Post on 09-Nov-2018
Autores:
Ana Rita Carvalho Lopes da Silva
André Ricardo Oliveira Cardoso
João Fernandes Fonseca
Miguel Araújo Dantas
Equipa 3 Turma 4
Supervisor: Abílio de Jesus
Monitor: Rui Santos
2015/2016
1ºSemestre
Data de Entrega: 02 de Outubro de 2015
As saídas profissionais
de um Engenheiro(a)
Mecânico(a)
Projeto FEUP
MIEM
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Investigação como Saída Profissional
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – FEUP
PROJETO FEUP - INVESTIGAÇÃO COMO SAÍDA PROFISSIONAL
AGRADECIMENTOS
Ao professor Abílio Jesus, que nos acompanhou durante estas semanas e se
mostrou sempre disponível para nos ajudar, nomeadamente com os entrevistados. Da
mesma forma, agradecemos ao monitor Rui Santos, que cooperou connosco da melhor
forma.
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PROJETO FEUP - INVESTIGAÇÃO COMO SAÍDA PROFISSIONAL
RESUMO
Este trabalho foi realizado no âmbito da unidade curricular Projeto FEUP, cujo
tema principal foi definido como “As saídas profissionais de um Engenheiro(a)
Mecânico(a)”, tema este que foi considerado bastante interessante e útil para a nossa
visão do curso e do nosso futuro. Decidiu-se, então, estudar o que pode fazer um
Mestre em Engenharia Mecânica, tal como o iremos ser futuramente. Estudaram-se
todas as hipóteses de saídas profissionais - Logo após o término do 5º ano, existe uma
escolha a fazer: ingressar no mercado de trabalho ou iniciar uma atividade de
Investigação (Doutoramento, por exemplo). De seguida, após a finalização do
Doutoramento, há também a hipótese de permanecer na área da Investigação,
associado a centros de Investigação como bolseiro de Pós-Doutoramento ou com um
contrato de investigador. É constante a opção de ingressar no mercado de trabalho. No
início da nossa reflexão, questionou-se sobre as vantagens de cada uma destas opções
e as suas consequências. Através da elaboração do relatório, concluiu-se acerca
destas questões e clarificou-se as opções de um Engenheiro Mecânico, tendo em conta
também o que pretende um empregador.
Em suma, através de pesquisa e entrevistas, estudaram-se todas as vantagens
e desvantagens das possíveis escolhas e tentou-se mostrar a realidade da emigração
de investigadores qualificados e formados por Portugal, que seriam uma ferramenta
essencial para o desenvolvimento do país.
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PROJETO FEUP - INVESTIGAÇÃO COMO SAÍDA PROFISSIONAL
PALAVRAS-CHAVE
Saídas profissionais;
Mercado de trabalho;
Investigação;
Investigadores;
Estudo;
Ensino;
Engenharia;
Mecânica;
Universidade;
Empresas;
Mestrado;
Doutoramento;
Fuga de Cérebros.
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PROJETO FEUP - INVESTIGAÇÃO COMO SAÍDA PROFISSIONAL
ÍNDICE
1. Introdução ............................................................................................................... 1
2. Mercado de Trabalho .............................................................................................. 2
2.1. Indústria Automóvel e dos Transportes ............................................................. 2
2.2. Indústria Petrolífera e Petroquímica .................................................................. 3
2.3. Indústrias de Energia ........................................................................................ 3
2.4. Indústria Metalúrgica e Metalomecânica ........................................................... 4
2.5. Indústria Biomecânica ....................................................................................... 4
3. Empreendedorismo ................................................................................................. 5
4. Investigação ............................................................................................................ 6
4.1. A Investigação em Portugal .............................................................................. 6
4.1.1. Ministério da Educação e da Ciência ......................................................... 7
4.1.2. Fundação para a Ciência e Tecnologia ....................................................... 7
4.1.3. Institutos de I&D e interface com a Indústria ............................................ 10
4.1.4. INEGI - Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e
Engenharia Industrial ............................................................................................ 10
4.1.5. LEPABE - Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente,
Biotecnologia e Energia ........................................................................................ 11
4.1.6. IDMEC - Instituto de Engenharia Mecânica .............................................. 11
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4.2. Áreas de Investigação ..................................................................................... 12
5. Pós-Doutoramento ................................................................................................ 13
5.1. Inquérito a Investigador (Posdoc) ................................................................... 15
5.2. Mercado de Trabalho Após Investigação ........................................................ 17
6. Fuga de Cérebros ................................................................................................. 19
6.1. “Ministro preocupado com "Fuga de Cérebros" de Portugal” .......................... 20
6.2. Determinantes da Fuga de Cérebros ........................................................... 21
6.3. Consequências da Fuga de Cérebros ......................................................... 21
7. Conclusão ............................................................................................................. 23
Referências Bibliográficas ............................................................................................ 24
Anexos ......................................................................................................................... 26
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - A evolução das vendas dos automóveis em todo o mundo [1]...................... 2
Figura 2 - Consumo de energia em Portugal [2] ............................................................ 4
Figura 3 - distribuição do orçamento de investimento 2014 por áreas de investigações
(M€) [3] .......................................................................................................................... 8
Figura 4 - Evolução do número de candidaturas a bolsas de Doutoramento no âmbito
de concursos gerais 1998-2013 [3] ................................................................................ 9
Figura 5 - Ministro preocupado com "Fuga de Cérebros" de Portugal [9] .................... 20
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LISTA DE ABREVIATURAS
FEUP - Faculdade de Engenharia do Porto;
INEGI - Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia
Industrial;
FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia;
LEPABE - Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente, Biotecnologia e Energia;
IDMEC - Instituto de Engenharia Mecânica;
UP - Universidade do Porto;
I&D - Investigação e Desenvolvimento.
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PROJETO FEUP - INVESTIGAÇÃO COMO SAÍDA PROFISSIONAL 1
1. INTRODUÇÃO
Quando se ingressa numa universidade como a U. Porto e num Mestrado
Integrado de Engenharia Mecânica, o estudante já sabe que a sua vida mudará
completamente. Muito provavelmente irá conhecer novas pessoas e divertir-se muito
numa nova cidade, mas também vai ter certamente algumas dificuldades como ter de
se adaptar a um ciclo de vida mais autónomo e ter de dedicar mais tempo ao estudo,
pois o ritmo de estudo habitual, exercido durante o ensino secundário, poderá não ser
suficiente para a complexidade e para a rapidez com que são abordados os temas
universitários.
No entanto, não é apenas no início do primeiro ano da universidade que um
estudante pode vir a sentir-se inseguro e receoso, mas também quando se aproxima o
final do mestrado, visto que é nessa altura que começam a surgir algumas dúvidas por
parte dos estudantes relativamente ao seu futuro como profissional no mercado de
trabalho.
Será que, após concluído com aproveitamento o Mestrado é preferível optar pelo
mercado de trabalho ou, se tal for possível, escolher o Doutoramento? Se optar pelo
mercado de trabalho, quais serão as principais áreas da Engenharia Mecânica que
poderá escolher? No entanto, será que a ausência de Doutoramento poderá ser um
fator impeditivo à obtenção de um bom emprego? Ou será que não?
São todas estas questões que nos intrigam e nos levaram a realizar um trabalho
neste âmbito.
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PROJETO FEUP - INVESTIGAÇÃO COMO SAÍDA PROFISSIONAL 2
2. MERCADO DE TRABALHO
Feita a escolha pela entrada no mercado de trabalho, existem vários ramos em
que o Engenheiro Mecânico pode trabalhar visto que a Engenharia Mecânica é das
maiores e mais amplas áreas da Engenharia. Assim, um recém-graduado pode
trabalhar tanto em empresas responsáveis pela construção de equipamentos
mecânicos como em empresas responsáveis pela produção de energia, podendo
também trabalhar em automação industrial como no desenvolvimento e aplicação de
novos materiais. Ou seja, existem vários tipos de empresas que estão interessadas em
contratar Engenheiros Mecânicos. De seguida apresenta-se uma enumeração de
alguns tipos de empresas que recorrem à contratação destes mesmos profissionais.
2.1. INDÚSTRIA AUTOMÓVEL E DOS TRANSPORTES
A indústria automóvel e dos transportes é a indústria responsável pelo projeto,
desenvolvimento, fabricação e venda de veículos automóveis. O automóvel, como é
atualmente um bem necessário à vida comum, é um produto que tem vindo a aumentar
as suas vendas em todo o mundo pois, apesar de existirem mercados como os da
Europa e da América do Norte onde a venda de automóveis tem vindo a estagnar,
subsistem ainda outros locais como os países orientais em que a venda destes veículos
vem crescendo ao longo do tempo, (Figura 1).
FIGURA 1 A
EVOLUÇÃO DAS
VENDAS DOS
AUTOMÓVEIS EM
TODO O MUNDO [1]
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A indústria automóvel tem vindo a pesquisar e a investir cada vez mais ao longo
do tempo. No entanto, ainda se procuram inovações no que diz respeito à obtenção de
carros mais ecológicos e mais eficientes, o que obriga o desenvolvimento de novos
motores, a escolha de materiais mais leves, a obtenção de energia por formas
alternativas e outros tantos desafios que são colocados ao engenheiro mecânico. Ou
seja, neste tipo de indústria a presença de profissionais qualificados em Engenharia
Mecânica é imprescindível.
2.2. INDÚSTRIA PETROLÍFERA E PETROQUÍMICA
A indústria petrolífera e petroquímica é um dos outros grandes conjuntos de
empresas em que o Engenheiro Mecânico também pode atuar. Neste tipo de empresas,
o Engenheiro Mecânico pode desenvolver projetos que envolvam a extração, o
processamento e a distribuição de produtos petroquímicos, sendo responsável por
equipamentos mecânicos ou atuar na gestão de equipas. Neste tipo de indústrias, por
vezes a exploração de recursos pode ser em lugares inóspitos e de difícil acesso, tais
como a grandes profundidades oceânicas ou em zonas geladas polares, e, para tal, a
presença de Engenheiros Mecânicos é absolutamente necessária.
2.3. INDÚSTRIAS DE ENERGIA
Atualmente, a produção de energia está resumida em grande parte à exploração
de petróleo, gás e eletricidade, mas estima-se que, dentro de alguns anos, energias
limpas e renováveis como a biomassa e a energia eólica venham a ser cada vez mais
utilizadas (Figura 2). Para isso o papel do Engenheiro Mecânico será também
fundamental.
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FIGURA 2
CONSUMO DE
ENERGIA EM
PORTUGAL [2]
2.4. INDÚSTRIA METALÚRGICA E METALOMECÂNICA
A indústria metalúrgica e metalomecânica é outra área em que um Engenheiro
Mecânico é fundamental e imprescindível. Neste tipo de indústrias, o Engenheiro
Mecânico é responsável pelo controlo das linhas de produção e por gerir os recursos
materiais, ficando responsável pelos processos de fabrico e por comandar equipas,
podendo mesmo chegar, ao longo da carreira, a assumir postos de chefia.
2.5. INDÚSTRIA BIOMECÂNICA
A biomecânica é uma área que está em grande expansão e que, relacionando os
princípios das ciências exatas e das ciências da saúde, cria abordagens inovadoras na
prevenção, no diagnóstico e na terapia de doenças. Nesta área um Engenheiro
Mecânico também tem um papel fundamental sendo responsável pelo desenvolvimento
e pelo fabrico de, entre muitas outras coisas, próteses e aparelhos médicos.
Tal como vimos acima, o leque de oportunidades para um Engenheiro Mecânico
é grande e é vasta a área em que ele pode trabalhar. Como tal, a procura de
Engenheiros Mecânicos tem vindo a aumentar e, atualmente é uma das Engenharias
mais procuradas tanto a nível nacional como a nível internacional. [4]
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3. EMPREENDEDORISMO
Apesar de existir uma grande demanda de Engenheiros Mecânicos que integram
em organizações, existe ainda profissionais que, através das suas caraterísticas como
a liderança e o trabalho em equipa, essenciais a qualquer Engenheiro, acabam por se
envolver na criação de novos projetos ou de novos produtos, dando lugar assim ao
empreendedorismo.
Estes empreendedores são motivados muitas vezes pela possível aparição de
novas oportunidades e pela concretização das suas próprias ideias e têm vindo a
aumentar em Portugal, o que é desejado, visto que os empreendedores são
considerados um dos principais promotores do desenvolvimento da economia,
inovação e do bem-estar.
De acordo com Jeffry Timmons (1990), “O empreendedorismo é uma revolução
silenciosa, que será para o século XXI, mais do que a revolução industrial foi para o
século XX.” Segundo o pioneiro na educação empreendedora, o empreendedorismo
terá uma tendência para aumentar cada vez mais, de modo a que terá um grande
impacto na economia global. Conforme Timmons, o mundo terá cada vez mais pessoas
com espírito de iniciativa e com capacidade de formar projetos, e por isso acredita que
o empreendedorismo ganhe uma grande dimensão neste século, até mais do que a
dimensão que teve a Revolução Industrial no século anterior.
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4. INVESTIGAÇÃO
A decisão de escolher uma via de Investigação depende de vários fatores, sendo
um deles, a capacidade ou os meios para atingir a possibilidade de trabalhar em
Investigação: numa empresa, como profissão, ou como Doutoramento. A maioria dos
estudantes de Doutoramento necessita de usufruir de uma bolsa, já que as propinas
variam desde os 2700€ aos 4800€, consoante as universidades. Há algumas
instituições e fundos para a Investigação. Uma excelente plataforma de informação no
que toca a bolsas é o “ecareers” (www.eracareers.pt/), onde qualquer bolsa financiada
pelo Estado é obrigatoriamente anunciada neste domínio.
4.1. A INVESTIGAÇÃO EM PORTUGAL
Nos últimos quinze anos, a Investigação portuguesa tem sofrido alterações
significativas. A preocupação com a área da Investigação tem vindo a crescer,
nomeadamente com a criação do Ministério da Educação e Ciência e com a visão
estratégica que se instala face às atividades de I&D. Assim, o trabalho de Investigação
e pesquisa tem vindo a ser feito por mais pessoas, apesar do recente decréscimo de
atribuição de bolsas e empregos científicos. Ainda assim, se analisarmos este aspeto
a longo prazo, é de louvar a evolução tecnológica e científica do nosso país.
A maioria das atividades de Investigação são realizadas em universidades e em
centros de Investigação, que normalmente têm uma ligação com o setor público. Assim,
existem várias instituições, centros ou fundações que apoiam a Investigação. Passa-se
a enunciar e a desenvolver alguns.
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4.1.1. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DA CIÊNCIA
Entre os vários objetivos do Ministério relacionados com a Educação, apresenta-
se “Apostar na excelência para reforçar a ciência.”. De acordo com as prioridades do
Ministério, “A Ciência é uma área onde o país tem dado provas claras de
competitividade internacional. A tecnologia é hoje essencialmente de origem científica,
e a ciência fundamental é a base do desenvolvimento científico. O investimento
criterioso na Investigação e na formação de técnicos e cientistas de excelência são um
pilar essencial do desenvolvimento nacional. (...) A Ciência é uma área que tem
fortalecido a sua credibilidade perante a comunidade internacional nos últimos anos. A
ciência fundamental é a base do desenvolvimento científico, e a ciência aplicada dá
origem à mais avançada tecnologia. A avaliação do trabalho do investigador é uma
constante, que acontece através da publicação de artigos nas melhores revistas
internacionais, da aferição do impacto do seu trabalho e de outras variáveis já
tradicionais na comunidade científica. Para além da avaliação por pares, o Ministério
da Educação e Ciência promove a avaliação da qualidade de projetos, bolsas e
instituições, através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. É a partir desta análise
que são atribuídos fundos de modo a privilegiar a excelência.” Isto significa que o
governo pretende apoiar os investigadores portugueses para que o país evolua e se
desenvolva, tal como os restantes países. [5]
4.1.2. FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Ativa desde 1997, a FCT, tutelada pelo Ministério da Educação e da Ciência, visa
apoiar a Investigação e o desenvolvimento tecnológico e científico, em todas as áreas.
Pretende fazer crescer Portugal e o Mundo, e com isso certificar-se de que todo o novo
conhecimento descoberto serve para ajudar e para alimentar o bem-estar dos cidadãos
do país e, em geral, do planeta, ao invés de ser usado para servir os desejos de
entidades individuais. Para tal, a FCT atribui bolsas e contratos de Investigação,
financia e apoia projetos e centros de Investigação e facilita e contribui para a relação
entre os investigadores e a indústria, para que haja comunicação e partilha dos
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conhecimentos inovadores, que são muito úteis para aumentar o rendimento e diminuir
o desperdício industrial. [3]
Em 2014, a FCT dispôs de um orçamento de cerca de 436 milhões de euros para
investimento direto na Ciência. A maioria do dinheiro é utilizada para financiar bolsas e
contratos de Investigação, tal como pode ser confirmado no diagrama abaixo (Figura
3). [6]
FIGURA 3 - DISTRIBUIÇÃO DO ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO 2014 POR ÁREAS DE
INVESTIGAÇÕES (M€) [3]
A Fundação para a Tecnologia e Ciência sofreu um claro decréscimo no
orçamento disponível em 2011, fruto da crise financeira pela qual o país passa. Apesar
de esse número ter vindo a aumentar, ainda é notável a enorme diferença de cerca de
50 milhões de euros de 2010 para 2013.
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No dia 24 de Agosto de 2015, foram publicados os resultados do Concurso de
Bolsas Individuais, do qual foram resultados os seguintes:
”Foram recomendadas para financiamento 947 bolsas, distribuídas da seguinte
forma:
399 Bolsas de Doutoramento (taxa de sucesso - 18%)
14 Bolsas de Doutoramento em Empresas (taxa de sucesso - 19%)
534 Bolsas de Pós-Doutoramento (taxa de sucesso - 32%) ”
Pela observação da Figura 4, verifica-se que, além do aumento de candidaturas
a Doutoramentos, há também um decréscimo na atribuição das mesmas. Estes dois
factos relacionam-se, respetivamente, com a elevada taxa de desemprego no país
(muitas pessoas, por não terem emprego, decidem prosseguir os estudos e candidatar-
se a um Doutoramento, por considerarem que o terminarão com vantagens face aos
outros licenciados) e com a crise económica (diminuição de recursos financeiros para
atribuir bolsas a tantos candidatos).
FIGURA 4 - EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE CANDIDATURAS A BOLSAS DE DOUTORAMENTO NO
ÂMBITO DE CONCURSOS GERAIS 1998-2013 [3]
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4.1.3. INSTITUTOS DE I&D E INTERFACE COM A INDÚSTRIA
As principais universidades possuem centros de I&D e interface com a indústria.
No caso da FEUP, existem vários institutos, tais como o INEGI, o LEPABE, entre outros.
Estes centros servem de ligação entre a universidade, a Investigação e a indústria.
4.1.4. INEGI - INSTITUTO DE CIÊNCIA E INOVAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
E ENGENHARIA INDUSTRIAL
Este centro de Investigação foi criado em 1986 e estará sempre associado à
Universidade do Porto - Departamentos de Engenharia Mecânica e de Engenharia e
Gestão Industrial da Faculdade de Engenharia, em particular. Conta com cerca de 200
colaboradores e todos trabalham para o desenvolvimento tecnológico e científico no
sentido de produzir melhorias para a indústria. É, portanto, um instituto que estabelece
uma relação muito própria entre a universidade e a indústria. Aqui, trabalha-se nas
áreas de Conceção e Projeto, Materiais, Produção, Energia, Manutenção, Gestão
Industrial e Ambiente. Tem vários sócios, desde a UP e a FEUP, a Bosch, o BPI, a
Martifer, a Simoldes, à Vulcano, entre muitos outros. Aqui vê-se, novamente, a
proximidade entre a universidade e as empresas da indústria.
No INEGI, são desenvolvidos projetos nas mais variadas áreas. Desde a Energia
(desenvolvimento de opções relativas às energias renováveis, para que se faça uma
utilização racional dos recursos que possuímos, já que existe uma preocupação grande
com o meio ambiente); passando pela Metalomecânica; a área dos Automóveis e outros
transportes; a Aeronáutica, Espacial e Defesa; a Economia do mar - estando o nosso
país rodeado por mar, este sempre desempenhou um papel importante na nossa
sustentabilidade e progresso, desde os Descobrimentos até aos dias de hoje. É, então,
fundamental apostar neste campo e desenvolvê-lo - o Ambiente, até à Saúde - uma
área cada vez mais importante, nomeadamente no desenvolvimento de novos materiais
para aplicações médicas e no desenvolvimento de tecnologias para a realização de
próteses e implantes médicos, tecnologias de diagnóstico para ensaios clínicos e
diagnósticos clínicos. [6]
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4.1.5. LEPABE - LABORATÓRIO DE ENGENHARIA DE PROCESSOS, AMBIENTE,
BIOTECNOLOGIA E ENERGIA
Este centro de Investigação está também associado à Faculdade de Engenharia
da Universidade do Porto e foca-se na área do Ambiente e Energia, Processos de
Separação e Reação, Biotecnologia e Interfaces e Química dos Produtos Naturais. É
objetivo principal do LEPABE aliar o desenvolvimento de produtos e ideias inovadoras
à sua aplicação na indústria. Este centro conta com cerca de 130 investigadores, dos
quais 40 são doutorados e 65 são estudantes de Doutoramento.
4.1.6. IDMEC - INSTITUTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
Este instituto foi inicialmente formado pela parceria entre os Departamentos de
Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico - Universidade de Lisboa - e da
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 1991. Existiam dois pólos, um
no Porto e outro em Lisboa, com autonomia quer financeira, quer administrativa. Os
investigadores normalmente estavam associados a uma destas universidades, o que
não impedia parcerias com investigadores de outras instituições. Este instituto
trabalhava para educar investigadores e desenvolver conhecimento, que partilhava
facilmente entre pólos. O pólo da FEUP era composto por várias unidades, entre as
quais a Unidade de Conceção e Validação Experimental, a Unidade de Estudos
Avançados de Energia no Ambiente Construído, a Unidade de Gestão e Engenharia
Industrial (Estatística, Métodos de Previsão, Sistemas de Informação, etc.), a Unidade
de Métodos Numéricos em Mecânica e Engenharia Estrutural (Simulação Numérica e
Otimizada de Processos Industriais de Enformação e Maquinagem, etc.) e a Unidade
de Novas Tecnologias Energéticas (Energias Renováveis, Refrigeração, etc.).
Entretanto, este pólo foi extinto, mantendo-se o pólo de Lisboa. As unidades associadas
ao pólo no Porto foram transferidas para o INEGI. [7]
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4.2. ÁREAS DE INVESTIGAÇÃO
Ao fazer a matrícula no 4ºano, o aluno de Engenharia Mecânica é confrontado
com a decisão de optar por um dos cinco ramos possíveis: Produção, Conceção e
Fabrico; Automação; Energia Térmica; Gestão da Produção ou Projeto e Construção
Mecânica. É evidente que, ao escolher um destes percursos, se irá especializar numa
área que, provavelmente, será seguida em caso de prossecução de uma carreira
dedicada à Investigação. Contudo, em muitos casos, a área de Investigação não
coincide com a de formação. Assim, são decisões distintas e muito variáveis, na medida
em que são extremamente pessoais. Podem-se especificar algumas possíveis áreas,
onde foi importante ter-se feito Investigação e onde continua a ser essencial esse
trabalho, além das referidas no desenvolvimento dos centros de Investigação feito
anteriormente:
Energias Renováveis
Desenvolvimento do Produto
Transportes (aviões, simuladores, carros, etc…)
Área Médica
-Próteses
-Técnicas de cirurgia
Exploração do espaço e dos oceanos [8]
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5. PÓS-DOUTORAMENTO
A definição de Pós-Doutoramento (na sua abreviatura: PosDoc) é algo ambíguo,
uma vez que não se trata de um ciclo de estudos bem definido (como uma Licenciatura
ou Mestrado, ou até mesmo o próprio Doutoramento em si). No entanto, entende-se
por Pós-doutoramento: “…um programa individual de Investigação, com duração
mínima de seis meses, realizado em unidades orgânicas da U.Porto ou em institutos
afiliados da U.Porto”. 1
Processo de candidatura
A candidatura a um dado Pós-Doutoramento pode ser feita por qualquer
estudante que detenha um Doutoramento reconhecido pelas instituições competentes.
Para além disso o responsável da unidade onde o investigador irá realizar o seu
trabalho terá de aceitar o aluno, sendo que este (caso aceite) terá de suportar as taxas
monetárias que tem de pagar obrigatoriamente, ou no caso de ser um aluno excecional
poderá obter uma bolsa junto de várias entidades (empresas privadas, a própria
instituição de ensino/Investigação ou outras fundações, como por exemplo a FCT, já
referida anteriormente) da área científica que estão dispostas a investir no avanço
tecnológico e científico através do suporte aos estudantes de mérito.
1 (Segundo o “REGULAMENTO DE PROGRAMAS DE PÓS-DOUTORAMENTO DA UPORTO”,
Aprovado por despacho reitoral GR.02.06.2011 de 16 de junho de 2013.)
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Deveres do Investigador2
No caso da Universidade do Porto, o Investigador deve cumprir as normas de
funcionamento e os regulamentos vigentes na instituição em questão e no final do
programa o estudante deve apresentar ao diretor um relatório de estudos, sendo que
este irá ser sujeito a uma avaliação.
O Investigador que utiliza a U.Porto para investigar deve ter a consciência de que:
“todas as publicações resultantes da atividade do investigador posdoc na U.Porto
devem conter a indicação da U.Porto no endereço institucional” 3, e o estudante posdoc
tem o dever de assinar um compromisso de cedência à U.Porto dos direitos relativos à
propriedade industrial ou intelectual.
Direitos do Investigador4
Ao investigador posdoc reserva-se-lhe o direito de utilizar todos os espaços da
U.Porto e são-lhe disponibilizados todos os recursos académicos necessários para a
realização da Investigação em questão (assim como todos os outros estudantes da
instituição).
Após a entrega do relatório que necessita de ser submetido no final do estudo, o
estudante recebe um certificado de estudos emitido pela instituição em que foi realizado,
sendo que nesse certificado consta a natureza da Investigação, o local e o docente que
o acompanhou ao longo do programa.
2 Artigo 4º do “REGULAMENTO DE PROGRAMAS DE PÓS-DOUTORAMENTO DA UPORTO”
3 Alínea 4, Artigo 4º do “REGULAMENTO DE PROGRAMAS DE PÓS-DOUTORAMENTO DA UPORTO”
4 Artigo 5º do “REGULAMENTO DE PROGRAMAS DE PÓS-DOUTORAMENTO DA UPORTO”
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Nota: Ao longo deste texto no qual se refere uma breve definição de Pós-Doutoramento, dos
direitos e deveres do investigador, foi referida para efeito de exemplificação a instituição de
ensino da U.Porto, no entanto em outras entidades educacionais, o regulamento é semelhante.
5.1. INQUÉRITO A INVESTIGADOR (POSDOC)
Para melhor perceber o que é o Pós-Doutoramento foi realizado um inquérito a
um investigador que está a passar por um processo de Pós-doutoramento, ou seja,
desenvolve o seu trabalho na área da Investigação, pelo que podemos tirar conclusões
a partir das suas respostas.
Nota: A entrevista encontra-se na íntegra em “Anexos”, aqui apenas serão citadas as questões
mais relevantes.
Citação 1: “O que me levou a seguir o ramo de Investigação foi o gosto pelo estudo e
de estar constantemente a aprender coisas novas e colocar à disposição dos outros o
conhecimento que irei desenvolver.”
Podemos então perceber que os investigadores de Pós-Doutoramento que
escolhem a Investigação em prol do mercado laboral 5 não o fazem por motivos
monetários, ou por influência do estado que nos governa, mas sim por motivação
pessoal, pelo gosto que nutrem pela área em que investigam, o que significa que estes
alunos tem uma enorme vontade e capacidade para aprender novos conceitos e aplicá-
5 O que não significa que não seja possível enveredar pelas duas áreas de atuação, isto é, mercado de
trabalho e Investigação.
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los em benefício de toda a comunidade científica, o que a longo prazo se reflete numa
sociedade inteira.
Citação 2: “Se fosse hoje, voltaria a tomar a decisão de seguir Investigação.”
Ao longo da entrevista uma das coisas que facilmente se podia perceber quanto
à opinião do estudante era que este gostava do que fazia, e que independentemente
do conhecimento que tem atualmente (no final do posdoc) ele voltaria a fazer a opção
de investigar, o que demonstra a qualidade de ensino que lhe foi oferecida, qualidade
essa que se irá refletir no cidadão/investigador que está a ser formado.
Citação 3: “Acho que seria importante que mais alunos seguissem a área da
Investigação em Portugal. Portugal precisa de evoluir tecnologicamente e só
conseguirá colocar-se ao nível dos seus parceiros europeus apostando na formação e
educação. Os benefícios são imensos, desde a evolução do tecido industrial português
até às condições de vida dos cidadãos.”
Esta opinião vem corroborar tudo aquilo que foi referido nos parágrafos anteriores,
ou seja, são necessários cada vez mais alunos a investigar em Portugal.
O nosso Estado tem portanto um papel muito importante na medida em que deve
incentivar o ingresso dos alunos no Ensino Superior de alta qualidade, para formar
pessoas capazes de desenvolver ao máximo o nosso país.
Para além da formação de mais jovens, é também necessário fazer com que
estes permaneçam em Portugal, pois são várias as consequências quando isso não se
verifica, como podemos constatar no capítulo Fuga de Cérebros.
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5.2. MERCADO DE TRABALHO APÓS INVESTIGAÇÃO
Pergunta: Se pretendesse entrar no mercado de trabalho, que dificuldades pensa
que encontraria, e que vantagens teria em relação aos seus colegas licenciados?
Citação 4: “A maior dificuldade, no imediato, será a adaptação ao modo de
funcionamento das empresas e do mercado de trabalho. A vantagem é possuir um
amplo conhecimento e ter à disposição ferramentas capazes de dar resposta ao posto
de trabalho que possivelmente iria ocupar.”
É possível agora perceber uma “desvantagem” de um Pós-Doutoramento, isto é,
a não familiarização com o mercado de trabalho, devido ao grande tempo que o aluno
passou a realizar Investigação e não ganhou a perspetiva que um outro cidadão pode
ganhar aquando da permanência contínua no mercado laboral. Todavia, esse mesmo
investigador vai ter vantagens em relação a um outro trabalhador6 com menos anos de
pesquisa científica, na medida em que este7 tem um conjunto de competências do
domínio científico que apenas são possíveis obter aquando de estudo/Investigação.
De facto realizou-se uma pequena entrevista a um Engenheiro Mecânico que é
aluno de Doutoramento na FEUP e quando este foi questionado acerca das dificuldades
que espera encontrar se e quando tentar entrar para o mercado de trabalho o estudante
referiu que a principal dificuldade será o facto de as empresas portuguesas se
mostrarem ainda pouco dispostas a investir em trabalhadores altamente qualificados.
6 Trabalhador esse que tenha começado a trabalhar em alguma empresa desde o término de, por
exemplo, um Mestrado ou uma Licenciatura.
7 O investigador.
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Realizou-se uma outra entrevista dirigida ao responsável pela contratação de
Engenheiros Mecânicos na empresa “Injex”, empresa industrial portuguesa que se
dedica à produção de componentes em plástico, destinados à incorporação em
máquinas, e foi-lhe colocada a seguinte pergunta: “Tem preferência entre dois
candidatos, um doutorado e outro que tenha apenas um Mestrado? Porquê?”. Em
síntese, o entrevistado referiu que à saída de uma faculdade como a FEUP o recém-
formado Engenheiro Mecânico possui conhecimentos suficientes para iniciar uma
carreira profissional. Para além disso, foi referido e passa-se a citar: “Os assuntos a
tratar nas empresas são transversais e algo básicos. Logo, as empresas precisam de
pessoas que tenham capacidade para se colocar a esse nível e não ao nível muito
mais intelectual e vertical (cada tema é tratado com elevada profundidade) que
carateriza o ensino universitário. Assim, um doutorado pode interessar apenas se tiver
trabalhado em algo que se possa aplicar diretamente na empresa, o que é pouco
comum.”
Assim, demonstra-se que nem sempre uma educação mais avançada é uma
vantagem na entrada do mercado de trabalho. Apesar de, obviamente, depender das
empresas onde se pretende trabalhar.
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6. FUGA DE CÉREBROS
Este tópico tem como principal objetivo analisar o fenómeno intitulado de Fuga
de Cérebros, focando sempre os emigrantes mais qualificados, adaptando ao tema da
Investigação.
O fenómeno chamado de Fuga de Cérebros é um tipo de migração internacional
de pessoas com alto nível de qualificação, ou seja, indivíduos que têm investido muito
na sua educação, pelo que são ótimos técnicos e trabalhadores em qualquer país que
estes desejem laborar.
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6.1. “MINISTRO PREOCUPADO COM "FUGA DE CÉREBROS" DE PORTUGAL”
O ministro da Economia e vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, afirmou-se
hoje preocupado com os efeitos para países como Portugal e Espanha da
emigração de jovens qualificados por falta de perspetivas de trabalho.
Gabriel, citado pela agência EFE, falava das "vantagens e desvantagens" dos
fluxos migratórios dentro da União Europeia por motivos laborais, na apresentação do
último relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
(OCDE) sobre a Alemanha.
"Preocupa-me que venham para a Alemanha aqueles que mais podem contribuir
para o crescimento nos seus países", disse o ministro, referindo concretamente os
casos de Portugal e Espanha.
Essa fuga de cérebros, disse, limita o potencial de crescimento dos países em crise.
"A Comissão Europeia devia fazer mais para fomentar o crescimento nestes
países", acrescentou Gabriel, líder do Partido Social-Democrata (SPD), membro
minoritário da coligação de Governo alemã. [9]
FIGURA 5 - MINISTRO PREOCUPADO COM "FUGA DE CÉREBROS" DE PORTUGAL [9]
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6.2. DETERMINANTES DA FUGA DE CÉREBROS
Existe um enorme conjunto de teorias que tentam explicar esta fuga de cérebros.
No entanto, esse não é o cerne deste relatório, pelo que apenas iremos referir algumas
causas que levam a este fenómeno.
As realidades socioeconómicas dos vários países do planeta são completamente
diferentes, pelo que os indivíduos tentam sempre alcançar um país que lhes ofereça
melhores condições de vida; sendo que o fator económico assume aqui o papel central
(ainda que não seja o único fator responsável).
Temos como exemplo desta temática o caso de Portugal a partir da emersão da
crise económica. Após esse momento a emigração cresceu de forma muito rápida, pelo
que é possível verificar que o fator económico é o mais importante nesta questão da
emigração.
6.3. CONSEQUÊNCIAS DA FUGA DE CÉREBROS
O fenómeno da fuga de cérebros faz-se sentir com maior gravidade nos países
subdesenvolvidos, pois a saída de mão-de-obra qualificado do país faz com que o
avanço a nível científico e tecnológico (ou até mesmo a nível social) aconteça a um
ritmo muito mais lento que seria sem a saída de parte da população qualificada.
Para uma melhor compreensão das consequências, vamos focarmo-nos no exemplo
de Portugal.
A curto prazo, a principal consequência é o custo de um estudante, isto é, o
Estado gastou parte do dinheiro dos contribuintes na educação de milhares de jovens,
que estudaram nas várias instituições de ensino superior de Portugal, e visto que
grande parte deste grupo de pessoas formadas a nível superior deixou o país, pelo que
o investimento pode nunca ter retorno, uma vez que o dinheiro foi gasto para formar
uma população qualificada que agora emigrou e é bem acolhida num país estrangeiro,
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país esse que não gastou nada na formação dos indivíduos e agora está a usufruir dos
conhecimentos dos mesmos.
E esta é a realidade em que vivemos atualmente, em grande culpa por parte do
Estado que não oferece aos jovens condições para que estes fiquem em Portugal a
trabalhar. Aliás, muitas das vezes os jovens recém-formados encontram dificuldades na
procura de emprego, chegando ao ponto de lhes ser recusado o emprego devido a
formação demasiada (como o exemplo de doutorados, sendo estes indivíduos de alta
competência).
A longo prazo a principal consequência é o facto de o país progredir de uma forma
muito lenta e até mesmo ter de ir buscar ao estrangeiro pessoas com um certo nível de
formação superior para trabalhar em Portugal devido à enorme emigração de jovens
que hoje podemos constatar.
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7. CONCLUSÃO
Ao longo da realização deste trabalho foram adquiridos conhecimentos acerca
do futuro de um Engenheiro Mecânico na área de Investigação. Ao longo do trabalho.
Foram analisados os diferentes percursos enfrentados por Engenheiros Mecânicos,
aqueles que escolhem entrar no mercado de trabalho após o Mestrado, aqueles que
fazem um Doutoramento após o Mestrado e aqueles que fazem da Investigação a sua
profissão. Para além disso, foi analisada a influência da saída de indivíduos altamente
competentes, formados em Portugal, no desenvolvimento tecnológico e económico do
país.
Com a informação e conhecimentos obtidos, conclui-se que a Investigação é uma
área em que Portugal investe. Contudo, este investimento mostra-se pouco proveitoso
uma vez que grande parte das empresas portuguesas mostra-se relutante em investir
em Engenheiros Mecânicos Doutorados. Apesar disso, não se pretende dissuadir a
opção de um Engenheiro Mecânico seguir a área de Investigação, mas sim que as
empresas estejam mais recetivas ao emprego de Engenheiros Mecânicos Doutorados.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] http://www.transportepress.com/site/50-dos-carros-no-mundo-sao-vendidos-
naasia/ (Acedido a 27/09/2015)
[2] http://anossavolta.blogs.sapo.pt/7065.html (Acedido a 28/09/2015)
[3] http://www.fct.pt/ (Acedido a 07/10/2015)
https://www.fct.pt/conselhos_cientificos/exactas_engenharia (Acedido a
13/10/2015)
[4] Adaptado de: Palestra do Prof. F. Gomes Almeida “Sistemas Automáticos“
(Assistida no dia 14/10/2015)
[5] http://www.portugal.gov.pt/pt/os-ministerios/ministerio-da-educacao-e-
ciencia/sobre-o-ministerio-da-educacao-e-ciencia.aspx (Acedido a 05/10/2015)
http://www.eracareers.pt/ (Acedido a 05/10/2015)
[6] http://www.inegi.up.pt/ (Acedido a 10/10/2015)
[7] http://paginas.fe.up.pt/wwwidmec/index1.0.html (Acedido a 28/09/2015)
http://paginas.fe.up.pt/idmec/desdobravel_idmec.pdf (Acedido a 10/10/2015)
[8] https://sigarra.up.pt/feup/pt/uni_geral.unidade_view?pv_unidade=4 (Acedido a
28/09/2015)
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http://web.letras.up.pt/sga/default.aspx?l=1&m=0&s=0&n=0&id=292 (Acedido a
05/10/2015)
https://sigarra.up.pt/feup/pt/cur_geral.cur_planos_estudos_view?pv_plano_id=2
484&pv_ano_lectivo=2015&pv_tipo_cur_sigla=MI&pv_origem=CUR (Acedido a
13/10/2015)
[9] http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3860544&seccao=Europa
(Acedido a 28/09/2015)
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ANEXOS
ENTREVISTA 1 – REALIZADA A UM INVESTIGADOR EM DOUTORAMENTO
Sabia o que o esperava em termos de saídas profissionais quando entrou no 1º
ano (Licenciatura ou Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica) em termos de
Saídas Profissionais?
Sabia que havia um enorme leque de saídas profissionais, possibilitando a
integração com varias indústrias de diferentes atividades, contava com as ofertas de
projeto de estruturas e mecanismos, e produção elétrica, mas confesso que não estava
consciente das ofertas na área da climatização nem da Investigação.
O que o levou a seguir o ramo de Investigação e não ir diretamente para o
mercado de trabalho?
Gostei do trabalho desenvolvido durante a minha tese de mestrado e da
integração com a equipa de Investigação da qual fazem parte os meus orientadores.
Pensa alguma vez ir para o mercado de trabalho? Se sim, que dificuldades pensa
encontrar e que vantagens pensa ter em relação aos seus colegas licenciados?
Não coloco essa opção de parte, afinal não podemos prever o futuro. Mas a
minha intenção é continuar na Investigação. Em relação às dificuldades que neste
momento o mercado de trabalho apresenta aos doutorados tem a ver com a falta de
aposta das empresas portuguesas em trabalhadores altamente qualificados. As
vantagens são a experiência na resolução de problemas reais e complexos com novas
soluções
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Se fosse hoje, voltaria a tomar a decisão de seguir um Doutoramento?
Sim.
Por que caminho acha que deve optar um aluno no final do 5º ano?
Penso que deve optar pela atividade que lhe der mais prazer e que possa
desenvolver sem que esta seja razão de saturação e frustração pessoal.
Acha que é preciso que mais alunos sigam a área de investigação? Que benefício
traz esta decisão para o país?
A investigação pressupõe a procura e desenvolvimento de novas
soluções/produtos mais eficientes, também pode combinar as mais recentes
tecnologias em novas aplicações para essas tecnologias, assim sendo quanto maior
forem os novos produtos/soluções desenvolvidas e aplicadas às indústrias melhores
serão os produtos, mais seguros e certamente melhorará a qualidade de vida em
Portugal.
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ENTREVISTA 2 – REALIZADA A UM INVESTIGADOR EM POS-DOC
Sabia o que o esperava em termos de saídas profissionais quando entrou no 1º
ano (Licenciatura ou Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica?
Sim. Pois tinha a noção do que o mercado oferecia.
O que o levou a seguir o ramo de Investigação e não ir diretamente para o
mercado de trabalho?
O que me levou a seguir o ramo de Investigação foi o gosto pelo estudo e de
estar constantemente a aprender coisas novas e colocar à disposição dos outros o
conhecimento que irei desenvolver.
Se pretendesse entrar no mercado de trabalho, que dificuldades, pensa que
encontraria, e que vantagens teria em relação aos seus colegas licenciados?
A maior dificuldade, no imediato, será a adaptação ao modo de funcionamento
das empresas e do mercado de trabalho. A vantagem é possuir um amplo conhecimento
e ter à disposição ferramentas capazes de dar resposta ao posto de trabalho que
possivelmente iria ocupar.
Se fosse hoje, voltaria a tomar a decisão de seguir Investigação?
Sim.
Por que caminho acha que deve optar um aluno no final do 5º ano?
Deverá optar por reforçar os seus conhecimentos num processo contínuo de
aprendizagem, junto das empresas ou junto de centros tecnológicos/universidades que
detêm conhecimento.
Acha que é preciso que mais alunos sigam a área de Investigação? Que
benefícios traz essa decisão para o país?
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Sim, penso que sim. Portugal precisa de evoluir tecnologicamente e só
conseguirá colocar-se ao nível dos seus parceiros europeus apostando na formação e
educação. Os benefícios são imensos, desde a evolução do tecido industrial português
até às condições de vida dos cidadãos.
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ENTREVISTA 3 – REALIZADA A UM EMPREGADOR
Qual seria o candidato perfeito a uma vaga na área de Engenharia Mecânica?
Tem capacidade de trabalho;
Tem perseverança;
Tem elevada inteligência emocional;
Consegue entrar com humildade na empresa para poder captar as suas
especificidades;
Permanece sempre pronto para ouvir;
Algum tempo depois, assimilando o que viu, apresenta ideias válidas usando os
conhecimentos que a sua formação lhe proporcionou para ajudar a resolver os
problemas que a empresa lhe pôs;
Consegue levar a equipa a concretizar as ideias válidas que apresentou.
Entre dois Engenheiros Mecânicos com igual formação, quais são os critérios de
escolha para o preenchimento da vaga?
Humildade, capacidade de trabalho, inteligência emocional, integração na equipa.
Tem preferência entre dois candidatos, um Doutorado e outro que tenha apenas
um Mestrado? Porquê?
A meus olhos aquele "que tenha apenas um Mestrado" tem já muito bons
conhecimentos para iniciar a carreira (atenção, falo da FEUP).
Verifico que as necessidades das empresas são geralmente diferentes daquilo
que é ensinado na Universidade. Os assuntos a tratar nas empresas são transversais e
algo básicos. Logo, as empresas precisam de pessoas que tenham capacidade para se
colocar a esse nível e não ao nível muito mais intelectual e vertical (cada tema é tratado
com elevada profundidade) que carateriza o Ensino Universitário. Assim, um Doutorado
pode interessar se tiver trabalhado em algo que se possa aplicar diretamente na
empresa, o que é pouco comum.