Introdução comprometendo a reação química dos gases de...

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Boletim de Serviços referente aos procedimentos mínimos necessários para solucionar os códigos de falha 2772 e 2773 Introdução Este boletim se aplica a todos os veículos equipados com motores Cummins ISF 2.8 e ISL 3.8 que possuam o sistema de pós tratamento dos gases de escape fornecidos pela Cummins Emission Solutions, e que apresentarem os códigos de falha 2772 e 2773. Principais causas relacionadas aos modos de falha 2772 e 2773: 1. Fluido ARLA 32 com concentração de ureia fora do especificado, adulterado ou não original; 2. Teor de enxofre do diesel acima do especificado, formando depósitos no catalisador e comprometendo a reação química dos gases de escape; 3. Existência de modificações estruturais ou adaptações de mecanismos operacionais por implementadores, e que não atendam as recomendações do Manual do Implementador quanto as dimensões, posicionamento e fixação dos componentes do sistema de pós-tratamento; 4. Presença de umidade ou danos nos pinos e conectores dos chicotes da unidade dosadora (doser); 5. Dobras ou amassamentos nas tubulações do ARLA 32; 6. Catalisador (EGP) com presença de óleo lubrificante do motor, partículas sólidas ou impurezas, causando obstruções internas, ou com danos gerando vazamentos; 7. Filtro da boia do reservatório de ARLA 32 obstruído; 8. Linhas e unidade dosadora (doser) obstruídas; 9. Vazamento de ARLA 32 através da tampa do filtro da unidade dosadora (doser); 10. Elemento filtrante da unidade dosadora (doser) com restrição; 11. Volume injetado de ARLA 32 pela unidade dosadora (doser) fora do especificado. Procedimentos necessários para identificar a causa raiz: 1. Verificar se a concentração de ARLA32 presente no tanque do veículo está correta, utilizando a ferramenta adequada conforme mostrado abaixo: Figura 01 – Refratômetro PN 4919554 a. Utilizando a pipeta disponibilizada na embalagem do refratômetro, coletar uma pequena amostra de água limpa e depositá-la no prisma de vidro do refratômetro para que o equipamento seja “zerado”, ou seja, a escala responsável por indicar a concentração deve apresentar o valor igual a zero quando submetido a medição com água.

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  • Boletim de Serviços referente aos procedimentos mínimos necessários para solucionar os códigos de falha 2772 e 2773

    Introdução Este boletim se aplica a todos os veículos equipados com motores Cummins ISF 2.8 e ISL 3.8 que possuam o sistema de pós tratamento dos gases de escape fornecidos pela Cummins Emission Solutions, e que apresentarem os códigos de falha 2772 e 2773. Principais causas relacionadas aos modos de falha 2772 e 2773: 1. Fluido ARLA 32 com concentração de ureia fora do especificado, adulterado ou não original; 2. Teor de enxofre do diesel acima do especificado, formando depósitos no catalisador e comprometendo a reação química dos gases de escape; 3. Existência de modificações estruturais ou adaptações de mecanismos operacionais por implementadores, e que não atendam as recomendações do Manual do Implementador quanto as dimensões, posicionamento e fixação dos componentes do sistema de pós-tratamento; 4. Presença de umidade ou danos nos pinos e conectores dos chicotes da unidade dosadora (doser); 5. Dobras ou amassamentos nas tubulações do ARLA 32; 6. Catalisador (EGP) com presença de óleo lubrificante do motor, partículas sólidas ou impurezas, causando obstruções internas, ou com danos gerando vazamentos; 7. Filtro da boia do reservatório de ARLA 32 obstruído; 8. Linhas e unidade dosadora (doser) obstruídas; 9. Vazamento de ARLA 32 através da tampa do filtro da unidade dosadora (doser); 10. Elemento filtrante da unidade dosadora (doser) com restrição; 11. Volume injetado de ARLA 32 pela unidade dosadora (doser) fora do especificado. Procedimentos necessários para identificar a causa raiz: 1. Verificar se a concentração de ARLA32 presente no tanque do veículo está correta, utilizando a ferramenta adequada conforme mostrado abaixo:

    Figura 01 – Refratômetro PN 4919554

    a. Utilizando a pipeta disponibilizada na embalagem do refratômetro, coletar uma pequena amostra de água limpa e depositá-la no prisma de vidro do refratômetro para que o equipamento seja “zerado”, ou seja, a escala responsável por indicar a concentração deve apresentar o valor igual a zero quando submetido a medição com água.

  • Figura 02 – Deposição de água limpa no prisma

    b. Após depositar água no prisma, feche a tampa de vidro da ferramenta e verifique através do visor se a escala da concentração indica o valor igual a zero.

    Figura 03 – Refratômetro com a tampa de vidro fechada

    Figura 04 – Escala disponível no visor indicando a concentração correta (0%)

  • c. Caso a escala não indique 0%, utilizar a chave disponibilizada na embalagem, para calibrar o equipamento.

    Figura 05 – Ajuste da escala do refratômetro

    d. Após a etapa de verificação do equipamento, limpe o prisma de vidro com a flanela disponibilizada na embalagem do refratômetro e repetir a medição com uma amostra de ARLA32 retirada do tanque do veículo. Neste caso, o correto valor de concentração que deverá ser encontrado irá variar entre 31,8 e 33%.

    Figura 06 – Exemplo correto e não correto de concentração de ARLA32

    e. Caso o valor encontrado esteja fora dessa faixa, o ARLA32 utilizado deverá ser classificado como impróprio para o uso. O tanque deverá ser esvaziado e reabastecido com ARLA32 de boa qualidade.

  • 2. Verificar se o combustível utilizado é S-50 ou S-10 e de boa qualidade. NOTA: O Diesel S10 e S50 são praticamente da mesma cor.

    Figura 07 – Diferença de cor entre os combustíveis com diferente concentração de enxofre

    3. Caso o veículo tenha passado por um encarroçador ou implementador, verificar se a posição da bomba de ureia, injetor de ureia e EGP estão de acordo com o manual do implementador.

    Figura 08 – Bomba de ARLA32

  • Figura 09 – EGP ISF 3.8L

    Figura 10 – Injetor de ARLA32

    4. Verificar se o conector elétrico da bomba de ureia a fim de identificar se há sinais de umidade, oxidação, amassamento ou derretimento de algum pino que possa caracterizar eventual curto circuito.

  • Figura 11 – Conector elétrico da bomba de ARLA32

    5. Certificar-se que as tubulações do sistema de injeção de ARLA 32 (fig. 11) não apresentem dobras, vazamentos e outros danos que possam causar restrições;

    Figura 12 – As mangueiras não podem estar dobradas ou danificadas

    6. Certificar-se que o catalisador (EGP) esteja em bom estado e não apresente partículas sólidas, impurezas, óleo lubrificante do motor ou esteja amassado; NOTA: Utilizando uma máquina fotográfica de boa resolução com flash, é possível verificar, através do tubo de entrada, se a cerâmica está obstruída (fig 14);

  • Figura 13 – Sólidos gerados através de ARLA32 de má qualidade ou ureia agrícola

    Figura 14 – Tubo de entrada do EGP. Fotografar a entrada utilizando máquina com flash e zoom

  • Figura 15 – Exemplo de catalisador limpo

    Figura 16 – Exemplo de catalisador parcialmente obstruído (esquerda) e catalisador totalmente

    obstruído (direita)

  • 7. Verificar se o filtro do sensor de nível está obstruído. Em caso positivo, substitua o filtro.

    Figura 17 – Remover sensor de nível do tanque de uréia

    Figura 18 – Verificar estado do filtro. Caso esteja sujo, deverá ser substituído.

    8. Verificar se a linha de sucção da bomba de ureia está obstruída. Este procedimento deverá ser realizado caso não seja possível efetuar o teste de dosagem de ARLA32 contido no INSITE. Para a realização deste procedimento será necessário uma seringa convencional e uma mangueira de borracha com diâmetro interno de 5mm e comprimento de 600mm. A seringa deve estar cheia de água e a mangueira deve ser encaixada no conector de sucção da bomba para que a água da seringa seja pressurizada e, consequentemente, eventuais impurezas possam sair pela linha de injeção e permitir que a bomba seja capaz de succionar o ARLA32 do tanque. NOTA: Desconectar as mangueiras das linhas de sucção e injeção da bomba.

  • Figura 19 – Desconectar as mangueiras das linhas de sucção e injeção

    Figura 20 – Seringa convencional com mangueira de borracha

  • Figura 21 – Bomba de ARLA32 com indicação dos conectores

    Figura 22 – Encher a seringa com água limpa

  • Figura 23 – Conectar a mangueira da seringa no conector de sucção da bomba

    Figura 24 – Pressurizar a linha até que a água saia pelo conector de injeção

    NOTA: Repetir o teste por no máximo 5 vezes ou até que saia água limpa pelo conector de injeção. 9. Caso isso não ocorra, remover o conector de sucção e verificar se o mesmo está quebrado, danificado ou com o filtro interno contaminado. Para verificar tal contaminação será necessária a utilização de uma lupa em um local bem iluminado. Caso seja necessário, troque o conector por outro e refaça o teste. Todos os 3 conectores da bomba estão disponíveis para venda: - Conector de sucção: PN 2880299 - Conector de retorno: PN 2888180 - Conector de injeção: PN 2880300

  • Figura 25 – Conector de sucção: Verificar a parte interna utilizando uma lupa e luz

    10. Verificar se há vazamento através da tampa do filtro. Em caso positivo, soltar a tampa e verificar se o pino do filtro está montado, pois ele também atua como vedante. Ao reapertar a tampa, utilize o torque de 20 N.m.

    Figura 26 – Tampa do filtro

  • Figura 27 – Exemplo de bomba com e sem o pino do filtro

    11. Verificar a condição do filtro da bomba. a. Soltar a tampa, remover o filtro e verificar se o mesmo apresenta sinais de obstrução. Em caso positivo, o filtro deverá ser substituído. - Filtro da bomba de ureia: PN 5303604

    Figura 28 – Utilizar uma chave estrela nº 27mm para soltar a tampa do filtro

    Figura 29 – Passo-a-passo para verificação do filtro

  • Figura 30 – Filtro novo

    12. Verificar a resistência elétrica do injetor de ureia conforme especificação a seguir: a. O valor de resistência elétrica que deverá ser encontrado no solenoide do bico injetor de ureia deve

    respeitar a faixa de 11,4 a 12,6 Ohms. NOTA: Cuidado ao efetuar a medição, pois pode haver uma resistência residual no multímetro que deverá ser descontado no momento da leitura.

    Figura 31 – Remover o chicote elétrico do conector do injetor para verificar a resistência elétrica

  • Figura 32 – Procedimento para verificar a resistência residual no multímetro. Este valor deverá ser

    descontado no momento da leitura.

    Figura 33 – Medição e leitura da resistência elétrica do injetor.

    NOTA: O valor de resistência registrado no multímetro é 12,5 Ohms, porém devem ser descontados 0,2 Ohms residual do aparelho, ou seja, a resistência elétrica do componente é de 12,3 Ohms e está dentro do especificado.

    13. Utilizando a ferramenta INSITE, conduzir o teste de dosagem do sistema respeitando a sequência numerada a seguir: a. Soltar o bico injetor do tubo de decomposição;

  • Figura 34 – Remover os 3 parafusos que fixam o injetor no tubo de decomposição

    b. Posicionar o bico injetor em um recipiente graduado. Se possível, fixá-lo utilizando uma fita adesiva para evitar que o volume dosado não seja desperdiçado.

    Figura 35 – Injetor posicionado em um recipiente graduado

    c. Com o motor do veículo desligado e a chave de ignição ligada, conectar o INLINE no conector OBD para que seja possível conectar o INSITE;

  • Figura 36 – Conector OBD

    d. Após conectar o INSITE, utilizar a função “Testes de diagnóstico do ECM”;

    Figura 37 – Ícone referente aos testes disponíveis no INSITE

  • e. Selecionar o item “Teste de anulação da bomba dosadora de fluido de escape de diesel”;

    Figura 38 – Ícone “Teste de anulação da bomba dosadora”

    f. Clicar no botão “Inicio”;

    Figura 39 – Botão de início do teste de anulação da bomba

  • g. Após 3 minutos de dosagem, clicar no botão “Parada”;

    Figura 40 – Botão de parada do teste de anulação da bomba

    h. Verifique o volume dosado no recipiente graduado. O volume correto que deve ser dosado nestas condições varia de 40 a 60ml;

    Figura 41 – Verificação do volume dosado

  • 14. Montar o bico injetor novamente no tubo de decomposição respeitando o torque nominal dos parafusos.

    Figura 42 – Especificação de torque de aperto dos parafusos do injetor

    15. Realizar o procedimento do INSITE “Reinicialização devido ao alto nível de NOx do sistema de pós tratamento”. Este procedimento se faz necessário uma vez que, mesmo que alguma irregularidade seja corrigida no decorrer dos procedimentos deste boletim, os códigos de falha 2772 e 2773 continuarão acesos e somente se tornarão inativos após um teste de rodagem. a. Selecionar a opção “Testes de diagnóstico do ECM”;

    Figura 43 – Menu de testes disponíveis no INSITE

  • b. Selecionar a opção “Reinicialização devido ao alto nível de NOx do sistema de pós tratamento”;

    Figura 44 – Opção “Teste de reinicialização devido a nível alto de NOx”

    c. Realizar o teste seguindo as especificações abaixo de acordo com cada motor e calibração: Motor ISF 2.8L: - Rotação do motor: 900 a 4000 rpm - Carga: 90 a 100% pedal - Temperatura de entrada do EGP: Superior a 240°C Motor ISF 3.8L 150 cv: - Rotação do motor: 1500 a 3000 rpm - Carga: 90 a 100% pedal - Temperatura de entrada do EGP: Superior a 245°C Motor ISF 3.8L 160 cv: - Rotação do motor: 1500 a 2300 rpm - Carga: 90 a 100% pedal - Temperatura de entrada do EGP: Superior a 270°C

  • Figura 45 – Iniciar o teste e iniciar a rodagem do veículo obedecendo as condições apresentadas acima

    Figura 46 – Após o início do teste e alcançado as condições de rotação, carga e temperatura, a

    verificação do nível de NOx começará a contar em porcentagem até que atinja 100%

  • Figura 47 – Ao final do teste, o INSITE irá apresentar o resultado: Aprovado ou Reprovado.

    NOTA: Em caso de laudo “REPROVADO”, repetir o teste.