Post on 26-Jul-2015
ULTRA-SOM (U.S.)
Eletrotermofototerapia
Profa. Regina Lúcia
ULTRA-SOM
• A energia do U.S não pertence ao espectro eletromagnético situando-se no espectro acústico.
• Ultra-som: além do som freqüências além da faixa audível normal
• Ouvido humano: escuta ondas sonoras que variam de 20 a 20.000 Hz
• U.S. terapêutico: 850.000 3.000.000 Hz (0,85 a 3 MHz)
• As freqüências mais comumente utilizadas são: 1 e 3 MHz.
• Dependendo da freqüência das ondas o U.S. é utilizado para:
- Diagnóstico por imagem- cura terapêutica de tecidos- destruição de tecidos
Entre outros: - aparelho de sonar sob a água - limpeza de metal
• ULTRA-SOM: modalidade de penetração profunda
• Produz alterações nos tecidos por mecanismos térmicos e não-térmicos (mecânicos).
• O ultra-som é bastante utilizado devido os seus efeitos de aquecimento profundo mas a sua variedade de efeitos biofisiológicos o torna uma modalidade potencialmente útil podendo incluir:
- Aumento da velocidade de reparo do tecido
- aumento do fluxo sangüíneo
- aumento da extensibilidade do tecido
- aumento da velocidade de reparo do tecido e da cura de lesões
- dissolução de depósitos de cálcio
- redução da dor (alteração de condução nervosa)
- Redução do espasmo muscular
- alteração da permeabilidade da membrana celular.
•Em contraste à radiação eletromagnética, o U.S. não é capaz de viajar no vácuo.
• O ultra-som é produzido por uma corrente alternada que flui através de um cristal piezoelétrico:
- Quartzo- titanato de bário- zirconato de chumbo- titanato
PRODUÇÃO DE ULTRA-SOM
• Esse cristal fica alojado em um transdutor (converte uma forma de energia em outra).
• Os cristais piezoelétricos produzem cargas elétricas positivas e negativas quando se contraem ou se expandem.
• O efeito piezoelétrico direto: os cristais com propriedades piezoelétricas produzem cargas elétricas positivas e negativas quando são comprimidos ou expandidos.
(0) (0)
(+) (-)
• O efeito piezoelétrico inverso (indireto) Os mesmos cristais se expandem ou se contraem quando uma corrente elétrica o atravessa.
(+) (-)
(+) (-)
• O U.S. é produzido por meio do efeito piezoelétrico inverso. A vibração dos cristais causa a produção mecânica de ondas sonoras de alta freqüência.
Efeito piezoelétrico no osso
Metabolismo ósseo normal
Equilíbrio entre a ação de osteoblastos e osteoclastos
• Osso íntegro: resistente à fraturas
PERDA DO EQUILÍBRIO GERA:
OSTEOPENIA ou OSTEOPOROSE
Diminuição da massa
Diminuição da massa associada a
alterações da geometria óssea
elevando o risco de fratura
EFEITO PIEZOELÉTRICO
Carga mecânica (atividade física)
Energia mecânica gera Micro deformações
Micro deformações: energia elétrica negativa
E elétrica negativa atrae osteoblasto
• Devido a elevadas freqüências presentes, o U.S. precisa de um meio denso para percorrer e, portanto, é incapaz de atravessar o ar. O U.S apresenta uma forma de onda senoidal e exibe propriedades de comprimento de onda, freqüência, amplitude e velocidade.
TRANSMISSÃO DE ONDAS DE U.S.
• A energia da onda é transferida por uma molécula colidindo com sua vizinha e trocando energia cinética, sem originar um deslocamento verdadeiro de moléculas.
ONDAS LONGITUDINAIS
• As partículas se deslocam paralelamente à direção do som.
• A alternância de pressão alta e baixa exercida pelo feixe de ultra-som resulta em regiões de elevada densidade de partícula (compressão) e de baixa densidade de partícula (rarefação) ao longo do caminho da onda.
COMPRIMEM
EXPANDEM
ESSAS FLUTUAÇÕES SÃO CAPAZES
DE PRODUZIREM EFEITOS
FISIOLÓGICOS.
ONDAS TRANSVERSAIS (Cisalhamento)
• As partículas se deslocam perpendicularmente à direção da onda sonora.• As ondas transversais não atravessam fluidos e só aparecem no corpo quando o ultra-som encontra um osso.
• Como todas as ondas sonoras, as ondas de ultra-som têm as propriedades de reflexão, refração, penetração e absorção.
A ONDA DE ULTRA-SOM
REFLEXÃO
A reflexão ocorre quando uma onda não consegue atravessar a próxima densidade. Pode ser completa ou parcial. O eco é um exemplo de reflexão composta de energia acústica.
REFRAÇÃO
A refração é a curvatura das ondas resultante de uma alteração da velocidade de uma onda que entra em um meio com densidade diferente.
Penetração e ABSORÇÃO
A absorção ocorre através de um meio que recebe a onda e a transforma em energia cinética. Os tecidos podem absorver parte o toda a energia neles introduzida.
• Em geral, a energia prefere percorrer uma linha reta. Entretanto, quando percorre um meio, seu trajeto é influenciado pelas alterações da densidade. A energia que atinge uma interface entre duas densidades diferentes pode ser refletida, refratada ou absorvida pelo material, ou pode continuar a atravessar o material, não sendo afetada pela mudança.
FREQÜÊNCIA
• A freqüência de saída de um gerador de ultra-som é medida em megahertz (MHz) e descrita como o número de ondas que ocorrem em 1 segundo.• A freqüência de saída do ultra-som determina a profundidade de penetração da energia, com uma correlação linear entre a freqüência do ultra-som e a profundidade na qual a energia é absorvida pelo tecido.
• Geradores de ultra-som de alta freqüência (3MHz) são empregados para tratamento de tecidos superficiais, pois a energia é rapidamente absorvida.
• O gerador mais utilizado, o de 1 MHz, oferece um ajuste entre a penetração profunda e um aquecimento adequado, em função da freqüência relativamente baixa empregada.
POTÊNCIA E INTENSIDADE
• Potência: medida em Watts (W)
Quantidade de energia produzida por um transdutor.
• A intensidade representa a força das ondas sonoras, em uma determinada área, dentro dos tecidos tratados.
E A INTENSIDADE?
Para determinarmos a intensidade, devemos fazer uma avaliação do local afetado, levando em consideração que o ultra-som sofre uma perda de energia no seu trajeto e portanto a requerida intensidade deve, às vezes, ser maior nas superfícies dos tecidos, especialmente na pele, conectivos subcutâneos e camadas musculares superficiais
Limites de intensidade do ultra-som: Intensidade reduzida no caso de maior proximidade óssea ( ex: joelhos );Intensidade ligeiramente mais alta, no caso de maior distância óssea e melhor irrigação sanguínea ( ex: glúteos ).
Tabela de intensidades de ultra-som sugeridas:EstruturasNervosMúsculosTendõesCápsúlasLigamentosBursas
Intensidade(w/cm²)*
0.8 a 1.20.7 a 1.00.4 a 0.70.5 a 0.70.3 a 0.60.3 a 0.5
Parâmetros importantes no U.S
Frequências de saída: que possam atingir diferentes profundidades( 1, 3 ou 5MHZ)
Modo de emissão contínua e pulsada; Frequência modulada- Para emissão pulsada,
geralmente variando de 16 Hz , 48 Hz e 100Hz ;
Relação de trabalho determinada em percentual (5%, 10%, 20% e 50%)
Potenciômetro até 2 W/cm2 podendo chegar até 3W/cm2.
Relação de Trabalho dos pulsos On - 0,5 ms SAÍDA DE 5% - Off 9,5 ms On- 1,0 ms SAÍDA DE 10%- off 9,0 ms On- 2,0 ms SAÍDA DE 20% - Off 8,0 ms On -5,0 ms SAÍDA DE 50% - Off 5 ms OBS: Para um menor efeito térmico,
devemos utilizar uma menor frequência modulada e menor relação de trabalho.
DURAÇÃO DO TRATAMENTO
• A duração do tratamento depende do tamanho da área a ser tratada, da intensidade de saída e das metas terapêuticas do tratamento.
• E principalmente da ERA que é a área de emissão do cabeçote, medida em cm2. A medidas variam entre 3 podendo ir até 18 W/cm2.
• Tempo: Area( bxa)/ERA•ou2 min por ERA ( Levinis e colis, 2001, et al Johne 2011)
MODOS DE APLICAÇÃO DO U.S.
• Dependendo do tipo de saída, o U.S. é capaz de produzir alterações fisiológicas térmicas e não-térmicas.
• Uma saída contínua (100%) provoca efeitos principalmente térmicos.
• A aplicação em pulsos breves (ex: 20%) – pulsado - produz, efeitos não-térmicos.
Como determinar o modo de aplicação do
U.S.? Pulsado ou contínuo?
• Isso vai depender da avaliação para determinar o estágio de cura, o estágio da inflamação e as metas do tratamento.
• As ondas de ultra-som não podem atravessar o ar, portanto deve ser utilizado um agente de acoplamento para permitir que as ondas passem do transdutor para os tecidos.
AGENTES E MÉTODOS DE ACOPLAMENTO
• O transdutor é colocado diretamento sobre a pele, junto com um gel que serve para excluir o ar entre a pele e a fonte sonora.• os géis acopladores consistem de água destilada e um material inerte e não-refletor, que aumenta a viscosidade da mistura.
Acoplamento direto
• Utilizado para tratamento de áreas irregulares.
• A parte do corpo é imersa em uma banheira de água e o cabeçote é colocado na água a aproximadamente 2,5 cm de distância
Imersão em água
• Essa técnica emprega um balão cheio de água ou uma bolsa de plástico (bexiga) coberta com um gel acoplador. A bexiga pode se adaptar a área irregulares.
• Antes de ser fechada, todas as bolsas de ar devem ser removidas da bexiga.
Método da bexiga
• Mecânico
• Químico ou biológico
• Térmico
• Neural
OS EFEITOS DO U.S.
• Micromassagem:
O U.S. também produz pressões. Quando essas são aplicadas ao corpo, comprimem e liberam o tecido como na massagem, porém em velocidades muito mais rápidas.
EFEITO MECÂNICO
• Melhora da permeabilidade de todas as membranas aos íons sódio e potássio.
• vasodilatação
• analgesia
• alteração do pH tecidual
EFEITOS QUÍMICOS OU BIOLÓGICOS
• Calor: produzido pela fricção criada pela ondas passando através do tecido.
• Vantagem: calor dirigido.
EFEITOS TÉRMICOS
• A pressão sonora produzida pelas ondas de ultra-som faz com que as moléculas grandes desenvolvam uma carga piezoelétrica que, por sua vez, estimule os nervos assim como os músculos.
EFEITOS NEURAIS
• Os efeitos da aplicação de U.S. dependem: - modo de aplicação (contínuo ou pulsado) - da freqüência - do tamanho da área a ser tratada - dos tecidos tratados (vascularização e densidade).
EFEITOS SOBRE O CICLO DE RESPOSTA À LESÃO
• O U.S. contínuo aumenta o fluxo sangüíneo.
• Outros fatores fisiológicos também podem promover o aumento do fluxo sangüíneo: alteração da permeabilidade da membrana celular e a liberação de histamina na área tratada.
FLUXO SANGÜÍNEO
• Acelera a fase inflamatória
• influencia a atividade de macrófagos
• aumenta a adesão de leucócitos nas células endoteliais danificadas
• aplicação durante a fase de proliferação estimula a divisão celular.
CICATRIZAÇÃO DO TECIDO
• O efeito térmico de aumento da extensibilidade dos tecidos ricos em colágeno pode ser empregado de forma vantajosa incorporando-se exercícios de amplitude de movimento depois da aplicação de U.S. contínuo.
ESTIRAMENTO DO TECIDO
• Efeito direto sobre o SNP: influencia na transmissão dos impulsos nervosos elevando o limiar de dor.
• Efeito indireto: redução da dor decorrente das alterações do tecido produzidas em função da aplicação do U.S.
CONTROLE DA DOR
• A energia ultra-sônica pode ser utilizada para liberar medicamentos nos tecidos pelo processo de fonoforese.
• Os efeitos da energia ultra-sônica abrem caminhos que permitem que a medicação se difunda através da pele e penetre mais profundamente nos tecidos.
FONOFORESE
• A medicação que penetra nos tecidos dessa maneira não passa pelo fígado, portanto, diminui a eliminação metabólica das substâncias.
• A combinação de fatores como composição, hidratação, vascularização e espessura da ele, estimula ou evita a difusão de medicamentos através da pele e, portanto, para tecidos mais profundos.
• Na aplicação da fonoforese, o substituto do gel acoplador padrão é um gel ou um creme contendo a medicação.
TABELA DAS SUBSTÂNCIAS APLICADAS POR FONOFORESE.
• A eficácia da fonoforese não foi totalmente comprovada e ainda existe controvérsia.
• As seguintes recomendações foram estabelecidas, a fim de fornecer a melhor aplicação de fonoforese:
- Utilizar apenas meios aprovados de transmissão de ultra-som.
- Assegurar-se de que a pele esteja bem úmida; áreas de pele seca devem ser evitadas.- aplicar o U.S. ou calor úmido ou tricotomizar a área antes do tratamento, para melhorar a capacidade de difusão da medicação através da pele e dentro dos tecidos.- posicionar a extremidade de forma a estimular a circulação
• Utilizar uma saída contínua para maximizar o efeito da fonoforese (a menos que os efeitos térmicos do ultra-som sejam contra-indicados).
• depois do tratamento, cubra a medicação remanescente com um tecido oclusivo.
• A técnica para a cicatrização de fraturas emprega uma saída de 1,5 MHz, feixe em pulso de baixa intensidade (30 mW/cm2), aplicado durante uma sessão de 20 minutos por dia.
• Porém, estes parâmetros de saída NÃO estão disponíveis nas unidades terapêuticas de ultra-som convencionais.
CICATRIZAÇÃO DE FRATURAS
• Contraturas articulares• Espasmo muscular• Neuroma• Tecido cicatricial• Distúrbios do sistema nervoso simpático• Pontos-gatilho• Verrugas• Espasticidade
INDICAÇÕES
• Redução pós-aguda de miosite ossificante
• Condições inflamatórias agudas (saída em pulso)
• Condições inflamatórias crônicas (saída em pulso ou contínua)
• Patologias agudas (saída contínua)• áreas isquêmicas• tendência à hemorragia• áreas ao redor dos olhos, coração, crânio ou genitália• gravidez, quando aplicada sobre áreas pélvicas ou lombares
CONTRA INDICAÇÕES
• sobre tumores cancerígenos • sobre a medula espinhal ou grandes plexos nervosos, em altas doses• áreas anestesiadas• sobre locais de fratura, antes que a consolidação esteja completa• locais de fraturas por tensão• sobre locais de infecção ativa• sobre área pélvica ou lombar, em pacientes menstruadas• áreas cuja circulação esteja prejudicada
• 1 MHz: penetra cerca de 5 cm
• 3 MHz: penetra menos que 2 cm
PROFUNDIDADE DE PENETRAÇÃO
REFERÊNCIASJHONE, AGNE. Eu sei eletroterapia. ISBN, 2011
LOW, John; REED, Ann. Eletreterapia Explicada: Princípios e prática . Ed. Manole: São Paulo, 2009.
KITCHEN, Sheila. Eletroterapia: Prática baseada em evidências. Ed. Manole: São Paulo, 2006
NELSON, Roger M.; HAYES, Karen W.; CURRIER, Dean P. Eletroterapia Clínica. Ed. Manole: São Paulo, 2003
OBRIGADA!