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A E S T R A T É G I A M U N D I A L D E C O N S E R V A Ç Ã O D O S Z O O L Ó G I C O S E A Q U Á R I O S
CO M P R O M E T E N D O -S E CO M A CO N S E R VAÇ ÃO
WAZA é a voz de uma comunidade global de zoológicos e aquários e um catalisador para
suas ações conjuntas de conservação
D E C L A R A Ç Ã O D A M I S S Ã O
GORILA-DA-MONTANHARUANDA
4E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
A U T O R E S C O N T R I B U I D O R E S
G E R A L | C r é d i t o s | A u t o r e s C o n t r i b u i d o r e s
TítuloComprometendo-se com a Conservação: A estratégia mundial de conservação dos zoológicos e aquários
EditoresRick Barongi, Fiona A . Fisken, Martha Parker & Markus Gusset
EditoraAssociação Mundial de Zoológicos e Aquários ( WAZA) Escritório Executivo, Gland, Suíça
Tradução para o portuguêsIgor Oliveira Braga de Morais
Revisão da tradução para o portuguêsYara de Melo Barros
DiagramaçãoThiago Reginato
ApoioParque das Aves
Layout and DesignMegan Farias, Houston Zoo, TX, USA
Fotografia da capaTartaruga-verde (Chelonia mydas) © idreamphoto
Langur-de-canelas-cinzas (Pygathrix cinerea) © Joel Satore, Photo Ark
ImpressãoChas. P. Young, Houston, TX, USA
Copyright© 2015 World Association of Zoos and Aquariums ( WAZA)
CitaçãoBarongi, R., Fisken, F. A ., Parker, M. & Gusset, M. (eds) (2015) Committing to Conservation: The World Zoo and Aquarium Conservation Strategy. Gland: WAZA Executive Office, 69 pp.
Escritório Executivo WAZAIUCN Conservation CentreRue Mauverney 28CH-1196 GlandSwitzerland
secretariat@waza.orgwww.waza.org
ISBN9 7 8 -2 - 8 3 9 9 -1 6 9 4 - 3
Rick BarongiHouston Zoo, Houston, TX 77030, USA
Jeffrey P. Bonner
Saint Louis Zoo, St Louis, MO 63110, USA
Paul BoyleAssociation of Zoos & Aquariums (AZA), Silver Spring, MD 20910, USA
Steve BurnsZoo Boise, Boise, ID 83702, USA
Onnie ByersIUCN SSC Conservation Breeding Specialist Group (CBSG), Apple Valley, MN 55124, USA
Gerald DickWorld Association of Zoos and Aquariums ( WAZA) Executive Office, 1196 Gland, Switzerland
Lesley DickieIUCN Asian Species Action Partnership (ASAP), UK
Fiona A. FiskenZoological Society of London, London NW1 4RY, UK
Suzanne GendronOcean Park Corporation, Aberdeen, Hong Kong, Special Administrative Region of the People’s Republic of China
Jenny GrayZoological Parks and Gardens Board of Victoria, Royal Melbourne Zoological Gardens, Parkville, VIC 3052, Australia
Markus GussetWorld Association of Zoos and Aquariums ( WAZA) Executive Office, 1196 Gland, Switzerland
Heribert HoferLeibniz Institute for Zoo and Wildlife Research (IZW ), 10315 Berlin, Germany
Susan HuntZoological Parks Authority, Perth Zoo, South Perth, WA 6151, Australia
Sonja LuzWildlife Reserves Singapore ( WRS), Singapore 729826, Singapore
Martha ParkerHouston Zoo, Houston, TX 77030, USA
Peter RigerHouston Zoo, Houston, TX 77030, USA
C R É D I T O S
G E R A L
0 4 | C r é d i t o s & A u t o r e s C o n t r i b u i d o r e s0 6 | P r e f á c i o0 7 | A p o i o0 9 | S u m á r i o E x e c u t i v o1 2 | A p e l o s a o s D i r e t o r e s d e Z o o l ó g i c o s e A q u á r i o s
1 6C o m p r o m e t e n d o - s e c o m a C o n s e r v a ç ã o
2 2C r i a n d o u m a C u l t u r a d a C o n s e r v a ç ã o
30S a l v a n d o E s p é c i e s n a N a t u r e z a
36C i ê n c i a e P e s q u i s a
44E n g a j a m e n t o - I n f l u e n c i a n d o m u d a n ç a s d e c o m p o r t a m e n t o p e l a c o n s e r v a ç ã o
5 2M a n e j o P o p u l a c i o n a l
58O r g a n i z a ç õ e s c o n s e r v a c i o n i s t a s m o d e r n a s e B e m - E s t a r A n i m a
A P Ê N D I C E
6 2 | B i b l i o g r a f i a6 4 | S i g l a s e We b s i t e s6 5 | G l o s s á r i o d e t e r m o s6 7 | A g r a d e c i m e n t o s6 8 | C r é d i t o s d a s f o t o g r a f i a s
Í N D I C E
Impresso com tintas à base de soja em papel 100% reciclado de resíduos pós-consumo
Folhas translúcidas feitas com papel 30% reciclado de resíduos pós-consumo
6 7E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OG E R A L | P r e f á c i o G E R A L | A p o i o
Com mais de 700 milhões de visitantes anualmente passando pelos portões dos zoológicos e aquários do mundo, afiliados através de
associações regionais da Associação Mundial de Zoos e Aquários (WAZA), as instituições zoológicas têm uma plataforma inigualável
para envolver o grande público na conservação.
Além disso, sabe-se bem que, por meio das suas coleções vivas, estas instituições contribuem significativamente para a pesquisa aplicada
à conservação. A amplitude da investigação levada a cabo pelos zoológicos e aquários é verdadeiramente impressionante, da ciência
comportamental ao aprendizado dos visitantes, e o impacto de tais pesquisas na conservação é bem reconhecido. Esta pesquisa é funda-
mental para a proteção e preservação das nossas espécies mais ameaçadas.
E, no entanto, dada a escala e a urgência dos desafios de conservação globais que enfrentamos – nada mais do que a crise de extinção já à
nossa porta – não podemos esperar que os nossos zoológicos e aquários carreguem a responsabilidade da conservação sozinhos.
Por isso, gostaria de parabenizar a WAZA por este documento tão oportuno e crucial – Comprometendo-se com a Conservação: A
estratégia mundial de conservação dos zoológicos e aquários, que destaca o papel fundamental que os zoológicos e aquários podem
desempenhar no apoio à conservação na natureza.
A estratégia serve como um lembrete crucial que os visitantes que melhor entendem a conexão com a conservação na natureza são mais
propensos a apoiar o trabalho dos zoológicos e aquários. A estratégia também é uma ferramenta importante para ser usada pelos profis-
sionais que se esforçam para fazer a ponte entre o mundo dos zoos e aquários e a natureza.
Muito trabalho já foi feito nesta frente. Vários membros da WAZA têm fornecido apoio financeiro fundamental para a conservação em
campo, e investimentos significativos são feitos na conservação da vida selvagem todos os anos. A estratégia fornece a visão e ferramentas
práticas para a ampliação desta abordagem e ajuda zoológicos e aquários a responder ao déficit de financiamento na conservação que
permanece perigosamente amplo.
A IUCN se orgulha de ter a WAZA como membro desde 1949. A WAZA tornou-se um parceiro essencial do “Global Species Programme”,
do “Species Survival Commission” e da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas.
Eu incentivo os membros da WAZA e outras instituições zoológicas afins a utilizar esta estratégia para assegurar uma riqueza de conhe-
cimento e potencial para um engajamento público totalmente favorável à mais ampla missão de conservação.
Inger Andersen Diretor-Geral, União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) Junho 2015
A biodiversidade do nosso planeta enfrenta ameaças crescentes do comércio ilegal da vida selvagem, mudanças climáticas e degradação do habitat.
A única coisa em comum nestas ameaças é que estão todas relacionadas com “nós” como seres humanos e, portanto, o poder e a responsabilidade
de mudar de rumo está em nossas mãos. A Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários destaca não só a importância da con-
servação em campo das espécies, mas também mostra como zoológicos e aquários podem desempenhar um papel fundamental, encorajando as
pessoas distantes da natureza a se tornarem mais engajadas em ações de conservação.
Achim Steiner Diretor Executivo, Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP)
Os zoológicos e aquários têm evoluído de serem simplesmente atrações exóticas para priorizar a pesquisa, educação e conservação
em um grau em que agora desempenham vários papéis criticamente importantes. Através da campanha ‘Biodiversidade somos Nós’,
a WAZA apóia os objetivos da Década das Nações Unidas sobre a Biodiversidade 2011-2020 e a realização das Metas de Aichi da
Biodiversidade, por educar o público sobre a importância de salvaguardar a biodiversidade, e o que nós, como indivíduos, podemos
fazer para protegê-la e usá-la de forma sustentável. A Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários tem uma abor-
dagem holística, unificada, para a conservação ex situ e in situ. O crescente papel desempenhado pelos zoológicos e aquários não é
apenas sobre cultivar apreço, empatia e conhecimento das criaturas vivas, mas também constitui uma parte central da conservação por,
entre outras coisas, ajudar a proteger espécies da extinção e oferecer plataformas para pesquisas cruciais. Com as ameaças globais em
curso para o meio ambiente, isso será mais importante do que nunca, e os zoológicos e aquários estão habilmente posicionados para
apoiar iniciativas globais de conservação e para servir como portais através dos quais a sociedade pode se envolver na proteção ativa
das populações selvagens.
Braulio Ferreira de Souza Dias Secretário Executivo, Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD)
A Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários é oportuna e de grande relevância, uma vez que fornece instruções
abrangentes para reforçar o papel dos zoológicos e aquários do mundo na conservação dos animais selvagens.A CITES e a WAZA for-
malizaram a sua colaboração de longa data no apoio à implementação da CITES ao concluírem um Memorando de Entendimento em 2011.
A WAZA e os seus membros têm experiência nas áreas de reprodução e cuidados com animais, marcação e rastreabilidade, transporte de ani-
mais vivos, conservação in situ, uso sustentável, educação, treinamento e pesquisa, todos os quais são particularmente pertinentes à CITES.
Há claramente um grande potencial para a WAZA em ajudar a fortalecer a CITES; por exemplo, através da prestação de assistência prática
às partes, a partilha de “know-how” ou capacitação. Estamos satisfeitos que a estratégia exponha visões e recomendações que tocam em cima
de cada uma dessas áreas, e espero que ela irá fornecer uma orientação mais prática para todos nós para os anos vindouros.
John E. Scanlon Secretário-Geral, Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Selvagens (CITES)
A CMS saúda o papel que os zoológicos e aquários desempenham na conscientização sobre nossa vida selvagem em perigo e espécies migratórias. Melhorar a compreensão da comunidade sobre a importância da conservação internacional da vida selvagem é um papel impor-tante que a WAZA tem desempenhado ao longo dos últimos anos de colaboração com a CMS. Programas específicos entre a WAZA e a CMS incluíram as campanhas do Ano do Gorila (2009) e Ano do Morcego (2011-2012). A Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários é um bloco de construção vital para fortalecer ainda mais a contribuição feita pela comunidade dos zoos e aquários para a conser-vação global das espécies migratórias, e eu agradeço à WAZA por este importante trabalho.
Bradnee Chambers Secretário Executivo, Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias da Fauna Selvagem (CMS)
8 9E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OG E R A L | A p o i o G E R A L | S u m á r i o E x e c u t i v o
A Associação Mundial de Zoológicos e Aquários (WAZA) tem o prazer de entregar uma declaração atualizada e revigorada do imper-
ativo que a nossa comunidade deve aumentar seu foco na criação de resultados positivos na conservação. Comprometendo-se com a
Conservação: A estratégia mundial de conservação dos zoológicos e aquários é concisa e convincente. O objetivo é inspirar os líderes,
equipes e apoiadores de nossas instituições, e promover um maior investimento intelectual e financeiro no conjunto multifacetado
de atividades que podem ajudar a conter a maré aparentemente inexorável de perda da vida selvagem e habitat. Há muito tempo se
afirmou que os zoológicos e aquários, com suas enormes audiências globais, estão numa posição única para efetuar a mudança posi-
tiva. Menos frequentemente mencionado é que a falha em agir mais vigorosamente e efetivamente irá ameaçar o modelo de negócio e
licença social que permitem que nossas instituições existam e prosperem. Esta estratégia fornece links para outros recursos e histórias
de sucesso na conservação que permitirão à comunidade zoológica articular, planejar e implementar as melhores abordagens possíveis
para a conservação, a fim de alcançar o seu pleno potencial. A Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários (2015) é
integrada de forma mais eficaz com outras estratégias e iniciativas de conservação global, motivando zoológicos e aquários a colaborar,
em vez de competir com outras organizações e agências afins. É tempo de os zoológicos e aquários maximizarem o seu impacto e se
tornarem verdadeiros líderes da conservação nos esforços para salvar a vida selvagem e habitats.
Lee Ehmke Presidente, Associação Mundial de Zoológicos e Aquários (WAZA) 2013-2015
A Convenção de Ramsar sobre Zonas Úmidas dá as boas vindas à Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários, que é rica em
informações de boas práticas para ajudar a resolver alguns dos principais problemas de conservação em nosso mundo de desafios climáticos. As
campanhas para conquistar os corações e mentes, como a campanha da WAZA ‘Biodiversidade somos Nós’, são a chave para fazer novos amigos
e mais aliados são necessários de um mundo exterior pouco zeloso. Desejamos o maior sucesso em explicar as belezas deste planeta a um vasto
público, e inspirar jovens e idosos a apoiar os esforços que podem ajudar a preservar espécies e reintroduzi-las na natureza quando existirem
melhores condições. Eu espero que possamos juntar forças para fazer a importância das zonas úmidas ser proeminente em seu trabalho futuro,
e agradecer a todos os indivíduos e organizações dedicados a trabalhar para salvar os animais em estado selvagem e sob cuidados humanos. Esta
não é apenas a coisa certa a fazer, mas é exatamente o que o mundo vivo precisa que nós façamos.
Christopher Briggs Secretário-Geral, Convenção de Ramsar sobre Zonas Úmidas
O ICOM NATHIST é um parceiro estratégico com a WAZA em reconhecimento ao papel fundamental que os zoológicos e aquários desem-
penham na conservação in situ e na sobrevivência das espécies.Como os zoos e aquários, os museus de história natural são inerentemente
aliados não só na criação de experiências para os visitantes que representam sistemas biológicos, mas também em sua oportunidade crucial
para promover o espírito de conservação da vida selvagem ao público em geral. A Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e
Aquários faz uma importante contribuição aos esforços globais para promover ecossistemas saudáveis e sustentabilidade ambiental. Um dos
pontos fortes desta estratégia é o seu encorajamento em integrar atividades de conservação a todos os aspectos das operações do dia-a-dia.
Esta consistência da mensagem para ambas as partes interessadas, internas e externas, garante a sua autenticidade e captação universal. A
estratégia não é só oportuna, mas também muito necessária como uma declaração mundial de compromisso. É só por agir em conjunto que
uma mensagem suficientemente forte pode ser manifestada e alcançar progressos tangíveis.
Eric Dorfman Presidente, Conselho Internacional do Comitê para Museus e Coleções de História Natural (ICOM NATHIST); Diretor, Carnegie Museumof Natural History
A Conservação Internacional apoia incondicionalmente a Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários. A estratégia dá
testemunho do compromisso dos zoos e aquários pela conservação das espécies na natureza, bem como daquelas sob seus cuidados. Na
verdade, eu vejo a natureza e o cativeiro não como construções separadas, mas como um processo contínuo através do qual todos devemos
trabalhar para alcançar o sucesso na conservação a longo prazo. Os zoológicos e aquários estão intensificando o nosso desafio em comum de
ajudar a construir um planeta mais saudável, mais próspero e mais produtivo - para o benefício de todos na Terra.
Russ Mittermeier Vice-Presidente, Conservação Internacional
Sagui-cabeça-de-algodão
RESERVA NACIONAL DO NIASSAMOÇAMBIQUE
12E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
G E R A L | A p e l o a o s D i r e t o r e s d e Z o o l ó g i c o s e A q u á r i o s
Esta abordagem equilibrada é a única maneira de lidar efetivamente com
ameaças humanas às populações selvagens.
Um fato importante que descobrimos desde 2005, quando a última estratégia
de conservação da WAZA foi publicada, é que quando os visitantes entendem
que os zoológicos e aquários estão trabalhando para salvar os animais em estado
selvagem, o seu apoio a nós aumenta drasticamente. Portanto, a comunidade
zoológica precisa demonstrar nosso compromisso de proteger espécies na
natureza, ao mesmo tempo em que providencia o melhor em cuidados com os
animais e em experiência dos visitantes no século XXI.
Nossos compromissos de conservação também ajudam a reforçar a percepção
dos zoos e aquários na mente dos oficiais de governo que promulgam e fazem
cumprir as leis que afetam nossas operações. É essencial que nós ganhemos a
confiança, a estima e o apoio das múltiplas autoridades que controlam e regulam
as atividades que impactam diretamente o nosso futuro.
Sendo profissionais de zoológicos que cuidam de animais nossa função prin-
cipal, é fundamental que nós coloquemos prioridade mais alta em aumentar o
nosso compromisso com a conservação das populações selvagens. Este enfoque
enfatiza o porque de existimos, mas não altera o que somos. Nós nos tornamos
parceiros ativos na conservação de campo, que trabalha em colaboração com
as comunidades, outras instalações zoológicas e outras organizações similares
voltadas para a conservação, mantendo-nos centros de aprendizagem informal
que inspiram os visitantes a se conectar com o mundo natural. Nós somos ativos
culturais e turísticos que proporcionam experiências convincentes aos visitantes.
Como líder da sua instituição, há muitas demandas em seu tempo e atenção:
manejo animal e questões de bem-estar animal; orçamentos e captação de
recursos; relações internas e governamentais; serviços para os visitantes e
questões de equipe; operações de negócios; mídia e publicidade; design e
construção. Além disso, todos nós esperamos por economias fortes e tempo bom!
Ninguém disse que seu trabalho era fácil, mas as prioridades de curto prazo não
devem comprometer a nossa visão de longo prazo e nosso compromisso com a
conservação... ou não haverá futuro.
Os zoológicos e aquários devem ter um papel de liderança voltada à ação na
conservação da vida selvagem. As instituições zoológicas devem criar planos de
negócio sustentáveis para apoiar os esforços da conservação em campo, enquanto
facilitam simultaneamente mudanças de comportamento em prol do ambiente.
Sendo profissionais de zoológicos que
cuidam de animais nossa função prin-
cipal, é fundamental que nós coloquemos
prioridade mais alta em aumentar o nosso
compromisso com a conservação das pop-
ulações selvagens”.
Passo 1: InformarEducar suas autoridades governamentais e seus funcionários sobre o estado das populações selvagens de animais de forma regular e permanente, e demonstrar como cada um pode desempenhar um papel notável em reverter o declínio.
7 P A S S O S P A R A L I D E R A N Ç A N A C O N S E R VA Ç Ã O
Passo 2: MissãoAtualizar a declaração de missão e plano estratégico de seu zoológico ou aquário para incluir uma declaração de que a sua instituição existe para um propósito mais elevado: a conservação da vida selvagem; uma promessa de que a sua instituição irá destinar recursos para esse esforço; um plano para a criação de uma cultura de conservação entre seus funcionários, comunidades, autoridades governamentais e doadores que dê a todos a oportunidade de fazer uma diferença mensurável.
Passo 3: OrçamentoAvaliar o quanto sua instituição gasta atualmente na conservação in situ de acordo com a definição da WAZA de conservação, e comparar isso com as instituições regionais similares.
Passo 4: ReceitasTrabalhar com a equipe para identificar fluxos dedicados de receita que pode ser usados para programas de conservação em campo. Idealmente, estes são fluxos gerados tanto internamente (a partir dos orçamentos operacionais e eventos) e externamente (visitantes, doadores ou financiados pelo governo).
Passo 5: ParceriasAlavancar recursos por colaboração e parcerias com outras instituições zoológicas, organizações conservacionistas, centros de ensino, órgãos governamentais e indivíduos com alto patrimônio líquido que compartilham a nossa paixão por animais e conservação.
Passo 6: PrioridadesIdentificar e priorizar as espécies que lhe permitem empreender vitórias da conservação que demonstrem claramente o impacto que os animais em zoológicos e aquários têm sobre a nossa capacidade de salvar suas contrapartes selvagens. Conecte os seus animais com a conservação campo através de histórias pessoais de comprometimento organizacional, tanto financeiramente quanto com o conhecimento da equipe.
Passo 7: ComunicaçãoDesenvolver um plano de comunicação que seja positivo e pró-ativo sobre seus compromissos e ações. Cultive porta-vozes independentes e respeitados para levarem histórias da conservação aos visitantes, o resto da comunidade e a sociedade.
Aprendizado e inspiração são apenas os primeiros passos pelos quais lutamos
contra a extinção e, finalmente, salvamos animais em seus habitats selvagens.
Nossa missão não está cumprida até que mudemos atitudes e comportamentos
das pessoas, e elas se tornem defensores exemplares da conservação.
O Índice Planeta Vivo no Relatório Planeta Vivo do WWF (2014) mostrou um
declínio de mais de 50% nas populações de vertebrados do mundo entre 1970
e 2010, portanto, um compromisso conjunto para reforçar os nossos esforços
de conservação não poderia ser mais urgente. Como o líder da sua instituição,
existem sete passos que você pode tomar para tornar seu zoológico ou aquário
uma organização de conservação respeitada publicamente e confiável.
Aumentar o nosso compromisso com a conservação vai exigir que sejam feitas
escolhas. No entanto, dado o estado alarmante das populações de espécies e
habitats em estado selvagem, um aumento do compromisso com a conservação
se torna a única escolha racional, ética e prática.Os zoos e aquários têm a opor-
tunidade de focar melhor suas estratégias de negócios, e unirem-se para se tornar
uma das maiores forças pela conservação da vida selvagem no mundo, tanto em
termos de amplitude de programas e tamanho das despesas. Em todo o mundo,
temos um potencial estimado para gerar US$ 1 bilhão por ano para a conservação,
se nos comprometermos com os Sete Passos pela Liderança na Conservação.
Trabalhando em conjunto, com os métodos proativos definidos na presente
estratégia, podemos finalmente perceber o enorme potencial das nossas institu-
ições zoológicas para se tornarem ‘potências da conservação’, universalmente
respeitadas por todos os setores da sociedade. As perguntas não devem ofuscar o
compromisso porque as recompensas superam os sacrifícios. No entanto, temos
de agir agora, enquanto ainda há tempo para salvar as espécies e habitats que
prezamos tanto.
Atenciosamente,
Rick BarongiPresidente, Comitê de Conservação e Sustentabilidade da WAZAEm nome do Conselho da WAZA (2015)
PresidenteLee Ehmke, Houston (USA)
Presidente EleitaSusan Hunt, Perth (Austrália)
Presidente Anterior ImediatoJörg Junhold, Leipzig (Alemanha)
Rick Barongi, Houston (USA) Kevin Bell, Chicago (USA) Lena Lindén, Hunnebostrand (Suécia) David Field, London (Reino Unido) Olivier Pagan, Basel (Suiça) Pat Simmons, Asheboro (USA) Jenny Gray, Melbourne (Austrália)
Esta estratégia contém uma abundância de informações de boas práticas para ajudá-lo a lidar proativamente com as mudanças externas e internas que ocorrem em nosso mundo, e a vida selvagem em perigo que todos nós estamos dedicados a proteger.Comprometer mais recursos para salvar animais na natureza não é apenas a coisa certa a fazer, mas é isso que as nossas comunidades locais e globais esperam de nós.
“ C O N S E R VA Ç Ã O ” (Conforme definido pela WAZA)
Assegurar populações das espécies em habitats naturais a longo prazo.
MASAI MARA, KENYAInstituições Zoológicas podem se tornar portais através dos quais a sociedade se torna
conectada e envolvida com a conservação da vida selvagem.
ELEFANTES AFRICANOSDELTA DO OKAWANGO, BOTSWANA
1716C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S
Garantir o bem-estar de outras espécies é essencial
se os seres humanos quiserem garantir o seu próprio.
A qualidade da terra, ar e água não só afeta as popu-
lações selvagens de animais e plantas, mas acabará
por determinar o destino da humanidade também.
Ações rápidas e eficazes devem ser tomadas para
lidar com as profundas questões antropogênicas que
confrontam os ecossistemas naturais, tais como as
crescentes populações humanas, a contínua poluição e
sobre-exploração dos recursos naturais e das mudanças
climáticas. As ações humanas e as escolhas de estilo
de vida estão ameaçando o planeta e as formas de vida
que o habitam. Para preservar a diversidade de vida
selvagem do mundo, os seres humanos devem mudar a
forma como vivem, e como aplicam seu conhecimento
e habilidades.
No entanto, tem-se revelado extremamente difícil
mobilizar e sustentar a vontade social e política
necessárias para mudar o comportamento para o
benefício dos animais e lugares selvagens. Enquanto
muitos acreditam que as espécies e conservação do
habitat são naturalmente valiosos, outros precisam ser
convencidos da importância material da conservação
da fauna e flora vivas.A estratégia-chave para alcançar
a revolução necessária nas atitudes e comportamentos
será reconectar o público com a natureza. As pessoas
devem ser inspiradas a entender que a vida na Terra é
frágil; que as espécies que compõem a vida no planeta
dependem umas das outras para sobreviver; e que a
sobrevivência humana depende das populações de
espécies em ecossistemas naturais.Também deve ficar
claro que a conservação das espécies tem um valor
econômico: a diversidade de vida mais rica aumenta a
oportunidade para descobertas médicas, desenvolvi-
mento econômico e respostas adaptativas aos impactos
ameaçadores das mudanças climáticas globais.
Zoológicos e aquários aceitam
prontamente a responsabilidade
que vem com a manutenção e
cuidado dos animais.
• Fornecer o cuidado e manejo de fauna silvestre da mais alta qualidade dentro e entre instituições
• Desenvolver e adaptar técnicas intensivas de manejo da vida selvagem para uso na proteção e preservação das espécies na natureza
• Apoiar a pesquisa social e biológica voltada para a conservação
• Liderar, apoiar e colaborar com programas de edu-cação que visem mudanças de comportamento da comunidade que tragam melhores resultados para a conservação
• Usar as instalações zoológicas para prover as pop-ulações das espécies que mais necessitam de apoio genético e demográfico para a sua sobrevivência no estado selvagem
• Promover e exemplificar práticas sustentáveis no manejo das populações de animais, as nossas insta-lações e o meio ambiente
• Fornecer uma arena pública para discutir e debater os desafios que a sociedade enfrenta, como a aceleração da extinção e a degradação dos serviços dos ecoss-istemas são degradados
• Atuar como centros de resgate e soltura de animais ameaçados que necessitam de ajuda imediata, com o melhor conhecimento e instalações para cuidar deles até que estejam aptos para voltar à vida selvagem
• Ser um dos principais contribuintes de recursos intelec-tuais e financeiros para a conservação in situ
• Fornecer liderança ética e moral
N Ó S T E M O S O D E V E R D E
Mais de 700 Milhões de Visitas
A O S Z O O L Ó G I C O S E A Q U Á R I O S D E T O D O O M U N D O A C A DA A N O
R E A L I Z A Ç Õ E S D A WA Z A
Mais de 300 Membros da WAZA
A O R E D O R D O M U N D O
Mais de 350 Milhõesde Dólares
G A S T O S E M C O N S E R VA Ç Ã O DA V I DA S E LVA G E M
T O D O O S A N O S
V I S Ã O
A Associação Mundial de Zoológicos e Aquários (WAZA) representa uma comunidade global de instituições zoológicas unidas pelo cuidado e conservação da fauna e flora vivas. Este status é compartilhado, localmente e globalmente, com jardins botânicos, museus, áreas protegidas e comunidades em questão. Conservação bem sucedida significa que todas as espécies, incluindo a humanidade, prosperem em ecossistemas saudáveis e sustentáveis; isto é, assegurando populações de espécies em habitats naturais
a longo prazo.
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã O
O PAPEL DOS ZOOLÓGICOS E AQUÁRIOSOs zoos e aquários (credenciados ou, caso contrário,
membros designados de uma comunidade zoológica
profissionalmente reconhecida) estão preparados de
forma única para contribuir com a conservação bem
sucedida das espécies e ecossistemas. Populações
extensas e diversas de espécies são cuidadas por insti-
tuições zoológicas, que atraem um elevado número de
visitantes que são encantados e inspirados por esses
encontros com a natureza.
O poder social, político e financeiro coletivo dos
zoológicos e aquários como uma comunidade, bem
como o potencial impacto dessas vastas plateias, pode
ser poderoso. Os zoos e aquários desfrutam de níveis
abrangentes de credibilidade e confiança públicas, e
proporcionam diversão e destinos intelectualmente
estimulantes para visitantes de todas as idades. Todos
os anos, cerca de 700 milhões de visitas são feitas em
zoológicos e aquários que são membros de associações
nacionais ou regionais ao redor do mundo.
Incutir em todos os visitantes um forte sentimento
de emoção sobre e um desejo de cuidar da vida na
Terra irá criar uma plataforma sólida para cumprir
a promessa de cuidar e conservar a vida selvagem.
As instituições zoológicas estão numa posição única
para utilizar uma das ciências sociais, a abordagem
baseada em evidências para influenciar comporta-
mentos em prol do ambiente. Esta estratégia fornece
orientação, inspiração e acesso a um conjunto de
técnicas concebidas para ajudar os zoológicos e
aquários a responder aos desafios de mobilizar a
vontade política e social em nome da vida selvagem,
e abraçar as oportunidades disponíveis para facilitar
uma maior realização do nosso potencial.
Para conseguir isso, e para aumentar a eficácia dos
esforços globais de conservação, os zoológicos e
FALCÃO-DAS-MAURÍCIOILHA MAURÍCIO
18 19E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OC O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã O | U n i d o s p e l a C o n s e r v a ç ã o
aquários estão cada vez mais adotando uma abordagem de Plano Unificado (One
Plan Approach). Esta estrutura de planejamento de conservação reúne especial-
istas da comunidade global dos zoos e aquários, representantes da comunidade
local, agências governamentais, gestores da vida selvagem, organizações conser-
vacionistas, cientistas e outros no desenvolvimento de estratégias de conservação
para alcançar o objetivo comum de populações viáveis de espécies que prosperam
em ecossistemas saudáveis. Através do Plano Unificado, todos os recursos dis-
poníveis estão envolvidos na produção de um plano abrangente de conservação
para cada espécie-alvo (veja Manejo Populacional). Esta abordagem integrada
irá resultar em ações mais abrangentes, promover a inovação na conservação das
espécies, cultivar uma maior colaboração entre as instituições zoológicas e com
outras organizações conservacionistas, e permitir maior adaptabilidade em face
das mudanças climáticas.
Os zoos e aquários podem e devem se tornar modelos de conservação integrada
(veja Criando uma Cultura da Conservação). Como especialistas em cuidar de
animais, conservacionistas, educadores, comunicadores, defensores da vida sel-
vagem e cientistas, os profissionais dos zoológicos e aquários também devem
tornar-se poderosos agentes de mudança e incentivar a aplicação generalizada
da abordagem unificada. As suas instituições devem abraçar o papel das organi-
zações conservacionistas profissionais que operam de forma sustentável (veja
Organizações conservacionistas modernas e Bem-Estar Animal). Cumprir essa
responsabilidade nunca foi tão essencial.
O Plano Unificado também exige que os animais mantidos em instituições
zoológicas desempenhem um papel de conservação que beneficia contrapartes
selvagens (veja Salvando Espécies na Natureza). A abordagem do plano unificado
vincula pesquisadores em zoológicos e aquários com cientistas e conservacion-
istas que trabalham diretamente com as populações selvagens (veja Ciência e
Pesquisa). Da mesma forma, os esforços de educação e capacitação devem começar
com zoos e aquários e expandir para influenciar a mudança de comportamento
pela conservação na sociedade (veja Engajamento - Influenciando mudanças de
M E T A S D E A I C H I D A B I O D I V E R S I D A D Ecomportamento pela conservação). As instituições zoológicas devem trabalhar
em conjunto, e serem eficazes em parceria e colaboração com outras organizações
conservacionistas para avaliar os impactos e advogar pela conservação da biodi-
versidade.
A parceria entre a “Amphibian Ark” (AArk), o Grupo de Especialistas em Anfíbios
(ASG) da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a
“Species Survival Commission” (SSC) e a “Survival Alliance Amphibian” (ASA)
é um exemplo de uma abordagem de Plano Unificado. A visão coletiva destas
organizações é ‘anfíbios seguros na natureza’. Suas missões — proteger anfíbios
e os seus habitats através de parcerias dinâmicas em todo o mundo (ASA); for-
necer a base científica para informar ações de conservação de anfíbios eficazes
em todo o mundo (ASG); garantir a sobrevivência e diversidade de espécies de
anfíbios focando naquelas que não podem estar atualmente a salvo em seus ambi-
entes naturais (AArk) —trabalhar em sinergia para alcançar a visão coletiva.Os
membros do ASG ao redor do mundo contribuem com seu conhecimento para
a Avaliação de Necessidades de Conservação da AArk(CNA) em uma base país
por país, bem como a Lista Vermelha da IUCN para anfíbios. A CNA identifica
as espécies de alta prioridade para populações de segurança, e a AArk trabalha
com instituições zoológicas e outras entidades no país para facilitar o estabelec-
imento destas populações.A ASA centra-se na proteção dos habitats de modo que
as populações de segurança possam, eventualmente, serem devolvidas à natureza.
Por trabalharem em conjunto, as ligações são estabelecidas entre o excelente tra-
balho de conservação que se passa nos zoológicos e aquários e a conservação das
espécies em seus habitats nativos.
UM CHAMADO À AÇÃOA necessidade de ação urgente é clara. O Plano Estratégico das Nações Unidas
para a Biodiversidade 2011-2020, de longe o compromisso mais forte já feito
por governos do mundo para combater a escalada da crise de extinção – inclui
20 metas, conhecidas coletivamente como as Metas de Aichi da Biodiversidade.
Objetivo Estratégico AM E TA 1 - 4
Abordar as causas subjacentes da perda de biodiversidade através da integração da biodiversidade em todo o governo e sociedade
Objetivo Estratégico BM E TA 5 - 1 0
Reduzir as pressões diretas sobre a biodiversidade e promover o uso sustentável
Objetivo Estratégico DM E TA 1 4 - 1 6
Melhorar os benefícios para todos da biodiversidade e serviços ecossistêmicos
Objetivos Estratégicos EM E TA 1 7 - 2 0
Reforçar a implementação através de um planejamento participativo, gestão do conhecimento e capacitação
P L A N O U N I F I C A D O
Objetivo Estratégico CM E TA 1 1 - 1 3
Melhorar a situação da biodiversidade através da
salvaguarda dos ecossistemas, espécies e diversidade genética
Juntas, elas fornecem uma estrutura para estancar a perda da biodiversidade. A
maioria das organizações não-governamentais conservacionistas e convenções
internacionais estão alinhando suas atividades com esses propósitos.
Os associados da WAZA aprovaram o Plano Estratégico pela Biodiversidade
na Conferência Anual de 2011. A WAZA e todos os seus zoológicos e aquários
membros, e outras instituições zoológicas que querem conservar as espécies
e os habitats, têm um papel potencialmente importante para desempenhar na
realização de muitos destes propósitos. Como uma comunidade empenhada
em educar as pessoas sobre as mudanças no mundo natural, os zoos e aquários
devem agir de forma responsável e inspirar e mobilizar a sociedade para
responder. Caso contrário, a maré de extinção, para ambas, seres humanos e as
outras espécies, não será revertida.
A visão para a WAZA e a comunidade global de instituições zoológicas também
é clara. A WAZA apela a todos os zoos e aquários que adotem uma abordagem
Plano Integrado para a conservação. O bem-estar animal e a conservação devem
ser o propósito primordial e as instituições zoológicas devem ser guiadas por isso
em tudo o que fazem (veja Apelo aos diretores de zoológicos e aquários).Com
vastas populações de animais vivos, equipes dedicadas e talentosas, e audiên-
cias extraordinariamente grandes, diversificadas e engajadas, os zoológicos e
aquários têm o poder de facilitar o trabalho vital de cuidar e conservar animais
selvagens vivos e ecossistemas.
O futuro é promissor. Esta estratégia destina-se a ajudar a fazer essa promessa se
tornar uma realidade. Se bem-sucedida, os zoológicos e aquários irão configurar
entre as forças mais importantes pela conservação do planeta; um canal através
do qual os visitantes e a sociedade podem ajudar a salvar espécies. Ainda mais
importante, um progresso significativo será feito pela visão de todas as espécies
prosperando em ecossistemas saudáveis.
Definição: Planejamento integrado de conservação das espécies que considera todas as populações da espécie (dentro e fora da área de distribuição natural), em todas as condições de manejo, e envolve todas as partes e recursos responsáveis desde o início da iniciativa de planejamento de conservação.
Ações de conservação para as populações na natureza
Objetivo ComumPopulações viáveis das espécies que prosperam em ecossistemas saudáveis.
Ações de conservação para populações manejadas(Incluindo aquelas em zoológicos e aquários)
E S T R AT É G I A I N T E G R A D A
D E C O N S E R VA Ç Ã O D A S E S P É C I E S
Funcionários Governamentais Proprietários de terras e
Representantes das Comunidades Locais
Profissionais deZoológicos e
Aquários
Outras partes interessadas
Membros dos Grupos de
Especialistas da IUCN SSC
Gestores da Vida Selvagem
Pinguin-africano
ORANGOTANGOHOUSTON ZOO, TEXAS, EUA
2322C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S
A conservação é frequentemente discutida em termos
de ciência ou recursos financeiros. No entanto, a
conservação da natureza é realmente sobre proteger e
restaurar os recursos naturais, incluindo espécies, e as
pessoas são uma ferramenta que pode ser usada para
remeter a conservação efetiva. A percepção do que é
importante na vida dos indivíduos, o valor intrínseco
que a natureza tem para eles, e os relacionamentos,
ambos próximos e distantes, entre grupos de pessoas,
são todos parte dessa ferramenta. A “vontade” de
qualquer indivíduo, grupo, instituição, comunidade ou
país para realizar a conservação começa com atitude,
que é então colocada em prática com a ação. Ao ajudar
a criar uma cultura da conservação na sociedade, os
zoológicos e aquários são uma parte integrante do
processo para gerar a atitude e a vontade necessárias
para salvar as espécies e manter ecossistemas
saudáveis.
Os zoos e aquários encontram centenas de milhares
de pessoas todos os dias e são geralmente integrados
em comunidades locais de uma forma que outras
organizações conservacionistas podem apenas
invejar, ou seja, as instituições zoológicas estão numa
posição ideal para ajudar a implementar a Meta 1 de
Aichi da Biodiversidade.Os zoológicos e aquários
fazem uma contribuição positiva a este objetivo, mas
eles são estratégicos na forma de abordar a ideia de
criar uma cultura da conservação?
Há três grupos distintos que devem ser comunicados
de forma regular, a fim de construir uma cultura da
conservação: (1) equipe e autoridades governa-
mentais, que formam a base sobre a qual a cultura
da conservação é construída, (2) os visitantes, que
podem construir sobre essa base e fornecer acesso
à (3) comunidade em geral, dando aos zoológicos e
aquários a oportunidade de interagir e dialogar com V I S Ã O
Ao ajudar a criar uma cultura da conservação em nossas comunidades, os zoológicos e aquários são uma parte vital do processo de geração de atitude e serão necessários para salvar as espécies e manter os ecossistemas saudáveis.
Criar uma cultura da
conservação exige linhas
claras de comunicação
a toda a equipe sobre o
trabalho de conservação
em curso, e celebrações
de sucesso quando os
objetivos da conservação
sejam alcançados.
os valores das sociedades em que operam para bene-
ficiar a conservação.
ZOOLÓGICOS E AQUÁRIOSA equipe, conselhos e diretoria de instituições
zoológicas devem ser totalmente comprometidos
com a conservação do mundo natural, a fim de
inspirar outros a se envolverem com este objetivo.
Este compromisso é geralmente evidente naqueles
que trabalham em departamentos de animais ou da
equipe científica, que muitas vezes já são conser-
vacionistas dedicados com uma longa história de
valorização da natureza desde a infância. No entanto,
para ser verdadeiramente bem sucedido, este “ethos”
e a ética do cuidado com o mundo natural devem ser
incorporados em todos os departamentos. Desde
o membro da equipe que, inicialmente, recebe os
visitantes na entrada, até o fornecedor que provi-
dencia o almoço e o faxineiro que deixa certos chãos
como novos, cada visitante deve sentir que esta é
uma equipe comprometida com a causa comum da
conservação.
Liderança (CEO/diretor e conselho/diretoria ) é
essencial para garantir que tempo e esforço sejam
gastos criando um “ethos” interno para garantir
que todos na instituição sejam comprometidos
com a conservação. Um programa de treinamento
sobre conservação para todos os funcionários (de
preferência um que se repita ou seja reforçado peri-
odicamente) é fundamental. Criar uma cultura da
conservação requer linhas claras de comunicação a
todo o pessoal sobre o trabalho de conservação em
curso, e celebrações de sucesso quando os objetivos da
conservação sejam alcançados. O objetivo é que todos
os funcionários se orgulhem de fazer parte de quais-
quer triunfos da conservação, compartilhando-os
Uma pesquisa recente da Associação de Zoos e Aquários (AZA) interrogou as pessoas sobre os seus pontos de vista sobre os jardins zoológicos e aquários. Alguns foram convidados a se posicionar em uma das três categorias: aqueles que não têm nenhuma objeção a manutenção dos animais em zoológicos e aquários (SIM), aqueles que disseram que estava tudo bem manter alguns animais, mas não determinadas espécies muito grandes ou inteligentes (TALVEZ), e aqueles que disseram que os animais nunca devem ser mantidos em zoológicos ou aquários (NÃO). Outros receberam primeiro uma descrição do trabalho de conservação sendo realizado em conjunto por instituições membros da AZA. Para os visitantes com idades entre 18 e 35 que não receberam nenhuma descrição sobre os trabalhos de conservação, 25% não tinham objeções, 51% tiveram algumas objeções e 24% disseram que os animais nunca devem ser mantidos em jardins zoológicos ou aquários. No entanto, para os entrevistados que tinham sido dadas a descrição dos trabalhos de con-servação em primeiro lugar, 69% não tinha objeções, 26% tiveram algumas objeções, enquanto apenas 5% disseram que os animais nunca devem ser mantidos em instituições zoológicas.
L E VA N T A M E N T O N O S Z O O L Ó G I C O S E A Q U Á R I O S
C R I A N D O U M A C U LT U R A D A C O N S E R VA Ç Ã O
UNIDOS PELO MEIO AMBIENTEPARQUE NACIONAL DE KIBALE, UGANDA
Objetivo Estratégico A: Resolver as causas subjacentes da perda de biodiversidade através da integração da biodiversidade em todo o governo e da sociedade.Meta 1: Em 2020, o mais tardar, as pessoas estão cientes dos valores da biodiversidade e as medidas que podem tomar para conservar e utilizar de forma sustentável.
Visitantes com idade entre 18 e 35 que não receberam nenhuma descrição sobre o trabalho de conservação
Visitantes com idade entre 18 e 35 que receberam descrição sobre o trabalho de conservação
S I M
TA LV E Z
N Ã O
A I C H I B I O D I V E R S I T Y TA R G E T 1
24 25E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OC R I A N D O U M A C U LT U R A D A C O N S E R VA Ç Ã O | C o n s e r v a ç ã o l e v a a C o n v e r s a s
com familiares próximos e conhecidos na comunidade em geral.
Os membros das autoridades governamentais em zoológicos e aquários não são
necessariamente cientistas, mas podem ser líderes de negócios, advogados, ban-
queiros e outros profissionais, incluindo funcionários do governo nacional ou
regional. Os zoos e aquários têm de investir na educação de seus governantes,
levando-os para fora da sala de reuniões e para o campo, a fim de obter o seu apoio
e estabelecer uma visão compartilhada da conservação que possa ser divulgada a
toda a comunidade.
Esta cultura de conservação deve ser predominante cada vez que um novo
empreendimento está previsto dentro de uma instituição. A questão crucial –
“Como é que esta nova experiência planejada ajuda a instituição a alcançar suas
metas de conservação?” – deve ser feita por todos os departamentos.O plano
diretor deve facilitar a abordagem unificada por orquestrar o plano estratégico
de conservação em relação à construção da infra-estrutura e instalações para
programas de conservação, e o engajamento da experiência dos visitante com as
atividades de conservação. Ao planejar novos desenvolvimentos, todas as partes
envolvidas, desde a instituição até os designers, construtores e fornecedores de
materiais, devem questionar seu papel na conservação.
A indústria da construção civil (construção e operação combinadas) consome
mais energia do que qualquer outro setor e está entre os maiores contribuintes
para a mudança climática. No entanto, usando recursos renováveis e tecnologias
de construção sustentável no local é possível construir favorecendo um consumo
zero de energia (líquido) e uma pegada de carbono mínima.Métodos inovadores,
tais como a Máquina Viva, podem reduzir os sistemas de suporte à vida de energia
intensiva e manter espécies alojadas no clima local reduzindo a pegada de car-
bono.A abordagem de plano unificado também deve ser implementada quando
selecionar as espécies para ter certeza de que qualquer novo desenvolvimento
pode e faz conexão com e para apoiar o trabalho de conservação em estado sel-
vagem e as espécies com maior necessidade de conservação. As ações devem
refletir os valores ao criar uma cultura da conservação.
VISITANTESUma vez que a base de uma cultura interna da conservação foi criada, a atenção
deve ser voltada para os visitantes. Essencialmente, as pessoas devem entender e
acreditar que a visita a uma instituição zoológica ajuda a salvar animais em estado
selvagem. No entanto, em vez de os visitantes verem os animais no zoológico ou
aquário, compreendendo as atividades de conservação da instituição, e partindo
felizes e contentes de que não há mais nada a ser feito, eles devem aprender o
suficiente para se sentirem inspirados e motivados a se tornarem partidários
ativos de instituições zoológicas e defensores da conservação. Criar este ambi-
ente não é simplesmente uma questão de fornecer placas informativas, por mais
importantes que sejam; os visitantes devem estar envolvidos, aplicando todo o
conhecimento que foi acumulado a partir de um corpo crescente de trabalhos
em psicologia da conservação (veja Engajamento - Influenciando mudanças de
comportamento pela conservação).
A informação fornecida aos visitantes que caminham pelas instituições zoológicas
deve ser clara, ajudando-os a se envolver com quaisquer trabalhos contínuos de
conservação relacionados com as espécies na frente deles e destacando como
eles podem se envolver.É essencial para atingir não só as mentes, mas também os
corações dos visitantes. Contando com funcionários e voluntários para contar
histórias de conservação para os visitantes é uma forma eficaz de conectar os ani-
mais em zoológicos e aquários aos programas de conservação em campo. Tais
histórias podem ser usadas para estimular os visitantes sobre os esforços e sucessos
da conservação, encorajando-os a tomar medidas diretas pela conservação em suas
próprias vidas diárias.
O compromisso institucional pela conservação deve ser evidente para os visi-
tantes quando eles andam pelas trilhas. Os zoológicos e aquários proporcionam
aos visitantes a oportunidade de praticar ações de conservação que podem ser
repetidas em suas vidas diárias .Durante uma visita, deve ser fácil para eles reci-
clarem resíduos, escolher restaurantes onde a comida tenha sido eticamente
obtida e seja sustentável, e comprar mercadorias da loja sabendo sobre essas
novas metas de conservação, todos os quais são aspectos importantes na criação
da cultura da conservação. A identificação de maneiras de envolver os visi-
tantes em ações que reforçam a sua própria consciência de evitar o desperdício
irá ajudá-los a atingir pequenas ações de conservação que se desenvolvem em
compromissos conservacionistas a longo prazo. Experiências e oportunidades
para os visitantes contribuírem diretamente pela conservação das espécies na
natureza devem ser criadas usando uma estrutura de mensagens da conservação,
apoiada por ferramentas e técnicas de mudança de comportamento.
Os zoos e aquários podem ser laboratórios vivos onde os visitantes vêem um
mundo concebido para a conservação. Os edifícios devem destacar práticas
de construção sustentável e dar o exemplo na redução da pegada de carbono.
Por exemplo, a paisagem ao redor das instalações zoológicas deve demonstrar
aos visitantes como os seus gramados, parques e cidades poderiam parecer, se
fossem tomadas medidas para melhorar a qualidade da água, com infra-estru-
tura verde, como “bioswales” (elementos da paisagem que removem lodo e a
poluição da superfície da água), ecossistemas saudáveis sem espécies invasoras,
e habitat para a fauna e flora nativas. Informação por si só não cria mudança; a
cultura é transmitida através da experiência e participação.
A COMUNIDADE EM GERALUma vez que existe uma forte cultura interna da conservação dentro de uma
instituição, e uma comunidade de visitantes comprometidos com a conservação
tenha sido criada, será necessário envolver-se com pessoas e organizações fora do
SUPERIOR DIREITO:WOODLAND PARK ZOO,
WASHINGTON, EUA“Zoo Doo”é uma mistura
completa de compostagem de estercos misturados com cama
de palha, grama, folhas e lascas de madeira dos terrenos do
zoológico.
INFERIOR DIREITO:VIENNA ZOO, ÁUSTRIA
A usina de energia solar instalada no telhado dos apo-
sentos dos elefantes produz cerca de 90 megawatts por
hora de energia por ano.
INFERIOR ESQUERDO:CINCINNATI ZOO &
BOTANICAL GARDEN, OHIO, EUA
O Cincinnati Zoo instalou um telhado verde em seu
“GiraffeRidge Barn” como parte de sua iniciativa verde
institucional
O S N Í V E I S D E I N F L U Ê N C I A
Construir uma cultura da conservação ocorre através
de uma comunicação constante com três grupos
distintos.
E Q U I P E E A U T O R I DA D E S G O V.
V I S I T O TA N T E S
A C O M U N I DA D E E M G E R A L
26 27E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OC R I A N D O U M A C U LT U R A D A C O N S E R VA Ç Ã O | C o n s e r v a ç ã o l e v a a C o n v e r s a s
perímetro do zoo. Os zoos e aquários são parte de uma sociedade mais ampla, onde
a sua influência pode ser usada para criar uma cultura da conservação.Vizinhos,
fornecedores, governos locais, regionais e nacionais, a mídia e outros parceiros
voltados para a conservação estão todos lá para interagir com isso. Estratégias de
engajamento público bem planejadas e mensagens conservacionistas integradas
podem ser utilizadas de forma eficaz para aumentar a consciência social dos
esforços específicos de conservação, e a mídia social torna possível divulgar tais
informações amplamente.
Em qualquer comunidade onde uma instituição zoológica está localizada, haverá
uma variedade de vizinhos corporativos com os quais se engajar. Como pro-
dutos ambientalmente amigáveis são cada vez mais incorporados em operações
zoológicas, as metas, o progresso e as experiências devem ser compartilhados com
as empresas locais na comunidade.Estas podem se tornar-se novos fornecedores ou
parceiros para disseminar a mensagem e ações de conservação mais longe. A opor-
tunidade deve ser aproveitada para trabalhar com a loja de tintas do outro lado da
rua para incentivá-los a usar tintas amigas do ambiente ou do centro de jardinagem
local para desenvolver informação facilmente acessível sobre plantas invasoras
para seus clientes. Os zoológicos e aquários podem se desenvolver como centros
locais de práticas conservacionistas, usando declarações políticas para proclamar
a mensagem da conservação para a sociedade. Ao convidar vizinhos corporativos
e não corporativos às instituições zoológicas para participar de eventos sociais e
funções que destacam questões específicas, relações de conservacionistas novas e
não-tradicionais serão criadas, proporcionando mais oportunidades de trabalhar
juntos para mudar a cultura da comunidade.
Entre todos os zoológicos e aquários em associações organizadas há um poderoso
grupo de ‘compras’. Ativismo na cadeia de fornecimento está começando a ser eficaz
em questões como o óleo de palma, alimentação sustentável para animais e seres
humanos em instituições zoológicas, e materiais de construção.Esforços individuais
podem ser reforçados por zoológicos e aquários que se unem para trabalhar com
os vizinhos e salientar a necessidade para os fornecedores que materiais de origem
mais ética e sustentável para uso em organizações conservacionistas, enviando
assim uma mensagem poderosa aos visitantes e a comunidade em geral.
A mídia local e nacional estão sempre dispostas a imprimir imagens de animais
jovens – e imagens poderosas podem contar histórias convincentes – mas qualquer
interação com os meios de comunicação para falar sobre a conservação deve ser
usada para que as pessoas saibam que um zoológico ou aquário moderno profis-
sional é mais do que um dia agradável. A conservação é uma história emocionante.
Um dos aspectos mais importantes de toda a comunidade é a interação com os
representantes eleitos e a defesa da natureza que pode ser gerada. Se uma cul-
tura da conservação bem sucedida é criada na equipe, visitantes e vizinhos na
comunidade em geral, este grupo de pessoas irá exigir coletivamente que a con-
servação seja maior na agenda política - se zoológicos e aquários fornecerem as
ferramentas certas. Um primeiro passo é desenvolver uma forte relação entre
a instituição zoológica e representantes governamentais locais. Uma maneira
simples de captar a sua atenção é destacar o impacto econômico que uma insti-
tuição zoológica tem na comunidade. Essa conversa pode, então, transitar para
uma discussão sobre a conservação. Os políticos devem ser convidados para
zoológicos e aquários de forma regular, e deve ser mostrado o que essas institu-
ições estão fazendo pela sociedade e para a natureza.
CONCLUSÃOA conservação leva a conversas – entre indivíduos, grupos, comunidades e países.
Coalizões locais de instituições zoológicas, jardins botânicos, museus e universi-
dades podem ajudar com um foco qualquer na biodiversidade local ou um projeto
global.Por engendrar uma cultura da conservação em todos os aspectos das oper-
ações, os zoos e aquários ajudam a fazer as conversas importantes acontecerem.
Ser estratégico sobre como criar essa cultura da conservação e compreender como
a transmissão cultural tem lugar será a chave para um futuro conservacionista
otimista.
RECOMENDAÇÕES • Fale sobre a conservação em toda a instituição, inclusive com a equipe, voluntários,
órgãos governamentais, conselho, curadores, visitantes e a comunidade em geral,
e incorpore técnicas comprovadas de ciências sociais para facilitar a adoção de
comportamentos em prol do ambiente que reduzam os impactos humanos sobre
as populações selvagens.
• Envolva os vizinhos corporativos e fornecedores, a fim de transmitir a mensagem
da conservação e promover a sustentabilidade na cadeia de abastecimento, inclu-
indo um compromisso pela criação de ambientes verdes sustentáveis.
• Use contatos na mídia para difundir a mensagem da conservação.
• Estabeleça relações com os membros locais do governo, convidando-os para a
ZOOS VICTORIA, AUSTRÁLIACriar uma cultura da conservação entre os visitantes das instituições zoológicas começa por conectá-los aos animais, excitando-os sobre os esforços e sucessos da conservação, e encora-jando-os a tomar medidas diretas pela vida selvagem em suas próprias vidas diárias.
Bisão-americano
HOUSTON ZOO, TX, USAExibição sobre telefones celu-lares mostrando aos visitantes de onde os componentes para os eletrônicos vêm e como reciclar um celular prolonga a vida dos telefones utilizáveis, diminuindo assim a neces-sidade de mais mineração de mais coltan. Do mesmo modo que educa os visitantes, especialmente as crianças, sobre a ligação entre celulares e gorilas com 80%do coltan (columbita-tantalita)/tântalo em dispositivos eletrônicos sendo extraído na República Democrática do Congo. Esta região é também um habitat primordial dos gorilas.
instituição e a advogar pela conservação.
• Divulgar cada sucesso, ainda que pequena, para endossar a missão e status do
zoológico ou aquário na comunidade.
TARTARUGA DE COUROILHA BIOKO, GUINÉ EQUATORIAL
3130C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S
V I S Ã O
Os zoos e aquários são redefinidos pela sociedade como organizações que salvam as populações de espécies na natureza, enquanto fornecem os mais altos padrões de cuidado e bem-estar para os animais residentes e proporcionam
experiências excepcionais e de mudança de comportamento aos visitantes.
Muitos zoológicos e aquários modernos acreditados estão trabalhando para se
certificar de que a gama de espécies que cuidam são apoiadas por ações de con-
servação significativas ligadas à sobrevivência das espécies em estado selvagem.
Enquanto os recursos não podem estender-se a fornecer suporte para todas as
espécies, as ações de conservação tomadas para as populações mais ameaçadas
terão um impacto positivo sobre todas as espécies dentro desse habitat.A
estratégia pró-ativa seria por fornecer exemplos cristalinos do papel essencial que
as instituições zoológicas desempenham na proteção das espécies na natureza.
Conectar experiências com os animais em instalações zoológicas à conservação
in situ está agora sendo efetivamente confirmada com uma abordagem de Plano
Unificado pela conservação das espécies.
Coletar informação que é necessária para medir o impacto do poder coletivo das
organizações zoológicas para salvar animais é crucial. A maneira com que os zoos
e aquários coletam informações para quantificar o impacto de suas atividades de
conservação é uma disciplina emergente.Serem reconhecidas como organizações
conservacionistas baseadas em resultados irá atrair uma ampla base de membros
e doadores, proporcionando a justificativa dos negócios para apoiar os programas
de conservação em campo. No entanto, as instituições que conduzem a missão têm
responsabilidades adicionais.
Os zoos e aquários são centros de recursos conservacionistas que recrutam,
treinam e endossam equipes para apoiar os esforços de conservação fora
de suas instalações (veja Apelo aos diretores de zoológicos e aquários).
Coletivamente, os zoológicos e aquários membros da AZA empregam mais
especialistas em neonatologia de animais selvagens, veterinários e cientistas
do que qualquer outra organização conservacionista. As habilidades e técnicas
de manejo de pequenas populações (por exemplo, base de coleta de dados
fisiológicos, aplicação de tecnologia para necessidades de pesquisa no campo,
medicina da conservação) adquiridas em instalações zoológicas podem ser
fundamentais para ajudar as avaliações de espécies da Lista Vermelha da
IUCN e os planos estratégicos, os governos locais, parques nacionais e res-
ervas a formular planos de manejo a longo prazo e estratégias para proteger
populações reduzidas e fragmentadas na natureza. A resposta mais eficaz à
crise de extinção será uma entidade internacional de conservação coerente
(zoológicos e aquários que trabalham com outras organizações conservacioni-
stas) que apoia e amplia áreas protegidas existentes e protege áreas protegidas
adicionais para o futuro.
A saúde da vida selvagem (incluindo a pesquisa e perícia veterinária) é uma
questão importante para a conservação das populações selvagens (veja
Ciência e Pesquisa). Doenças novas e emergentes e patógenos estão se tor-
nando uma preocupação urgente, simbolizados pelos declínios catastróficos
em anfíbios (quitridiomicose) e as pandemias que ameaçam os seres humanos
e animais (por exemplo, doença do vírus Ebola, a gripe aviária, síndrome
respiratória aguda grave). Os indivíduos selecionados para a reintrodução ou
translocações requerem testes, tratamentos e avaliações para ter certeza de
que os animais podem ser movidos com segurança entre habitats e países sem
espalhar ou introduzir doenças.
Como as ameaças ambientais se tornam cada vez maiores, os zoológicos e
aquários estão idealmente posicionados para serem campeões das espécies.
GORILLA DOCTORSEquipe de veterinários da Gorilla Doctors cuida de gorilas sel-
vagens em Ruanda, Uganda e na República Democrática do Congo
S A LVA N D O E S P É C I E S A M E A Ç A D A S
MARMOTA DA ILHA DE VANCOUVERILHA DE VANCOUVER, COLUMBIA BRITÂNICA, CANADÁ
Com mais de 13.000 espécies sob o cuidado de instituições zoológicas, um
esforço concentrado para melhorar e estudar estas populações terá conse-
quências significativas para a futura sobrevivência das populações selvagens.
Animais em zoológicos e aquários agem como embaixadores que, se aproveit-
ados de forma eficaz, podem proporcionar impacto e alcance do apoio que a
comunidade de zoos e aquários fornece para a conservação da vida selvagem.
É essencial prover os visitantes com explicações claras sobre o impacto que a
conservação no seu comportamento diário está tendo sobre as populações sel-
vagens, tanto local como globalmente, e focar-se em campanhas de mudança
do comportamento sobre quais destas mudanças serão mais positivas para a
conservação da biodiversidade.
As instituições zoológicas já estão desempenhando um papel importante na
conservação global de espécies e isso irá crescer à medida que as suas missões
conservacionistas são integradas em todos os aspectos das operações. A abor-
dagem de Plano Unificado se baseia nos pontos fortes e motivações para
conectar-se sinergicamente todos os conjuntos de habilidades e experiência
32 33E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OS A LVA N D O E S P É C I E S A M E A Ç A D A S | C o n s e g u i n d o u m P l a n e t a m a s S a u d á v e l
das equipes dos zoos e aquários aos indivíduos e organizações que trabalham
no campo. Avanços em cuidados com os animais e pesquisa com populações
pequenas intensamente manejadas em instalações zoológicas estão sendo
aplicados a questões globais maiores.
Agir como ‘arcas’ ou reservatórios para facilitar a substituição de populações
selvagens extintas é um meio pelo qual os zoológicos e aquários conseguem a
conservação das espécies, e não um objetivo em si. No entanto, as populações
de espécies na natureza, mesmo em áreas protegidas, estão em declínio, e é
preciso tempo para estabelecer protocolos confiáveis para o manejo e criação
de animais selvagens. Os zoos e aquários têm agido como “salva-vidas” pela
sobrevivência e subsequente reintrodução de indivíduos criados em zoológicos
e aquários, impedindo a extinção de algumas espécies. Entretanto, as insti-
tuições zoológicas podem desempenhar um papel ainda maior, protegendo
espécies selvagens em seus habitats naturais. Por muitas razões, é preferível
manejar populações de forma proativa antes que seus números diminuam
vertiginosamente ou desapareçam completamente da natureza, e apoiar as
espécies saudáveis para que elas permaneçam resistentes em face das ameaças.
A capacidade de prever problemas de conservação de espécies pode muito bem
diminuir à medida que o tempo passa e a ecologia no mundo dominado pelo homem
torna-se mais complexa.No entanto, a conservação é algo que os jardins zoológicos
e aquários estão equipados para realizar, e essa habilidade deve ser expandida para
ter certeza de que possa ser
usada no futuro, se a situ-
ação na natureza se tornar
crítica. As Diretrizes sobre
o Uso do Manejo Ex Situ
para a Conservação de
Espécies da SSC/IUCN
delineiam uma ampla var-
iedade de formas com que os programas dos zoos e aquários podem contribuir para
a conservação.
A comunidade zoológica é um local perfeito para a implementação e alcance de
algumas das metas de Aichi da Biodiversidade, a fim de conseguir um planeta mais
saudável para todas as pessoas e animais. Para alinhar nossas atividades de con-
servação com a Meta 12 de Aichi da Biodiversidade , um levantamento recente
liderado pela WAZA identificou questões emergentes com potencial impacto sobre
a conservação de espécies ameaçada até 2020, de forma importante para os toma-
dores de decisão e os profissionais em zoológicos e aquários. Alguns cientistas e
conservacionistas globais já estão convencidos de que não há áreas selvagens reais
restantes, com cada ecossistema sendo afetado pelas atividades humanas. Isso
torna um caso ainda mais forte pela importância da participação de zoológicos e
aquários em influenciar governos em todos os níveis e em atividades de gestão sus-
tentável pelos habitats naturais, incluindo o fornecimento de habitat para espécies
nativas selvagens dentro e em torno dos terrenos das instituições, e em iniciativas
de ciência cidadã. O manejo de habitat deve ser realizado por equipes cooperativas
de zoológicos e aquários com competências complementares em água, vegetação,
espécies invasoras e desenvolvimento da comunidade. Restaurar, expandir, criar e
proteger habitat são fundamentais para nossa capacidade de salvar as espécies em
CONSERVATION FUSION, MADAGASCAR As comunidades locais participam nos esforços de refloresta-
mento em Madagáscar para preservar o habitat dos lêmures.
estado selvagem a longo prazo.
A conservação da vida selvagem não é apenas sobre como salvar os animais, mas
também é simultaneamente dirigida a melhorar a vida e a saúde das comuni-
dades locais que compartilham os mesmos recursos e ecossistemas. Educar e
capacitar as pessoas da linha de frente para identificar as ameaças crescentes
e mitigar os conflitos humanos-vida selvagem deve ser uma prioridade em
qualquer estratégia de conservação a longo prazo. Programas holísticos de
desenvolvimento sustentável, com incentivos econômicos que se concentram
em questões de qualidade de vida são cruciais para o sucesso de qualquer inicia-
tiva de conservação.
Para assegurar que os esforços coletivos das instituições zoológicas estão tendo um
efeito significativo sobre o salvamento de animais e habitats, os biólogos dos zoos
e aquários desenvolveram metodologias de avaliação de impacto; por exemplo, a
Ferramenta do Impacto do Projeto de Conservação, projetada para fornecer um
formato padronizado fácil para resumir as realizações do projeto e progresso. A
WAZA tem usado esses critérios para avaliar a eficácia de projetos de conservação
financiados pela WAZA, mostrando que os projetos avaliados estão ajudando a
melhorar o estado de conservação de espécies altamente ameaçadas e habitats em
regiões ricas em biodiversidade do mundo.O esquema de financiamento de pro-
jetos da WAZA, com mais de 250 projetos, serve para mostrar o que os zoológicos e
aquários fazem pela conservação da vida selvagem. Aproveitar os quadros de gestão
e tomadas de decisão adaptativas adotadas por outras organizações conservacioni-
stas também é apropriado. É importante que nós meçamos os impactos individuais
e coletivos de salvar animais em estado selvagem, para demonstrar que os jardins
Objetivo Estratégico C: Melhorar a situação da biodiversidade através da salvaguarda dos ecossistemas, espécies e diversidade genética.
Meta 12: Até 2020, a extinção de espécies ameaçadas conhecidas foi evitada e seu estado de conservação, especialmente daquelas em maior declínio, foi melhorado e sustentado.
M E TA 1 2 D E A I C H I DA B I O D I V E R S I DA D E
zoológicos e aquários são a força de conservação que dizem em suas declarações de
missão ou visão, e para facilitar seus esforços de comunicação para promover um
maior apoio para a conservação.
Enfrentar esses desafios ambientais e políticos extremamente complexos exi-
girá um esforço unido e uma colaboração eficaz com muitas outras organizações,
incluindo agências governamentais e organizações não-governamentais. Além de
colaborações científicas, a comunidade zoológica tem uma riqueza de experiên-
cias em comunicação de mensagens e histórias. Esses ativos interpretativos podem
ser aplicados ao defender o apoio com as entidades públicas e governamentais. Os
zoos e aquários podem se tornar agentes mais eficazes de mudança do comporta-
mento através da apresentação de casos de sucesso para um público maior e mais
bem informado (veja Criando uma Cultura da Conservação).
Um grupo de indicadores chave de desempenho dos zoológicos para a conser-
vação pode ser desenvolvido e incorporado em relatórios anuais institucionais
para fornecer indicadores mensuráveis de realizações. Salvar espécies em estado
selvagem requer um planejamento ao nível de paisagem, se os programas de
recuperação forem regionais ou internacionais.O sucesso da conservação requer
compromissos de longo prazo e o estabelecimento de relações de confiança com
as pessoas que vivem ao lado de espécies ameaçadas. Muitos zoológicos e aquários
são incapazes de estabelecer compromissos multi-anuais ou multi-décadas, ou
não têm os recursos para contratar equipes para desenvolver tais relacionamentos
profundamente pessoais. No entanto, instituições zoológicas são adequadas para
captação de doações e aumentar os fundos necessários para apoiar as organizações
conservacionistas de animais selvagens que são capazes de manter uma presença
em comunidades de uma gama de países e trabalhar para salvar a vida selvagem.
Conforme a comunidade dos zoológicos e aquários assume mais responsabili-
dades de espécies ameaçadas através de uma ampla variedade de locais e com uma
gama crescente de parceiros, haverá uma necessidade concomitante para financiar
os resultados da conservação. Enquanto o dinheiro e as doações nem sempre se
traduzem em esforços de conservação de qualidade, os fundos ainda são um req-
uisito essencial para a implementação de ações conservacionistas.Estima-se que
US$ 350 milhões são levantados anualmente para apoio direto da conservação
da vida selvagem por zoológicos e aquários em associações organizadas por todo
o mundo. A oportunidade para atrair novos doadores e apoiadores para a conser-
vação é reforçada através da definição clara do trabalho de conservação realizado
pelos zoológicos e aquários. A Associação de Zoos e Aquários (AZA) fornece um
bom conjunto de ferramentas, que descreve maneiras simples para levantar mais
fundos de conservação para uma instituição e determinar como essa facilidade se
compara com outras organizações de porte semelhante.
Se a comunidade zoológica pode alinhar alguns dos seus objetivos de conservação
com objetivos de desenvolvimento humano, o seu trabalho irá repercutir mais
fortemente com ambições políticas e filantrópicas e a relevância percebida de
apoio necessário para a conservação das espécies, bem como a proteção da bio-
diversidade e serviços ecossistêmicos. No entanto, este é um equilíbrio delicado
entre alinhar o trabalho dos zoológicos e aquários com metas de desenvolvimento
humano e ocasiões em que as responsabilidades da biodiversidade têm de ser
apoiadas.
CONCLUSÃOÉ imperativo que todos os jardins zoológicos e aquários aumentem a sua con-
tribuição e impacto sobre o salvamento de espécies na natureza, incluindo o
fornecimento de habilidades e recursos técnicos e financeiros. Criar uma conexão
clara entre um animal vivo em uma instalação zoológica e um projeto de conser-
vação no campo deve ser integrado em cada processo do plano diretor para ter
certeza de que o apoio adequado é gerado para salvar espécies em estado selvagem.
RECOMENDAÇÕES• Desenvolver uma estratégia de conservação ampla que integre ações conservacionistas em
todos os aspectos das operações, incluindo a proteção e preservação do habitat natural de
espécies nativas ao redor do terreno da instituição.
• Desenvolver um orçamento operacional que apoie a conservação a longo prazo (por
exemplo, pelo menos, 3% do orçamento operacional anual) e não dependa apenas de
doações externas (dinheiro fácil).
• Parceria com outras instituições da biodiversidade, a fim de implementar as melhores
práticas comprovadas e com organizações conservacionistas para maximizar os esforços
do lado de fora da instituição, especialmente identificando organizações conservacioni-
stas de confiança que serão responsáveis pela implementação de ações de conservação no
campo em que o apoio multi-ano pode ser fornecido.
• Articular com e fazer uso das parcerias formalizadas existentes da WAZA com organ-
ismos internacionais de conservação, contatos com agências governamentais para trazer
mudanças que dependam de alteração legislativa, e utilizar as habilidades individuais da
equipe para apoiar programas de conservação.
• Use um rigoroso processo de seleção para se certificar de que o melhor esforço de con-
servação está sendo feito para o dinheiro disponível e reavaliar cada projeto para relatar o
impacto que foi adquirido sobre a biodiversidade.
ASSOCIAÇÃO DE ZOOS E AQUÁRIOS (AZA), EUAA missão do SAFE: Salvando Animais da Extinção é combinar o poder dos visitantes de zoos e aquários com os recursos e a experiência coletiva dos membros da AZA e parceiros para salvar os animais da extinção. Esta missão é viável porque os zoológicos e aquários credenciados estão excepcionalmente bem posicionados para se tornar uma força pela conservação global, com mais cientistas, mais animais, e mais capacidade de ativar o público do que qualquer outra institu-ição não-governamental. O SAFE é construído em um registro traçado por 100 anos de zoos e aquários salvando com sucesso espécies ameaçadas de extinção.
MAR ALLIANCEBELIZE
3736C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S
Os zoológicos e aquários oferecem uma opor-
tunidade única para aumentar a compreensão das
espécies selvagens, suas necessidades ambientais e
sua capacidade de adaptação. Isto pode preencher
uma lacuna importante no conhecimento que não
pode ser adquirido a partir de populações selvagens
por causa do comportamento animal críptico, ambi-
entes inacessíveis, o acesso limitado aos animais, os
custos proibitivos de estudar um número suficiente
de indivíduos e a probabilidade de o próprio estudo
impactar sobre os animais que estão sendo obser-
vados. As populações mantidas nos zoológicos e
aquários fornecem acesso a indivíduos em uma base
de longo prazo, fornecendo parâmetros de contexto
e de história de vida para compreender o significado
de amostras coletadas em um único ponto no tem-
po.O trabalho à pronta disposição dos profissionais
de zoos e aquários também fornece um campo de
treinamento singular para desenvolver competên-
cias na manipulação de animais, contenção, medicina
veterinária especializada, reprodução e criação de
populações de animais selvagens. Os zoos e aquários
oferecem um local importante para os cientistas e
o público se encontrarem e comunicarem-se, for-
necendo uma plataforma para interpretar o resultado
da pesquisa e explicando as implicações para ações de
conservação.Através dos animais e da especialização
das equipes, os zoológicos e aquários têm um enorme
A pesquisa relevante à conservação pelos zoológi-cos e aquários é essencialmente uma forma de pesquisa aplicada para servir à missão conserva-cionista de uma instituição e pode abranger uma ampla gama de disciplinas que colaboram, de ciên-cias biológicas e veterinária até as ciências sociais, psicologia da conservação, e ciências da educação e comunicação.Há pelo menos dois tipos de pesquisa que os zoológicos e aquários realizam quando con-duzem pesquisas relevantes à conservação.
T I P O 1Tem como objetivo apoiar a conservação de campo diretamente; ou seja, a conservação das espécies e dos seus habitats em estado selvagem, incluindo a sua viabilidade ou sustentabilidade. Esta será normalmente uma pesquisa de campo, mas não é necessariamente limitada a este, se a investigação gera conhecimento que contribui diretamente para a conservação das populações selvagens. Por exemplo, estudos de nutrição real-izados em espécies que fazem parte de programas de reintrodução podem fornecer informações fundamentais para garantir a reprodução de várias gerações, saudáveis, em que alguns animais de cada geração são reintroduzidos na natureza. T I P O 2Tem a finalidade de reunir novos conhecimentos para servir à missão conservacionista da instituição. Esta cobre a investigação que pode avaliar as ati-tudes e preferências dos visitantes, e como o seu interesse e atitudes em relação à conservação e sustentabilidade pode ser melhorado, e beneficiar abordagens eficientes para comunicar os objetivos da conservação e educação ambiental.
potencial para conduzir e participar nas pesquisas
que levam a um melhor manejo dos animais sob seus
cuidados e as populações selvagens, e, assim, con-
tribuir para a viabilidade das espécies em um mundo
que enfrenta uma enorme crise de conservação.
ÂMBITO DA PESQUISA RELEVANTE À CON-SERVAÇÃOEm última análise, a pesquisa relevante à con-
servação beneficia a conservação das populações
naturais e dos ecossistemas. A pesquisa em si pro-
move a missão conservacionista de uma instituição,
e pode variar de uma pesquisa sobre populações
e seus habitats naturais conduzida e/ou apoiada
por instalações zoológicas aos estudos sobre os
animais e/ou visitantes dos zoológicos e aquários.
Como os esforços conservacionistas estão cada vez
mais propensos a seguir uma abordagem de Plano
Unificado, as pesquisas relevantes à conservação
também devem ser coordenadas entre os ajustes dos
zoológicos e a gama de habitats.
REALIZANDO PESQUISAS RELEVANTES À CONSERVAÇÃOPesquisadores acadêmicos, cientistas de agências
governamentais, e equipes de zoológicos e aquários
conduzem pesquisas relevantes à conservação, e há
aspectos que se sobrepõem significativamente entre as
agendas de cada comunidade.
Contribuições da ciência acadêmica para a missão
conservacionista dos zoológicos e aquários.Muitos
aspectos das operações dos zoos e aquários colocam
questões de pesquisa relevantes que são interessantes
para pesquisadores acadêmicos.Colaborações com
especialistas acadêmicos podem expandir o acesso
ao mais recente equipamento especializado e gerar
novas ideias para avaliação, diagnóstico e tratamento
de saúde, reprodução, genética, nutrição, bem-estar
e questões comportamentais dos animais cuidados
por instalações zoológicas.Os exemplos incluem a
avaliação e tratamento de saúde de um indivíduo
por especialistas em campo, o desenvolvimento e
a melhoria de técnicas de contracepção e repro-
dução assistida (incluindo preservação de células),
e o desenvolvimento de programas de nutrição e
enriquecimento ambiental adequados.
Os animais dos zoológicos e aquários podem ser um
recurso valioso para a comunidade de pesquisadores
CONSERVAÇÃO DA AVIFAUNA DAS MARIANAS (MAC), PACIFIC BIRD CONSERVATIONTranslocacando o olho-branco dourado entre as ilhas Mariana do Norte
C I Ê N C I A E P E S Q U I S A
V I S Ã O
Cada zoológico e aquário contribui para a pesquisa relevante à conservação para continuar a sua missão conservacionista, e maximiza
oportunidades para se envolver na pesquisa relevante à conservação.
As pesquisas relevantes à conservação também podem envolver outras espécies, não necessaria-mente exclusivamente aquelas que estão ameaça-das, o que pode servir como um “modelo” para testar e melhorar as ações e procedimentos relevantes à conservação aplicáveis às espécies em perigo. A abordagem de plano unificado poderá ajudar a decidir, numa base caso a caso, se um projeto em particular deve ser considerado como pesquisa rel-evante à conservação e quão essencial a sua con-tribuição é provável que seja. Onde não existem planos formais de gestão integrada da conservação do tipo plano unificado para uma determinada espé-cie, um pensamento unificado ainda pode ser útil para avaliar a necessidade e prioridade da proposta investigação relacionada com a conservação.
O que é pesquisa científica relevante à
conservação?
ZEBRA-DE-GREVYKENYA
38 39E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OC I Ê N C I A E P E S Q U I S A | P e s q u i s a R e l e v a n t e à C o n s e r v a ç ã o
acadêmicos. Para a comunidade acadêmica, as áreas de pesquisa incluem a com-
preensão da biologia básica, história de vida, cognição e comportamento de espécies
ameaçadas, a calibração de métodos não-invasivos para avaliar estados fisiológicos
relevantes ao estado de saúde e reprodução dos indivíduos, testando a tolerância e
preferência da nutrição e as condições ambientais e o trabalho genético e taxonômico
para apoiar o manejo populacional e para desvendar a relação sistemática dos taxa
pouco conhecidos.Usar animais dos zoos e aquários para a pesquisa acadêmica só
é aceitável se os pesquisadores entenderem que seus estudos não devem compro-
meter o bem-estar dos animais, o benefício em termos de conhecimento adquirido
compensará quaisquer reduções temporárias potenciais no bem-estar, e tal pesquisa
beneficiar a missão conservacionista dos zoológicos e aquários. Para este fim, todas
as instituições zoológicas devem formular ou ter acesso a uma comissão de investi-
gação que analisa aplicações de pesquisas em potencial.
Aplicação para gestão da conservação.Os cientistas dedicados ao manejo animal e
recuperação de espécies podem se beneficiar das equipes e recursos dos zoológicos
e aquários.Nos casos em que os planos de recuperação requerem reprodução e rein-
trodução, os zoos e aquários têm a experiência na neonatologia e os pesquisadores
podem melhorar o sucesso reprodutivo e os recursos para gerenciar essas tarefas.
Eles também estão preparados para apoiar o manejo de pequenas populações, seja
de declínios populacionais ou fragmentação. No campo, os zoológicos e aquários
podem oferecer benefícios exclusivos, que vão desde o apoio financeiro para os
planos de gestão que precisam de dinheiro até a competência veterinária para a cap-
tura segura e manipulação dos animais. Os zoos e aquários também servem como
plataformas para que os cientistas relatem seus objetivos, resultados e progresso ao
público.
Os avanços científicos resultaram em novas técnicas de pesquisa e tecnologias que
não são rotineiramente disponíveis para zoológicos e aquários. A menos que insti-
tuições zoológicas individuais estejam dispostas a investir no desenvolvimento
de suas próprias instalações de pesquisa, o acesso a essas habilidades científicas e
ferramentas requer um compromisso de construir parcerias de longo prazo com
laboratórios acadêmicos, públicos e privados.Existem hoje inúmeras parcerias de
sucesso entre a comunidade acadêmica e os zoológicos e aquários, o que irá garantir
a melhoria da reprodução pela conservação e o bem-estar animal, aumentar a
nossa compreensão da resiliência das espécies, incentivar a pesquisa científica de
alta qualidade e reforçar a credibilidade científica dos zoos e aquários.A pesquisa
científica é essencial para o estabelecimento de populações de animais selvagens
auto-sustentáveis.
BASE DE DADOS E BANCOS DE RECURSOS BIOLÓGICOSBases de dados e bancos de materiais biológicos são ferramentas essenciais
para uma abordagem baseada em evidências para a pesquisa e ação pela conser-
vação, e deve ser considerada uma prioridade para todos os jardins zoológicos e
aquários.Um banco de dados dos animais e coleção bem organizada animais, e o
armazenamento e documentação adequados das amostras de animais mortos ou
vivos (biobancos) de instituições zoológicas ou em estado selvagem, é viável para
a maioria das instalações a custos modestos.Bases de dados e biobancos não só
irá aumentar a eficiência das operações de manejo, mas também proporcionar
um fornecimento de material de referência e diversidade genética. Além disso,
as melhorias em bancos de recursos de genoma e tecnologias reprodutivas têm
o potencial para superar questões de espaço e problemas com a manutenção da
diversidade genética (isto é, populações sustentáveis) ao longo do tempo.
Globalmente, os zoológicos e aquários estão coletando e armazenando em
biobancos regionais os recursos genéticos das espécies nas suas instalações, inclu-
indo projetos de colaboração, como o “FrozenArk”. Tais ferramentas tornam-se
mais valiosas através de uma participação e acesso amplos, e sendo compatíveis
entre si, onde for possível. O Sistema de Informações para Manejo Zoológico
(ZIMS), fornecido pelo Sistema Internacional de Informação de Espécies (ISIS),
é um excelente banco de dados, líder para registrar informações e facilitar o com-
partilhamento de dados.Com cerca de 900 instituições participantes no ISIS, as
informações essenciais ao nível de população para o manejo populacional e os
grandes tamanhos de amostra necessários para estabelecer normas veterinárias
estão prontamente disponíveis.
CIÊNCIA E EQUIPE DE PESQUISAAlguns zoológicos e aquários possuem departamentos ou equipes de pesquisa
contratados para certificar-se de que os objetivos da investigação sejam aten-
didos. Outros fornecem apoio a longo prazo para os pesquisadores não afiliados
com instituições zoológicas.Em ambos os casos, os zoos e aquários são capazes de
garantir que a pesquisa relacionada à conservação seja parte da sua pasta global
de investigação. Instituições que respondem a ad-hoc, muitas vezes dirigidos
externamente aos pedidos de pesquisa podem achar que a sua própria pasta de
investigação é de relevância limitada à conservação.
Uma vez que um pedido tenha sido gerado, a equipe (curadores, tratadores,
pesquisadores, médicos veterinários) deve determinar se o estudo é de valor para
o manejo, entendimento ou conservação de uma espécie. O investimento insti-
tucional é essencial ao sucesso de qualquer estudo, uma vez que assegura que a
pesquisa é realizada com o apoio e consistência suficiente. Retirar o apoio de um
projeto ainda não finalizado impede uma conclusão baseada em evidências de ser
alcançada. Isso desperdiça recursos já comprometidos e reduz o valor perceptível
da ciência para fornecer respostas claras. Os seguintes elementos de um projeto
devem ser considerados quando pesamos os benefícios e custos.
• Qual é o problema que gerou a pergunta?
• Qual é a pergunta da pesquisa específica?
• A resposta será importante para informar as operações do zoológico ou
aquário?
• Como é que a pesquisa será realizada?
• Será que a pesquisa precisa e tem aprovação ética?
• Qual será o custo do projeto e como serão assegurados esses fundos?
• Quem vai ajudar com o projeto e qual experiência que eles têm?
• Como os resultados serão publicados ou apresentados?
• Quais são os benefícios globais para o zoológico ou aquário (por exemplo,
desenvolvimento da equipe)?
ISe os zoológicos e aquários têm ciência e equipe de pesquisa dedicadas, eles
podem apoiar o desenvolvimento de uma política de investigação, propondo
prioridades de pesquisa e avaliação de projetos de investigação em perspectiva
INSTITUTO LEIBNIZ PARA PESQUISA EM ZOO E VIDA SELVAGEM (IZW), ALEMANHAFezes de um cão-selvagem-africano, coletadas como parte de um projeto no ecossistema de Ruaha, Tanzânia, apoiado por várias organizações conservacionistas, incluindo o Minnesota Zoo, Minnesota, EUA. As fezes revelam muitas coisas sobre um animal além do que ele come; por exemplo, a identidade da espécie, sexo, identidade individual, nível de estresse fisiológico, estágio reprodutivo, carga parasitária e contaminação com poluentes ambientais.
INSTITUTO LEIBNIZ PARA PESQUISA EM ZOO E VIDA SELVAGEM (IZW), ALEMANHAInsetos sugadores de sangue são uma ferramenta minimamente invasiva altamente bem sucedida
para obter amostras de sangue de espécies ameaçadas de uma forma livre de estresse. Este processo foi demonstrado durante o programa de conservação de reprodução e reintrodução do lince-ibérico
realizado por instituições zoológicas espanholas e portuguesas.
IZW, GERMANY, AND SFD & SWD, MALAYSIAImagem em armadilha fotográfica de uma civeta-lontra na Reserva Florestal de Deramakot, Sabah,
Bornéu malaio, tirada por um projeto amplamente financiado por instituições zoológicas.
PROJECTO TITI, COLÔMBIAA equipe de campo do Projeto Titiprepara amostras de fezes do sagui-cabeça-de-algodão para análise.
O Projeto Titi visa garantir a sobrevivência desta espécie na Colômbia e é parcialmente apoiado por instituições zoológicas.
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C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã O
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C I Ê N C I A E P E S Q U I S A | P e s q u i s a R e l e v a n t e à C o n s e r v a ç ã o
sobre a sua adequação em linha com a missão conservacionista da instituição.
A equipe deve ter um sólido background em pesquisa acadêmica e a capacidade
de construir parcerias com centros de pesquisa externos. Tais colaborações irão
ajudar a instituição a realizar seu pleno potencial nas pesquisas relevantes à
conservação.
ESTABELECENDO PRIORIDADES DE PESQUISAS CONSERVA-CIONISTASO estabelecimento de prioridades para as pesquisas relevantes à conservação
serão informados pela capacidade, recursos e missão conservacionista de um
determinado zoológico ou aquário. Todas as áreas de operações, bem como pro-
gramas de divulgação da conservação, beneficiará tal pesquisa; portanto, todos os
funcionários devem ser informados sobre e diretamente envolvidos na pesquisa,
quando apropriado e viável.
A colaboração entre instituições é essencial. Quando efetivamente aproveitada,
a rede global de instituições zoológicas credenciadas oferece um recurso de
pesquisa de conservação impressionante. Projetos de pesquisa cuidadosamente
projetados que operam em vários zoológicos e aquários, incorporando instituições
grandes e pequenas, irão gerar tamanhos de amostra maiores, bem como opor-
tunidades para avaliar a influência de uma ampla gama de variáveis do que seria
possível.A colaboração entre os zoológicos e aquários em programas de pesquisa
de conservação no campo irá garantir maior eficiência e recursos de forma mais
sustentável, e proporcionar oportunidades para o envolvimento significativo por
parte das instituições menores, que podem de outra maneira serem incapazes de
estabelecer e financiar a sua própria pesquisa conservacionista baseada em campo.
As instituições zoológicas devem se tornar componentes integrados de esforços
nacionais e globais para a pesquisa de conservação, melhorando e formalizando as
relações com as organizações encarregadas de avaliar e determinar as prioridades
de conservação e as questões de pesquisa.Estas incluem as agências de vida sel-
vagem e desenvolvimento, grupos de especialistas da SSC/IUCN, e organizações
não-governamentais e sociedades acadêmicas bem estabelecidas e focadas na
conservação.A implementação das metas relevantes de Aichi da Biodiversidade
por meio de pesquisa conservacionista também é uma prioridade. Estruturas
locais, regionais e globais para pesquisas relevantes à conservação baseadas em
zoos e aquários podem ser criadas ou reforçadas com o estabelecimento de par-
cerias com essas organizações, e encontrando acordo dentro das comunidades de
pesquisa e zoológicos quanto à forma de traduzir as recomendações dessas orga-
nizações nos planos de pesquisa com base nos zoológicos e aquários. Estes planos
de pesquisa poderão operar a nível global, regional e institucional, e seu impacto
na conservação deve ser avaliado regularmente.
A IMPORTÂNCIA DA PUBLICAÇÃOAté mesmo os estudos de pequena escala que proporcionam uma melhor com-
preensão da biologia e estratégias de manejo dos animais selvagens devem ser
publicados. Isso ajuda a evitar a duplicação de esforços, fornece informações
baseadas em evidências para orientar as decisões de gestão global, aumenta a
compreensão da comunidade em geral quanto às complexidades do manejo da
vida selvagem, e fornece evidências do valor da pesquisa para gestores e colegas.
Os resultados de estudos que não proporcionam resultados positivos muitas vezes
não são submetidos à publicação, mas, supondo que a ciência foi bem conduzida,
o trabalho ainda deve ser publicado para evitar a repetição e orientar estudos
futuros.
CONCLUSÃO Todas as instituições zoológicas devem avaliar o seu potencial e melhorar as suas
contribuições para as pesquisas relevantes à conservação e construir a sua própria
estratégia de pesquisa conservacionista, com metas realistas e exequíveis. Os zoos
e aquários podem facilitar as pesquisas relevantes à conservação em cada fase do
desenvolvimento, embora a capacidade de investigação das instalações zoológicos
irá variar individualmente e levar a diferentes níveis de produção de pesquisa.Planos
institucionais para pesquisa conservacionista devem ser desenvolvidos para se
alinhar com e contribuir para a missão de conservação de uma instituição.
RECOMENDAÇÕES• Avaliar e investir na capacidade de pesquisa do zoológico ou aquário, e o poten-
cial para desenvolver uma estratégia de pesquisa conservacionista, que servirá
à missão de conservação no campo e atenderá às necessidades de pesquisa das
populações das espécies na natureza e daquelas na instituição. A capacidade de
pesquisa poderá ser melhorada através do desenvolvimento de parcerias e con-
exões com organizações que têm a pesquisa como um negócio principal.
• Montar ou utilizar sistemas bem-estruturados de coleta e manejo de dados (por
exemplo, ZIMS), e uma coleção bem-organizada e de longo prazo de amostras
de espécimes (biobancos).
• Desenvolver uma política de investigação e estratégia de pesquisa conserva-
cionista encaixada à missão de conservação em campo da instituição.
• Considerar o desenvolvimento de parcerias com instituições acadêmicas e/ou
outros zoológicos e aquários com recursos de pesquisa, e assumir um papel de
liderança no desenvolvimento da próxima geração de biólogos da conservação,
incluindo a criação de oportunidades para que as crianças desejem seguir car-
reiras em ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
• Assegurar prioridade dada às pesquisas que podem alcançar resultados impac-
tantes e terem implicações claras para melhorar os esforços de conservação
para espécies em estado selvagem.Aligátor-do-Yangtzé
L I S T A D E V E R I F I C A Ç Ã O
PESQUISA CONSERVACIONISTA COM UM EIXO NA TAREFA DOS ZOOS E AQUÁRIOS
Você tem uma lista de prioridades de pesquisa e perguntas para a sua instituição? Se assim for, ela inclui questões de conservação relevantes?
Você estabeleceu regras para priorizar temas de pesquisa sobre questões de conservação relevantes?
Você criou o seu próprio biobanco, ou contribui regularmente para um biobanco central coordenado com protocolos padronizados e rastreamento de dados, com base em um propósito e estratégia específicos?
Você incentiva seus funcionários (curadores, tratadores, pesquisadores, veterinários) a conduzir (e publicar) estudos de casos que têm o potencial para melhorar as ações de conservação e apoiar uma abordagem baseada em evidências para atividades de conservação?
Existem atividades de investigação ou oportunidades de pesquisa que você poderia introduzir para melhorar a sua capacidade de contribuir para a pesquisa conservacionista?
LIGANDO RESULTADOS CIENTÍFICOS E UMA ABORDAGEM CONSERVACIONISTA BASEADA EM EVIDÊNCIAS COM PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
Você revê regularmente suas operações, políticas e procedimentos para se certificar de que são baseados nas mais recentes descobertas científicas sobre o planejamento da conservação?
Em seus planos para novos desenvolvimentos, incluindo abrigos para os animais, você incorpora infra-estrutura e espaço com as necessidades de pesquisa conservacionista em mente, o que também pode dobrar como opções de enriquecimento; tais como instalações de observação, distribuidores de alimentos experimentais, dispositivos de coleta individuais para amostras de urina ou fezes, ou rampas médicas?
Você já pensou em incorporar pesquisas relevantes à conservação em seus programas de educação aos visitantes?
GARANTINDO QUE OS ANIMAIS EM PESQUISAS CONSERVACIONISTAS QUE VOCÊ APOIA ESTÃO EM SITUAÇÕES DE BEM-ESTAR POSITIVAS
Seus bastidores e áreas de manejo reservadas para pesquisa animal atendem aos altos padrões de bem-estar?
Seus animais de pesquisa estão sujeitos ao mesmo nível de foco de bem-estar que os outros animais em sua instituição?
Os seus parceiros de pesquisa e conservação concordaram que eles mantenham altos padrões de bem-estar animal durante a realização de suas pesquisas conservacionistas?
Seus parceiros de pesquisa e conservação necessitam de apoio para ter certeza de que, durante a sua pesquisa, eles manterão elevados padrões de bem-estar animal?
EQUIPE
Você já pensou em permitir que a equipe em todos os níveis de tempo se voluntarie em um projeto de campo ou de pesquisa para desenvolver habilidades em uma determinada área?
Você já considerou a contratação de uma equipe de pesquisa qualificada para conduzir pesquisas relevantes à conservação como parte da missão conservacionista da sua instituição?
Sua equipe sabe como treinar animais para que o monitoramento do comportamento e saúde, bem como experimentos de pesquisa possam ser realizados sem causar estresse para o animal (por exemplo, condicionamento clássico e operante, treinamento médico)?
Sua equipe de pesquisa é treinada para observar o comportamento e monitorar o bem-estar dos animais sob seus cuidados?
Sua equipe de relações públicas entende o propósito dos experimentos de pesquisa, as diretrizes que os pesquisadores seguem para manter altos padrões de bem-estar animal e os resultados esperados em termos de resultados na pesquisa conservacionista?
PESQUISA CONSERVACIONISTA E POSSÍVEIS REQUISITOS LEGAIS
Você já confirmou que toda a papelada e avaliações necessárias foram preenchidas pelas agências governamentais apropriadas que supervisionam a pesquisa na sua área ou a área de sua pesquisa conservacionista no campo?
Você tem um comitê de pesquisa conservacionista?
Um comitê de pesquisa é consultado sobre as atividades de pesquisa propostas na sua instituição? Em caso afirmativo, o comitê tem membros externos, como um especialista em bem-estar ou um membro do público?
A aprovação de projetos de pesquisa é ligada a um compromisso que garanta elevados padrões de bem-estar animal para os indivíduos do estudo?
NOTAS:
Abaixo está uma lista de verificação para melhorar as operações dos zoos e aquários e maxi-mizar as oportunidades de pesquisas relevantes à conservação, assegurando simultaneamente elevados padrões de bem-estar animal.
RECINTO DOS LEÕES-MARINHOSSAINT LOUIS ZOO, MISSOURI, EUA
4544C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S
MetodologiaHá muitas maneiras diferentes para os zoológicos e aquários modernos
envolverem os visitantes, alunos, funcionários e comunidades.
ANIMAISAmbientes bem projetados para animais saudáveis são fortes veículos pelos quais envolver os vis-itantes (veja Organizações conservacionistas modernas e Bem-Estar Animal).
PLACASInformações claras sobre os animais, sua dis-tribuição geográfica e seu status na Lista Vermelha da IUCN. Mesmo sendo que menos de 25% dos visitantes irão ler uma placa em sua totalidade, a informação é essencial, mas deve ser reforçada através de interpretação pessoal e elementos interativos.
APRESENTAÇÕESApresentações atraentes e informativas que pro-porcionam uma forte mensagem de conservação podem ser o meio mais eficaz para aumentar a “intenção de conservar” de um visitante por causa do tamanho do tempo que a equipe interage com ele.
GRÁFICOS INTERATIVOSEnvolver o visitante no processo de aprendizagem reforça a sua memória.
TECNOLOGIAConectar-se à internet através de códigos barras e QR, usar mídias sociais e outros meios tecnológi-cos, recursos para o público de hoje que pode ser uma ferramenta poderosa para mostrar animais e comportamentos que não podem ser facilmente vistos, o que reforça a mensagem de conservação dos jardins zoológicos e aquários sobre salvar espécies e habitats selvagens.
CAMPANHASA WAZA estabeleceu a campanha ‘Biodiversidade somos Nós’ para a sensibilização da importância da biodiversidade para os seres humanos e promover ações individuais simples pela sua preservação. Eventos especiais envolvendo os visitantes e a comunidade local são uma boa maneira de incenti-var o engajamento na conservação.
PESQUISA & EVALIAÇÃOTodas as intervenções educativas e interpretativas devem ser estudadas e avaliadas quanto à eficácia.
O que as instituições zoológicas fazem para salvar ani-
mais em estado selvagem? Não é suficiente responder
que os jardins zoológicos e aquários inspiram as pes-
soas a se preocupar mais com os animais. Na maioria
dos casos, compaixão e sensibilização não levam à
ação a menos que um processo contínuo de engaja-
mento e de incentivo seja implementado. No entanto,
o sucesso da conservação a longo prazo será ligado
à forma como os zoológicos e aquários se envolvem
com seus visitantes e mudam comportamentos.
Os zoos e aquários estão em excelente posição para
influenciar os seus visitantes a apoiar (direta e indi-
retamente) as Metas de Aichi da Biodiversidade,
através da educação e programas públicos, marketing
e relações públicas. As instituições zoológicas são
capazes de aproveitar as conexões emocionais espe-
ciais entre animais e visitantes para proporcionar
oportunidades de aprendizado formais e informais
em educação para a conservação e as ciências mais
abrangentes de educação ambiental que reforçam
as missões dos zoológicos e aquários.A WAZA e
muitas associações regionais de zoos e aquários agora
impõem a obrigação de que cada estabelecimento
deve dispor de equipes de educação dedicadas, que
proporcionam experiências de educação para a con-
servação relevantes aos visitantes em seu cotidiano.
As instituições zoológicas são capazes de abrir os
corações e mentes de seus visitantes, proporcionando
assim um local relevante para transmitir as ameaças à
vida selvagem, e para inspirar, engajar e orientar ações
ambientais positivas. Visitas a zoológicos e aquários
podem aprofundar a compreensão e permitir que
as pessoas ajam de maneiras novas e positivas para
salvar a biodiversidade e proteger o meio ambiente.A
missão dos educadores em instituições zoológicas
não é apenas informar os visitantes sobre as espécies
na instituição, e aumentar a consciência sobre as
ameaças na natureza e os problemas que causam
a rápida perda de biodiversidade, mas também
promover ações de comportamento baseadas na
conservação e conservação in situ.Ferramentas e
técnicas comprovadas das ciências sociais podem ser
usadas para estimular comportamentos em prol do
ambiente que reduzem os impactos humanos sobre
as populações selvagens.
A fim de cumprir seu pleno potencial para salvar a
vida selvagem, instituições zoológicas estão apren-
dendo com as disciplinas de marketing e psicologia
V I S Ã O
Os zoos e aquários são vozes confiáveis para a conservação, e são capazes de se envolver e capacitar os visitantes, comunidades e funcionários de forma
mensurável para salvar a vida selvagem.
social que sustentam as campanhas de saúde e segu-
rança.Marketing social de base comunitária (CBSM)
e outras ferramentas de comunicação alcançam,
influenciam e envolvem um público mais amplo por
empregar a metodologia das ciências sociais. Estudos
de psicologia têm demonstrado que através da com-
preensão das atitudes humanas e valores em relação
ao ambiente natural, programas educacionais podem
ser desenvolvidos para capacitar os funcionários, vis-
itantes e comunidades a mudarem comportamentos
de uma forma que pode reduzir potencialmente
as pressões direcionadas pelos humanos sobre os
recursos limitados do mundo, as ameaças à vida sel-
vagem e a taxa de perda de biodiversidade.
A extinção não é inevitável ou natural ao ritmo atual.
A fragmentação, alteração ou destruição de habitats,
a sobre-exploração, poluição, espécies invasoras,
conflitos e a mudança climática são todas ameaças
induzidas pelo homem. A sociedade pode reduzir
estas ameaças através de mudanças conscientes em
atividades diárias que apoiem um estilo de vida suste-
ntável, ou seja, cada indivíduo pode fazer a diferença.
Reivindicar com fabricantes e a indústria pode levar
a mudanças positivas na prática dos negócios, ao
mesmo tempo pressionando os governos a atuarem
como um catalisador para incrementar a legislação e
sua aplicação em prol do ambiente.
USANDO AS CIÊNCIAS SOCIAIS PARA ENTENDER MUDANÇAS DE COMPORTA-MENTOAs instituições zoológicas têm utilizado os princípios
das ciências sociais, incluindo a psicologia da conser-
vação e ambiental, para compreender o que motiva
as pessoas a agirem a favor e contra a conservação da
biodiversidade. A psicologia da conservação tem sido
definida como: ‘‘O estudo científico das relações recíprocas entre os seres humanos e o resto da natureza, com um foco particular sobre a forma de incentivar a conservação do mundo natural... [usando] princípios, teorias ou métodos psi-cológicos para entender e resolver questões relacionadas com aspectos humanos da con-servação.’ ’
Implícita neste campo multi-disciplinar está a necessidade da relevância cultural e compreensão socioeconômica a fim de salvar a biodiversidade e utilizar os nossos recursos naturais e ecossistemas de forma sustentável.A psicologia da conservação leva em consideração as informações apresentadas, e como as pessoas se iden-tificam com os seus pares, família e amigos, o grau de
E N G A J A M E N T O — I N F L U E N C I A N D O M U D A N Ç A S D E C O M P O R T A M E N T O P E L A C O N S E R VA Ç Ã O
TARTARUGA-DOS-BREJOS-OCIDENTALOREGON ZOO, OREGON, EUA
46 47E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OE N G A J A M E N T O — I N F L U E N C I A N D O M U D A N Ç A S D E C O M P O R TA M E N T O P E L A C O N S E R VA Ç Ã O | C o n h e c i m e n t o é P o d e r
confiança nas instituições que fornecem as informações e recomendações, bem como quais as barreiras que existem a ação e o que motiva as pessoas a agir.Quanto mais se aprender sobre os visitantes e como influenciá-los, mais as instituições zoológicas serão eficazes em salvar a vida selvagem e locais selvagens; especial-mente se mensagens positivas são usadas para ligar a conservação ao que as próprias
pessoas podem fazer para serem a diferença.
ASPIRAÇÕESDe modo a efetuar a mudança social, o compromisso de uma instituição zoológica
com a educação e defesa da conservação deve ser incorporado em uma política
de engajamento e integrado em toda a instituição, desde o diretor até os fun-
cionários de cada departamento (veja Criando uma Cultura da Conservação).
Além do mais, é possível avançar na defesa da conservação, apoiando e treinando
estudantes que podem ir trabalhar na conservação da biodiversidade.
A política de engajamento, em particular a necessidade de um comportamento
sensível à conservação, deve ser incorporada no processo de design na fase de
planejamento. Histórias interpretativas, gráficos, espaços de aprendizagem,
bem como experiências formais e informais de aprendizado, devem ser consid-
erados quando se planeja a funcionalidade de um novo empreendimento, tanto
na entrada como nos bastidores. A tecnologia também deve ser considerada na
fase de concepção, e integrada de forma a tornar a experiência mais impactante
para os visitantes e o alcance mais amplo; por exemplo, através de mídias sociais
e aquisições da mídia.
PROGRAMAS DE APRENDIZADOHá oportunidades educacionais em cada experiência, nos restaurantes, lojas de
varejo e jardins em todas as instituições zoológicas. Experiências envolventes
e significativas (sejam lições estruturadas ou encontros casuais) que facilitam
a mudança de comportamento podem incentivar ações de conservação em
curso depois de uma visita a um zoológico ou aquário. Programas formais e
informais devem incluir a possibilidade dos visitantes mostrarem suas ações
e manterem-se conectados através da mídia social, para incentivar a mudança
de comportamento a longo prazo. Ao desenvolver uma experiência de engaja-
mento da comunidade concebida para influenciar de ações conservacionistas,
os zoológicos e aquários devem articular claramente o que define o sucesso
antes de oferecer a experiência ao público. As campanhas devem se basear em
questões ambientais e de conservação que cada instituição acredita que possa
ter melhor impacto através do acesso a públicos-alvo relevantes, divulgação
desejada e capacidade de influenciar. Trabalhar em parceria com o governo
local, organizações da vida selvagem, supermercados e gestores de água irá
reforçar as mensagens ambientais e de conservação e o potencial para mudanças
de comportamento.
AÇÕESPara ameaças causadas por humanos, as instituições zoológicas precisam desen-
volver uma compreensão clara do que podem fazer para influenciar a mudança
de comportamento e inspirar novos comportamentos para reduzir o impacto
que as pessoas têm sobre o meio ambiente. Por exemplo, identificar e reformular
comportamentos da comunidade; compreender as influências sobre o público
para tal comportamento; identificar as barreiras e benefícios para o comporta-
AQUÁRIO DA BAÍA DE MONTEREY, CALIFÓRNIA, EUAProgramas como o guia “Seafood Watch” para zoológicos, aquários e outras
organizações alinhadas à conservação ajudar aos consumidores e às empresas a comprar frutos do mar capturados ou cultivados de forma a apoiar um oceano saudável e
diversos ecossistemas marinhos.
WILDLIFE CONSERVATION SOCIETY, NOVA YORK, EUAOs visitantes de instituições zoológicas podem participar em atividades de reivindicações simples, como esta petição para
acabar com o comércio de marfim e a morte de elefantes-africanos.
mento solicitado; desenvolver um novo modelo de influências para mudanças de
comportamento positivas; construir uma estratégia de marketing para acionar o
comportamento desejado; desenvolver uma campanha de estratégia de comu-
nicação.
TREINAMENTOTodas as instituições zoológicas devem ter programas de formação adequados
para a equipe que se comunica com os visitantes e a comunidade em geral.
Esses funcionários devem ser treinados nas habilidades necessárias para
desenvolverem programas e envolverem o público, incluindo a formação de hab-
ilidades de comunicação. Subjacente a isso, eles também precisam entender a
biologia básica, ecologia e status de conservação dos animais dentro da institu-
ição, e o que está sendo feito para ajudar a salvar as populações selvagens destas
espécies. Treinamento em dramaturgia e contar histórias também podem ser
úteis quando envolver os visitantes e a comunidade em geral.
Estágios e voluntariados nos departamentos de cuidados com os animais, mar-
keting e relações públicas fornece a todos os funcionários uma compreensão
mais profunda das necessidades e limitações dos animais, bem como da inter-
face da instituição com os visitantes. Proporcionar oportunidades semelhantes
aos departamentos de marketing e relações públicas aumentará a compreensão
e a capacidade de qual forma alcançar melhor as comunidades mais amplas.
A equipe deve ser apoiada a viajar para outras instituições, para conferências
regionais e internacionais, e para participar de eventos de formação, onde ideias
podem ser trocadas e novas abordagens e técnicas aprendidas. Quando e onde
for possível, a equipe de educação deve visitar projetos de conservação para
ganhar experiência em primeira mão dos desafios ambientais e da conservação
que muitas comunidades enfrentam ao adotar estilos de vida sustentáveis, ao
• Reduzir, reutilizar e reciclar
• Faça uma promessa de reduzir uma ameaça humana
• Apoie a conservação através de voluntariado ou doações
• Reivindique com políticos e indústrias para fazer mudanças que dão
suporte a um futuro sustentável
• Faça sábias escolhas de consumo que tenham um impacto direto sobre
os animais selvagens e lugares selvagens
• Mude o seu próprio comportamento, e aquele dos seus amigos e
conhecidos
Seis passos para alcançar a mudança de comportamento.
A Ç Õ E S A M B I E N T A I S
ZOOS VICTORIA, AUSTRÁLIAConectar os visitantes aos animais é um dos nossos maiores ativos na luta para salvar espécies da extinção.
WAZA, SUIÇAA campanha ‘Biodiversidade somos Nós’ é cronometrada para
apoiar a Década das Nações Unidas sobre a Biodiversidade 2011-2020, fornecendo ferramentas para a sensibilização sobre
a biodiversidade.
twitter.com/BioDivUsfacebook.com/BioDiversityIsUs
Download the app
We are all connectedYou are part of the exciting web of life that includes millions of species of plants and animals.
We call this ‘biodiversity’.
But it is shrinking fast, putting our planet – its people and animals – at risk.
You can help stop this. Through your daily actions, you can make the world a better place.
What will you do today?
Biodiversity is Us.
Download the ‘Biodiversity is Us’ app and discover what you can do today.
48 49E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OE N G A J A M E N T O — I N F L U E N C I A N D O M U D A N Ç A S D E C O M P O R TA M E N T O P E L A C O N S E R VA Ç Ã O | C o n h e c i m e n t o é P o d e r
lidar com questões como a degradação do habitat e conflitos entre humanos e
animais selvagens. Isso dá credibilidade à equipe com a responsabilidade de se
comunicar com os visitantes e lhes permite falar da experiência em primeira
mão.
PESQUISA E AVALIAÇÃO EDUCACIONALUma recente avaliação global dos impactos educacionais de visitas a zoológicos e
aquários conduzida pela WAZA, como parte da campanha ‘Biodiversidade somos
Nós’, descobriu que um número significativo de pessoas encerram a sua visita com
maior compreensão da biodiversidade e um maior conhecimento das ações que
ajudam a proteger a biodiversidade.Estes resultados são a evidência mais convin-
cente até agora de que as visitas aos jardins zoológicos e aquários contribuem para
aumentar o número de pessoas que entendem a biodiversidade e sabem das ações
que podem tomar para ajudar a protegê-la, contribuindo assim de forma positiva
para a Meta 1 de Aichi da Biodiversidade.
Este tipo de avaliação fornece informações importantes, tanto a nível global
como para cada zoológico e aquário. Cada instituição deve avaliar a eficácia dos
seus programas em influenciar comportamentos dos consumidores em prol da
conservação. Os comportamentos mais marcantes, equívocos, o que os visitantes
esperam e quais mensagens melhor entram em ressonância com o público-alvo
desejado podem ser obtidos através de pesquisas de mercado ou pré-avaliações. Os
materiais de avaliação incluem pesquisas, grupos de foco, entrevistas e pré e pós-
testes, e tornam possível medir a eficácia da experiência do visitante, aprendendo
objetivos e as intenções para a mudança de comportamento pela conservação.
Avaliações somativas são uma ferramenta benéfica e podem ajudar a orientar
futuras melhorias.
Avaliações pós-visita permitem que as pessoas reflitam sobre sua visita e informem
sobre qualquer mudança de comportamento que se comprometeram após esta.
Isto é agora mais fácil do que nunca, pois os dados podem ser coletados, e mídias
sociais, mensagens de texto e e-mail utilizados para contactar os visitantes
quando eles deixam a instituição, embora a fraqueza inerente do auto-relato deva
ser reconhecida. O próximo desafio será encontrar formas de avaliar a mudança
de comportamento dos visitantes a longo prazo discretamente e de uma maneira
não-tendenciosa quanto possível (por exemplo, para minimizar o impacto dos vis-
itantes que desejam agradar a pessoa que conduz a pesquisa).
ALINHANDO ESTRATÉGIA E AÇÕES DE CONSERVAÇÃOSe os zoológicos e aquários estão pedindo aos visitantes para mudar o seu com-
portamento, então essas instituições também precisam se comportar de maneira
ideal pela conservação.Instalações zoológicas são operações de negócios sig-
nificativos e têm a capacidade de liderar o caminho em práticas de negócios
sustentáveis, definindo metas para reduzir suas pegadas de carbono, e insistindo
em práticas sustentáveis, produtos sustentáveis e outras ações em prol da
conservação dentro de acordos com fornecedores, inclusive se tornando certifi-
cadas em carbono neutro (veja Criando uma Cultura da Conservação). ‘Zoos e
Aquários por 350’ fornece orientação para ecologizar traballhos e instituições
(por exemplo, através da alienação de empresas de combustíveis fósseis e rein-
vestindo em soluções que se alinham com missões de conservação) assim como
indivíduos e comunidades que se unem para combater a mudança climática.
CONCLUSÃOAs instituições zoológicas estão numa posição única para interagir com os visi-
tantes, comunidades e sociedades em questões de conservação em um ambiente
lúdico.Os zoos e aquários são capazes de influenciar e inspirar comportamentos
de conservação positivos, e fazer diferenças importantes que apoiem a sua missão
principal: conservar a biodiversidade. A meta de todas as instituições zoológicas
deve ser a de se envolver com os visitantes, outros zoológicos e aquários e orga-
nizações conservacionistas e comunidades para encorajar comportamentos
sensíveis à conservação que suportem a conservação da biodiversidade. Este obje-
tivo pode ser alcançado por influenciar atitudes e conhecimentos desejados, e com
base na psicologia da conservação. Ao estabelecer objetivos claros, mensuráveis,
será possível avaliar o impacto de tais interações entre os zoológicos e aquários e
seus visitantes. A importância de conectar as pessoas com a natureza é vital para a
construção do apoio à conservação.
RECOMENDAÇÕES • Crie um quadro de engajamento institucional mensurável em todos os níveis
(funcionários, voluntários, visitantes e comunidades) para a educação pela
conservação, defesa e relevância cultural das questões relacionadas com a
perda de biodiversidade.
• Utilize as descobertas mais recentes em marketing social, pesquisa e psico-
logia da conservação para projetar programas que envolvam os visitantes em
comportamentos em prol da conservação, especialmente questões locais que
possam afetar ou impactar os visitantes.
• Invista na estratégia de educação e avaliação das habilidades da equipe e facilite
as interações entre departamentos, e interprete a forma como os programas de
HOUSTON ZOO, TEXAS, EUAOs zoos e aquários podem educar os seus visitantes sobre escolhas ambientalmente sustentáveis, como o uso de sacolas de compras reutilizáveis, proporcionando-lhes a capacidade de fazer mudanças comporta-mentais de longo prazo.
SNOW LEOPARD CONSERVANCY, RUSSIAInfluenciar mudanças de comportamento pela conservação se dá tanto dentro das instituições zoológicas como ao redor do mundo com os projetos de conservação parceiros; por exemplo, o Festival do Leopardo-das-Neves na Rússia.
Furão-de-patas-negras
WAZA, SUIÇAGuepardo como parte de uma coleção especial de brinquedos de pelúcia em apoio à campanha ‘Biodiversidade somos Nós ‘da WAZA.
engajamento estão relacionados com os padrões nacionais e locais de educação.
• Defina os comportamentos desejados e como eles serão comunicados ao
público visitante (por exemplo, crianças jovens, grupos escolares, adultos),
e especifique como o impacto será avaliado, e estabeleça um sistema de uti-
lização de informações sobre bem-estar animal, a composição das espécies do
zoológico e/ou aquário e comportamentos dos animais para envolver os visi-
tantes em comportamentos em prol da conservação.
• Busque colaborações com universidades, museus, outros zoológicos e aquários,
e organizações conservacionistas para contribuir com mais pesquisas, aval-
iações, parcerias e compartilhamento de dados nas áreas de educação pela
conservação e influenciar comportamentos em prol do meio ambiente.
ATELOPUS LIMOSUSPANAMÁ
5352C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S
As Metas de Aichi da Biodiversidade visam principalmente a preservação da bio-
diversidade em habitats naturais. No entanto, devido aos impactos humanos agora
afetarem todos os ecossistemas, um número crescente de espécies irá se benefi-
ciar, e cada vez mais precisar, de manejo populacional intensivo.Essa tendência
enfatiza a necessidade que os zoos e aquários estejam mais diretamente envolvidos
no manejo intensivo de um número crescente de espécies, tanto em instalações
zoológicas como em estado selvagem. Como os zoológicos e aquários se envolvem
em um incremento da reprodução para fins de preservação da biodiversidade, a
seleção das espécies cuidadas deve ser usada para concentrar os recursos limit-
ados sobre aquelas para os quais pode ser feita uma diferença protetora ampla e
de longo prazo.
A IUCN reconheceu que a reprodução para a conservação por zoológicos e
aquários tem desempenhado um papel na recuperação de um quarto das 64
espécies de vertebrados cujo status de ameaça foi reduzido segundo a Lista
Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN.Reproduzir animais sob cuidados
humanos e reintroduzi-los na natureza como parte de um plano de recuper-
ação coordenado, foi uma das ações de conservação mais citadas que levaram à
melhoria do status na Lista Vermelha da IUCN.Para as aves, a reprodução e rein-
trodução ajudou a evitar a extinção de seis das 16 espécies que provavelmente
seriam perdidas na ausência de medidas de conservação. Para os mamíferos, a
reprodução e reintrodução tem sido mais bem sucedidas na melhoria do status
de conservação do que outras ações de conservação, e contribuiu para a verda-
deira melhoria no status na Lista Vermelha da IUCN de pelo menos 9 espécies.
As ameaças às populações selvagens, e o potencial para programas dos zoos e
aquários para mitigar essas ameaças, podem ser identificados durante o processo
formal de planejamento de conservação das espécies e/ou com a aplicação das ori-
entações revistas nas Diretrizes sobre o Uso do Manejo Ex Situ para a Conservação
de Espécies da SSC/IUCN.
SITUAÇÃO ATUAL DO MANEJO POPULACIONALOs zoológicos e aquários têm assumido uma crescente liderança e responsabilidade
pelos programas de reprodução para a conservação ao longo dos anos. Nenhum
outro grupo de instituições tem o conhecimento científico e experiência prática
para manter e criar milhares de espécies de animais, oferecendo assim um enorme
potencial para contribuir para a conservação da vida selvagem. Essas habilidades e
recursos baseados nos zoos e aquários são mais eficazes para alcançar os resultados
INFERIOR: HOUSTON ZOO, TX, USAPanda-vermelho
ACIMA: HOUSTON ZOO, TX, USACão-selvagem-africano
Nenhum outro grupo de instituições tem o
conhecimento científico e experiência prática
para manter e criar milhares de espécies de
animais, oferecendo assim um enorme potencial
para contribuir para a conservação da vida
selvagem.
M A N E J O P O P U L A C I O N A L
MUTUM-DE-BICO-AZUL HOUSTON ZOO, TEXAS, EUA
V I S Ã O
Como centros de especialização em manejo de pequenas populações, os zoológicos e aquários estão envolvidos em programas de manejo populacional colaborativos e baseados na ciência, envolvendo as partes interessadas para alcançar populações viáveis de espécies selecionadas, tanto sob cuidados humanos como na natureza.
de conservação quando aplicados através de parcerias extensas e interdisciplinares.
Para cumprir o conjunto completo de funções de conservação necessárias, as pop-
ulações de animais selvagens sob cuidados humanos devem ser demograficamente
robustas, os animais devem ser comportamentalmente competentes e genetica-
mente representativos das contrapartes selvagens, e o programa de reprodução
deve ser capaz de sustentar essas características para o futuro. Os indivíduos que
compõem populações viáveis devem ser saudáveis em todos os aspectos, incluindo
um estado de bem-estar animal positivo (veja Organizações conservacionistas mod-
ernas e Bem-Estar Animal), e serem provenientes de fontes legais, sustentáveis e
éticas.
Pequenas populações raramente são suficientes para garantir a persistência a longo
prazo de uma espécie. Os programas de reprodução a nível regional ou global podem
ajudar a formar populações maiores, se necessário.A maioria dos programas é gerida
54 55E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OM A N E J O P O P U L A C I O N A L | P r e s e r v a n d o a B i o d i v e r s i d a d e
a nível regional por razões logísticas e regulamentares. Uma nova forma de pro-
mover a colaboração inter-regional está sendo testada através dos Planos Globais
de Manejo de Espécies (GSMPs) administrados sob os auspícios da WAZA. Um
GSMP envolve a gestão de um táxon em particular, com um conjunto acordado de
metas a nível global, que é construído em cima destas e respeitando os processos
regionais existentes.
Studbooks internacionais e regionais fornecem os dados que podem ajudar a facilitar
a coordenação de tais esforços de reprodução para a conservação através das institu-
ições zoológicas.Os studbooks são repositórios de pedigree e dados demográficos de
animais geridos internacional ou regionalmente. Os studbooks internacionais são
administrados sob os auspícios da WAZA. O ZIMS é um aplicativo que mantém o
controle de indivíduos animais ao longo das suas vidas.Novos recursos foram adi-
cionados ao ZIMS para ajudar os responsáveis pelo studbook, e dados bem geridos e
atualizados vão melhorar os dados dos animais e da população que o ZIMS oferece
dentro do aplicativo. Como os membros do ISIS inserem os dados no ZIMS, eles
contribuem para o manejo eficiente da população por toda a comunidade zoológica.
Além do mais, a aplicação desse tipo de sistema de registros para pequenas popu-
lações em reservas poderia avançar a abordagem de plano unificado e fazer uma
contribuição direta para sustentar a vida selvagem na natureza.
É vital reconhecer que o espaço para manter e reproduzir populações maiores de
muitas espécies é o maior empecilho para o estabelecimento da sustentabilidade
a longo prazo.Esta questão sobre o espaço disponível foi reconhecida na década
de 1980, mas continua a ser uma necessidade crítica na construção de populações
sustentáveis hoje, com uma demanda para cuidar de mais espécies em jardins
zoológicos e aquários. Outra questão crucial é a dificuldade que os profissionais
de zoológicos encontram para mover animais (ou gametas) para fins reprodutivos.
Obstáculos regulatórios continuam a fazer o movimento de animais entre regiões
difícil. Isto ameaça o sucesso da implementação de GSMPs e de outros programas
inter-regionais de colaboração. Além disso, frustra o manejo cooperativo de
espécies mantidas em diferentes regiões cuja população coletiva seria sustentável,
se os indivíduos nas populações isoladas e regionais pudessem ser movidos previ-
sivelmente para propósitos reprodutivos.Maiores esforços devem ser feitos para
influenciar a legislação no que diz respeito a mover animais (ou gametas) para fins
de reprodução.
Se a comunidade zoológica tiver sucesso no estabelecimento de populações sus-
tentáveis, a importância vital do manejo cooperativo de populações, realizados
por líderes dos programas e os responsáveis por studbooks, deve ser reconhecida
e apoiada.Em um ambiente em que os recursos financeiros e outros são limitados,
o planejamento da coleção é crucial e a alocação de recursos é restrita, a cooper-
ação no manejo das populações é essencial para o sucesso a longo prazo dos zoos
e aquários. Os responsáveis pelos projetos e studbooks são fundamentais à con-
servação da biodiversidade e fornecem um serviço inestimável para a comunidade
zoológica.
O FUTURO DO MANEJO POPULACIONALNa Visão e Estratégia Corporativa da WAZA rumo a 2020, o primeiro objetivo
operacional é que uma ligação clara deve ser estabelecida e comunicada entre a
conservação de campo, e o trabalho de conservação realizado nos zoológicos e
aquários. Em sintonia com este objetivo, a presente Estratégia postula o alvorecer
da era de foco crescente em uma abordagem mais holística para a conservação
integrada das espécies – a abordagem do Plano Unificado para o planejamento da
conservação das espécies.A conservação integrada funciona ao longo de um con-
tinuum de gestão intensiva, incluindo a pouca, se alguma, intervenção humana em
populações selvagens em todo o trajeto até populações intensamente manejadas em
algumas reservas e nos jardins zoológicos e aquários. Além disso, a fim de construir
populações sustentáveis, as instituições zoológicas devem se comprometer a apoiar
e treinar a equipe que implementar o manejo populacional cooperativo.
Cada vez mais, como resultado da perda de habitat e fragmentação de habitats e
de populações, muitas populações selvagens têm semelhanças com as populações
sob cuidados humanos – pequenas em tamanho, fragmentadas e com o fluxo de
genes limitado entre elas.Por exemplo, os animais reintroduzidos em reservas rel-
ativamente pequenas e cercadas, exigem translocação periódica de indivíduos para
COPENHAGEN ZOO, DINAMARCAReprodução pela conservação e reintrodução de sapos-corredores na Dinamarca e Estônia
simular a dispersão natural e manter o fluxo gênico. Este modelo é referido como um
manejo metapopulacional, e como processos metapopulacionais naturais, tais como
a dispersão, estão sujeitos à intervenção humana. O manejo de metapopulações
envolve a gestão de um conjunto de populações que interagem sob um objetivo
comum de conservação. Seus componentes podem incluir várias populações
regionais manejadas sob cuidados humanos (incluindo programas de reprodução
entre países), múltiplas populações selvagens (incluindo populações reintroduz-
idas) e bancos de recursos genômicos.
A viabilidade populacional a longo prazo muitas vezes requer transferências de
animais (ou gametas) para reprodução. Tradicionalmente, isso incluiu o inter-
câmbio de animais entre os responsáveis pela população sob cuidados humanos,
importação de animais do ambiente selvagem reforçar para reforçar a já existente
ou estabelecer novas populações sob cuidados humanos, e exportação de animais a
partir de populações sob cuidados humanos para a natureza. Estas transferências
podem ser combinadas sob um guarda-chuva de trocas interativas de animais (ou
gametas) entre populações in situ e sob cuidados humanos para alcançar resultados
de conservação coincidentes. Isto aumenta muito a capacidade de sustentar popu-
lações viáveis, tanto em instituições zoológicas como em estado selvagem. Por uma
questão de manejo populacional eficaz, a legislação em níveis nacionais e interna-
cionais (incluindo os regulamentos da Convenção sobre o Comércio Internacional
de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Selvagens [CITES]) devem ser adaptados
e aplicados para proporcionar oportunidades para essas trocas interativas.
A ciência de manejar pequenas populações sob cuidados humanos é de relevância
direta para programas de conservação no campo que exigem técnicas de manejo
intensivas da vida selvagem.Por exemplo, cercas podem ser altamente eficazes para
a prevenção de conflitos entre humanos e a vida selvagem em populações de ani-
mais adjacentes a áreas habitadas. No entanto, as populações cercadas irão exigir
intervenção humana para serem viáveis a longo prazo. Da mesma forma, as popu-
lações pequenas e fragmentadas podem requerer a translocação de animais entre as
poucas áreas restantes para restaurar o fluxo gênico. Com mudança no uso da terra
e, cada vez mais, as mudanças climáticas progredindo a fragmentação, degradação e
destruição do habitat, é provável que a translocação se torne uma ferramenta cada
vez mais importante de conservação.Isso inclui considerar o papel que os zoológicos
e aquários podem desempenhar no conceito emergente de ‘reselvagização’, com o
objetivo de restaurar os processos ecológicos para recriar ecossistemas funcionais.
A orientação estratégica é fornecida nas Diretrizes revisadas para Reintroduções e
Outras Translocações pela Conservação da SSC/IUCN.
À medida que a crise da biodiversidade se intensifica, um número crescente de
espécies provavelmente irá exigir alguma forma de manejo intensivo da população
(intervenção humana), a fim de evitar a extinção. Orientação sobre se e quando as
atividades em zoológicos e aquários podem ser um componente benéfico de uma
estratégia global de conservação das espécies é fornecida nas Diretrizes revisadas
sobre o Uso do Manejo Ex Situ para a Conservação de Espécies da SSC/IUCN.
Essas diretrizes delineiam um processo de tomada de decisão de cinco passos
que definem potenciais funções de conservação que as populações sob cuidados
humanos podem desempenhar, o tipo de atividades necessárias para cumprir essas
funções, e a viabilidade, os riscos e probabilidade de sucesso. O manejo popula-
cional pode ser usado de maneira mais eficaz como uma ferramenta de conservação
se as formas específicas com que ele pode melhorar a viabilidade da população ou
impedir a extinção são identificadas e avaliadas criticamente, como parte de uma
abordagem integrada ao planejamento de conservação das espécies.
Além do desenvolvimento de ferramentas para a gestão relacionadas ao compor-
tamento, reprodução, genética, saúde e bem-estar de populações intensamente
manejadas, abordagens inovadoras são necessárias para melhorar a capacidade de
sustentar populações viáveis, tanto sob cuidados humanos quanto na natureza, tal
como identificado em um levantamento recente conduzido pela WAZA para a con-
servação das espécies por zoológicos e aquários.Há desafios existentes que também
precisam de atenção, como o manejo das espécies que vivem em grupos, do baixo
sucesso reprodutivo, a gestão de metapopulações e adaptações de serem mantidas
sob cuidados humanos. Pesquisas e novos avanços tecnológicos (por exemplo,
genômica) estão emergindo com o potencial de mudar significativamente e mel-
horar a forma como as populações são geridas (veja Ciência e Pesquisa).Haverá
a necessidade de desenvolver novas formas e ferramentas de software para incor-
porar essas descobertas e tecnologias para o manejo populacional. Isso inclui, por
exemplo, centros de reprodução fora dos locais, reservas extrativistas e bancos de
recursos genômicos. Desenvolver populações sustentáveis, geneticamente diversas,
é uma obrigação que atende à conservação no campo e ao trabalho de conservação
realizado em instituições zoológicas, e metas de bem-estar animal (veja Ciência e
Pesquisa).
Uma forma significativa de melhorar a sustentabilidade da população e os benefícios
da conservação é melhorar o manejo populacional nos países de ocorrência de
espécies ameaçadas. Da mesma forma, manter boas parcerias com os gestores de
populações selvagens é fundamental para aumentar o impacto dos programas de
reprodução. Os acordos devem ser feitos com as autoridades de gestão para asse-
gurar que todos saibam quais metas devem ser cumpridas para atingir os objetivos
da equipe de recuperação e que tarefas são da responsabilidade de cada instituição.
CONCLUSÃOO manejo populacional sustentável é uma das questões mais cruciais para os
zoológicos e aquários modernos, e os visitantes podem ter dificuldades de difer-
enciar entre as necessidades individuais de um animal (bem-estar animal) e as
necessidades de conservação de uma espécie (manejo da população).O manejo
de populações dentro das instituições zoológicas exige regularmente transferên-
cias de animais, seleção de parceiros, composição de grupos sociais, a eutanásia
ou contracepção, e esses requisitos devem ser claramente explicados a todos os
interessados, em termos de conservação e bem-estar.
RECOMENDAÇÕES• Devido à falta de espaço ser o maior impedimento para o estabelecimento de
populações sustentáveis a longo prazo, os zoológicos e aquários devem dedicar
espaço à manutenção e reprodução de espécies manejadas cooperativamente
como um compromisso fundamental pela sustentabilidade.
• Programas de reprodução pela conservação devem ser avaliados, tanto qualita-
tiva como quantitativamente, com uma base regular em termos de seu sucesso
em atingir as metas estabelecidas e sustentabilidade, e por seu potencial
impacto na conservação.
• Programas integrados de conservação das espécies devem promover avanços
nas colaborações entre zoológicos e aquários, organizações não-governamen-
tais, instituições acadêmicas, agências governamentais e outros parceiros de
mesma opinião quando o manejo intensivo da população é considerado ade-
quado para alcançar os resultados positivos de conservação.
• Para alcançar resultados significativos de conservação, os zoológicos e aquários
devem centrar a sua atenção sobre espécies ameaçadas para as quais eles
podem fazer a diferença. Onde programas de reprodução regionais e relevantes
devem se unir para abordar estratégias globais de conservação das espécies.
• Boas práticas de neonatologia e bem-estar animal são pré-requisitos para pro-
gramas de reprodução bem sucedidos e, portanto, devem ser a base para todo o
trabalho dos zoos e aquários, tanto nas instituições como no campo; incluindo
a formação e apoio para a equipe que realiza o manejo da população em todos
os níveis
FILHOTE DE MORSA-DO-PACÍFICOWILDLIFE CONSERVATION SOCIETY, NOVA YORK, EUA
5958C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S
A excelência em bem-estar animal é fundamental
para atingir uma meta compartilhada de con-
servação da vida selvagem. Demonstrar que o
bem-estar dos animais é do mais alto padrão pos-
sível é crucial e deve ser visível em todos os jardins
zoológicos e aquários. Enquanto a conservação
da vida selvagem é o propósito central das institu-
ições zoológicas, o bem-estar animal positivo é a sua
atividade principal. Um resumo mais detalhado do
bem-estar animal em zoos e aquários é descrito em
Cuidando da Vida Selvagem: A Estratégia Mundial
de Bem-estar Animal dos Zoológicos e Aquários.
Instalações zoológicas modernas se esforçam para
fornecer as necessidades complexas dos animais e
tem como objetivo, na medida do possível, permitir
que as espécies sob seus cuidados expressem uma
variedade de comportamentos naturais tão grande
quanto possível.
A percepção humana e as respostas emocionais ao
bem-estar dos animais em zoos e aquários são dis-
tintas de outras indústrias de manejo animal, tais
como animais domésticos ou de fazendas para os
quais foram desenvolvidos paradigmas tradicionais
de bem-estar animal. Nos zoológicos e aquários, os
funcionários formam laços estreitos com os ani-
mais, muitas vezes cuidando deles por muitos anos.
Instituições zoológicas modernas normalmente
abrigam um pequeno número de indivíduos ani-
mais de alto valor para a conservação. Os próprios
animais têm alto valor intrínseco e, além disso, são
muitas vezes amados pelos visitantes – e podem
se tornar um foco de intenso interesse público e
envolvimento emocional.
ALCANÇANDO CONDIÇÕES DE BEM-ESTAR ANIMAL POSITIVOAnimal O bem-estar animal se refere ao estado de um
animal, incluindo os sentimentos e sensações subje-
tivos que experimenta dentro de si, como resultado
de sua saúde física, psicológica e comportamental, e
influências circundantes. Os avanços no conhecimento
em bem-estar animal confirmaram não só condições
físicas, mas também a importância de se considerar os
estados psicológicos dos animais quando avaliar o bem-
estar ao longo do tempo. Portanto, é essa integração
que visa atender às necessidades comportamentais dos
animais.
O bem-estar animal positivo descreve o estado geral
experimentado por um animal quando suas necessi-
V I S Ã O
Cada zoológico e aquário demonstra um compromisso claro e focado na excelência em bem-estar animal, que apoia metas eficazes e compartilhadas de conservação
da vida selvagem.
Os zoos e aquários têm
a responsabilidade de
atingir elevados padrões
de bem-estar animal em
apoio aos seus objetivos
como organizações
conservacionistas modernas.
D E C L A R A Ç Ã O D E C O M P R O M I S S O
Estratégia Mundial de Bem-estar Animal dos Zoológicos e Aquários
dades físicas e psicológicas forem cumpridas, e quando
o ambiente lhe proporciona desafios gratificantes e
escolhas ao longo do tempo. Zoológicos e aquários
tem de manejar e promover ativamente “estados de
bem-estar positivos” para os animais de uma forma
mensurável e transparente, utilizando rigor, pesquisa,
conhecimentos técnicos, cuidados veterinários e moni-
toramento das habilidades.
COMUNICANDO SOBRE OS ANIMAISÉ amplamente reconhecido que os animais em
zoológicos e aquários são “embaixadores” para os
animais em estado selvagem e ajudam na comuni-
cação de mensagens-chave para a sociedade sobre a
conservação da biodiversidade. Ao apresentar a vida
selvagem em ambientes naturais simulados, os visi-
tantes são encorajados a aprender sobre a conservação
da vida selvagem e são inspirados a tomarem medidas
para conservar o mundo natural. A tendência para exi-
bições de imersão, onde os visitantes compartilham
o mesmo ambiente que os animais, proporciona uma
experiência multi-sensorial e intimidade perceptível
com o mundo natural. Isto promove o aprendizado
emocional e cria uma conexão emocional com a
pesquisa sobre a vida selvagem apresentada, que os
visitantes são mais propensos a apoiar e doar para
a conservação, por mudar o seu comportamento e,
talvez, até mesmo se tornarem vigilantes e campeões
da conservação. (Veja Apelo aos diretores de
zoológicos e aquários e Engajamento – Influenciando
mudanças de comportamento pela conservação).
O cuidado positivo dos zoos e aquários com todos os
animais em suas instalações afirma a conexão entre
animais e visitantes, e fortalece e confirma a men-
sagem vital sobre a conservação da vida selvagem
(veja Criando uma Cultura da Conservação). Ao
comunicar mensagens de conservação, as instituições
HOUSTON ZOO, TEXAS, EUASuricatos são guarnecidos com oportunidades de enriquecimento
para encorajar comportamentos naturais que apresentam em estado selvagem
O R G A N I Z A Ç Õ E S C O N S E R VA C I O N I S T A S M O D E R N A S E B E M - E S T A R A N I M A L
BANDICOOT-LISTRADO-ORIENTALZOOS VICTORIA, AUSTRÁLIA
60 61E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OO R G A N I Z A Ç Õ E S C O N S E R VA C I O N I S TA S M O D E R N A S E B E M - E S TA R A N I M A L | C u i d a n d o d a V i d a S e l v a g e m
NOSSO COMPROMISSO É COM:
• Esforçarmo-nos para atingir padrões elevados de bem-estar para os animais
sob nossos cuidados;
• Sermos líderes, defensores e assessores de autoridades pelo bem-estar animal;
• Fornecer ambientes que focam nas necessidades físicas e comportamentais
dos animais.
AO FAZER ISSO, NÓS NOS COMPROMETEMOS A:
• Tratar todos os animais em nossos zoológicos e aquários com respeito;
• Tornar elevados padrões de bem-estar animal um grande foco de nossas
atividades de reprodução;
• Certificarmo-nos de que todas as decisões de reprodução são sustentadas por
ciência veterinária e do bem-estar animal atualizadas;
• Construir e compartilhar com colegas conhecimentos, habilidades e
aconselhamento das melhores práticas de cuidados e bem-estar animal;
• Cumprir com os padrões específicos de bem-estar animal estabelecidos pelas
associações regionais de zoológicos e aquários e a WAZA; e
• Cumprir com os códigos da prática, regulamentos e legislação jurisdicionais e
nacionais, bem como tratados internacionais relativos aos cuidados e bem-estar
animal
zoológicas devem comunicar sempre o respeito pelos animais. Como tal, onde os
animais de zoos e aquários são utilizados em demonstrações ou interações com o
público, mensagens de conservação fortes também devem ser comunicadas e o pro-
cesso deve ser sempre feito de tal forma que o bem-estar individual dos animais não
seja comprometido.Tais atividades devem ser supervisionadas por um veterinário
ou funcionários treinados que acompanham de perto o bem-estar em curso dos
animais. Se estados de bem-estar negativos são detectados em qualquer ponto, os
animais devem ser retirados de tais interações.
BEM-ESTAR PELA CONSERVAÇÃO E ZOOLÓGICOS MODERNOS‘Bem-estar pela conservação’, um termo que tem sido desenvolvido no mundo
zoológico ao longo dos últimos dez anos, aplica-se a assegurar estados de
bem-estar animal positivos, ao mesmo tempo que almeja atingir os objetivos
da conservação, tais como atividades de pesquisa sobre a vida selvagem ou
programas de reintrodução à natureza. O bem-estar animal excelente apoia
a conservação eficaz através, por exemplo, da melhoria das práticas de neo-
natologia e reintroduções bem
sucedidas, e maior envolvimento
dos visitantes. Esta abordagem de
‘conservação compassiva’destaca um
princípio fundamental de considerar
o bem-estar individual dos animais
enquanto trabalha para salvar as
espécies.
O compromisso dos zoos e aquários
pelo bem-estar animal deve ir além
da responsabilidade institucional
interna. Este compromisso deve ser
amplamente divulgado ao público,
através da educação, interpretação,
mídias sócias e todas as formas de
comunicação. Rigorosa pesquisa e
avaliação na percepção pública do
bem-estar animal são essenciais para
ter certeza de que os visitantes com-
preendem o que o bem-estar animal
e manejo da população acarreta.
Devido à urgência da conservação
e as necessidades de manejo inten-
sivo das espécies, enquanto uma
prioridade do bem-estar pode ser
minimizar ‘estresse’ nos animais,
isso pode não ser sempre aplicável
em um contexto de bem-estar pela
conservação.Por exemplo, pro-
gramas de reprodução para a soltura
na natureza devem necessariamente pro-
mover comportamentos selvagens que podem ser considerados por alguns
como ‘estressantes’ aos animais individualmente e/ou contra o seu bem-estar
positivo. No entanto, isso é fundamental para a sobrevivência dos indivíduos em
um ambiente selvagem e liga-se à conservação de uma espécie de forma mais
ampla.Muitos programas de reprodução para soltura realizam pré-solturas
condicionadas, que podem incluir o treinamento pré-soltura sobre predação
que instiga respostas de voo; a manipulação da dieta para replicar a disponibili-
dade de alimentos na natureza; ou a introdução de presas vivas.
Para os indivíduos animais envolvidos no manejo intensivo e ações de conser-
vação associadas, esta perspectiva estratégica e de alto nível conservacionista
deve ser reconhecida e gerenciada. Práticas controversas devem ser submetidas
a uma revisão ética e processo de avaliação crítico para se certificar de que o
fim justifica os meios. Como o bem-estar positivo representa uma acumu-
lação líquida de experiências positiva sobre negativas na vida de um animal, a
natureza transitória destas estratégias é aceitável na medida em que elas encon-
tram os objetivos estratégicos mais amplos do bem-estar pela conservação.
FERRAMENTAS PARA CONSTRUIR O BEM-ESTAR ANIMAL POSITIVO Em todos os aspectos de cuidados com os
animais, os zoológicos e aquários devem
aplicar as abordagens mais recentes val-
idadas para manejar animais selvagens
e maximizar seu bem-estar. Isto inclui
garantir metodologias de treinamento, tais
como o reforço positivo, projetar recintos
focados no bem-estar, que empregam
funcionários altamente qualificados e
treinados, fornecer os mais altos níveis
possíveis de cuidados veterinários, usar
enriquecimento ambiental, rever contin-
uamente a dieta, um manejo contínuo e
informado, um foco de pesquisa e monitorar
continuamente os estados de bem-estar
animal.As implicações do bem-estar
pela conservação de adquirir indivíduos
animais que experimentaram captura neg-
ativa, transporte ou perturbações sociais
precisam ser consideradas. A parceria com
outros zoológicos e aquários, universidades
e organizações científicas e de bem-estar
animal são ferramentas importantes para
a construção e melhoria do bem-estar
animal, incrementando o conhecimento e
prática internos, e atualizando permanen-
temente as habilidades dos funcionários.
Deve haver um avanço no sentido de resul-
tados quantificáveis baseados nos animais,
como avaliações de hormônios, diversidade
comportamental ou frequência cardíaca, que produzam resultados quanti-
ficáveis e replicáveis, para proporcionar um nível mais comparativo e analítico
para o bem-estar animal.
Programas de acreditação de associações nacionais ou regionais de zoos e
aquários são uma forma eficaz de demonstrar bons padrões de bem-estar, e os
zoológicos e aquários devem procurar alcançar a acreditação quando ela estiver
disponível. Onde a acreditação não estiver disponível, os zoos e aquários devem
demonstrar a realização do bem-estar através de outros métodos por parcerias
e avaliações comparativas com outros.Um objetivo principal é atender toda a
legislação local e/ou regulamentos de bem-estar e manutenção de animais. A
abordagem desejada é ultrapassá-los.
Além disso, a ética animal e comitês de bem-estar dentro dos zoológicos e
aquários fornecem pontos de referência úteis e objetivos para a tomada de
decisões sobre bem-estar animal e o bem-estar pela conservação. Tais comitês
podem incluir membros-chave da equipe, tais como veterinários e funcionários
do manejo animal, assim como membros externos da comunidade científica
e em geral. Zoos e aquários que usam as comissões relatam que elas ajudam
a garantir a transparência nos processos de tomada de decisão sobre o bem-
estar animal; e permitem a incorporação da perspectiva da comunidade sobre
questões de bem-estar específicas e o bem-estar pela conservação.
Outro aspecto fundamental de assegurar o bem-estar animal positivo é
estabelecer um forte bem-estar e cultura organizacional orientada para o plane-
jamento. O planejamento minucioso e esclarecido, que considera o bem-estar
dos animais para eventos reprodutivos, transferências e movimentos,projetos
de recintos e áreas de manejo, enriquecimento ambiental e os procedimentos
habituais de funcionamento relacionados ajudam a construir a confiança e
experiência em bem-estar animal.
CONCLUSÃOUma carta ou declaração de compromisso de bem-estar animal pode ser um
mecanismo poderoso para os funcionários dos zoos e aquários entenderem e apre-
ciarem o compromisso da administração com o bem-estar animal, e também ser
um compromisso claro para os visitantes e a comunidade em geral. A declaração
de compromisso foi adotada pela WAZA como uma parte de Cuidando da Vida
Selvagem: A Estratégia Mundial de Bem-estar Animal dos Zoológicos e Aquários.
RECOMENDAÇÕES • Compromisso e sucesso no cuidado e bem-estar animal são fundamentais para
a credibilidade dos zoológicos e aquários, e devem estar no centro de todas as
operações em instituições zoológicas.
• O bem-estar animal positivo deve ser fornecido aos animais sob cuidados
humanos como descrito em Cuidando da Vida Selvagem: A Estratégia Mundial
de Bem-estar Animal dos Zoológicos e Aquários, sendo este fundamental para
o zoo e aquário moderno.
• Todas as interações ou apresentações com animais devem estar ligadas à men-
sagens de conservação e informações sobre comportamentos naturais, e devem
ser supervisionadas e geridas por um profissional da equipe treinado para ter
certeza de que os estados de bem-estar animal positivos sejam alcançados.
• Assegurar o equilíbrio das atividades de bem-estar e conservação, e construir
a compreensão da importância de perspectivas integradas de conservação
das espécies para incluir e reconhecer o bem-estar animal e o bem-estar pela
SHEDD AQUARUIM, IL, USAProfissionais médicos do aquário fazem uma cirurgia em uma raia.
C O M P R O M I S S O D A E S T R A T É G I A M U N D I A L D E B E M - E S TA R A N I M A L D O S Z O O L Ó G I C O S E A Q U Á R I O S
Raposa-voadora-de-Rodrigues
conservação.
• As instituições zoológicas devem construir uma cultura organizacional que
tem o compromisso de revisar continuamente os padrões de bem-estar animal
e incluir um alto nível de planejamento para todos os aspectos da vida de um
animal.
62 63E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OA P Ê N D I C E | B i b l i o g r a f i a
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Redford, K. H., Jensen, D. B. & Breheny, J. J. (2012)Integrating the captive and the wild. Science 338: 1157–1158.
Rees, P. A. (2011)An Introduction to Zoo Biology and Management. Oxford: Wiley-Blackwell.
WAZA (2005)Building a Future for Wildlife: The World Zoo and Aquarium Conservation Strategy. Berne: WAZA .
WAZA (2009)WAZA Vision and Corporate Strategy Towards 2020: Voice of the Global Zoo and Aquarium Community. Berne: WAZA .
WWF (2014)Living Planet Report 2014: Species and Spaces, People and Places (ed. by McLellan, R., Iyengar, L., Jeffries, B. & Oerlemans, N.). Gland: WWF.
Zimmermann, A., Hatchwell, M., Dickie, L. & West, C. (eds) (2007)Zoos in the 21st Century: Catalysts for Conservation? Cambridge: Cambridge University Press.
64 65E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S
C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OA P Ê N D I C E | S i g l a s e We b s i t e s
A C R O N Y M S A N D W E B S I T E S
A P Ê N D I C E | G l o s s á r i o d e Te r m o s
G L O S Á R I O D E T E R M O S
AArkAmphibian Arkhttp://www.amphibianark.org
Association of Zoos and Aquariums (AZA) Saving Animals From Extinction (SAFE)http://www.aza.org/safe
Association of Zoos and Aquariums (AZA) Toolkit for Increasing AZA-Accredited Zoo & Aquarium Contributions to Field Conservationhttps://www.aza.org/uploadedFiles/Conservation/Toolkit%20for%20Increasing%20Field%20Conservation%20Contributions%202012_Final.pdf
AZAAssociation of Zoos and Aquariumshttp://www.aza.org
CBDUnited Nations Convention on Biological Diversity http://www.cbd.int
CBSGIUCN SSC Conservation Breeding Specialist Grouphttp://www.cbsg.org
CBSMCommunity-based Social Marketing: Fostering Sustainable Behaviorhttp://www.cbsm.com
CITESConvention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Florahttp://www.cites.org
Conservation Psychologyhttp://www.conservationpsychology.org/about/definition
Frozen Arkhttp://www.frozenark.org
GSMPGlobal Species Management Planhttp://www.waza.org/en/site/conservation/conservation-breeding-programmes/gsmp
ISISInternational Species Information Systemhttp://www2.isis.org
IUCNInternational Union for Conservation of Naturehttp://www.iucn.org
IUCN Red List of Threatened Specieshttp://www.iucnredlist.org
Living Machinehttp://www.livingmachines.com
Project Conservation Impact Toolhttp://www.waza.org/en/site/conservation/conservation-impact
SSCIUCN Species Survival Commissionhttp://www.iucn.org/about/work/programmes/species/who_we_are/ about_the_species_survival_commission_
United Nations Strategic Plan for Biodiversity 2011-2020: Aichi Biodiversity Targetshttp://www.cbd.int/sp/targets
WAZAWorld Association of Zoos and Aquariumshttp://www.waza.org
ZIMSZoological Information Management Systemhttp://www2.isis.org/products/Pages/default.aspx
Zoos and Aquariums for 350http://www.cbsg.org/zoos-aquariums-350
Abordagem do Plano UnificadoPlanejamento integrado de conservação das espécies que considera todas as populações da espécie (dentro e fora da área de distribuição natural), em todas as condições de manejo, e envolve todas as partes e recursos responsáveis desde o início da iniciativa de planejamento da conservação.
AquárioInstalação permanentemente fixa, principalmente aberta e administrada para o público visitante, com animais aquáticos selvagens vivos e outras espécies.
Área protegidaUm espaço geográfico claramente definido, reconhecido, dedicado e gerido por meios legais ou outros meios eficazes para conseguir a conservação a longo prazo da natureza com os serviços ecossistêmicos associados e valores culturais.
Ativismo na cadeia de fornecimentoA ação de organizações unindo forças para exercer uma influência substancial sobre os fornecedores de bens e serviços para benefício mais amplo da conser-vação.
Banco de recursos genômicosArquivo de informação genética de espécies a partir de uma variedade de amostras biológicas, especialmente gametas (oócitos e esperma).
Bem-estar animalComo um animal lida com as condições em que vive. Um bom estado de bem-estar (como indicado por evidências científicas) resulta em um animal que é saudável, confortável, bem nutrido, seguro, capaz de expressar comportamento inato e não sofrendo de estados desagradáveis, como dor, medo e angústia.
Bem-estar pela conservação ou conservacionistaGarantir estados de bem-estar animal positivos ao mesmo tempo que almeja atingir os objetivos da conservação, tais como atividades de pesquisa sobre a vida selvagem ou programas de soltura na natureza.
BiobancoUma grande coleção de dados biológicos ou médicos e amostras de tecidos, reunida para fins de pesquisa.
BiodiversidadeA variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens, incluindo, nomeadamente, ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; Isto compreende a diversidade dentro das espécies, entre as espécies e de ecossistemas (definição da CBD).
Cativeiro(de uma perspectiva zoológica)Uma situação em que um animal é mantido em um habitat feito pelo homem e
exclusiva ou parcialmente dependente de cuidados humanos.
Conservação Proteger as populações de espécies em habitats naturais a longo prazo (definição da WAZA).
Conservação de campo Contribuir diretamente para a sobrevivência a longo prazo das espécies em ecossistemas e habitats naturais.
Conservação integradaProjetos que ligam a conservação da biodiversidade, tanto dentro como fora da distribuição natural, e leva em conta todas as partes interessadas.
DistribuiçãoA área sobre a qual uma espécie ocorre.
Doença emergenteDoenças novas ou não reconhecidos anteriormente, podendo ter origem bacteriana, fúngica, viral e de outros parasitas.
Ecossistema A comunidade biológica de organismos que interagem e seu ambiente físico.
Educação ambientalEnsino e experiências de aprendizagem que promovam a compreensão e apreciação do mundo natural.
Espécie invasoraUma espécie que compete com as espécies nativas por espaço e recursos; geralmente exótica ou introduzida.
Eutanásia A terminação humana, indolor e livre de perigo da vida, usando um método que produz a perda concomitante de consciência e funcionamento do sistema nervoso central.
Fragmentação do habitat Eliminação ou degradação do habitat onde as áreas, uma vez contínuas, são divididas em seções isoladas; estas só podem suportar populações reduzidas e sofrem de efeitos de borda e alterações nos microclimas.
Fragmentação da populaçãoQuando os grupos de animais que vivem na natureza se tornam separados dos outros grupos da mesma espécie, e não estão ligados de uma maneira que permita o fluxo de genes entre os grupos; muitas vezes como resultado da fragmentação do habitat.
GenômicaIdentificação e sequenciamento dos genes, e o estudo da interação dos genes
As definições aqui fornecidas são determinadas pelo contexto dentro desta estratégia. Estas definições como objetivo proporcionar clareza e confiança sobre os significados dentro deste documento.
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C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OA P Ê N D I C E | A g r a d e c i m e n t o s
A
Jill Allread
Javier Almunia
Marc Ancrenaz
B
Heather Bacon
Eric Bairrão Ruivo
Anne Baker
Jonathan Ballou
Miroslav Bobek
Jeff Bonner
Paul Boyle
Frank Brandstätter
Miriam Brandt
Renee Bumpus
Steve Burns
Onnie Byers
C
Bryan Carroll
Susan A. Chin
Ann Clarke
William G. Conway
D
Gerald Dick
Lesley Dickie
Candice Dorsey
Simon Duffy
Somos gratos pela contribuição proporcionada pelos mais de 100 participantes dos workshops realizados durante a 68ª Conferência Anual e Congresso
Técnico da WAZA, em Orlando, Flórida, EUA entre 13 e 17 outubro de 2013, ea 69ª Conferência Anual e Congresso Técnico da WAZA, em Nova
Deli, Índia, entre 2 e 6 de novembro de 2014.Também estamos sinceramente gratos àqueles que participaram das oficinas de revisão da Estratégia de
Conservação da WAZA estratégia de organizadas pelo Houston Zoo, no Texas, EUA, em maio de 2013, e pelo Leipzig Zoo, na Alemanha, em maio de
2014.
Também agradecemos às pessoas listadas abaixo, que incansavelmente analisaram vários esboços da Estratégia. Estes colegas foram uma valiosa fonte de
conselhos e informações, e sua energia e entusiasmo foram inspiradores.
A P P E N D I X | G l o s s a r y o f Te r m s
A G R A D E C I M E N T O S
G L O S S A R Y O F T E R M S
LEIPZIG ZOO, ALEMANHÃParticipantes do workshop de revisão da Estratégia de
Conservação da WAZA realizado no Leipzig Zoo, Alemanha, em 2014.
E
Lee Ehmke
Susie Ellis
Maggie Esson
F
João Falcato
Carolina Falla
Megan Farias
David Field
Karen Fifield
Nate Flesness
G
Cullen Geiselman
Suzanne Gendron
Jo Gipps
Alejandro Grajal
Jenny Gray
Myfanwy Griffith
Shelly Grow
H
Júlia Hanuliaková
Jens- Ove Heckel
Stephanie Hedt
Chris Hibbard
Heribert Hofer
Bengt Holst
Susan Hunt
Kira Husher
J
Barbara Jantschke
Jörg Junhold
K
Mati Kaal
Corinne J. Kendall
Cameron Kerr
Stella Kondylas
Andrzej Kruszewicz
Heike Kück
L
Robert C. Lacy
Kristin Leus
Nick Lindsay
Jerry Luebke
Deborah Luke
Sonja Luz
M
Danny de Man
Judy Mann
Tiit Maran
Yolanda Matamoros
Elyse Mauk
Michael Maunder
Pati Medici
David Mellor
Yara de Melo Barros
Lance Mille
R. Eric Miller
Jo-Elle Mogerman
Don Moore
Dave Morgan
N
Manfred Niekisch
O
Frank Oberwemmer
P
Olivier Pagan
Theo Pagel
Katie Pahlow
Paul Pearce-Kelly
Zjef Pereboom
Wolfgang Peter
Lothar Philips
Sergey Popov
R
George Rabb
Sharon Redrobe
Matthias Reinschmidt
Peter Riger
Terri Roth
Alex Rübel
S
Myriam Salazar
Kristine Schad
Christoph Schwitzer
Adrián Sestelo
William Spitzer
Miranda Stevenson
T
Kazutoshi Takami
Anne Taute
Sarah Thomas
Simon Tonge
Kathy Traylor-Holzer
com outros e o meio ambiente.
LevantamentoAnálise sistemática de potenciais ameaças, oportunidades e desenvolvimentos futuros prováveis que estão à margem do pensamento e planejamento atual.
Manejo de metapopulaçãoGestão de um grupo de populações(parcialmente) isoladas da mesma espécie com, por exemplo, a troca de indivíduos ou genes entre populações selvagens e aquelas sob cuidados humanos.
MetapopulaçãoUm grupo de populações que são separadas por um espaço, mas pertencem à mesma espécie, e interagem através de indivíduos membros que se movem de uma população para outra.
Mudança climáticaMudança nos padrões climáticos globais ou regionais, atribuído em grande parte ao aumento dos níveis de dióxido de carbono atmosférico produzido pelo uso de combustíveis fósseis, que está forçando o sistema climático do planeta em um estado de transição caótica.
NeonatologiaRamo que se dedica ao estudo e cuidado do feto e recém-nascido durante e após seu nascimento até sua independência.
Pegada de carbonoQuantidade de dióxido de carbono liberado na atmosfera como resultado das atividades de um indivíduo em particular, organização ou comunidade.
Planejamento da coleçãoProcesso de planejamento estratégico a nível institucional, regional ou global, para identificar e priorizar taxa adequados à intervenção e cuidados humanos, determinado pela conservação e valor educativo desses taxa, e uma capacidade de prestar cuidados adequados; O planejamento da coleção prevê o futuro da instituição, e leva em conta os recursos organizacionais e limitações.
Práticas sustentáveisAções que reduzam os impactos ambientais negativos e aumentem os benefícios ecológicos e sociais.
Psicologia da conservação ou conservacionistaO estudo científico das relações recíprocas entre os seres humanos eo resto da natureza, com um foco particular sobre a forma de incentivar a conservação do mundo natural.
Reprodução pela conservação ou conservacionistaO processo de reproduzir animais para fins de conservação fora do seu ambiente natural em condições sob cuidados humanos.
Resultados da conservaçãoResultados da conservação a nível de espécie e/ou habitat, sejam sob cuidados
U
Kirsten Ufer
V
Robert Vagg
Stephen van der Spuy
William Van Lint
Monique Van Sluys
Tony Vecchio
Kris Vehrs
W
Sally Walker
Pam Warfield
Jason Watters
John Werth
Robert Wiese
David Williams-Mitchell
Roland Wirth
Z
Bill Zeigler
Merel Zimmermann
Condor-da-Califórnia
humanos ou no ambiente selvagem, que são quantitativos, qualitativos e de outra forma demonstráveis.
Serviços ecossistêmicosProcessos naturais, tais como o fornecimento de ar limpo, água limpa, ciclagem de nutrientes e produção do solo, que beneficiam as pessoas e mantêm as condições da vida na Terra.
Sustentabilidade ambientalInteração responsável com o meio ambiente para evitar o esgotamento ou degradação dos recursos naturais, e permitir a qualidade ambiental a longo prazo; A sustentabilidade ambiental ajuda a garantir que as necessidades da população atual sejam satisfeitas sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas necessidades.
StudbookRegistros detalhados de nascimentos, mortes, relações genéticas e outros dados biológicos que, quando analisados, permitem o manejo de uma população.
TranslocaçãoO movimento deliberado de organismos de um local para a soltura em outro; destina-se a proporcionar um benefício mensurável na conservação a nível da população, espécie ou ecossistema.population.
ZoológicoInstalação permanentemente faixa, principalmente aberta e administrada para o público visitante, com animais selvagens vivos e outras espécies.
Zoológico ou aquário modernoZoológico ou aquário contemporânea (como definido dentro deste glossário), que se esforça para alcançar elevados padrões de conservação da vida selvagem, bem-estar animal e educação ambiental.
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C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OA P Ê N C I D E | C r é d i t o s d a s Fo t o g r a f i a s
C R É D I T O S D A S F O T O G R A F I A S
Páginas 2-3, Gorila-da-montanha, Ruanda © Karim Sahai Photography
Página 9 , Sagui-cabeça-de-algodão© Stephanie Adams, Houston Zoo, TX, USA
Páginas 10-11, Pôr do Sol sobre o Rio Lugenda, Moçambique © Susan K. McConnell / www.susankmcconnell.com
Página 12, Masai Mara, Quênia © Byelikova_Oksana
Páginas 14-15, Elefantes-africanos, Botswana © Ben Neale, Gallery Earth Photography / http://galleryearth.com.au
Página16, Falcão-das-Maurício© Gregory Guida
Página18, Parque TransfronteiriçoKgalagadi© Nicole Gusset-Burgener
Página19, Pinguim-africano© Jonathan Heger
Páginas 20-21, Orangotangos© Joel Sartore, Photo Ark
Página 22, Unidos pelo Meio Ambiente© Michelle A. Slavin
Página 24, Telhado verde no “Girafferidge barn”© Cincinnati Zoo & Botanical Garden, OH, USA
Página 24, Zoo Doo © Ryan Hawk, Woodland Park Zoo, WA, USA
Página 24, Painéis solares© Vienna Zoo, Austria
Página 26, Borboletário no Melbourne Zoo© Zoos Victoria, Australia
Página 26, Gráfico de telefones celulares© Stephanie Adams, Houston Zoo, TX, USA
Página 27, Bisão-americano© GlobalLP
Páginas 28-29, Tartaruga-de-couro© Joel Sartore
Página30, Marmota-da-ilha-de-Vancouver© Ollie Gardner
Página31, Gorilla Doctors© Gorilla Doctors / www.gorilladoctors.org
Página 32, Esforço de reflorestamento em Madagáscar© Susie McGuire, Conservation Fusion
Página 33, SAFE-Salvando Animais da Extinção© Association of Zoos and Aquariums
Páginas 34-35, Marcação de tubarão pela Mar Alliance© Renee Bumpus, Houston Zoo, TX, USA
Página 36, Zebra-de-Grevy© Tyrel J Bernadini, Grevy’s Zebra Trust
Page 37, Marianas Avifauna Conservation© Hannah Bailey, Houston Zoo, TX, USA
Página 38, Fezes de cão-selvagem-africano© Marion L East & Heribert Hofer
Página 39, Insetosugador de sangue© Christian Voigt, IZW
Página 39, Civeta-lontra© Leibniz Institute for Zoo and Wildlife Research (IZW); Sabah Forestry Department (SFD); Sabah Wildlife Department (SWD)
Página 39, Pesquisa sobre o sagui-cabeça-de-algodão© Lisa Hoffner
Página 40, Aligátor-do-Yangtzé© Webitect | Dreamstime.com - Yangtze Alligator Photo
Páginas 42-43, Recinto dos leões-marinhos© David Merritt, Saint Louis Zoo, MO, USA
Página 44, Tartaruga-dos-brejos-ocidental© Michael Durham, Oregon Zoo, OR, USA
Página 46, Seafood Watch© Monterey Bay Aquarium, CA, USA / partnerships@mbayaq.org
Página 46, Escoteiro se compromete a proteger os elefantes© Julie Larsen Maher, Wildlife Conservation Society, NY, USA
Página 47, Recinto dos orangotangos© Zoos Victoria, Australia
Página 47, Biodiversidade somos Nós© WAZA, Switzerland
Página 48, Guepardo de pelúcia© Wild Republic, K&M International Inc.
Página 48, Sacolas de lona© Stephanie Adams, Houston Zoo, TX, USA
Página 48, Festival do Leopardo-das-Neves© Maya Erlenbaeva
Página49, Furão-das-patas-negras© U.S. Geological Survey, Department of the Interior
Página 50-51, Atelopuslimosus© B. Gratwicke, Smithsonian’s National Zoo, DC, USA
Página 52, Mutum-de-bico-azul© Stephanie Adams, Houston Zoo, TX, USA
Página 53, Cão-selvagem-africano© Stephanie Adams, Houston Zoo, TX, USA
Página53, Panda-vermelho© Stephanie Adams, Houston Zoo, TX, USA
Página 53, Cascavel-de-Aruba© Stan Mays, Houston Zoo, TX, USA
Página 54, Sapos-corredores© Henrik Egede-Lassen
Páginas 56-57, Filhote de morsa-do-Pacífico© Julie Larsen Maher, Wildlife Conservation Society, NY, USA
Página 58, Bandicoot-listrado-oriental© Zoos Victoria, Australia
Página 59, Enriquecimento para suricatos© Dale Martin, Houston Zoo, TX, USA
Página 60, Cirurgia em raia© Brenna Hernandez, Shedd Aquarium, IL, USA
Página 61, Raposa-voadora-de-Rodrigues © Ray Wilshire, Paignton Zoo, UK
Página63, Restauração de coral© Mike Concannon, Houston Zoo, TX, USA
Páginas 66-67, Condor-da-Califórnia© Ian K. Barker, San Diego Wild Animal Park, CA, USA
Página 67, Participantes de workshop da WAZA© Leipzig Zoo, Germany
Página 69, Lagarto-monitor-marmelo (Varanusmelinus)© reptiles4all
Lagarto-monitor-marmelo
On nature’s trail.