Post on 19-Jun-2015
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o valor das coisas
anotações sobre economia(claudio manoel duarte)
#conceitos
• do grego, oikonomía (oikos - casa, moradia; e nomos - administração, organização, distribuição). do latim, oeconomìa (disposição, ordem, arranjo).
• estudo do processo de produção, distribuição, circulação e consumo dos bens e serviços (riqueza) (Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill).
• a ciência das trocas ou das escolhas - a economia lidaria com o comportamento humano enquanto condicionado pela escassez dos recursos: a economia trata da relação entre fins e meios (escassos) disponíveis para atingi-los. (Lionel Robbins)
• a economia seria a ciência da ação humana proposital para a obtenção de certos fins em um mundo condicionado pela escassez. (Mises)
#do nomadismo ao cultivo fixo
• o ser humano nômade coletava (insumos) em diferentes lugares para sobreviver
• estabelecimento em locais fixos: cultivo do solo, as colheitas, criação de animais, atividades artesanais…
• o ser humano começa acumular (produz mais do que precisa) - surgindo as primeiras formas de organização economica (produção/circulação dará em consumo, a partir da troca)
• A mercadoria surge quando um produto é destinado ao consumo, não mais do produtor.
• O produtor produz mais do que sua necessidade. A mercadoria é a necessidade do outro – e isso gera o comércio (a troca de valores)
#o que forma a economia
• Necessidades Humanas. Bens e Serviços. Recursos Produtivos ou Fatores de Produção. Agentes Econômicos. Mercado. Preços. Renda e Riqueza.
• A Nova Economia foca em sustentabilidade e em tecnologia – não mais usar os recursos atuais da melhor forma, mas buscar saídas, via tecnologias, para a manutenção desses recursos de forma auto sustentável – o consumo pagando o investimento
#indicadores econômicos
• medidas de desempenho do desenvolvimento de uma ecomia: crescimento da produção; (des)valorização da moeda e aumento/declínio de preços; taxas de conversão de moedas; taxas de remuneração.
• PIB (produto interno bruto) - PIB de uma economia é igual ao valor dos bens e serviços produzidos num país (num período de tempo específico).
• Há elementos de natureza formativa e cultural (subjetivos) que, associados ao desenvolvimento econômico, denota o progresso de uma região.
• Educação e distribuição de bens/riquezas (acesso aos produtos) - elementos chaves hoje para indicar o progresso.
#mão de obra qualificada
• progressão intelectual=qualidade processual=produção mais competitiva
#organização econômica
• Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista)
• Economia Planificada (ou centralizada, tipo socialista)
• Na Economia de Mercado (onde o próprio Mercado tem força de reação e organização), há sistemas de concorrências: 1- Sistema de concorrência pura (sem interferências do governo); e 2 - Sistema de concorrência mista (com interferência governamental, acordos)
#a demanda compra
• O preço é uma lei do Mercado - ao comprador é reservado apenas o direito de comprar ou não; comprar muito ou pouco – ser a demanda
#campos da economia
• Microeconomia (agronomias familiares, microempresas), Macroeconomia (sistema financeito, economia açucareira…), Economia Industrial (automobilística, eletrodomesticos…), Economia do Setor Público (saude, educação, habitação, cultura…), Economia Empresarial (todas as áreas, baseadas em empresas)
#outras aplicações
• Economia do Meio Ambiente, Economia da Cultura, Economia da Educação, …
#o bem
• um bem, material ou não, tem demanda porque tem utilidade e a utilidade é a capacidade desse bem em satisfazer uma necessidade
#bens podem ser
• livres - existem em quantidade ilimitada e sua utilização depende de pouco esforço (ou nenhum) e não tem ordem econômica (o ar, o mar, a luz solar…). Preço zero
• econômicos - são os bens fruto do esforço humano para sua apropriação ou produção. Preço maior que zero
#bens econômicos têm 2 naturezas
• Bens Materiais – tangíveis, com peso, altura, cor, volume, qualidade técnica.
• Bens Imateriais (incluindo serviços) são intangíveis, não materiais
#destinos dos bens
• O Bem material tem ainda dois destinos: bens de consumo (alimentos, roupas, móveis, cigarro) e bens de capital (bens que viabilizam outros produtos: computadores, máquinas)
#os bens são produzidos pelas forças
produtivas (marx)
• os fatores de produção são: recursos naturais; mão de obra, equipamentos/máquinas
• há, hoje, outras forças - mais subjetivas - que são também bases da produção: know-how/conhecimento, capital social, capital cultural
#entre a renda e a riqueza
• Um proprietário de um fator de produção recebe remuneração por sua utilização no processo produtivo
• O valor integral dos bens que constituem o patrimônio é a riqueza
#se as necessidades do ser humano são ilimitadas, há escassez de bens e serviços
• o consumidor só consumirá até o limite de sua renda ou até o limite da oferta
#o mercado é a tríade produção/circulação/
consumo
• O comércio está entre a circulação e o consumo, quando está
• Nem todo produto é consumido via comércio (troca de valores), mas todo produto circula em mercado para ser consumido
#a palavra valor
• é a utilidade do objeto – água
• é o poder de compra – pedra preciosa
• nem todo objeto de grande utilidade tem valor de compra; nem todo objeto com valor altissimo de compra tem utilidade fundamental
#quando possui utilidade
• “as mercadorias recebem seu valor de troca de duas fontes: a escassez (para o caso da não reprodução livre, quadros e vinhos raros, p.ex.) e da quantidade de trabalho necessária para a sua reprodução” David Ricardo (1823)
#sobre a escassez
• aquilo que tem demanda e a demanda pode implicar em sua ausência (falta). Quanto mais demandado o produto material, mais escasso, portanto mais “útil”, mais caro.
#há escassez no imaterial?
• Os bens simbólicos não são regulados pela escassez, no mercado; os bens materiais, sim.
• As empresas controlam a escassez (material) e seu lucro.
• A cópia do bem material custa caro – a cada cópia, gasta-se os mesmos insumos (investimento)
• Mas a cópia do bem material gera lucros porque sua circulação é controlada.
• A indústria pode gerar escassez (falsa): do telefone celular ao último modelo de smartphone
• A publicidade (convencimento, sedução) é a arma da falsa escassez
• A cópia do bem imaterial tem custo (quase) zero, digitalmente, e o lucro de 100% não chega às empresas (quando elas perdem o controle da circulação)
• Os bens imateriais, com custo zero na reprodução digital, interessam às empresas que perderam o controle da circulação desses produtos em rede digitais.
• As empresas criminalizam os “livres circuladores”, mas não deixam de fabricar as máquinas que replicam, que copiam (gravadores de DVD etc).
#a cópia do imaterial em bits
• O imaterial copiado não gera mais-valia (lucro acumulado, além dos investimentos) quando a circulação é descontrolada, quando a demanda não está sob controle dos produtores
#delimitando o valor
• preço X quantidade
• preço X quantidade = oferta
• preço X quantidade = oferta X demanda
#a reprodução seriada
• As indústrias respondem às demandas com mais ofertas. Eis a produção em série que a revolução industrial proporcionou.
• A cópia material – reprodutibilidade industrial – responde à demanda
• Os produtores mantem o controle das ofertas
#tipos de mercadorias
• as elásicas aos preços – a indústria determina produzir mais ou não (sapatos, roupas, informática). Quantidade pode ser alterada, se há demanda.
• as inelásticas aos preços – a indústria tem menos poder de decisão, - os fatores ambientais determinam a produção (agricultura, pesca…). Quantidade não pode ser facilmente alterada/aumentada, mesmo havendo demanda.
• Uma tempestade fora de época pode gerar escassez dos produtos (inelásticos), elevando seu preço, pois a demanda continuaria a mesma para pouca oferta!
#os preços
• os produtos elásticos tem preços calculados pelo 1 - custo de produção e 2 – margem de lucro: custo mais 5 a 10%, pelo menos.
• esse acréscimo chamamos de mark-up, que gerará a mais-valia das empresas. O comprador tem pouco poder de decidir, como demanda, principalmente em cenários de monopólio
• Os preços dos inelásticos (agricultura) é determinado pela oferta (mais produtos à época ou não) - o consumidor tem mais poder de escolha.
• Os preços políticos são determinados pela pressão entre mercados estatais (governos), que definem regras/acordos internacionais ou regionais, entre compradores e vendedores. O petróleo, por exemplo.
• Os preços de produtos padronizados dependem da qualidade da material-prima, olhado sob a ótica das especificações técnicas (o aço, o vidro, o mármore, por exemplo).
• Os preços de produtos não padronizados incorpora elementos subjetivos agregados pelo marketing. A calça jeans comum tem preço mais baixo do que uma outra de grife. A função é a mesma, mas a agregação dá um novo valor
o tênis conga vale menos que o puma ?
#lei do mercado
• as formas de organização empresarial determinam normas, através dos monopólios (ausência de competição), oligopólios (2, 3 competidores) e concorrências (vários)
• quanto mais concentração, menos disputa pela demanda; menos ofertas
#outras leis
• monopsônico é quando há um único comprador no Mercado - uma única fábrica de charutos que compra o tabaco de vários pequenos produtores.
• no mercado oligopsônico há muitos vendedores e poucos compradores. Vários pequenos vendedores de materias-primas brigam pelos poucos compradores.
• Nesses casos, os compradores determinam os preços.
#valor e preço
• Valor é o preço relativo. O preço é a expressão do valor.
• A teoria do valor diz que um carro X de luxo custa Xs números de carros populares.
• Se o preço do carro X de luxo estiver alto, é porque ele não tem esse valor.
• A moeda é a unidade de medida dos preços.
• Esse carro vale tantos reais; vale tantas libras; vale tantos pesos argentinos
#a teoria do valor
• a teoria do valor-trabalho se aplica às mercadorias elásticas – essas que podem ter sua quantidade de produção alterada, as industriais – e significa calcular o valor das coisas pelo tempo de trabalho para produzi-las.
• Custo de produção + mark-up.
• a teoria valor-utilidade elege o comprador como o aquele que vai definir o valor das coisas.
• Ele compra se achar útil. E pagará o preço se achar justo para sua utilidade.
• Um alicate tem sua utilidade e vale tal preço e o comprador – necessitando - compraria. Mas não compraria um segundo alicate igual, pois ele não teria mais função, portanto sua utilidade não existe para esse mesmo comprador.
#mudanças crescentes que afetam a cadeia da produção
• desindustrialização da economia – busca-se ninchos e não grandes mercados; produz-se conteúdos líquidos e não só os sólidos
• perda da importância de serviços e produtos padronizados – busca-se o diferente para nichos.
• A diferença é quase, em si, o produto (surge o valor agregado como o foco dos bens)
• novos fluxos financeiros e de rede – busca-se as formas de transferências mais rápidas, confiáveis e fáceis: novas moedas, consumer-to-consumer (Mercado livre, Mercado Pago, E-bay, Compras Coletivas)
• o glocal, como expressão do local globalizado por seus interesses universais – busca-se tecnologias de acessibilidade global aos produtos locais
#criatividade
• (com inovação, tecnologia e diferença) é hoje o demarcador dos novos campos da economia de serviços, produtos líquidos e de bens materiais
• "O homem é um animal que consegue fabricar ferramentas, falar e criar símbolos. Só ele ri; só ele sabe que um dia morrerá; só ele tem aversão a copular com a sua mãe ou a sua irmã.; só ele consegue imaginar outros mundos em que habitar, chamados religiões por Santayana, ou fabricar peças de barro mentais a que Cyril Connolly chamou arte. Considera-se que o homem possui, não só inteligência, como também consciência; não só tem necessidades, como também valores, não só receios, como também consciência moral; não só passado, como também história. Só ele — concluindo à maneira de grande sumário — possui cultura." Geertz, Clifford em A Transição para a Humanidade.
ler +?
• Conceitos basicos da ciencia economica . http://www.fontedosaber.com/administracao/conceitos-basicos-da-ciencia-economica.html
• Lolila, Paul. Cultura e economia : problemas, hipóteses ; tradução Celso M. Pacionik. — São Paulo : Iluminuras : Itaú Cultural, 2007.
• Singer, Paul. Aprender Economia. SP: Ed. Brasiliense, 1983
• Sociologia Marxista. http://www.airtonjo.com/socio_antropologico05.htm