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ADAPTAÇÕES NA DISTÂNCIA DA LINHA DE LANCES LIVRES E 3 PONTOS DO
BASQUETEBOL PARA ESCOLARES.
Nilton José Farias
RESUMO
Esta pesquisa de caráter descritivo objetivou analisar e propor uma distância apropriada para a linha de lances livres e para a linha de três pontos do basquetebol, para escolares na faixa etária de 11 a 14 anos. Assim, o presente estudo teve como foco identificar as contribuições para o desenvolvimento psicossocial e melhoria na performance com as adaptações nas referidas regras. A amostra da pesquisa foi composta por 40 jovens basquetebolistas masculino e feminino de escolas públicas, com no mínimo 18 meses de experiência, com idades entre 11 e 14 anos. Para levantamento dos dados foram utilizados testes de performance e análise qualitativa da mecânica do arremesso tipo jump em três diferentes distâncias para o lance livre (3,22 metros, 3,70 metros e 4,22 metros) e linha de três pontos (5,25 metros, 5,75 metros e 6,25 metros), medidos a partir do centro do aro. Os resultados demonstraram que para a faixa etária de 13 e 14 anos a distância 3,70 metros para o lance livre e 5,75 metros para a linha de três pontos podem contribuir para a melhoria técnica e desenvolvimento da auto eficácia dos educandos. Para a faixa etária de 11 e 12 anos, a distância para a linha de lance livre mais apropriada, para a amostra do estudo, foi de 3,70 metros e para a linha de três pontos a distância foi de 5,25 metros.
Palavras-chave: Basquetebol. Distância do Arremesso. Linha de lance livre. Linha de 3 pontos.
ABSTRACT
The goal of this descriptive research is analyse and propose an appropriate distance for the free-throw line and of three-point line of the basketball for students between 11 and 14 years old. Thus, the purpose of this study is identify the contributions for the development psychosocial and improve in the performance with the adaptations in the referred rules. Forty young students, boys and girls, of public school that practice basketball by about 18 months approximately. For data collections was used tests of performance and quantitative analysis of mechanical of jump throw in three different distances for free-line throw (3,22 meters, 3.70 meters and 4.22 meters) and three-points line (5.22 meters, 5.75 meters and 6.25 meters), measured from of the hoop. The results demonstrate that the range age between 13 and 14 years old the distance to 3.70 meters for free-throw and 5.75 meters for the three-point line can contribute for the improvement of the technique and development of the self efficiency of the students. For the age between 11 and 12 years old the distance for the free-line throw more appropriate, for the sample of this study, was 3,70 meters and for the three-point line the distance was 5.75 meters.
Key-words: Basketball. Distance of throw. Free-throw line. Three-point line.
INTRODUÇÃO
As questões centrais da aprendizagem motora e performance nos esportes
coletivos, como o basquetebol, e suas implicações no desenvolvimento dos
educandos estão relacionadas à diversas variáveis importantes. Entre elas estão os
aspectos ergonômicos dos objetos utilizados como o tamanho e peso da bola
(OKAZAKI, 2004), as adaptações no ambiente e nas regras como a dimensão da
quadra e áreas, altura do aro, tempo de jogo, número de jogadores e distâncias de
linhas referenciais.
O basquetebol por excelência é um esporte que sofre continuas modificações
em suas regras oficiais. Entretanto, as mudanças relacionam-se à categoria adulta
e, até mesmo em competições oficiais, como é o caso dos Jogos Colegiais do
Estado do Paraná, são feitas poucas ou nenhuma adaptação nas variáveis já
citadas. Nas escolas, por questões diversas, a altura fixa do aro e a existência de
uma única referência das linhas e áreas pode afetar diretamente o interesse e a
participação no esporte, além do auto-conceito dos praticantes.
A adaptação de regras, sua função e entendimento de acordo com a faixa
etária é uma condição pedagógica essencial para a compreensão das fases de
desenvolvimento da criança e do jovem, auxíliando nas tomadas de decisão no
ensino de jogos e esportes. Okazaki (2004) salienta que se as condições de
aprendizagem na fase de iniciação fossem adequadas às crianças e suas limitações,
as habilidades não sofreriam um atraso do aprendizado e os padrões de
coordenação seriam mais próximos do atleta mais experiente.
Ao abordarem a pedagogia e metodologia do ensino do basquetebol Oliveira
e Paes (2004) afirmam que os principais problemas deste esporte no Brasil são a
especialização precoce, o desrespeito às fases de desenvolvimento da criança, o
ensino fragmentado e a falta de um processo de ensino para a tomada de decisão
frente à imprevisibilidade. No ensino do basquetebol devem ser observadas as
etapas de iniciação e treinamento especializado e a sua subdivisão em fases de
acordo com as idades biológica, escolar, cronológica e as categorias competitivas.
Os autores denominam a primeira fase de iniciação I e têm como referência o
intervalo etário de 7 a 10 anos; a iniciação II congrega a idade cronológica de 11 e
12 anos e a iniciação III a faixa etária de 13 e 14 anos. Portanto, a faixa etária a que
se propõem este estudo concentra-se na fase de iniciação e não na especialização.
Neste tocante, Gallahue e Ozmun (2005) dizem que as idades de 11 a 13 anos, e de
14 anos em diante, corresponde a fase motora especializada e aos estágios de
aplicação e de utilização permanente, enfocando maior precisão, exatidão e controle
motor. Segundo Bompa (2002 a; 2002 b) entre 11 e 14 anos, fase de formação
esportiva, os programas de esportes devem enfatizar e reforçar o desenvolvimento
das habilidades proporcionando situações em que sejam possíveis aplicar técnicas e
táticas e não enfatizar a vitória, tomando-se todo o cuidado para não expor o jovem
à situações humilhantes.
Para Gallahue e Ozmun (2005) a participação precoce em esportes não traz
prejuízos ao desenvolvimento da criança, porém, a especialização precoce pode
acarretar problemas de ordem motora ao indivíduo. Crianças e jovens somente
deveriam participar de competições quando fossem capazes de atingir os resultados
esperados pelo seu nível de preparação, sendo contra indicado a busca de altos
resultados e a especialização precoce (FILIN, 1996).
O esporte para crianças e jovens deve ser analisado em multiplas áreas do
conhecimento, pela sua complexidade (DANTAS, 2003). A pedagogia do esporte, a
psicologia, a fisiologia, a aprendizagem e desenvolvimento motor são áreas
fundamentais para aqueles que trabalham com o esporte, seja qual for sua
concepção de educação fisica, como bem o salientam Greco e Benda (1998).
Com o intuíto de analisar a influência de várias distâncias sobre o
desempenho no arremesso tipo jump de escolares, e propormos uma distância
compatível com as características do desenvolvimento da amostra do estudo,
definimos o problema: “as adaptações na distância da linha de lance livre e linha de
três pontos para escolares experientes de 11 a 14 anos de idade, melhoram os
índices de desempenho técnico no arremesso tipo jump?”
Define-se os objetivos específicos:
- Propor três distâncias de linha de lances livres no basquetebol a serem analisadas
para educandos de 11 a 14 anos de idade de escolas públicas.
- Propor três distâncias de linha de três pontos no basquetebol a serem analisadas
para educandos de 11 a 14 anos de idade de escolas públicas.
- Analisar a qualidade do arremesso tipo jump em cada distância proposta para a
linha de lance livre e linha de três pontos.
- Analisar o desempenho de acertos em cada distância da linha de lance livre
proposta no estudo.
- Analisar o desempenho de acertos em cada distância da linha de três pontos
proposta no estudo.
- Comparar a qualidade do arremesso tipo jump nas três distâncias estabelecidas da
linha de lance livre.
- Comparar a qualidade do arremesso tipo jump nas três distâncias estabelecidas da
linha de três pontos.
- Comparar o número de cestas convertidas nas três distâncias de lances livres por
agrupamento etário.
- Comparar o número de cestas convertidas nas três distâncias de três pontos por
agrupamento etário.
REVISÃO DE LITERATURA
A Infância e Adolescência e o Sentido da Regra
A importância da prática de esportes por crianças e adolescentes tem entre
seus argumentos a melhoria da qualidade de vida, maior rendimento escolar,
formação da personalidade através de normas e regras de conduta, e
desenvolvimento das qualidades volitivas como a perseverança e a competitividade,
que pode ser transferida para a vida social preparando o jovem para a sociedade
(FERRAZ, 2002). Para que todos esses aspectos positivos tenham sua efetividade e
colaborem para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, a iniciação esportiva
deve ser muito bem planejada por parte dos adultos, com uma orientação
cuidadosa e de acordo com a faixa etária e maturidade. De acordo com Castro
(1999), apud Marques e Kuroda (2000) o desaparecimento da infância se deve às
responsabilidades e deveres inadequados que esta população tem assumido,
tornando-se adultas antes do que deveriam.
O fenômeno esportivo para crianças não está desvinculado dos problemas
anteriormente apontados. Marques e Kuroda (2000), citando De Rose Jr (1994),
dizem que há uma relação dialética entre o desenvolvimento da criança e as tarefas
a elas dirigidas. Para o desempenho de uma tarefa a criança deve apresentar as
condições básicas nos domínios motor, emocional, social e cognitivo ao mesmo
tempo em que a própria tarefa estimula e acrescenta desafios para o
desenvolvimento.
No esporte e no jogo as regras são aspectos fundamentais para a criação de
situações apropriadas para o desenvolvimento dos jovens. Segundo Ferraz (2002,
p.29) “a regra é a normatização da relação entre dois ou mais elementos”. De Faria
(2001) afirma que o jogo possibilita o estudo de fenômenos como a prática e
consciência das regras, ou seja o modo e a validade e obrigatoriedade destas, pois
isto implica um comportamento moral. Ferraz (2002) esclarece que toda regra moral
implica necessariamente em uma prática e uma consciência e que no jogo infantil,
apesar de estar presente o componente moral expresso no respeito e honestidade,
difere das regras genuinamente morais pelo seu caráter mutável, sendo portanto,
uma norma já que o não cumprimento das mesmas implica em sanções previstas no
regulamento do jogo.
Ferraz (2002) lembra que um dos principais componentes do jogo é o
respeito às regras e a exigência da eficácia como alcançar o objetivo de vencer.
A análise do desenvolvimento da compreensão da regra é importante pois
tenta responder a questões mais amplas como as condições educativas adequadas
para que os jovens possam participar de eventos esportivos. Ferraz (1997) analisou
o desenvolvimento da prática e da consciência das regras, baseado em Piaget
(1932). Para o autor o desenvolvimento da prática das regras obedece a quatro
níveis: a) motor individual: o jogo não apresenta uma relação social; b) egocêntrico:
há uma tênue aplicação das regras porém quase sempre não há perdedores; c)
cooperação nascente: as regras são respeitadas obrigatoriamente; d) codificação
das regras: o jogador pode utilizar a regra para melhor aproveitar as vantagens
táticas.
Em relação a consciência das regras as crianças e jovens apresentam uma
diferenciação em função da idade e maturação. “A consciência passa da não-
obrigatoriedade para a obrigatoriedade sagrada e finalmente chega à etapa da
obrigatoriedade devido ao consentimento mútuo” (FERRAZ, 1997, p. 36). O autor
conclui dizendo que a mudança nas regras se dá quanti e qualitativamente,
principalmente, pela mudança expressa pela consciência. De Faria (2001, p. 125)
defende que “a partir dos 10 -11 anos, a regra pode ser modificada ou inventada em
função das necessidades e tendências do grupo dos jogadores”.
O Desenvolvimento Psicossocial da Criança e Adolescente
De acordo com Kaneta, Cillo e Figueiredo (2006) até a década de 80 os
programas de esporte para crianças eram organizados por pessoas que
reproduziam suas próprias experiências. Nesta mesma década a Educação Física
passou a ter um caráter mais humanizante e novas concepções emergiram em
contraposição à exacerbação do tecnicismo (DARIDO e RANGEL, 2005), surgindo
uma preocupação com o trabalho individualizado e multidisciplinar e respeitando-se
as características do desenvolvimento do indivíduo.
No período entre sete e doze anos de idade, começo da escolarização e da
prática formal do esporte em escolinhas ou nas aulas de Educação Física, o
indivíduo começa a adquirir as primeiras noções de comportamento social e a
avaliar seu próprio desempenho diante de seu grupo (KANETA, CILLO e
FIGUEIREDO, 2006).
Logo, os conteúdos da Educação Física, como o esporte e o jogo, carregam
variáveis psicológicas importantes como a autoestima e a autoavaliação
constituindo-se em fatores que contribuem para desenvolvimento psicossocial do
indivíduo. Segundo Okazaki (2005, p.4), citando Coopersmith (1967) a auto-
avaliação pode ser definida como sendo a “avaliação que o indivíduo faz, e que
habitualmente mantém, em relação a si mesmo. Expressa uma atitude de aprovação
ou desaprovação e indica o grau em que o indivíduo se considera capaz, importante
e valioso”.
Papalia, Olds e Feldman (2006), citando Erikson (1982), dizem que um dos
principais contribuintes para a autoestima na terceira infância é a capacidade ou
competência que tem a criança em lidar com a produtividade e a inferioridade na
resolução de problemas e tarefas. Harter (1985), citado por Papalia, Olds e
Feldman (2006), afirma que o apoio social de pais, colegas, amigos e professores,
nesta ordem, influenciam a autoestima, porém, não compensam uma autoestima
negativa. Desta forma, mesmo com o apoio das pessoas mais próximas da criança
sua auto-estima irá sofrer por sua preocupação excessiva com o fracasso atribuido
às suas próprias deficiências. Por outro lado, crianças que possuem uma elevada
autoestima atribuem o fracasso inicial a fatores extrínsecos e procuram diferentes
formas e estratégias para atingir o objetivo.
Para Samulski (2002, p. 117), há uma estreita relação entre a motivação e
percepção de competência uma vez que “auto-estima, percepção da própria
competência e percepção de controle influenciam o nível de motivação atual”.
Entretanto, o nível destas variáveis se encontram relacionadas com alguns estados
emocionais como a alegria e satisfação, não as influenciando diretamente.
De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2006), a adolescência, que tem
início aos onze ou doze anos de idade e estende-se até catorze anos, oferece
desafios e oportunidades de crescimento – físico, cognitivo, social, autonomia, auto-
estima e intimidade. O esporte infanto-juvenil proporciona implicações significativas
para esta população, com consequências para sua auto-estima e seu
desenvolvimento social. A razão disso é a intensidade com a qual a criança participa
das atividades esportivas. Como o pico de participação em atividades esportivas é
atingindo entre dez e treze anos toda a experiência da criança neste campo pode
trazer efeitos sobre a sua personalidade e desenvolvimento psicológico (WEINBERG
e GOULD, 2008).
Dentre as várias preocupações dos professores que trabalham com a
iniciação esportiva a desistência do esporte por parte da criança é uma das mais
frequentes. Uma das razões para o abandono da prática esportiva é a baixa
percepção de competência. “Ou seja, as crianças com percepções de baixa
capacidade de aprender e de realizar habilidades esportivas não praticam esporte
(ou desistem), enquanto aquelas que persistem têm níveis mais elevados de
competência percebida” (WEINBERG e GOULD, 2008, p. 534).
Menocin Junior (2003) afirma que um dos fatores para o abandono da
prática do basquetebol, por jovens atletas da cidade de Curitiba, é de ordem
motivacional tendo como uma das causas o repetido insucesso.
A auto-eficácia pode ser outro fator preponderante para a permanência de
jovens dentro do esporte. Gallahue e Ozmun (2005, p. 328) enfatizam que o
autoconceito é “um aspecto importante do comportamento afetivo da criança que é
influenciado pelo mundo dos jogos, das brincadeiras e dos movimentos vigorosos”.
Para Ribeiro (2004) apud Souza e Souza (2004, p. 12), a auto-eficácia
refere-se ao “juízo pessoal que os indivíduos fazem acerca de quanto são capazes
de organizar e implementar atividades, em situações desconhecidas, possíveis de
conter elementos ambíguos, imprevisíveis e geradores de estresse.” De acordo com
Weinberg e Gould (2008, p. 349) a teoria da auto-eficácia de Bandura “fornece um
modelo para o estudo do efeito da autoconfiança no desempenho esportivo, na
persistência e no comportamento”. Weinberg e Gould (2008, p. 349) afirmam
também que a teoria da auto-eficácia é uma “abordagem interacional, por meio da
qual a auto-eficácia (um fator pessoal) e determinantes ambientais interagem para
produzir mudanças de comportamento de maneira recíproca”.
Weinberg e Gould (2008) dizem que as fontes de auto-eficácia são as
realizações de desempenho, experiências indiretas, persuasão verbal, experiências
imaginativas, estados fisiológicos e estados emocionais. As realizações de
desempenho dizem respeito aos resultados das experiências. Os fracassos levam a
uma expectativa de eficácia mais baixa contrariamente se os resultados fossem
positivos. Um professor tem a possibilidade de auxiliar seu aluno a experimentar a
sensação de desempenho positivo alterando o meio ambiente da prática. Pode, por
exemplo, “incentivar a auto-eficácia alterando as condições e as regras do jogo para
que um atleta experimente o sucesso” (WEINBERG E GOULD, 2008, p.351). As
experiências indiretas são as demonstrações ou modelagem. O arremesso tipo jump
é um movimento complexo que exige uma perfeita coordenação de movimentos. As
demonstrações neste caso facilitariam a aprendizagem e a auto eficácia. Segundo
Weinberg e Gould (2008) citando Bandura (1974) a modelagem compreende um
processo de quatro estágios: atenção, retenção, reprodução motora e motivação. A
atenção exige o respeito pela pessoa observada, o interesse, a visão e audição. A
retenção é a memorização do gesto, a reprodução e realização coordenada do gesto
motor. Finalmente, a motivação é a chave para a demonstração positiva do gesto e
alcance do objetivo.
A persuasão verbal consiste no encorajamento para a realização da tarefa.
As experiências imaginativas podem influenciar o desempenho, bem como o estado
fisiológico e emocional. “Estados emocionais positivos, como a felicidade, a alegria,
e a tranquilidade têm mais probabilidade de aumentar julgamentos de eficácia do
que estados emocionais negativos, como a tristeza, a ansiedade e a depressão”
(MADDUX e MEIER, 1995, apud WEINBERG E GOULD, 2008, p.353).
Soares, Vieira e Gaion (2007) ao analisarem a influência do esporte na
percepção de competência de crianças de 10 a 12 anos, praticantes de basquetebol,
concluiram que a prática esportiva pode contribuir com a formação da percepção de
competência dos sujeitos. Grisa e Gaion (2007) encontraram resultados positivos na
percepção de competência entre escolares, na faixa etária de doze a catorze anos
praticantes de esporte, sugerindo que esta atividade pode contribuir para o melhor
desempenho motor e percepção de competência.
Em outro estudo, Caetano e Santos (2007) analisaram o tempo de
envolvimento motor dos alunos nas aulas de educação física e a sua percepção de
competência. Os autores verificaram que os alunos com maior envolvimento eram
aqueles com maior percepção de desempenho. Salientam também que a colocação
de tarefas apropriadas ao nível dos alunos promovem experiências positivas,
levando a sentimentos de habilidade e competência.
O Crescimento Físico de Crianças e Adolescentes
O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei no 8.069, de 13 de julho de
1990, considera como criança toda pessoa com até doze anos incompletos e
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade (ECA, 1990).
Segundo Guedes e Guedes (2006, p. 35) os indicadores do “crescimento
físico são pré-requisito para a otimização do processo de desenvolvimento no
organismo jovem, sobretudo no que se refere ao desenvolvimento motor”. Os
autores, citando Tanner (1962), afirmam que o componente genético é indiscutível
no processo de crescimento, porém, outros fatores como a alimentação, atividade
física e estímulos psicossociais podem modificar o determinante genético.
De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2006), a terceira infância tem
como característica uma redução na velocidade do crescimento em altura e peso
quando comparado à fase anterior. As meninas experimentam um rápido
crescimento de peso e altura entre 9,5 e 14,5 anos de idade, com média de 10 anos
de idade, e os meninos passam pelo surto de crescimento entre 10,5 e 16 anos de
idade, com média aos 12 ou 13 anos. Assim, as meninas com idade entre 11 e 13
anos são mais altas, pesadas e fortes que os meninos da mesma faixa etária.
Neste processo de desenvolvimento, Massa e Ré (2006) salientam que
durante o surto de crescimento as meninas tendem a estar dois anos à frente dos
meninos, sendo ultrapassadas em seus valores médios pelos meninos após o pico
de velocidade em estatura. Por essa razão, Barbanti (2005) afirma que competições
entre meninos e meninas, em certas faixas etárias, não seriam justas porém, é
possível a realização de atividades físicas e esportivas em conjunto.
Gallahue e Ozmun (2005), citando Malina e Bouchard (1991), dizem que os
meninos alcançam sua estatura adulta por volta dos 18 anos e as meninas aos 16
anos, e salientam que o desenvolvimento é influênciado pela idade contudo,
independe dela. Esta constatação torna a idade cronológica incompatível e insegura
como único parâmetro para a seleção de equipes desportivas.
A velocidade do aumento de peso na adolescência é mais acentuada nos
meninos, devido basicamente ao aumento na estatura e massa muscular. Em
meninas o ganho no peso deve-se ao aumento de tecido adiposo e altura. Todavia,
a interpretação de resultados desta variável deve ser cautelosa pois é grande a
influência dos fatores ambientais e a preocupação estética do adolescente
(GALLAHUE e OZMUN, 2005).
Devemos observar ainda dentro do desenvolvimento normal o crescimento
adiantado e tardio (BARBANTI, 2005). Crianças com desenvolvimento normal, a
idade biológica e o crescimento físico são coincidentes entretanto, tanto a
aceleração e atraso no crescimento físico e biológico podem ter uma variação de um
ou mais anos (BARBANTI, 2005; WEINECK, 2003).
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP, 2009) citando o National
Center for Health Statistics (NCHS), utiliza-se de seus dados para análise do
desenvolvimento da estatura e peso. O quadro 1 apresenta os intervalos referenciais
de estatura e peso para o gênero masculino e feminino para a idade cronológica de
11 a 14 anos, tendo como referência o percentil 50.
Quadro 1 – Referências de estatura e peso – percentil 50
Gênero Masculino Feminino Idade Estatura (cm) Peso (kg) Estatura (cm) Peso (kg)11 anos e zero meses
a 11 anos e 11 meses143,3 a 149,1 35,3 a 39,4 144,8 a 151,0 37,0 a 41,1
12 anos e zero meses
a 12 anos e 11 meses149,7 a 155,9 39,8 a 44,5 151,5 a 156,7 41,5 a 45,7
13 anos e zero meses
a 13 anos e 11 meses156,5 a 162,6 45,0 a 50,3 157,1 a 160,2 46,1 a 50,0
14 anos e zero meses
a 14 anos e 11 meses163,1 a 168,6 50,8 a 56,2 160,4 a 161,7 50,3 a 53,4
Fonte: World Health Organization (1995) apud SBP (2009) adaptado.
A Iniciação Esportiva e a Pedagogia do Esporte
De acordo com Santana (2005, p. 14) a iniciação esportiva deve ser
analisada sob a ótica de uma pedagogia que entenda o esporte na infância como um
fenômeno complexo contrapondo-se à forma de pensamento que considera o
esporte infantil como algo simplista, reduzindo-o a busca de formação de atletas e
tendo como características a “especialização precoce, coação de parte dos pais
sobre seus filhos e de parte dos adultos sobre as crianças [...], reprodução explícita
de parte dos professores do comportamento de técnicos do esporte profissional [...]”.
Os indivíduos envolvidos na iniciação esportiva devem “considerar [...] os desejos,
necessidades e possibilidades do aprendiz e refletir sobre incompatibilidades entre
esses fatores e as idéias, atitudes e objetivos do sistema humano” (SANTANA,
2005, p. 19). O autor, citando Paes (1999), enfatiza que o jogo deve ser uma
ferramenta pedagógica pois permite modificações no espaço físico, regras e
material.
Na iniciação esportiva deve existir uma grande preocupação com a
realização de eventos esportivos para crianças e jovens pois é comum encontrar,
para esta população, regulamentos e modelos de organização com características e
padrões para adultos. As regras esportivas, para esta última categoria, se baseiam
principalmente nas “exigências mercadológicas” e forte apelo da mídia
diferentemente do esporte para crianças que deve se basear nas suas necessidades
e “em seus diferentes aspectos: motor, social, psicológico, filosófico e intelectual, ou
seja, nessa situação, a influência deve ser pedagógica” (PAES, 2006, p. 224).
Portanto, as regras esportivas para crianças devem ser adaptadas pois são
elas que organizam o ambiente da prática esportiva. De acordo com Paes (2006, p.
224) “essas adaptações nas regras devem considerar quatro indicativos: inclusão,
autonomia, cooperação e diversificação” (PAES, 2006, p. 224). Ao considerarem as
características de crianças e jovens, organizadores e professores de eventos
competitivos para crianças devem oferecer regulamentos alternativos, com o intuito
de contribuirem com o seu desenvolvimento sadio e coerente.
De Rose Júnior e Korsakas (2006) afirmam que as crianças aos 11 ou 12
anos já adquiriram uma maturação que lhes permitam participar de competições
mais organizadas, porém, com processos e organização que as diferem dos
adultos. Para Nunomura e Tsukamoto (2006) o principal argumento de técnicos
para a especialização precoce são as exigências das regras, que em sua quase
totalidade são elaboradas por adultos. Portanto, a reestruturação do esporte infanto-
juvenil deve ser de iniciativa individual como também de todas as entidades que o
promovem “como governos, escolas de esporte, clubes, federações e confederações
esportivas” (DE ROSE JÚNIOR e KORSAKAS, 2006, p. 257).
A Regra de Três Pontos e Lance Livre
O basquetebol foi criado em 1891 nos Estados Unidos da América por James
Naismith. Inicialmente Naismith concebeu o jogo e determinou algumas regras e
princípios para que a atividade não tivesse a rispidez dos esportes praticados ao ar
livre e que oferecesse uma alternativa lúdica aos alunos da Associação Cristã de
Moços de Springfield. Uma das regras originais determinava que os jogadores que
cometessem duas faltas seriam afastados do jogo até que a equipe adversária
marcasse uma cesta. Com a evolução do basquetebol, que passa de jogo a esporte,
outras regras foram incorporadas com o intuíto de se resolver situações problemas
geradas dentro e fora da quadra. Por exemplo, as tabelas surgiram em decorrência
da interferência do público na trajetória da bola quando esta era lançada em direção
à cesta, assim como a área restritiva que foi implantada como meio de inibir as
ações de jogadores muito altos que permaneciam parados próximos à cesta
(BÉTRAN, 2003).
Em 1894, para cada falta marcada, um arremesso livre era executado de
uma distância de 6,09 metros da cesta. Ao longo do tempo a distância da linha de
lances livres sofreu algumas modificações sendo que em 1895 a linha de lance-livre
foi colocada a 4,60 metros. Em 1896 o lance-livre passou a ter o valor de um ponto
e cestas de campo valiam dois pontos (BÉTRAN, 2003).
A linha de três pontos na FIBA foi criada em 1984 sendo uma adaptação da
linha existente no basquetebol americano (BÉTRAN, 2003).
Pelas regras atuais qualquer falta em uma tentativa de arremesso à cesta é
penalizada com um, dois ou três lances livres, assim como faltas em situações
especiais.
Pelo seu aspecto dinâmico, imposto pelo desenvolvimento do campo do
treinamento desportivo, De Rose Junior e Tricoli (2005) citando Sanchez e Moreno
(1984), dizem que o basquetebol pode ser classificado como esporte de cooperação
e oposição, jogado no espaço reduzido da meia quadra na maior parte do tempo.
Para De Rose, Tadiello e De Rose Jr (2006) uma das características do basquetebol
é a realização simultânea das ações de ataque e defesa sendo que esta interação é
dependente de algumas variáveis, entre elas as regras, que limitam esta interação
(DE ROSE JUNIOR e TRICOLI, 2005).
No jogo de basquetebol é inevitável que em um espaço reduzido, onde se
movem dez jogadores, ocorram contatos e violações, cabendo aos árbitros ou
professores definir quando estes são uma infração às regras. De acordo com a
Federação Internacional de Basquetebol (FIBA, 2008) as faltas são infrações que
envolvem contato ou comportamento antidesportivo sendo penalizadas de acordo.
Qualquer falta que envolva contato no ato do arremesso é penalizada com um ou
mais lances-livres, como também são penalizadas com lances-livres as faltas
técnicas, antidesportivas, desqualificantes e quando a equipe encontra-se em
penalidade de falta. Evidencia-se portanto a importância deste tipo de arremesso
durante uma partida.
A FIBA, entidade responsável pela organização do basquetebol, estabelece
diferenças nas regras do basquetebol praticado por jovens com idade máxima de
onze anos, denominado-o como mini-basquetebol, e o praticado por pessoas acima
desta idade. Isto significa que jovens com doze anos de idade ou mais devem se
submeter às mesmas regras de adultos incluindo-se aqui a regra de lances-livres e
três pontos, as dimensões das áreas e tamanho de bola.
De acordo com as regras do mini-basquetebol (FIBA, 2005) a linha de
lances-livres deve ter uma distância de quatro metros contados a partir de uma linha
perpendicular que tem como ponto de origem a tabela. Para esta categoria não
existe a linha de três pontos. Contudo, observa-se que nas escolas quando há a
abordagem das regras do basquetebol comumente se faz referência a esta linha e
os educandos se sentem desafiados a executar arremessos de longa distância. Em
outros países, como a Espanha, as entidades admitem a existência da linha de três
pontos em seus campeonatos oficiais com uma distância adaptada à idade (FEB,
2009).
Em situações de competição formal para adultos o lance livre pode
influenciar nos resultados. Lippert, Teixeira e Souza (2007) analisando o
campeonato nacional de basquetebol masculino adulto de 2004/2005, concluiram
que houve diferença significativa, proporcionalmente, entre o número de acertos e
erros das equipes vencedoras e perdedoras. As equipes que venceram seus jogos
acertaram em média 40% dos lances livres contra 33% das equipes perdedoras.
Tsitskaris et al (2002), apud Lippert, Teixeira e Souza (2007), dizem que nas
categorias mais elementares há um maior número de lances livres tentados porém
com uma eficácia de acertos menor. Esta tendência também foi encontrada nos
trabalhos de Brandão, Silva e Janeira (2003) quando analisaram lances livres de
equipes juniores e cadetes de Portugal. Neste estudo enquanto equipes adultas
acertaram 73% de lances livres, as equipes juniores acertaram 58% e a categoria
cadete 39%.
O Arremesso no Basquetebol
De acordo com Wissel (2000) o arremesso é o fundamento mais importante
no basquetebol uma vez que, até mesmo, um bom arremessador pode compensar
as debilidades técnicas de outros fundamentos. Para Coutinho (2007) o arremesso
com salto, denominado jump, é o tipo de arremesso que exige uma grande
coordenação para a sua realização sendo o mais executado no basquetebol por
proporcionar maior “precisão, velocidade de execução, proteção contra a marcação
e execução a diversas distâncias da cesta (OKAZAKI, 2006, p. 62).
Segundo Okazaki (2006) o arremesso pode ser influenciado por diversos
fatores como o ângulo de incidência da bola na cesta, velocidade vertical e
horizontal da bola, ângulo e velocidade de lançamento, altura do lançamento,
estatura do jogador e altura do salto, características físicas, altura da cesta,
experiência do jogador, fadiga, tamanho e peso da bola, distância do arremesso,
deslocamentos prévios, habilidades prévias, marcação do adversário e a resistência
do ar.
Segundo Miller e Bartlett (1993) quanto maior for a distância da cesta maior
deverá ser a velocidade da bola.
De acordo com Okazaki (2006), apud Miller e Bartlett (1996) a estatura do
jogador, a altura do salto e a coordenação intersegmentar influenciam o arremesso
pois, a bola sendo arremessada no ponto mais alto do salto proporciona maior altura
e estabilidade para o arremesso.
Miller e Bartlett (1993) afirmam que o acerto no arremesso depende da
velocidade e ângulo de entrada da bola na cesta. Quanto mais próximo de 90º maior
será a área de entrada. Entretanto, Tani (2000), Teixeira (1999) e Button et al.
(2003), apud Okazaki (2006) dizem que um arremesso com maior ângulo e
velocidade provocam maior variabilidade e menor consistência e precisão do
arremesso.
Hay (1985), apud Miller e Bartett (2003), determinou que o melhor ângulo
para um arremesso efetuado a 4.57 metros da cesta está entre 52 e 55º. Nos
estudos de Okazaki (2006) os ângulos de arremesso de jump para as mulheres
ficaram entre 42º e 54º (Satern, 1993) e para os homens entre 44º (Elliott, 1992) e
55º (Miller e Bartlett, 1996). A média dos estudos feito por Okazaki (2006) ficou entre
50º e 54º.
Outras variáveis importantes verificadas por Okazaki (2006) e que interferem
no arremesso, além da estatura e comprimento dos membros do jogador, estão a
capacidade de gerar força e velocidade. Assim, o déficit de uma ou ambas as
variáveis neuromotoras acarretam maior variabilidade do movimento.
Okazaki, Rodacki e Okazaki (2006, p. 36) encontraram algumas
características que diferenciam o arremesso de jogadores novatos e experientes e
entre homens e mulheres (OKAZAKI, RODACKI E OKAZAKI, 2008). Entre elas
estão o “posicionamento da bola, alinhamento das articulações responsáveis pela
geração de impulso, grandes amplitudes de movimento, sequências de ação no
lançamento e continuidade do movimento”. Okazaki et al (2006) analisaram a
coordenação do arremesso de jump de crianças e adultos e encontraram diferenças
nos deslocamentos e velocidades angulares das articulações do ombro, cotovelo e
punho. Os adultos “posicionam a bola mais próxima ao corpo e realizaram um
contra-movimento na articulação do cotovelo e do punho para arremessar a bola”
(OKAZAKI et al, 2006, p. 15). Por sua vez, “as crianças utilizaram uma maior
extensão de cotovelo e maior velocidade ao redor da articulação do ombro [...] elas
não sincronizam os picos de velocidade com o instante de lançamento da bola”
(OKAZAKI et al, 2006, p. 15).
A distância em que é realizado o arremesso também influencia na
performance. “Alterações na altura, ângulo e velocidade de lançamento da bola [...]
tem sido sugeridas como as principais variáveis que influenciam na diminuição da
precisão” (OKAZAKI, 2006, p. 88).
METODOLOGIA
Este estudo caracteriza-se por ser descritivo e de campo, com aspectos
quantitativos e qualitativos (CERVO E BERVIAN, 2002), com uma abordagem
transversal (THOMAS, NELSON, SILVERMAN, 2007).
A população do estudo constituiu-se de todos os alunos de ambos os sexos
com idade entre 11 e 14 anos e que tiveram a vivência de no mínimo18 meses de
prática sistemática no basquetebol. A seleção dos sujeitos foi intencional e composta
por 40 (quarenta) alunos dos quais 24 sujeitos foram do sexo masculino com idade
entre 11 e 14 anos e 16 sujeitos do sexo feminino com idade entre 11 e 14 anos.
No estudo foi utilizada uma bola de basquete oficial marca Penalty 6.4 (72-
74 cm de diâmetro, 510-560 gramas de peso) para o gênero feminino e uma bola de
basquete oficial marca Penalty 7.4 (75-77 cm de diâmetro, 600-675 gramas de peso)
para o gênero masculino; tais bolas são as mesmas usadas nos Jogos Colegiais do
Paraná. A altura do aro foi mantida em 3,05 metros.
A altura dos educandos foi determinada através de um estadiômetro marca
WCS, modelo WOOD com precisão de 0,1 cm. O peso através de uma balança
marca Filizola, modelo Personal, com precisão de 100 gramas.
Empregou-se também um teste de habilidade motora para avaliar a
qualidade e número de cestas convertidas, com arremessos tipo jump, nas três
distâncias propostas para a linha de lances livres e linha de três pontos. Para a
análise qualitativa dos arremessos de lance livre e três pontos foi utilizada uma ficha
de observação do tipo check list (OKAZAKI, 2006) e ficha de descrição do jump
(OKAZAKI, 2006; DAIUTO, 1974). Todos os arremessos foram filmados para análise
da técnica, contagem do número de cestas convertidas e o valor atribuído de
acordo com as características da cesta. Para a análise da técnica de arremesso e
quantificação das características da cesta foi utilizado ainda uma grelha de
observação, modificado de Okazaki (2006).
O teste de habilidade motora foi constituído por uma única série de 10 (dez)
arremessos de cada distância para a linha de lance livre e linha de três pontos
analisado-se as características mecânicas e precisão do arremesso, com o intuito de
analisar a qualidade do arremesso em função da distância. Realizou-se uma
modificação nos dois primeiros níveis de pontuação e descrição da trajetória do
arremesso, considerando-se a menor pontuação quando não ocorresse a conversão
da cesta e uma pontuação de valor 4 quando a bola atingisse a tabela e
posteriormente passasse através da cesta. Para as demais pontuações e descrição
conservou-se a proposta de Okazaki (2006), como mostra o quadro 2.
Quadro 2 – Precisão e trajetória do arremesso
Pontos Descrição
2 A bola toca ou não o aro ou tabela e não passa através da cesta;
4 A bola atinge primeiro na tabela e passa através da cesta;
6 A bola toca a parte superior ou lateral do aro e passa através da cesta;
8 A bola toca a parte interna e posterior do aro e passa através da cesta;
10 A bola passa através da cesta sem atingir o aro.
Fonte: Okazaki, 2006, p.103 (modificado).
A análise estatística foi realizada através do programa BioEstat 5.0.
O nível de significância foi de p< 0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A amostra foi constituida por sujeitos na faixa etá ria entre 11 e 14 anos de
ambos os sexos, sendo 24 do sexo masculino (60%) e 16 do sexo feminino (40%)
(Tabela 1). Antes do inicio do estudo, todos os participantes e seus responsáveis
foram informados quanto aos procedimentos e assinaram o termo de consentimento
livre e esclarecido.
Tabela 1 – Número de sujeitos, de acordo com gênero e idade.
Faixa Etária Meninos Meninas Total11 anos 06 05 1112 anos 03 04 0713 anos 08 04 1214 anos 07 03 10Total 24 16 40
As três distâncias para os lances livres foram determinadas tendo como
parâmetro inicial a distância utilizada por adultos, adotada em escolas e nos Jogos
Colegiais, medidas porém, a partir do centro do aro. A regra oficial (FIBA, 2009) diz
que esta linha dista 5,80 metros a partir da margem mais interna da linha final.
Medida a partir do centro do aro a linha de lance livre fica distante 4,225 metros,
considerada portanto neste estudo como a maior distância (DL3).
Para demarcar a menor distância de lance livre (DL1), primeiramente foi
determinado um valor de referência (X1), subtraindo-se a maior distância da linha de
três pontos (DTO – distância de três pontos oficial - 6,25 metros) da maior distância
da linha de lance livre (4,225 metros - DL3) adotada para o estudo. A seguir foi
estabelecida a metade deste valor e, para determinar a terceira distância subtraiu-se
da DL3.
X1 (metros) = DTO – DL3
X1(metros) = 6,25 – 4,225
X1 (metros) = 2,025
X1(metros) = 2,025
2
X1(metros) = 1.0125
DL1(metros) = DL3 – X1
DL1(metros) = 4,225 – 1,0125
DL1(metros) = 3,2125 ( ~ 3.22 metros)
A distância intermediária (DL2) foi determinada através da soma da DL1 e
DL3 dividindo-se o resultado encontrado por dois.
DL2 (metros) = DL3 + DL1
2
DL2 (metros) = 4,225 + 3,2125
2
DL2 (metros) = 3,7185 (~ 3,70 metros)
Para a determinação das distâncias da linha de três pontos tomou-se como
ponto de referência a distância oficial para adultos (6,25 metros). Esta foi
considerada a maior distância (DT3). Para a determinação da menor distância (DT1)
subtraiu-se DT1 de X1.
Para a determinação da distância intermediária de três pontos (DT2)
somaram-se as duas distâncias limites e o resultado dividiu-se por dois.
DT1 = DT3 – X1
DT1 (metros) = 6,25 – 1,0125
DT1 (metros) = 5,2375 ( ~ 5,25 metros)
DT2 (metros) = DT3 + DT1
2
DT2 (metros) = 6,25 + 5,2375
2
DT2 (metros) = 5,74375 ( ~ 5,75 metros)
As medidas foram aproximadas para melhor clareza e utilização prática em
escolas.
Todas as distâncias foram demarcadas partir do centro do aro através de
uma linha perpendicular que tocava o solo. Deste ponto, em direção ao centro do
aro localizado no lado oposto, estendeu-se uma linha imaginária delimitado-se as
distâncias de 6,25 metros, 5,75 metros e 5,25 metros para as linhas de três pontos,
e 4,22 metros, 3,70 metros e 3,22 metros para as distâncias de lance livre (Quadro
3).
Quadro 3 – Distâncias de lance livre e três pontos adotadas no estudo
Distâncias das linhas de lance
livre
Distâncias das linhas de três
pontosDistância 1 3,22 metros 5,25 metrosDistância 2 3,70 metros 5,75 metrosDistância 3 4,22 metros 6,25 metros
O crescimento físico dos sujeitos da amostra é apresentado na tabela 2.
Comparando-se com a tabela da WHO (1995) os sujeitos do sexo masculino, com
11 anos de idade, apresentam menor estatura em média e peso dentro da faixa
considerada no percentil 50. As meninas, para esta faixa etária, apresentam estatura
dentro da faixa de normalidade porém, com maior peso. Na faixa etária de 12 anos,
todos os valores estão dentro da normalidade exceto a estatura das meninas, que
apresentaram menor crescimento. Para a faixa etária de 13 anos, os meninos são
mais altos e pesados e as meninas estão dentro da faixa de normalidade. Na faixa
etária de 14 anos enquanto a estatura dos meninos apresenta-se dentro da faixa de
normalidade as meninas são mais altas. Quanto à variável peso tanto meninos e
meninas são mais pesados.
Particularmente ao se observar a estatura das meninas aos 14 anos de idade
verifica-se que são mais altas que os meninos da mesma faixa etária. Esta diferença
pode ser explicada pela tradição e maior procura pelo basquetebol feito pelas
meninas na região norte do município na idade de especialização do desporto.
Tabela 2 – Médias e desvio-padrão de altura e peso por faixa etária e gênero
Faixa Etária Meninos MeninasEstatura (cm) Peso (kg) Estatura (cm) Peso (kg)
11 anos 142,5 +8,5 38,0 +11,6 149,4 +4,3 45,8 +12,212 anos 152,3 +9,2 39,7 +6,7 149,3 +3,3 43,3 +3,813 anos 167,1 +4,7 54,3 +8,5 159,5 +5,9 48,8 +5,314 anos 167,3 +7,1 58,7 +19,6 170,3 +11,6 64,3 +10,7
A qualidade dos arremessos, neste estudo, foi considerada através de um
instrumento que avaliava a trajetória da bola no momento da cesta e traduzindo-a
em valores entre 2 e 10. O valor 2 foi considerado para um arremesso de trajetória
imperfeita e 10 um arremesso perfeito, sem que a bola tocasse qualquer parte do
aro ou tabela. A figura 1 mostra que o maior número de arremessos perfeitos foi
convertido a partir da distância mais próxima ao aro, considerando a amostra como
grupo único.
Figura 1 – Qualidade dos arremessos nas distâncias de lances livres
Qualidade dos arremessos de lances livres
0
500
1000
1500
2000
Distâncias dos arremessos
Qualidade 1810 1668 1456
1 2 3
Entretanto, para as linhas de três pontos (figura 2) a distância intermediária foi
a que apresentou maior qualidade. Esta diferença pode ser explicada pela
motivação em arremessar de uma linha de três pontos mais próxima do que a linha
oficial porém, não tão próxima que não oferecesse um desafio. Esta constatação
pode ser verificada durante a aplicação do projeto quando alunos experientes e não
experientes de aulas regulares e atletas puderam jogar e experimentar as diversas
distâncias das linhas. Os resultados foram mensurados através de questionário que
analisou a distância ideal para a idade e a distância mais justa a ser aplicada em
uma competição. Para a faixa etária de 11 e 13 anos de alunos não experientes, a
linha de lance livre considerada ideal para a idade foi a mais próxima do aro; para a
faixa etátia de 12 anos a linha de lance livre mais próxima do aro e a intermediária
tiveram o mesmo destaque; para a faixa etária de 14 anos a distância intermediária
foi a escolhida. Quando se considerou os alunos experientes, a faixa etária de 11, 12
e 13 anos as distâncias mais próxima do aro e intermediária foram as mais citadas;
para a faixa etária de 14 anos a distância oficial obteve maior destaque.
Para a linha de três pontos os alunos experientes de 12 a 14 anos preferiram
a linha intermediária em uma competição. As principais justificativas para a escolha
das linhas recairam sobre a facilidade na realização do gesto do arremesso, em
virtude do tamanho e peso da bola, maior número de pontos marcados e justiça nas
competições.
Figura 2 – Qualidade dos arremessos nas distâncias de três pontos
Qualidade dos arremessos de três pontos
1000
1100
1200
1300
Distâncias dos arremessos
Qualidade 1158 1252 1122
1 2 3
A figura 3 mostra o número de cestas convertidas considerando-se dois
agrupamentos etários. O grupamento de 13 e 14 anos de idade converteu mais
pontos nas três distâncias de lance livre que o grupamento de 11 e 12 anos. Nota-se
que a difereça entre o número de cestas feitas entre a distância D1 e D2 são
menores que o número de cestas convertidas entre a distância D2 e D3 em ambos
os grupos. Esta diferença pode auxiliar na explicação da preferência pela escolha da
distância D2 pelos sujeitos da amostra.
Figura 3 – Cestas de lance livre convertidas por grupamento etário
Número de cestas convertidas de lance livre por agrupamento etário
0
20
40
60
80
100
120
Distâncias de lance livre
Cestas convertidas 13 e 14 anos 113 105 81
Cestas convertidas 11 e 12 anos 68 55 39
1 2 3
As cestas convertidas nas distâncias de três pontos mostram a superioridade
do grupamento de 13 e 14 anos (figura 4). A distância que mostrou maior diferença
entre os grupos foi a distância D3 (40 cestas convertidas) confirmando algumas
variáveis importantes para a execução de arremessos de longa distância, já
demonstradas na literatura, como a força, tamanho da bola e altura do aro.
Deve-se observar também que a maioria dos arremessos realizados na
distância D3, pelo grupamento de 11 e 12 anos, não chegou próximo ao aro e
quando a cesta foi convertida o esforço foi incompatível com a faixa etária e a
mecânica de arremesso foi comprometida.
Figura 4 – Cestas de três pontos convertidas por grupamento etário
Número de cestas convertidas de três pontos por agrupamento etário
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Distâncias de três pontos
Cestas convertidas 13 e 14 anos 71 57 49
Cestas convertidas 11 e 12 anos 33 21 9
1 2 3
A análise comparativa foi realizada através do teste t de student e Correlação
de Pearson. Ao considerarmos todos os sujeitos como um único grupo não
observamos diferenças estatísticas nas comparações entre as distâncias de lances
livres e três pontos no tocante á qualidade do arremesso, conforme tabela 3.
Tabela 3 – Qualidade do arremesso - resultados do teste t e correlação de Pearson
grupo único
Qualidade dos ArremessosLance Livre Três Pontos
Distâncias t p r t p rD1 – D2 0.6833 0.532 0.8556 -0.4652 0.666 0.9124D1 – D3 1.2010 0.296 0.7184 0.1587 0.882 0.9357D2 – D3 1.2531 0.278 0.9104 1.0693 0.345 0.9937
A tabela 4 mostra que quando comparados por grupamento etário, a
qualidade do arremesso na faixa etária de 13 e 14 anos também não apresenta
diferença estatística entre as distâncias de lances livres e três pontos. Semelhante
achado também se deu para a faixa etária de 11 e 12 anos, conforme a tabela 5.
Tabela 4 – Qualidade do arremesso - resultados do teste t e correlação de Pearson
para a faixa etária de 13 e 14 anos
ArremessosLance Livre Três Pontos
Distâncias t p r t p rD1 – D2 0.7899 0.475 0.9133 0.8945 0.422 0.9672D1 – D3 0.9845 0.381 0.7509 1.2462 0.282 0.9624D2 – D3 1.0240 0.363 0.9193 0.8691 0.437 0.9858*p<0.05
Tabela 5 – Qualidade do arremesso - resultados do teste t e correlação de Pearson
para a faixa etária de 11 e 12 anos
ArremessosLance Livre Três Pontos
Distâncias t p r t p rD1 – D2 0.2230 0.834 0.6949 1.1579 0.312 0.9949D1 – D3 1.1697 0.307 0.8019 1.0630 0.348 0.9611D2 – D3 1.3509 0.248 0.9129 0.9990 0.374 0.9944
*p<0.05
Apesar de não ser encontradas diferenças entre as distâncias quanto à
qualidade do arremesso, o número de cestas convertidas foi influenciado pelo
aumento da distância. Comparando-se a distância D1 e D3 para o grupo de 13 e 14
anos, tanto para a distância de lances livres como para a distância de três pontos,
encontrou-se diferença estatística quando comparadas a outras distâncias (tabela
6). Para o grupo de 11 e 12 anos as comparações entre as distâncias sofreram
maiores diferenças (tabela 7). Estes resultados estão de acordo com as
observaçãoes de Okazaki et al (2006, p.9) quando afirmam que “a precisão do
arremesso é diminuida quando a distância do arremesso em relação à cesta é
aumentada”.
Tabela 6 – Cestas convertidas - resultados do teste t e correlação de Pearson para a
faixa etária de 13 e 14 anos
ArremessosLance Livre Três Pontos
Distâncias t p r t p rD1 – D2 0.8015 0.432 0.6467 1.5999 0.125 0.6361D1 – D3 3.2692 0.004* 0.5413 3.2404 0.004
*
0.7396
D2 – D3 2.0423 0.054 0.5027 0.8101 0.427 0.5099*p<0.05
Tabela 7 – Cestas convertidas - resultados do teste t e correlação de Pearson para a
faixa etária de 11 e 12 anos
ArremessosLance Livre Três Pontos
Distâncias t p r t p rD1 – D2 1.7255 0.103 0.3964 2.3805 0.029* 0.6194D1 – D3 3.6918 0.002* 0.4419 3.8873 0.001* 0.1032D2 – D3 2.2039 0.042* 0.2486 2.1292 0.048* 0.2486*p<0.05
Para a análise técnica do arremesso foi elaborado um instrumento tipo check
list com a descrição do movimento do arremesso tipo jump (Okazaki, 2006; Daiuto,
1974). Foram atribuidos 01 (um) ponto em cada fase do arremesso quando este
estava compatível com a descrição feita na literatura e 00 (zero) pontos quando a
fase do arremesso não tinha as características descritas. Os resultados da análise
técnica do arremesso foram agrupados em uma única tabela não havendo
separação por faixa etária. A tabela 8 apresenta os valores e percentuais de acerto e
erro para cada característica e fase do arremesso de lance livre e a tabela 9 para o
arremesso de três pontos.
Observa-se que quando a distância é aumentada ocorrem compensações
mecânicas para que a bola seja lançada. A partir da fase de elevação da bola o
percentual de deficiência técnica ou erro técnico aumentaram concomitantemente à
distância.
A tabela 9 apresenta os resultados para o arremesso de três pontos nas três
distâncias propostas. Também foram achados percentuais altos de deficiência
técnica conforme a distância foi aumentada. Okazaki et al (2008) ao comparar a
coordenação do arremesso de jump de adultos e crianças verificou que, nestes
últimos, a extensão do cotovelo é o movimento mais importante na execução do
arremesso por maximizar a velocidade no instante do lançamento da bola. Outro
achado nas observações deste estudo foi a pouca utilização da flexão do punho na
finalização do arremesso por alguns sujeitos da amostra. Okazaki et al (2006)
sustentam que a flexão do punho é uma importante variável no lançamento da bola
em função da distância do arremesso e não somente na sua precisão.
Tabela 8 -Análise descritiva do arremesso de lance livre
D1 D2 D3Preparação sim não sim não sim não1. Pés separados na largura do ombro. 40 00 40 00 40 002. Bola segura à altura da cintura. 40 00 40 00 40 003. Bola segura pelos dedos e parte calosa das
mãos.40 00 40 00 40 00
4. Mão de apoio ao lado da bola. 40 00 40 00 40 005. Olhos fixos no aro. 40 00 40 00 40 006. Joelhos semi-flexionados 40 00 40 00 40 00
TOTAL240
(100%)
00
(00%)
240
(100%)
00
(00%)
240
(100%)
00
(00%)
Elevação da bola sim não sim não sim não1. Bola entre a orelha e o ombro 23 17 26 14 30 102. Cotovelo posicionado embaixo da bola 34 06 17 23 20 203. Início do salto 35 05 40 00 22 18
92 28 83 37 72 48
TOTAL(76,7%) (23,3%) (69,1%) (30,9%) (60%) (40%)
Estabilidade sim não sim não sim não1. Salto 35 05 40 00 22 182. Início da extensão do braço de arremesso. 30 10 30 10 22 18
TOTAL65
(81,2%)
15
(18,8%)
70
(87,5%)
10
(12,5%)
44
(55%)
36
(45%)
Lançamento sim não sim não sim não1. Extensão do cotovelo. 33 7 33 7 20 202. Flexão do punho. 25 15 25 15 28 12
TOTAL58
(72,5%)
22
(27,5%)
58
(72,5%)
22
(27,5%)
48
(60%)
32
(40%)
Inércia e aterrissagem sim não sim não sim não1. Olhos fixos no aro. 09 31 10 30 10 302. Queda em equilíbrio 14 26 15 25 05 353. Palma da mão de arremesso paralela ao chão
e dedos apontados para o aro.15 25 15 25 10 30
TOTAL 38
(31,7%)
82
(68,3%)
40
(33,3%)
80
(66,7%)
25
(20,8%)
95
(79,2%)
Tabela 9 -Análise descritiva do arremesso de três pontos
D1 D2 D3Preparação sim não sim não sim não1. Pés separados na largura do ombro. 40 00 40 00 40 002. Bola segura à altura da cintura. 40 00 40 00 40 003. Bola segura pelos dedos e parte calosa das
mãos.40 00 40 00 40 00
4. Mão de apoio ao lado da bola. 40 00 40 00 40 005. Olhos fixos no aro. 40 00 40 00 40 006. Joelhos semi-flexionados 40 00 40 00 40 00
TOTAL240
(100%)
00
(00%)
240
(100%)
00
(00%)
240
(100%)
00
(00%)
Elevação da bola sim não sim não sim não1. Bola entre a orelha e o ombro 34 06 34 06 38 022. Cotovelo posicionado embaixo da bola 34 06 35 05 35 053. Início do salto 34 06 34 06 35 05
TOTAL102
(85%)
18
(15%)
103
(85,8%)
17
(14,2%)
108
(90%)
12
(10%)
Estabilidade sim não sim não sim não1. Salto 34 06 34 06 05 352. Início da extensão do braço de arremesso. 40 00 40 00 32 08
TOTAL74
(92,5%)
06
(7,5%)
74
(92,5%)
06
(7,5%)
37
(46,3%)
43
(53,7%)
Lançamento sim não sim não sim não1. Extensão do cotovelo. 35 05 30 10 13 272. Flexão do punho. 33 07 38 02 38 02
TOTAL68
(85%)
12
(15%)
68
(85%)
12
(15%)
51
(63,8%)
29
(36,2%)
Inércia e aterrissagem sim não sim não sim não1. Olhos fixos no aro. 40 00 40 00 40 002. Queda em equilíbrio 09 31 03 37 00 403. Palma da mão de arremesso paralela ao chão
e dedos apontados para o aro.20 20 20 20 15 25
TOTAL 69
(57,5%)
51
(42,5%)
63
(52,5%)
57
(47,5%)
55
(45,8%)
65
(54,2%)
CONCLUSÃO
De acordo com os resultados analisados anteriormente podemos concluir
que as distâncias da linha de lance livre e de três pontos devem merecer atenção
especial por parte dos educadores quando as mesmas fizerem parte, nas aulas de
Educação Física, da vivência e experimentação do basquetebol.. Portanto, as
adaptações nas regras, de acordo com as capacidades e limitações dos jovens, são
importantes para o desempenho de uma tarefa, acrescentando variabilidade e
desafios que contribuirão para o desenvolvimento motor, social, emocional e
cognitivo de crianças e adolescentes.
Ainda de acordo com o tratamento dos dados coletados, para os sujeitos
desta amostra o aumento da distância influenciou na qualidade do arremesso assim
como houve diferenças significativas no número de cestas convertidas de acordo
com a faixa etária utilizando-se bola e altura da cesta oficiais.
Para ambas as faixas etárias a qualidade do arremesso não apresentou
diferenças estatisticamente significativas. Porém, quando analisou-se a mecânica do
arremesso observou-se que o aumento da distância modificou o gesto técnico do
arremesso.
Para a faixa etária de 13 e 14 anos as comparações entre as distâncias de
lances livres mostraram que houve diferença entre a distância D1 e D3. Entretanto,
entre as distâncias D2 e D3 há uma pequena diferença estatística. Para a distância
de três pontos a comparação entre a distância D! e D3 apresentou diferença
significativa. De acordo com os resultados pode-se concluir que para a faixa etária
de 13 e 14 anos a distância D2 (3,70 metros) para o lance livre e D2 (5,75 metros)
para a linha de três pontos contribuiriam para a melhoria técnica e fortalecimento da
auto eficácia dos educandos.
A faixa etária de 11 a 12 anos apresentou diferenças entre as distâncias D2 e
D3 e D1 e D3, para a linha de lance livre, e para as comparações entre todas as
distâncias de três pontos. Pode-se concluir, baseando-se nos resultados, que a
distância para a linha de lance livre mais apropriada para esta faixa etária é a D2
(3,70 metros) e para a linha de três pontos a distância D1 (5,25 metros).
Sugere-se que novos estudos considerem outras variáveis em função da
distância como o tamanho da bola e altura do aro, ambiente competitivo e gênero.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus “alunos do basquete” pela paciência e dedicação.
Agradeço ao Prof. Ms Elton Antônio Valentini, Prof. Ms Samuel Bellindo, Prof. Ddo
Pedro Ferreira Reis, do Centro de Ensino Superior de Foz do Iguaçu – CESUFOZ,
pelas sugestões.
Agradeço ao Prof. Esp. Valter Luis Vargas dos Santos, do Colégio Estadual Prof.
Flávio Warken pelo auxílio nas correções.
Agradeço ao Prof. Ms Paulo Henrique Santos Fonseca pelas orientações. Aparar as
arestas iniciais é sempre mais difícil. Obrigado.
Agradeço à Prof. Dra Carmem Elisa Henn Brandl por acreditar que era possível.