Algas e Protozoários (Reino Protoctista)...O filo Rhizopoda, ou Sarcodina, compreende os...

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(Reino Protoctista)

Prof. Especialista

Felipe de Lima Almeida

As algas são incluídas no reino Protoctista;

São organismos eucarióticos, fotossintetizantes, uni ou multicelulares;

As algas vivem no mar, em água doce e em terra firme, sobre

superfícies úmidas;

São mais abundantes nas camadas mais superficiais dos mares e de

grandes lagos;

As espécies de algas multicelulares formam filamentos, lâminas ou

estruturas compactas, o talo;

Alguns talos podem atingir 60 metros de comprimento.

As células das algas são dotadas de cloroplastos;

Os cloroplastos contêm pigmentos (clorofila, xantofilas, carotenos,

etc.);

Todo cloroplasto apresenta clorofila a, essencial ao processo de

fotossíntese;

Podem apresentar clorofila acessória, que são designadas pelas

letras b, c e d;

A maioria das algas possuem parede celular, composta de celulose,

combinadas com substâncias como ágar, carragenina, carbonato de

cálcio, etc.

(Clorofíceas ou algas verdes)

Constituem um dos filos mais diversificados, com cerca de 8 mil

espécies descritas;

A cor varia de verde intenso até tons de verde acastanhado ou

acinzentado;

Uma espécie conhecida no litoral brasileiro é a Ulva lactuca,

popularmente conhecida como alface-do-mar;

A maioria é aquática, com espécies marinhas e de água doce;

Algumas espécies vivem em ambientes úmidos, como barrancos,

tronco de árvores nas florestas, ou até mesmo na superfície da neve;

Alga verde multicelular comum no litoral do Brasil. Ulva lactuca.

Algumas espécies de clorofícea vivem em associação com fungos,

formando liquens;

Outras vivem no interior de células de animais, principalmente de

cnidários de água doce com a Hydra. São conhecidas como

zooclorelas;

(feofíceas ou algas pardas)

Todas as espécies de feofíceas são multicelulares e vivem no mar;

Seu tamanho varia de poucos centímetros a mais de 60 metros de

comprimento;

Nos mares tropicais há poucas espécies de feofíceas, entre as quais

se destacam as do gênero Sargassum;

A cor vai do bege-claro ao marrom-amarelado;

Algumas espécies acumulam carbonato de cálcio na parede celular, o

que lhes confere um aspecto petrificado rígido.

Sargassum sp. Podem atingir cerca de 30 cm de comprimento.

(rodofíceas ou algas vermelhas)

Compõem um grupo bastante diversificado, com cerca de 6 mil

espécies descritas, a maioria multicelular;

São abundantes nos mares tropicais, mas também ocorrem em água

doce e em superfícies úmidas;

A cor pode variar desde o vermelho até roxo-escuro, quase preto;

Certas espécies acumulam carbonato de cálcio nas paredes

celulares, o que torna seu talo rígido e de aspecto petrificado;

Muitas vivem em recifes de coral e absorve parte da energia das

ondas, tornando o ambiente tranquilo.

Callophylis laciniata. Esta espécie atinge cerca de 15 cm de comprimento.

(diatomáceas)

São organismos unicelulares, embora algumas espécies cheguem a

atingir até 2 mm;

A maioria vive em mares de águas frias, mas há espécies de água

doce;

As células das diatomácea são recobertas por uma carapaça, a

frústula, constituída por dióxido de silício;

A frústula é formada por duas partes encaixadas;

Coloração vai desde o dourado ao marrom-esverdeado;

As principais substâncias de reservas são óleos;

Frústula.

Em certas regiões do fundo marinho as carapaças de diatomáceas

acumularam-se ao longo de milhares de anos, formando camadas

rochosas compactas conhecidas como terras de diatomáceas (ou

diatomito):

(crisofíceas ou algas douradas)

A maioria é unicelular, e há tanto espécies marinhas como de água

doce;

Possuem aspecto dourado;

Em certos aspectos, as crisofíceas assemelham-se às diatomáceas e,

em outros, às feofíceas;

A classificação desse grupo ainda é controvérsia;

Em muitas classificações as crisofíceas são reunidas com as

diatomáceas.

Algas douradas coloniais do gênero Dinobryon..

(euglenoides)

São organismos unicelulares livre-natantes, a maioria de água doce;

Eles não têm parede celular e sim uma película flexível;

Possuem dois flagelos, um muito curto e outro longo;

Certas espécies apresentam perto da base do flagelo, uma estrutura

pigmentada, o estigma ou ocelo;

A maioria também possui o vacúolo contrátil, responsável pela

eliminação periódica do excesso de água:

Representação esquemática do euglenoide Euglena viridis.

Imagem microscópica do euglenoide Euglena viridis.

(dinoflagelados)

São seres unicelulares, a maioria marinha;

Junto com as diatomáceas, constituem parte importante do plâncton

oceânico;

Possuem dois flagelos, que utilizam para se deslocar em rápidos

rodopios sobre si mesmo;

Outra denominação do filo ainda utilizada em muitas classificações é

Pyrrophyta;

A célula é revestida por placas de celulose que formam uma armadura

denominada lórica;

Algumas espécies, as zooxantelas, vivem dentro de células de

protozoários e certos animais marinhos;

Um dinoflagelado particularmente interessante é Noctiluca sp.,

responsável pela bioluminescência do mar;

Bioluminescência marinha causada pelo Noctiluca sp.

Diversas espécies de dinoflagelados são responsáveis pela maré-

vermelha:

(carofíceas)

São algas multicelulares de água doce;

Cor esverdeada às vezes tendendo para o castanho-acinzentado;

Crescem ancoradas a fundos submersos;

A maioria acumula carbonato de cálcio nas paredes das células, o que

lhes confere um aspecto áspero e petrificado;

A classificação é controversa e alguns autores as incluem no filo das

clorofíceas.

Representante das carofíceas, gênero Nitella.

Nas algas unicelulares, o mecanismo básico de reprodução é a

divisão binária;

Em muitas algas filamentosas, a reprodução assexuada ocorre pela

fragmentação do talo.

É comum, principalmente em algas multicelulares, a reprodução por

meio de zoosporia;

Estes se libertam da alga que os formou e nadam até atingir locais

favoráveis, onde se fixam e originam novos talos.

Micrografia de filamentos de Ulothrix sp. ao microscópio óptico.

A reprodução sexuada das algas envolve, como nos outros seres

eucarióticos, a fusão de dois gametas haploides;

Em algas unicelulares como Chlamydomonas sp., cada organismo

comporta-se como um gameta.

Dois indivíduos sexualmente maduros, haploides, fundem-se e

originam uma célula diploide (zigoto) contida no interior de um

envoltório, o zigósporo.

Alga verde unicelular Chlamydomonas sp.

Em certas espécies de algas filamentosas ocorre um processo de

reprodução sexuada denominado conjugação:

Micrografia de filamentos de Spirogyra sp. em conjugação.

No ciclo de vida de muitas algas multicelulares alternam-se gerações

de indivíduos haploides (n) e diploides (2n), fenômeno denominado

alternância de gerações;

Talos de Ulva lactuca sobre uma rocha.

Estima-se que as bactérias e as algas planctônicas sejam

responsáveis por quase 90% da fotossíntese realizada no planeta.

Diversas espécies de alga são comestíveis;

As mais utilizadas como alimento são as pardas, as vermelhas e as

verdes, apreciadas principalmente pelos povos orientais;

Uma alga parda muito consumida no Japão é a Laminaria japonica,

conhecida como kombu, rica em glutamato de sódio, substância que

acentua o sabor dos alimentos;

Várias espécies da alga vermelha do gênero Porphyra, depois de

secas e prensadas, transformam-se em folhas usadas na preparação

de sushis e de outros pratos da culinária japonesa.

Foto da alga parda Laminaria hyperborea, espécie marinha comestível

conhecida na culináriajaponesa como kombu.

Depois de seca e prensada, transforma-se em folhas com as quais se prepara o

sushi, prato típico da culinária japonesa

Também pode ser preparado o temaki.

De algas vermelhas extraem-se duas substâncias economicamente

importantes, o ágar e a carragenina.

O ágar é um polissacarídio coloidal com diversas aplicações na

indústria de alimentos e na pesquisa científica.

A carragenina é semelhante ao ágar e também utilizada na indústria,

principalmente para manter a estabilidade de emulsões.

Placas de Petri com gel de ágar e nutrientes, utilizadas para o cultivo de

bactérias. Os pontos claros sobre o gel da placa são colônias de bactéria.

Grupo de organismos unicelulares heterotróficos com tamanho entre 2

µm e 1 mm;

A maioria dos protozoários é aquática e vive em água doce, água

salgada, regiões lodosas e terra úmida;

Algumas espécies são parasitas, habitando o interior do corpo de

animais invertebrados e vertebrados, em muitos casos provocando

doenças;

Há também protozoários que mantêm relações de troca de benefícios

com outros seres vivos;

Os protozoários são heterotróficos e se alimentam tanto da matéria

orgânica de cadáveres como de microrganismos vivos, como

bactérias, algas e outros protozoários;

No sistema de classificação que adotamos, os protozoários estão

distribuídos em seis filos do Reino Protoctista.

(amebas)

O filo Rhizopoda, ou Sarcodina, compreende os rizópodes,

protozoários que se locomovem por meio de expansões

citoplasmáticas denominadas pseudópodes;

Há espécies de rizópodes que vivem em água doce ou no mar,

deslocando-se sobre os fundos e a vegetação submersa;

Certas espécies de ameba vivem no corpo humano sem causar

prejuízo, em uma relação que os biólogos chamam de comensalismo;

Exemplos de amebas comensais humanas são Entamoeba gengivalis,

que vive na boca, e Entamoeba coli, que vive no intestino;

No entanto, a Entamoeba histolytica é parasita e, ao instalar-se no

intestino humano, provoca a doença conhecida como amebíase.

Micrografia de Arcella sp.

(radiolários e heliozoários)

Reúne os actinópodes, que se caracterizam por apresentarem

pseudópodes afilados, os axópodes, sustentados por um eixo central

e que se projetam como raios em torno da célula;

Há dois grupos de actinópodes: radiolários e heliozoários;

Os radiolários vivem exclusivamente no mar, constituindo um

importante componente do plâncton, ao passo que a maioria dos

heliozoários vive em água doce;

A abundância de radiolários, tanto hoje como no passado, é

evidenciada pelas extensas camadas de esqueletos desses

microrganismos acumuladas no fundo oceânico;

Representante de um radiolário.

Heliozoários são esféricos e podem ou não ser dotados de estruturas

esqueléticas;

Eles se diferenciam dos radiolários por não apresentarem cápsula

esférica central;

Algumas espécies vivem no fundo de lagos de água doce ou sobre a

vegetação submersa, capturando ativamente alimento por fagocitose,

realizada por seus pseudópodes afilados.

Representante de um heliozoário.

(foraminíferos)

Reúne os foraminíferos, protozoários dotados de uma carapaça

externa constituída de carbonato de cálcio, quitina ou mesmo de

fragmentos calcários ou silicosos selecionados da areia pelo

protozoário;

A carapaça apresenta numerosas perfurações, pelas quais se

projetam pseudópodes finos e delicados, utilizados na captura de

alimento;

A maioria dos foraminíferos vive no mar; muitas espécies flutuam,

constituindo parte importante do plâncton, enquanto outras vivem

sobre algas e animais ou rastejam no fundo;

A presença de determinados foraminíferos está relacionada a rochas

sedimentares que contêm petróleo.

Micrografia do foraminífero Elphidium crispum ao microscópio eletrônico de

varredura

(apicomplexos ou esporozoários)

Reúne os apicomplexos, protozoários parasitas, destituídos de

estruturas locomotoras e dotados, em algum estágio do ciclo de vida,

de uma estrutura celular proeminente, o complexo apical (daí o

nome do grupo);

O complexo apical desempenha papel importante na penetração

desses protozoários parasitas nas células hospedeiras;

Algumas espécies causam doenças em aves e mamíferos, inclusive

na espécie humana, e também em invertebrados, como insetos e

minhocas;

Os representantes mais conhecidos dos apicomplexos estão os do

gênero Plasmodium, causadores da malária, o Toxoplasma gondii,

causador da toxoplasmose, e o Pneumocystis carinii, causador de

uma forma de pneumonia que ataca pessoas com deficiência do

sistema imunitário.

Micrografia ao microscópio eletrônico de transmissão de corte de célula

infectada por Toxoplasma gondii, causador da toxoplasmose

(flagelados)

Também conhecido por Flagellata, compreende os flagelados,

protozoários que se locomovem por meio de estruturas filamentosas

em forma de chicote, os flagelos;

Alguns têm vida livre, utilizando os flagelos para nadar e capturar

alimentos por fagocitose; outros são sésseis, vivem fixados a um

substrato e com o movimento do flagelo criam correntes líquidas, que

atraem partículas de alimento;

Diversas espécies de flagelados são parasitas e causam doenças em

animais e seres humanos.

Entre os flagelados parasitas humanos destacam-se: Trypanosoma

cruzi, causador da doença de Chagas; Leishmania brasiliensis,

causador da leishmaniose tegumentar; e Trichomonas vaginalis,

causador de inflamações e corrimentos vaginais.

Certos flagelados, como os do gênero Trichonympha, vivem no tubo

digestório de baratas e cupins em uma relação de troca de benefícios

(mutualismo) com esses animais.

(ciliados)

Compreende os ciliados, protozoários dotados de estruturas

locomotoras filamentosas geralmente mais curtas e mais numerosas

que os flagelos, os cílios;

Ciliados têm mais de um núcleo por célula, um deles maior, o

macronúcleo, e um ou mais núcleos menores, os micronúcleos;

A maioria dos ciliados tem vida livre. Entre as pouquíssimas espécies

parasitas destaca-se Balantidium coli, que parasita o intestino do

porco e pode, eventualmente, contaminar a espécie humana,

provocando a infecção intestinal conhecida como balantidiose;

Certos ciliados vivem no tubo digestório de animais ruminantes, como

bois, carneiros, cabras, girafas etc., auxiliando a digestão da matéria

vegetal e servindo, eles próprios, de alimento para seus hospedeiros.

Micrografias ao microscópio óptico do ciliado parasita Balantidium coli

A maioria dos protozoários de vida livre reproduz-se assexuadamente

por divisão binária:

Quase todas as espécies de protozoários apresentam processos

sexuais;

No tipo mais comum de reprodução sexuada, dois indivíduos de sexos

diferentes fundem-se e formam um zigoto, que posteriormente passa

por meiose e reconstitui novos indivíduos, geneticamente

recombinados;

O paramécio apresenta um processo sexual elaborado, denominado

conjugação, que, apesar de não resultar diretamente em aumento do

número de indivíduos, é tradicionalmente considerado um tipo de

reprodução sexuada, pois promove a recombinação genética entre

indivíduos;

Nos esporozoários geralmente há alternância entre formas sexuadas

e assexuadas. Muitas espécies são capazes de produzir esporos

resistentes, que infestam o hospedeiro.

Representação esquemática do ciclo de Entamoeba histolytica, protozoário

parasita do intestino humano e causador da disenteria amebiana (amebíase).