Transcript of Brasilia Utopica
D P-G Denise Bomtempo Birche de Carvalho
D I C H Estevão Chaves de Rezende Martins
C D H José Otávio Nogueira Guimarães
V- Daniel Barbosa Andrade de Faria
C P-G/PPGHIS Albene Míriam Ferreira Menezes
COORDENAÇÃO GERAL – ANPUH Rosangela Patriota Ramos (UFU) GT de
História Cultural/ANPUH Nacional
COMISSÃO CIENÍFICA Alcides Freire Ramos (UFU) Antônio
Herculano Lopes (FCRB) Maria Izilda Santos Matos (PUC-SP) Mônica
Pimenta Velloso (FCRB) Nádia Maria Weber dos Santos (GTHC/RS)
Rosangela Patriota Ramos (UFU)
COMISSÃO EXECUIVA Alcides Freire Ramos (UFU) Anderson
Oliva (UnB) Antônio Herculano Lopes (FCRB) Cléria Botelho
Costa (UnB) Daniel Faria (UnB) Diva do Couto Muniz (UnB)
Jaime de Almeida (UnB) Maria Izilda Santos Matos (PUC-SP)
Mercedes Kothe (UPIS) Mônica Pimenta Velloso (FCRB) Nádia Maria
Weber dos Santos (GTHC/RS) Rosangela Patriota Ramos (UFU)
COMISSÃO EXECUIVA LOCAL Cléria Botelho da Costa (UnB) Eloísa
Pereira Barroso (SEEDF/UnB)
COMISSÃO ORGANIZADORA LOCAL Aldanei Menegaz de Andrade (UnB)
Alexandre de Carvalho (UnB) Anderson Oliva (UnB) Cléria
Botelho da Costa (UnB) Clerismar Aparecido Longo (UnB) Daniel Faria
(UnB) Diva do Couto Muniz (UnB) Eloísa Pereira Barroso (SEEDF/UnB)
Edriane Madureira Daher (UnB) Hélio Mendes da Silva (UnB) Ivany
Camara Neiva (CET/UnB)
Jaime de Almeida (UnB) Maria Eva de Oliveira Holanda (UnB)
Maria Helena Oliveira Freire De Medeiros (UnB) Maria Helenice
Barroso (UnB) Maria Veralice Barroso (UnB) Mariangeles Guerin (UnB)
Robson Nunes da Silva (UnB) Sainy Coelho Borges Veloso (FA/UFG)
Tiago Luis Gil (UnB)
PROMOORES GT Nacional de História Cultural - ANPUH/ nacional
Universidade de Brasília - UNB Universidade Federal de Uberlândia -
UFU
AGÊNCIAS DE FOMENO CAPES/CNPq
COLABORADORES ANPUH/DF FAP/DF EAPE/DF Media Lab – UFG
Comissão Brasília 50 anos (UnB)
COMISSÃO ORGANIZADORA
APRESENAÇÃO
O V Simpósio Nacional de História Cultural ANPUH - Brasília 50
anos: Ler e Ver - Paisagens Subjetivas, Paisagens Sociais integra
as comemorações do cinquentenário de Brasília, cidade que serviu de
berço à UnB. Nesta quinta edição o referido simpósio busca divulgar
pesquisas e suscitar debates tanto em torno de temas já consagrados
no âmbito da História Cultural, quanto de perspectivas teóricas e
metodológicas que visam a ampliar os campos de inter- locução do
historiador da cultura.
A proposta do V Simpósio Nacional de História Cultural é
particularmente, pensar como as subjetividades afetaram e foram
historicamente afetadas pelas mudanças ocorridas nos comportamentos
e nas visões de mundo, nas formas de conheci- mento do real e na
concepção de valores e verdades, nas experiências estéticas e nas
expressões artísticas, nas crenças e mitos, na moral e na norma,
nas formas de agre- gação dos indivíduos e dos grupos, no sentido
do público e do privado. Que razões e sentimentos estão contidos
nessas transformações que ocorrem na história?
Por D. R P R - (UFU)
D. C B C – (UB)
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V Simpósio Nacional de História Cultural ANPUH - Brasília 50 anos:
Ler e Ver - Paisagens Subjetivas, Paisagens Sociais
A paisagem cartográfica de uma fronteira: breve exercício de
leitura de um mapa colonial Benone da Silva Lopes Moraes (UFMT)
benonelopes@gmail.com
A “Carta Geográca dos Extensos Territórios e Principais Rios
do Governo da Capitania Ger- al do Mato Grosso (...)” foi um
documento confeccionado em 1781 pelo então governador da capitania
de Mato Grosso, Luís de Albuquerque de M. Pereira e Cáceres a
partir de viagens uviais que empreendeu para reconhecer a região.
Nesta peça cartográca, se representou a área que se transformava na
fronteira, que demarcava os domínios ibéricos na América do Sul; e,
de fato, há no seu desenho uma linha divisória que separa os dois
territórios. Este mapa, elaborado após a assinatura do Tratado de
Santo Ildefonso (1777), traz uma cartela explicativa na qual se
explicita que o mesmo faz parte da “Ideia Geral”, ou seja, que se
trata de um documento pertencente ao conjunto de cartas e textos
que Pereira e Cáceres fez con- struir, visando alterar os termos
daquele tratado de limites. O governador pretendia manter o domínio
português sobre os territórios espanhóis que os lusos haviam
ocupado no inte- rior da América Meridional. Nesta comunicação
tem-se como proposta fazer uma leitura analítica desta carta
geográca olhando-a como uma paisagem de fronteira; o objetivo é o
de adentrar na sua simbologia e interpretá-la a partir do contexto
no qual foi criado.
Palavras-chave: Cartograa, Fronteira Oeste, capitania de Mato
Grosso.
Carta aos Kraiuá: Koch-Grünberg e as leituras do legado humano
desde o território Pemon Bruno Martins Morais - (UFMT)
brmmorais@gmail.com
Quem é o viajante? Quem é o observado? Este artigo é uma reexão a
respeito do legado humano e sua consolidação numa história de
tempos desiguais: os índios macuxi do circunroraima recon- hecem em
Makunaimî o primeiro a cruzar de ponta a ponta o território Pemon,
organizando e transformando o mundo como legado às gerações
seguintes; Theodor Koch-Grünberg, por sua
vez, corta a Guiana Ocidental de 1911 a 1913 e relata seus
feitos nos três volumes do monumental “Vom Roraima zum Orinoco”
como primeiro kraiuá (i. e., “aquele que vem de fora”) a oferecer
sua leitura dos feitos deste herói mitológico, e consolidá-las
também às gerações futuras. Na forma escrita, Makunaimî pôde ganhar
ares alheio aos seus, e ser alvo de um novo conjunto de transfor-
mações: lhe trocam o nome, Macunaíma, lhe trocam a cor, enm, lhe
dão uma signicância que
já é uma terceira coisa, e que pode vir a ser uma quarta,
leitura das demais.
A partir desse mito heróico, colhido em fonte histórica e em
trabalho etnográco de campo,
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Ler e Ver - Paisagens Subjetivas, Paisagens Sociais
a investigação deste artigo percorre o itinerário de transformações
a que se sujeita este reg- istro de Koch-Grünberg, legado de um
viajante do circunroraima. Sob diferentes olhares no tempo, recebe
ele agora uma leitura inédita a partir das comunidades: com o
advento do le- tramento e com o auxílio das recentes traduções, os
povos do circunroraima podem hoje opi- nar a respeito, e produzir
sua própria versão dessas obras. Se, conforme Mário de Andrade, de
São Paulo o Imperador do Mato Virgem escreve uma carta empolada às
Icamiabas, ver- emos como desde o território macuxi seus súditos,
no momento em que alcançam a escrita, produzem uma próxima leitura
dos viajantes, misturando tradição e mudança, letramento e
oralidade, devorando as versões passadas e subvertendo o próprio
conceito de hist ória.
Impresiones de la Francia Antártica en el pensamiento francés de la
modernidad temprana Carolina Martínez Doutoranda pela Universidad
de Buenos Aires, Argentina. cmartinez79@gmail.com
Son dos los relatos de viaje que sobrevivieron a la frustrada
fundación de la primera colonia francesa que hacia 1556 intentó
establecerse en la Bahia de Guanabara bajo el nombre de la Francia
Antártica: Les singularitez de la France Antartique del padre
capuccino André Thevet, publicada en 1558, y L´Histoire d´un voyage
fait en la terre du Brésil, obra del pastor hugonote Jean De Léry
publicada a su vez en 1576. En una enconada disputa por la
representación de la realidad, ambos relatos darán cuenta de sus
experiencias en tierras lejanas como así de aquello que vieron y
sobre todo, de aquellos con los que compartieron, aunque más no
haya sido brevemente, un período de su existen- cia. Si es el
testimonio involuntario encerrado en el texto el que realmente
hecha luz acerca de la mentalidad de quien lo escribió (Bloch,
1949), devienen estas fuentes de capital impor- tancia para
comprender no solamente las primeras impresiones francesas acerca
del Nuevo Mundo y de los habitantes allí encontrados sino también
los complejos debates y entrama- dos de poder que en una Francia
signada por las guerras de religión, se tejían a mediados del siglo
XVI. Son estos algunos de los aspectos que el presente trabajo se
propone analizar.
Palabras clave: expansión ultramarina – Francia – Siglo XVI
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Nesta comunicação examinaremos a dimensão histórica da paisagem
através da análise do olhar dos missionários dominicanos sobre as
paisagens do Brasil Central no nal do século
XIX. Em 1881, os Dominicanos de Toulouse se engajam numa
missão no Brasil e se esta- belecem na Diocese de Goiás. Ao estudar
as cartas, relatórios e livros deles, se encontra nu- merosas
descrições e fotograas da região e das suas paisagens. Estas
descrições nos falam da geograa e dos povos do Goiás e nos permite
estudar o ponto de vista desses missionários franceses e de situar
seus testemunhos nas correntes de pensamento da Europa do
século
XIX. De fato existe na descrição duma paisagem uma projeção
intelectual, uma interpretação que permite destacar os pensamentos
e preconceitos do autor. Procuraremos aqui, mostrar como as
descrições dos missionários reforçam a imagem de uma região
“selvagem”, onde a “civilização” ainda não chegou e participam da
justicação da obra civilizadora deles.
Palavras-chaves: Paisagem - Missão religiosa - Olhar europeu
Fernando Pessoa, viajante Daniel Faria krmazov@hotmail.com
Segundo Hans Ulrich Gumbrecht, uma das marcas da experiência da
viagem no século XX, foi a restrição, ao mínimo possível, do tempo
e da sensação de deslocamento durante o tra-
jeto. Se os relatos de viagem tradicionais tematizam o ato de
viajar em si, o trânsito, os meios de transporte e comunicação
contemporâneos tendem a reduzir o trânsito a um ponto quase
vazio entre a partida e a chegada. Assim, por exemplo,
espera-se que um bom avião trans- mita, aos passageiros, a sensação
de que eles estão parados. Além disso, os aeroportos são ex-
tremamente parecidos entre si. Tudo isso conui para a lógica do
turismo (termo inventado no século XIX, indicando um tipo de viagem
leve e supercial). Neste contexto, Pessoa e seus heterônimos
propuseram outra experiência de viagem: viajar como “sentir de tudo
de todas as maneiras”, sem sair do lugar. Estaríamos então diante
de um novo limiar para o conceito e a prática da viagem?
Paisagens cartográficas de um conde revolucionário Daniela Marzola
Fialho Professora Adjunta - UFRGS dalho.voy@terra.com.br
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planta da cidade de Porto Alegre, de 1833, é o foco desse estudo.
Feita às vésperas da Rev- olução Farroupilha (1835-1845),
constitui-se numa leitura muito particular da paisagem da cidade,
ao localizar, na planta, as casas dos amigos revolucionários. O
legado de Zambec- cari inclui, além dessa planta, trabalhos grácos
e cartográcos sobre o Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Através
de uma ótica que expressa o seu engajamento político, apreende e xa
o momento histórico daquela época em uma diversidade de paisagens
grácas.
Palavras-chave: História Cultural; Cartograa Urbana; Revolução
Farroupilha.
Guia bibliográfico Hercule Florence: projeto Dirceu Franco Ferreira
Mestrando pela FFLCH-USP dirceu.ferreira@usp.br
Nesta comunicação apresentarei o projeto para confecção de um guia
biobibliográcodedi- cado a Hercule Florence (1804-1879). Viajante
de origem franco-monegasca, aportou no Rio de Janeiro em 1824. Com
destino incerto, trabalhou nas empresas de P. Dillon e P. Plancher
até seu ingresso, como “geógrafo”, na Expedição Langsdor. Pintor
etnográco, produziu importante conjunto de retratos das tribos
visitadas durante a Expedição Langsdor. Desta produziu também o
mais completo, porque continuo, diário de viagem. Radicado em
Campi- nas, antiga São Carlos, onde se casou por duas vezes,
Florence é personagem de trajetória plural e, por assim dizer,
singular. Considerado um dos inventores do processo fotográco,
dedicou-se também a outros inventos, como a “poligraa”, a
“zoophonia”, “estereopintura”, “pulvograa”, “papel inimitável” e
“noria hidrostática”. Além de inventor, Florence foi propri- etário
da tipograa que fez a impressão de “O Paulista”, considerado o
primeiro jornal impres- so no interior da Provincia de São Paulo.
Nas muitas viagens que fez pela Provincia,produziu importante
iconograa: retratou fazendas, festas, escravos, negociantes,
paisagens e os céus. Registrou mais de 200 obras pictóricas, feito
que inspirou Aons de Taunay a atribuir-lhe o título de “pai da
iconograa paulista”. Classicar, descrever e comentar esta vasta e
het- erogênea produção é o propósito deste projeto.
Paisagem e Cotidiano no “Livro das Fortalezas” do viajante Duarte
de Armas (Portugal, 1509) Edison Bisso Cruxen Doutorando em
Arqueologia Coimbra, Portugal edisoncruxen@yahoo.com.br
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inseridas. Dessa forma, foram registradas as utilizações dos rios,
áreas de cultivo, vestuários dos habitantes, características da
organização espacial dos povoados e a conguração geográca das
regiões. Essa obra se destaca como uma das mais importantes fontes
iconográcas para estudo da paisagem e cotidiano do início do século
XVI, em Portugal.
Palavras-Chave: Livro das Fortalezas, Paisagem, Portugal no Séc.
XVI.
“À margem da história” e “Amazonas Amazonas”: as ruínas amazônicas
na literatura de Euclides da Cunha e no cinema de Glauber Rocha
Glauber Brito Matos Lacerda (UESB) Mestrando em “Memória: Linguagem
e Sociedade”pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
glaubml@gmail.com
Euclides da Cunha e Glauber Rocha tiveram a Amazônia como cenário
de suas respectivas obras. O primeiro escreveu o livro À margem da
história (1909), que seria a primeira parte de uma obra maior que
ele não concluiu. Já o segundo realizou o documentário em
curta-metragem
Amazonas Amazonas. Ambas são marcadas pela descontrução de
uma Amazônia imaginária, criada pelo relato de antigos viajantes
que, desde o século XVI, escreveram sobre a região, e pelo destaque
dado às ruínas. Sendo Glauber Rocha um assumido admirador do
sentido trágico da literatura euclidiana, a presente comunicação
traça um paralelo na maneira como as ruínas amazônicas são
mostradas no lme glauberiano e na obra de Euclides da Cunha.
Maximiliano de Wied-Neuwied e a paisagem étnico-social Igor de Lima
e Silva Universidade Federal de Mato Grosso
rogilima@hotmail.com
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aquarela, Puris em sua cabana. Fevereiro de 1816. Intenta-se
revelar, a partir dessa imagem, como se deu toda a reelaboração do
quadro e como ela foi publicada na versão alemã (1820- 1821) e na
tradução italiana (1821-1823).
Palavras-chave: Viajantes, Representações Indígenas,
Paisagem.
A viagem como narrativa da natureza: o Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro e a invenção da paisagem nacional
Janaina Zito Losada (UFU) Doutora em História pela
Universidade Federal do Paraná.
janainalosada@pontal.ufu.br
O século XIX no Brasil foi marcado pelo cienticismo romântico e
pelo academicismo insti- tucionalizado, tornando a história, a
geograa e a etnograa o tema de atuação de institu - ições como o
Instituto Histórico e Geográco Brasileiro. Interessam as muitas
compreensões que os homens tiveram sobre a natureza e as
instituições que as abrigaram. A leitura dos documentos de viagens
como a memória de Martim Francisco Ribeiro de Andrada por São Paulo
ou o itinerário da viagem à cidade de Palma de Vicente Ferreira
Gomes, deixam ver a importância do mundo natural como obstáculo ou
como fonte de riquezas, como paisagem e arrebatamento. Também
analisaremos a viagem à Colônia Holandesa do Suriname escrito por
José Francisco Ribeiro Barata de 1799. Na mescla de viagens losócas
e românticas e dos processos de reapropriação discursiva, as
Revistas do IHGB marcaram a construção de um imaginário nacional
que entrelaçou a natureza, a nação e a história.
Palavras chaves: Viajantes oitocentistas; idéia de natureza;
discursos do IHGB.
Duas Áfricas: As Construções Histórico-Retóricas da África e dos
Africanos na Crônica da Guiné (1453)
Jerry Santos Guimarães (UESB). Mestrando do Programa de
Pós-Graduação em “Memória: Linguagem e Sociedade”, da Uni-
versidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
jerryguima@gmail.comjerryguima@gmail.com
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que parece variáveis e hierarquizáveis segundo os povos que as
habitavam. Objetiva-se ainda demonstrar como Zurara, no seu labor
historiográco, fez uso de preceptivas retóricas para descrever e
caracterizar tanto as terras africanas quanto os seus habitantes,
segundo conven- ções bebidas diretamente em obras retóricas de
origem latina e, indiretamente, grega. Pre- tende-se, pois,
evidenciar tais convenções retóricas para entender como as mesmas
foram utilizadas pela historiograa lusitana do Quatrocentos na
construção de uma memória o- cial sobre a África e os africanos
segundo os interesses da Coroa Portuguesa.
Palavras-Chave: África, Memória, Retórica.
Bartolomé Bossi e as paisagens urbanas sul-americanas Kátia Eliana
Lodi Hartmann (UFMT) katiaeliana@hotmail.com
O genovês Bartolomé Bossi (1819-1890) mudou-se em 1837 para a
América do Sul e aqui desenvolveu várias atividades, foi
marinheiro, comerciante, escritor e empresário; dono da Companhia
de Navegação Rioplatense, em sociedade com seu compatriota
Camuirano, na década de 1840 passou a manter uma rota comercial
entre Montevidéu e Buenos Aires trans- portando produtos portenhos.
Em 1862, também se tornou viajante-explorador, tendo real- izado
seu primeiro trajeto no Brasil, percorrendo a então província de
Mato Grosso. No ano seguinte publicou, em Paris, as aventuras deste
périplo. Posteriormente, Bossi empreendeu outras viagens, desta
feita ao Chile e à Terra do Fogo, andanças que também foram levadas
ao público em três diferentes narrativas. Ao ler estes livros chama
atenção a maneira com a qual o nosso personagem descreveu as
paisagens urbanas que encontrou em seu caminho. Nesta comunicação
temos como objetivo analisar as viagens empreendidas por Bartolomé
Bossi na América Meridional, dando especial atenção ao modo como o
mesmo descreveu as cidades e seus habitantes.
Palavras-chave: Bartolomé Bossi, narrativas, paisagens
urbanas.
Henri Coudreau e o futuro da Amazônia Kelerson Semerene Costa
Professor Adjunto do Departamento de História da Universidade de
Brasília ksemerene@gmail.com
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discutidos os motivos e as implicações de tal deslocamento que,
entre outros fatores, está as- sociado ao crescimento da economia
da borracha (que impulsionava a ocupação de territórios para além
dos limites aos quais, historicamente, a sociedade regional esteve
connada) e às possibilidades abertas pelas inovações tecnológicas,
em particular as ferrovias, vetores do progresso e da modernidade,
para a superação dos obstáculos da natureza.
Palavras-chave: Henri Coudreau; Amazônia; Viajantes.
O historiador viajante em “Como se deve escrever a História do
Brasil?” de von Martius Luís César Castrillon Mendes Mestrando em
História pela Universidade Federal de Mato Grosso
lcesar69@yahoo.com.br
O texto de Carl Friedrich Phillipp von Martius (1794-1868),
publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográco Brasileiro
(IHGB) em 1844, torna-se emblemático para se perceber as intenções
do Instituto num momento de construção de uma História para a
Monarquia brasileira. Objetiva-se, com a presente comunicação,
trazer alguns resultados, ainda que ini- ciais, de uma pesquisa que
utiliza como fonte a Revista do IHGB durante o Segundo Reinado
(1840-1889). Pretende-se situar a monograa de Martius no contexto
de sua produção e ob- servar o modo como este viajante selecionou e
tratou de temas que estavam em evidência à época. A análise do
IHGB, por meio de seu periódico, pode contribuir para o
entendimento de um dos momentos cruciais de nossa história; aquele
em que se tentou forjar uma idéia de nação “civilizada” nos
trópicos.
Palavras-chave: Von Martius – IHGB – História do Brasil
Los ecos visuales de la incipiente colonización de Virginia: John
White y Teodoro De Bry (1585-1590) Malena López Palmero Universidad
de Buenos Aires, Argentina. Doctorado sobre la temprana
colonización de Virginia. malelp@yahoo.com.ar
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ampliamente difundidas por De Bry, a partir de su publicación en
los libros de viajeros de Richard Hakluyt.
El trabajo se sostiene sobre dos pilares de análisis: por un lado,
el problema de la percepción visual y la representación,
cuestiones que intentan explicar de qué manera White y De Bry
representaron a los nativos de Virginia. Por otra parte, se ofrece
un análisis propiamente histórico, que se nutre de relatos de
viajeros y de otras producciones de los artistas, para dar cuenta
de la compleja trama de signicados que encerraban las imágenes de
White y de De Bry: las disputas monárquicas, la necesidad de
propaganda y la creciente importancia del mercado editorial, entre
otros. Palabras clave: Virginia - De Bry - Siglo XVI
Carl F. P. von Martius e a Paisagem Jurídica do Século XIX: “O
Estado de Direito entre os Autóctones do Brasil” (1867) Marcele
Garcia Guerra Mestre em Direito - USP marcele@globo.com
Figura central no rol dos “olhares estrangeiros do séc. XIX” –
cunhou a célebre metáfora do Brasil como um rio caudaloso onde
deságuam dois auentes que misturados faziam o país branco, negro e
indígena –, o viajante botânico Von Martius representa o processo
de como o Brasil foi denido desde o imaginário europeu. Inserida em
um contexto das primeiras in -
vestidas e preocupações do governo central imperial em
consolidar a “identidade nacional” e da consolidação do ideário de
Estado Moderno e de Direito, a obra O Estado de Direito entre os
Autóctones do Brasil vem contribuir para a análise da imagem do
indígena impressa na legislação do séc. XIX. Isso porque o projeto
da identidade nacional pressupõe homoge- neização cultural e
eliminação da diversidade sujeitando, desta forma, as populações
indí- genas a políticas de invisibilização segundo a idéia de
inferioridade indígena e necessidade de “civilização”.O artigo
propõe – a partir da análise da obra - atentar à gênese de
elementos que irão, no séc. XIX, se cristalizar na mentalidade
jurídica e no tratamento do indígena pela legislação. Reserva-se a
pretensão de contribuir para – através da relativização histórica –
alterar o legado de discursos preconceituosos, evolucionistas e de
exclusão com relação aos povos indígenas.
Palavras-chave: História do Direito e do Indigenismo, Séc. XIX e
Estado Moderno, Direito dos Povos Indígenas.
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mbetaniaalbuquerque@uol.com.br
O texto investiga o consumo indígena de bebidas fermentadas entre
os Tupinambá do Brasil colonial. Analisa de que modo as beberagens
conguravam-se como instâncias de social- ização fundamentais na
estruturação do cotidiano; situa as beberagens no contexto de uma
história cultural das práticas alimentares; identicar as diversas
ocasiões em que elas ocor- riam e descrever a sua cultura material.
Pesquisa histórica baseada em crônicas de viagens e cartas de
missionários, além de estudos arqueológicos sobre as culturas
indígenas do pas- sado. Apóia-se nas análises sobre educação como
uma prática sociocultural cotidiana e nas contribuições do campo da
história cultural. Como lugares de encontros e relações sociais, as
beberagens funcionavam como mediadores culturais da transmissão dos
saberes da coletivi- dade indígena, congurando-as como uma prática
educativa que possibilitava a sobrevivên- cia do universo de
signicados produzidos pelos grupos.
Palavras-chave: história cultural; alimentação; educação
A paisagem do Brasil nas “Vistas e Cenas” de Francis Castelnau
Maria de Fátima Costa (UFMT) costa.mf@terra.com.br
Entre 1843 e 1847 o naturalista Francis de Castelnau visitou a
América Meridional cheando uma caravana cientíca. Projetada e
nanciada pelo governo francês, esta expedição - que contou com um
engenheiro de minas, um médico e botânico, e um preparador de
historia natural – percorreu o interior do Brasil, da Bolívia e do
Peru. Pretendia estudar os grandes rios, conhecer os produtos da
Amazônia e as facilidades para sua circulação comercial, e ain- da
estender a inuência francesa sobre as jovens nações sul-americanas.
Os resultados desta
viagem foram publicados em Paris entre 1850-1859, na
monumental Expedição as partes centrais da América do Sul, que
totalizou quinze volumes, entre textos, imagens e cartogra- a.
Nesta apresentação tem-se como foco a segunda parte desta obra, o
livro intitulado “Vis- tas e Cenas”, publicado em 1852. Trata-se de
um pequeno Atlas, no qual guram paisagens naturais e sociais, que
oferecem uma síntese visual dos lugares visitados. Interessam-nos,
particularmente, perceber e discutir as representações do Brasil
que a expedição Castelnau criou e divulgou através desta
obra.
Palavras chave: Expedição Castelnau; América Meridional;
Iconograa.
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O tema da viagem oferece à literatura uma de suas mais fecundas
matérias-primas. No caso da literatura brasileira é recorrente
desde os primeiros cronistas responsáveis pela construção de
imagens carregadas de olhares “de fora” que, nos séculos XIX e XX,
reaparecem sob distin- tas formas de construção narrativa,
conrmando-as ou negando-as. Como gênero polêmico (de fronteira), a
literatura de viagem tem construído arquétipos temáticos e
simbólicos, cu-
jos discursos dela decorrentes interpõem a subjetividade na
objetividade do real e carrega consigo discussões sobre o
sócio-histórico e o político-cultural nas discussões de/sobre as
identidades nacionais de “trânsito”. Nesta comunicação proponho
discutir o diálogo que se estabelece entre as anotações da viagem e
a transformação delas em textos de cção a partir do resultado
narrativo de duas obras singulares: Inocência, de Alfredo Taunay e
O turista aprendiz, de Mário de Andrade, representantes de dois
momentos de tomada de consciência de brasilidade, numa espécie de
esforço de modernização e atualização do Brasil. Busco, com isso,
re-congurar os complexos entrelugares de produção discursiva,
observando a forma como os discursos são transpostos na dialética
entre o testemunho e a invenção.
Palavras-chave: Literatura – Viagem - Identidades.
“Quadro Físico da Corrente do Amazonas”: Ciência e Estética em
Martius Pablo Diener Professor Adjunto da UFMT
fadiener@terra.com.br
O botânico alemão C. F. Ph von Martius em companhia do zoólogo J.
B. von Spix realizou uma expedição cientíca ao Brasil entre os anos
de 1817 e 1820. Esta viagem será uma fonte inesgotável de projetos
que o naturalista desenvolverá com persistência, durante quase meio
século, até a sua morte em 1868. Além da narrativa de viagem, entre
as suas publicações se encontram obras tão monumentais como a
Historia Naturalis Palmarum e a Flora Brasil- iensis, porém há
também estudos sobre a população e as perspectivas históricas do
Brasil. Nesta apresentação se discutirá um opúsculo datado em 1843,
que tem o evocativo título de “Quadro físico da corrente do
Amazonas”. Neste escrito, Martius se propôs a caracterizar a
paisagem tropical sul-americana, tomando a rede hidrográca como
foco de atenção, emu- lando a proposta de Humboldt, que havia
organizado a compreensão da paisagem em função da cordilheira
andina.
Palavras-chave: Martius, Amazonas, Ciência e Arte
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Rosa Helena de Santana Girão de Morais Doutora em História das
Ciências e das Técnicas pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences
Sociales-França. rhsg.morais@gmail.com O presente trabalho
tem como objetivo descrever e analisar a viagem do médico francês
Al- phonse Rendu, encarregado, entre os anos de 1844 e 1845, pelo
ministro da instrução públi- ca, da França, « de estudar as doenças
do Brasil que acometiam mais freqüentemente os indígenas e os
europeus estabelecidos no país ». Figura emblemática de sua época,
A. Rendu
veio para o Brasil num momento em as autoridades médicas
tinham grande interesse pelos tratamentos e diagnóstico de doenças,
ditas tropicais, as quais acometiam as colônias e pos- sessões
européias. O olhar dos médicos franceses sob as cidades brasileiras
correspondia a uma imagem ‘criada’ a partir do que eles esperavam
da Europa e de Paris, espaço familiar dos
viajantes franceses e modelo, por excelência, de urbanidade e
de civilidade.
Alphonse Rendu procurou ‘descortinar’ as paisagens
brasileiras, sob o ponto de vista estético e econômico, e também
descreveu o aspecto físico, as doenças e os costumes da população
brasileira. Sob o olhar atento do médico, imbuído da idéia de
superioridade da ‘raça’, termo comumente empregado naquele momento
especíco, e da medicina européia, podemos perceber como se
constituía o espaço urbano brasileiro e os elementos essenciais da
salubri- dade, ou seja, os hospitais, residências, ruas e também o
corpo.
O álbum ilustrado de Jean-Baptiste Debret Thiago Costa (UFMT)
aniquilamento@hotmail.com
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Ler e Ver - Paisagens Subjetivas, Paisagens Sociais
História, Cinema e TransdisciplinaridadeS 2
Imagens do passado nos filmes de autoria femi- nina do período de
redemocratização (Brasil e Argentina, década de 1980)
Alcilene Cavalcante Doutora em Literatura pela UFMG
alcilenecavalcante@gmail.com
Ao considerar que os lmes são capazes de plasmar o passado em
imagens, de acordo com Robert Rosenstone (1997), e de apresentarem
elementos do tempo em que foram realizados, conforme Miriam Rossini
(2008:128), tratar-se-á, nessa comunicação, as representações do
passado e do presente nos lmes Camila, de Maria Luisa Bemberg, e
Paraíba, mulher macho, de Tizuka Yamazaki – lmes realizados e
estreados no período de transição democrática e de engendramento de
cultura política feminista, no Brasil e na Argentina.
Palavras-chave: redemocratização, representação, cinematograa
feminina
Bandidos de um cinema-história: os fora da lei no faroeste
hollywoodiano (1939-1959)
Alexandre Maccari Ferreira Professor do Curso de História do
Centro Universitário Franciscano alexandrus1@hotmail.com
Os bandidos do velho oeste possuem diversas representações no
cinema hollywoodiano. Desde o cinema mudo há uma grande aura
construída sobre os foras da lei, elemento esse que se acentuou
entre as décadas de 1930 e 1950 e que, após esses períodos, foi
revista de diversas formas pelo cinema norte-americano. Neste
trabalho pretendemos estudar as con- struções heroicas dos foras da
lei, em especial a imagem dos irmãos James, nos lmes Jesse
James (1939), A Volta de Frank James (1940), Matei Jesse
James (1949) e A verdadeira História de Jesse James (1957). Esses
lmes têm em comum a construção de heróis-bandidos miti- cados, que
fornecem uma interpretação social dos Estados Unidos de acordo com
o período de produção dos lmes, a partir de um posicionamento
ideológico das obras. Assim, as con- struções político-sociais de
mitos do oeste lendário histórico norte-americano permitem um
estudo do cinema-história, tratando o cinema como ponto de partida
de análise de questões do imaginário e do banditismo social
apresentado no cerne das obras cinematográcas.
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Ana Luisa de Castro Coimbra Mestranda do Programa de
Pós-Graduação em “Memória: linguagem e sociedade” da Uni-
versidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB
luisacoimbra@hotmail.com
Lívia Diana Rocha Magalhães Doutora em Educação, docente e
vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Memória:
Linguagem e Sociedade da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
– UESB lrochamagalhaes@gmail.com
Entendemos o lme como um dispositivo de valor cultural e histórico
capaz de registrar referências a identidades de grupos e aspectos
de uma época. Sendo assim, pode ser consid- erado como um
testemunho importante de aspectos sócio-culturais que pode
contribuir para o registro de memórias para a educação e a formação
de gerações que se sucedem. Nesta comunicação estamos apresentando
a pesquisa que vem sendo desenvolvida sobre as obras do
documentarista Alexandre Robatto, considerado o pioneiro do cinema
baiano, que deixou um importante legado de lmes com registros dos
aspectos sociais da Bahia. O cotidiano da capital em choque com seu
desenvolvimento, manifestações culturais, paisagens geográcas e
humanas, aspectos da vida no interior são alguns dos registros que
compõem a obra de Robatto e está propiciando uma leitura sobre a
memória e a história social da capital e do Es- tado. Não só
imagens são registradas, mas os costumes, as idéias e as ações cam
retidas em um suporte tangível podendo ser considerados documentos
passíveis de serem analisados e capazes de ajudar na compreensão de
uma Bahia que parece resistir, mesmo aderindo, aos impulsos de um
“ideal” de modernidade homogêneo nacionalmente.
Palavras-chave: documentário, memória, história.
Autoria no cinema dos grandes estúdios: o caso de Blade
Runner
Ana Paula Spini Professora do Instituto de História da
Universidade Federal de Uberlândia anapaula.spini@gmail.com
Esta comunicação tem como objetivo analisar comparativamente duas
versões existentes do lme Blade Runner do diretor Ridley Scott: a
de 1982, versão do lançamento mundial do lme, caracterizada pela
interferência da Warner Brothers na edição e montagem, e a de 2007,
versão do diretor. Com isto procura-se investigar em que sentido as
modicações na narrativa operada pela indústria à época do
lançamento do lme incide sobre a visão de mundo expressa no mesmo.
Assim, além de possibilitar a reexão sobre os limites e pos-
sibilidades da autoria no cinema dos grandes estúdios, esta análise
permite ainda discutir a relação do cinema de Hollywood com a
construção de uma narrativa melodramática da
America intergalática no século XXI.
Palavras-chave: cinema; Hollywood; autoria.
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Um chorinho universalizado – tico-tico no fubá Cláudio Galvão
(UFRN) claudioapintogalvao@gmail.com Se os lmes biográcos
abordassem as vidas que focalizam seguindo apenas os critérios da
História acadêmica, decerto poderiam parecer mais verdadeiros,
porém dicilmente alcan- çariam o gosto popular.
É o caso do lme Tico-Tico no Fubá, apresentado como uma biograa do
compositor Ze- quinha de Abreu. O roteiro foi montado seguindo um
percurso biográco correto, re- speitando-se os marcos essenciais da
sua história. Somente isto, entretanto, levaria a uma descrição
linear, carente dos lances emocionais que prendem as atenções e
marcam as lembranças. É o momento em que entra a fantasia, quando a
livre criação ornamenta e amplia um fato antes banal,
conferindo-lhe nova visualização e enredo mais agradável. O lme
“Tico-Tico no Fubá” é assim; não foi a primeira nem será a última
obra de arte a re- ceber a ajuda da cção. É, portanto, uma biograa
romanceada.
Representações e construção da realidade do conflito
árabe-israelense através das comédias Denise de Oliveira De Rocchi
Mestranda em Relações Internacionais pela UFRGS
derocchi@gmail.com
O humor é uma das formas de que a sociedade dispõe para lidar com
temas difíceis, como o preconceito e a violência. Zohan e Brüno,
produções recentes de grandes estúdios cine- matográcos,
utilizam-se desta linguagem em sua forma mais exacerbada para
tratar do conito árabe-israelense, questão histórica que se mantém
entre os grandes problemas con- temporâneos mundiais. Considerando
relações cada vez mais midiatizadas, o Cinema é uma das artes com
maior poder para inuenciar opiniões e visões de indivíduos a
respeito de outros povos, permitindo que qualquer um tome posição
sobre um tema, mesmo que não o tenha vivenciado diretamente.
Através de uma abordagem multidisciplinar, com elementos da
Psicologia, Comunicação e Relações Internacionais, este estudo
propõe a análise do dis- curso destes lmes e da representação que
fazem do conito e seus participantes.
Cinema e Moral Sexual no Brasil (1950-1970) Dennison de Oliveira
(UFPR) kursk@matrix.com.br
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direção a uma maior liberalização dos costumes, quanto a um
relativo nivelamento da moral que rege os papéis sexuais e sociais
masculinos e femininos. As fontes privilegiadas no estu- do são
alguns lmes de cção de longa metragem produzidos no período que
enfocavam estas questões. Busca-se, através do exame das condições
sociais de produção, distribuição e recepção destes lmes,
interpretar de que forma as transformações na moral sexual vi-
gente eram tematizadas, quais os conitos e contradições implícitos,
como eram percebidas e valorizadas as novas formas que assumiam os
papéis sociais e os arranjos familiares, bem como as implicações
políticas, sociais e culturais daí decorrentes. Para tanto foi
selecionado um número limitado de lmes brasileiros, considerados
relevantes para o entendimento das transformações culturais
associadas à moral sexual, através do estudo da relação entre este
ramo da indústria cultural e a sociedade. Através do cinema se
percebe de que forma representações fílmicas sobre a moral sexual
foram afetadas pelas transformações históricas
vividas no período, e vice-versa.
Palavras-chave: História e Cinema; Moral Sexual; Indústria
Cultural
O Realismo Socialista e a Revolução Cultural na URSS: o caso do
cinema
Diogo Carvalho Mestrando do Programa Multidisciplinar em Cultura e
Sociedade / UFBA diogocarvalho_71@hotmail.com
Este trabalho visa problematizar os impactos do uso do realismo
socialista para construção do culto a personalidade de Stalin
através do cinema. Serão abordadas as conseqüências da utilização
do aporte teórico oriundo do realismo socialista e da revolução
cultural soviética, na indústria e na estética fílmica. Também será
objeto deste trabalho a análise da sacraliza- ção do espaço
realizada pelo cinema soviético deste período, pois a cinematograa
desta época contém elementos simbólicos nucelares da narrativa do
realismo socialista, elabora- da ao longo dos anos 1930’s.
Portanto, esta relação espaço-sujeito, baseada na reconstrução
espacial, a partir de uma iconograa marxista-leninista foi um dos
pilares da justicativa de criação do herói positivo, considerado
elemento chave para uma compreensão mais apro- fundada da cultura
soviética.
Palavras chave: cultura, soviética, cinema, realismo,
socialista.
Cinema e Ensino de História: a Idade Média em O Nome da Rosa de
Jean-Jacques Annaud Edlene Oliveira Silva Doutora em História e
professora adjunta do Departamento de História da UnB
edlene@unb.br
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História Medieval nas escolas. Ao mesmo tempo em que constrói e
reforça estereótipos e preconceitos sobre a Idade Média, o cinema
pode ser fonte privilegiada de desconstrução desses estigmas, de
aprendizagem e conhecimento na área de História, considerando as
es- pecicidades da linguagem cinematográca e as possibilidades
interpretativas e poéticas próprias da liberdade inerente à sétima
arte.
Santiago: a escrita da história em documentário Eric de Sales
Mestre em História Social pela UnB malkerik@yahoo.com.br
Pensar um documentário dentro de um documentário é ousado. Reetir
como este oferece pos- sibilidades para a discussão da história da
história, ou seja, a análise historiográca a partir de uma fonte
audiovisual é proposta desaadora. Esta comunicação visa apresentar
a relação entre o cinema documentário e a história a apartir do lme
de João Moreira Salles, Santiago. A proposta é de analisar a
película através de um olhar crítica, compreendendo que há
subjetividades na abor- dagem do diretor, assim como na abordagem
de um historiador. Através deste ponto, apresentar trabalho que vem
sendo realizado nos estudos sobre documentários e
historiograa.
De Rocha a Hamburgo: a análise da representação da classe média na
ditadura militar vista a partir do cinema nacional Felipe Lima da
Silva Graduado em História pela UFRRJ
arqfelipe.lima@yahoo.com.br
Durante o período da Ditadura Militar no Brasil (1964-85), a
sociedade brasileira de classe média tem sido apresentada por
diversas correntes históricas como um conjunto de indi-
víduos controlados pelos militares que se encontravam no
poder. Esta mesma parcela da so- ciedade é caracterizada como um
grupo que se manteve a certa distancia dos eventos políti- cos dos
21 anos da ditadura, assistindo inerte a todas as medidas de
repressão política que eram implantadas no país que cerceavam os
direitos e liberdades mais comuns dos cidadãos brasileiros.
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fonte histórica.
Palavras-chave: Cinema; Ditadura; sociedade
Orson Welles no Brasil: a trilogia de Sganzerla Flávia de Sá
Pedreira Professora do Departamento de História da UFRN
asaped@uol.com.br
No auge da Política da Boa Vizinhança, a imagem de Brasil para
exportação idealizada pelo regime Vargas, com o apoio da RKO de
Nelson Rockefeller, deveria ser divulgada a partir de um grande lme
dirigido e roteirizado pelo cineasta e ator norteamericano Orson
Welles. Convidado pelo governo brasileiro a fazer as malas e
aterrissar no Rio de Janeiro, no mês de fevereiro de 1942, em pleno
Carnaval, o realizador de Cidadão Kane iniciou as lmagens do seu
It´s All True. Os descaminhos do grandioso projeto, que esbarrou na
incompreensão das autoridades envolvidas e de seus nanciadores
quanto à visão revolucionária para a época que Welles estaria
imprimindo às cenas das favelas cariocas, ganharam uma criativa
percep- ção através da trilogia de Rogério Sganzerla, quarenta anos
depois: Tudo é Brasil; Nem tudo é verdade; O signo do caos. Nossa
comunicação pretende explorar as cenas mais signicati- vas
sobre a trajetória do lme que caria inacabado, reetindo sobre os
tênues limites entre cção e realidade na pesquisa histórica.
Palavras-chave: política da boa vizinhança; cinema;
cção/realidade.
Airá - O cinema documental como método e técnica de observação na
pesquisa de campo Frederico Mael Silva Marques Bueno Mestrando em
História pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás
fredericomael@hotmail.com O cinema documental aborda a imagética do
culto de Xangô com base na ritualização do sin- cretismo religioso
brasileiro que incorpora em seu conteúdo histórico, a resistência
da cultura africana no Brasil, submersa ao modelo escravista como
forma proibida de armação de sua identidade cultural. Discutiremos
as relações do cinema documental como método e técnica de
observação na pesquisa de campo e sua função heurística na
representação da história. A partir do método etnográco,
construímos a imagem do Babalorixá Joaquim de Xangô e seu imag-
inário na expressão do cinema documental, como forma de produção do
conhecimento.
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Gabriel F. Marinho / (UFF) gabriel.f.marinho@gmail.com
A identidade dos anos JK como um período desenvolvimentista
tem sua icnograa cine- matográca. Da mesma forma, a memória de um
conturbado período de adversidades só- ciopolíticas, vinculada ao
governo Jango, também possui uma visualidade audiovisual. A
construção dessas e outras memórias ocorrem através inúmeras
ferramentas de natureza simbólica. E o cinema é instrumento
singular nesse processo uma vez que ganhou destaque dentre um
conjunto de novas manifestações de representação, potencializadas
em um sécu- lo marcado pela reprodutibilidade técnica dos bens
culturais.
Nessa perspectiva, esse trabalho propõe uma analise comparativa da
produção de documen- tários do cineasta Jean Manzon, realizados em
dois períodos quase consecutivos: os anos JK (1956-1961) e o
governo João Goulart (1961-1964). Utilizando-se dos conceitos de
“otimismo” e “pessimismo”, trabalhados pelo historiador Carlos
Fico, questionamo-nos sobre as diferen- ças de projetos de memória
presentes nesses dois períodos de realização.
Perceber a construção de identidades através do enquadramento de um
cineasta abre espaço para o debate a respeito do papel do cinema
como lugar de memória. Questão que ultrapassa classicações como
“verdade” e “inverdade”, ainda comuns nos debates a respeito de
lmes documentários. A analise de peças lmicas é uma forma de
questionar a naturalização das construções de identidade. E de
apontar como elementos de natureza audiovisual colabora- ram para a
construção de memórias distintas.
Leituras do cotidiano: a transformação do “mito do gaúcho” através
do cinema regional Humberto Ivan Keske Professor Titular da
UniversidaFEEVALE humberto@feevale.br
O presente texto visa reetir sobre o processo de construção do
imaginário coletivo gaúcho em relação ao cinema regional. Utiliza
como referencial teórico Cornelius Castoriadis, Mi- chel Maesoli e
Castor Ruiz. Adota o estudo de caso como metodologia de análise.
Procura delinear o atual panorama da cinematograa regional que
abandona a égide do lme “cam - peiro” para assumir um percurso
notadamente contemporâneo. Tal mudança, entretanto, reforça
posicionamentos ideológicos e valores conservadores de uma nova
identidade re- gional, exaltando e defendendo hábitos bairristas e
familiares provincianos.
Palavras-chave: audiovisual, cinema gaúcho; imaginário, identidade
regional.
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Izabel de Fátima Cruz Melo Professora de História na Universidade
da Bahia izabelc.melo@gmail.com
Dialogando com as possíveis relações entre História e Cinema, neste
artigo destacamos algu- mas das reexões encetadas na pesquisa e
elaboração da dissertação “Cinema é mais do que lme: uma história
do cinema baiano através das Jornadas de Cinema da Bahia
(1972-1978)”, buscamos compreender as Jornadas como um espaço em
que se entreteceram relações, po- larizações, disputas e
tensionamentos que tornaram possível o orescimento de uma gera- ção
de cineastas superoitistas baianos inseridos no contexto
sócio-cultural dos anos 1970.
Construir Cidades em Imagens: Walter Hugo Khouri e Luís Sérgio
Person edificam a metrópole cinematográfica brasileira na década de
1960
Jaison Castro Silva (UFC) jaisoncastro@gmail.com
O texto discute como a metrópole cinematográca brasileira encontrou
expressão visual nas obras de Walter Hugo Khouri e Luís Sérgio
Person, durante a década de 1960. Inserido na reexão sobre as
maneiras como as imagens e práticas do olhar atuam na construção de
signicados para as ações humanas, propõe-se que a metrópole
imagética de ambos os cin- eastas, contidas em lmes como Noite
vazia (1964) e São Paulo S. A. (1965), atuam em um denominador
comum, a tentativa de captar a cidade real em imagens
semi-documentais, mas, em contrapartida, dialogam com referenciais
como o de progresso de modo bastante heterogêneo. Embora permaneça
a ansiedade em mostrar a cidade brasileira célere e cos- mopolita,
apresenta-se a hipótese de que o lme khouriano descortina uma
perspectiva de progresso universal e simultâneo, enquanto o lme de
Person estabelece uma metrópole vencedora em vias de
derrocada, que precisa rearmar seu papel de liderança. No entanto,
tais pontos de vista fílmicos, apesar de dissonantes, fundam um
projeto para a metrópole cinematográca brasileira sessentista,
apresentando uma outra perspectiva de cidade, ainda que obliterada
em prol de projetos concorrentes. A análise da fundação desse
regime visual possibilita, assim, um olhar renovado sobre o cinema
no período.
Palavras-chave: Cinema-história, Representação Urbana, Regimes
visuais.
Régnault, Matuszewski e seus herdeiros. Leitores do cinema-história
do século XX. Visionários de uma pedagogia do “futuro”.
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Ciências Sociais da UFBA jlbnovoa@yahoo.com.br
Na problemática que estamos trabalhando sistematicamente há quase
duas décadas, a das relações complexas entre o cinema e a história,
se torna, todavia, ainda mais difícil de “aceit- ar” o fato de que
muito do que estamos denominando de um paradigma e uma pedagogia do
“futuro” já existia em graus variados no passado, e isto desde que
o cinema apareceu. Com relação à simples utilização da pintura, da
escultura e mesmo da arquitetura, vários historiadores estudiosos
do mundo antigo, do medieval e do moderno - muito embora mais
voltados para questões ligadas à história da arte - já
utilizavam as imagens. Mas é também bem verdade que tal prática não
adquiriu o peso e valor epistemológico que passou a ter senão mais
recentemente. Entretanto, atenção para a ênfase na etimologia
palavra episte- mologia. Ela difere da palavra ontologia. Isto
permite percebermos que vivemos num mundo dominado pelas imagens,
mas no qual, muito contraditoriamente sua utilização sistemática e
consciente por professores e pesquisadores das diversas áreas do
conhecimento, nas suas múltiplas dimensões, se faz ainda
enfrentando não somente o peso da inércia dos currículos
institucionais, mas também a reação de muitos dos referidos agentes
sociais às mudanças e inovações com a introdução de uma pedagogia
que utilize as imagens, a fotograa e o cine- ma, mas também
documentos fonográcos. É verdade, pois, que estudos em outros
espaços, realizados por historiadores e cientistas sociais chamam a
atenção também que é comum se escutar a armação de que o
historiador não gosta das imagens. Recentemente uma polêmi- ca
entre historiadores ingleses, falava do que denominavam a
“invisibilidade do visível ”. Trata-se evidentemente do que alguns
chamam de amnésia, fenômeno que se apropria de historiadores e
cientistas sociais quando começam a avaliar suas praticas
investigativas, seus paradigmas e objetos de estudo. Eles se
esquecem completamente de que a utilização de fontes iconográcas é
muito mais praticada do que eles são capazes de admitir.
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de pouco discernimento. Às vezes somos obrigados a constatar uma má
vontade o que nos obriga a pensar na inutilidade de tal
comportamento. É verdade que existem também os ar- gumentos mais
renados de leituras produzidas por estudiosos da estética
cinematográca. Mas muitos deles não admitem que o cinema, por ser
ele obra de arte, possa construir uma
visão passível de ser considerada pela investigação dos
fenômenos humanos os mais subje- tivos, tanto quanto os sociais. O
cinema e as imagens, de um modo geral, de há muito são estudados,
mas como objeto cultural e estético. Muitas vezes são tomadas como
objetos da história, quer dizer na produção da história do cinema
ou da pintura ou da fotograa. É pos- sível mesmo encontrar grandes
quantidades livros sobre tais fenômenos artísticos, inclusive de
seus aspectos econômicos e técnicos. Encontramos com facilidade
histórias das escolas estéticas. É possível comprarmos nas
livrarias com certa facilidade livros sobre a história da arte
observada do ponto de vista do seu condicionamento social, mas é
quase certo que não encontraremos livros sobre algo distinto, que é
ao mesmo tempo um objeto e uma prob- lemática: a relação
cinema-imagem-história.
A crítica histórica de Paulo Emílio: alguns resultados de
pesquisa
Julierme S. M. Souza Mestre em História pela Universidade
Federal de Uberlândia
juliermehistoriador@hotmail.com
Esta comunicação visa trazer a público alguns resultados de nossa
dissertação de mestrado intitulada Ecácia política de uma crítica:
Paulo Emílio Salles Gomes e a constituição de uma teia
interpretativa da história do cinema brasileiro. Tendo como
preocupação fundamental a investigação acerca da formação de uma
memória história do cinema brasileiro, essa pesqui- sa pretendeu
contribuir na demonstração de que a trilogia de ensaios Panorama do
Cinema Brasileiro: 1896/1966 (1966), Pequeno Cinema Antigo (1969) e
Cinema: trajetória no subde- senvolvimento (1973), de Paulo Emílio
Salles Gomes, constitui-se em uma teia interpretativa que envolveu
a historiograa do cinema brasileiro devido a sua ecácia
política.
Ensino de História e Cinema: possibilidades investigativas Kamila
da Silva Soares (UFU) kamillahistoria@hotmail.com
Este trabalho visa analisar a relação estabelecida entre ensino de
história e cinema nas es- colas da cidade de Uberlândia. Trata-se
de uma pesquisa focada nas perspectivas de profes- sores e alunos
frente às práticas pedagógicas que propõe a incorporação do cinema
como objeto pedagógico e objeto de pesquisa em sala de aula.
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intuito de identicar a complexidade e a heterogeneidade dos olhares
frente ao diálogo entre ensino de História e Cinema nos diversos
espaços escolares.
O presente trabalho procura também entender como a linguagem
cinematográca pode con- tribuir para a melhoria do ensino –
aprendizagem da disciplina História na educação básica: ensino
fundamental, além de compreender de que maneira, no olhar do
docente, o recurso audiovisual pode ser um método pedagógico e, na
perspectiva dos alunos, a possibilidade de ver lmes dentro
das salas de aulas como parte integrante dos conteúdos
escolares.
Essa reexão contribui para a ampliação do campo em que atua o
historiador e o profes - sor de história e permite uma abordagem
interdisciplinar. Entendo como uma conquista da História Cultural
que nos possibilita ampliar as fontes de pesquisa utilizadas pelo
historia- dor. Sendo assim, uma aliança entre ensino de História e
cinema propiciaria uma expansão nos olhares tanto sobre os métodos
pedagógicos quanto sobre a arte cinematográca.
O Cinema Novo e a História Cultural do Político, em uma reflexão a
partir de “Garrincha, Alegria do Povo” (1963), de Joaquim Pedro de
Andrade
Luís Fernando Amâncio Santos Mestrando em História pela UFMG
luis.amancio@gmail.com
Existem importantes trabalhos sobre cinema e história política que
enfocam, geralmente, a produção cinematográca de propaganda em
determinados regimes ou, pelo contrário, o engaja- mento de
oposição a partir da obra de certos diretores. O que nosso trabalho
pretende é trazer essa problemática para o campo da história
cultural do político. Ou seja, pensar as relações no cinema de
produção, exibição e circulação de ideias por uma ótica cultural.
Para isso, mobilizaremos o conceito de culturas políticas, no seu
entendimento de que as relações com essa esfera englobam práticas,
linguagens, imaginário, valores, entre outros sentidos. A partir
dele, abordaremos a atu- ação dos cineastas do chamado movimento de
Cinema Novo brasileiro e, mais especicamente, o caso de “Garrincha,
Alegria do Povo” (1963), de Joaquim Pedro de Andrade.
Da metrópole à pós-metrópole: Matrix e a crise da modernidade no
fim do século XX Marcelo Gustavo Costa de Brito Doutorando em
História pela UnB. Professor de Teoria da História na UEG
marcelobrito@hotmail.com
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experiência humana no tempo acena para uma abordagem
teórico-metodológica em pleno desenvolvimento no campo
historiográco. Fontes complexas, polissêmicas, as narrativas
cinematográcas não se deixam apreender em seus sentidos
(conscientes ou inconscientes) de maneira tão simples. É bem
provável que uma compreensão mais densa dos discursos de uma fonte
cinematográca só seja possível na medida em que as especicidades do
suporte midiático audiovisual também estão se tornando mais
conhecidas pelo historiador. Nesta apresentação, gostaria de propor
uma análise fílmica que combina técnicas da narratologia e da
interpretação psicanalítica dos sonhos. Tal abordagem referenda-se
na hipótese de que, em certo sentido, a experiência do cinema
aproxima-se da experiência do onírico, e quando se pensa nos lmes
de grande circulação, pode-se visualizar o cinema como o meio privi
- legiado para o fenômeno aqui chamado de “sonhar social”. O
documento fílmico utilizado nesta análise será o longa-metragem
Matrix (1999). A partir dessa cção futurista, pretendo discutir
como em seu conteúdo manifesto alguns temas latentes do período em
que foi pro- duzido se insinuam, em especial os conitos de
identidade que alguns autores culturalistas percebem como principal
sintoma do declínio das instituições modernas.
Palavras-chave – Cinema-história, modernidade, matrix
A Construção de São Paulo no cinema das décadas de 1930 e 1940
Márcia Juliana Santos Doutoranda em História Social pela
PUC-SP
julianahis@bol.com.br
Este trabalho é parte de uma pesquisa em andamento que analisa os
lmes documentais de não-cção (institucionais, jornais
cinematográcos e curtametragens) que registraram as transformações
urbanas e sociais da cidade de São Paulo nas décadas de 1930 e
1940. A historicidade das lmagens, os temas abordados, os cenários
da cidade, os enquadramentos, as locuções, os letreiros e outros
elementos incorporados à narrativa fílmica vão constituir o foco da
análise. O recorte apresentado é a apreciação de dois lmes: SÃO
PAULO (1942), uma co-produção do Departamento de Imprensa e
Propaganda (DIP), com o governo do Estado de São Paulo e o
Departamento de Assuntos Interamericanos. PEQUENAS CENAS DE UMA
GRANDE CIDADE (1944), do cineasta e fotógrafo Benedito Junqueira
Duarte, um lme encomendado pelo Departamento de Educação da
Prefeitura de São Paulo.
A produção do lme SÃO PAULO (1942) estava inserida num
contexto de estratégias diplomáticas da Segunda Guerra, cujo
objetivo, era promover um maior intercâmbio cul- tural e político
entre Brasil e Estados Unidos. No lme destacaram-se os símbolos de
uma cidade industrial, com arranha-céus, grandes construções
arquitetônicas e chaminés das fábricas, representando a
industrialização e a urbanização crescentes. As imagens em
mo-
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a feira livre, as rodas de conversa e as brincadeiras das crianças
nos parques. O diretor esta- beleceu uma ligação entre a vida
cotidiana e as instituições cientícas, ao conduzir a câmera pelas
inúmeras Faculdades da cidade.
A interpretação das imagens está aliada à contribuição
teórico-metodológica de autores como Jean-Claude Bernardet, Maria
Rita Galvão, Rubens Machado Jr. e José Inácio de Melo Souza que
debatem a história do cinema brasileiro. Aliado a tal perspectiva,
analisam-se também reportagens de jornais e revistas que noticiavam
os lmes. Possibilita-se assim, observar a construção da narrativa
de uma São Paulo em movimento, focalizada não só pelo cinema, mas
pela imprensa da época. O percurso metodológico permite questionar
percep- ções naturalizadas por diferentes discursos. É possível
reetir a construção das imagens dos lmes, por meio das disputas de
poder diante de inúmeros projetos políticos para a cidade. O estudo
destes lmes não é, e nem deve sugerir, uma reprodução exata ou uma
imagem do real inquestionável, mas uma expressão problemática da
relação entre o cinema e a história de São Paulo.
Palavras-chave: cinema, São Paulo, B. J. Duarte
C’eravamo tanto amati. O cinema italiano, espelho e interpretação
da história e da sociedade desde o período pós-guerra aos anos de
chumbo Maurizio Russo Doutor em Historia Cultural pela Université
Nancy 2 marziorosso@libero.it
Fenômeno cultural fortemente ligado ao âmbito histórico no qual è
produzido, o cinema italiano è produto de um determinado quadro
social, econômico e cultural. Ele narra inter- pretando e por isso
foi muitas vezes visto con desconança por parte de históricos
italianos, que ainda pouco o utilizam, preferendo fontes mais
tradicionais. Mas como as várias ver- tentes lmográcas descreveram
a realidade histórica social italiana que se desenvolveram entre o
pós-guerra e os anos 70? O Neorealismo de De Sica, Rossellini,
Visconti; a Commedia all’italiana de Monicelli, Risi; o Spaghetti
Western de Solima e Leone; o Giallo all’italiana (ou
spaghetti-thriller) de Bava e Fulci; o cinema político de Petri; as
críticas e desconfortáveis obras de Fellini, Scola, Pasolini,
Ferreri, Rosi, Bolognini, Antonioni.
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Ler e Ver - Paisagens Subjetivas, Paisagens Sociais
perctivas deste campo de pesquisa, propondo chaves de leituras
especícas de algumas das obras relevantes.
“Mulheres Choradeiras”: História cultural formada a partir dos
mitos e da oralidade Mônica do Corral Vieira (UFPA)
boincavieira@hotmail.com
Mulheres Choradeiras é um conto de Fabio Castro presente no livro
Terra dos Cabeçudos, de 1984. O estudo deste conto visa explorar os
diferentes tipos de realismo existentes nesta obra, através do
estudo dos mitos e da oralidade que envolve a criação do conto em
questão e sua propagação.
Os mitos e a oralidade possibilitam uma (re)construção e
desenvolvimento de conhecimen- tos que permeiam a atividade da
leitura (conhecimentos artístico, cultural, social, losóco e
histórico) e enriquecem/(re)armam a identidade latino-americana.
Pretende-se estudar os elementos literários e tipos de
realismo/realidade constituintes desta obra - e de seu curta
metragem homônimo - para relacioná-los à outras leituras, tais
quais sua aproximação/se- melhança a fatos históricos, mitos,
representações, oralidade e outras literaturas em geral.
Palavras-chave: História, mito, oralidade.
As lentes da intolerância: representações do neo- fascismo e de
skinheds no cinema do século XXI Paulo Roberto Alves Teles (UFS)
pauloteles_aju@hotmail.com
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O cinema em Belém do Pará nos tempos da borracha (1896-1914) Pere
Petit Penarrocha (UFPA) petitpere@hotmail.com
Esta comunicação faz parte da pesquisa atualmente em andamento
sobre os pioneiros do cinema mudo em Belém do Pará, desde as
primeiras exibições de imagens através do Vita- scope de Thomas
Edison, em dezembro de 1896, e do cinematógrafo dos irmãos Augusto
e Louis Lumière, um ano depois, até o que podemos denominar boom do
cinema na capital do Pará a partir da inauguração de salas
destinadas à exibição exclusiva de lmes e documen- tários e a
criação da primeira produtora de documentários em 1911, a rma de
The Pará Films. Também discutiremos o impacto no mundo cultural e
cinematográco belemense da crise econômica que sofre a capital
paraense após a queda do valor no mercado internacional do preço da
borracha exportada pelo Brasil.
Bonnie e Clyde: uma biografia de contravenção (anos 1930 e 1960)
Soleni Biscouto Fressato Doutora em Sociologia pela UFBA
sol_fressato@yahoo.com.br
Bonnie Parker e Clyde Barrow foram dois conhecidos ladrões de
bancos e postos de gaso- lina que viveram os conturbados anos da
depressão econômica nos Estados Unidos. A gang Bloody Barrow Gang
fazia tremer o comércio, pois era sinônimo de brutalidade
impiedosa, mas também vista como um sinal de revolta contra a
miséria em tempos de crise. A partir de 1932, quando ocorreu o
primeiro assassinato, eles começaram a ser perseguidos feroz- mente
pela polícia norte-americana. Em 1934, num tiroteio com a polícia
de Louisiana, eles foram assassinados. Em 1967, período em que os
jovens contestavam e desaavam o poder, a história do casal vem
novamente à tona com o lme Bonnie e Clyde. Warren Beatty (Clyde) e
Faye Dunaway (Bonnie) se transformaram nos símbolos de uma mudança
de atitute da
juventude frente às imposições sociais e morais. Diante do
exposto, a proposta da presente comunicação é analisar em que
medida o lme Bonnie e Clyde é uma biograa do famoso casal de
gângsteres norte-americano e, ao mesmo tempo, uma representação da
juventude nos revolucionários anos 1960.
Palavras-chave: Biograas cinematográcas, Representações sociais no
cinema, Revolução e contestação.
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cinematográfico baiano nas décadas de 1950-60 Thiago Barboza de
Oliveira Coelho Mestrando do Programa Multidisciplinar de
Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da UFBA
tbocoelho@yahoo.com.br
As décadas de 1950 e 1960 se conguraram como um período de
grande efervescência das manifestações artístico-culturais na
cidade de Salvador. Esta dinamização do campo cultural está
associada diretamente à promoção de iniciativas pelo governo da
Bahia e pela recém- criada UFBa. No entanto, o mesmo não se
concretiza no campo das produções audiovisuais. Sem apoio de
políticas públicas, a arte cinematográca na Bahia desenvolveu-se
através de projetos e iniciativas implementadas pela sociedade
civil. Neste contexto, Walter da Silveira emergiu como um dos mais
relevantes fomentadores da cultura cinematográca no estado. Entre
as diversas ações promovidas por este, destaca-se principalmente a
criação do Clube de Cinema da Bahia. O presente trabalho tem como
objetivo discorrer sobre os projetos ide- alizados por Walter da
Silveira, evidenciando a importância destas atividades no
desenvolvi- mento da cultura e da cinematograa no estado
baiano.
Palavras-Chaves: Cinema Baiano; Walter da Silveira; Clube de Cinema
da Bahia.
Caminhos que se cruzam: literatura e cinema em Cidade de Deus
Valquíria Lima Doutoranda em Estudos Literários e Culturais
pela Universidade Federal da Bahia
valquirialima@ia.edu.br
O momento histórico atual nos apresenta obras literárias
diferentes, agressivas, que com- põem mosaicos para tematizar,
radiografar e ressignicar a realidade capitalista, considera- da
cruel. Entre estas, está o romance Cidade de Deus (1997), de Paulo
Lins. Sua narrativa já traz em si a marca da rapidez cinematográca
e requer novos olhares sobre o literário, que o entrecruzem com o
cinematográco e com a história.
O que se coloca, então, para a crítica, nestes textos, é a
impossibilidade de operar com os mes- mos elementos de análise de
outrora. Este novo modelo de escrita – a que Roberto Schwarz chama
arte compósita – requer uma análise que se movimente entre as áreas
de literatura e as demais (Sociologia, História, Filosoa, Ciência
Política e Economia), de modo que olhar para o literário não
dissocie as suas diversas instâncias de composição. Em Cidade de
Deus, a imaginação não é o único motor da escrita, nela, a relação
com a realidade objetiva é a marca da literatura e, por isso mesmo,
ela busca no cinema o motor da narrativa, provocando as- sim, um
grande encontro.
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Memórias sobre homens e natureza – as representações do sertão
brasileiroS 3
Incultos Sertões, Bárbaros e Civilizados: repre- sentações dos
habitantes e dos espaços geográ- ficos da vila de Cimbres,
localizados nos antigos sertões de Ararobá de Pernambuco
(1762-1867)
Alexandre Bittencourt Leite Marques Mestrando em História
Social pela UFRPE alexandre.bittencourt@hotmail.com
Os informes mais antigos sobre as regiões que hoje são conhecidas
como agreste e sertão de Pernambuco vêm desde o início da
colonização portuguesa. Ao passo que avança a expansão colonial em
direção ao interior, aparecem cada vez mais informações, descrições
e relatos sobre as paisagens geográcas e os habitantes nela
inseridos. O presente trabalho tem por objetivo analisar as
representações feitas pela administração de Pernambuco sobre os
habitantes e os espaços geográcos da vila de Cimbres, inserida nos
antigos sertões de Ararobá. Utilizaremos como fontes documentais,
alvarás petições, ofícios e cartas – localizados no Livro da
Criação da
Vila de Cimbres. Nesse sentido, os documentos administrativos
constituem em uma rica fonte de representações, onde termos como
incultos sertões, desertos sertões, vileza, honra, bons costumes,
bárbaros, civilizados, simbolizavam designações dos espaços
geográcos e identi- dades dos atores sociais envolvidos.
Palavras-chave: representações, sertão, colonização
Arthur Cézar Reis e as representações sobre ho- mens e natureza na
história da cobiça estrangei- ra da Amazônia (Década de 1960)
Alexandre Pacheco Doutor em Sociologia pela Universidade
Estadual Paulista nelsonfonseca4@hotmail.com
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curou expressar - a partir das escolhas literárias e cientícas
presentes em sua memória sobre os fatos passados que analisou - a
representação da tenacidade do elemento português, do
luso-brasileiro e do próprio homem brasileiro em defender a
Amazônia mesmo diante das precárias condições históricas destes
povos para o domínio de sua natureza. Representação, enm, que na
década de 1960, deveria servir para uso objetivo dos brasileiros em
sua luta para defesa, manutenção e histórico esforço de integração
da Amazônia ao restante do país.
Homens e natureza no sertão de Henry Koster Eduardo Girão Santiago
Professor Adjunto do Departamento de Ciências Sociais da UFC
egsantiago@terra.com.br
O artigo pretende trazer à tona homens e paisagens do sertão
nordestino, a partir de relatos de Henry Koster no início do século
XIX. Será apresentado um “sertão legítimo, com seca, léguas sem-m,
gado morrendo, solidão, resistência, heroísmo, primitividade”, como
ates- tou Luís de Câmara Cascudo. Será analisada a interação homem
e natureza no sertão, a sua cultura, o seu perl psicológico, a sua
alimentação, as práticas de comércio e a vida de
vaqueiro nas fazendas de gado. A leveza e naturalidade da
narrativa do “exato” Koster será explicitada neste artigo,
descortinando a comparação do sertanejo nordestino e do peão das
terras vizinhas do Prata, o teor das conversas dos sertanejos e a
sua intrigante moral num território sem lei. A fonte de pesquisa
deste artigo será o livro Viagens ao Nordeste do Brasil, com
prefácio e comentários de Câmara Cascudo, que reconhece em koster o
pioneirismo na construção da etnograa tradicional do sertanejo
nordestino no seu cenário.
Palavras-chave: Sertão. Etnograa. Henry Koster
O sertão brasileiro e a pós-modernidade: imagens na literatura e no
cinema contemporâneos
Émile Cardoso Andrade Doutoranda em Literatura na Universidade de
Brasília emilecardoso@yahoo.com.br
Este trabalho tem como objetivo investigar de que forma a
literatura e o cinema brasileiro con- temporâneos representam o
sertão; para isso utilizaremos o romance “Galileia” (2008) de Ron-
aldo Correia de Brito e o lme “Árido Movie” (2006) de Lírio
Ferreira. A ideia é discutir as rela- ções entre as representações
artísticas do espaço sertanejo e as novas perspectivas políticas e
estéticas que envolvem as mesmas. Outro intuito deste estudo é
entender como a pós-moderni- dade compreende o sertão como lugar e
não-lugar de uma possível identidade brasileira que se congura
diferentemente de contextos anteriores, como a literatura de
Euclides da Cunha e Graciliano Ramos e o Cinema Novo de Glauber
Rocha e Nelson Pereira dos Santos.
Palavras chaves: sertão, literatura e cinema
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Paisagem-labirinto: notando espaços sertanejos Eudes Marciel Barros
Guimarães Mestrando em H