COMUNICAÇÃO TÉCNICA - IPTZoneamento Climático Desempenho térmico •Métodos de avaliação...

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COMUNICAÇÃO TÉCNICA ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Nº 171000

A norma de desempenho de edificações NBR 15.575

Julio Cesar Sabadini de Souza

Slides apresentado no Encontro Nacional da Indústria de

Cerâmica Vermelha, 41., 2012, Campo Grande/MS

A série “Comunicação Técnica” compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública. ___________________________________________________________________________________________________

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A - IPT

Av. Prof. Almeida Prado, 532 | Cidade Universitária ou Caixa Postal 0141 | CEP 01064-970

São Paulo | SP | Brasil | CEP 05508-901 Tel 11 3767 4374/4000 | Fax 11 3767-4099

www.ipt.br

Julio Cesar Sabadini de Souza

A norma de desempenho de edificações NBR 15.575

Conteúdo

• Histórico

• O conceito de desempenho aplicado ao edifício

• A avaliação de desempenho de sistemas construtivos

• As exigências da NBR15.575 para as vedações verticais e os ensaios de desempenho

• Código de Práticas de alvenaria de vedação de blocos cerâmicos

Histórico

• No mundo

– Pós Guerra 1945 – Preocupação com qualidade e desempenho para construção em larga escala

– Década de 1960 – UEATc – Elaboração de diretrizes comuns para avaliação técnica

– 1984 – ISO 6241. Performance standards in building: principles for their preparation and factors to be considered

Histórico

• No Brasil

– 1980 – IPT – Formulação de critérios mínimos para avaliação de desempenho de habitações (BNH)

– 1988 – IPT – Critérios mínimos de desempenho para habitações térreas de interesse social (IPT/FINEP/PBQP)

– 2007 – SINAT – Sistema Nacional de Avaliações Técnicas, Ministério das Cidades

Histórico

• Desenvolvimento da NBR 15.575

– 2000 – Início dos trabalhos

– Maio 2008 – Em vigor a partir de 12/05/10

– Dez. 2010 – Ementa de exigibilidade a partir de 12/03/12

– Dez. 2011 – Ementa de exigibilidade a partir de 12/03/13

– Atualmente: em consulta nacional até 13/09/12

O que é O que é

Desempenho?Desempenho?

O conceito de desempenho

• Dicionário Aurélio: Execução de um trabalho, atividade, empreendimento, etc., que exige competência ou eficácia

• Dicionário Michaelis: Cumprimento de obrigação ou promessa

• Dicionário Houaiss: Maneira como atuaatua ou se comportacomporta alguém ou algo, avaliada em termos de eficiência, de rendimento; atuação

O conceito de desempenho

Desempenho = comportamento Desempenho = comportamento do produto do produto (edifício e suas partes) em utilização(edifício e suas partes) em utilização

• É a prática de se pensar em fins e não em meios

• Foco nas exigências do produto (edifício ou subsistema), no seu comportamento em uso e não na prescrição de como ele é construído

Por que Por que uma uma

norma de norma de

desempenho?desempenho?

A norma de desempenho

• Criação de uma referênciareferência para avaliações de sistemas construtivos

•• EstímuloEstímulo ao desenvolvimento tecnológico

• Estabelecimento de requisitosrequisitos e critérioscritérios mínimos de desempenho – interpretação das necessidades dos usuários

A norma de desempenho

• Necessidade de avaliaçãoavaliação de novas tecnologias, por promotores e agentes financeiros (desde a década de 70)

• Necessidade de balizarbalizar o desenvolvimento de projetos e de produtos

• Necessidade de nortearnortear o mercado, disciplinando inclusive ações judiciais após o advento do Código de Defesa do Consumidor

Norma PrescritivaNorma Prescritiva

XX

Norma de Norma de

DesempenhoDesempenho

Prescrição x Desempenho

• Abordagem Prescritiva

– define e limitalimita soluções

– desempenho implícito

• Abordagem de Desempenho

– especifica requisitosrequisitos em função de exigências dos usuários e das condições de exposição

– não limita as soluções possíveis

A metodologia de avaliação de desempenho

Exigências do

usuário

Condições de

exposição

Edifício e

suas partes

Critérios de

desempenho

Métodos de

avaliação

Requisitos de

desempenho Condições

qualitativas

Condições

quantitativas

Exigências dos usuários

B) HABITABILIDADEB) HABITABILIDADE

4. Estanqueidade

5. Desemp. térmico

6. Desemp. acústico

7. Desemp. lumínico

8. Saúde e higiene

9. Funcionalidade e

acessibilidade

10. Conforto tátil

11. Qualidade do ar

C) SUSTENTABILIDADEC) SUSTENTABILIDADE

12. Durabilidade

13. Manutenabilidade

14. Adequação ambiental

A) SEGURANÇAA) SEGURANÇA

1. Segurança estrutural

2. Segurança ao fogo

3. Segurança – uso/operação

D) ECONOMIAD) ECONOMIA

15. Custo inicial

16. Custo operação/manutenção

A NBR 15.575

• Alteração do título de “Desempenho de edifícios habitacionais de até cinco pavimentos” para “Desempenho de edificações habitacionais”

Abrangência

• Onde se aplica?

– Os requisitos e critérios de desempenho são válidos em todo o país, devendo para tanto considerar as especificidades regionais

Níveis de desempenho

• Nível mínimo “M” – Normativo

• Nível intermediário “I” – Informativo

• Nível superior “S” – Informativo

Objetivos da NBR 15.575

• Estabelecer requisitosrequisitos e critérioscritérios de desempenho, bem como métodos de avaliação de sistemas construtivos (edifício e seus subsistemas) destinados a construções habitacionais ou residenciais

Partes da NBR 15.575

• Parte 1 – Requisitos Gerais

• Parte 2 – Estrutura

• Parte 3 – Pisos

•• Parte 4 Parte 4 –– Sistemas Sistemas de de Vedações Verticais Vedações Verticais Internas e Externas Internas e Externas –– SVVIE (Paredes SVVIE (Paredes internas e internas e Fachadas)Fachadas)

• Parte 5 – Cobertura

• Parte 6 – Sistemas hidrossanitários

Desempenho estrutural • Estado Limite Último – ELU

– O SVVIE não satisfaz os critérios de desempenho relativos à segurança, ou seja, é o momento risco de colapso ou ruína

Ruína RupturaPerda

Ruína Ruptura Perda de estabilidade

Desempenho estrutural

• Estado Limite de Serviço – ELS

– Estado a partir do qual é prejudicada a funcionalidade, com deslocamentos acima de limites estabelecidos, de fissuras e outras falhas.

Fissuras DeformaçõesEsforços

Fissuras Deformações Esforços de uso

Solicitações de peças suspensas

Carga Critério de desempenho Nível

0,4 kN em cada

ponto

Não ocorrência de falhas

que comprometam o

estado limite de serviço;

Limitação dos

deslocamentos

horizontais:

dh < h/500

dhr < h/2500

M

0,5 kN em cada

ponto

S

Impacto de corpo mole: fachadas

Componente Impacto Energia (J) Critério Nível

Parede estrutural

de edifício

Externo

(acesso ao

público)

720 e 960

120 a 480

240

Ruína

Falhas

Deslocamentos M

Impactos

internos, todos

os pavimentos

240 e 480

120 e 180

120

Ruína

Falhas

Deslocamentos

Parede de

vedação de

edifícios

Externo

(acesso ao

público)

480 e 720

120 a 360

240

Ruína

Falhas

Deslocamentos

M

Impactos

internos, todos

os pavimentos

180 e 360

120

120

Ruína

Falhas

Deslocamentos

M

Impacto de corpo mole: fachadas

Ações transmitidas por portas

• As paredes não devem apresentar falhas, tais como rupturas, fissurações, destacamentos no encontro com o marco, cisalhamento nas regiões de solidarização do marco, destacamentos em juntas entre componentes das paredes, etc.

– 10 operações de fechamento brusco

– 1 impacto de corpo mole de 240J, aplicado no centro geométrico da folha de porta (admite-se, danos localizados no contorno do marco, tais como fissurações e estilhaçamentos)

Segurança contra incêndio

• Critérios relativos à resistência ao fogo, conforme normas técnicas e regulamentos vigentes

• Critérios relativos à reação ao fogo:

– propagação de chamas

– densidade ótica de fumaça

Segurança contra incêndio

• Ensaio: reação ao fogo

• Ensaio: resistência ao fogo

Resistência ao fogo

• Paredes estruturaisestruturais::

– RF = 30 30 minutosminutos, assegurando neste período condições de estabilidade

• Paredes de geminaçãogeminação (paredes entre unidades) de casas térreas e sobrados geminados, e paredes entre unidades habitacionais e de divisa com áreas comuns em edifícios:

– RF = 30 30 minutosminutos (considerando critérios relativos à estabilidade, estanqueidade e isolação térmica)

Estanqueidade à água

• Ascensão capilar

• Água de uso

• Água de chuva

Ensaio de estanqueidade

Escorrimento de água pelas juntas

entre blocos após 80 minutos do

inicio da realização do ensaio –

desempenho insatisfatório

Desempenho térmico

Zoneamento Climático Zoneamento Climático

Desempenho térmico

• Métodos de avaliação

– Paredes e Coberturas

• Valores limites de Transmitância Térmica e Capacidade Térmica

– Edificação como um todo:

• Simulações em computador

• Medições em Protótipo em escala 1:1 Simulação Simulação

Desempenho acústico

Desempenho acústico

• Avaliação

– Método de precisão, realizado em laboratório, conforme a norma ISO 10.140-3 (referência para produtores e projetistas)

– Método de engenharia, realizado em campo, conforme as normas ISO 140-4 (paredes internas) e ISO 140-5 (fachadas) (normativo)

– Método simplificado, realizado em campo, conforme a norma ISO 10052 (normativo)

Desempenho acústico

Símbolo Descrição do parâmetro Aplicação Normas

Rw Índice de Redução Sonora

Ponderado

Componentes

de edificação

ISO

10.140-3

ISO 717-1

DnT,w Diferença Padronizada de Nível

Ponderada Parede / Piso

ISO 140-4

ISO 717-1

D2m,nT,w Diferença Padronizada de Nível

Ponderada, a 2 metros

Fachada e

cobertura

ISO 140-5

ISO 717-1

L’nT,w Nível de Pressão Sonora de

Impacto Padronizado Ponderado

Impacto em

piso

ISO 140-7

ISO 717-2

Desempenho acústico

• Avaliação em laboratório (Rw)

Câmara de

emissão

Câmara de

emissão

Câmara de

recepção

Câmara de

recepção

Desempenho acústico

• Avaliação em laboratório (Rw)

Isolação sonora da fachada: ensaio de campo

D2m,nT,w

2m

Rw da fachada (laboratório)

Rw de paredes internas (laboratório)

Exemplos

• Tijolo maciço Espessura de 10 cm e argamassa de revestimento

• Rw = 45 dB

Exemplos

• Tijolo maciço Espessura de 20 cm e argamassa de revestimento

• Rw = 50 dB

Exemplos

• Parede de concreto maciço - Espessura de 10 cm

• Rw = 44 dB (massa esp. 2200 kg/m3)

• Rw = 41 dB (massa esp. 1600 kg/m3)

• Rw = 36 dB (massa esp. 800 kg/m3)

Durabilidade

Durabilidade

• Vida Útil de Projeto

– Período estimado de tempo em que o componente, elemento, instalação ou sistema construtivo, aplicado, utilizado e mantido de acordo com especificações do fornecedor, atende os critérios de desempenho previstos na norma (mantidas as condições de exposição inicialmente presentes)

Durabilidade

• Prazo de garantia

– A partir da disponibilização ao consumidor, período de tempo em que é extremamente elevada a probabilidade de se manifestarem eventuais falhas de formulação, fabricação, montagem ou instalação do produto que repercutam em desempenho inferior àquele previsto na norma.

Durabilidade e manutenibilidade

• Para se alcançar a VUP é necessário o emprego de produtos com qualidade compatível, a adoção de técnicas que possibilitem a obtenção da VUP, e a realização de manutençãomanutenção

• Os aspectos de uso e manutenção do edifício e de suas partes normalmente são informados no manual de uso, operação e manutenção manual de uso, operação e manutenção do edifício, ou em manuais de fabricantes

Critério de durabilidade

Sistema VUP mínima VUP superior

Estrutura 40 ≥ 60

Pisos internos 13 ≥ 20

Fachadas 40 ≥ 60

Paredes internas 20 ≥ 30

Cobertura 20 ≥ 30

Hidrossanitário 20 ≥ 30

Durabilidade: ação do calor e choque térmico

• Limitação dos deslocamentos, fissurações e falhas nas paredes externas, incluindo seus revestimentos, em função de ciclos de exposição ciclos de exposição ao calor e resfriamentoresfriamento que ocorrem durante a vida útil do edifício

Durabilidade: ação do calor e choque térmico

•• Dez ciclos Dez ciclos sucessivos sucessivos de exposição ao calor (80oC) e resfriamento por meio de jato de água, não devem apresentar:

– deslocamento horizontal instantâneo superior a h/300, onde h é a altura do corpo de prova

– ocorrência de falhas como fissuras, destacamentos, empolamentos, descoloramentos e outros danos que possam comprometer a utilização do SVVE

Ensaio de ação do calor e choque térmico

Posicionamento do relógio comparador

Código de Práticas

CÓDIGO DE PRÁTICAS Nº 01

ALVENARIA DE VEDAÇÃO EM BLOCOS CERÂMICOS

FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos

HABITARE – Programa de Tecnologia de Habitação

IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas

EPUSP – Escola Politécnica da USP

Ercio Thomaz

Cláudio Vicente Mitidieri Filho

Fabiana da Rocha Cleto

Francisco Ferreira Cardoso

2009

ACERTAR e ACERVIR– Associação de Cerâmicas;

ANICER ; ARCO; AsBEA ; CAIXA ; CDHU – Companhia

de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado

de São Paulo; LÓGICA Engenharia ; PAULA VIANNA;

PETRA Arquitetura e Racionalização Construtiva LTDA;

SECOVI-SP; SENAI; Sindicercon – Sindicato da

Indústria da Cerâmica para Construção do Estado de

SP; Sinduscon-SP ; TECNOLOGYS; UEL - Universidade

Estadual de Londrina; UFSC - Universidade Federal de

Santa Catarina

Código de Práticas

Obrigado!

Julio Sabadini

sabadini@ipt.br