Cultura

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CULTURA

Os casos que se conhecem de crianças selvagens revestem-se de grande interesse científico. Elas constituem uma espécie de grau zero do desenvolvimento humano, ensinam-nos o que seríamos sem os outros, mostram de forma abrupta a fragilidade da nossa animalidade, revelam a raíz precária da nossa vida humana.

Para mais informações devem consultar: www.feralchildren.com

  

O ser humano é um ser biologicamente social

Está na nossa biologia a capacidade para continuamente

transformarmos o mundo, de modo a nos adaptarmos, a satisfazermos

as nossas necessidades, a vivermos melhor.

Para além da definição de Edward Tylor, considerado o pai do conceito moderno de cultura. (ver página 90 do manual) apresenta-se a de Mischa Titiev ( professor na Universidade de Michigan)

“ a série completa de instrumentos não geneticamente adquiridos pelo ser humano, assim como todas as facetas do comportamento adquiridas após o nascimento.”

Um sistema que tanto nos seus aspectos simbólicos como materiais constitui o ambiente de protecção do indivíduo na sua relação com o mundo, sendo capaz de se transformar e de o transformar.

É a forma como o ser humano se adapta ao meio, o modo como o transforma e o transmite às gerações seguintes, ela distingue o homem dos outros animais.

Crenças Teorias Construções Objectos Valores Leis Normas Artes Costumes

O impacto da cultura faz-se sentir desde o útero

materno até à morte do indivíduo.

Somos produto e produtores de cultura

Forma colectiva e específica de conduta cultural que uma sociedade estabelece como ideal; visa a normalização do comportamento dos indivíduos de uma dada sociedade, possibilitando a satisfação das suas necessidades, mas também a previsibilidade dos comportamentos dos seus membros.

Processo pelo qual, ao longo de toda a vida, o ser humano aprende e interioriza os diversos elementos da cultura envolvente, integrando-se assim num meio social e cultural específico.

PRIMÁRIA SECUNDÁRIAOcorre durante a infância Acompanha toda a E permite a aquisição de vida adulta e designaDe um conjunto de ajustamentos do in-“saberes básicos” divíduo em função de alterações

significati- vas do meio social.

Não é algo de estático, fixo, mas é… Dinâmica, construída

É universal, porque todas as sociedades têm uma cultura

É aprendida; é transmitida de geração em geração: o homem é um ser biológico, é a aprendizagem da cultura, a formação do seu carácter sócio-cultural que o torna realmente humano.

É partilhada pelos membros de uma mesma sociedade.

É geral, porque todos os homens que nascem no

seio de comunidades a aprendem.

É relativaVaria no tempo e no espaço.

Assim, dizemos que existem culturas.

DIVERSIDADE CULTURALDIVERSIDADE CULTURAL

O que é a diversidade cultural?

Diferentes culturas

Diferentes modos de vida

Diferentes juízos de valor

Quando pensamos sobre as diversas comunidades humanas, aquilo que ressalta é a sua diversidade cultural: Hábitos, costumes, comportamentos

diversos Diferentes formas de pensar, de agir, de

dar sentido à vida Diferentes valores

Os Judeus«É sabido que os judeus são o grupo mais

diabólico da criação divina, o de pior natureza, e aquele que mais profundas raízes tem na infidelidade e maldição. Eles são os indivíduos mais mal intencionados da espécie humana (...). Quando conseguem ficar a sós com alguém, eles trazem a destruição, eles introduzem por truques uma droga espantosa na sua comida, e depois matam-no.»

Autisemitism, Ann Frank Foundation

Consiste em entender/olhar para as outras culturas, tendo a nossa como ponto de referência.

Consequência: a nossa cultura é sempre valorizada e há uma estranheza face à cultura alheia, que é inevitavelmente desvalorizada. Uma atitude deste tipo pode conduzir-nos a

atitudes de racismo (afirmação da superioridade da nossa raça em relação às outras) ou xenofobia (antipatia perante quem é estrangeiro, ou seja, não pertence à nossa sociedade/cultura).

O facto de considerarmos a nossa cultura e os nossos valores superiores, pode levar-nos a querer impor os nossos padrões culturais.

Consiste em entender que as diferentes culturas existentes são diferentes formas que o ser humano encontrou para se adaptar ao mundo. Todas as culturas são, nesta perspectiva, aceitáveis. Trata-se de compreender que o que nos parece normal pode parecer estranho a outras pessoas, noutra cultura, isto é, relativizar tanto quanto possível o nosso ponto de vista e as nossas referências.

Crítica: Aparentemente coloca-se como uma

atitude positiva ao apelar à tolerância face às expressões culturais das outras comunidades.

Não incentiva a abertura aos modelos das outras comunidades, ao incluir o pressuposto de que cada cultura deve promover os seus próprios valores.

Conduz ao isolamento, à estagnação.

Exemplos: a culinária e o vestuário adoptado pelas diversas culturas estão intimamente relacionados com o clima e a situação geográfica da comunidade. Muitos costumes que temos são puramente convencionais ou simbólicos, pelo que não é de estranhar que outras culturas tenham adoptado costumes diferentes relativos às mesmas práticas (ex. do luto, das cerimónias de casamento).

Consequências: Conhecer outras culturas e tentar compreendê-las relativizando a nossa própria referência cultural:

Relativismo cultural implica compreender que os hábitos alimentares, o vestuário, as cerimónias de casamento, os funerais, os ideais de beleza, etc, variam de sociedade para sociedade.

Respeita todas as Culturas, defendendo a igualdade entre todas elas, e assenta nos seguintes objectivos:

1. Compreender a natureza pluralista da sociedade/mundo.2. Compreender a complexidade e riqueza da relação entre

as diferentes Culturas.3. Colaborar na procura de respostas para os problemas

mundiais (sociais, económicos, políticos, ecológicos…)4. Promover o diálogo entre Culturas.5. Salvaguardar valores partilhados: os direitos humanos, atolerância activa, a promoção do diálogo, o respeito peladiferença cultural, liberdade, igualdade, solidariedade...

Diálogo

COEXISTÊNCIA

Rejeição

Rejeição

Rejeição

A variedade cultural resulta de uma característica tipicamente humana.

O ser humano é biologicamente inacabado, um ser dotado de um programa genético aberto e deixa espaço para a aprendizagem.

A variedade foi também favorecida pela falta de contacto em que os seres humanos viveram durante muitos séculos.

Convenção para protecção e promoção da

diversidade cultural

Comente o artigo 2, ponto 1 e ponto 3:

“1. Princípio do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais

A diversidade cultural só pode ser protegida e promovida se estiverem assegurados os direitos humanos e as liberdades fundamentais, como a liberdade de expressão, de informação e de comunicação ou a possibilidade de os indivíduos escolherem as suas expressões culturais.”

“3. Princípio da igual dignidade de todas as culturas e do respeito pelas mesmas

A protecção e a promoção da diversidade das expressões culturais implicam o

reconhecimento da igual dignidade de todas as culturas, incluindo as das pessoas pertencentes a minorias e as dos povos autóctones, e do respeito pelas mesmas.”

Cada um de nós é influenciado por: Factores biológicos identidade

específica Factores sócio-culturais identidade

cultural História de vida; experiências de vida

que nos tornam únicos identidade pessoal

A identidade específica e cultural, mas também a história pessoal – diálogo entre o que se é, o que acontece e o que se experiencia

IDENTIDADE PESSOAL

ENTRE A NOSSA SINGULARIDADE E OS CONTEXTOS BIO-CULTURAIS

Cada experiência é vivida de forma diferente, de acordo com os significados que lhe atribuímos

uma síntese complexa entre os factores biológicos, sociais, culturais

a história do modo como vivemos, interpretamos e interiorizamos as experiências que marcam o nosso desenvolvimento

Algo de dinâmico somos um ser em constante auto-organização, à medida das experiências que vamos vivendo

Dar um sentido ao que somos, com coerência, continuidade

Adaptarmo-nos de forma activa e autónoma ao meio

Que continuemos a ser as mesmas pessoas para nós e para os outros

Que nos auto-organizemos em função das novas experiências que vamos vivendo

No modo como nos encaramos a nós próprios.

No modo como nos relacionamos com os outros

No modo como encaramos os diversos acontecimentos, as ocorrências, os acasos da vida

No modo como superamos desafios, contratempos

No significado que atribuímos às coisas

Na forma como representamos as nossas experiências

Numa forma única de ser e de estar no mundo, na vida

Numa forma única de ser e de estar no mundo, na vida