coloquio

Post on 10-Apr-2016

1 views 0 download

description

coloquio

Transcript of coloquio

Título:

Palavras-chave:

Resumo:

Nota biográfica:

Como e Porque = hipotese

dados recolhidos utilizando: observações; entrevistas; registos pessoais

explorar, descrever, explicar, avaliar e transformar

pouca possibilidade de generalização

escrita livre de processos estilistico, linguagem simples.

Preparaçãodesenvolvimento da teoria (objectivo de estudo, relato do estudo e toria prevista)seleccionar o casopreparação a selecção de dados (processo operacional; definir o process outcomes e não somente o efeito final)

Desenvolvimentocondução do estudo de caso (entrevista e observaçõesestabelecer conexões de dadosrelatorio

Finalizaçãopadronização (teoria)modificação teórica

entrevista semi-estruturada fontana e frey 1994

http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/28951

lecompte:- É muito importante estabelecer um horário de estudo em casa (se necessário deve sermarcado no horário integrando o estudo no horário da escola), para que haja uma maiorresponsabilização no cumprimento do mesmo, é importante criar uma rotina diária;- O encarregado de educação que acompanha o aluno no estudo deve ser umverdadeiro treinador (“Family Coach”) evoluindo entre os primeiros passos dos 6-8 anos até aos préadolescentesde 10-12 anos. Requer dedicação, tempo, organização, disciplina e persistênciamas criauma relação afectiva única com a criança. Foi estabelecido o perfil do “treinador caseiro”;- O local de estudo deve ser calmo e o aluno deve estudar de costas para a janela.Esta atividade foi um contributo muito forte na implementação do meu PIPS, uma vez queinterfere diretamente na preparação técnica e musical dos alunos. Esta abordagem, sugerida peloprofessor Lecomte, permitirá aos alunos apresentarem-se de forma mais segura e sólida, contribuindopara o seu bem estar em palco, podendo ser determinante para a diminuição da ansiedade em palcopor parte dos alunos. O acompanhamento sistemático do estudo diário de instrumento por parte dafamília, pode levar à extinção da ansiedade em palco perante a presença de familiares, uma vez que oaluno já se sentirá confortável com esse tipo de exposição, podendo até ser outro fator de segurançapara si.

Caracterização dos alunosOs alunos que constituem a amostra desta investigação frequentam o Conservatório de MúsicaCalouste Gulbenkian de Braga. Como já salientei no capítulo anterior, a heterogeneidade etária dosenvolvidos, e as condicionantes relacionadas com esse facto, tornaram necessário optar por apresentaros dados numa comparação por aluno, ao nível da sua evolução pessoal. Posteriormente, farei umaanálise comparativa relativa às evoluções de cada um. Caracterizo, então, os alunos que constituem aamostra, no período de observação que antecedeu a minha intervenção:- A aluna L frequenta o 8º grau de viola d’arco em regime supletivo. Tendoingressado na escola no ano letivo de 2000/2001. Tecnicamente domina o instrumento masapresenta algumas dificuldades ao nível do controlo do arco, devido a tensão excessiva. A sua

capacidade de leitura é bastante satisfatória. Ao nível do controlo da ansiedade, temconsciência do que são sintomas de ansiedade e da sua incapacidade para os controlar. A sua84ansiedade não afeta só os momentos de performance pública mas, também, algunsmomentos de estudo em casa, impedindo que realize um estudo tranquilo e produtivo, peloque associa aos momentos de estudo uma sensação de pouca realização pessoal.- A aluna M frequenta o 2º ano (II elementar) de viola d’arco, tendo ingressadona escola e na classe do prof. Dírio Alves no ano letivo anterior. Tecnicamente apresenta umnível bastante satisfatório, com alguma inconstância no que respeita ao cuidado com apostura. A sua capacidade de leitura é excelente. Demonstrou não ter muita consciência nemter experienciado sintomas graves de ansiedade. Associa a ansiedade apenas asituações degrande exposição pública, encarando todas as outras situações como boas oportunidades paratocar viola. Associo esta descontração, no que respeita à ansiedade, à excelente preparaçãotécnica e musical da aluna.- O aluno A frequenta o 9º ano (5º grau de viola d’arco), tendo ingressado naescola no 5º ano de escolaridade. Apesar da sua atitude apática e pouco cuidadosa perante oinstrumento, constante ao longo do período de observação, e de esta se refletirprejudicialmente na sua capacidade técnica, os seus níveis de ansiedade nos momentos deperformance pública eram elevados. A insuficiente preparação das obras em contexto extraaulaagravou ainda mais estes sintomas. O aluno, habitualmente muito apático e pouco ativo,apresentou sintomas de ansiedade em grau elevado: movimentos muito descontrolados, poucocontrolo mental (muito falador, troca de palavras), tremores.

conclusõesApós a análise atenta dos dados obtidos através dos inquéritos aplicados, concluímos quetodos os alunos expressaram não ter havido qualquer modificação no grau de ansiedade sentido nosmomentos que antecedem a performance. Os inquiridos referiram possuir um maior controlo físico erespiratório após a intervenção por mim realizada. O dado que mais se destacanos resultados obtidosé a grande evolução que os envolvidos sentiram na preparação para autocontrolar a ansiedade.Podemos ainda concluir que houve um aumento da prévia preparação técnica das obras

apresentadas em público, bem como um aumento da consciencialização e prática do canto interior daspassagens difíceis das obras em questão, o que contribuiu para uma maior segurança e otimismo noconfronto com estas situações de stress. De acordo com Bandura (1982), uma correta percepção deautoeficácia contribui para a melhoria dos resultados de desempenho.Os envolvidos registaram modificações na influência da presença dos Pais e Encarregados deEducação como factor despoletador de ansiedade. Os níveis de ansiedade podem também serinfluenciados pelo tipo de objetivos estabelecidos pelos pais; Ablard e Parker (1997) referem que operfeccionismo disfuncional é mais evidente em crianças cujos pais se focam no resultado daperformance em detrimento dos objetivos de aprendizagem.

Definição de ansiedadeansiedadePodemos ainda concluir que a ansiedade na performance pode ser consideradauma “fobiaespecífica que se traduz numa hipervalência de pensamentos catastróficos face ao estímuloameaçador, tornando o individuo apreensivo e hipervigilante, sendo o evitamento o comportamentopredominante” (Albano, Barlow & Chorpita, 2003).

A ansiedade, conforme May (1980) conceitua, é um conflito existente entre a pessoa e oambiente ameaçador, e os processos neurofisiológicos decorrentes dessa relação. Afirma que aansiedade surge quando o indivíduo, frente a uma situação, não pode fazer face às exigências de seumeio e, sente uma ameaça à sua existência ou aos valores que considera essenciais.

Ansiedade contexto escolar Há já vários estudos que se debruçam sobre a ansiedade no contexto escolar geral,relacionando-a com o insucesso escolar/académico. A prevalência da ansiedade face aos testes deavaliação oscila entre os 15% e os 20% nos estudantes universitários, segundo Hill e Wigfield (1984) eEysenck e Rachman (1965). Apesar de os alunos parecerem dominar as competências necessáriaspara obterem bons resultados nos testes, inesperadamente, falham no momento de as aplicar. Oselevados níveis de ansiedade face aos testes podem comprometer o estudo e aaprendizagem e, noscasos mais graves, afastar os alunos das atividades escolares (Rosário & Soares, 2003). No querespeita à associação com o rendimento escolar dos alunos, parece legítimo sugerir que os elevados

níveis de ansiedade face aos testes exercem um efeito nefasto na realização escolar, essencialmentenas tarefas complexas e com limites apertados de tempo para as concluir. (Hunstad, 1987).Os sintomas fisiológicos mais frequentes, e que afetam de forma mais direta a qualidade deuma performance são baixos níveis de concentração, aceleração do batimento cardíaco, tremores,boca seca, transpiração e falta de ar.

ANSIEDADE NA PERFORMANCE: CAUSAS E POSSÍVEIS CURAS Mestrado em Ensino da Música Zofia Elzbieta Pajak Mendanh

definiçao de ansiedadeansiedade é um estado emocional com características psicológicas e fisiológicas específicas que influenciam de forma positiva ou negativa o desempenho de uma determinada tarefa, neste caso específico, a apresentação pública ou avaliação de uma performance musical.

Problema pedagógico não abordadoO instrumentista, no decorrer da vida académica, assim como na progressão da carreira profissional como músico, depara-se com o fenómeno conhecido e designado por medo de palco (stage-fright), que apesar de se encontrar tão presente na profissão não é abordado com a frequência adequada pelos professores e docentes

definição de perfoRMANCE apresentações que incluem tanto o aspecto de avaliação como a exposição pública do individuo O grau de perfeccionismo é muito elevado e a performance musical exige um elevado nível de destreza motora fina, coordenação, concentração, memória e capacidades de expressividade ao nívelinterpretativo (Kenny et al., 2006). Para atingir um grau elevado de perfeição são necessários váriosanos de prática e constante auto-avaliação. Expostos em poucos mimnutos Esses factores, juntamente com a busca de perfeccionismo e a auto-avaliação excessiva, poderão produzir níveis excessivos de ansiedade

manifestações de ansiedadeSegundo Brontons (1994) são identificadas quatro manifestações de ansiedade de performance:

1) Alterações fisiológicas: batimento cardíaco acelerado, transpiração excessiva, tremores, os dedos entorpecidos, respiração curta e pouco profunda (hiperventilação), dores de cabeça, tonturas, dores de estômago, problemas intestinais, náuseas, entre outras. Muitos músicos queixam-se destes sintomas. As alterações que afectam o controlo das mãos (tremores) a musculatura responsável pela destreza motora fina, ou o suar excessivo das mãos, são particularmente adversas às actividades exercidas em palco. 2) Alterações de caracter psicológico ou emocional como: medo de falhar, irritabilidade, ou mesmo pânico. Os profissionais interpretam cada movimento corporal dum dos ouvintes ou membro do júri

como sinal de inquietação e crítica, e pensam que a sua carreira poderá estar arruinada se errarem. Os alunos, por sua vez, têm medo de chumbar no exame e desapontar os pais (Kenny et al., 2006). 3) Alterações no foro cognitivo: perda de confiança, falta de concentração, falhas de memória (“brancas”), incapacidade de interpretar/”viver” a música. Muitas vezes o músico depara-se com a situação de tentar pensar na música, mas não consegue. Desta forma, uma peça que tocou de memória inúmeras vezes parece que está a ser tocada pela primeira vez, criando bloqueios e perdendo a noção da continuidade da peça.4) Alterações comportamentais: humedecimento dos lábios, falta de expressividade no rosto,tensão nos braços, pescoço e ombros. Estas são algumas das manifestações mais comuns resultantes do medo de palco.

2)

Causas de ansiedade8.1. Pessoa A personalidade do individuo em causa define em muitos aspectos a sua propensão para a ansiedade. Kenny (et al. 2006) afirma que a manifestação do problema da ansiedade depende do feitio e auto-estima de cada pessoa, do tipo da educação que foi proporcionada pelos pais e da interpretação que o individuo em causa faz do mundo que o rodeia. A ansiedade é condicionada por vários factores e segundo Sinico (2012) que se baseia em Lehmann podemos afirmar que as atitudes, crenças, julgamentos e objectivos influenciam a convicção que o músico tem sobre a ameaça da situação/performance em causa. Os estudos de Kenny (et al., 2006) sugerem que, como as crianças até aos sete anos de idade raramente apresentam sintomas de medo de palco, também poderá ser um processo apreendido por imitação em muitos casos, seja através dos pais ou através de outras figuras de referência no percurso de aprendizagem musical. Ainda nos estudos de Kenny (et al., 2006), conclui-se que a educação proporcionada é muito relevante. As crianças que apresentam sintomas de ansiedade por regra vêm de meios onde se confrontam com altas expectativas de sucesso e pouco apoio no processo do atingimento do mesmo.São ainda submetidas a avaliações e situações que desencadeiam processos de auto-avaliação de forma precoce e são inseridas em meios competitivos. Os sintomas de ansiedade têm ainda a ver com o crescimento de capacidade cognitiva, e as capacidades de auto-reflexão e desenvolvimento do pensamento causa/possibilidade de efeito. Estas capacidades desenvolvem-se na altura de final de infância/ adolescência e - 30 - paralelamente poderão aparecer sintomas de ansiedade na performance (Kenny et al., 2006). Esta afirmação é convergente com a afirmação de Last, C. (2009,p.77-80) relativamente a algumas fobias sociais que as crianças aprendem com os pais por imitação, transformando os seus medos fazendo-os crescer até essas dimensões. Daí considera-se tornar-se de extrema importância a possibilidade de assistir a concertos onde os alunos podem observar o prazer de fazer música

TarefaEscolha do reportórioPrática de estudoProcedimentos em palcoMemória

Situação - Desde a infância as crianças tentam agradar os seus pais e professores, pois a sua aprovação reduz-se em crescimento de sentimento de pertença e segurança. Rapidamente apercebem-se que apenas o esforço não é o suficiente e começam a ter medo de perder o seu prestígio e têm medo de se ridicularizar, falhar ou desapontar. Na vida de músico esse tipo de vivência pode continuar até muito depois da infância e as comparações somam-se. As avaliações,

exames e concursos são cada vez mais frequentes e o meio cada vez mais competitivo.

Curas para a ansiedade

Resultados do inqueritoinfluencia do genero Os professores na sua maioria acreditam que o género não tem influência no facto do aluno demostrar ansiedade ou não. No entanto alguns dos professores defendem que o sexo feminino é mais vulnerável ao aparecimento do espectro de ansiedade, e visto que tanto professores de sexo masculino como de feminino tiveram essa opinião, poderá generalizarse que será esta a segunda possibilidade. Verificou-se ainda que existem professores que têm tendência a atribuir maior propensão à ansiedade nos alunos do seu próprio género, facto reforçado pela observação de que todos os professores de sexo masculino indicaram que os seus estudantes rapazes serão os mais afectados pelo medo do palco. Quanto aos alunos: 43.3% das raparigas afirmam sentirem-se nervosas e 44,4% dos rapazes, o que significa que pode se afirmar que dentro dos alunos inquiridos não houve propensão significativa por parte das raparigas ou por parte dos rapazes. Poder-se-á concluir que o género não tem influência no desenvolvimento do medo de palco.

Comportamentos por imitaçãoA pergunta 4 tem por base os estudos de Kenny (et al.,2006) e Lats (2009,p.77-80), que defendem que as crianças e jovens têm tendência em seguir os comportamentos dos pais e que o espectro de ansiedade é adquirido por imitação. Considera-se que no caso de música, os comportamentos dos professores poderão ser imitados pelos alunos. A pergunta seguinte visa entender se os professores poderão demostrar algum nervosismo aos seus alunos e aí influenciá-los. Em 33 professores apenas respostas de 9 foram negativas, ou tendencialmente negativas, quando questionados se sentem ansiosos antes ou durante uma performance sua ou dos seus alunos. Penso que este resultado é revelador e no meu entender é um ponto que deverá funcionar como um estímulo para os professores trabalharem esta característica.

IdadeA pergunta 7 serve para perceber a impressão dos professores quanto às idades dos alunos em causae é relacionada com o resultado do inquérito direccionado aos alunos. - 51 - A maioria dos professores 51,51% defende que os alunos entre os 10 e os 14 anos são maioritariamente afetados por ansiedade relacionada com performance. Os dados relativos aos alunos dos 10 aos 14 estão em concordância com a condição supra indicada que lhes atribui uma maior propensão para o medo do palco, pois apenas 17% dos alunos afirma não se sentirem nervosos ou sentirem poucas manifestações e apenas esporádicas de ansiedade relacionada com a performance. Cerca de um quarto das respostas dos professores (24,24%) para além de concordar com o grupo acima indicado (que atribui a maior propensão para o medo do palco aos alunos dos 10 aos 14), acrescenta ainda o grupo de alunos entre os 15 e os 20 anos. Apenas 6% assinalou que o problema afecta maioritariamente crianças até aos 9 anos de idade, e outro 6% dos professores junta às crianças até aos 9 ainda o grupo dos 10 aos 14 como os mais prejudicados com os efeitos do medo do palco. Dentro do grupo dos alunos mais novos inquiridos (até aos 9 anos) apenas 25% manifestou sentir-senervoscvdfffffffgo, mas em nenhum dos casos tratava-se de afirmar aparecimento de manifestações severas do medo do palco.

Motivos de ansiadade

Três por cento dos professores confundem as manifestações com as causas deste fenómeno, apontando o “medo de falhar” como um motivo para aparecimento da ansiedade da performance. Isto leva a uma crença preocupante de que os seus conhecimentos sobre o assunto em questão sejamescassos. Apenas um professor aponta o traço de personalidade vergonha/acanhamento como o motivo do medo de palco. Este motivo ao meu parecer é válido, pois aparece referido no capítulo Causas destadissertação, mas apenas um professor tem consciência desse facto. A grande maioria dos professores defende que o motivo do medo do palco tem a ver com a situação que o aluno vai encarar. A diferença entre uma avaliação e uma performance como audição é o motivo para aparecimento do medo do palco para 72,7% dos professores e 46,6% dos alunos referirem que o seu sentimento numa audição e num exame não é igual. Apesar de ser referido na literatura que de facto a situação em si tem um peso considerável na contribuição para surgir um desconforto considerável relacionado com a ansiedade na performance, tal não se pôde confirmar através dos inquéritos realizados junto aos estudantes. No entanto penso que poderei referir que alguns dos alunos que realizaram o inquérito na minha presença tiveram dúvidas relativamente à esta questão e talvez daí venha a surgir um resultado tão surpreendente. Cerca de um quarto dos professores (24,2%) é da opinião de que o seio familiar tem forte influênciano aparecimento do medo de palco. O repertório a apresentar, isto é, as dificuldades técnicas do mesmo são o motivo para 18,2% dos professores, mas 12% aponta para a fraca preparação como uma das causas essenciais, que no meu entender será relacionado com a dificuldade do repertório. Apenas 15,2% dos inquiridos defende que as experiencias do passado têm a ver com o aparecimento da ansiedade da performance. Este motivo é muito frequente e referido no capítulo Causas desta dissertação, no entanto para uma grande parte dos professores não é relevante. Uma minoria dos professores (3%) referem que a presença dos pares e a aceitação do indivíduo em causa pelos mesmos é o motivo que leva os seus alunos a sentir-se nervoso antes/durante uma performance.Os alunos na sua maioria (48,9%) apontam que o lhes causa mais transtorno, como escrevem nos inquéritos, é o medo de se enganar. Os alunos classificam esse sentimento como um motivo, sendo este no meu entender uma manifestação da ansiedade na performance e não um motivo para a mesma. A questão seria saber porque é que os alnos têm tanto medo de se enganar e quais no seu entender as consequências de cometer um erro no palco. Alguns dos alunos especificaram apontando para motivos relacionados com a aceitação por parte dos pares, pais, e público em geral (33,3%). Houve também alunos preocupados com a avaliação (6,7%). Os alunos que especificaram o seu medo de palco estar relacionado com fraca preparação técnica foram 4,4%. Outros tantos admitiram este medo ser oriundo do traço da sua própria personalidade (vergonha).

EstratégiasOs alunos na sua maioria (48,9%) apontam que o lhes causa mais transtorno, como escrevem nos inquéritos, é o medo de se enganar. Os alunos classificam esse sentimento como um motivo, sendo este no meu entender uma manifestação da ansiedade na performance e não um motivo para a mesma. A questão seria saber porque é que os alnos têm tanto medo de se enganar e quais no seu entender as consequências de cometer um erro no palco. Alguns dos alunos especificaram apontando para motivos relacionados com a aceitação por parte dos pares, pais, e público em geral (33,3%). Houve também alunos preocupados com a avaliação (6,7%). Os alunos que especificaram o seu medo de palco estar relacionado com fraca preparação técnica foram 4,4%. Outros tantos admitiram este medo ser oriundo do traço da sua própria personalidade (vergonha).

ConclusõesVerifica-se que a temática abordada da ansiedade na performance afecta quase todas as faixas etárias e níveis de aperfeiçoamento profissional músicos, desde crianças estudantes de música até adultos instrumentistas profissionais.

Dentro da óptica pedagógica, verificamos que os conservatórios e escolas superiores preparam os alunos para exercer a profissão dentro de um ponto de vista técnico e musical, mas não do ponto de vista psico-emocional, pelo que se conclui que deverá partir das instituições propor aos alunos a exposição ao público e formá-los para a existência desta condição. Em suma, o desconhecimento desta realidade leva a que a carga emocional gerada num momento deperformance seja tão elevada que se torne impossível para muitos dos performers lidar com a condição, pondo em causa todo o esforço e aprendizagem realizada no instrumento. Será importante na área do ensino substituir os conceitos de bom e mau por conceitos da experiencia do belo e capacidade de transmitir a mesma aos outros. Se os nossos alunos forem ensinados que a música não é tocar sem errar, mas tocar para transmitir e comunicar, o seu foco seráalterado da maneira quantitativa de pensar na música (número de notas, passagens, peças) para uma maneira qualitativa. Tocar um instrumento musical deverá ser visto como uma forma de arte criativa e não um alcançar de um objetivo relacionado com a capacidade de destreza técnica motora. Se virmos a técnica ao serviço da música convertemos a maneira competitiva de pensar. É de realçar que ansiedade controlada é importante para todos os músicos. Sem “alguns nervos” uma performance não pode acontecer de forma a ser um acontecimento único e especial. Se um músico não sente nada antes de um concerto, esse poderá ser um aviso de que o tédio se está a instalar na sua performance. Por isso é importante saber que sentirmonos nervosos é um processo natural e controlável, que poderá não só não ser prejudicial para o performer, mas ser usado ao seu favor como modo de se tornar mais concentrado e mais criativo.

Ansiedade na Performance Musical: definições, causas, sintomas, estratégias e tratamentos Sinico Wintera natureza da perfomancePareyson (1989, p. 157) ao comentar sobre a leitura de uma obra de arte identifica diferentes processos nesta atividade: decodificação, mediação e realização. O intérprete, ao estudar uma partitura, transpõe esses processos para o campo musical: na decodificação de uma partitura estão relacionados os códigos musicais com conhecimentos teórico-musicais previamente adquiridos; na mediação, os códigos decifrados são avaliados e transformados em sistemas significantes. A realização, ou seja, o ato em si está diretamente ligado à execução musical (ou performance). Esses diferentes processos no ato da leitura de uma partitura estão presentes de maneira sucessiva e complementar. O exercício crítico exercido após cada leitura permite a correlação dos símbolos grafados com o significado musical, possibilitando um processo constante de reavaliação a cada leitura realizada. O resultado do processo de leitura, avaliação, crítica e execução da obra irá consolidar uma interpretação possível para a obra. Embora o trabalho do intérprete inicie com a decodificação e compreensão da partitura, devido às limitações da representação e grafia musical, observa-se que esta não tem a capacidade de fornecer a totalidade de informações presentes em umaexecução musical: o intérprete necessita complementar as informações fornecidas pelo compositor com elementos vinculados às práticas interpretativas bem como considerar outros elementos, como a finalidade e contexto da apresentação, o processo de interação com o público, entre outros elementos

ansiedade positiva A ansiedade positiva é conhecida por excitação e Wilson afirma que a qualidade da performance está relacionada à excitação, isto é, baixa quantidade de excitação poderá resultar em execução enfadonha, sem vida. Já uma excitação excessiva poderá resultar na perda de concentração, lapso dememória e instabilidade no corpo e instrumento musical (WILSON, 2002 apud MARSHALL, 2008,p. 7).

definição de ansiadadeA ansiedade é um estado psicológico e fisiológico caracterizado por componentes somáticos, emocionais, cognitivos e/ou comportamentais e às vezes associada com atividades que demandam habilidades, concentração e autoavaliação (SINICO et al., 2012, p. 939). No entanto, para Andrade e Gorenstein (1998), ansiedade é um estado emocional com componentes psicológicos e fisiológicos que fazem parte do espectro normal das experiências humanas, sendo propulsora do desempenho. Embora a ansiedade tenha sido pesquisada principalmente na área da psicologia, pode

manifestar-se em diferentes profissões e atividades como medicina, esportes, artes e música. Barlowdefine a ansiedade como sendo:Uma única e coerente estrutura cognitivo-afetiva dentro de nosso sistema motivacional defensivo. No centro desta estrutura está uma sensação de incontrolabilidade focada em futuras ameaças, perigo ou outros eventos potencialmente negativos (BARLOW, 2000 apud KENNY, 2011, p. 22)Além da ansiedade, duas outras emoções podem estar presentes e influenciar no processo de preparação para a performance musical: o medo (fear) e o pânico (fright). Freud realizou a seguinte distinção entre estas emoções: ansiedade relaciona com o estado e ignora o objeto, enquanto o medochama a atenção precisamente para o objeto. Podemos dizer, portanto, que uma pessoa se protege do medo pela ansiedade (FREUD, 1973 apud KENNY, 2011, p.28). O pânico, por outro lado, enfatiza o efeito produzido por um perigo que não é refutado pela ansiedade, ou seja, apresenta-se de modo súbito em uma situação, sem preparação cognitiva

sintomas de ansiedadeansiedadeOs sintomas8 da ansiedade na performance musical são bem conhecidos e podem ser classificados em três tipos: fisiológicos, comportamentais e mentais (VALENTINE, 2002, p. 168). Conforme Lehmann et al. (2007, p. 149), sintomas fisiológicos, comportamentais e cognitivos são inter-relacionados e podem ocorrer simultaneamente durante o processo de preparação e performance de uma obra musical. Segundo Marshall, os sintomas físicos/fisiológicos experienciados durante a ansiedade na performance são similares àqueles experienciados em uma situação de estresse (MARSHALL, 2008, p. 9). Como sintomas fisiológicos, em resposta ao excesso de excitação do sistema nervoso automático, encontram-se o aumento do batimento cardíaco, palpitação, falta de ar, hiperventilação, boca seca, transpiração, náusea, diarreia e tonturas. Valentine comenta que os sintomas comportamentais podem tomar a forma de sinais de ansiedade tais como agitação, tremores, rigidez, expressão de palidez ou o comprometimento da própria performance (VALENTINE, 2002, pp.168-169). Steptoe acrescenta outros sinais a esses como a dificuldade em manter a postura, o movimento natural e falhas técnicas (STEPTOE, 2004, p. 295). Infelizmente, esses sintomas podem exalar sinais claros aos outros de que o executante está nervoso8 Entre os sintomas físicos podemos citar: dor de cabeça, problemas digestivos, aumento da sudorese e problemas musculoesqueléticos, alterações na pressão sanguínea, no ritmo cardíaco e na frequência respiratória, tensão muscular, mãos frias, fadiga, diarreia, gripes e outras doenças. Entre os sintomas psicológicos destacam-se: perda da capacidade de concentração, depressão, ansiedade, redução de autoestima, medo, insegurança, pânico, alienação, preocupação excessiva, dificuldade de relaxar, pensamento fixo, hipersensibilidade, irritabilidade, perda da memória, mudança brusca de humor, entre outros.55ou prejudicar a sua execução em si (WILLIAMON, 2004, p. 11). Os sintomas mentais podem ser subdivididos em cognitivos e emocionais. Os sintomas cognitivos consistem em perda de concentração, distração elevada, falha da memória, cognições inadequadas, interpretação errada da partitura, entre outros (STEPTOE, 2004, p. 295). O pensamento negativo, segundo Williamon é, muitas vezes, associado à superidentificação da autoestima e esta com o sucesso da apresentação (WILLIAMON, 2004, p. 11). Uma das ações que pode decorrer do pensamento negativo é a catastrofização ou exagero na imaginação da probabilidade de ocorrência de eventos negativos durante a apresentação (STEPTOE 2004, p. 298). Lehmann et al. (2007, p. 150) responsabilizam os sintomas cognitivos como elemento fundamental na deterioração da performance pela ansiedade: quanto mais ansiedade cognitiva for acrescentada, mais efeitos negativos poderão assolar a performance. Já os sintomas emocionais são oriundos do sentimento de ansiedade, tensão, apreensão, pavor ou pânico, os quais formam a experiência central de ansiedade para muitos músicos (STEPTOE, 2004, p. 295). Para evitar esses sintomas que são decorrentes da ansiedade noscampos fisiológico, comportamental, cognitivo e emocional; os músicos costumam utilizar estratégias para lidar com a ansiedade na performance musical.

Uma elevada percentagem de alunos do quarto ano do 1.º ciclo do Agrupamento de Escolas de Miranda do Corvo apresenta níveis elevados de ansiedade, revela um estudo realizado pela equipa do Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS+).

Object 1 Uma grande percentagem dos inquiridos do quarto ano do 1.º ciclo respondeu que, por causa das exigências escolares que lhes são impostas, não conseguem dormir bem e não lhes apetece comer", acrescentou Joana Correia

Object 2 O estudo foi realizado em parceria com o Observatório da Cidadania e Intervenção Social, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, e em colaboração com CETIS - Centro de Estudos Trabalho e Intervenção Social da Fundação ADFP e Agrupamento de Escolas de Miranda do Corvo, sob supervisão científica de Clara Cruz Santos.