de redes do seu interior;
desligar os circuitos eltricos das reas que, porventura, venham a ser alagadasou expostas a vazamentos de gases inflamveis;
evacuar o local e as reas prximas ao incndio; e
selecionar os mtodos mais adequados para controlar e extinguir o incndio.
7.3 AES DE COMBATE A INCNDIOA Equipe de Combate a Incndio, na ocorrncia de um sinistro, deve assim proceder:
identificar o combustvel que est queimando, verificando a que classe de incndiopertence;
CAPTULO 7 - METODOS DE COMBATE A INCNDIO
Campainha doalarme geral
66
retirar os materiais e equipamentos, prximos ao foco;
proteger os compartimentos vizinhos, isolando-os;
promover resfriamento com neblina, nas anteparas metlicas dos compartimentosvizinhos;
selecionar as tomadas de incndio e efetuar as manobras necessrias suapressurizao;
concentrar o material a ser utilizado;
conectar as mangueiras s tomadas de incndio;
combater o incndio;
manter, sob controle, os alagamentos; e
aps a extino definitiva do incndio, manter o local sob vigilncia e lavar todo oequipamento utilizado com gua doce.
Instrues de combate a incndio
ATENO:Incndio no interior de um compartimento deve ser combatidodentro do prprio compartimento.
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BIBLIOGRAFIA
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