Post on 31-May-2022
DISRAFISMO ESPINHAL OCULTO
Papel da ultrassonografia do canal medular
PEDROSA, J.P.; FILGUEIRAS, M.F.T.F.; CERQUEIRA, C.C.; COSTA, L.D.; CARVALHO, N.
AUTORES
Apresentar um caso de disrafismo espinhal oculto diagnosticado pela ultrassonografia.
OBJETIVO
JSC 7 meses, sexo feminino, hígida, foi encaminhada para avaliação ultrassonográfica por apresentar
malformação capilar cutânea na região lombar com diminuto orifício no centro da lesão de pele.
DESCRIÇÃO DO CASO
À ultrassonografia, foi observado um trajeto entre o orifício e o saco dural no nível de L5/S1.
DESCRIÇÃO DO CASO
O cone medular estava posicionado no nível de L2. O filamento terminal era retificado, semsinais de tumoração.
DESCRIÇÃO DO CASO
FILUM TERMINALE FILUM TERMINALE
O canal central da medula estava dilatado, formando uma cavidade na altura de T11 até L1.
Legenda: linhas vermelhas = limites do canal central da medula; linhas azuis = limites posterior e anterior da medula
DESCRIÇÃO DO CASO
T11T12 L1 T11
T12 L1
DIAGNÓSTICO
Os achados ultrassonográficos foram compatíveis com seio
dérmico dorsal comunicando com o saco dural e presença
de siringomielia na transição toracolombar. A criança foi
submetida a neurocirurgia, com ressecção do seio dérmico
e liberação da medula que estava presa.
Brandel et al. 2016 Ref. 1
A incidência de todos os tipos de disrafismo espinhal (abertos e fechados) é de 0.5 a 8 casos para cada
1.000 nascidos vivos.(1) Recém-nascidos e lactentes apresentando seio dérmico dorsal na linha média,
associado a lesão cutânea tem alto risco de apresentar disrafismo espinhal oculto.(2)
A ultrassonografia do canal medular é um método de diagnóstico excelente para a avaliação do saco
dural, do cone medular, das meninges e também para detectar anomalias espinhais, especialmente
em recém-nascidos e lactentes.(3)
DISCUSSÃO
Estudos mostram que o achado isolado de fosseta sacral em recém-nascidos apresenta risco
baixíssimo de disrafismo espinhal oculto (4).
No entanto, o risco aumenta expressivamente quando a região lombossacra apresenta lesões como
malformação capilar cutânea, hemangioma, lipoma ou tufo de pelos .
Crianças com 2 ou mais lesões cutâneas na linha média tem entre 61% a 67% de risco de apresentar
disrafismo espinhal oculto. (1)
DISCUSSÃO
As consequências da medula presa podem ser drásticas, devido a alterações sensoriais e motoras
progressivas, incluindo bexiga neurogênica, atrofia muscular, anormalidades na marcha, deformidades
ortopédicas do pé e escoliose(5).
DISCUSSÃO
A ultrassonografia é o método ideal na abordagem de casos suspeitos de disrafismo espinhal
oculto, possibilitando o diagnóstico precoce e definindo os casos com indicação neurocirúrgica,
etapa fundamental na prevenção das complicações da medula presa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. Holmes LC, Li V. Occult spinal dysraphism. Pediatrics in Review. 2019;40(12):650–2.
2. Ausili E, Maresca G, Massimi L, Morgante L, Romagnoli C, Rendeli C. Occult spinal dysraphisms in newborns withskin markers: role of ultrasonography and magnetic resonance imaging. Child’s Nervous System. 2018;34(2):285–91.
3. Nair N, Sreenivas M, Gupta AK, Kandasamy D, Jana M. Neonatal and infantile spinal sonography: A usefulinvestigation often underutilized. Indian Journal of Radiology and Imaging. 2016;26(4):493–501.
4. Wilson P, Hayes E, Barber A, Lohr J. Screening for Spinal Dysraphisms in Newborns with Sacral Dimples. ClinicalPediatrics. 2016;55(11):1064–70.
5. Dias M, Partington M. Congenital brain and spinal cord malformations and their associated cutaneous markers.Pediatrics. 2015;136(4):e1105–19.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS