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CLÁUDIA NUNES | Dissertação de Mestrado em Design | Faculdade de Arquitectura
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“Há que recriar a paisagem e o jardim à escala actual da cidade
e das necessidades da sociedade contemporânea.”1
1 TELLES, G.R. (2003, Agosto-Setembro). A Paisagem Urbana do Futuro. Jornal Espaços Verdes, n.º 19, ano 3, p.14
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Índice
ÍNDICE DE QUADROS ....................................................................................................... 5 ÍNDICE DE FIGURAS ........................................................................................................ 8 AGRADECIMENTOS ....................................................................................................... 12 RESUMO ...................................................................................................................... 14 ABSTRACT ................................................................................................................... 16 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17
1.1 Pertinência do Tema ....................................................................................... 21 1.2 Design de Investigação ................................................................................... 24 1.3 Objectivos e Benefícios da Investigação ......................................................... 27
2 O IDOSO ................................................................................................................. 28 2.1 Caracterização ................................................................................................ 28
2.1.1 Alterações de Carácter Biológico/Físico ..................................................... 29 2.1.2 Alterações de Carácter Psicológico ............................................................ 30 2.1.3 Alterações de Carácter Social .................................................................... 32
2.2 Perspectiva Histórica ...................................................................................... 34 2.3 Legislação ....................................................................................................... 38
2.3.1 Enquadramento Jurídico do Idoso .............................................................. 38 2.3.2 Decreto-Lei da Acessibilidade .................................................................... 42
2.4 Conclusão ....................................................................................................... 58 3 SOCIEDADE INCLUSIVA E DESIGN INCLUSIVO ............................................................. 62 4 O ESPAÇO CULTURAL E EMOCIONAL ........................................................................ 67 5 OS CINCO SENTIDOS ............................................................................................... 71
5.1 Tacto ............................................................................................................... 72 5.2 Audição ........................................................................................................... 74 5.3 Olfacto ............................................................................................................ 74 5.4 Paladar ........................................................................................................... 75 5.5 Visão ............................................................................................................... 75 5.6 Conclusão ....................................................................................................... 86
6 COMPOSIÇÃO DO ESPAÇO ....................................................................................... 88 6.1 Desenho ......................................................................................................... 90 6.2 Vegetação ....................................................................................................... 97 6.3 Percursos ...................................................................................................... 109 6.4 Pavimentos ................................................................................................... 118 6.5 Mobiliário Urbano .......................................................................................... 122 6.6 Equipamento Urbano .................................................................................... 129 6.7 Iluminação .................................................................................................... 133 6.8 Sinalética ...................................................................................................... 138 6.9 Conclusão ..................................................................................................... 150
7 CRITÉRIOS DE ANÁLISE DE ESPAÇOS ..................................................................... 154 8 EXEMPLOS DE JARDINS E PARQUES ....................................................................... 166
8.1 Estrangeiro ................................................................................................... 166 8.2 Portugal ........................................................................................................ 179
9 INQUÉRITOS A ESPECIALISTAS ............................................................................... 183 9.1 Análise .......................................................................................................... 183 9.2 Conclusão ..................................................................................................... 205
10 ENTREVISTA A ESPECIALISTA ................................................................................. 207 10.1 Análise .......................................................................................................... 207 10.2 Conclusão ..................................................................................................... 209
11 OBSERVAÇÃO DIRECTA DE PARQUES E JARDINS ..................................................... 211 11.1 Análise .......................................................................................................... 211
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11.2 Conclusão ..................................................................................................... 225 12 FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE .................................................................................. 226 13 INQUÉRITOS AOS UTENTES .................................................................................... 227
13.1 Análise .......................................................................................................... 227 13.2 Conclusão ..................................................................................................... 243
14 ESTUDOS DE CASO ............................................................................................... 246 14.1 Jardim Amália Rodrigues .............................................................................. 246 14.2 Parque dos Poetas ....................................................................................... 264 14.3 Conclusão ..................................................................................................... 283
15 MÉTODO DELPHI ................................................................................................... 285 16 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................................ 288 17 BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS ............................................................................... 294 18 ANEXOS ............................................................................................................... 311
18.1 Glossário ....................................................................................................... 311 18.2 Decreto-Lei das Acessibilidades ................................................................... 342 18.3 Questionário Tipo a Especialistas ................................................................. 354 18.4 Entrevista a Especialista ............................................................................... 364 18.5 Questionário Tipo de Avaliação de Jardins e Parques .................................. 368 18.6 Tratamento dos Questionários de Avaliação de Jardins e Parques ............... 373 18.7 Método Delphi – Questionário ....................................................................... 379 18.8 Método Delphi – Resultados ......................................................................... 380 18.9 Análise SIG de Jardins e Parques de Lisboa ................................................ 381
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ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Alterações biológicas/físicas do idoso ...................................................... 30
Quadro 2 – Alterações psicológicas do idoso ............................................................. 31
Quadro 3 – Disposições gerais do Decreto-Lei da Acessibilidade .............................. 43
Quadro 4 – Características e significados das cores .................................................. 79
Quadro 5 – Esquemas da Cor .................................................................................... 84
Quadro 6 – Tipos de Contraste da Cor ....................................................................... 85
Quadro 7 – Princípios do Desenho ............................................................................. 96
Quadro 8 – Características dos Elementos do Desenho ............................................. 96
Quadro 9 – Benefícios da Horticultura Terapêutica ................................................... 106
Quadro 10 – Vantagens e desvantagens de pavimentos ......................................... 121
Quadro 11 – Característica dos materiais de mobiliário urbano ................................ 124
Quadro 12 – Contraste de cor ................................................................................. 144
Quadro 13 – Considerações sobre o texto alto-relevo ............................................. 146
Quadro 14 – Soluções ao desenho do jardim/parque mediante as condições dos
idosos .............................................................................................................. 151
Quadro 15 – Especialidades dos peritos inquiridos e número de inquiridos por
especialidade ................................................................................................... 184
Quadro 16 – Aspectos negativos e positivos do Jardim Amália Rodrigues ............... 212
Quadro 17 – Aspectos negativos e positivos do Parque da Quinta das Conchas e
dos Lilases....................................................................................................... 215
Quadro 18 – Aspectos negativos e positivos do Parque Keil do Amaral ................... 217
Quadro 19 – Aspectos negativos e positivos do Parque Recreativo dos Moinhos
de Santana ...................................................................................................... 219
Quadro 20 – Aspectos negativos e positivos do Parque Calouste Gulbenkian ......... 222
Quadro 21 – Aspectos negativos e positivos do Parque Tejo ................................... 224
Quadro 22 – Critérios gerais para análise do espaço do ponto de vista da
satisfação do idoso no Jardim Amália Rodrigues ............................................. 249
Quadro 23 – Critérios de Elementos e Estruturas Naturais para análise do
espaço do ponto de vista da satisfação do idoso no Jardim Amália
Rodrigues ........................................................................................................ 253
Quadro 24 – Critérios de Elementos de Expressão Artística (Arte Pública) para
análise do espaço do ponto de vista da satisfação do idoso no Jardim
Amália Rodrigues ............................................................................................ 253
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Quadro 25 – Critérios de Elementos e Sistemas de Comunicação Urbana para
análise do espaço do ponto de vista da satisfação do idoso no Jardim
Amália Rodrigues ............................................................................................ 254
Quadro 26 – Critérios de Equipamento e Mobiliário Urbano para análise do
espaço do ponto de vista da satisfação do idoso no Jardim Amália
Rodrigues ........................................................................................................ 254
Quadro 27 – Critérios de Estruturas e Sistemas de Iluminação para análise do
espaço do ponto de vista da satisfação do idoso no Jardim Amália
Rodrigues ........................................................................................................ 255
Quadro 28 – Critérios de Infra-estruturas Viárias e Transportes (ruas e passeios)
para análise do espaço do ponto de vista da satisfação do idoso no Jardim
Amália Rodrigues ............................................................................................ 255
Quadro 29 – Critérios de Estacionamento para análise do espaço do ponto de
vista da satisfação do idoso no Jardim Amália Rodrigues ................................ 256
Quadro 30 – Critérios de Pavimentos para análise do espaço do ponto de vista
da satisfação do idoso no Jardim Amália Rodrigues ........................................ 256
Quadro 31 – Critérios de Avaliação Global do projecto para análise do espaço do
ponto de vista da satisfação do idoso no Jardim Amália Rodrigues
(classificação de 1 a 5) .................................................................................... 257
Quadro 32 – Critérios para análise do espaço do ponto de vista da satisfação do
idoso no Parque dos Poetas, Oeiras (classificação de 1 a 5) .......................... 267
Quadro 33 – Critérios de Elementos e Estruturas Naturais para análise do
espaço do ponto de vista da satisfação do idoso no Parque dos Poetas ......... 270
Quadro 34 – Critérios de Elementos de Expressão Artística (Arte Pública) para
análise do espaço do ponto de vista da satisfação do idoso no Parque dos
Poetas ............................................................................................................. 271
Quadro 35 – Critérios de Elementos e Sistemas de Comunicação Urbana para
análise do espaço do ponto de vista da satisfação do idoso no Parque dos
Poetas ............................................................................................................. 272
Quadro 36 – Critérios de Equipamento e Mobiliário Urbano para análise do
espaço do ponto de vista da satisfação do idoso no Parque dos Poetas ......... 272
Quadro 37 – Critérios de Estruturas e Sistemas de Iluminação para análise do
espaço do ponto de vista da satisfação do idoso no Parque dos Poetas ......... 273
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Quadro 38 – Critérios de Infra-estruturas Viárias e Transportes (ruas e passeios)
para análise do espaço do ponto de vista da satisfação do idoso no Parque
dos Poetas....................................................................................................... 273
Quadro 39 – Critérios de Estacionamento para análise do espaço do ponto de
vista da satisfação do idoso no Parque dos Poetas ......................................... 274
Quadro 40 – Critérios de Pavimentos para análise do espaço do ponto de vista
da satisfação do idoso no Parque dos Poetas ................................................. 274
Quadro 41 – Critérios de Avaliação Global do projecto para análise do espaço do
ponto de vista da satisfação do idoso no Parque dos Poetas (classificação
de 1 a 5) .......................................................................................................... 275
Quadro 42 – Resultado: Critérios e graus de necessidade num parque/jardim
visando a satisfação do idoso .......................................................................... 286
Quadro 43 – Resultados ordenados por classes de necessidade, média geral......... 287
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Organigrama da metodologia de investigação ........................................... 26
Figura 2 – Alterações de personalidade no idoso ....................................................... 29
Figura 3 – Distribuição, em percentagem, da população idosa em Portugal
Continental ........................................................................................................ 37
Figura 4 – Percentagem das desvantagens verificadas nos idosos ............................ 41
Figura 5 – Passeio e caminho, unidade: metros ......................................................... 45
Figura 6 – Escadaria, unidade: metros ....................................................................... 46
Figura 7 – Rampas, unidade: metros .......................................................................... 47
Figura 8 – Rampa em curva ........................................................................................ 48
Figura 9 – Passagem de peões .................................................................................. 48
Figura 10 – Dimensionamentos no parque de estacionamento e Símbolo
Internacional da Acessibilidade, unidade: metros .............................................. 49
Figura 11 – Zonas de permanência e largura livre dos percursos acessíveis ............. 49
Figura 12 – Dimensionamento dos alcances .............................................................. 50
Figura 13 – Dimensionamento das zonas de manobra ............................................... 50
Figura 14 – Altura livre mínima acessível, unidade: metros ........................................ 51
Figura 15 – Dimensionamento acessível de uma cabina telefónica, unidade:
metros ............................................................................................................... 52
Figura 16 – Dimensionamento dos caminhos e rebaixamentos de passeio ................ 53
Figura 17 – Tratamento de mudanças de nível, unidade: metros ................................ 54
Figura 18 – Tipos de corrimão, unidades: metros ....................................................... 55
Figura 19 – Exemplos de placas indicadoras e informativas ....................................... 57
Figura 20 – Medidas antropométricos, unidade: metros .............................................. 63
Figura 21 – Folhas e texturas ..................................................................................... 73
Figura 22 – Diferentes incidências de luz na paisagem de Monção ............................ 77
Figura 23 – Espectro de cores patente nos edifícios de Veneza e Murano ................. 77
Figura 24 – Esquemas de cor ..................................................................................... 84
Figura 25 – Tipos de contraste ................................................................................... 86
Figura 26 – Dimensões em caso de deficiências, unidade: milímetros ....................... 93
Figura 27 – Princípios e características dos elementos do desenho ........................... 96
Figura 28 – Exemplos de funções da vegetação ......................................................... 97
Figura 29 – Estímulos sensoriais provenientes da vegetação ..................................... 99
Figura 30 – Simulações da proposta de Jardim Terapêutico para Lar de Idosos ...... 104
Figura 31 – Jardinagem como actividade terapêutica ............................................... 105
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Figura 32 – Diferentes níveis altimétricos e de configuração de canteiros
elevados, permitindo e ajudando à prática da jardinagem ............................... 108
Figura 33 – Lancil de remate do pavimento .............................................................. 111
Figura 34 – Corrimão central de escada ................................................................... 111
Figura 35 – Percursos acessíveis ............................................................................. 113
Figura 36 – Largura recomendada para percursos acessíveis, unidade:
milímetros ........................................................................................................ 114
Figura 37 – Importância da hierarquização de caminhos para diminuir situações
de desorientação ............................................................................................. 114
Figura 38 – Passagem pedonal sobrelevada ............................................................ 115
Figura 39 – Tipo de carros auxiliares em percursos de jardins/parques .................... 116
Figura 40 – Medidas minimizadoras das barreiras ambientais, em Veneza .............. 117
Figura 41 – Linhas guia para invisuais, em Roma ..................................................... 117
Figura 42 – Exemplos de tipos de percursos para idosos, comparativamente com
outras faixas etárias ......................................................................................... 118
Figura 43 – Pavimentos «tácteis» ............................................................................. 119
Figura 44– Exemplos de dimensionamento e organização do espaço e
mobiliário, numa zona de estadia, atendendo à situação de utente em
cadeiras de rodas ............................................................................................ 126
Figura 45 – Exemplos de dimensionamento de bancos de madeira ......................... 127
Figura 46 – Exemplo de dimensionamento de mesa com bancos acessível ............. 127
Figura 47 – Exemplos de dimensionamento de bebedouro acessível (corte e
planta) e sua implantação, unidade: centímetros ............................................. 128
Figura 48 – Exemplo de dimensionamento de papeleiras e bebedouros
acessíveis, unidade: centímetros ..................................................................... 128
Figura 49 – Exemplo de estruturas para ensobramento, protecção do vento e
para promoção da estadia do utente................................................................ 129
Figura 50 – Exercício físico em parques e jardins ..................................................... 133
Figura 51 – Espectro da radiação electromagnética ................................................. 135
Figura 52 – Iluminação cénica a incidir na Amoreira Branca, nas diferentes
estações do ano .............................................................................................. 137
Figura 53 – Informação para invisuais e norma visuais: mapas/modelos «táctil»
bi-tridimensionais (3D) ..................................................................................... 139
Figura 54 – Recorte ou saliência no bordo esquerdo do sinal, para auxilio do
invisual na localização da informação Braille ................................................... 145
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Figura 55 – Sinalética, Pompeia ............................................................................... 146
Figura 56 – Receptor e emissor de informação ......................................................... 147
Figura 57 – Posição do texto nas setas .................................................................... 148
Figura 58 – Número mínimo de setas ....................................................................... 148
Figura 59 – Características gerais do desenho de um jardim/parque ........................ 153
Figura 60 – Alzheimer´s Homewood Limited Partnership, EUA ................................ 167
Figura 61 – Family Life Center «Sophia Louise Dubridgewege», EUA, sem
escala .............................................................................................................. 170
Figura 62 – Hampton Court Elderly Garden .............................................................. 171
Figura 63 – Elderly Mental Ill Unit, Reino Unido ........................................................ 173
Figura 64 – Chelsea Physic Garden, Reino Unido .................................................... 174
Figura 65 – Programa de ginástica promovida num espaço verde: Villa Ada, Itália .. 175
Figura 66 – Jardim Labirinto, Itália ............................................................................ 177
Figura 67 – Parque Schuster, Cidade do Vaticano ................................................... 178
Figura 68 – Horto Botânico de Roma, Itália .............................................................. 179
Figura 69 – Jardim dos Aromas ................................................................................ 180
Figura 70 – Parque Ecológico da Quinta da Cerca ................................................... 181
Figura 71 – Jardim da Alameda, Faro ....................................................................... 182
Figura 72 – Aspectos negativos e positivo do Jardim Amália Rodrigues ................... 213
Figura 73 – Aspectos negativos e positivos do Parque da Quinta das Conchas e
dos Lilases....................................................................................................... 215
Figura 74 – Aspectos negativos e positivos do Parque Keil do Amaral ..................... 218
Figura 75 – Levantamento fotográfico relativo aos aspectos negativos e positivos
do Parque Recreativo dos Moinhos de Santana (Fonte: Autora, 2006) ............ 220
Figura 76 – Levantamento fotográfico relativo aos aspectos negativos e positivos
do Parque e Jardins da Fundação Calouste Gulbenkian ................................. 222
Figura 77 – Levantamento fotográfico relativo aos aspectos negativos e positivos
do Parque Tejo e Trancão ............................................................................... 224
Figura 78 – Constatação de deficiência nos inquiridos ............................................. 228
Figura 79 – Frequência aos jardins/parques ............................................................. 228
Figura 80 – Dias de visita a jardins/parques ............................................................. 229
Figura 81 – Frequência diária a jardins/parques ....................................................... 230
Figura 82 – Meios de transporte na acessibilidade a jardins/parques ....................... 230
Figura 83 – Condições meteorológicas (característica dos dias) em que os
inquiridos evitam frequentar jardins/parques .................................................... 231
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Figura 84 – Estados de humor associados à permanência no espaço verde ............ 232
Figura 85 – Actividades realizadas pelos inquiridos nos espaços verdes.................. 233
Figura 86 – Grau de satisfação quanto à vegetação existente .................................. 234
Figura 87 – Despertar de sentidos mais apreciados nos jardins/parques .................. 235
Figura 88 – Critérios de acessibilidade que garantem a satisfação dos inquiridos
no espaço verde .............................................................................................. 236
Figura 89 – Critérios de satisfação de ordem prática ................................................ 237
Figura 90 – Critérios de satisfação de ordem específica do espaço verde ................ 238
Figura 91 – Tipo de equipamentos que auxiliam a prática do exercício físico em
parques/jardins ................................................................................................ 239
Figura 92 – Tipo de mobiliário urbano a ser contemplado em espaços verdes ......... 240
Figura 93 – Critérios de satisfação quanto à necessidade de sinalética nos
espaços verdes ............................................................................................... 241
Figura 94 – Critérios de avaliação quanto à necessidade de segurança no
jardim/parque ................................................................................................... 242
Figura 95 – Pavimentos mais satisfatórios a constarem nos espaços verdes ........... 243
Figura 96 – Fotografia aérea da localização e toponímia do Jardim Amália
Rodrigues, sem escala .................................................................................... 246
Figura 97 – Vista aérea do Corredor Verde Alto do Parque – Parque Eduardo VII
– Avenida da Liberdade ................................................................................... 247
Figura 98 – Plano Geral do Alto do Parque/Jardim Amália Rodrigues, sem escala .. 248
Figura 99 – Levantamento fotográfico da análise do Jardim Amália Rodrigues ........ 263
Figura 100 – Localização das fotografias, Jardim Amália Rodrigues, sem escala ..... 264
Figura 101 – Fotografia aérea da localização e toponímia do Parque dos Poetas,
sem escala ...................................................................................................... 265
Figura 102 – Plano Geral do Parque dos Poetas, sem escala .................................. 267
Figura 103 – Levantamento fotográfico e análise do Parque dos Poetas…………....282
Figura 104 – Localização das fotografias, Parque dos Poetas, sem escala………....283
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos aqueles que me ajudaram e apoiaram na elaboração do presente
trabalho de investigação.
Aos meus amigos e família, pelo apoio, amizade, partilha de vivências e cumplicidade,
e a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a minha formação
pessoal e científica.
Ao Professor Doutor Fernando Moreira da Silva, meu orientador, pelos valiosos
ensinamentos, esclarecimentos e disponibilidade demonstrada.
Um muito obrigado aos arquitectos paisagistas Adam Cook (EDAW), João Moreira
Jorge, João Castro (responsável da Divisão de Estudos e Projectos da Câmara
Municipal de Lisboa); à psicóloga Rute Marques, fisioterapeuta Mónica Dias e
enfermeira Andreia Monteiro (Lar Cristão de Guerreiros); ao Sr. Alcino Alves e
engenheira Ana Brás; aos psiquiatras (geriátricos) Doutor Marcelo Feio (Hospital de
Santa Maria) e Doutor Paulo Macedo (Hospital Júlio de Matos/Parque da Saúde); à
fisioterapeuta Maria Luísa Pinto; às psicólogas Ana Lúcia Silvério (Associação
Cres.Ser Abrantes) e Célia Antunes; aos geógrafos António Nunes, Sérgio Freire e
António Costa (GeoPoint); à agrónoma Vera Mendes; ao desenhador projectista
Carlos Cascais; aos designers Filipe Dinis, António Guilherme, Virgínia Doblado e
Nuno Monge; ao psicólogo (social e ambiental), Professor Doutor José Palma Oliveira
(Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa); ao médico (naturo-homeopata),
Professor Doutor José Cunha (Escola de Massagem e Motricidade Aplicada); ao
Doutor Peter Cowel (ACAPO); ao engenheiro civil Vasco Queimado; à Professora
Doutora Arquitecta Ana Cristina Lourenço e Professor Doutor Arquitecto Paulo Brito
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(Universidade Lusíada); ao Doutor Bruno Viterbo (Viterbo Imaginação) e à Doutora
Rekhá Surendralale.
Um muito obrigado à direcção da revista «Lume Arquitectura» (Brasil), pelo empenho
em disponibilizar um artigo sobre a iluminação e os idosos.
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RESUMO
Nas sociedades desenvolvidas, o avanço da medicina, das condições de vida, dos
hábitos de higiene e de alimentação, vieram implementar mudanças sociais e
demográficas que se traduzem no aumento do número de idosos e da diminuição de
nascimentos.
Com uma população cada vez mais envelhecida, os projectistas encontram-se perante
uma problemática maior, que é a de corresponder às necessidades do utente idoso,
quer no espaço interior, como na habitação, quer no exterior, como no jardim/parque,
através de propostas sustentáveis. Para isso é necessário desenvolver-se um trabalho
multidisciplinar.
Os profissionais do «design» estão habituados a projectar para o ser humano de
percentil médio e com isto induzem, muitas vezes, à exclusão dos idosos. Pensa-se
que ao projectar para a média da população se projecta para todos, limitando-se assim
a possibilidade de fruição dos ambientes, equipamentos e/ou produtos por parte do
target deste estudo.
Aborda-se o Design Inclusivo, o qual constitui um processo onde se pretende que os
produtos/equipamentos/serviços sejam utilizados por qualquer pessoa,
independentemente da sua idade, estatura, capacidades, deficiências ou outras
características.
A presente investigação dá relevo à importância do design de parques e jardins no
contexto do idoso, e pretende demonstrar como se pode contribuir para a satisfação
(bem-estar físico, psicológico e social) deste.
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Palavras-Chave:
Design Inclusivo; Jardim; Parque; Idoso; Acessibilidade; Bem-estar.
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ABSTRACT
In developed societies medical advances, living conditions, hygiene and nutritional
habits, have brought about social and demographic changes, that has led to an
increase in the number of elderly people and the reduction of births, in the population
as a whole.
This fact makes it necessary to plan and project for elderly needs, both at indoors (at
home), and at outdoors (garden/park), through sustainable development proposals, in
accordance with current policy. To serve this need multidisciplinary working, maybe
called for. Design professionals are possibly accustomed to undertake projects for
benefit of human beings of average percentile and with this they often fail to consider
needs of the elderly. When a designers work in this way, for the average of the
population, instead of including all, the possibility of elderly enjoying environments,
products/equipments/services, maybe reduced.
Inclusive Design, constitutes an intended process directed to ensure that
products/equipments/services, maybe used by anyone, independently of the age, size,
disability and others characteristics.
The present investigation gives emphasis to the importance that design for parks and
gardens, takes elderly needs into consideration and intends to demonstrate, how to
induce their satisfaction, in physical, psychology and social ways.
Keywords
Inclusive Design; Garden; Park; Elderly; Accessibility; Wellbeing.
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1 INTRODUÇÃO
Lembro-me de estar numa paragem de Lisboa, num dia soalheiro de Inverno,
aproximava-se a hora do almoço…pedi a informação sobre o melhor transporte que
me levasse do Bairro Alto ao Cais do Sodré…Estavam cerca de seis idosos e eis que
um me responde para apanhar o 92. Uma outra senhora, retorque – “Mas é aqui
pertinho, quando era da sua idade ia a pé…chegando à Praça Luís de Camões, desce
a Rua do Alecrim e chega lá facilmente”.
Este pequeno relato vem a propósito da presente investigação. Será apenas a idade o
factor que impossibilita o idoso de se deslocar no espaço público e/ou antes a
existência de barreiras arquitectónicas e urbanísticas que impedem a acessibilidade
de pessoas com mobilidade condicionada?
Este percurso, à luz de uma pessoa idosa (com os problemas inerentes à sua idade) é
extremamente complicado. O comentário da senhora não era em vão. Ao analisar o
espaço público concluo que, o facto de a pessoa possuir mais idade não era o único
motivo de não se deslocar a pé, mas antes os obstáculos existentes.
A cidade não está preparada para fazer dum simples percurso, um percurso
agradável, seguro, confortável e acessível de se percorrer por todos os cidadãos.
Torna-se imperativo projectar os espaços tentando integrar todas as necessidades dos
transeuntes e encontrar soluções satisfatórias a todos, independentemente da sua
idade, condição física/psíquica, etc.
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Na presente dissertação, propomos a investigação do design de espaços exteriores,
na vertente dos jardins e parques, que incluam os idosos, isto é, abordar
preferencialmente o design no «espaço exterior verde», tentando demonstrar que, da
escolha correcta do tipo de design para parques e jardins, se pode potenciar a
satisfação/bem-estar (psíquico, social e físico) do utente Idoso (constituindo esta a
hipótese da dissertação).
Ao efectuar o trabalho, não se está a excluir outras faixas etárias, nem excluir outras
situações a considerar no espaço público, tais como a mobilidade condicionada de
transeuntes em cadeiras de roda, invisuais, crianças e/ou incapacitados
temporariamente.
Por exemplo, ao optar-se pela solução projectual de bancos de jardim com encosto
(inclinação correcta) e apoios laterais, muito importante na comodidade do idoso, não
se está a excluir outros utilizadores. Optar por um mobiliário urbano que se distingue
por um design inclusivo é importante numa solução projectual satisfatória a todos os
cidadãos. Todos os transeuntes poderão utilizar o banco em questão, já um banco
sem encosto e sem apoio lateral não seria tão bem aceite por uma pessoa de idade
mais avançada, uma vez que não possuiria uma forma de se encostar para descansar
comodamente e despenderia mais energia para se levantar sem a ajuda do apoio de
banco2 - “Sabe-se que o idoso gasta apenas um quarto de energia para se levantar se
houver um banco de jardim com apoio lateral.”3
2 MARCUS, C.C. (2005, March). No Ordinary Garden. Landscape Architecture, Vol. 95, N. º 3, p.37. 3 Entrevista na integra em anexo, ao Arquitecto Paisagista João Castro (responsável pela Divisão de Estudos e Projectos da Câmara Municipal de Lisboa)
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Assim, torna-se necessário garantir-se espaços exteriores de uso público, como
parques e jardins, que promovam a acessibilidade e a inclusividade no ambiente
urbano e o exercício da cidadania independentemente das capacidades dos
transeuntes.
Estudos (referenciados ao longo da presente dissertação) defendem a necessidade de
não codificar/segregar os espaços, ou seja, espaços somente destinados a crianças, a
adultos e a idosos (exceptuando-se os casos de espaços privados como as clínicas de
reabilitação física, lares e centros de dia, etc.). É lógico que num jardim coexistam
vários ambientes multiculturais e intergeracionais (para crianças, os parques infantis
e/os os quiosques oficinas de arte; para os idosos, os parques com equipamentos
para o exercício físico sénior e/ou outro equipamento terapêutico, etc.), mas esses
espaços deverão assegurar a identidade dum único espaço global (o jardim/parque).
Ao longo do texto foram realizadas conclusões em determinados capítulos, de modo a
tornar mais fácil a sua leitura, e permitir uma conclusão final sucinta e que responde à
hipótese levantada (e fazer recomendações a futuras investigações na área).
Na investigação não se pretendeu diferenciar as tipologias de espaços verdes, jardim
e parque. Também, refere-se aos indivíduos idosos em geral, não se diferenciando os
grupos etários «terceira idade» e «quarta idade» (a partir dos 80 anos)4, incluindo-os
no mesmo grupo etário.
4 VÁRIOS (2006). Ageing Society, i2010: independent living for Ageing Society. European Communities. Bélgica: European Commission. Information Society and Media. Information Space, Innovation & Investment in R&D, Inclusion, p.7
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16 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Dada a complexidade de elementos que envolvem o espaço exterior e a concepção de
jardins e parques, não foi possível, no período destinado à elaboração da dissertação,
abarcar todos os conceitos, pelo que se recomendam mais estudos nesta área, em
posteriores investigações, nomeadamente, estudos envolvendo
mobiliário/equipamento urbano de jardins e parques, em termos de ergonomia,
segurança, resistência, etc.250. Também, realizarem-se questionários dirigidos a cada
espaço verde analisado, de modo a que se tenha uma maior aproximação quanto às
exigências e graus de satisfação dos idosos nesses espaços. Optou-se pela
realização de um questionário geral sobre a opinião dos utentes, no que concerne ao
seu grau de satisfação relativamente a jardins e parques em geral, por se pretender
uma abordagem aproximada da experiência de grupos e género, e não estatística.
Do trabalho conclui-se que o design de espaços exteriores (jardim/parque) contribui
para a satisfação do idoso, por promover o bem estar físico, psíquico e social. Note-se
que os três factores indutores de satisfação encontram-se muito interligados, bastando
um desequilibro num deles para gerar repercussões nos outros.
Para além da concepção física do espaço exterior, muito explorada nos capítulos
introdutórios (dada a aproximação profissional dos investigadores à área de projecto),
nomeadamente quanto à legislação da acessibilidade, a questão social reveste-se
também de particular importância.
250 A certificação dos mesmos seria importante, na medida que nem todos os projectistas possuem especialização numa área que lhe garanta avaliar com rigor a segurança e o conforto (durabilidade, acoplamento de peças, etc.).
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A socialização na perspectiva da participação e inclusividade dos cidadãos dificilmente
poderá obter bons resultados senão se procurar que esta se faça de forma livre e
individual. O facto de se condicionar as pessoas a participar em algo poderá não ser
possível no decorrer dos tempos, no que concerne à criação de laços afectivos
interpessoais e intergeracionais.
Os aspectos que envolvem a componente social são subjectivos, comparativamente
com os critérios físicos, tornando-se talvez por isso, estes últimos, mais facilmente
aplicáveis. Não é somente a existência física, palpável do mobiliário e/ou equipamento
urbano o único garante no estabelecimento de relações, ou seja, não é o facto de
existir um banco para duas pessoas ou de uma mesa com bancos, ergonómicos, bem
implantados no espaço e dotados de uma filosofia que vise o Design Inclusivo, que
encerra a temática da inclusividade.
Os profissionais do design ao projectar esperam com as suas propostas desenvolver
dinâmicas várias, de modo a cativar as pessoas a usufruírem os jardins/parques de
uma forma espontânea. No entanto, poderá ser um complemento à vivência do espaço
a criação de actividades socioculturais e que contam com o apoio de infra-
estruturas/equipamentos/mobiliários.
Estas actividades poderão passar pelos equipamentos de restauração, espaços de
leitura, «salas» de exposição temporária ao ar livre, espaços destinados a jogos
tradicionais, «salas» ao ar livre que promovam cursos (jardinagem, pintura, artesanato,
etc.) e a formação através do acesso gratuito à Internet, feiras e espectáculos de rua
(música, teatro, actividade circenses), aulas de ginástica, entre outros.
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O experimentalismo e a procura de um design capaz de dar resposta às necessidades
dos idosos é uma forma de ir ao encontro das exigências da sociedade
contemporânea.
A ocupação dos tempos dos mais velhos é uma realidade actual e carece de medidas
de atenção. Sabendo à partida os custos inerentes à manutenção de um jardim ou
parque, é possível, contando com o apoio de autarquias, donativos e/ou empresas da
área do design geriátrico, promover programas de ocupação de tempos livres
envolvendo idosos (acompanhados por técnicos) e eventual criação de associações
«amigos do jardim/parque».
A protecção e a segurança do espaço exterior passa inclusive pelo envolvimento dos
mais velhos, não obstante da resultante da promoção da
mobilidade/acessibilidade/legibilidade/permeabilidade e da vigilância, isto porque um
espaço em que circule um adulto torna-se à partida mais seguro.
A falta de conhecimentos técnicos específicos, a opção pelo «belo e estético» em
detrimento do funcional/ergonómico/inclusivo, a falta de multidisciplinariedade nas
várias fases de projecto, restrições orçamentais, relativa sensibilização à temática do
idoso e do Design Inclusivo, escassez de tempo projectual de pesquisa e
pormenorização dos elementos (detalhes construtivos) a constarem num projecto, e a
ineficaz fiscalização, condicionam os resultados, que o estudo demonstrou serem
medianos a fracos, nomeadamente quanto às barreiras ambientais encontradas e que
impedem a uma fácil progressão no espaço pelo transeunte idoso.
No entanto, a concepção de parques e jardins públicos não deveria resumir-se às fase
de projecto e de obra, devendo igualmente englobar a manutenção e a gestão do
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espaço verde, isto porque, se denota que grande parte das barreiras se devem à falta
de verificação e correcção dos elementos do espaço exterior a longo prazo.
Quanto aos parques e jardins que não cumprem os critérios de satisfação do idoso,
denota-se a fácil adaptação dos mesmos a esta realidade, uma vez que um
jardim/parque é um espaço mutável, podendo-se alterar as suas componentes.
Do estudo efectuado, podemos aperceber-nos que a faixa etária em análise não
constitui um grupo homogéneo251, havendo pois, por parte dos projectistas, de
encontrar soluções tendo em conta esta diversidade e o respeito pelos gostos
individuais, de modo a desenvolverem-se espaços de convívio intergeracionais.
No entanto, na concepção de um jardim/parque que vise atender o indivíduo idoso, há
que ter, pelo menos, quatro aspectos em consideração:252
MOTIVAÇÃO - para a maioria dos idosos a falta de motivação é um dos factores que
leva o idoso a optar por não sair de casa e a não procurar um espaço verde. O simples
observar os outros, os animais, as flores, entre outros, por vezes não são o suficiente
para estimular uma pessoa de idade mais avançada a frequentá-los. Por exemplo, o
uso de vários pontos focais de interesse (e.g. esculturas, plantas arquitecturais), o
251 Apesar do idoso ser afectado por alterações a nível biológico/físico, psicológico e social, que se assemelham, esta faixa etária não constitui um grupo homogéneo. Como o resto da população, existem diferenças no que respeita à saúde, rendimentos, educação e expectativas. Diferenças de nacionalidade, etnia e género também são importantes no nível de alteração bio-psico-social. (in VÁRIOS (2006). Ageing Society, i2010: independent living for Ageing Society. European Communities. Bélgica: European Commission. Information Society and Media. Information Space, Innovation & Investment in R&D, Inclusion, p.7) 252 BITE, I.; LOVERING, M. J. (1984, Nov.-Dez.). Design Open Doors for the Elderly. Landscape Architecture, pp. 79-81. e MARCUS, C.C. (2005, Março). No Ordinary Garden. Alzheimer's and other patients find refuge in a Michigan dementia-care facility. Landscape Architecture, Vol. 95, N.º 3, pp. 26-39.
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tornar o espaço confortável e seguro, são importantes para induzirem a utilização do
espaço exterior;
INDEPENDÊNCIA/DEPENDÊNCIA - para os idosos, cujo grau de independência em
deslocar-se é restrito, torna-se imprescindível a ajuda de familiares, assistentes
sociais, etc. O grau de independência provém da falta de mobilidade ou mobilidade
parcial, confusão mental, etc., combinado com as barreiras arquitectónicas e
urbanísticas, tais como, caminho sem pavimento adequado, existência de escadas e
declives excessivos, entre outros.
MICRO-CLIMA - torna-se necessário a existência de condições ambientais que
promovam a estadia do utente idoso no espaço exterior. Zonas abrigadas do vento,
existência de sombras, temperaturas amenas, entre outras, são ideais para promover
o seu bem-estar. Evitar a intensa luminosidade do sol é muito importante (dada a
dificuldade dos olhos em ajustar níveis elevados de luz), assim o pavimento não
deverá reflectir os raios solares.
EQUIPAMENTO E MOBILIÁRIO URBANO - muito importante a existência de elementos que
promovam a estadia e o recreio activo. Assim, há que planear a localização correcta
de modo a não constituírem obstáculos. Igualmente, o conforto e a segurança dos
mesmos deve ser garantido. Os bancos deverão possuir apoios laterais e encosto, e
localizarem-se em locais de sombra e Sol, ao longo de todo o espaço.
Refere-se a importância dos locais «jardim/parque» serem trabalhados em conjunto
com o restante espaço público, isto porque, até se chegar a um espaço desta natureza
o transeunte passa por diversas situações que diminuem o conforto e a satisfação no
espaço.
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É importante a existência de estudos que se direccionem no sentido da satisfação do
habitante, mediante uma acção estratégica municipal.
Não estando integrado na investigação o estudo a nível do planeamento urbano e do
ordenamento do território dos parques e jardins na cidade (mas antes à escala de
projecto), sugerem-se futuras investigações neste sentido. No entanto, foi realizado
um estudo superficial sobre o mesmo (ver em anexo) de modo a que outro
investigador possa dar continuidade.
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