Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 157

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Transcript of Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 157

Confusão entre adjetivos que caracterizam circunstâncias (irrelevantes) e características de personalidade

sério

descrente

apressado

impaciente

tem superioridade

Ligação da citação ao vosso texto

Beresford é arrogante «sou muito melhor do que os portugueses»

Beresford é arrogante («sou muito melhor do que os portugueses»),

Beresford é arrogante — «sou muito melhor do que os portugueses» —

Beresford é arrogante, como revela quando diz que é «muito melhor do que os portugueses»

De quem é um ficheiro instalado na passada terça com o nome «De tarde»?

Está infetado (e não o consegui abrir).

1. A mudança no comportamento do povo a que o principal Sousa e D. Miguel se referem tem a ver com o abandono do conformismo e com a expressão de um grande desejo de revolta face à situação miserável em que vive.

Essa mudança manifesta-se de várias maneiras, todas elas reveladoras de uma atitude de rebeldia e violência: grande parte do povo já só pensa em «aprender a ler»; fala-se «abertamente em guilhotinas»; e, «pelas ruas», entoam-se «canções subversivas».

2. Essa alteração do comportamento do povo suscita em cada uma das personagens sentimentos reveladores da grande inquietação que as invade.

D. Miguel sente-se desiludido («Fala como um homem desiludido»), até porque entende sempre ter «dado o melhor do seu trabalho» e «se vê incompreendido e desacreditado». Acresce a impotência de ver que «[a] polícia não chega para arrancar os pasquins revolucionários das portas das igrejas». E acaba por exprimir desencanto face ao absurdo de um mundo que «parece estar atacado de loucura».

O principal Sousa manifesta, por outro lado, uma grande determinação no sentido de cumprir

«a missão sagrada e penosa» de «conservar no jardim do Senhor este pequeno canteiro português» imune aos ventos de mudança que sopram da Revolução Francesa. É natural, portanto, que sinta ódio aos franceses, porque eles vieram abrir os olhos aos oprimidos e acabar com o rendoso sossego dos opressores: «Se a um ministro de Deus é permitido odiar, que o Senhor, um dia, perdoe o ódio que tenho aos Franceses…». Incapaz de conter essa maré de mudanças que avassala a sociedade portuguesa, o principal Sousa sente indignação: «Veja, Sr. D. Miguel, como eles transformaram esta terra de gente pobre mas feliz num antro de revoltados!».

3. Beresford caracteriza-se por ser determinado e pragmático («A Europa... Deixai-a, que ela nem se perde nem carece dos vossos conselhos.», «não vim aqui para perder tempo com conversas filosóficas.») e considera-se superior aos governadores portugue ses, dado que foi educado em Inglaterra, país pro testante, mais evoluído e aberto que Portugal, revelando-se irónico e provocador («Poupe-me os seus sermões, Reverência. Hoje não é domingo e o meu senhor não é vassalo de Roma.», «da decisão que tomarmos, dependem a cabeça de V. Ex.a, Sr. D. Miguel, os meus 16 000$00 anuais e a possibili dade de o principal Sousa continuar a interferir nos negócios deste Reino.»).

4 Neste texto, encontram-se vários recursos estilís ticos como a comparação — «o mundo parece ata cado de loucura» — que revela a incapacidade de D. Miguel de compreender a alteração do estado de coisas à sua volta, como a ironia — «Poupe-me os seus sermões, Reverência. Hoje não é domingo e o meu senhor não é vassalo de Roma.» — que mostra, através do tom jocoso, a pouca importância que Beresford atribui ao principal Sousa e ao que ele representa ou como a adjetivação — «subversivas» e «revolucionários» — que ajuda a caracterizar a mudança comportamental do povo e a entender o ambiente em que se vive.

I

A

1. 15

2. 20

3. 20

4. 15

[B] [30]

Factores de desvalorização

Correcção linguística• Erro de pontuação // 1• Erro de ortografia (incluindo acentuação,

ausência de maiúscula quando obrigatória e translineação) // 1

• Erro por incumprimento das regras de citação de texto (aspas, indicador de corte de texto), referência a título de obra. // 1

• Erro de sintaxe // 2• Erro de impropriedade lexical // 2

Limites de extensão• 1 por cada palavra a mais ou a menos (até

5)

1.

Conteúdo (9)• Refere em que consiste a mudança no

comportamento do povo e explica como ela se manifesta. // 9

• Explica como se manifesta a mudança no comportamento do povo, mas não refere em que consiste. // 7

• Refere em que consiste a mudança no comportamento do povo, mas não explica como ela se manifesta. // 5

• Discorre superficialmente acerca da mudança no comportamento do povo e suas manifestações. ou Faz transcrições que remetem para a mudança no comportamento do povo e suas manifestações. // 3

Aspectos de organização e correcção linguística (6)

• Estruturação do discurso // 3• Correcção linguística // 3

Cenário de respostaA resposta deve contemplar os aspectos

que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.

• – Interpretação da mudança: o povo passa do conformismo à revolta.

• – Manifestações dessa mudança: o povo quer aprender a ler e começa a exprimir sentimentos de rebeldia e violência, falando «abertamente em guilhotinas» (l. 7), cantando músicas com letras subversivas e colando panfletos revolucionários nas portas das igrejas.

2.

Conteúdo (12)• Menciona dois dos sentimentos que a

alteração no comportamento do povo suscita em cada uma das personagens. // 12

• Menciona dois dos sentimentos que a alteração no comportamento do povo suscita numa das personagens e um sentimento que a mesma alteração suscita na outra personagem. // 9

• Menciona dois dos sentimentos que a alteração no comportamento do povo suscita numa das personagens. ou Menciona um dos sentimentos que a alteração no comportamento

do povo suscita em cada uma das personagens. // 6

• Menciona um dos sentimentos que a alteração no comportamento do povo suscita numa das duas personagens. ou Faz transcrições que remetem para os sentimentos suscitados pela alteração no comportamento do povo numa das personagens ou em ambas. // 3

Aspectos de organização e correcção linguística (8)

• Estruturação do discurso (4) • Correcção linguística (4)

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar dois dos sentimentos manifestados por cada uma das personagens, de entre os que a seguir se apresentam, ou outros considerados relevantes.

• Sentimentos de D. Miguel:– desilusão – «Fala como um homem desiludido»;

– impotência – «A polícia não chega para arrancar os pasquins revolucionários das portas das igrejas...» (ll. 10-11);

– desânimo – «O mundo parece estar atacado de loucura, Reverência...» (l. 12).

• Sentimentos do principal Sousa:– ódio – «o ódio que tenho aos

Franceses...» (l. 3);– indignação – «Veja, Sr. D. Miguel, como

eles transformaram esta terra de gente pobre mas feliz num antro de revoltados!» (ll. 4-5);

– determinação – «Temos uma missão a cumprir, uma missão sagrada e penosa: a de conservar no jardim do Senhor este pequeno canteiro português.» (ll. 17-19).

3.

Conteúdo (12)• Apresenta dois dos traços caracterizadores

de Beresford, ilustrando cada um deles com uma citação do texto. // 12

• Apresenta dois dos traços caracterizadores de Beresford, ilustrando um deles com uma citação do texto. // 9

• Apresenta dois dos traços caracterizadores de Beresford, sem ilustrar a resposta com citações do texto. ou Apresenta um dos traços caracterizadores de Beresford e ilustra-o com uma citação do texto. // 6

Apresenta um dos traços caracterizadores de Beresford, sem ilustrar a resposta com citações do texto. ou Faz transcrições pertinentes que remetem para um ou dois dos traços caracterizadores de Beresford. // 3

Aspectos de organização e correcção linguística (8)

• Estruturação do discurso (4)• Correcção linguística (4)

Cenário de resposta

A resposta deve contemplar dois dos traços caracterizadores de Beresford, de entre os que a seguir se apresentam, ou outros considerados relevantes, ilustrados, cada um, com uma citação.

– Determinado – «A Europa… Deixai-a, que ela nem se perde nem carece dos vossos conselhos.» (ll. 25-26).

– Pragmático – «não vim aqui para perder tempo com conversas filosóficas.» (ll. 28-29).

– Irónico – «Poupe-me os seus sermões, Reverência. Hoje não é domingo e o meu senhor não é vassalo de Roma.» (ll. 35-36).

– Provocador – «da decisão que tomarmos, dependem a cabeça de V. Ex.ª, Sr. D. Miguel, os meus 16 000$00 anuais e a possibilidade de o principal Sousa continuar a interferir nos negócios deste Reino.» (ll. 51-54).

4.

Conteúdo (9)• Identifica um recurso estilístico presente no

texto, explicitando, com rigor e pertinência, o seu valor expressivo. // 9

• Identifica um recurso estilístico presente no texto, explicitando, com pertinência, o seu valor expressivo. // 7

• Identifica um recurso estilístico presente no texto, explicitando, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, o seu valor expressivo. // 5

• Identifica um recurso estilístico presente no texto, explicitando, com acentuadas imprecisões, o seu valor expressivo. ou Identifica um recurso estilístico presente no texto e define-o ou parafraseia-o. ou Limita-se a identificar um recurso estilístico presente no texto. // 3

Aspectos de organização e correcção linguística (6)

• Estruturação do discurso (3)

• Correcção linguística (3)

Cenário de resposta• Dada a natureza deste item – de escolha

pessoal –, não se apresenta uma lista exaustiva dos recursos estilísticos presentes no texto; os exemplos que se seguem constituem uma mera orientação de classificação.

• Comparação – «o mundo parece atacado de loucura» (l. 12) – releva a incapacidade de D. Miguel em compreender a alteração do estado de coisas à sua volta.

– Ironia – «Poupe-me os seus sermões, Reverência. Hoje não é domingo e o meu senhor não é vassalo de Roma.» (ll. 35-36) – mostra, através do tom jocoso, a pouca importância que Beresford atribui ao principal Sousa e ao que ele representa.

– Adjectivação – «subversivas» (l. 8) e «revolucionários» (l. 10) – ajuda a caracterizar a mudança comportamental do povo e a entender o ambiente em que se vive.

TPC — Estudar gramática. (Terminar leitura de Memorial. Ler Felizmente há luar!)

Podemos acrescentar os 45 m. iniciais à próxima sessão de sexta?

Depois de relanceares os diversos pequenos ensaios na p. 234 (acerca de teatro épico), relê as duas primeiras notas marginais (manual, p. 242; Felizmente, pp. 15-16) explica como já demonstram essa abordagem «épica» na peça de Sttau Monteiro.

As duas primeiras notas à margem permitem associar Felizmente Há Luar! ao teatro épico. Nelas, o autor fornece informações que possibilitam compreender o efeito de distanciamento a adotar na receção da peça, destacado na utilização, entre aspas, do adjetivo «representado». Com a peça, não se pretende que o público simpatize com as personagens ou se emocione com a ação, mas que tenha «consciência de que ninguém [...] vai esboçar um gesto para o cativar», devendo manter-se lúcido para perceber a mensagem e o exemplo transmitidos.

A frase colocada entre parênteses no final da segunda nota lateral confirma, em tom metafórico, a ligação de Felizmente Há Luar! ao teatro épico. Assumindo-se a peça, representada pelos atores, como «réu» a ser julgado pelos espectadores, estes, enquanto «juízes», devem manter-se imparciais para conseguirem receber e interpretar corretamente a mensagem transmitida.