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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA –
EMESCAM
ANA CLÁUDIA B. BOONE
LANA PAGOTTO ZANDONADI
LARISSA DA SILVA KOPPE
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA DE PACIENTES
NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIAS ABDOMINAIS
VITÓRIA
2018
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ANA CLÁUDIA B. BOONE
LANA PAGOTTO ZANDONADI
LARISSA DA SILVA KOPPE
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA DE PACIENTES
NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIAS ABDOMINAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
curso de graduação em fisioterapia da Escola
Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia
de Vitória – EMESCAM como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia.
Orientador: Prof. Dalger Eugênio Melotti
VITÓRIA
2018
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ANA CLÁUDIA B. BOONE
LANA PAGOTTO ZANDONADI
LARISSA DA SILVA KOPPE
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA DE PACIENTES NO PRÉ E
PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIAS ABDOMINAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de graduação em fisioterapia da Escola
Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM, como requisito parcial
para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia.
Aprovada em: ___/___/______
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________
Mestre. Dalger Eugênio Melotti
Escola Superior Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM
Orientador.
________________________________________________________
Doutora. Giovana Machado Souza Simões
Escola Superior Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM
Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
________________________________________________________
Especialista. Hugo de Jesus Oliveira
Especialização em Terapia Intensiva - UFES
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RESUMO
As complicações pulmonares são as causas mais frequentes de morbidade no período pós-operatório
de pacientes que passam por cirurgias abdominais. Tais disfunções potencializam a possibilidade de
infecções pulmonares, hipoventilação, atelectasia, hipóxia, entre outras; motivos esses, que podem
provocar o aumento do tempo de internação do paciente, ou em alguns casos, seu óbito. A presente
pesquisa teve como principal objetivo, avaliar as alterações da força muscular respiratória em
pacientes submetidos a cirurgias abdominais. Tratou-se de um estudo transversal e prospectivo,
realizado por meio de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo. Foram avaliados 31 pacientes,
submetidos a cirurgias abdominais, onde foi possível observar com o estudo, uma redução da força
muscular respiratória após as cirurgias abdominais, sendo que a maior redução nos valores de força
muscular inspiratória e expiratória foi observada no pós-operatório de cirurgias abdominais baixas
realizadas por vídeo. Concluímos que existe uma tendência de diminuição da função respiratória dos
pacientes que realizam cirurgias abdominais, e que esta diminuição sofre influência, principalmente,
do tipo de cirurgia realizada.
Palavras-Chave: Cirurgia abdominal; Função pulmonar; Manovacuometria.
5
ABSTRACT
Pulmonary complications are the most frequent causes of postoperative morbidity in patients
undergoing abdominal surgeries. These dysfunctions potentiate the possibility of pulmonary
infections, hypoventilation, atelectasis, hypoxia, among others, which may cause an increase in the
patient's hospitalization time or, in some cases, death. The main objective of this study was to
evaluate the changes in respiratory muscle strength in patients submitted to abdominal surgeries
performed at the Santa Casa de Misericórdia Hospital in Vitória. It was a cross-sectional and
prospective study, carried out through bibliographical research and field research. It was observed
that 31 patients underwent abdominal surgeries, and the greatest reduction in inspiratory and
expiratory muscle strength values was observed in the postoperative period of low abdominal
surgeries performed by video. It was concluded that there is a trend of decreased respiratory capacity
in patients performing abdominal surgeries, and that this decrease is influenced mainly by the type
of surgery performed.
Keywords: Abdominal Surgery; Pulmonary function; Manovacuometry.
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SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................... 7
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................... 9
2.1 CIRURGIAS ABDOMINAIS ................................................................ 9
2.2 ALTERAÇÕES NA FUNÇÃO PULMONAR CONSEQUENTES ÀS
CIRURGIAS ABDOMINAIS ................................................................
10
2.3 COMPLICAÇÕES PULMONARES ..................................................... 12
2.4 FISIOTERAPIA NAS CIRURGIAS ABDOMINAIS ........................... 14
3 ARTIGO ORIGINAL .......................................................................... 16
Introdução ............................................................................................. 17
Metodologia ........................................................................................... 18
Resultados .............................................................................................. 20
Discussão ................................................................................................ 24
Referências ............................................................................................. 27
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 29
REFERÊNCIAS .................................................................................... 30
APÊNDICE ............................................................................................ 32
APÊNDICE A – Carta de Anuência .................................................... 32
APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido ........... 33
APÊNDICE C – Ficha de Avaliação .................................................... 34
ANEXO ................................................................................................... 36
ANEXO A - Comitê de Ética em Pesquisa – CEP .............................. 36
ANEXO B - Capa da Revista - Revista SALUS .................................. 40
ANEXO C - Normas de Publicação - Revista SALUS ....................... 41
7
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A musculatura respiratória é considerada o braço do sistema pulmonar, pois está situada na parede
desta repartição do organismo, e é responsável pela respiração. Os outros músculos colaboram pouco
no decorrer da respiração de repouso, contudo são requeridos quando elevados graus de ventilação
são exigidos (SILVA et al., 2003). A partir desta afirmação, pode-se perceber de forma bem objetiva
a importância da força muscular respiratória para o processo respiratório em si.
Em procedimentos cirúrgicos abdominais, é necessário acompanhar o nível de alteração nos
músculos respiratórios, mesmo quando os pulmões não estão diretamente comprometidos, pois se
observa uma elevada ocorrência de problemas pulmonares, tanto no pós-operatório de cirurgias
abdominais quanto em cirurgias torácicas (MARTINS, 1999).
Neste cenário de incidência significativa de complicações pulmonares nos pacientes em questão, é
possível justificar o presente estudo na medida em que viabiliza a oportunidade da medição de Pimáx
e Pemáx1 de pacientes submetidos à cirurgia abdominal, apontando para uma possibilidade de
identificação mais precisa de problemas respiratórios que, por ventura, tenham associação com este
tipo de procedimento cirúrgico. Estudos como este, podem contribuir para o aumento do
conhecimento empírico sobre o assunto, e por consequência, cooperar para a melhoria das condições
de recuperação destes pacientes.
Sendo assim, o principal objetivo do presente estudo é avaliar as alterações da força muscular
respiratória em pacientes submetidos a cirurgias abdominais do Hospital Santa Casa de Misericórdia
de Vitória. Como objetivos específicos, prevê no seu escopo a (a) caracterização do perfil dos
pacientes submetidos à cirurgia abdominal, considerando aspectos sociais, demográficos e clínicos,
(b) realizar a classificação dos tipos de cirurgias realizadas e outros procedimentos relacionados
como: tipo e tempo de anestesia, tipo e tempo de cirurgia, local da incisão, presença de drenos,
sondas e punções, além de (c) verificar a variação dos valores de Pimáx e Pemáx entre o pré e pós-
operatório de pacientes submetidos às cirurgias abdominais.
1 Pressões Inspiratórias e Expiratórias Máximas.
8
Trata-se de uma pesquisa aplicada, explicativa e quantitativa, realizada por meio de pesquisa
bibliográfica e realização de pesquisa de campo, caracterizada por um estudo observacional no
Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória, estado do Espírito Santo.
Nos próximos Capítulos, serão apresentados o Referencial Teórico e o Artigo Original, contendo os
resultados e análises da pesquisa realizada, bem como os demais instrumentos de pesquisa que foram
usados no decorrer deste estudo.
9
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A partir deste capítulo serão apresentadas considerações de fontes variadas acerca de questões
envolvendo a força muscular respiratória e suas variações relacionadas a cirurgias abdominais. De
fato, são inúmeras as variáveis que podem influenciar as disfunções na musculatura respiratória,
contudo, o foco estará em pacientes que realizaram ou vão realizar cirurgias abdominais. O capítulo
se inicia com uma breve apresentação dos tipos de cirurgias abdominais, conseguinte com alterações
pulmonares relatadas decorrentes destas cirurgias e finaliza com a contribuição da fisioterapia no
tratamento pré e pós-operatório neste tipo de cirurgia.
2.1 CIRURGIAS ABDOMINAIS
O processo respiratório provém do equilíbrio de forças agonistas e antagonistas, provenientes tanto
no tórax quanto na região abdominal. Por este motivo, é importante que essas duas estruturas
funcionem de forma satisfatória, o que é essencial para uma ventilação pulmonar ideal (SILVA et
al, 2003).
Tais forças podem ser exemplificadas como (agonista) a exercida pela musculatura inspiratória, com
atenção para o diafragma, além da elasticidade da estrutura da caixa torácica, e (antagonista) a
resistência elástica dos pulmões, tensão superficial de líquido no interior nos alvéolos e resistência
das vias aéreas (GUYTON, 1997).
A cada ciclo respiratório ocorre uma diminuição da pressão intratorácica (aumenta a pressão
negativa pleural) no momento da inspiração. Ao mesmo tempo, a pressão intra-abdominal
aumenta devido à excursão muscular diafragmática, causando protusão abdominal, e,
concomitantemente, a caixa torácica se desloca em sentido ântero-superior e látero-lateral,
devido à ação dos músculos inspiratórios (GUYTON, 1997).
De um modo geral, o procedimento cirúrgico abdominal, seja pela incisão, manipulação das vísceras
ou mesmo pelo uso dos afastadores, gera invariavelmente, lesão tecidual. Desta forma, existe a
presença da dor no pós-cirúrgico, causando desconforto ao paciente, incomodando seu relaxamento
e recuperação, e por consequência, também atrapalhando sua respiração (IRWIN; TECKLIN, 2003).
No caso das cirurgias abdominais, existe um delineador que serve como ponto de marcação,
dividindo as cirurgias em superior e inferior. Cirurgias abdominais realizadas acima da cicatriz
10
umbilical são denominadas cirurgias abdominais superiores, e as realizadas abaixo deste ponto, são
classificadas como inferiores (IRWIN; TECKLIN, 2003).
Nas cirurgias realizadas na parte superior do abdomem (altas), a musculatura do diafragma e costelas
normalmente são comprometidas, o que pode ocasionar uma respiração dolorosa, levando a
hipoventilação e, por consequência, complicações de troca gasosa e de mecânica ventilatória
(LAWRENCE et al, 1996).
A elevação e abdução dos braços do lado da incisão cirúrgica podem ser dolorosas nas
incisões laterais ou oblíquas, podendo o paciente apresentar movimentos dolorosos de
flexão e rotação do lado oposto tendendo, por conseguinte, sentar-se com postura de flexão
lateral e com concavidade para o lado da ferida operatória (LAWRENCE et al, 1996).
Os mesmos autores citam ainda, que nas cirurgias abdominais inferiores é comum que o paciente
apresente dor e impotência aos movimentos precoce do quadril e joelhos, uma vez que os músculos
abdominais, com especial atenção para o reto abdominal, tem papel de fixadores do quadril,
interligando toda a área (LAWRENCE et al, 1996).
A bibliografia fornece ainda uma série de argumentos no sentido de evidenciar o fato de que, em
cirurgias abdominais não são raros os casos de alterações pulmonares que levam ao agravamento do
quadro clínico de pacientes que as realizam. De fato, cada caso deve ser observado de forma isolada,
com todas as suas variáveis relacionadas ao estado pré-operatório do paciente. Na próxima seção o
assunto é tratado de forma mais específica.
2.2 ALTERAÇÕES NA FUNÇÃO PULMONAR CONSEQUENTES ÀS
CIRURGIAS ABDOMINAIS
Beluda; Bernasconi (2004) citam que os problemas respiratórios estão diretamente associados à
redução da força muscular respiratória, que acontece no pós-operatório de cirurgias abdominais e
por conta do agravamento da função pulmonar. Em complemento, Bellinetti; Thomsom (2006)
afirmam que tais problemas estendem o tempo de permanência do paciente no hospital, aumentando
os gastos antevistos e colaborando de forma considerável para o óbito, principalmente nas
laparotomias e toracotomias superiores, vistas como procedimentos de risco.
11
Por outro lado, pesquisas realizadas por Silva et al. (2003) e Beluda; Bernasconi (2004), mostram
que a diminuição da força da musculatura inspiratória pode estar associada com o transtorno
diafragmático secundário ao bloqueio reflexo do nervo frênico, provocado pela anestesia, podendo
também ser interferido pela dor, ou até o medo de senti-la.
Frequentemente, são apresentadas como consequências dos procedimentos cirúrgicos abdominais,
complicações respiratórias pós-operatórias, como atelectasia (colapso pulmonar) e mudanças nos
padrões respiratórios geradas principalmente pela mobilização/manipulação direta do músculo
diafragma, que podem resultar, em determinados casos, em processo de paralisia diafragmática
causada por lesão do nervo frênico, e consequente diminuição dos volumes pulmonares normais
(WEST, 2002).
O mesmo autor cita ainda que, dado o relaxamento da musculatura, somado ao decúbito dorsal
(durante a cirurgia), há grande possibilidade de desenvolvimento de pneumonia, devido ao acúmulo
de secreção, principalmente em bases pulmonares (WEST, 2002).
A incidência de complicações pulmonares após cirurgias abdominais está em torno de 20%,
apesar de que essa estimativa varia muito na literatura dependendo dos critérios usados para
definir complicações pulmonares pós-operatórias e da população estudada. [...] Vários
fatores contribuem para a ocorrência de complicações no período pós-operatório, como:
idade avançada, excesso de peso, tipo e duração da cirurgia, tamanho e local da incisão
cirúrgica, tipo de anestesia, analgesia, dor, distensão abdominal (FILARDO et al., 2002).
As alterações nas funções pulmonares no pós-operatório são multifatoriais, tendo relação com
alterações na mecânica respiratória, na hematose e no controle da respiração. Por consequência,
ocorre a diminuição da complacência pulmonar, hipoxemia, aumento do trabalho respiratório, além
de alterações no padrão respiratório (STOCK et al., 1984).
“A disfunção da mecânica pulmonar caracteriza-se por um padrão restritivo, com redução
da capacidade inspiratória, da capacidade vital e da capacidade residual funcional” (STOCK
et al., 1984).
Os autores citam que em decorrência destas alterações,
[...] o paciente respira com um pequeno volume corrente e uma frequência respiratória alta,
sem inspirar profundamente. Esse padrão respiratório superficial resulta em uma
instabilidade das unidades pulmonares alveolares, e, consequentemente, em provável
colapso alveolar (STOCK et al., 1984).
O colapso alveolar (atelectasia) figura entre as mais frequentes complicações pulmonares observadas
no pós-operatório. Comprovou-se que um dos fatores patógenos causadores da atelectasia pulmonar
é a operação irregular do mecanismo do suspiro. Por conseguinte, o resultado é um padrão
12
respiratório superficial, com número de suspiros menor que o normal. Tais alterações podem, dentre
outros fatores, ter íntima ligação com o grau de recuperação das musculaturas do tórax e costela, no
pós-operatório (HALL et al., 1991).
De acordo com as pesquisas realizadas, a realização de uma cirurgia abdominal trará,
invariavelmente, algum tipo de incomodo posterior ao paciente. Seja pela dor, ou por dificuldades
decorrentes das mudanças ocorridas na região, ele sofrerá com algum tipo de alteração no âmbito
respiratório. Tais alterações, se não observadas com cuidado, podem ser convertidas em
complicações mais graves, e trazer sérios riscos ao paciente no pós-operatório (Stock et al.,1984;
Hall et al. 1991; Filardo et al., 2002; Beluda, Bernasconi, 2004).
2.3 COMPLICAÇÕES PULMONARES
A intervenção cirúrgica proporciona transformações fisiopatológicas, que são iniciadas na inserção
da anestesia e perduram até após a cirurgia, favorecendo o surgimento de complicações. Um dos
efeitos residuais da cirurgia é o imobilismo no leito, sendo um dos maiores responsáveis pelas
complicações pós-cirúrgicas. A dor no local em que foi realizado o procedimento cirúrgico também
resulta em alterações no funcionamento normal pulmonar, como na redução dos volumes
pulmonares e acúmulo de secreções, o que contribui para desenvolvimento de atelectasias e
hipoxemia (MACIEL et al., 2011).
Ainda, o trauma causado pelo procedimento cirúrgico, gera um processo inflamatório abdominal,
com consequente aumento da pressão intra-abdominal; favorecendo a ocorrência de importantes
complicações pulmonares, como por exemplo: broncoespasmo que precise de tratamento
terapêutico; atelectasia com implicação clínica; pneumonia; insuficiência respiratória; e intubação
orotraqueal aliada à ventilação mecânica por tempo maior do que quarenta e oito horas. Estas
condições são elementos causadores do aumento da taxa de mortalidade e do período de internação
(JUNIOR et al., 2004).
Na mesma linha, Ford et al. (1993), afirma que a mecânica respiratória fica alterada devido a
manipulação cirúrgica,
A presença de uma incisão cirúrgica abdominal recente, portanto, além de causar dor, leva
também a distúrbios da mecânica respiratória normal. A movimentação do diafragma pode
13
estar alterada após a maioria das cirurgias abdominais. Há uma sensível diminuição na
excursão diafragmática em função da manipulação cirúrgica, que pode ter gerado um
distúrbio temporário na transmissão nervosa do nervo frênico, causando em última análise
uma diminuição dos volumes e capacidades pulmonares (FORD et al., 1993).
Observando outra perspectiva, Pires (2007) cita que a utilização de anestésicos influencia
diretamente no funcionamento do sistema nervoso central, e pode acarretar complicações como a
hipoxemia e hipercapnia. Nestes casos é ímpar que se realizem ajustes na ventilação mecânica de
modo que estas alterações sejam corrigidas. A utilização de O2 em concentrações acima de 50%
também pode acarretar a atelectasia por absorção, “[...] já que o oxigênio é altamente difusível pela
membrana alvéolo-capilar, levando a uma tendência maior de fechamento das unidades alveolares”
(PIRES, 2007).
Outro fator que está diretamente relacionado à incidência de complicações pulmonares pós-
operatórias é o tempo de duração do procedimento cirúrgico. Questões como ventilação mecânica,
medicações analgésicas e acúmulo de secreção pulmonar são elementos causadores de disfunções
no sistema respiratório como um todo, e podem ser a porta de entrada para complicações severas,
como a pneumonia, por exemplo (SAAD; ZAMBON, 2001).
Em função do paciente permanecer por tempo prolongado em decúbito dorsal, aliado ao
procedimento de intubação, pode ocorrer a diminuição dos volumes e capacidades pulmonares, bem
como a diminuição na mobilização de secreções traqueobrônquicas. Tais alterações podem
ocasionar o surgimento de atelectasias (MILLER, 1989).
Tratando da diminuição da força da musculatura inspiratória, Silva et al. (2003) e Beluda &
Bernasconi (2004) afirmam que pode estar associada ao transtorno diafragmático secundário ao
bloqueio reflexo do nervo frênico.
Quanto mais perto da fissura do diafragma, mais acentuada é a redução de sua força. Isso ocorre em
consequência da realização do procedimento, onde o diafragma é neutralizado por meio de anestesia,
o que gera uma mudança em seu mecanismo de funcionamento e, por consequência, redução da
força muscular respiratória. Atelectasia e uma gradual ampliação do shunt pulmonar podem ocorrer,
levando à hipoxemia do paciente (PAISANI et al., 2007; PIRES; BREDA, 2007).
14
São variadas as consequências, no âmbito do sistema respiratório, de uma cirurgia abdominal.
Contudo, tais implicações podem ser amenizadas a partir de um trabalho prévio de fortalecimento
da musculatura respiratória, algo que nem sempre é realizado, mas que tem influência direta no pós-
operatório. Neste ponto, a função do fisioterapeuta surge com expressão, na medida em que pode
contribuir de forma singular para a prevenção e tratamento das complicações respiratórias.
2.4 FISIOTERAPIA NAS CIRURGIAS ABDOMINAIS
Pesquisas realizadas no âmbito dos resultados pós-operatórios em cirurgias abdominais mostram
que a fisioterapia pré e pós-operatória tem sido bastante eficiente na redução da incidência de
complicações, como a pneumonia, por exemplo. O fato de o paciente ter sido submetido a um
tratamento pré-operatório com intervenção da fisioterapia respiratória tem gerado uma diminuição
na frequência de complicações pulmonares (GOSSELINK et al., 2000).
Estudos prospectivos e aleatorizados com pacientes que foram submetidos a cirurgias abdominais
altas eletivas revelam que a fisioterapia respiratória foi capaz de reduzir as complicações
respiratórias em pacientes sem comprometimento pulmonar prévio (ROUKEMA et al., 1988). Em
casos semelhantes, foram observadas a reversão de atelectasias e a melhora na saturação de oxigênio,
independente da técnica adotada (FORD, 1993).
A fisioterapia pode integrar o tratamento dos pacientes no pós-operatório, utilizando-se de
diversas técnicas. A cinesioterapia respiratória visa melhorar o padrão respiratório do
paciente, aumentar a expansão pulmonar, a força dos músculos respiratórios, a capacidade
residual funcional e o volume de reserva inspiratório, prevenindo ou tratando dessa forma,
as complicações pulmonares. Apesar dos benefícios demonstrados em alguns estudos, assim
como neste, a recomendação sistemática de fisioterapia com realização da cinesioterapia
respiratória realizada nesses pacientes, não é um consenso entre os autores (THOMICH,
2006).
Diante das exposições, pode-se afirmar que a fisioterapia respiratória deve fazer parte do cuidado à
pacientes no período pós-operatório de cirurgias abdominais, na medida em que se utiliza de
variados recursos terapêuticos com o objetivo de prevenir e/ou tratar complicações pulmonares pós-
operatórias (THOMICH, 2006).
No procedimento operacional padrão que prevê técnicas de fisioterapia respiratória em pacientes
adultos preparado pela Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do
15
Triângulo Mineiro, constam indicadores que devem ser considerados no pré e pós-operatório em
cirurgias abdominais. Figura 1.
Figura 1 - Exemplo de modelo de atendimento da fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia abdominal.
Fonte: Adaptado de EBSERH (2015).
O modelo de atendimento fisioterapêutico de EBSERH (2015) toma como base para as condutas
fisioterapêuticas, os valores de Pimáx e Pemáx. A partir de uma avaliação criteriosa destes e de
outros indicadores, o fisioterapeuta terá dados e informações para determinar qual a melhor linha
terapêutica a ser seguida, minimizando ao máximo as complicações respiratórias e as consequências
cirúrgicas negativas para a saúde dos pacientes.
No próximo Capítulo serão apresentados os resultados da pesquisa realizada no Hospital Santa Casa
de Misericórdia de Vitória, avaliando as alterações da força muscular respiratória em pacientes
submetidos a cirurgias abdominais, com conseguinte avaliação de indicadores clínicos e sociais, e
análise de dados obtidos.
16
3 ARTIGO ORIGINAL
ALTERAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA EM PACIENTES
SUBMETIDOS ÀS CIRURGIAS ABDOMINAIS
ALTERATION OF RESPIRATORY MUSCLE STRENGTH IN PATIENTS SUBMITTED TO
ABDOMINAL SURGERIES
Resumo
As complicações pulmonares são as causas mais frequentes de morbidade no período pós-operatório
de pacientes que passam por cirurgias abdominais. Tais disfunções potencializam a possibilidade de
infecções pulmonares, hipoventilação, atelectasia, hipóxia, entre outras; motivos esses, que podem
provocar o aumento do tempo de internação do paciente, ou em alguns casos, seu óbito. A presente
pesquisa teve como principal objetivo, avaliar as alterações da força muscular respiratória em
pacientes submetidos a cirurgias abdominais. Tratou-se de um estudo transversal e prospectivo,
realizado por meio de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo. Foram avaliados 31 pacientes,
submetidos a cirurgias abdominais, onde foi possível observar com o estudo, uma redução da força
muscular respiratória após as cirurgias abdominais, sendo que a maior redução nos valores de força
muscular inspiratória e expiratória foi observada no pós-operatório de cirurgias abdominais baixas
realizadas por vídeo. Concluímos que existe uma tendência de diminuição da função respiratória dos
pacientes que realizam cirurgias abdominais, e que esta diminuição sofre influência, principalmente,
do tipo de cirurgia realizada.
Palavras-Chave: Cirurgia abdominal; Função pulmonar; manovacuometria.
Abstract
Pulmonary complications are the most frequent causes of postoperative morbidity in patients
undergoing abdominal surgeries. These dysfunctions potentiate the possibility of pulmonary
infections, hypoventilation, atelectasis, hypoxia, among others, which may cause an increase in the
patient's hospitalization time or, in some cases, death. The main objective of this study was to
evaluate the changes in respiratory muscle strength in patients submitted to abdominal surgeries
17
performed at the Santa Casa de Misericórdia Hospital in Vitória. It was a cross-sectional and
prospective study, carried out through bibliographical research and field research. It was observed
that 31 patients underwent abdominal surgeries, and the greatest reduction in inspiratory and
expiratory muscle strength values was observed in the postoperative period of low abdominal
surgeries performed by video. It was concluded that there is a trend of decreased respiratory capacity
in patients performing abdominal surgeries, and that this decrease is influenced mainly by the type
of surgery performed.
Keywords: Abdominal Surgery; Pulmonary function; Manovacuometry.
Introdução
Problemas pulmonares são as causas mais frequentes de morbidade em pós-operatório de pessoas
que realizam cirurgias abdominais. As chamadas Disfunções na Musculatura Respiratória (DMR)
podem acontecer por diminuição das pressões respiratórias máximas, podendo ser ocasionadas por
um trauma próximo ao diafragma, irritação, modificação biomecânica, bloqueio reflexo da tosse e
por dores locais. A redução da força muscular respiratória no pós-cirúrgico potencializa a
possibilidade de ocorrer infecções pulmonares, hipoventilação, atelectasia, hipóxia, etc., motivos
estes que podem provocar o aumento do tempo de internação do paciente (1).
As cirurgias abdominais, além de causar dor, induzem a distúrbios da mecânica respiratória normal.
A movimentação do diafragma pode estar alterada após a maioria dos procedimentos. Há uma
sensível diminuição na excursão diafragmática em função da manipulação cirúrgica, podendo gerar
um distúrbio temporário na transmissão nervosa do nervo frênico, causando em última análise a sua
paresia, com consequente diminuição dos volumes e capacidades pulmonares e da expectoração do
paciente (2, 3).
Para Beluda & Bernasconi (4), os problemas respiratórios consequentes às cirurgias abdominais,
estão diretamente associados à redução da força muscular respiratória. Em complemento, Bellinetti
& Thomsom (5) afirmam que tais problemas estendem o tempo de permanência do paciente no
hospital, aumentando os gastos antevistos, colaborando de forma considerável para o óbito desses
pacientes.
18
Apesar da fraqueza muscular respiratória ser um fator indicativo ou agravante de complicações
respiratórias, a avaliação da força muscular respiratória não é um procedimento padrão em cirurgias
abdominais. Saber identificar os fatores de risco no pré-operatório de cirurgias abdominais
possibilita uma maior atenção durante e após tais procedimentos, reduzindo assim, o risco de
problemas que podem causar a mortalidade dos pacientes (2, 6, 7, 8).
A atuação dos profissionais de fisioterapia neste momento, pode contribuir para a melhor
mensuração da função pulmonar desses grupos de pacientes, identificando e/ou antevendo possíveis
complicações, assim como atuando no cuidado e reestabelecimento funcional dos mesmos (9, 10).
Com base neste panorama, o presente estudo tem por objetivo analisar as alterações da força
muscular respiratória em pacientes submetidos às cirurgias abdominais do Hospital Santa Casa de
Misericórdia de Vitória. Complementarmente, prevê no seu escopo a caracterização do perfil dos
pacientes submetidos a essas cirurgias, os tipos de cirurgias abdominais realizados, variáveis
hemodinâmicas e clínicas, além de verificar a variação dos valores de Pimáx e Pemáx entre o pré e
pós-operatório.
Metodologia
O presente artigo trata-se de uma pesquisa aplicada, explicativa e quantitativa, realizada por meio
de (a) pesquisa bibliográfica com fontes em artigos e demais periódicos, utilizando-se de palavras-
chave como: “cirurgia abdominal”, “função pulmonar” e “manovacuometria”, além de bancos de
dados como Scielo, Pubmed e Lilacs. No momento seguinte, (b) foi realizada uma pesquisa de
campo caracterizada por um estudo observacional de coorte prospectivo nas enfermarias do Hospital
Santa Casa de Misericórdia de Vitória, estado do Espírito Santo. Foram tratados como amostra de
conveniência 31 (trinta e um) paciente com indicação de procedimentos cirúrgicos abdominais.
O critério de inclusão observou características como a indicação de realização de cirurgia abdominal,
inclusão de pacientes de ambos sexos e idades entre 20 e 60 anos. Também optou-se por trabalhar
com pacientes lúcidos, capazes de colaborar com a coleta de dados, além de pacientes que não
possuíam qualquer tipo de comprometimento respiratório anterior ao período da pesquisa. Ficaram
excluídos dos resultados, os pacientes que tiveram complicações ou evoluíram para o óbito durante
o procedimento cirúrgico.
19
A coleta de dados se deu por meio de ficha de avaliação criada pelas autoras, e aplicada nas
dependências do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória, entre o período de agosto de 2017
a fevereiro de 2018, em pacientes que assinaram previamente o termo de consentimento para
participação do estudo. A ficha de coleta de dados contém informações sobre o perfil dos pacientes,
tipos de cirurgia e procedimentos relacionados, além dos resultados da manovacuometria realizada
no período (1) pré-operatório e (2) pós-operatório imediato dos pacientes submetidos à cirurgia
abdominal.
Na avaliação da força muscular, foi utilizado o procedimento de manovacuometria nos dois
momentos supracitados, visando à obtenção de dados sobre a pressão inspiratória e expiratória
máximas, correspondentes à força máxima de musculatura inspiratória e expiratória.
O aparelho utilizado foi um Manovacuômetro Analógico – MV120, conectado à traqueia de plástico
e depois ao bocal de plástico rígido, com os indivíduos posicionados sentados e com utilização de
clipe nasal. Optou-se por fazer 02 manobras aprendizagem, onde para a medida da Pimáx foi
solicitado que o paciente expirasse no seu máximo e após realizasse esforço inspiratório máximo
contra via aérea ocluída. Para medida de Pemáx solicitado a inspiração máxima e após a realização
do esforço expiratório máximo contra via aérea ocluída e em seguida a coleta de 03 medidas
aceitáveis, com intervalo de descanso de 01 minuto entre cada uma delas. As medições foram
realizadas tanto para avaliação da pressão inspiratória máxima quanto da expiratória máxima.
A caracterização dos indivíduos foi feita com percentuais para variáveis qualitativas e com medidas
de resumo de dados, como média, das variáveis quantitativas. A partir da análise dos dados obtidos,
foi possível avaliar com considerável grau de clareza a interação entre variáveis, conforme pode ser
observado na próxima seção.
Resultados
20
No período de realização da pesquisa, aconteceram no hospital 76 cirurgias abdominais, sendo que
destas, apenas 32 pacientes foram elegíveis dentro dos critérios da pesquisa. Contudo, um indivíduo
teve seus resultados descartados devido ao agravamento de seu quadro no pós-operatório, fazendo
com que a amostra total por conveniência fosse de 31 pacientes. A amostra foi composta, então, por
17 homens e 14 mulheres, sendo que a maior parte dos pacientes apresenta idade variando entre as
faixas etárias de 36-40 anos e 56-60 anos (07 indivíduos em cada) (Tabela 1). Destes, 77% se
declararam não tabagistas e 26% afirmaram fazer uso regular de bebidas alcoólicas.
Faixa Etária (anos) Quant. %
26-30 1 3%
31-35 1 3%
36-40 7 23%
41-45 4 13%
46-50 6 19%
51-55 5 16%
56-60 7 23%
Total 31 100% Tabela 1 – Composição da amostra por faixa etária.
Sobre os procedimentos cirúrgicos realizados (Tabela 2) a maior parte delas foi abdominal baixa
aberta, seguida pela abdominal alta por vídeo, abdominal baixa por vídeo e abdominal alta aberta.
Os tipos de anestesias utilizadas foram a geral (58% - 18 procedimentos) e a raquidiana (42% - 13
procedimentos), e os procedimentos cirúrgicos duraram, em média, 02 horas e 10 minutos.
Tipo De Cirurgia Quant. %
ABDOMINAL ALTA/ABERTA 3 10%
ABDOMINAL ALTA/VÍDEO 11 35%
ABDOMINAL BAIXA/ABERTA 13 42%
ABDOMINAL BAIXA/VIDEO 4 13%
Total 31 100%
Tabela 2 – Composição da amostra por tipo de cirurgia realizada.
Na observação da variação entre os resultados de Pimáx e Pemáx, foi adotada a variação de tais
indicadores partindo da análise do resultado obtido na coleta feita no pós-operatório em comparação
21
aos dados obtidos na coleta inicial (pré-operatório)2. Desta forma, observa-se uma variação
percentual, em parte dos casos negativa, demonstrando perda de capacidade no quesito avaliado.
Quadro 1 – Valores absolutos de Pimáx e Pemáx.
Foi um padrão, a perda da força muscular respiratória após os procedimentos cirúrgicos abdominais,
tanto para os valores de Pimáx quanto para os de Pemáx. Porém, em relação aos valores de Pimáx,
05 indivíduos não apresentaram alteração nos resultados da medição entre o pré e pós-operatório
imediato; e, em um caso, houve um aumento percentual na segunda coleta de 29%, se comparado
ao resultado obtido na primeira coleta. Já nos resultados obtidos na medição da Pemáx, 02 indivíduos
não apresentaram alteração, e em 02 casos houve um aumento de 25% no resultado da segunda
medição.
Os Quadros 2, 3 e 4, apresentam dados relacionados aos quatro indicadores escolhidos pela pesquisa
como base para avaliação dos resultados, que são a Frequência Respiratória (FR), Frequência
Cardíaca (FC) e as Pressões Inspiratórias e Expiratórias Máximas (Pimáx e Pemáx). Estes dados
foram agrupados considerando quesitos antropométricos (idade e sexo) e clínico (tipo de cirurgia
realizada), visando uma melhor caracterização da amostra e a possibilidade de cruzamento de dados.
A forma de medição seguiu a proposta pela metodologia, e os resultados são apresentados na forma
de média ponderada considerando toda a amostra dentro da classificação antropométrica ou clínica.
2 A pesquisa adotou os dados obtidos no pré-operatório como base para avaliar a evolução no resultado. Desta forma,
quando observados dados negativos estes representam uma perda de capacidade no pós-operatório, em relação ao
resultado obtido antes do procedimento cirúrgico.
22
Quadro 2 – Média de resultados no pré e pós-operatório por tipo de cirurgia.
Os dados avaliados demonstram que, de forma geral, a frequência respiratória sofreu um aumento
em seu valor após os procedimentos cirúrgicos, onde o p foi de 0,118, com atenção para os casos
onde foram realizadas cirurgias abdominais baixas por vídeo, em que os pacientes deste tipo de
procedimento tiveram, em média, uma redução de 2% da frequência respiratória, quando comparado
com o resultado da coleta no pré-operatório. De mesmo modo, a frequência cardíaca também
demonstrou aumento, apresentando p 0,150, com resultados mais expressivos em cirurgias
abdominais altas, sejam abertas ou por vídeo.
Os registros da Pimáx e Pemáx demonstraram uma perda de força muscular respiratória no pós-
operatório, onde obtiveram diferença significante com p menor que 0,5, observando-se em destaque
uma acentuação desta perda em pacientes que foram submetidos à cirurgia abdominal baixa por
vídeo, dado de fundamental importância para a discussão dos resultados.
P = 0,118 P = 0,150
Diferença significante com p < 0,5 Diferença significante com p < 0,5
23
Quadro 3 – Média de resultados no pré e pós-operatório por faixa etária.
De forma ampliada, houve um aumento médio de 7% da frequência respiratória3, contudo, na faixa
etária compreendida entre 31 e 35 anos (apenas 01 indivíduo), houve uma diminuição de 11% desse
parâmetro; mas ainda assim, grifa-se o fato de nesta faixa de análise estar somente um indivíduo.
Bem como na faixa etária 26-30 anos, o resultado foi fora do padrão das demais (25%), também a
se considerar o fato de esta faixa de análise ter somente um indivíduo estudado.
A frequência cardíaca apresentou aumento na média, com variações de acordo com a faixa etária
abordada, com destaque para a perda na ordem de 6% quando observado, separadamente, o grupo
entre 41 e 45 anos.
A perda acentuada nos números da Pimáx e Pemáx permanecem no pós-operatório, com destaque
para os indivíduos compreendidos na faixa 51-55 anos, que tiveram uma perda na força inspiratória
de 30%, e na força expiratória de 12%, dado a ser analisado.
3 Aumento da frequência respiratória considerando os dados obtidos no pós-operatório em relação à primeira medição,
realizada antes do procedimento cirúrgico.
24
Quadro 4 – Média de resultados no pré e pós-operatório por sexo.
O Quadro 4 demonstra os resultados médios de performance, observando o sexo do indivíduo. De
forma geral, a recuperação das frequências respiratória e cardíaca foi melhor em indivíduos do sexo
masculino, apresentando melhores índices. Observando a frequência cardíaca, o aumento médio foi
de 7% para homens e 3% para mulheres. Os parâmetros referentes à Pimáx e Pemáx reafirmaram a
queda nas capacidades de inspiração e expiração no pós-operatório. Destaca-se que a diminuição da
Pemáx em mulheres chega próximo de ser 50% mais acentuada do que em indivíduos do sexo
masculino.
Discussão
Foram avaliados os resultados de Pemáx e Pimáx de 31 pacientes com prescrição de cirurgias
abdominais, sejam altas ou baixas, tendo medições coletadas no pré-operatório e no pós-operatório
imediato. Ainda, foram coletados dados de FR (Frequência Respiratória) e FC (Frequência
Cardíaca).
Com a análise dos dados, o nosso estudo observou pouca variação no que diz respeito às variáveis
FR, FC e PA, independente do tipo de cirurgia realizada. Porém, ao observar os dados obtidos nas
25
coletas de Pimáx e Pemáx, houve uma tendência à diminuição da força muscular respiratória no pós-
operatório em relação ao pré-operatório. Avançando, ao relacionar a Pimáx e Pemáx com o tipo de
cirurgia, observou-se que nos pacientes que realizaram cirurgias abdominais baixas por vídeo,
apresentaram um maior grau de perda da força muscular respiratória, tanto para os valores das
pressões inspiratórias, quanto das expiratórias. Resultados esse que vão de contrapartida com os
apresentados pela literatura, onde os piores resultados são esperados nas cirurgias abdominais alta e
aberta, por serem procedimentos de maior risco e mais invasivo para o paciente.
Os resultados apresentados pela pesquisa embasam a afirmação que é uma tendência a diminuição
da força muscular respiratória dos pacientes no pós-operatório de cirurgias abdominais. Nasrala et
al. (11) obtiveram dados semelhantes em pesquisa realizada no Hospital Universitário Julio Müller
(HUJM) e no Hospital Santa Rosa (HSR) em Cuiabá/MT. Ao analisarem a força muscular
respiratória de 28 pacientes submetidos à cirurgia abdominal alta, foi identificado um decréscimo da
Pimáx entre o pré-operatório comparado com medições extraídas no pós-operatório imediato4.
Outro estudo, realizado por Menezes et al. (12), afirma que as pressões respiratórias no pós-
operatório apresentaram-se significativamente inferiores às do pré-operatório, permitindo afirmar
que a força muscular respiratória sofre influência das cirurgias abdominais e não é restabelecida
imediatamente após o procedimento cirúrgico.
Em pesquisa realizada com 47 pacientes submetidos à cirurgia de colecistectomia
videolaparoscópica, no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Universitário da Universidade Federal
do Maranhão - HUUFMA, Santos et al (15) verificaram que a redução da Pemáx (no pós operatório)
pode estar associada a alterações na mecânica respiratória, que altera o padrão ventilatório,
refletindo-se nas forças inspiratórias e expiratórias. Os autores dissertam que a inibição reflexa do
nervo frênico pode ser um fator causador da disfunção diafragmática, gerando diminuição da força
dos músculos.
Silva et al. (13), também afirmam haver um determinado nível de comprometimento da musculatura
respiratória em decorrência das cirurgias abdominais. Entretanto, os autores alegam que o tratamento
fisioterapêutico pode auxiliar mantendo ou revertendo precocemente a perda de força muscular
4 No estudo realizado por Nasrala et al (11) foi identificada uma perda de capacidade de 30% entre o pré e o primeiro
pós operatório. Tal diminuição foi sendo amenizada até a medida realizada no 7º dia pós operatório, quando a
diferença passou a ser insignificante.
26
respiratória após às cirurgias. Do mesmo modo, Soares & Campaci (16) observaram, em estudo
objetivando investigar os efeitos da fisioterapia pré-operatória na função muscular respiratória em
10 pacientes em programação de cirurgia
abdominal eletiva no Hospital de Clínicas de Campinas/SP, que a fisioterapia pré-
operatória gerou aumento da Pimáx no pós-operatório imediato em todos os pacientes do grupo de
trabalho.
Seguindo o mesmo parâmetro de resultados, foram observadas divergências nos valores encontrados
de pressão respiratória máxima (PRM) no pós e pré-operatório de pacientes que realizaram cirurgias
abdominais no estudo de Montagnini (14), contudo este aponta que tais resultados podem ter
ocorrido em função de a população ter particularidades que podem ter impactado nos resultados,
como gravidade da doença, alto índice de perda de peso corporal e a realização de cirurgias
abdominais prévias.
Conclusão
Este estudo não esgota o tema, muito pelo contrário, abre possibilidades para que novas pesquisas
sejam realizadas visando, por exemplo, entender melhor a relação entre as enfermidades que
motivaram as cirurgias e a perda da força respiratória, ou mesmo compreender os fatores que
influenciam no tempo gasto para o paciente recuperar os valores basais das variáveis hemodinâmicas
e respiratórias do pré-operatório. Em todo caso, foi possível verificar com nosso estudo, que há uma
sensível perda de força muscular respiratória dos pacientes submetidos às cirurgias abdominais, e
que esse decréscimo sofreu influência, principalmente, do tipo de cirurgia realizada.
27
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pacientes de cirurgia abdominal. Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento
Tecnológico e Inovação. PUC Campinas/SP: 2012.
29
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É clara a necessidade de se identificar os fatores de risco no pré-operatório de cirurgias abdominais
quando se busca a redução do risco de problemas no pós-operatório de pacientes que realizaram
cirurgia abdominal. Contudo, a avaliação da força muscular respiratória ainda não é um
procedimento padrão nestes casos. A pressão respiratória máxima (PRM), mecanismo usado para
avaliar e controlar a função pulmonar, pode denunciar a magnitude, reações e a evolução de vários
distúrbios neuromusculares e pulmonares, por isso deve ser observada com cuidado neste grupo de
pacientes.
Observou-se no nosso grupo de pacientes uma tendência à diminuição da força muscular respiratória
no período pós-operatório, e que esta diminuição é impactada diretamente pelo tipo de cirurgia
realizada. Entender tal relação pode ser um ponto inicial para se evitar complicações respiratórias
neste período tão delicado da recuperação. Tais complicações prolongam o tempo da internação,
aumentam o uso de medicação, elevando os custos hospitalares e o risco de vida dos pacientes.
Ficou evidente também com o estudo, que o fisioterapeuta tem um papel importante ao avaliar
cautelosa e preventivamente a função pulmonar dos pacientes submetidos às cirurgias abdominais,
visando evitar e cuidar de possíveis complicações pulmonares, proporcionando aos mesmos uma
recuperação mais precoce e integral das suas funções; resultado este, bastante esperado e
comemorado por toda a equipe de atenção médico-hospitalar.
30
REFERÊNCIAS
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33
APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
O (a) Sr.(a) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa “Avaliação da força muscular
respiratória no pré e pós-operatório de cirurgia abdominal”. Este estudo tem por finalidade analisar as
alterações da força muscular respiratória, em pacientes submetidos a cirurgias abdominais, no pré-
operatório, pós-operatório imediato e no terceiro dia de pós-operatório ou na alta hospitalar, o que acontecer
primeiro.
A pesquisa será realizada de forma voluntária, podendo ser interrompida a qualquer momento, caso
seja a vontade do (a) participante. O (a) Sr. (a) ao aceitar participar da mesma, estará contribuindo para a
ampliação do conhecimento científico sobre a cirurgia e seus efeitos, o que poderá proporcionar uma
redução ou prevenção de complicações respiratórias oriundas das cirurgias abdominais.
A coleta de dados para a realização do trabalho será feita através de informações do prontuário e do
exame do paciente antes e após a cirurgia. Ao examinar o paciente será realizado a medição da força
respiratória através da utilização de um aparelho chamado manovacuômetro, onde o (a) Sr. (a) terá apenas
que puxar ou soprar o ar pelo aparelho. Tal procedimento poderá causar apesar um pequeno desconforto,
mas o procedimento poderá ser interrompido sempre que for necessário.
O (a) Sr.(a) não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração com a sua
participação no estudo. Os resultados da pesquisa serão analisados e publicados, mas sua identidade não
será divulgada, sendo as informações guardadas em sigilo pelos pesquisadores por um período de 5 anos. O
risco de vazamento das informações será minimizado já que os pacientes serão identificados apenas através
de números ou letras.
Para mais informações ou dúvidas sobre o estudo, o(a) Sr.(a) poderá entrar em contato com os
pesquisadores pelos e-mails e telefones:
Dalger Eugênio Melotti: dalger.melotti@emescam.br-(27) 99917-0724 (pesquisador responsável);
Ana Claudia Barbosa Boone: ancboone20@gmail.com - (27) 99282-8903;
Lana Pagotto Zandonadi: lanalpz@hotmail.com - (27) 99779-3872;
Larissa da Silva Koppe: koppe.larissa@gmail.com - (27) 99912-1098.
Poderá também entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa – EMESCAM no endereço Av.
Nossa Senhora da Penha, 2.190, Santa Luiza - Vitória - ES – CEP: 29.045-402, telefone (27) 3334:3586.
Consentimento Pós–Informação:
Eu,__________________________________________________,RG_____________, fui informado sobre
o que o pesquisador quer fazer e porque precisa da minha colaboração, e entendi a explicação. Por isso, eu
concordo em participar do projeto, sabendo que não vou ganhar nada e que posso sair quando quiser.
Este documento é emitido em duas vias que serão ambas assinadas pelo paciente participante e pelo
pesquisador, ficando uma via com cada um.
Vitória,____de____________________de_____
_________________________________
Assinatura do participante
_________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
Impressão
datiloscópica
34
APÊNDICE C – FICHA DE AVALIAÇÃO
FICHA DE AVALIAÇÃO
Data da Avaliação: ____/_____/_____
Identificação
Nº Prontuário:________________
Médico:
CPF:____________________ Sexo: F ( ) M ( )
Data De Nascimento: ____/_____/____Idade: __________
Etnia: ( )Branco ( ) Pardo ( ) Negro ( ) Indígena ( )Amarelo
Estado Civil: _______________________Nº De Filhos: __________________
Gravidez: ( )Sim ( )Não Parto: ( )Sim ( )Não Aborto: ( )Sim ( )Não
Profissão: _______________________________________________________
Escolaridade: _________________________________________________
Endereço Atual: ______________________________________________________________________________________________________________________________
Cidade/Estado:__________________________TEL:( )_________________
Naturalidade:____________________________________________________
Histórico social e fatores de risco:
Tabagismo: ( ) Sim Não ( ) Tempo:___________
Anos/Maço:_________ Parou? Quanto tempo?_______
Fumante passivo:( ) Sim Não ( ) Tempo convívio:_________________
Etilismo:( ) Sim Não ( ) Tipo/quantidade:___________________________
Estresse: ( ) Sim Não ( )
AVALIAÇÃO:
Data Da Cirurgia: _____/______/______
Tipo de cirurgia: ( ) Abdominal alta ( ) Abdominal baixa ( ) Aberta ( ) Por vídeo
Tipo de anestesia: __________________Tempo de anestesia: _____________
Tempo de cirurgia: __________________
Local da incisão cirúrgica: __________________________________________
35
Drenos:( )Sim( )Não
Quantos/Local:__________________________________________________________________________________________________________________
Sondas: ( )Sim ( )Não Quantos/Local:_______________________________
_______________________________________________________________
Punções: ( )Sim( )Não Quantos/Local:_______________________________
_______________________________________________________________
Avaliação
Cardiopulmonar
1° avaliação - pré operatório
2° avaliação - pós operatório imediato
Valores
Previstos
Data
PA
FR
FC
SatO2
Manovacuometria
Pimáx
Pemáx
41
ANEXO C – NORMAS DE PUBLICAÇÃO - REVISTA SALUS
Orientações aos Autores / Normas para publicação INSTRUÇÕES AOS AUTORES
SALUS – Journal of Health Sciences / Revista de Ciências da Saúde
EMESCAM – Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória
CNPJ 28.141.190/0004-29
Av. Nossa Senhora da Penha, 2190, Santa Luiza, Vitória, ES, CEP 29045 402
E-mail: contato@salusjournal.org
As regras gerais para as publicações estão resumidas nos “Requisitos Uniformes”
para Manuscritos Submetidos a Revistas Biomédicas: “WritingandEditing for
BiomedicalPublication” (www.icmje.org/recommendations). São oferecidas
sugestões especiais para revisões bibliográficas sistemáticas e meta-análises,
estudos retrospectivos e observacionais em epidemiologia, ensaios clínicos,
acurácia diagnóstica e pesquisas prospectivas, relato de casos e estudo de
casos. Solicitamos aos autores que consultem as informações abaixo antes de
submeter um manuscrito para a SALUS.
INFORMAÇÕES AOS AUTORES
A Salus – Journal of Health Sciences, publicada quadrimestralmente, é a revista
científica da EMESCAM – Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória.
A SALUS tem por objetivo publicar pesquisas relevantes na área de ciências da
saúde e políticas públicas de saúde, contribuindo para o desenvolvimento social de
forma globalizada. Fomenta o estudo, aperfeiçoamento e atualização dos
profissionais da especialidade, por meio de discussão, distribuição e promoção da
informação baseada em evidências.
Os trabalhos enviados para publicação na SALUS devem versar sobre temas
relacionados às ciências da saúde e políticas de saúde.
A revista publica as seguintes categorias de artigos: artigo original, editorial, artigo
de revisão/atualização, relato de caso, comunicação breve e nota prévia, carta ao
editor, trabalho experimental, correlação clínica-cirúrgica e multimídia.
A aceitação será feita baseada na originalidade, significância e contribuição
científica. Artigos com objetivos meramente propagandísticos ou comerciais não
serão aceitos.
Os autores são responsáveis pelo conteúdo e informações contidas em seus
manuscritos.
A revista será publicada na íntegra no site da revista (www.salusjournal.org).
POLÍTICA EDITORIAL
Norma
42
A SALUS adota as Normas de Vancouver – Uniform Requirements for Manuscripts
Submitted to Biomedical Journals, organizadas pelo International Committee of
Medical Journal Editors, disponíveis em: www.icmje.org/recommendations
Política de Submissão e Publicação
Só serão considerados para revisão os manuscritos cujos dados não estejam sendo
avaliados por outros periódicos e/ou que não tenham sido previamente publicados.
Os manuscritos aprovados só poderão ser reproduzidos, no todo ou em parte, com o
consentimento expresso do editor da SALUS.
Submissão Eletrônica
Os manuscritos devem ser, obrigatoriamente, submetidos eletronicamente no site
(www.salusjournal.org/login). Quando entrar nesse link, o sistema irá pedir seu nome
de usuário e senha, caso já esteja cadastrado. Caso contrário, clique no botão
“Quero me cadastrar” e faça seu cadastro. Ou ainda, caso tenha esquecido sua
senha, use o mecanismo para lembrar sua senha, que gerará um e-mail contendo
sua senha.
O sistema de submissão é autoexplicativo e inclui 8 passos:
1º Passo: classificação do artigo
2º Passo: inclusão de título e palavras-chave
3º Passo: cadastro de autores
4º Passo: inclusão de Resumo e Abstract
5º Passo: inclusão do manuscrito propriamente dito com referências
6º Passo: envio de imagens
7º Passo: geração das declarações de transferência de direitos autorais (copyright),
conflito de interesses e cópia do Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da
Instituição.
8º Passo: envio do artigo/ finalização da submissão
Os textos devem ser editados em Word e as figuras e tabelas devem estar em
arquivos separados.
Mantenha seu cadastro atualizado, pois a comunicação com os autores é
exclusivamente por e-mail.
Os autores poderão acompanhar a tramitação de seu trabalho a qualquer momento
no site pelo sistema de gerenciamento de publicações, por meio do código de fluxo
gerado automaticamente pelo sistema, ou ainda pelo título de seu trabalho. Caso o
artigo esteja “fora de padrão”, o autor será avisado por e-mail e poderá corrigi-lo.
Avaliação pelos Pares (peer review)
43
Todas as contribuições científicas são revisadas pelo Editor, Editores Associados,
Membros do Conselho Editorial e/ou Revisores Convidados. Os revisores
respondem a um questionário no qual fazem a classificação do manuscrito, sua
apreciação rigorosa em todos os itens que devem compor um trabalho científico,
atribuindo uma nota para cada um dos itens do questionário. Ao final são realizados
comentários gerais sobre o trabalho e sugestão se o mesmo deve ser publicado,
corrigido segundo as recomendações ou rejeitado definitivamente. De posse desses
dados, o Editor tomará a decisão. Em caso de discrepâncias entre os avaliadores,
poderá ser solicitada uma nova opinião para melhor julgamento. Quando forem
sugeridas modificações, as mesmas serão encaminhadas ao autor principal e, em
seguida, aos revisores, para estes verificarem se as exigências foram satisfeitas. Os
autores têm o prazo de 10 dias para proceder às modificações solicitadas pelos
revisores e ressubmeter o artigo. Na resposta aos comentários/sugestões dos
revisores, os autores deverão destacar no texto as alterações realizadas. A não
observância desse prazo implicará a retirada do artigo do processo de revisão.
Uma vez aceito para publicação, uma prova do artigo editorado (formato PDF) será
enviada ao autor correspondente para sua avaliação e aprovação definitiva.
Idioma
Os artigos devem ser redigidos em português ou inglês, empregando linguagem
científica, clara e precisa e evitando-se a informalidade da linguagem coloquial. Para
os trabalhos que não possuírem versão em inglês ou espanhol, a revista
providenciará a tradução.
A SALUS publica os artigos em português, inglês e os resumos em português, inglês
e espanhol.
Pesquisa com Seres Humanos e Animais
Investigação em seres humanos deve ser submetida ao Comitê de Ética da
instituição, cumprindo a Declaração de Helsinque de 1975, revisada em 2008 (World
Medical Association, disponível
em:www.wma.net/en/30publications/10policies/b3/17c.pdf), e a Resolução CNS
466/12 – Conselho Nacional de Saúde , disponível
em http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf
Trabalhos experimentais envolvendo animais devem ser submetidos ao Comitê de
Ética no Uso de Animais, respeitando a Lei Federal nº 11.794/2008, Decreto nº
6.899/2009 e Resolução CONCEA nº 12/2013 – Diretriz Brasileira de Prática para o
Cuidado e Utilização de Animais para fins Científicos e Didáticos (DBCA), disponível
em: http://concea.mct.gov.br.
Os estudos randomizados devem seguir as diretrizes CONSORT (disponível
em: www.consort-statement.org/consort-statement).
A SALUS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização
Mundial de Saúde (OMS) e do International Committee of Medical Journal Editors
(ICMJE), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação
internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim,
44
somente serão aceitos para publicação, os artigos de pesquisas clínicas que tenham
recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos
validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão
disponíveis no site do ICMJE (www.icmje.org). O número de identificação deverá ser
registrado ao final do resumo.
A declaração de aprovação do estudo no Comitê de Ética em Pesquisa deverá ser
encaminhada no momento da submissão do manuscrito. Artigos que não necessitam
de aprovação do CEP deverão ser justificados.
Transferência de Direitos Autorais e Declaração de Conflito de Interesses
Os autores dos manuscritos deverão encaminhar, no momento da submissão, a
declaração de transferência de direitos autorais (copyright) assinada por todos os
autores.
Todos os manuscritos publicados tornam-se propriedade permanente da SALUS e
não podem ser publicados sem o consentimento por escrito de seu editor.
Da mesma forma, para efetivação da submissão do manuscrito deverá ser
encaminhada uma declaração de conflito de interesses, assinada por todos os
autores.
Ambos os documentos, declaração de transferência de direitos autorais e
declaração de conflitos de interesse, são padronizados e gerados pelo sistema no
momento da submissão do manuscrito.
Critérios de Autoria & Contribuição Individual para a Pesquisa
Sugerimos que sejam adotados os critérios de autoria dos artigos segundo as
recomendações do International Committee of Medical Journal Editors. Assim,
apenas aquelas pessoas que contribuíram diretamente para o conteúdo intelectual
do trabalho devem ser listadas como autores.
Os autores devem satisfazer a todos os seguintes critérios, de forma a poderem ter
responsabilidade pública pelo conteúdo do trabalho:
Ter concebido e planejado as atividades que levaram ao trabalho ou interpretado os
resultados a que ele chegou, ou ambos;
Ter escrito o trabalho ou revisado as versões sucessivas e tomado parte no
processo de revisão;
Ter aprovado a versão final.
Pessoas que não preencham os requisitos acima e que tiveram participação
puramente técnica ou de apoio geral podem ser citadas na seção Agradecimentos.
No momento da submissão, deve ser explicitado o tipo de contribuição de cada autor
na execução do estudo e preparação do manuscrito, nas seguintes áreas:
Desenho do estudo;
Coleta, análise e interpretação dos dados;
Redação do manuscrito.
45
Abreviações e Terminologia
O uso de abreviaturas deve ser mínimo. Quando expressões extensas precisam ser
repetidas, recomenda-se que suas iniciais em maiúsculas as substituam após a
primeira menção. Esta deve ser seguida das iniciais entre parênteses.
Todas as abreviações em tabelas e figuras devem ser definidas nas respectivas
legendas.
Deve ser evitado o emprego de abreviaturas no Resumo e Abstract.
Apenas o nome genérico do medicamento utilizado deve ser citado no trabalho,
sendo desaconselhado o emprego de nomes comerciais.
SALUS adota a Terminologia Anatômica Oficial Universal, aprovada pela Federação
Internacional de Associações de Anatomistas (FIAA).
PREPARAÇÃO DO MANUSCRITO
Seções do Manuscrito
Título e Autores. O título do trabalho, em português e inglês, deve ser conciso e
informativo. Devem ser fornecidos os nomes completos dos autores, titulação e
vinculação institucional de cada um deles.
Resumo e Abstract. O resumo deve ser estruturado em quatro seções: Objetivo,
Métodos, Resultados e Conclusão. O Resumo em inglês deve seguir a mesma
estrutura do Resumo em português. Devem ser evitadas abreviações. O número
máximo de palavras deve seguir as recomendações da tabela (Limites por tipo de
artigo). Nos artigos tipo Relatos de Casos, o resumo não deve ser estruturados
(informativo ou livre). As Correlações clínico-cirúrgicas e seções Multimídia
dispensam resumo.
Descritores e Descriptors: Também devem ser incluídos de três a cinco
descritores (palavras-chave). Os descritores podem ser consultados no endereço
eletrônico http://decs.bvs.br/, que contém termos em português e inglês
ouwww.nlm.nih.gov/mesh, para termos somente em inglês, ou nos respectivos links
disponíveis no sistema de submissão da revista.
Corpo do manuscrito. Os Artigos Originais e Trabalhos Experimentais devem ser
divididos nas seguintes seções: Introdução, Método, Resultados, Discussão,
Conclusão e Agradecimentos (opcional). Os Relatos de Caso devem ser
estruturados nas seções: Introdução, Relato do Caso e Discussão; e as Correlações
clínico-cirúrgicas em Dados Clínicos, Eletrocardiograma, Radiograma,
Ecocardiograma, Diagnóstico e Operação. A seção Multimídia deve apresentar as
seguintes seções: Caracterização do Paciente e Descrição da Técnica Empregada.
Os Artigos de Revisão e Artigos Especiais podem ser estruturados em seções a
critério do autor.
As Cartas ao Editor, em princípio, devem comentar, discutir ou criticar artigos
publicados na SALUS, mas também podem versar sobre outros temas de interesse
46
geral. Recomenda-se tamanho máximo de 1000 palavras, incluindo referências, que
não devem exceder a cinco, podendo ou não incluir título. Sempre que cabível e
possível, uma resposta dos autores do artigo em discussão será publicada junto com
a carta.
Referências
As referências dos documentos impressos e eletrônicos devem ser normalizadas de
acordo com o estilo Vancouver, elaborado pelo International Committee of Medical
Journal Editors (ICMJE, disponível em: http://www.icmje.org).
As referências devem ser identificadas, no corpo do texto, com algarismos arábicos,
sobrescrito, obedecendo à ordem de citação no texto. A acurácia das referências é
de responsabilidade do autor. Se forem citadas mais de duas referências em
sequência, apenas a primeira e a última devem ser digitadas, sendo separadas por
um traço (Exemplo: 6-9
). Em caso de citação alternada, todas as referências devem
ser digitadas, separadas por vírgula (Exemplo: 6,7,9
).
Publicações com até 6 autores, devem ser citados todos os autores; publicações
com mais de 6 autores, citam-se os 6 primeiros seguidos da expressão latina “et al.”.
Títulos de periódicos devem ser abreviados de acordo com o List of Journals
Indexed for MEDLINE (disponível em:http://www.nlm.gov/tsd/serials/lji.html).
Modelos de Referências
Artigo de Revista
Issa M, Avezum A, Dantas DC, Almeida AFS, Souza LCB, Sousa AGMR. Fatores de
risco pré, intra e pós-operatórios para mortalidade hospitalar em pacientes
submetidos à cirurgia de aorta. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2013;28(1):10-21.
Organização como Autor
Diabetes Prevention Program Research Group. Hypertension, insulin, and proinsulin
in participants with impaired glucose tolerance. Hypertension. 2002;40(5):679-86.
Sem indicação de autoria
21st century heart solution may have a sting in the tail. BMJ. 2002;325(7357):184.
Artigo publicado eletronicamente antes da versão impressa (“ahead of print”)
Atluri P, Goldstone AB, Fairman AS, Macarthur JW, Shudo Y, Cohen JE, et al.
Predicting right ventricular failure in the modern, continuous flow left ventricular assist
device era. Ann Thorac Surg. 2013 Jun 21. [Epub ahead of print]
Artigo de periódico na Internet
Machado MN, Nakazone MA, Murad-Junior JA, Maia LN. Surgical treatment for
infective endocarditis and hospital mortality in a Brazilian single-center. Rev Bras Cir
Cardiovasc [online]. 2013[cited 2013 Jun 25];28(1):29-35. Available
from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
76382013000100006&lng=en&nrm=iso
47
Capítulo de Livro
Chai PJ. Intraoperative myocardial protection. In: Mavroudis C, Backer C, eds.
Pediatric cardiac surgery. 4th ed. Chichester: Wiley-Blackwell; 2013. p.214-24.
Livro
Cohn LH. Cardiac surgery in the adult. 4th ed. New York: McGraw-Hill;2012. p.1472.
Tese
Dalva M. Estudo do remodelamento ventricular e dos anéis valvares na
cardiomiopatia dilatada: avaliação anátomo-patológica [Tese de doutorado]. São
Paulo: Universidade de São Paulo, 2011. 101p.
Legislação
Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012.
Dispõe sobre diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres
humanos. Bioética. 1996;4(2 Supl):15-25.
Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal. Resoluções n. 12 e 13,
de 20 de setembro de 2013. Dispõem sobre a diretrizes brasileiras para o cuidado e
a utilização de animais para fins científicos e didáticos (DBCA) e prática de
eutanásia.
Rel
ato
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Ori
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40
Abre
viado
— — — — — Caract
eres
— — — —
Outros exemplos de referências podem ser consultados no site:
http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html
Tabelas e Figuras
As Tabelas e Figuras devem ser numeradas de acordo com a ordem de
50
aparecimento no texto, conter um título e estar em arquivos separados. As tabelas
não devem conter dados redundantes já citados no texto. Devem ser abertas nos
lados e com fundo totalmente branco.
As abreviaturas utilizadas nas tabelas devem ser mencionadas em ordem alfabética,
51
no rodapé, com as respectivas formas por extenso. Da mesma forma, as
abreviaturas empregadas nas figuras devem ser explicitadas nas legendas.
As figuras somente serão publicadas em cores se o autor concordar em arcar com
os custos de impressão das páginas coloridas.
Só serão aceitas imagens nos formatos TIFF ou JPEG, com resolução mínima de
acordo com o tipo de imagem, tanto para imagens em preto e branco como para
imagens em cores, conforme a Tabela abaixo.
A SALUS solicita que os autores arquivem em seu poder as imagens originais, pois
caso as imagens submetidas on-line apresentem algum impedimento para
impressão, entraremos em contato para que nos envie estes originais.
Limites por Tipo de Artigo
Visando racionalizar o espaço da revista e permitir maior número de artigos por
edição, devem ser observados os critérios abaixo delineados por tipo de publicação.
A contagem eletrônica de palavras deve incluir a página inicial, resumo, texto,
referências e legenda de figuras. Os títulos têm limite de 100 caracteres (contando-
se os espaços) para Artigos Originais, Artigos de Revisão e Atualização e Trabalho
Experimental e de 80 caracteres (contando-se os espaços) para as demais
categorias.
Modelo de Tabela:
Modelo de Figura:
50
Verifique antes de enviar o trabalho
Carta de submissão indicando a categoria do manuscrito.
Declaração do autor e coautores de que concordam com o conteúdo do manuscrito.
Carta de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Manuscrito redigido em processador de texto Word 97 ou superior (formatado para
A4); corpo 12; espaço 1,5; fonte Time News Roman; paginado; símbolos
matemáticos e caracteres gregos utilizando a fonte Symbol.
Manuscrito dentro dos limites adotados pela SALUS para a sua categoria.