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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS – DFCH
CURSO DE COMUNICAÇÃO
DANY ANA CAVALCANTI, ELLEN LAPA E THAYNÁ LIMA.
DIPLOMA É SINÔNIMO DE QUALIDADE?
UMA PESQUISA NOS CURSINHOS SÊNECA E ZÊNITE PARA AVALIAR O
QUE SIGNIFICA SER JORNALISTA PARA OS FUTUROS
UNIVERSITÁRIOS.
Vitória da Conquista
MAIO/2010.
DANY ANA CAVALCANTI, ELLEN LAPA E THAYNÁ LIMA
DIPLOMA É SINÔNIMO DE QUALIDADE?
UMA PESQUISA NOS CURSINHOS SÊNECA E ZÊNITE PARA AVALIAR O
QUE SIGNIFICA SER JORNALISTA PARA OS FUTUROS
UNIVERSITÁRIOS.
Trabalho apresentado ao professor
Francis José, como exigência para
a obtenção da nota da primeira
unidade da disciplina Comunicação
e Mercado Regional do Curso de
Comunicação Social – Jornalismo
da UESB.
Vitória da Conquista
MAIO/2010
“É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, mesmo correndo o
risco de perder tudo, do que permanecer estático, como os pobres de
espírito, que não lutam, mas também não vencem, que não conhecem a
dor da derrota, nem a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres
de espírito, ao final de sua jornada na Terra não agradecem a Deus por
terem vivido, mas desculpam-se perante Ele, por terem apenas passado
pela vida.”
Bob Marley.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................6
1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA..............................................................7
1.1 OBJETIVOS ..................................................................................................7
1.1.1 Objetivo geral............................................................................................7
1.1.2 Objetivos específicos...............................................................................7
2 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS.........................................................8
2.1 DESCRIÇÃO DO DELINEAMENTO..............................................................8
2.2 AMOSTRA.....................................................................................................8
2.3 INSTRUMENTO.............................................................................................8
2.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS ...............................................8
2.5 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS ...............................................9
3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.........................................................9
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO DE JORNALISMO...................................9
4 CONCLUSÃO.................................................................................................13
5 ANEXOS.........................................................................................................14
5.1 GRÁFICOS..................................................................................................14
5.2 HISTÓRICO CONCORRÊNCIA..................................................................17
5.3 QUESTIONÁRIOS.......................................................................................18
INTRODUÇÃO
Tentar definir a motivação de um vestibulando para escolher a profissão,
especificamente a escolha pela comunicação é o que será analisado nesse
artigo. Nele, arriscaremos definir quais os fatores são levados em conta pelos
estudantes que optam pelo jornalismo e porque alguns decidem não seguir a
profissão.
Levaremos em conta a queda da obrigatoriedade do diploma, e como ela
influenciou os candidatos na hora do vestibular. E verificaremos se para esses
estudantes a graduação é considerada importante por “garantir” qualificação e
conhecimento ou meramente pelos status que atribui.
Após a análise de como a não obrigatoriedade do diploma pode influenciar na
formação do profissional, tentaremos efetuar uma projeção disso no mercado.
Isto é, se haverá realmente uma alteração na qualidade dos aprovados nas
faculdades devido à queda do diploma e como isso será sentido no mercado.
1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA
Desde que o Supremo Tribunal de Justiça decretou em junho de 2009 a não
obrigatoriedade do diploma de nível superior para exercer a profissão de
jornalista, observou-se uma queda considerável na procura pelo curso. Várias
faculdades do país fecharam as portas do curso de Jornalismo, prevendo essa
queda. O tema desse artigo é como a queda do diploma influenciou na baixa
procura pelo curso e de que forma isso irá interferir no mercado de trabalho.
Para desenvolvimento do mesmo, torna-se necessário um questionamento
pontual a ser feito: é realmente necessária a graduação superior para exercer a
profissão de jornalista?
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 OBJETIVO GERAL
- Verificar como a queda do diploma influenciou na baixa procura pelo curso.
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Fazer um mapeamento através de questionários nos principais cursinhos pré-
vestibular da cidade: Sêneca e Zênite, para verificar quantos alunos pretendem
fazer vestibular para o curso de Comunicação Social – Jornalismo da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).
- Identificar quais os principais motivos que levam os estudantes a escolher
suas carreiras profissionais;
- Identificar como os alunos enxergam o ofício de jornalista e se para eles é
importante ter um diploma de graduação superior para o exercício dessa
profissão;
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
2.1 Descrição do Delineamento
Esta investigação segue o modelo quantitativo de pesquisa de levantamento. O
objetivo geral foi o Identificar se o motivo da queda da concorrência para o
vestibular de Comunicação Social – Jornalismo da UESB é em decorrência da
queda do diploma. De acordo com Gil (1991), quando se deseja conhecer
comportamentos, pode-se interrogar diretamente um grupo de pessoas de
forma direta. As vantagens de um levantamento são: atingir um grande número
de pessoas, mesmo estando elas dispersas; rapidez e imediatismo na
obtenção dos resultados, garantia do anonimato das respostas e não expõe os
pesquisados a influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado.
(Gil,1991).
2.2 Amostra
Participaram desta pesquisa 150 alunos dos cursinhos pré-vestibular Sêneca e
Zênite. Sendo estes 92 mulheres e 58 homens, de um universo de 380
estudantes das duas instituições do turno matutino.
2.3 Instrumento
O instrumento utilizado constitui-se em um questionário elaborado pela equipe
em parceria com o professor que ministra a disciplina de Comunicação e
Mercado Regional, Francis José, para verificar o motivo da baixa procura pelo
curso de Jornalismo desde a queda do diploma.
2.4 Procedimento de Coleta de Dados
A coleta dos dados foi realizada entre os dias 10 e 12 de maio de 2010, no
turno matutino, nos cursinhos Sêneca e Zênite.
2.5 Procedimento de Análise dos Dados
Após a coleta dos dados, os mesmo foram tabulados para a confecção de
gráficos e para uma análise dos resultados.
3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
3.1 Caracterização do curso de Jornalismo
Em junho de 2009 o Superior Tribunal de justiça (STF) aprovou a queda da
obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista.
Argumentos de que a exigência do diploma restringe o direito à comunicação e
é uma herança da ditadura foram utilizados para justificar a decisão.
O primeiro curso de jornalismo no país havia sido instituído em 1947 na
Fundação Cásper Libero e reconhecido juridicamente dois anos depois. Desde
então a profissão, o mercado de trabalho e os profissionais passaram por
mudanças significativas. Houve a inserção da tecnologia e também das
mulheres nesse universo. Além do surgimento de novas mídias e atribuições
para o profissional.
O curso de Comunicação Social da UESB surgiu em 1998 e a partir daí sua
concorrência vem oscilando em decorrência a fatores externos ao curso como
o número de vestibulares oferecidos pela Universidade e as greves que
ocorreram na instituição. Quando em 17 de junho do ano passado houve a
aprovação da queda do diploma percebeu-se uma considerável diminuição na
procura do curso.
Esse reflexo foi sentido em todo o país, na Universidade precursora na
formação de jornalistas no Brasil a Cásper Líbero os concorrentes por vaga
caíram de 13,28 pra 11,26 e na Universidade de São Paulo (USP) houve uma
diminuição de quase 3 candidatos por vaga. Essa foi a média da queda
também na UNESP e na PUC. Na UESB a queda foi de 11,95 para 9,2
candidatos por vaga.
A desvalorização da profissão, como muitos consideraram a não
obrigatoriedade do nível superior, foi o principal fator para a baixa procura do
curso, mas não foi o único. O jornalista já vem sendo visto há algum tempo
como um não ser ético e moral. Isso aliado a difícil empregabilidade e a baixa
remuneração criaram certa aversão à profissão.
É nesse cenário que tentamos compreender a realidade dos candidatos a uma
vaga nas faculdades em Vitória da Conquista. Por meio de questionários
verificamos a quantidade daqueles que irão prestar o vestibular para
Comunicação Social e se a queda do diploma o influenciou em sua decisão. E
também compreendemos como o jornalista é visto por pessoas que estão em
um momento crucial da vida na hora de escolher a profissão.
Foram aplicados 150 questionários em dois dos principais cursos preparatórios
para vestibular da cidade, Sêneca e Zênite, nas turmas do turno matutino nos
quais estão matriculados ao todo 225 alunos.
Os entrevistados são compostos em sua maioria de mulheres em uma
proporção de 98 meninas e trinta 52 meninos. Destes, apenas quatro
trabalham e 51 são provenientes de instituições públicas. São majoritariamente
da cidade ou da região. Constatamos que a maioria pertence à classe média,
se não, possuem uma situação financeira que permite a instrução.
O curso mais pretendido por eles é Medicina, seguido por cursos da área de
saúde ou o curso de Direito. A motivação na hora da escolha da carreira é
movida principalmente, segundo as respostas, pelo dinheiro e pela realização
pessoal. Em uma proporção menor há aqueles que são motivados pelo
conhecimento ou a fama.
Ao questionarmos se em algum momento pensaram em cursar ou cursariam
jornalismo apenas 18 responderam afirmativamente, alegando achar a mesma
uma profissão interessante e importante para a sociedade. Aliás, é o que foi
percebido também nas impressões deles sobre os jornalistas e sua atividade. É
de opinião da maioria que o jornalismo é de grande relevância para a
comunidade, mas ela está desacreditada.
Ao lado da importância que atribuem ao jornalismo está a falta de credibilidade
da classe e a certeza de que é uma profissão de difícil empregabilidade e sem
valores éticos e morais, facilmente comprada. Apenas alguns mantêm a
imagem de uma boa rentabilidade da atividade. Os estereótipos de vilão ou
herói estão de tão maneira arraigados que parecem ser a única imagem dos
jornalistas (acrescentando que a faceta antiética está em vantagem na mente
deles).
Devido à baixíssima procura pelo curso será difícil de realizar, além de pouco
precisa, a análise das cinco candidatas que declararam que farão jornalismo.
Elas optaram pelas mesmas respostas no momento de justificar a escolha, a
realização pessoal e a vontade de levar informação de qualidade às pessoas.
Acreditam que possuem talento para exercer a profissão e não marcaram
dinheiro dentre os fatores que as influenciaram na escolha do curso.
É importante notar que estão bem cientes das dificuldades que possivelmente
encontrarão no exercício da profissão. Sabem da difícil empregabilidade, mas
consideram a mesma relevante para a sociedade. Não foram influenciadas pela
não obrigatoriedade do diploma, pois segundo elas, acreditam que a graduação
irá servir para o conhecimento e para o seu bom desempenho na carreira. E
admitem que essa decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) desvalorize a
profissão.
É necessário frisar que das 150 pessoas que responderam ao questionário
apenas 13 opinaram que não é importante o diploma para ser jornalista. Os
demais são a favor da graduação e uma pequena parcela declarou não saber
se há ou não essa necessidade. Consideramos isso como um bom resultado,
aliás, o único satisfatório.
Como será que tal baixa na concorrência dos vestibulares para jornalismo irá
refletir na qualidade dos aprovados? E como será que influenciará na qualidade
daqueles formados? Esses fatores refletirão no prejuízo que isso já traz para
aqueles que perdem os postos de trabalho, ou têm seus salários diminuídos.
Acreditamos que poderá ser prejudicial para a comunicação no país, além do
pouco senso crítico que pessoas sem graduação possam ter. Essa não é uma
regra, no entanto, a preparação para realizar a atividade é considerada por nós
primordial. Os meios que contratam cinco profissionais pelo salário de um só
irão ganhar, em termos de quantidade, e as pessoas irão perder em termos de
qualidade de informação.
Com relação aos profissionais formados a partir dessa nova era, podemos
esperar um prejuízo de talentos. Seja por pressão da família, ou pela busca de
uma profissão rentável ou mesmo valorizada. Perde-se na qualidade da
informação, dos profissionais e nos postos de trabalho. É uma perda para a
comunicação e para a sociedade.
4 CONCLUSÃO
Feitas essas reflexões acerca da queda do diploma para a profissão de
jornalista e como esse fato pôde influenciar na escolha dos alunos no momento
do vestibular concluímos que o resultado é, no mínimo, assustador. As 5
pessoas, de um universo de 150, são o reflexo do que está acontecendo em
todo o país. A profissão de jornalista, que há um bom tempo estava
desacreditada por boa parte da sociedade, agora corre o risco de tornar-se
desacreditada por completo.
O despreparo no momento da produção dos conteúdos jornalísticos fará com
que a qualidade desses produtos caia consideravelmente e em consequência
que perda a credibilidade seja inevitável.
O ser humano é multidimensional e para sentir-se motivado precisa expandir
suas dimensões operacional, social e política. O fato de não precisar de um
diploma de conclusão de curso para ser jornalista desmotiva o estudante a
optar pela profissão no momento do vestibular o que representa, sem dúvida,
uma perda gigante de qualidade para um dos maiores patrimônios da
sociedade: a informação.
5 ANEXO
5.1GRÁFICOS
5.2 CONCORRÊNCIA
CURSO ANO INSCRITOS CANDIDATOS/
VAGA
COMUNICAÇÃO 1998 545 13,62
COMUNICAÇÃO 1999 336 8,4
COMUNICAÇÃO 2000 453 11,33
COMUNICAÇÃO 2001 345 8,6
COMUNICAÇÃO 2002 537 13.43
COMUNICAÇÃO 2003 675 16,9
COMUNICAÇÃO 2004.1 691 17,28
COMUNICAÇÃO 2005 534 13,35
COMUNICAÇÃO 2006 494 12,35
COMUNICAÇÃO 2007 574 14,35
COMUNICAÇÃO 2008 397 9,93
COMUNICAÇÃO 2009 478 11,75
COMUNICAÇÃO 2010.1 368 9,2
5.3 QUESTIONÁRIOS
QUESTIONÁRIO
Nome Completo:
Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
Origem de formação: ( ) Instituição Pública ( ) Instituição Privada
Cidade de Origem:
Trabalha: ( ) Sim ( ) Não
1- Você vai prestar vestibular esse ano?!
( ) Sim ( ) Não ( ) Ainda não sei
2 - Para qual curso você pretende prestar vestibular?
( ) Medicina ( ) Direito ( ) Odontologia ( ) Enfermagem ( ) Agronomia ( ) Administração
( ) Jornalismo ( ) Engenharia Florestal ( ) Relações Públicas ( ) Publicidade e Propaganda
( ) Outra opção _____________________
3 - O que você pretende alcançar com essa profissão? Poderá marcar mais de uma opção.
( ) Dinheiro ( ) Reconhecimento ( ) Realização pessoal ( ) Fama
( ) Conhecimento ( ) Outras
4 - Independente da profissão que você deseja, qual a sua opinião a respeito da profissão de
jornalista? Poderá marcar mais de uma opção.
( ) é uma profissão rentável
( ) é uma profissão desacreditada
( ) é uma profissão que não se embasa em valores éticos e morais
( ) é uma profissão de grande relevância para a sociedade
( ) é uma profissão onde qualquer um pode ser
( ) é uma profissão irrelevante para a sociedade
( ) é uma profissão que pode ser facilmente comprada
( ) é uma profissão de difícil empregabilidade
5 - Você, em algum momento, poderia fazer o curso de jornalismo? Sendo sim, por quê?
( ) Sim ( ) Não
_____________________________________________________________________________
6 - Na sua opinião para ser jornalista é importante ter um diploma de graduação ?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não Sei
QUESTIONÁRIO SOMENTE AOS ENTREVISTADOS COM INTENÇÃO DE
CURSAR COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO.
1- Por que você escolheu cursar jornalismo? Poderá marcar mais de uma opção.
( ) Para expressar minha opinião
( ) Para levar informação de qualidade às pessoas
( ) Para ficar famoso
( ) Para ficar rico
( ) Por pressão da família
( ) Acredito que tenho talento para a profissão
( ) Outras
2- Você sabia que para ser jornalista não é mais necessário ter um diploma de graduação?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não respondeu
3- Este fato pode influenciar na sua decisão de ser jornalista? Sendo sim, por quê?
( ) Sim ( ) Não
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4- Para você qual seria uma referência de profissional jornalista da nossa região?
________________________________________________________________