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8/18/2019 Anais Eletrônicos Simpósio Hipertexto - Eliane Fernandes Azzari e J. Gabriel Lopes
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Interatividade e Tecnologia: Multiletramentos e
Materiais Didáticos Digitais Aplicados ao Ensino de
Línguas na Escola
Eliane Fernandes Azzari1 (UNICAMP)
J. Gabriel Lopes2 (UNICAMP)
Resumo:A introdução da tecnologia e dos materiais didáticos digitais em sala deaula marca a inclusão definitiva e necessária da escola no contextotecnológico intrínseco à sociedade contemporânea, na qual a informação sepropaga de forma rápida, interativa e por meio de elementos multimodais.Tendo isso por fundamento, este estudo relata uma experiência com duasSequências Didáticas (SDs) desenvolvidas para a utilização do livro didático
digital em aulas de português e inglês. Analisamos a interação de alunos doensino médio com o material apresentado e suas reflexões a cerca dautilização dessa nova tecnologia de ensinar e aprender línguas.Palavras-chave: Ensino-Aprendizagem de Línguas, Materiais DidáticosDigitais Interativos, Sequências Didáticas.
Abstract:Inserting new technologies and interactive digital books in the classroomroutine is definitely the starting point to the most-awaited inclusion ofschools into the technological context that permeates our contemporarysociety; a society in which information spreads around in a fast andinteractive fashion, through multimodal ways. The present work reportsand analyses an experience in which two Didactic Sequences (DS) were
elaborated as a means to use the Interactive Digital book in bothPortuguese and English language lessons. We proceed to analyze theinteraction of High School students with the developed materials as well astheir own thoughts on the use of such technology to language learning andteaching.
Key-words:Language learning and teaching, Interactive Digital Books,Didactic Sequence.
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O Quadro Teórico– SDs para uma educação linguística multiletrada
Estruturar práticas de leitura e escrita que contemplem o ensino-
aprendizagem de gêneros, quer seja em língua materna ou estrangeira, através de
atividades sistematicamente organizadas. É isso o que se propõe a fazer o trabalho
com Sequências Didáticas. Conforme sugerem Dolz, Noverraz e Schneuwly
(2011[2000]), as Sequências Didáticas (SDs) deveriam
permitir o ensino da oralidade e da escrita a partir de umencaminhamento, a um só tempo, semelhante e diferenciado; propor uma
concepção que englobe o conjunto da escolaridade obrigatória; centrar-se,de fato, nas dimensões textuais da expressão oral e escrita; oferecer ummaterial rico em textos de referência, escritos e orais, nos quais os alunospossam inspirar-se para suas produção, e ser modular, para permitir umadiferenciação do ensino, a favorecer a elaboração de projetos de classe(p.81).
Tais foram as premissas que nortearam o início deste trabalho: pensar as
SDs com foco curricular direcionado para atuação e performance (projetos
colaborativos, protagonistas): um currículo "onde, ativamente, se produzem e se
criam significados sociais", como sugerido por Giroux (apud Silva, 1999, p.55). Alémdisso, acreditando que uma boa educação linguística deva exercer seu papel de
fornecer as competências e conhecimentos que os alunos necessitam para atuar na
contemporaneidade, procuramos trabalhar a leitura e a produção textual sob a
perspectiva dos multiletramentos. Acreditamos em uma concepção de letramento
que seja “um conjunto de competências culturais para construir significados sociais
reconhecíveis através do uso de tecnologias materiais particulares” (LEMKE, 2010,
p.02). De acordo com Lankshear e Knobel (2011), os letramentos multimodais emultissemióticos, intrínsecos a tecnologias digitais, apresentam um novo “ethos”
que os distinguem, de forma marcante, do conceito convencional de letramento.
Dessa forma, uma educação linguística que dê conta dos novos letramentos implica
em uma “reconfiguração de valores” em relação a uma pedagogia convencional
(Ibid., p.72), a fim de atender às necessidades do alunado pertencente à sociedade
contemporânea, na qual a informação se propaga de forma rápida e interativa.
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Para isso, advogamos uma Pedagogia de Multiletramentos que, de acordo com Copee Kalantzis
(...) foca em maneiras de representação bem mais amplas do quesomente a língua. Essas maneiras de representação diferem deacordo com a cultura e o contexto, e têm efeitos cognitivos, sociaise culturais específicos. (2005, p.22, tradução nossa)1
Para esses autores, a multimodalidade está cada vez mais presente na
construção de significados, e significados criados através do texto escrito fazem
parte de um pacote que engloba outras modalidades, como imagem e som.Tendo em mente esse quadro teórico, preparamos duas SDs diferentes para o
Ensino Médio: uma para aulas de língua materna e outra para aulas de língua
estrangeira (inglês). Utilizando os recursos oferecidos pelo livro didático digital,
formatamos e aplicamos essas SDs em sala de aula, de modo a investigar as
relações de interação dos alunos com esse material em aulas de línguas, na esfera
escolar, conforme comentamos a seguir.
SDs multimodais: trabalhando gêneros com o livro didático digital
As SDs preparadas visam o ensino / aprendizagem fundamentado em
gêneros, nas aulas de línguas, no Ensino Médio. Por gêneros, entendemos a
concepção proposta por Bakhtin (1997), como tipos relativamente estáveis de
enunciados, elaborados em uma esfera social, caracterizados por um tema, estilo,
pela construção que os compõem e a valoração que os orienta. Visando enriquecer
a experiência multimodal e atender aos requisitos de uma educação linguística
multiletrada, lançamos mão dos recursos oferecidos pelo livro didático digital.
O livro didático digital, que através do uso de diversos aplicativos como o
IBooks Author , distribuído gratuitamente pela Mac App Store
(https://itunes.apple.com/us/app/ibooks-author/id490152466?ls=1&mt=12, último
acesso em 10/10/2012), permite que se idealize SDs multimodais e interativas,
1
“A pedagogy of Multiliteracies, by contrast, focuses on modes of representation much broader than languagealone. These differ according to culture and context, and have specific cognitive, cultural, and social effects.”
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maximizando o uso de dispositivos eletrônicos como os tablets2
, em sala de aula.Esses dispositivos, com telas sensíveis ao toque, possibilitam uma maior
interatividade entre leitor e texto, reunindo recursos que vão muito além de um
simples virar de página com o toque dos dedos: é possível navegar por hipertextos
e explorar hipermídias estando, assim, apto a interagir com figuras e infográficos,
acessar vídeos e gravações de áudio, ou seja, vivenciar uma experiência de leitura
multimodal que requer letramentos múltiplos.
Ao se considerar as ações anunciadas recentemente pelo governo brasileiro3
,que visam introduzir o uso de tablets em escolas públicas, será cada vez mais
necessário atentar à formação do professor para o uso de tal tecnologia e seus
recursos, bem como isso poderá alterar, ou não, as estruturas de ensino e
aprendizagem em sala de aula. A falta de pesquisa sobre o uso dessa ferramenta
nas escolas e seus impactos pode ser ilustrada pela matéria de Breno Costa e
Renato Machado, publicada pela Folha de S. Paulo em 01/02/2012:
O MEC (Ministério da Educação) vai gastar cerca de R$ 110 milhões nacompra de tablets para serem usados em sala de aula sem ter produzidoum estudo definitivo sobre o uso pedagógico dos aparelhos. Conforme aFolha revelou ontem, o MEC iniciou na semana passada, sem alarde, umalicitação para a aquisição de 900 mil tablets. ("Sem saber como usar",Folha de S. Paulo On-line, São Paulo, 01 fev. 2012. Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/23424-mec-gasta-r-110-mi-em-tablets-sem-plano-pedagogico-previo.shtml>. Acesso em 19 agos.2012.)
Em oposição ao veiculado na matéria acima citada, a informação divulgada
no site do MEC é de que haverá cursos oferecidos a professores por especialistas de
universidades federais, sobre novas mídias, além de um acervo de materiais
disponíveis a todos os profissionais da educação, no Portal do Professor 4.
2 Podemos pensar em uma definição de Tablets como dispositivos móveis em formato de tabuletas com telas sensíveis ao
toque, que permitem a interação por gestos e oferecem conexão sem fio à Internet (AGNER, 2011, apud STUMPF,GONÇALVES, 2012).3 Segundo artigo publicado pela Folha /Uol, em janeiro de 2012, o governo anunciou a distribuição de 600 mil tablets para
alunos do ensino médio. (Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/23424-mec-gasta-r-110-mi-em-
tablets-sem-plano-pedagogico-previo.shtml >. Acesso em 19 agos. 2012); Além disso, diversas escolas particulares jáadotaram a tecnologia em suas salas de aula, como reportado no artigo “ Enfim, o badalado tablet chega à sala de aula”,daVeja On-line, São Paulo 14 Agos. 2011. (Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/tablets-chegam-as-
escolas-de-ponta-do-brasil-%E2%80%93-e-trazem-um-velho-desafio >. Acesso em 19 agos. 2012).4 “Ministério distribuirá tablets a professores do ensino médio”, Portal MEC, Brasília, 02 fev. 2012.
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Entretanto, não há, ainda, detalhamento sobre tais cursos e nem sobre a estruturados materiais disponíveis.
Até o momento, nota-se uma tendência de utilização desses tablets de
forma restritiva, isto é, como leitores de arquivos de texto (PDF, DOC, DOCX, TXT),
desconsiderando-se possibilidades muito mais ricas e complexas do suporte em
questão. Sobre essa tendência, ainda na mesma reportagem da Folha de S. Paulo, a
coordenadora do programa ministerial no Sul e no Amazonas e pesquisadora da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Léa Fagundes, afirma que adiscussão sobre a compra do aparelho poderá não incluir a instauração de novos
paradigmas:
A única audiência pública realizada pelo MEC para subsidiar a compra, emagosto, envolveu só aspectos técnicos, como sistema operacional etamanho de tela, e não as questões educacionais. O receio dela é que otablet seja usado para reforçar o padrão educacional existente. “Tenhomedo é de que os governos estejam comprando porque nele cabem 300livros didáticos. Então, o paradigma não muda”, diz. ("Sem saber comousar", Folha de S. Paulo On-line, São Paulo, 01 fev. 2012. Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/23424-mec-gasta-r-110-mi-
em-tablets-sem-plano-pedagogico-previo.shtml>. Acesso em 19 agos.2012.)
Acreditando nas possibilidades de atuação e cidadania potencialmente
oferecidas através do domínio dos gêneros digitais multimidiáticos
(COPE;KALANTZIS, 2005), desenvolvemos as SDs que compõe este estudo,
formatando-as como livros digitais. Através do aplicativo Ibooks Author , pudemos
atribuir a essas sequências recursos interativos, além de permitir aos alunos o
acesso a hipertextos e hipermídias, projetando o material para uso em Ipads.Trabalhando o conceito de “protótipos” enquanto propostas de ensino que
apresentam SDs “flexíveis e de estrutura vazada”, como propõe Rojo (2012, p.08),
as atividades propostas (tanto para aula de Língua Portuguesa quanto Inglesa),
integram textos escritos, imagens, infográficos e vídeos sobre uma mesma temática
(como exemplificam as figuras abaixo), no caso, o aquecimento global e a
Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17479 >.
Acesso em 19 ago.2012.
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sustentabilidade. Em ambos os casos, o assunto foi estudado sob diferentesperspectivas, por meio de leitura e interpretação de textos multimodais. Assim,
durante as aulas, foi possível desenvolver um estudo crítico e amplo sobre a
questão.
Para a interpretação dos textos multimodais consideramos aspectos como
escolha lexical, estruturação do texto, esferas de produção e circulação, imagens e
cores utilizadas, além da relação entre esses elementos na constituição do
discurso. Na SD para a aula de Língua Inglesa incluímos ainda o trabalho com
estratégias de leitura, como a inferência de vocabulário a partir do contexto e
através da associação multimodal (imagem / léxico), por exemplo. Houve também
uma preocupação em proporcionar a prática de gêneros orais, como o debate,
motivado a partir da discussão gerada pela prática da compreensão oral através de
vídeos.
Figura 1 - integração de textos multimodais na SD de Língua Portuguesa
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Figura 2 - Integração de textos multimodais na SD de Língua Portuguesa
Figura 3 - atividades propostas na SD de Língua Portuguesa
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O desfecho das SDs consistiu em atividades de produção de gêneros
tradicionais como carta do leitor, dissertação e também de novos gêneros oriundos
da internet, como por exemplo, a construção de um tumblr , de um fórum dediscussão na internet e também a elaboração e edição de vídeos para um
videoblog. A inclusão desses gêneros digitais permite a produção colaborativa,
atendendo ainda à perspectiva de uma educação linguística multiletrada.
Fi ura 7 - ro ostas de rodu ão textual da SD de Lín ua Portu uesa
Figura 6 - propostas de produção textual da SD de Língua Portuguesa
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Figura 9 - propostas de produção textual da SD de Língua Inglesa
Fi ura 8 - ro ostas de rodu ão textual da SD de Lín ua Portu uesa
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Investigando a interação de jovens alunos com o livro didático digital A aplicação das SDs ocorreu ao longo de 3 aulas (2 de português e uma de
inglês), com 11 alunos do 1o ano do Ensino Médio em uma escola particular na
cidade de Sorocaba, SP. Todos os alunos da turma participante têm um Ipad
disponível em sala de aula, devidamente conectado à internet, sem restrições
quanto ao acesso a endereços eletrônicos. Logo após o término das aulas
(registradas em vídeo), pedimos as estudantes participantes que respondessem a
um questionário (vide figura 10), com o intuito de registrar suas primeirasimpressões em relação ao uso do material didático digital. Além disso, fizemos
ainda entrevistas com os participantes, gravadas em áudio.
Figura 10 - questionário aplicado ao término das aulas
Perguntas da pesquisa aplicada1. Relevância dos temas discutidos nas aulas.( ) RUIM ( ) REGULAR ( ) BOM ( ) TIMO
2. Didática da(s) aula(s) registradas no seu tablet.( ) RUIM ( ) REGULAR ( ) BOM ( ) ÓTIMO
3. Qualidade do material didático utilizado.( ) RUIM ( ) REGULAR ( ) BOM ( ) TIMO
Justifique sua(s) resposta(s) ou registre contribuições sobre algumponto que lhe pareça importante ser trabalhado/discutido.4. Em sua opinião e com base na aula de hoje quais as vantagens encontradas no uso do material didático?
5. Em sua opinião e com base na aula de hoje quais as desvantagens encontradas no uso do material didático?6. Você considera relevante o uso de materiais didáticos interativos naescola? Por quê? Pense na aprendizagem e não apenas na visibilidadepara argumentar.7. Você tem alguma sugestão para a construção dos próximos materiaisdidáticos digitais a serem utilizados na escola? Pense nos assuntos quevocê gostaria de ver discutidos e no modo como isso poderia ocorrer.
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O gráfico abaixo representa as respostas dos alunos às três primeirasperguntas do questionário:
Por meio da análise do gráfico, notamos que houve boa recepção tanto do
tema tratado durante as aulas quanto na didática do material e sua qualidade. As
justificativas para os resultados apontados nos gráficos podem ser encontradas na
pergunta seguinte do questionário, por meio da qual os alunos escreveram a razão
de sua avaliação quanto ao assunto tratado, à didática e à qualidade do material
digital empregado. As respostas obtidas na aula de inglês e português, assim como
os resultados do gráfico, foram semelhantes, atendo-se a uma avaliação positiva do
tema devido à sua relevância e atualidade e pela facilidade proporcionada pelo
estudo através dos recursos oferecidos pelo material didático digital.
A seguir, destacamos algumas transcrições das respostas dadas pelos
alunos:
Figura 11 - Respostas dos participantes às 3 primeiras perguntas de pesquisa – parecersobre tema, didática e qualidade da SD em Ibook
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“Achei o Ibook bem criativo, elaborado, com informações importantes ebem explicativas sobre o tema. Muito bom..” (14 anos, fem.)
“Achei que todos os pontos foram bem trabalhados, mas principalmente osde troca de informação entre todos, pois permite-nos ver os diferentestipos de opinião, argumentos e pontos de vista.” (15 anos, masc.)
"Achei ótimo os textos trabalhados, porque muitas vezes não vemos o outrolado. Gostei bastante do trabalho com o Ipad , amei o programa, do jeitoque usamos vídeos, textos, imagens, charges..." (15 anos, fem.)
“Ótimo e extremamente atual e relevante, o material ajuda oentendimento e melhora a didática da aula” (15 anos, masc.).
Ao serem questionados sobre as vantagens encontradas no uso do material
didático digital, os alunos expuseram fatores como a facilidade de contato com
mídias diversas (vídeos, imagens, músicas), praticidade, a possibilidade imediata
de pesquisa com o fácil acesso à internet e o fato de o material didático digital no
tablet tornar as aulas mais dinâmicas e prazerosas.
“Ele [material didático digital] é de rápido e prático uso pra todos, alémda comodidade e acesso às imagens ilustrativas e diferentes vocabuláriosno texto com a opção de procurar as palavras que você não conhece. É ummeio de estudo bem melhor e interativo”. (14 anos, fem.)
“Não gastamos papeis com tudo isso apresentado. Foi muito diferente aapresentação, adorei!” (15 anos, fem.)
“Facilidade de pesquisa, de leitura, possibilidade de se colocar materialinterativo de alta qualidade (fotos, vídeo, glossário, etc.) Além de sermuito rápido e prático.” (15 anos, masc.)
“Ele [o livro digital] coloca as coisas de forma mais clara, desperta nosso
interesse e usa várias mídias para auxiliar a compreensão.” (15 anos,masc.)
Sobre as desvantagens apresentadas no uso de tal tecnologia em sala de
aula, as respostas foram praticamente unânimes ao declarar não haver
desvantagens. Entretanto, nas entrevistas individuais e em grupo feitas
posteriormente, os alunos apresentaram algumas questões a serem revistas e
pensadas como o fato de a ampla gama de informações propiciadas pelo tablet e o
livre acesso à internet poder gerar desatenção na sala e dificultar o controle do
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professor. Além disso, alguns afirmaram que o tablet e os materiais digitais podemservir como contra-incentivo à prática da escrita, principalmente da escrita a mão.
“Não tendo a possibilidade da professora “controlar” exatamente o que osalunos estão fazendo. O Ipad é um objeto com várias funções e podefacilmente dispersar a atenção, pois os alunos podem acessar outrosdados, como jogos, redes sociais, sem o conhecimento do professor” (14anos, fem.).
“Não vejo nenhuma desvantagem. Por mim todos poderiam aprender assimno Brasil” (15 anos, masc.).
"Pode ocorrer de nós acabarmos presos demais ao material digital eesquecermos de como trabalhar uma boa escrita, ou uma aula com papel ecaneta" (14 anos, fem.)
"Não vejo desvantagens, acho ótimo estarmos antenados na tecnologia, é onovo modo de aprendizagem." (15 anos, masc.)
Quanto à relevância do material didático digital interativo na escola, os
estudantes consideraram fatores como o acesso a diversas mídias, facilidade de
pesquisa imediata, interatividade e praticidade como sendo vantagens claras para o
uso dessa tecnologia na escola.
“Sim, pois ajuda aula a fluir bem, nos possibilita fazer pesquisas nainternet e ajuda com fotos e vídeos de alta qualidade” (15 anos, masc.).
“Sim, pois nos estimula a prestar mais atenção na aula e nos mostra queum tablet não é apenas diversão” (15 anos, fem.).
“Sim, pois estamos muito estagnados no método “clássico” deaprendizagem. Desta maneira, aprender se torna entender, e não somentedecorar” (15 anos, masc.).
“Sim, esse tipo de material nos chama a atenção e nos prende muito maisno assunto” (15 anos, masc.).
A última pergunta do questionário pedia sugestões relativas à construção do
material e à temática. Muitas sugestões referentes a temas aplicados ao estudo de
língua materna e estrangeira foram apresentadas, mas praticamente nenhuma
sugestão referente à estrutura do material. Em vez disso, muitos alunos reiteraram
o quanto consideraram interessantes e eficazes aulas cujos materiais são digitais e
interativos.
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"Eu, particularmente, sempre sonhei em ter aulas como essas, acheifantástico, simplesmente escola do futuro. Então não tenho o que dizerpara melhorar " (14 anos, fem.).
“Eu acho o Ibook excelente; deveríamos discutir mais sobre economia earte no futuro” (15 anos, masc.).
Considerações Finais
Diante das crescentes mudanças na sociedade atual, (sejam as que ocorrem
na esfera de trabalho, relações interpessoais ou nas novas possibilidades de
participação e exercício da cidadania), motivadas pela maneira como a informação
passou a circular através das novas tecnologias, fica claro e iminente a necessidade
de mudar a maneira de aprender e ensinar em esfera escolar. Como discutimos
anteriormente, já há uma preocupação por parte do poder público em incluir as
escolas no circuito das tecnologias digitais. Entretanto, para que isso ocorra de
maneira produtiva e eficiente, de modo a representar mais do que apenas uma
transição de livros impressos para livros digitais em formato PDF, é preciso
fornecer às escolas, aos alunos e aos professores, mais do que somente um
dispositivo como o tablet. É preciso capacitar ambos, estudantes e mestres, para
que possam usufruir ao máximo das possibilidades de aprendizagem colaborativa e
interativa proporcionada por esses dispositivos digitais.
Como percebemos através da experiência relatada neste estudo, é possível
despertar o interesse de jovens alunos para a leitura e a produção multimodais e,
ao mesmo tempo, capacitá-los para construir significados de forma crítica ao
navegar pelos gêneros digitais que circulam, ainda hoje, mais “fora” do que“dentro” da escola. Se, para a educação sob a ótica do Fordismo bastava que tanto
professores quanto alunos apenas seguissem os conteúdos estanques de livros
didáticos para, com sorte, revelarem conhecimento acumulado com um bom
desempenho em provas e exames (KALANTIZIS; COPE, 2008), hoje é preciso mais,
espera-se mais da educação. Espera-se que a educação seja capaz de suprir a
necessidade de capacitação de jovens alunos para a atuação efetiva em uma
sociedade globalizada, em que a circulação da informação exige o domínio de
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multiletramentos, para que esses jovens sejam mais do que meros expectadores.Como destacam Kalantzis e Cope
Se a imagem predominante da economia antiga era a de fábricas e
chaminés, a imagem do que se chama “nova economia” é a de um
trabalhador sentado à frente de um computador. A informação e as
tecnologias da comunicação dominam esta “economia do conhecimento”
(2008, p.199. Nossa tradução).5
Vale ainda lembrar que, além de aprender a lidar com os recursos oferecidos
pelas tecnologias inerentes aos tablets e com as possibilidades que eles oferecempara a necessária mudança nas práticas de ensinar e aprender línguas em sala de
aula, a inserção desses dispositivos na rotina escolar pode também mudar a
dinâmica das relações de interação entre professores, materiais e alunos. Como
bem lembrou uma das alunas participantes, uma das “desvantagens” do uso dos
materiais digitais pode ser o fato de que os tablets oferecem uma gama de
aplicativos que podem “distrair” os aprendizes, especialmente através do acesso à
internet e das redes sociais durante a aula. Mas, todas as tecnologias de ensinar eaprender, desde o início da história da escola enquanto instituição, sempre
representaram algum tipo de desafio para aqueles que atuam nessa esfera e,
certamente, esse também há de ser vencido (ou não?). Cabem aqui novos estudos,
novas pesquisas, a fim de investigar e entender, de forma mais profunda, o que a
presença do livro didático digital irá, de fato, representar em termos de mudança
na dinâmica da sala de aula.
Referências Bibliográficas
AGNER, L. Em busca de um olhar interdisciplinar sobre a arquitetura deinformação, a usabilidade e a metacomunicação em dispositivos móveis cominterfaces gestuais. In: SIMPÓSIO NACIONAL ABCiber, V, 2011, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2011.
5 “If the predominant image of the old economy was the factory and the smokestack, the image of the so-called ‘new
economy’ is the worker sitting in front of a computer screen. Information and communications technologies dominate this
‘knowledge economy’ ”.
8/18/2019 Anais Eletrônicos Simpósio Hipertexto - Eliane Fernandes Azzari e J. Gabriel Lopes
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1 Eliane Fernandes AZZARI, Mestranda
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)Instituto de Estudos da Linguagemelianeazzari@terra.com.br
2 J. Gabriel LOPES, aluno de pós-graduação
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)Instituto de Estudos da Linguagem,gabriellopes17@hotmail.com