Post on 20-Jun-2015
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE ENFERMAGEM
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
TUBERCULOSE OCUPACIONAL:
Um risco para profissionais de enfermagem
por
Diego Magalhães Ceciliano
05100847
Rio de Janeiro
Junho/2010
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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE ENFERMAGEM
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Tuberculose Ocupacional: Um risco para profissionais de enfermagem
Trabalho acadêmico apresentado ao Curso
de enfermagem da UNISUAM, como parte
dos requisitos para obtenção do Título de
Bacharel em enfermagem.
Por:
Diego Magalhães Ceciliano
05100847
Professor-Orientador: Gisele Gonçalves
Rio de Janeiro
Junho/2010
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DIEGO MAGALHÃES CECILIANO
05100847
TUBERCULOSE OCUPACIONAL: Um risco para profissionais de enfermagem
Banca Examinadora composta para a defesa de Monografia para obtenção do grau
de Bacharel em enfermagem.
APROVADA em: ______ de ___________ de _______
Professor-Orientador: ____________________________________________
Professor Convidado: ____________________________________________
Professor Convidado: ____________________________________________
Rio de Janeiro
Junho/2010
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AGRADECIMENTOS
No final deste trabalho gostaria de mostrar o meu agradecimento à minha
orientadora, Profª Gisele Gonçalves pelo apoio prestado na elaboração deste
trabalho. À Dra. Enfª Ana Cristina do Hospital Municipal Raphael de Paula Souza
pela o incentivo para dissertar sobre um tema relativo à tuberculose. Aos meus pais
que sempre me apoiaram e me ajudaram. E a todos os meus amigos por todo o
companheirismo demonstrado.
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EPÍGRAFE
"Eu sei que vou morrer... dentro do meu peito um mal terrível me devora a vida.
Triste Assaverus, que no fim da estrada só tem por braços uma cruz erguida. Sou o cipreste qu'inda mesmo florido Sombra da morte no ramal encerra!
Vivo - que vaga entre o chão dos mortos, Morto - entre os vivos a vagar na Terra.”
(Castro Alves, 1870)
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CECILIANO, Diego Magalhães. TUBERCULOSE OCUPACIONAL: Um risco para
profissionais de enfermagem. Trabalho de conclusão de curso, 61 pág. Junho de
2010. Rio de Janeiro, RJ. Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM.
RESUMO
A tuberculose é uma doença que vem atravessando séculos, sem uma data específica de seu início. Muitos estudos já realizados sobre a tuberculose levaram a criação de diversas medidas para o tratamento, cura e redução de seu contágio. No ano de 2010 surgiram novos esquemas de tratamento para tuberculose e novas medidas de prevenção em grupos específicos. Existem grupos populacionais que estão mais propícios a adquirir tuberculose, os que chamados de grupos de risco. Os profissionais de saúde, especialmente os da área de enfermagem é considerado um grupo de risco. Isso nos requer uma maior importância quando falamos de tuberculose e profissional de saúde. A tuberculose adquirida no ambiente de trabalho é chamada de tuberculose ocupacional. Dados epidemiológicos mostram que os profissionais que trabalham dentro do hospital possuem um taxa de incidência elevada em comparação à população geral e os da área de enfermagem adquirem tuberculose ocupacional com maior freqüência em relação aos demais profissionais. Devido o hospital ser um lugar de risco para infecção do bacilo da tuberculose, foi criado, então, medidas de controle de prevenção. Tais como, medidas administrativas, medidas de controle ambiental e medidas de proteção respiratória. Mesmo sabendo que medidas preventivas existem, vimos hospitais recentemente construídos sem devidas prevenções para tuberculose, profissionais de saúde não treinados devidamente para suspeitar de casos, o não uso da proteção respiratória recomendada, falhas nas devidas orientações de medidas para serem realizadas dentro do hospital. Infelizmente as normas nem sempre são cumpridas. É de extrema importância a fiscalização no meio hospitalar, sendo por meio de comissão de controle, interna ou externa, de infecção da tuberculose.
Palavras-chave: Tuberculose, Tuberculose Nosocomial, Biossegurança em Tuberculose.
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
µ m - micrometros
ADN – Ácido Desoxirribonucleico
ADA – Adenosina Desaminase
AIDS - síndrome da Imunodeficiência Adquirida
ARN – Ácido Ribonucléico
BAAR – Bacilo Ácido-alcool Resistente
BCG – Bacilo de Calmette Guerin
BK – Bacilo de Koch
CDC – Center of Disease Control and Prevention
CFP 10 - Culture filtrate Protein-10 kDa
CNCT – Campanha Nacional Contra Tuberculose
DFC – Dose Fixa Combinada
DGS – direção geral de saúde
DOTS – Estratégia de Tratamento Diretamente Observado
E - Etambutol
ELISA - Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay
ELISPOT - Enzyme-linked immunosorbent spot assay
ESAT 6 - 6 kDa early secretory antigenic target of Mycobacterium tuberculosis
Et - Etionamida
H – Isoniazida
HEPA – Filtros de Alta Eficácia
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana
INF γ – Interferon-gama
INH – Hidrazida
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LBA – Lavado Broncoalveolar
LDH – Desidrogenase Láctica
MDR-TB – Tuberculose multirresistente
MS – Ministério da Sáude
M.tb – Mycobacterium Tuberculosis
OMS – Organização Mundial de Saúde
OT – Old Tuberculin
PAS – Ácido para-amino-salílico
PNCT – Programa Nacional de Controle da Tuberculose
PCR – Polymerase Chain Reaction
PCR – Proteína C Reativa
PPD – Derivado Proteico Purificado
PT – Prova tuberculínica
QFT – Concentração de Interferão gama numa amostra de sangue
R – Rifampicina
S – Estreptomicina
TB – Tuberculose
TP – Tuberculose Pulmonar
TS – Tratamento Supervisionado
XDR-TB – Extensivamente resistente
Z - Pirazinamida
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SUMÁRIO
Capítulo 1: CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................. 14
Capítulo 2: MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................. 17
Capítulo 3: EPIDEMIOLOGIA ............................................................................... 18
3.1 Epidemiologia mundial...................................................................................... 18
3.2 Epidemiologia brasileira .................................................................................... 19
3.2.1 Epidemiologia no estado Rio de Janeiro ...................................................... 21
3.3 Epidemiologia nos profissionais de saúde .......................................................... 23
3.3.1 No mundo ................................................................................................... 23
3.3.2 No Brasil..................................................................................................... 24
Capítulo 4: ASPECTOS CLÍNICOS........................................................................ 28
4.1 Doença primária ................................................................................................ 28
4.1.1 Fisiopatologia da TB ................................................................................... 28
4.2 Doença pós-primária.......................................................................................... 30
4.3 Tuberculose Extrapulmonar ............................................................................... 31
4.3.1 Tuberculose Pleural..................................................................................... 31
4.3.2 Tuberculose Ganglionar .............................................................................. 31
4.3.3 Tuberculose Óssea ...................................................................................... 33
4.3.4 Tuberculose da Pele .................................................................................... 33
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4.3.5 Tuberculose do Sistema Nervoso Central .................................................... 34
Capítulo 5: FATORES DE RISCO .......................................................................... 35
5.1 Modos de transmissão e principais fatores de risco ............................................ 35
5.1.1 Transmissão e risco ao nível hospitalar........................................................ 35
Capítulo 6: DIAGNÓSTICO .................................................................................... 38
6.1 Sorológicos........................................................................................................ 38
6.2 Imagiologia ....................................................................................................... 40
6.3 Hematologia e bioquímica ................................................................................. 40
6.4 Diagnóstico microbiológico ............................................................................... 41
6.5 Técnicas invasivas ............................................................................................. 43
Capítulo 7: TRATAMENTO.................................................................................... 45
7.1 Estratégia de Tratamento Diretamente Observado de Curta Duração (DOTS) .... 47
Capítulo 8: TUBERCULOSE OCUPACIONAL..................................................... 48
Capítulo 9: MEDIDAS PREVENTIVAS ................................................................. 51
9.1 Princípios de controle da TB no Brasil ............................................................... 51
9.2 Medidas de controle da TB ................................................................................ 52
9.2.1 Medidas administrativas.............................................................................. 52
9.2.2 Medidas de controle ambiental .................................................................... 53
9.2.3 Medidas de proteção respiratória ................................................................. 53
9.3 Controle de saúde dos profissionais de saúde ..................................................... 54
Capítulo 10: CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................. 55
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 57
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SUMÁRIO DE FIGURAS
Capítulo 3: EPIDEMILOGIA
3.1 Epidemiologia mundial
Figura 1. Estimativa de prevalência de TB (por 100.000 habitantes), 2007 ......... 19
3.3 Epidemiologia em profissionais de saúde
3.3.2 Medidas de proteção respiratória
Figura 2. Índice de confirmação ocupacional dos casos de TB em SP, 2004........ 26
Capítulo 4. ASPECTOS CLÍNICOS
4.2 Doença pós-primária
Figura 3. RX de pulmão com cavitações em ápice............................................... 30
4.3 Tuberculose Extrapulmonar
4.3.2 Tuberculose Ganglionar
Figura 4. Foto de infecção tuberculosa em gânglios ............................................ 32
4.3.3 Tuberculose Óssea
Figura 5. Imagem da coluna vertebral apresentando lesão óssea pelo bacilo ........ 33
4.3.4 Tuberculose de Pele
Figura 6. Foto de lesão de pele provocada pelo bacilo......................................... 34
4.3.5 Tuberculose do Sistema Nervoso Central
Figura 7. Imagem cerebral apresentando lesão pelo bacilo .................................. 34
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SUMÁRIO DE GRÁFICOS
Capítulo 3: EPIDEMILOGIA
3.2 Epidemiologia brasileira
Gráfico 1: Taxa de incidência (por100.000 habitantes) nas regiões do Brasil....... 20
Gráfico 2: Cincos estados do Brasil com maiores taxas de incidência, 2008........ 21
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SUMÁRIO DE TABELAS
Capítulo 3: EPIDEMILOGIA
3.2 Epidemiologia brasileira
3.2.1 Epidemiologia do Estado do Rio de Janeiro
Tabela 1: Nº de casos de tuberculose notificados MRJ, 2001-2006 ..................... 22
Tabela 2: Nº de casos de TB no MRJ por forma clínica, MRJ, 2001-2006........... 22
3.3 Epidemiologia em profissionais de saúde
3.2.1 No mundo
Tabela 3: Estudos que avaliam a TB em profissionais de saúde no EUA ............. 23
Capítulo 7: TRATAMENTO
Tabela 4: Novo esquema de tratamento para tuberculose, 2010........................... 46
Tabela 5: Novo esquema de tratamento para TB meningoencefalite, 2010 .......... 46
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A tuberculose (TB) vem seguindo a humanidade por várias gerações, alguns
achados de múmias e fósseis humanos de milhares de anos a.C. apresentavam lesões
características de tuberculose. Relatos escritos e desenhos feitos em mesma época mostram
que uma doença com mesmo aspecto clínico da TB era presente. Porém, só em 1882, o
pesquisador e médico, Robert Koch, anunciou que a tuberculose era causada por uma bactéria
da família das Mycobacterium, assim chamada de Mycobacterium tuberculosis (M.tb) ou
Bacilo de Koch (BK). Ao passar dos anos a movimentação de humanos pelo planeta foi
aumentando devido às guerras, a exploração, o comércio. Esses foram uns dos grandes
motivos para que a TB fosse disseminada mundialmente. A revolução Industrial Mundial fez
as pessoas saírem de suas casas rurais para trabalhar em centros urbanos, em grandes
empresas, levando a grande lotação das cidades e a aglomeração de pessoas, resultado numa
condição precária e miserável de vida (SHMETANA; et al, 2007).
Na Europa nos séculos XIV e XV, mais precisamente na região onde se encontra
a Itália atualmente, começaram a questionar o contágio da TB através de humano para
humano. Médicos junto ao governo começaram a criar medidas de prevenção de contágio,
isolando os doentes em sanatórios e após a morte dos doentes infectados seus pertences eram
incinerados. Com o surgimento do estudo anatômico a doença pode ser profundamente
estudada e compreendida. No século XVIII foi nomeada oficialmente como tuberculose
(MACIEL; et al, 2009).
A TB costuma ocorrer nos pulmões, sendo nomeada de Tuberculose Pulmonar
(TP) ou podendo atingir outros sistemas do corpo, chamada de Tuberculose Extrapulmonar,
atacando sistema nervoso, linfático, ósseo, gastrintestinal, geniturinário. Sua transmissão é
aérea, pelo ar contaminado. O indivíduo infectado nos pulmões expele micro gotículas
infectadas com o M.tb, que pode sobreviver no ar por horas, caso não entre em contato com a
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luz solar. A pessoa sadia inala as gotículas infectadas que são alojadas em seus pulmões. O
bacilo tem uma grande facilidade de sobreviver no corpo humano, pois ele se reproduz dentro
das células de defesa do corpo (SMELTZER; BARE, 2005).
No passado o tratamento era baseado em repouso, bom consumo de alimentos
saudáveis, exposição ao sol durante algumas horas, ar límpido. Somente no ano 1944 foi
descoberta uma droga que poderia combater a TB, chamada de estreptomicina(S). A droga,
isoniazida(H), teve sua eficácia comprovada em 1945. E em 1960 foi montado um esquema
contendo três antibióticos , que se usado corretamente tinha um porcentual de cura altíssimo,
95%. No entanto se a doença não for tratada pode ser fatal em cinco anos em 50-65% dos
casos. A rifampicina(R) foi descoberta em 1965, facilitando o tratamento dos pacientes
tuberculosos, deixando a terapia medicamentosa em nível ambulatorial e possibilitando-os o
retorno à vida normal. Com as descobertas da terapia medicamentosa, nações acreditavam que
até o ano de 2000, a TB seria erradicada, ou pelo menos, contida apenas nos países pobres. No
entanto não foi isso que ocorreu, a partir de 1980 teve um aumento absurdo de novos casos de
TB. E em 1993 a Organização Mundial de Saúde declarou a TB uma doença de emergência
sanitária mundial (KRITSKI; et al, 2005).
Outro caso a se preocupar é o abandono do tratamento e a co-infecção do vírus da
imunodeficiência humana (HIV), ambas estão aumentando e tornando o M.tb resistente,
multirresistente (MDR-TB) e até mesmo extensivamente resistente (XDR-TB) aos
medicamentos (SOUZA, 2009).
A definição de tuberculose ocupacional é a doença tuberculosa obtida e
desenvolvida por profissionais em seu âmbito de trabalho, como resultado de prestação de
serviço (GONÇALVES, 2001).
A idéia dessa dissertação veio no meado de 2009 onde estive realizando visitas no
Hospital Municipal Raphael de Paula Souza em Curicica – Jacarepaguá, Rio de Janeiro, RJ.
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Estive presenciando o afastamento de uma enfermeira com o diagnostico de Tuberculose
Pulmonar adquirida em seu âmbito profissional.
A enfermagem é a maioria dos profissionais de saúde que age diretamente com os
clientes infectados. É com a saúde de todos os profissionais de saúde, especialmente os da
área de enfermagem, que se baseia todo o trabalho. Agora, paramos e nos perguntamos
“Quais os principais fatores que levam a infecção tuberculosa nos profissionais de saúde,
especialmente nos da área de enfermagem?”. Algumas hipóteses são a não fiscalização das
instituições, o descuido do profissional de saúde, não aplicação de medidas preventivas
coordenado pela instituição.
O objetivo principal da pesquisa é mostrar os dados epidemiológicos e a
necessidade de medidas preventivas aos profissionais de saúde, principalmente nos
profissionais de enfermagem. Meus objetivos específicos para esta pesquisa são:
Descrever a tuberculose, seus métodos de contágio, diagnóstico e
tratamento.
Descrever a epidemiologia da tuberculose na população geral e nos
profissionais de saúde.
Dissertar sobre os principais fatores de risco para transmissão da TB no
grupo de profissionais de saúde.
Dissertar sobre as principais medidas de prevenção da tuberculose em
âmbito hospitalar.
Com essa pesquisa pretendo melhorar os conhecimentos dos profissionais sobre
os principais fatores de risco e medidas profiláticas no ambiente de trabalho, mostrar as
medidas preventivas que estão sendo usadas, ou não, atualmente no Brasil , assim, resultando
numa avaliação de aplicação de ações que possam ser feitas para melhoramento da prevenção
do profissional de saúde.
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2. MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho é uma pesquisa bibliográfica. Segundo Gil (1991) uma pesquisa
bibliográfica é realizada a partir de materiais já publicado como livros, artigos, materiais
disponibilizados pela internet.
A pesquisa é de abordagem quantitativa. Silva e Menezes (2001) considera que
uma pesquisa quantitativa, é uma tradução dos números e opiniões de informação
classificando e analisando-as. É requerido o uso de recursos para tal pesquisa.
É uma pesquisa exploratória visando numa familiaridade com o problema
tornando-o explícito ou construindo hipóteses. Podendo ser uma revisão bibliográfica,
entrevistas, análise de exemplos. (GIL, 1991)
Para realização desta pesquisa foram realizadas buscas bibliográficas nas bases de
dados do Scielo e LILACS, que compreendem o período de 2000 a 2010. Foram lidos 40
artigos científicos, porém, apenas, 23 foram aproveitados para o trabalho. Foram utilizados,
também, sites, documentos e dados provenientes da Organização Mundial de Saúde,
Ministério da Saúde, Secretarias Municipais de Saúde.
As palavras-chave utilizadas foram: Tuberculose, Tuberculose Ocupacional,
Biossegurança em Tuberculose.
Visitas na biblioteca do Centro Universitário Augusto Motta - UNISUAM foram
de extrema importância. Foram utilizados livros como material de apoio, tais como,
“Tuberculose: Do Ambulatório à enfermaria 3º Ed.” de Afrânio L. Kritski, Marcus B. Conde
e Gilvan R. Muzy de Souza, 2005; “Brunner & Suddarth. Tratado de Enfermagem Médico-
Cirúrgica. 10ªEd.” de Brenda G. Bare e Suzanne C. Smeltzer; 2005. “Como elaborar um
projeto de pesquisa” de Antônio Carlos Gil, 1991; E a apostila “Metodologia da pesquisa e
elaboração da dissertação 3ºed” de Edna Lúcia da Silva e Estera Muszkat Menezes, 2001.
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3. EPIDEMIOLOGIA
3.1 Epidemiologia mundial
Para um indivíduo ser diagnosticado como um caso de TB é preciso ter o exame
de baciloscopia positiva ou cultura e uma avaliação dos resultados de exames
complementares. Um indivíduo que nunca realizou uma terapia medicamentosa contra TB ou
a realizou por um período de menos de 30 dias é considerado um novo caso de TB
(FUNASA, 2002).
Entre 1953 e 1985 registrou-se mundialmente uma queda gradual de casos de TB,
porém a partir de 1986 esses números voltaram a subir (CONSTANTE; et al, 2004)
Foi observado na década de 1990 um aumento absurdo de novos casos de TB em
indivíduos com HIV-positivos, tornando a TB a principal causa de morte entre eles. Em 1993
a Organização Mundial de Saúde declarar a doença uma emergência sanitária mundial
(KRITSKI; et al, 2005).
Segundo o relatório de controle global da TB, lançado em março de 2009, pela
OMS, no 3º Fórum Stop TB realizado na cidade do Rio de Janeiro, que apresentou dados da
TB no mundo no ano de 2008. Estima-se mais de 2 bilhões de pessoas no mundo infectadas
pelo bacilo da TB. Foram registrados 9,4 milhões de novos casos de TB no mundo, sendo 1,4
milhões são pessoas portadoras do HIV/AIDS. Os homens são os mais atingidos, numa faixa
de 5,8 milhões dos casos novos. Em todo mundo a TB mata anualmente uma faixa de 1,8
milhões de pessoas, dentre elas 500 mil HIV-positivos. Se fôssemos fazer uma média de
morte diária, este alcançaria 4.500 mortes/dia. Os casos de MDR-TB vêm aumentando em
cada ano, em 2008 apontou que em todos os casos de TB, a MDR está presente em 5%.
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Figura 1: Estimativa da prevalência de tuberculose (por 100.000 habitantes) em 2007. Fonte:
Organização Mundial de Saúde. Link: http://gamapserver.who.int/mapLibrary/Files/Maps/Global_MDG6_TBprevalence_2007.png . Acessado em 10 de abril de 2010.
3.2 Epidemiologia Brasileira
Segundo OMS (2009), o Brasil é colocado no ranking de 2008 como 19º lugar dos
países que possui a maior carga de TB no mundo.
Em 1980, no Brasil, foram notificados 72.608 novos casos de TB. No entanto com
a vinda da crise econômica, a piora de condição de vida, o aumento da pobreza e a epidemia
do HIV na década de 90, o número veio a aumentar, estima-se uma incidência de 130.000
casos de TB. Em 2001 estimou-se ter 111.000 casos, onde o Brasil se encontrava na 5º
posição no ranking mundial (OMS, 2009).
Brasil teve 70.989 casos novos de TB. Dentre eles 32.096 eram somente na região
Sudeste, aproximadamente 45% de todos os casos de TB no Brasil (MS, 2008).
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20
Gráfico 1: Mostra a taxa de incidência/100.000 habitantes nas regiões do Brasil.
Taxa de incidência (por 100 mil habitantes) nas regiões
brasileiras no ano de 2008
38,0640,03
31,92
22,81
44,44
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
.
Fonte: Ministério da Saúde Brasileira 2010
Em alguns municípios é encontrada a maioria de casos de TB no Brasil, 70% dos
casos estão em apenas 315 municípios dentro dos 5.565 existentes, segundo informações do
registro do Ministério da Saúde de 2009.
O levantamento de 2009 nos mostra as taxas de incidências de cada estado. O
estado do Rio de Janeiro apresenta-se em 1º lugar no ranking nacional com uma taxa de
incidência de 68,69 por 100.000 habitantes, em seguida Amazonas (67,88), Pernambuco
(47,60), Pará (43,72) e Ceará (43,20). (MS, 2009).
Gráfico 2: Mostra os cincos estados que possuem as taxas de incidências(por 100
mil habitantes) mais elevadas do Brasil. O Estado do Rio de Janeiro se encontra com a maior
taxa de incidência do Brasil
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21
Os cincos estados brasileiros com as maiores taxas de
incidências (por 100 mil habitantes) no ano de 2008.
67,88
47,643,72 43,2
68,69
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Rio de Janeiro Amazonas Pernambuco Pará Ceará
.
Fonte: Ministério da Saúde Brasileira, 2010
No Brasil, como no mundo, a TB atinge mais os homens brasileiros do que as
mulheres. As populações conhecidas como de risco são, moradores de rua (60 vezes maior do
que a média nacional); presidiários (40 vezes maior); os portadores de HIV (30 vezes maior);
indígenas (4 vezes maior).(PNCT, 2009).
Fazendo um balanço da incidência de casos novos nos últimos anos, mostra que o
Brasil reduziu 26,96% em 10 anos (1998-2008) (MS, 2009).
3.2.1 Epidemiologia do Estado do Rio de Janeiro
O Estado do Rio de Janeiro apresentou em 2008, 10.895 novos casos de TB.
Uma queda de aproximadamente 18% nos últimos 5 anos, já que no ano de 2005 apresentou
13.278 novos casos.(MS, 2010).
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde(SMS) do município do Rio de
Janeiro(MRJ) (2008), o número de casos novos de TB vem caindo continuamente, mesmo
sendo estimado cerca de 9,5% dos casos são referentes à pacientes de outros municípios.
Podemos observar na figura a baixo.
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22
Tabela 1: Nº de casos de tuberculose notificados MRJ, 2001-2006
Fonte: Disponível em http://www.saude.rio.rj.gov.br acessado em abril de 2010
O interessante para vermos nos casos de TB é sua forma clínica. No MRJ 85%
dos casos acometeram na forma pulmonar (SMS/MRJ. 2008).
Tabela 2: Nº de casos de TB no MRJ por forma clínica, MRJ, 2001-2006
Fonte: Disponível em http://www.saude.rio.rj.gov.br acessado em abril de 2010
Em 2005 a taxa de cura no MRJ ficou na faixa de 72,2% e a taxa de mortalidade
em 2006 ficou em 5,4 por 100.000 habitantes (SMS, 2008).
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23
3.3 Epidemiologia em profissionais de saúde
3.3.1 No mundo
Maciel et al (2009: 4), afirma que “No período de 1940 a 1960, a TB foi
reconhecida pela corte americana como uma doença do trabalho”.
Os números de casos e conversões em profissionais de saúde caíram muito após a
implantação do esquema de tratamento contra TB. Em 1968 foi realizada uma pesquisa
mostrando que a conversão antes da quimioterapia (1948-1951) era de 66%, após a
quimioterapia (1052-1958) a conversão foi de 21% e quando foram implantadas medidas de
prevenção, como RX de tórax em todos os doentes que entravam nos hospitais com suspeita
de TP (1959-1964), a taxa de conversão caiu para 3,5% (MACIEL; et al, 2009).
Em diferentes épocas da história tiveram surtos em hospitais onde profissionais de
saúde foram infectados e adoecidos pela TB. O Estados Unidos da América (EUA) possui
estudos que revelam dados de tuberculose ocupacional em surtos na época de 1991 a 1997
(FRANCO; ZANETTA, 2004).
Tabela 3: Estudos que avaliam a ocorrência de TB em profissionais de saúde no EUA.
Estudo
(Autor/Ano)
Templet
EUA 1991
Zaza,
EUA 1991-1992
Griffith,
EUA 1992
Frampton,
EUA 1994-
1995
Kenyon,
EUA 1997
Envolvidos
Profissionais envolvidos na
autópsia do paciente.
Não Relatado.
Enfermeiros,
Médicos,
Terapeutas, e Téc.
de Laboratório.
Enfermeiros
e Médicos
Enfermeiros, Médicos e
Profissional da
Administração
Casos 2 8 3 2 1
Fonte: Arq Ciênc Saúde 2004 Link: http://www.cienciasdasaude.famerp.br/racs_ol/Vol-11-4/10%20-%20id%2044.pdf acessado em 20 de abril de 2010.
Andrade (2001) nos mostra diversos estudos em países diferentes. Na Estonia, um
estudo mostrou que no Hospital Geral a incidência de casos nos profissionais de saúde foi de
1,5 a 3 vezes maior que a população geral. No Hospital de referência à tuberculose esse risco
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pulou para 30 a 90 vezes maior. Um estudo realizado durante 12 anos com profissionais de
saúde na Sérvia apresentou que o risco dos profissionais de saúde é elevado em relação à
população geral, apresentamdo-se 7,6 vezes maior. Um dado mais concreto, apresentado na
Malawi em 1996, mostrou num quantitativo de pessoal de 40 hospitais, totalizando 3042
profissionais, 108 casos de tuberculose ocupacional foram encontrados. Em Marrocos, uma
pesquisa feita em 30 províncias, apresentou 130 casos de tuberculose ocupacional, sendo que
em médicos especialistas que trabalham na área da TB apresentou uma incidência de
1094,8/100.000 habitantes.
Em Portugal no período de 1997 a 2001 foram comprovados 262 casos de TB nos
profissionais de saúde. Sendo, 89 casos em enfermeiros, 57 em auxiliares, 43 em médicos, 73
em outras categorias de trabalho (SIMÕES, 2002).
Fernandes (2009: 12) afirma que “O grupo dos enfermeiros, talvez porque tenha
um contato mais próximo e prolongado com o doente durante a realização das suas atividades,
apresenta habitualmente, valores de incidência de tuberculose mais elevados”.
3.3.2 No Brasil
Mesmo não havendo um registro de dados concretos sobre a incidência de TB nos
profissionais de saúde no Brasil, alguns estudos foram analisados e permitiram obter algumas
informações sobre o tema.
Estudo feito entre 1994 e 1997 num hospital de ensino do Rio de Janeiro avaliou
que 49% (617) de 1.358 profissionais participantes eram reatores fortes (>10mm) ao PPD e
32 de 368 profissionais apresentaram conversão tuberculínica (KRITSKI et al., 2000).
Um estudo realizado na Escola de Medicina da UFRJ em 1996 a 1997 evidenciou
um crescimento da taxa de prevalência no decorrer do curso. No período básico foi
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encontrado uma taxa de 4,6%, no intermediário 7,8% e no internato 16,2%. Ao final foram
testados 445 alunos e resultou numa taxa de prevalência de 9,2% (ANDRADE, 2001).
Entre 1999 e 2000 foi realizado um estudo envolvendo 4 hospitais de 3 Estados
brasileiros, somando um quantitativo de 4.419 profissionais de saúde ativos. O resultado do
teste tuberculínico foi de 63,1% positivos, e a conversão de 8,7%. Estimando-se em cada
1000 profissionais de saúde, 10,7 podem converter para reatores em um mês (MACIEL et al.,
2009).
Em nível hospitalar, a exposição nos serviços de pneumologia, urgência,
broncologia, anatomia patológica e laboratório de patologia clínica são maiores, sendo
também mais elevada à incidência de TB ativa nos profissionais de saúde desses setores do
hospital (OPPERMANN; PIRES, 2003).
Estudo realizado em Vitória avaliou discentes da área de saúde através do teste
tuberculínico e encontraram uma taxa de incidência para a conversão de 10,5% ao ano,
comparando-o com a taxa da população geral, que é de 0,5% ao ano, podemos notar que esses
estudantes de enfermagem é um grupo de risco exposto ao risco de contágio do M.Tb
(MACIEL et al., 2009).
Em uma pesquisa realizada entre 2002 e 2006 identificaram-se 25 casos
notificados de profissionais de saúde com TB. Entre eles, 8 eram técnicos de enfermagem, 4
médicos, 3 enfermeiros, 2 técnicos de radiologia e 8 de outras categorias. Encontra-se nos
profissionais da área de enfermagem uma porcentagem de 44% dos casos, devido o contato
mais próximo e prolongado com o paciente durante a jornada de trabalho (MACIEL et al.,
2009).
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (2005) cerca de 30% das
notificações de novos casos de tuberculose no Rio de Janeiro são originadas em hospitais. A
partir da situação encontrada foram realizados estudos com alguns hospitais do Rio de Janeiro
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com o principal objetivo de estimar a prevalência e o risco da infecção do M.tb. O Hospital
Servidores do Estado (HSE) em 2005 foi submetido ao estudo. Foi feito o teste de PPD em
589 profissionais de saúde, com os resultados dos testes tuberculínico ao final de 2005
estimaram-se uma taxa de prevalência de 52% (217/589) entre os profissionais. Após um ano
144 dos 282 profissionais que apresentaram teste tuberculínico negativos realizaram um novo
teste, e 12 profissionais se positivaram, dando uma taxa de 8,3% de infecção tuberculosa
avaliada pelo PPD (CHAVES et al., 2006).
Um estudo realizado em 2008 através de levantamento de dados de 2004 do
município de São Paulo nos mostra os coeficientes de incidências (por 100.000 habitantes),
nos profissionais de enfermagem. Foram encontradas taxas de incidências de: 114 para
enfermeiros, 65 para técnicos; 75 para auxiliares; e 61 para a população geral. Isso nos mostra
uma taxa excessiva de casos de TB nos enfermeiros jovens e nos auxiliares comparando-os
com a população geral (LORENZI; OLIVEIRA, 2008).
Dados do município de São Paulo mostram casos de TB ocupacionais na área de
enfermagem, cadastrados no Conselho Regional de São Paulo (COREN-SP), em 2004.
Figura 2: Índice de confirmação ocupacional dos casos de TB notificados (todas as formas, ambos os sexos) no cadastro do Coren-SP. Município de São Paulo, 2004 Fonte: http://www.fundacentro.gov.br/rbso/BancoAnexos/RBSO%20117%20Tuberculose.pdf acessado em 20 de abr/2010
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Em nesse mesmo estudo foi observado que a maior incidência para auxiliares de
enfermagem foi encontrada na faixa etária de 30 a 39 anos e para enfermeiros na faixa 20 a 29
anos. No estudo concluiu-se que o risco para o adoecimento dos profissionais em relação à
população geral é apenas nos grupos dos profissionais de enfermagem mais jovens
(LORENZI; OLIVEIRA, 2008).
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4. ASPECTOS CLÍNICOS
Antes de falarmos dos aspectos clínicos, iremos esclarecer alguns aspectos. A TB
é uma doença infecciosa causada pelo M.tb ou bacilo de Koch. Outras espécies de
micobactérias, como as Mycobacterium bovis, M. africanum e M. microti também podem
causar esta doença. A doença ataca 80% dos casos os pulmões e 15% em forma
extrapulmonar, podendo ser nos rins, pele, linfonodos, ossos, pericárdio, bexiga, intestino,
entre outros (KRITSKI et al., 2000).
4.1 Doença primária:
A doença primária é caracterizada pela primeira infecção adquirida pelo
indivíduo, geralmente enquanto criança, porém estes têm apenas 5% de chance de
desenvolver a doença. O sistema imunológico consegue combater o bacilo com eficácia nas
95% das vezes. As gotículas para que possa infectar, devem estar com núcleos secos (Núcleo
de Wells) e medindo menos de 5µm de diâmetro e conter 1 a 2 bacilos (virulentos) para
atingir os alvéolos onde irão se multiplicar, originando a primo-infecção. O sistema
imunológico age sobre os bacilos e os neutralizam, calcificando as lesões deixando-os
inativos “adormecidos”, essa calcificação também é chamada de lesão de Gohn
(OPPERMANN; PIRES, 2003).
4.1.1 Fisiopatologia da TB
Quando as partículas infectadas passam pelos brônquios e chegam aos
bronquíolos, rapidamente o corpo reconhece esse corpo estranho e lança células do sistema
imunológico (macrófagos alveolares) para fagocitose dos bacilos. A grande parte do bacilo é
destruída no momento da fagocitose, porém essa pequena parte que sobrevive consegue se
multiplicar rapidamente dentro dos macrófagos. Esse macrófago infectado, que agora é um
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ambiente de multiplicação do bacilo, libera substâncias como citocinas e quimiocinas que
incentivam o recrutamento de novas células de defesa (monócitos e linfócitos da circulação)
gerando o processo inflamatório. Nesse processo inflamatório há possibilidade de evolução
por duas formas diferentes. Na primeira, os bacilos são atacados de uma maneira, pelo o
sistema imunológico, que eles são encarcerados em uma lesão quase invisível, ficam como se
estivessem “dormindo”, sem danos para o corpo. Na segunda as micobactérias podem
disseminar por via linfática por volta de 12 semanas após a infecção, correndo toda a corrente
linfática pode, assim, atingir outros órgãos por via hematogênica, gerando lesões em outros
orgãos. Quando as micobactérias são transportadas por via hematogênica o corpo já criou a
imunidade adquirida desenvolvida, impedindo 90% a 95% da evolução da doença TB em
nosso corpo (KRITSKI et al., 2005).
Na primoinfecção o indivíduo apresenta sintomas parecidos de um resfriado
comum: mal estar, febre baixa e tosse. Os gânglios linfáticos também podem existir um
aumento relativo podendo causar uma compressão dos brônquios. A disseminação
hematogênica é frequente e normalmente assintomática. Mesmo ocorrendo a cicatrização, os
indivíduos imunocomprometidos (crianças sem a vacina do Bacilo Calmette Guaerin ,BCG,
indivíduos com HIV-positivos, desnutridos, diabéticos, moradores de rua e usuário de drogas)
podem manifestar a doença em sua forma extrapulmonar por disseminação hematogênica
(FERNANDES, 2009).
Em alguns casos de primo-infecção, dependendo da virulência do bacilo, podem
ocorrer de uma gravidade maior. O bacilo rapidamente se desenvolve, a lesão aumenta de
forma rápida provocando a necrose e cavitações, levando a tuberculose primária progressiva.
Seu período de incubação é em média de 4 a 12 semanas e a doença aparece em torno de 12
meses após a primo-infecção. Lembrando que apenas os doentes com TP expelirão os bacilos
pelo ar, chamados de tuberculosos bacilíferos (OPPERMANN; PIRES, 2003).
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4.2 Doença pós-primária:
A TB pós-primária é conhecida também como tuberculose tipo adulto,
tuberculose de reativação ou tuberculose secundária. Casos de TB pós-primária ocorrem em
doentes sensibilizados quando os bacilos sofrem uma reativação, são normalmente
encontrados no ápice do pulmão aonde possui uma maior ventilação no local. Dentro das vias
respiratórias são liberados os conteúdos da necrose ocasionada pelo bacilo, resultando no
aparecimento de outras lesões na extensão dos pulmões. Lesões chamadas de cavitações
pulmonares (SMELTZER; BARE, 2005).
Figura 3: RX de pulmão com cavitações em ápice - Fonte:
http://www.mdsaude.com/2009/04/sintomas-de-tuberculose.html acessado em abril de /2010.
Os sinais e sintomas do início da doença pulmonar não são específicos, tornando
difícil a associação à TB. Os principais são: febre, tosse, sudorese noturna, dor torácica,
anorexia, mal-estar geral, fraqueza, emagrecimento (SMELTZER; BARE, 2005). A tosse em
muitos casos pode iniciar seca e no decorrer da doença pode apresentar expectoração
purulenta com ou sem sangue (hemoptise). O aparecimento do sangue não é devido o estágio
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da TB, pois a lesão pode ter, apenas, atingindo um vaso sanguíneo da parede pulmonar.
Quando a TB se encontra num estágio avançado pode ter dispnéia ou síndrome de angústia
respiratória do adulto (SARA). Ao exame físico apresentam sons estertores nas áreas
acometidas durante a entrada de ar nos pulmões, normalmente após a tosse, sopros em áreas
de grandes cavidades e roncos devido à obstrução por secreção (FERNANDES, 2009).
4.3 Tuberculose Extrapulmonar:
A TB extrapulmonar é dificilmente, diagnosticada por ser em lugares difíceis,
prejudicando a coleta de material para o exame e seus sinais e sintomas não são específicos da
TP. Corresponde 10% a 15% de todos os casos de TB (KRITSKI et al., 2005).
4.3.1 Tuberculose Pleural
É a forma mais frequente encontrada nos indivíduos HIV-negativos de TB
extrapulmonar. Devido a infecção primária ser próximo da pleura, aproximadamente 1 a 2
cm, os bacilos por via linfática podem ser disseminados e atingir a pleura, levando um
resposta imunológica e criando líquido excessivo no local. Seus aspectos clínicos são muitos
parecidos com a infecção pulmonar, pois o doente pode apresentar dores fortes na região
torácica, ruídos adventícios à ausculta pulmonar e maciez à percussão torácica. Através da
suspeita clínica-radiológica pleural, é feito exame para concretizar o diagnóstico de TB
pleural. Exames mais utilizados para o diagnóstico é o Telerradiografia, Toracocentese com
biópsia e o exame menos utilizado, o Pleuroscopia (PEREIRA, 2008).
4.3.2 Tuberculose Ganglionar
Segundo Kritski et al (2005: 64) a forma ganglionar é “a segunda forma mais
comum de TB extrapulmonar em pacientes HIV-negativos e a primeira em pacientes HIV-
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positivos”. Seus aspectos clínicos, quando não existe TB pulmonar associada, como a febre
baixa, astenia, emagrecimento acontece com menos freqüência. A infecção pode acometer
bilateralmente os gânglios, geralmente os das cadeias cervical e fossa supraclavicular. O
aumento dos gânglios é visível e geralmente o doente não sente dor. Ao toque, os gânglios são
palpáveis e podem encontrar endurecidos ou amolecidos (KRITSKI et al., 2005).
Figura 4: Foto de infecção tuberculosa em gânglios – Fonte:
http://www.mdsaude.com/2009/04/sintomas-de-tuberculose.html Acessado em abril de 2010
Seu diagnóstico é feito, primeiramente, por baciloscopia através da aspiração
do líquido dos gânglios com uma agulha e, após, é realizado a biópsia. Lembrando que todos
os pacientes deverão fazer a prova tuberculínica (PT). Já que a TB ganglionar é a principal
forma que ataca os HIV-positivos. Durante a avaliação dos pacientes devemos procurar
aspectos clínicos que possam levar uma suspeita de infecção–HIV, até mesmo encaminhar
para o exame anti-HIV (KRITSKI et al., 2005).
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4.3.3 Tuberculose Óssea
Geralmente acometem jovens e idosos. As partes ósseas que a infecção óssea
por M.Tb mais ataca são, coluna vertebral, articulação coxofemural, articulação patelar e tíbia.
Seus aspectos clínicos são lentos, evolui por meses ou anos. Na coluna vertebral apresenta dor
na região lombar ou na região inferior torácica e sudorese noturna. Nas articulações
apresentam dor à palpação e ao cair da noite, sua movimentação se torna prejudicada. Os
aspectos mais comuns como são febre baixa e astenia. Emagrecimento e anorexia são
incomuns nessa forma da TB. Primeiramente, para o diagnóstico, é feito o exame radiológico
convencional, se há presença de necrose e sequestração óssea, é suspeitado um caso de TB
óssea positivo. Para confirmação, é feito baciloscopia, cultura e exame histológico de
ganuloma em material coletado por biópsia (PICCON et al., 2005).
Figura 5: Imagem da coluna vertebral apresentando lesão óssea pelo bacilo – Fonte:
http://www.mdsaude.com/2009/04/sintomas-de-tuberculose.html Acessado em abril 2010
4.3.4 Tuberculose Pele
A TB que atingi a pele são divididas em 2 grupos em relação aos aspectos
clínicos. Temos a TB cutânea propriamente dita, secundária à inoculação do M.tb na pele, e as
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tuberculides facultativas que apresentam lesão na pele por hipersensibilidade ao bacilo, não
necessariamente há presença de bacilo na lesão. O diagnóstico é feito através da biópsia de
todas as lesões suspeitas, baciloscopia (pode ser feita pelo exsudato da lesão), cultura do
material colhido para identificar a espécie e o exame histopatológico (KRITSKI et al, 2005).
Figura 6: Foto de lesão de pele provocada pelo bacilo - Fonte:
http://www.mdsaude.com/2009/04/sintomas-de-tuberculose.html acessado em abril de 2010
4.3.5 Tuberculose do Sistema Nervoso Central
Seu quadro de sintomas geralmente é febre, anorexia, adinamia, cefaléia, crise
convulsiva, vômitos, alteração de nível neurológico (PEREIRA, 2007).
Atingi 3% dos casos de TB em doentes HIV-negativos e 10% nos HIV-positivos.
Seu diagnóstico pode ser através do liquor colhido por punção lombar. Duas formas são
encontradas: A TB de meninge (atinge mais em crianças abaixo de 6 anos) e TB do
parênquima cerebral (sem preferência de faixa etária) (KRITSKI et a.l, 2005).
Figura 7: Imagem cerebral apresentando lesão pelo bacilo - Fonte:
http://www.mdsaude.com/2009/04/sintomas-de-tuberculose.html acessado em abril de 2010
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5. FATORES DE RISCO
5.1 Modo de transmissão e principais fatores de risco
A transmissão da TB acontece através do ar. Gotículas infectadas são expelidas
por pacientes com TB ativa através da tosse, espirros e até mesmo da fala. Em nível hospitalar
há procedimentos que aumentam os riscos de transmissão (SMELTZER; BARE, 2005).
Fatores de risco relacionado à TB podem aumentar o risco de transmissão devido:
a localização no pulmão, laringe e cavidade oral, a intensidade da tosse, a alta carga de
bacilos, a extensão das lesões pulmonares, o não uso de máscaras nos doentes, locais
fechados, aglomerados e mal ventilados, esses são os principais fatores que favorece a
transmissão (OPPERMANN; PIRES, 2003).
O desenvolvimento da doença não basta apenas de sua transmissão, outro fator
principal é a relação do hospedeiro que permite a manifestação da doença, tais como: infecção
por M.tb, lesões fibróticas dos pulmões, silicose e fatores que deprimi a imunidade do
indivíduo. É importante realçar os HIV-positivos, os idosos, os toxicodependentes, doentes
fazendo tratamento imunossupressor, os diabéticos, pacientes com neoplasias, insuficientes
renais crônicos e em hemodiálise. Tais como coniventes com doentes bacilíferos: idosos em
asilos, presidiários, toxicodependentes, imigrantes de países com alta incidência e os
profissionais de saúde (MS, 2002).
5.1.1 Transmissão e risco em nível hospitalar
Estudos realizados entre 1960 e 1970 demonstram que o profissional de saúde
exposto tinha o mesmo risco de adquirir TB que a população geral na época. Porém o estudo
também revela que o profissional não exposto tinha 4 a 6 vezes menos de contrair a TB
(FRANCO; ZANETTA, 2004)
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Estudo recente, feito em 2001, mostrou que o risco caiu. Atualmente o
profissional de saúde exposto tem risco de 2 a 4 vezes maior que a população geral. Já o
profissional não exposto tem mais risco do que o profissional atuante na área da TB, devido
ao diagnóstico tardio da instituição, falha de medidas de isolamento respiratório em
instituições ou áreas que não atuam com TB (FIGUEIREDO; CALIARI, 2006).
Os profissionais de saúde possuem variações de fatores de risco em meio
hospitalar, variando com o tempo, freqüência e intensidade da exposição, juntamente com as
funções e locais de trabalho. Setores que atualmente representam um alto risco para a infecção
do M.tb são os setores de pneumologia, de urgência, de broncologia, laboratórios de patologia
clínica, anatomia patológica (KRITSKI et al., 2005).
Os principais fatores identificados para transmissão ocupacional em profissionais
de saúde são (FRANCO; ZANETTA, 2004):
Atraso do diagnóstico de TB
Acompanhamento de doente altamente infectante
Tratamento ou participação de autópsias de pacientes com M.tb
Acomodações de doentes em quartos desapropriados
Ausência de ventilação e circulação do ar nos locais envolvidos
Procedimentos envolvendo aerossolização do bacilo
Não valorização dos sintomas de TB nos profissionais
Na enfermagem (FERNANDES, 2009):
Proximidade dos pacientes
Freqüência, duração e intensidade do trabalho
Falhas nas medidas de isolamento respiratório do profissional
Falhas nas medidas de isolamento respiratório na enfermaria
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Foi verificado que o grupo de profissional de enfermagem é o mais atingido,
devido sua freqüência de trabalho e o número de profissionais atuante no hospital. O fato de, a
enfermagem, apresentar o maior risco é de estar relacionado diretamente com os pacientes
com TB (SALEIROS et al., 2007).
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6. DIAGNÓSTICO
Mesmo a TB sendo uma doença que atravessou séculos e milênio levando há
muitos estudos, o seu diagnóstico é dado a partir de sua sintomatologia. Algumas técnicas
podem ajudar no diagnóstico, porém, apenas os exames microbiológicos identificam com
certeza a presença da M.tb, dando um diagnóstico exato (FERNANDES, 2009).
Segundo Smeltzer & Bare (2005: 564) são empregados para diagnosticar a TB
“Uma história completa, exame físico, teste tuberculínico cutâneo, radiografia de tórax,
esfregaço para o bacilo ácido-resistente e a cultura de escarro”.
Fernandes (2009: 20) ainda afirma que “A chave para um diagnosticar de
tuberculose reside num elevado índice de suspeição”.
6.1 Sorológicos
O exame, Intradermorreação de Mantoux, também conhecido como Prova da
Tuberculina (PT) ou teste tuberculínico ainda é muito utilizado. Existem dois tipos, o
Derivado Protéico Purificado (PPD) bastante usado e o “Old Tuberculin” (OT) raramente
utilizado. O Derivado de Protéico Purificado é obtido através de uma cultura de bacilos de
Koch que são extraídos por precipitação com o ácido tricloroacético ou sulfato de amônio
neutro. O PPD é utilizado como um auxiliar no diagnóstico da tuberculose através da
hipersensibilidade da derme devido à tuberculina (FERNANDES, 2009).
A verificação da hipersensibilidade se manisfesta entre 72 a 96 horas, é medida
por uma régua específica, calculando o diâmetro da induração (endurecimento), não do
eritema, no local da aplicação. Verifica-se infecção tuberculínica como reator forte quando
existe reação igual ou maior de 10 mm. Quando apresenta, em paciente HIV-negativos,
reações de 5 mm a 9mm é um reator fraco, porém, sensível. Quando encontrado o valor igual
ou menor de 4 mm é considerado uma reação insignificante, não reator. (FUNASA, 2002).
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A Hipersensibilidade de Mantux positiva indica que alguma vez o indivíduo teve
contato com o bacilo da tuberculose, ou indica que o indivíduo teve uma vacinação prévia da
BCC de 2 a 3 anos. A hipersensibilidade quando for positiva não indica uma infecção
tuberculosa ativa, indica que outro exame será necessário posteriormente para o diagnóstico
da doença (KRITSKI et al., 2005).
Os indivíduos com HIV-positivos são considerados co-infectados já com a
mensuração igual ou superior a 5 mm. Outros casos especiais para interpretação do teste de
Mantoux são: doenças imunodrepressoras, como sarcoidose, neoplasias malignas; vacinação
com vírus vivo; gravidez; tratamento com corticóides e imunodepressores; crianças menores
de dois meses; idosos com mais de 65 anos (SMELTZER; BARE, 2005).
Segundo a Fundação Nacional de Saúde (2002: 13) “Recomenda-se a prova
tuberculínica, como parte do exame médico, a todos os profissionais dos serviços de saúde,
por ocasião de sua admissão”.
O exame QuantiFERON/QFT é feito através de uma amostra de sangue do
indivíduo, resulta na liberação de interferon gama das células T CD4 do doente exposto ao
antígeno e é medido através dos métodos de ELISA e ELISPOT. O CDC (Centers for Disease
Control and Prevention) recomenda ambos os métodos para o diagnóstico da TB latente. O
resultado desses métodos é categorizado por positivo, negativos e indeterminado. Positivo,
quando os antígenos micobacterianos (ESAT – 6/ CFP 10) são detectáveis. Negativo, quando
não detectáveis. Indeterminado quando o teste é impossível de interpretar (DIEL et al., 2006).
Esse exame foi apresentando e recomendado aos profissionais de saúde devido ao
processo não invasivo, e a não detecção de componentes da BCG, obtendo um resultado mais
preciso (FRANCO; ZANETTA, 2004).
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6.2 Imagiologia
A radiografia representa muito na hora de dar o diagnóstico na pneumologia, pois,
transmiti diversas informações essenciais para a avaliação do doente, possui um baixo custo e
seu procedimento é de grande facilidade. A tomografia computadorizada é outra ferramenta
de imagiologia essencial no diagnóstico da TB. Muitos estudos têm demonstrado que a
tomografia computadorizada é mais eficaz que a radiografia na detecção de alterações
torácicas (KRITSKI at al., 2005).
A TB primária pode se manifestar por uma condensação esbranquiçada, mal
circunscrita em vias aéreas. Apresentação do RX se torna mais visível em 6 a 24 meses após a
instituição da terapêutica. Na TB pós-primária o achado radiológico é na porção superior ou
inferior do pulmão, apresenta uma opacidade esbranquiçada, mal formada, do tipo exsudativo.
Essa apresentação logo mais sofre uma evolução para um aspecto com nodulação forte, densa
e melhor circunscrita, chamada de forma fibroprodutiva. Com o tratamento ocorre a regressão
dos aspectos da distorção pulmonar com fibrose e do colapso parcial frequentemente do lodo
superior (FERNANDES, 2009).
6.3 Hematologia e bioquímia
Na TB esse método é bastante ineficaz devido alguns doentes não apresentarem
alterações. No exame hematológico avaliamos a reação leucemoides, percebemos o número
de monócitos (10 a 20%) presente, se for superior aos dos linfócitos (5 a 10%) podem sugerir
a tuberculose ativa disseminada. Poderá detectar uma anemia em fase avançada da doença,
porém a ausência de anemia ou da reação leucemoide é sugerido o quadro de TB miliar. Na
bioquíma avalia o aumento da hemossedimentação (VS) e a proteína C reativa (PCR). Nos
casos de doentes ativos (bacilíferos), a PCR encontra-se aumentada em cerca de 60%.
Também poderá haver uma redução trágica de albumina, um aumento de imunoglobulinas G
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e A. 10% dos doentes apresentam secreção excessiva de hormônio antidiurético (SIHAD) e
com isso apresentam hiponatremia (FERNANDES, 2009).
6.4 Diagnóstico microbiológico
Esse tipo de diagnóstico é feito através de amostras da expectoração do indivíduo
e deverá ser colhido antes de iniciar o tratamento.
a) Pesquisa de BAAR
Para um diagnóstico mais fidedigno é realizado o exame em 2 amostras. A
Primeira no momento da consulta e a segunda na manhã seguinte. A coleta da segunda é
obrigatório mesmo se a anterior for negativa. Se precisar da terceira amostra, recomenda-se
fazer na entrega do resultado da segunda. A pesquisa de BAAR é muito utilizada pós-consulta
em ambulatórios. É rápido, fácil, simples e com custo bem baixo com a finalidade de
identificar pacientes tuberculosos bacilíferos (FUNASA, 2002).
Esse método é feito através de uma técnica de coloração. A Coloração mais usada
nas amostras da expectoração é chamada de coloração de Zeihl-Neelsen. O bacilo se
apresenta fino, curvado, avermelhado ou róseo, por vezes parecem isolado ou por
grupamentos de bacilos paralelos. E entre seis a oito semanas essa pesquisa permite avaliar a
eficácia do tratamento e a negatividade de transmissão desse paciente (FERNANDES, 2009).
b) Exame de Cultura
Esse exame ainda é o mais preferível no diagnóstico. O método verifica a
presença da M.tb e testa a sensibilidade aos antibacilares, identificando a sua resistência ou
multirresistência. Sua desvantagem é a demora em apresentar o resultado, cerca de seis a oito
semanas. Em cima dessa desvantagem foi criado um método de cultura em meios líquidos que
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agilizam o processo de crescimento bacteriano, assim, os resultados são apresentados mais
rápidos. A CDC recomenda a utilização de um meio líquido e outro sólido (KRITSKI et al.,
2005)
c) Novos métodos de diagnóstico
Com a cultura em meio líquido vieram os sistemas de detecção das bactérias. O
Sistema Radiométrico BACTEC 460 TB (Becton Dickinson Diagnostic Inst Systems, Sparks,
MD) pode detectar entre oito a catorze dias diferentes bactérias, podendo diferenciar a M.tb de
outras bactérias atípicas. Seu problema é o uso de material radioativo e seu preço é muito alto.
Outro sistema veio a ser introduzido o chamado, BBL MGIT. Através de um tubo é detectado
crescimento bacteriano. Esse sistema futuramente deu origem ao BACTEC / MGIT 960
(KRITSKI et al., 2005).
A M.tb e outras micobactérias podem ser detectadas em questão de horas, devido
ao desenvolvimento da tecnologia molecular, sendo por culturas (Sondas de ADN) ou por
amostra (Técnicas de Amplificação dos Ácidos Nucléicos). A Sonda de ADN é um tipo de
sonda usada tanto para culturas sólidas como culturas líquidas. Com uma detecção rápida da
bactéria, apresenta resultado em cerca de 2 horas. No entanto seu custo é alto e possuem
apenas sondas para algumas bactérias específicas. As técnicas de amplificação dos ácidos
nucléicos dentro dos novos métodos é a que mais promete, devido sua complexidade e custo.
A mais usada é a PCR (Polimerase Chain Reaction), e alguns estudos já comprovam a
segurança do diagnóstico dos pacientes com TP negativa com combinação da PCR feito
através do lavado broncoalveolar (FERNANDES, 2009).
Os mais atualizados estudos de epidemiologia vêm utilizando um elemento
essencial, o de tipagem molecular de cepas da M.tb (genotipagem). Podem detectar surtos,
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situações suspeitas, monitorizarão de cepas, avaliação de contatos e sua investigação,
detecção de episódios de reinfecção e recaída (DAVID, 2008).
6.5 Técnicas invasivas
As técnicas invasivas são apresentadas como recurso para o diagnóstico quando
apresenta um caso de TB suspeita sem a confirmação micobacteriológica. Vejamos:
a) Broncofibroscopia
O isolamento da M.tb nas vias aéreas inferiores se faz por conta da
broncofibroscopia. Ainda, nos permite, uma visão da árvore traqueobrônquica até aos ramos
subsegmentares de 4º a 5º ordem, a coleta da secreção brônquica, realização do lavado
broncoalveolar(LBA), biopsias e punção aspirativa transesofágica. Segundo o CDC, a
broncofibroscopia é recomendável para os pacientes com suspeita de TB, tanto ao exame
clínico ou ao exame radiológico sem confirmação micobacteriológica. No paciente com TB já
diagnosticada não é recomendável, exceto quando de extrema necessidade. Nos doentes
graves, principalmente em uso de prótese ventilatória ou apresentadores de trombocitopenia, é
recomendado ao lavado broncoalveolar (LBA). (FERNANDES, 2009).
A biopsia é contra indicada ao paciente com diagnóstico de IAM recente,
hipoxemia refratária, diátise hemorrágica não corrigida ou ausência de consentimento. Já nos
pacientes com presença de lesões nas vias aéreas facilitando uma punção é recomendada à
punção aspirativa (FERNANDES, 2009)
b) Toracocentese
É feito num doente com derrame pleural, o líquido deverá ser retirado e analisado,
isso é feito pela Toracocentese. Na análise do líquido macroscopicamente observaremos
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aspectos, seroso ou serofibrinoso, e podemos observar em 10% dos casos de derrame pleural
um aspecto serohemático. Um teor protéico superior a 5 g/dl, a contagem de leucócitos
superior a 50% e a presença da adenosina desaminase (ADA) com um valor superior a 70 U/L
tornam quase claro um diagnóstico de TB. Já quando a contagem dos eosinófilos é superior a
10%, na ausência de toraconcetese prévia ou pneumotórax ou mesotelias maior a 5%, permite
quase a anulação de TB. (KRITSKI et al., 2005)
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7. TRATAMENTO
O tratamento é feito em nível ambulatorial, somente é recomendada a internação
em casos graves ou, então, há risco de abandono da terapia medicamentosa do paciente
(SCHMETANA et al., 2007). A TB no Brasil é um caso de saúde pública, por isso, seus
medicamentos e todo seu tratamento são dados pela rede pública de saúde. É preconizada uma
linha de tratamento para que se possa curar a TB (KRITSKI et al., 2005).
Esquemas terapêuticos foram implantados oficialmente nos anos de 1960. Em
1964 foi implantado o esquema que durava 18 meses, através dos tuberculostáticos,
streptomicina(S), Hidrazida(INH) e Ácido para-amino-salilico (PAS), porém esse mesmo
esquema foi reduzido, em 1965, para 12 meses (RUFFINO, 1999). Na década de 70 foi
colocada a vacina BCG de forma obrigatória no calendário de vacinação para crianças
menores de um ano (SCHMETANA et al., 2007).
Em 1979, o Brasil foi o primeiro país no mundo a implantar o esquema de
tratamento de curta duração. Em apenas seis meses o paciente utilizava a rifampicina (R),
Hidrazida (INH) e pirazinamida (Z) para possibilitar a cura (HIJJAR et al, 2007).
Para Kritski et al (2005: 107), os objetivos do tratamento da TB são:“curar o
paciente; diminuir a transmissão de bacilo para os contatos; e prevenir a recidiva de doença, o
desenvolvimento de resistência às drogas e o desenvolvimento de complicações (óbito,
sequelas)”.
O esquema 1R(usando R, H, Z e etambutol(E) nos dois primeiros meses, e RHE
nos quatros meses seguintes) para o abandono de tratamento e o esquema 3 (três meses de Z,
E, estreptomicina(S) e etionamida(Et), e nove meses de E e Et) para a falência do tratamento
anterior, foram anulados. Ficando apenas os novos esquemas e o esquema para menores de 10
anos de idade (SANTOS; GALESI, 2010).
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Atualmente é usado o esquema chamado de “quarto em um”, implantado em 2010
pelo MS. Na fase intensiva utiliza-se a dose fixa combinada (DFC). Comprimido com uma
dose combinada de RHZE é usado nos dois primeiros meses como forma de ataque e nos
quatro meses restantes utiliza o tratamento de manutenção “dois em um” contendo RH (MS,
2009).
Tabela 4: Novo esquema de tratamento implantado para tuberculose pelo
Ministério da Saúde em 2010.
Link: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v44n1/22.pdf Acessado em 10 de abril de 2010
Na TB meningoencefalite o tratamento da fase de manutenção é estendida para 7
meses (SANTOS; GALESI, 2010).
Tabela 5: Novo esquema implantado de tratamento para tuberculose
meningoencefalite pelo Ministério da Saúde em 2010.
Link: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v44n1/22.pdf Acessado em 10 de abril de 2010
Na criança com uma idade inferior a 10 anos permanece o antigo esquema 1
(RHZ nos dois primeiros meses e RH na segunda fase) (SANTOS; GALESI, 2010). Ao final
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da fase intensiva, independente de qual seja o doente, é recomendável a solicitação de cultura,
identificação e teste tuberculínico para os casos de baciloscopia positiva (SES/SP, 2010).
Dificilmente visto, porém ainda empregado para o tratamento da MDR-TB ou em
algumas complicações, é o procedimento cirúrgico pulmonar. Segundo Kritski et al (2005:
201), as indicações de cirurgia na TB pulmonar são: “casos selecionados de TP MDR;
hemoptise não-controlada; casos selecionados de sequela de TB do parênquima pulmonar, e
endobrônquica”.
As principais cirurgias feitas para o tratamento da TB são: ressecção pulmonar,
toracoplastia, plumbagem, cavernostomia e as ligações cirúrgicas das artérias brônquicas.
Cada cirurgia depende do quadro do doente (KRITSKI et al., 2005).
7.1 Estratégia de Tratamento Diretamente Observado de Curta Duração
(DOTS)
Os DOTS, (Directly Observed Treatment, Short Course, DOTS Strategy) foram
implantados na dec de 90 pela OMS, onde recomendou-se para todos os países, com o
objetivo de melhorar e garantir o tratamento da TB (KRITSKI et al., 2005). Em 2003 um
levantamento mostrou que 84 países já utilizavam o DOTS (VENDRAMINI et al, 2007).
A estratégia DOTS tem como cinco principais pontos para controlar a TB:
compromisso político, identificar os casos pelo exame de baciloscopia, tratamento
diretamente supervisionado (TS), distribuição adequada dos medicamentos anti-TB, o sistema
de registro e notificação de casos e andamento do tratamento (VENDRAMINI et al, 2007).
No Brasil utiliza o TS com doses estipuladas diariamente, pois o MS recomenda, pelo
menos, manter o TS nos dois primeiros meses. A estratégia DOTS gerou um resultado
significativo, aumentando a taxa de cura e diminuindo a taxa de abandono (KRITSKI et al.,
2005).
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8. TUBERCULOSE OCUPACIONAL
Segundo o Ministério da Providência Social o conceito de doença ocupacional é
relatado como.
Acidente de trabalho ou doença ocupacional é o que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador
avulso, médico residente, bem como, com o segurado especial, no exercício de suas
atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a
perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho. (MPS,
2009: 1)
Segundo o Informativo de Doença Ocupacional publicado pela Prefeitura de
Bauru, SP, diferencia doença ocupacional de acidente de trabalho.
Doença ocupacional é uma alteração na saúde do trabalhador causada
por exposição excessiva a agentes químicos danosos em curto, médio ou longo
prazo. Em geral, as doenças ocupacionais levam algum tempo para se manifestarem
e, quando isso ocorre, aparecem sob a forma de tumores ou lesão em órgãos, entre
outros. Já os acidentes de trabalho podem ser definidos como acidentes de ação
imediata, provocada por situações adversas. (BAURU/SP, 2010: 1)
No decorrer da história se alegava que a TB não era contagiosa, mas um cirurgião
inglês provou, oficialmente em 1865, seu contágio. Florence Nightingale já aplicava e passava
sua teoria ambientalista para redução de risco de infecção hospitalar. Ideias de como deveria
ser a circulação de ar numa enfermaria, sua planta física, alimentação e higiene dos pacientes.
Entretanto um estudo em Londres no ano de 1882 notificou que o contágio não era possível
nesses profissionais de saúde, resultando numa demora de aplicações de medidas de
prevenção e controle. Porém estudos feitos anos depois mostraram que era possível o
contágio. Um estudo realizado no ano 1929, usando o teste tuberculínico, em 449 alunos da
graduação de medicina, avaliou que ao final da formação acadêmica teve uma taxa de reatores
de 50,2%, os 145 estudantes que ao início do curso não tinham nenhum indício de contato
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com BK, ao final apresentou reação ao teste. Não quer dizer, necessariamente, que todos
ficaram doentes. O exame PPD apenas indica que teve contato direto com o bacilo, servindo
como um auxílio para o diagnóstico, sendo assim, outro exame mais complexo deverá ser
aplicado para confirmar a doença ativa. Estudantes formados em 1933 apresentaram uma taxa
de conversão (de não reatores para reatores) de 57,7 % durante a graduação. E os alunos
formados em 1936 apresentaram taxa de conversão de 77,9%. Com o problema levantado
oficialmente e com a sensibilização das autoridades responsáveis, a TB foi decretada pela
corte americana como uma doença de trabalho, chamando-se de tuberculose ocupacional
(MACIEL; et al, 2009).
A eficácia do tratamento medicamentoso, a redução de risco de transmissão, e
medidas profiláticas tomadas, levou ao fechamento de inúmeros sanatórios no mundo e no
Brasil. O paciente com TB começou a ser tratado em ambulatórios e enfermarias junto aos
outros doentes, esperando se respeitar medidas de isolamento (GOMES, 2000).
Pacientes hospitalizados com TP ou laríngea, as falhas de isolamento e
manipulação de doentes bacilíferos, a terapia medicamentosa inadequada aos pacientes com
TB resistente são fatores de alto índice e risco de transmissão da TB entre os profissionais de
saúde. (GONÇALVES, 2001). Além disso, a co-existência da TB com a síndrome da
imunodeficiência humana (AIDS) leva alterações no quadro clínico, tornando o diagnóstico
complicado e tardio (GOMES, 2000).
Os autores, Célia Franco e Dirce Maria T. Zanetta relatam com clareza quando a
tuberculose começou a receber a atenção como doença ocupacional.
A característica ocupacional da doença recebeu verdadeira atenção
apenas no final da década de 1980 e início de 1990 e os fatores responsáveis por isso
foram: o ressurgimento da tuberculose com relatos de aumento da incidência de
todas as formas da doença mesmo em países onde se esperava contar com seu
controle; a emergência de cepas do bacilo causador da doença resistentes a várias
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drogas usadas no seu tratamento; e a coinfecção M. tuberculosis e Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV), que além de contribuir para aumento das
indicações de internações hospitalares de indivíduos com a primeira condição,
também favorecia o adoecimento de profissionais que a apresentassem (FRANCO;
ZANETTA, 2004: 245).
No auge da década de 80 com o esquema de antibiótico implantado os números de
casos de TB caíram absurdamente. No decorrer dos anos uma redução contínua da conversão
entre os profissionais de saúde foi observada, levando a crer que os mesmos não estariam
mais expostos ao risco de adquirir a doença. Entretanto um outro estudo mostrou que
estudantes de enfermagem submetidos ao teste tuberculínico tiveram uma taxa de conversão
de 0,46%, profissionais já atuantes na área com menos de 50 anos apresentaram 2,2% e
aqueles acima dessa faixa apresentaram 5,6% de conversão (MACIEL et al, 2009).
A situação se tornou preocupante para os profissionais de saúde. As condições de
trabalho precárias, a exposição de risco de contágio de bacilos resistentes e multirresistentes,
o contato frequente e prolongado, como no caso dos profissionais de enfermagem, a
intensidade da exposição, as funções, locais de trabalho. Tudo isso é de extrema importância
para serem avaliados e medidas serem tomadas (SALEIROS; et al, 2007).
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9. MEDIDAS PREVENTIVAS
9.1 Princípios de controle da TB no Brasil
As medidas preventivas começaram a ter realmente um enfoque maior no Brasil na
década de 40, onde foi criada a Campanha Nacional Contra a Tuberculose (CNCT). A
campanha pretendia atuar em 66 municípios do Brasil onde ocorria 80% das mortes por TB
(HIJJAR et al., 2007).
Segundo Schmetana et al (2007: 4), os objetivos da CNCT “Coordenar todas as
atividades de controle da doença; Uniformizar a orientação nacional; Sugerir descentralização
dos serviços relacionados a TB; Cadastramento torácico da população”.
A criação de leitos e internações não necessárias criaram diversas discussões sobre as
novas medidas, levando as implantações de novas estratégias. Uma delas era a internação dos
pacientes bacilíferos até a negativação do exame de baciloscopia. Na década de 60 surgiram
várias medidas importantes de prevenção para TB, ma delas foi a entrada da vacina da BCG
em nosso calendário de imunização de forma obrigatória, todo o processo da TB se tornou
gratuito para a população (prevenção, diagnóstico e tratamento) e a inclusão da TB como uma
doença de notificação compulsória (HIJJAR et al., 2007).
No decorrer dos anos a CNCT vem criando e adotando diversas medidas contra a TB,
como: classificação para os casos de TB, esquemas de terapia medicamentosa e medidas
técnico-administrativas. Quando a OMS anunciou que a TB era uma emergência mundial, o
MS lançou o Plano Emergencial para o Controle da Tuberculose em 1994, e os Planos de
Ação foram feito em cada município. A partir das estruturas da FUNASA foi criada, em 2003
pelo MS, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), onde passou a elaborar estratégias para
o plano da TB. Para tentar atingir a meta de 85% de cura junto à recomendação da OMS, o
Brasil criou e oficializou a estratégia do DOTS em 1999 pelo PNCT, junto a isso, foi criado a
interação do Programa da Saúde da Família (PSF) para agilizar a descoberta de novos casos e
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seu tratamento. Até hoje o MS recomenda, incentiva e ajuda financeiramente a pesquisa e
estudo da MDR-TB para manter um padrão de esquema medicamentoso (HIJJAR et al.,
2007).
9.2 Medidas de Controle da TB
Nos capítulos anteriores vimos a transmissão da tuberculose em nível hospitalar.
Devido esses riscos de transmissão o CDC junto à OMS estipulou medidas de controle e
prevenção da TB. Existem 3 tipos de categorias de medidas. Medidas administrativas,
medidas de controle ambiental e medidas de proteção respiratória (GOLÇALVES, 2001)
9.2.1 Medidas Administrativas
O desenvolvimento das Medidas administrativas é um dos mais importantes para
controle da tuberculose, seu custo de aplicação é baixo e sua eficácia bastante alta. Tais
medidas visam orientações e treinamento dos profissionais de saúde, implantação e
regularização do número de leitos de isolamento respiratório na enfermaria e na emergência,
adequação de um sistema de consultas para evitar aglomeração de pacientes suspeitos de TB,
criação de uma comissão de controle de infecção hospitalar da TB, avaliação periodicamente
com teste tuberculínico nos profissionais de saúde mantendo um controle (OPPERMANN;
PIRES, 2003).
Segundo Gonçalves (2007: 22), “as medidas administrativas baseiam-se na busca e
identificação precoce de casos potencialmente infectantes, na agilidade em iniciar o
tratamento efetivo e no controle do fluxo do paciente na instituição”.
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9.2.2 Medidas de controle Ambiental
A aplicação dessas medidas visa manter um ambiente livre de bacilos infectantes que
são encontradas no ar. São usados sistemas de ventilação para manter uma troca de ar
constante, nos setores que possui mais riscos de infecção a mudança do volume do ar
circulante por hora é maior. O ar é jogado para fora do hospital ou podendo ser filtrado e
retornado. Filtrado através de um sistema usando um filtro chamado de HEPA (higth
efficiency air), o mesmo encontrado na máscara N95. O sistema de filtração é muito visto em
lugares de alto risco para profissional de saúde como o laboratório de micobactéria, quarto de
isolamento respiratório, sala de necropsia, sala de broncoscopia. Quando não forem possíveis
tais medidas, optamos para uma ventilação boa, abrindo as janelas e portas, ligando
ventiladores (GOLÇALVES, 2007).
Segundo Oppermann e Pires (2007: 63), o controle ambiental tem como objetivo
“reduzir a concentração das partículas infectantes do recinto através de um sistema de
ventilação e pressão negativa em relação às áreas adjacentes, com 6 a 12 trocas do volume de
ar por hora”.
9.2.3 Medidas de proteção respiratória
A proteção respiratória se dá por conta do uso de uma máscara chamada atualmente de
N95. Seu filtro, HEPA contido, tem a capacidade de filtrar 95% das partículas maiores de 0,3
µm de diâmetro, no entanto já vimos que as partículas que transmite risco para infecção são
de diâmetro 1 a 5 µm. As máscaras N95 deverão estar devidamente colocadas, e por isso, a
importância de ter um treinamento para cada profissional, ensinando como usar devidamente
a proteção respiratória. Máscaras cirúrgicas não fazem o devido efeito de proteção nos
profissionais de saúde por não serem capazes de filtrar as partículas infectantes. Nos pacientes
são recomendáveis uso de máscaras cirúrgicas, pois são eficazes no combate das partículas no
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momento quando foram geradas, as mesmas ficarão retidas e ressecarão diminuindo o risco da
contaminação do ar ambiental (OPPERMANN, PIRES, 2007)
9.3 Controle de saúde dos profissionais de saúde
O teste tuberculínico é realizado periodicamente nos profissionais com risco de
infecção ao bacilo. Levando em conta a mensuração da reação do teste já vista nos capítulos
anteriores são classificados de reatores e não reatores. Os não reatores deverão fazer um novo
exame num prazo máximo de 21 dias, com intuito de verificar o efeito blooster (primeiro
resultado negativo, segundo resultado positivo). Profissionais negativos nos dois testes
tuberculínicos são adicionados no programa de testagem periódica, e os profissionais
positivos devem passar por exames mais complexos para verificação de presença de TB ativa.
Caso algum profissional apresente sinais e sintomas de TB, deve ser rapidamente realizados
exames para o diagnóstico, se caso comprove, o profissional deve ser afastado do seu trabalho
até que ocorra melhora e não apresente risco de infecção para os demauis (GONGALVES,
2007)
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tuberculose é muito mais antiga que qualquer um existente nesse mundo, desde
quando foi descoberta vem fazendo vítimas fatais. Homens lutaram contra a TB, dedicaram
suas vidas pelo o estudo dessa terrível doença. Numa época chegou-se a pensar que seria
erradicada, em outra, viram a TB uma emergência mundial, uma problema de saúde pública.
Pensou-se que a população pobre e desfavorecida era a que possuía o maior risco para
infecção, porém existem controversas. Sabe-se, em estudos realizados que os profissionais de
saúde é uma população de risco para a infecção da micobactéria responsável pela TB. No
passado era negado o contágio da TB nos profissionais de saúde, e através de estudos foi
finalmente comprovado a existência desse contágio. Um fato tão preocupante que levou
autoridades decretarem a TB uma doença ocupacional.
A taxa de incidência dos profissionais atuante nos centros de referência ao tratamento
da tuberculose era maior do que outros hospitais gerais, porém nossa realidade mudou. O
risco de contrair o bacilo é maior no profissional não atuante na área, pois medidas de
prevenção nos hospitais gerais não são cumpridas ou ainda não foram implantadas. O
profissional da área de enfermagem é o mais acometido pela doença, seu risco é alto quando
comparados aos demais profissionais de saúde. Sua permanência na enfermaria onde se
encontra os doentes acometidos pela tuberculose, seu contato próximo, a falta de
conhecimento necessário, os doentes portadores de outras doenças de difícil diagnóstico, tudo
isso são fatores para a infecção da micobactéria adquirida no ambiente de trabalho, que
futuramente poderá desenvolver a TB ativa.
Para prevenir a infecção da TB no meio intra-hospitalar foram criadas medidas
preventivas que envolvem a instituição e o profissional. Porém nada vale se não tomam as
devidas precauções. Seja porque as instituições não cumprem com as realizações dessas
medidas ou porque os profissionais, enfermeiros e outros que estão diretamente ligados aos
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pacientes, não possuem o devido conhecimento da TB para suspeitar do diagnóstico e aplicar
as medidas de prevenção.
A tuberculose ocupacional é um tema de extrema importância a ser falado, porém
vimos poucos estudos, artigos e livros sobre o tema. No entanto nesses estudos realizados,
vimos que esse tema não pode ser deixado de lado. Mostra-nos que profissionais de saúde
adoecem pelo o principal motivo: não aplicação de medidas preventivas, que são
recomendadas pela Organização Mundial de Saúde. É normal em alguns países esse tema não
ser muito abordado, pois a taxa de incidência é mínima. Mas no Brasil, a taxa de incidência é
altíssima, ficando entre os 20 primeiros no ranking mundial da taxa de incidência de TB.
O profissional pode ser a chave da melhora desse quadro, por isso a importância de
focar na educação permanente desses profissionais que contribuem para o tratamento contínuo
do doente, que possa estar rastreando a tuberculose latente ou ativa, aplicando medidas
preventivas, tais como administrativas, ambientais e de prevenção respiratória. Trabalhando
todos unidos visando a educação do doente, da família e do profissional.
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