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Web-Revista SOCIODIALETO • www.sociodialeto.com.br Bacharelado e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande M e s t r a d o e m L e t r a s • U E M S / C a m p o G r a n d e
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A VARIAÇÃO DIAGERACIONAL NAS CAPITAIS DO PROJETO
ALiB
Marcela Moura Torres Paim (UFBA)
1
mmtpaim@ufba.br
RESUMO: Este artigo investiga como a linguagem de indivíduos apresenta marcas linguísticas
específicas que constroem, mantêm e projetam a identidade social de faixa etária em inquéritos do Projeto
Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) a partir da utilização do léxico como fator diageracional dos
indivíduos no grupo etário ao qual fazem parte. A metodologia empregada consistiu na realização das
seguintes etapas: 1) leitura de textos teóricos referentes ao tema proposto; 2) escolha e formação do
corpus, constituídos de inquéritos das capitais do Projeto ALiB; 3) análise do corpus a fim de verificar
marcas linguísticas transmissoras da construção, projeção e manutenção da identidade social de faixa
etária. As análises dos inquéritos selecionados buscam estudar os itens lexicais presentes no repertório
linguístico de informantes da faixa I (18-30 anos) e faixa II (50-65 anos) do Questionário Semântico
Lexical do Projeto Atlas Linguístico do Brasil do campo semântico ciclos da vida (menstruação) com o
intuito de verificar a seleção lexical realizada por informantes de diferentes faixas etárias das diferentes
capitais do país. A análise do corpus possibilitou realizar o registro e a documentação da diversidade
lexical do português falado no Brasil, seguindo os princípios da Geolinguística Pluridimensional em que
o registro segue os parâmetros diatópicos e diastráticos.
PALAVRAS-CHAVE: Geolinguística, Léxico, Variação.
ABSTRACT
This paper investigates how individuals’ language presents specific linguistic marks that construct,
maintain and project the age-group social identity in the questionnaire of the ALiB Project, based on the
use of the lexicon as a generational factor of individuals within their age-group. The methodology used
was based on the performance of the following stages: 1) reading of the theoretical texts related to the
proposed theme; 2) choice and formation of the corpus, made up of inquests of the ALiB Project in
different capitals; 3) analysis of the corpus in order to verify linguistic marks that transmit the
construction, projection and maintenance of the age-group social identity. The analyses of the selected
inquiries try to study the lexical items present in the semantic field of the life cycles (menstruation), with
the aim of verifying the lexical selection carried out by the informers from different age-groups in the
different capitals of the country. The analysis of the corpus enabled the realization of the register and the
documentation of lexical diversity of the Portuguese language spoken in Brazil, according to the
principles of the Pluridimensional Geolinguistics in which the register follows specific parameters.
KEY-WORDS: Geolinguistics, Lexicon, Variation.
1 Professor Adjunto da Universidade Federal da Bahia, com atuação no Instituto de Letras, no
Departamento de Letras Vernáculas.
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Estabelecendo um ponto de partida
Para realizar uma reflexão sobre as questões que envolvem a identidade social
tomou-se como ponto de partida a Teoria Social do Discurso por Fairclough em
Discurso e Mudança Social (2001). Segundo o referido estudioso, o discurso é um
modo de ação, uma maneira como as pessoas podem agir sobre o mundo e
especialmente sobre os outros, como também uma forma de representação. Nesse
sentido, o discurso contribui para a constituição de todas as dimensões da estrutura
social que, direta ou indiretamente, o moldam e o restringem: suas próprias normas e
convenções, como também relações, identidades e instituições que lhe são subjacentes.
Tendo em vista essa questão, é possível dizer que o discurso é uma prática de
significação do mundo, que pode construir o mundo em significados. Tal prática
focaliza, dentre os aspectos relacionados aos efeitos construtivos, a construção,
manutenção e projeção de identidades sociais. Em outras palavras, é possível afirmar
que o discurso é o local onde as identidades sociais podem ser construídas, projetadas e
mantidas.
Com o intuito de explicitar a concepção de identidade social adotada neste
trabalho em relação a essas abordagens, foi tomado como base o trabalho de Hoffnagel
(1999), considerado como exemplar para este tema. Demarcando uma perspectiva de
análise na sociolinguística interativa, Hoffnagel, (1999, p.81) comentando Ochs (1993,
p. 289), expõe que:
[...] a identidade social é formada de uma gama de personae sociais que pode
ser invocada ou atribuída ao longo da vida, não sendo, portanto, fixa nem
categórica, pois um indivíduo pode evidenciar aspectos diferentes como faixa
etária, sexo, profissão, etc, dependendo de com quem se está interagindo [...]
Neste trabalho, o foco direciona-se para uma das dimensões da identidade social:
identidade de faixa etária na fala de informantes a partir de inquéritos das capitais do
Projeto Atlas Linguístico do Brasil (Projeto ALiB), por meio da análise de itens do
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Questionário Semântico Lexical relacionados ao campo semântico ciclos da vida
(menstruação) a partir do repertório linguístico de informantes da faixa I (18-30 anos) e
faixa II (50-65 anos), com o objetivo de observar a seleção lexical feita por diferentes
faixas etárias das distintas capitais do país.
O trabalho com o léxico permite observar a leitura que uma comunidade realiza
de seu contexto e a conservação de parte da memória sócio-histórica e linguístico-
cultural da comunidade, além de permitir o registro da variação lexical e geolinguística
do português falado no Brasil. Desenvolver este trabalho também vem a colaborar para
o objetivo mais amplo do Projeto ALiB referente à descrição da realidade linguística do
Brasil, no que se diz respeito à língua portuguesa, enfatizando, como expõe Cardoso
(2010, p. 169), a identificação das variantes diatópicas (fônicas, morfossintáticas,
léxico-semânticas e prosódicas) consideradas na visão da geolinguística.
O relacionamento existente entre a identidade social de faixa etária e o léxico
Na contemporaneidade, é possível verificar que o ser humano pode possuir
múltiplas identidades, sendo inúmeros os traços disponíveis que possibilitam a
fundamentação das atribuições de identidade social de faixa etária. Segundo Preti (1991,
p. 75), existe no Brasil, e praticamente em todo o mundo, o aumento da população
idosa, gerando, também, o aumento do número de estudos relacionados a essa faixa
etária que possui traços específicos que podem ser explorados nos campos prosódico,
sintático, léxico e, sobretudo, discursivo ou conversacional. É justamente nesses últimos
campos, léxico, discursivo ou conversacional, que será evidenciado o estudo da
identidade social de faixa etária no discurso dos informantes do Projeto ALiB.
Analisando-se a questão da faixa etária, é possível mencionar que a linguagem
dos idosos pode ser estudada em três perspectivas que se relacionam e não são estáticas:
a de caráter cultural, social e psicológico individual. Na perspectiva de caráter cultural,
há a concepção de que os idosos devem ter um papel específico na sociedade em que
vivem, conforme a tradição cultural a que pertencem; na segunda perspectiva, a de
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caráter social, existe a ideia de que a sociedade tem uma postura relacionada aos idosos
e, de acordo com ela, processam-se as relações sociais entre os idosos e os demais
grupos etários; e, por último, pela ótica psicológico individual, existe a concepção de
que uma pessoa é tão velha quanto imagina ser.
Em geral, é possível mencionar que o levantamento das características peculiares
à fala das pessoas mais maduras, nos diferentes níveis de análise, revela que as
diferenças básicas entre essa linguagem e a dos falantes mais jovens estão muito mais
na intensificação das características comuns a ambos, do que propriamente nos traços
específicos. É o que ocorre com as repetições e suas várias espécies, como os
anacolutos, com as parentéticas e, principalmente, com as pausas, as hesitações e as
autocorreções.
Segundo expõe Preti (1991, p. 102), a linguagem dos idosos possui interferência
de fatores naturais, psicofísicos (maior lentidão das reações na comunicação ativa ou
receptiva, os problemas de audição e memória) e a outros de natureza sociocultural,
como a situação estigmatizada dos velhos na sociedade contemporânea, o que lhes
acarreta uma insegurança manifestada em todos os atos de sua vida e, muito
particularmente, no seu discurso. Mas, estas variações dos processos de repetição e as
autocorreções – que interferem na fluência do discurso de pessoas mais velhas – são
mecanismos estratégicos que elas utilizam para compensar problemas de disfluência que
ocorrem ao nível prosódico e para os quais esses falantes não têm solução; assim, tais
recursos possibilitam aos idosos garantir o andamento da conversa, isto é, apesar de
tudo, seu discurso é levado adiante. O referido autor apresenta, em seu trabalho, o
resultado de uma pesquisa com falantes acima de 80 anos, “os Idosos Velhos”,
limitando as citações de sua obra a apenas um diálogo entre dois informantes (de sexo
feminino – 85 anos e de sexo masculino – 81 anos), apesar de ter feito 25 entrevistas
sobre os temas: vestuário e diversões. Dessa forma, o autor subdivide os idosos em: os
“idosos jovens” com 60 a 80 anos, e os “idosos velhos” com mais de 80 anos, faixa
etária a partir da qual é mais frequente a consciência da velhice.
Os lapsos de memória configuram-se como um dos problemas mais importantes
para a perda do ritmo normal na fala de pessoas mais velhas juntamente com a
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rememoração do passado que integra a própria organização do discurso do idoso, sendo
realizada através de vários tipos de informação responsável por situar os falantes no
chamado “nosso tempo”. Essas informações referem-se à história da vida de cada um
dos falantes; em geral, trata-se de uma experiência compartilhada por ambos e, às vezes,
podem ser citadas incompletamente, porque pressupõe o conhecimento do ouvinte.
As informações sobre o passado, que são reveladas constantemente no discurso
do idoso, muitas vezes, são expostas por um léxico em que aparecem vocábulos,
expressões, estruturas formulaicas, formas de tratamento, relacionados com sua época.
Dessa forma, podemos mencionar que as categorias espaço e tempo podem transparecer
nas seguintes marcas lexicais: arcaísmos (uso de vocábulos, formas de construções
frasais que saíram do uso na língua corrente, que têm referentes limitados no tempo e
proporcionam, não raro, sérias dificuldades de compreensão para os ouvintes mais
jovens, podendo ter significados diversos em outras épocas e lugares), expressões
formulaicas (frases-feitas, provérbios, refrões, expressões que, muitas vezes, remontam
à sua infância e a melodia e a rima que, não raro, as acompanham, favorecem a
permanência na memória) e as formas de tratamento (um dos índices sociolinguísticos
mais expressivos, para evocar as relações sociais entre falante/ouvinte).
Embora existam algumas marcas lexicais do tempo, na fala das pessoas mais
velhas especialmente, é preciso reconhecer que nem por isso essa linguagem se tornou
incompreensível aos mais jovens, até mesmo porque os próprios idosos procuram
utilizar formas para esclarecer os arcaísmos, as expressões formulaicas fora de uso, a
gíria de seu tempo. E são esses artifícios que constituem precisamente as marcas mais
expressivas da linguagem desse grupo social.
Nessa perspectiva, Isquerdo (1996, p.93) aborda que o léxico de uma língua
apresenta uma relação bastante forte com a história cultural da comunidade, visto que
realiza o registro das diferentes mutações que ocorreram na sociedade, afinal, como
“qualquer sistema léxico é a somatória de toda a experiência acumulada de uma
sociedade e do acervo da sua cultura através das idades” (Biderman, 2011, p. 179).
Sobre esse aspecto linguístico, Isquerdo (2003, p. 178) apresenta que
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[...] o conjunto de vocábulos que integra o universo lexical de uma língua,
por reproduzir a visão de mundo, o patrimônio cultural dos falantes e por
testemunhar a vida, a história e a cultura de um grupo em diferentes fases de
sua história, fornece marcas da identidade desse grupo. A forma de usar a
língua, particularmente a de escolher as palavras, revela aspectos da maneira
de pensar e de agir de um indivíduo/grupo, além de fornecer índices da
origem geográfica e da classe social do falante.
É justamente no sentido de valorizarem seu tempo ou de se mostrarem
integrados na sociedade em que vivem, que as pessoas mais velhas escolhem com
habilidade o inusitado de suas narrativas e avaliam seus pormenores em função das
necessidades da interação verbal, considerando os próprios valores e os do ouvinte ou
audiência. Enfim, nos esclarece Preti (1991) que sendo um artifício que se vale
fundamentalmente da categoria tempo, as narrativas demonstram o quanto a vida dos
falantes mais velhos permanece centrada no passado. Buscando no arquivo da memória
fatos para ilustrarem suas ideias, os “idosos” vão acumulando uma preciosa
documentação da longa “viagem no tempo” a que costumam entregar-se durante a
conversação, denunciando, também, através da utilização de itens lexicais, a sua
identidade social de faixa etária.
Um olhar direcionado para questão da faixa etária nos dados do Projeto ALiB
Apresentar os dados é preciso, mas antes disso faz-se de extrema importância
abordar os procedimentos metodológicos que nortearam a pesquisa.
O corpus da pesquisa é um recorte da rede de pontos do Projeto ALiB, um
empreendimento de grande amplitude, de caráter nacional, em desenvolvimento, que
tem por meta a realização de um atlas geral no Brasil no que diz respeito à língua
portuguesa, desejo que permeia a atividade dialetal no Brasil, desde começo do século
XX e ganha destaque no ano de 1996, a partir de iniciativa de um grupo de
pesquisadores do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia.
A pesar de a manifestação em favor da elaboração de um atlas linguístico
brasileiro remontar a 1952, quando se estabeleceu através do Decreto 30.643, de 20 de
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março, como principal finalidade da Comissão de Filologia da Casa de Rui Barbosa a
“elaboração do atlas linguístico do Brasil”, as dificuldades conduziram os dialetólogos
brasileiros a mapear linguisticamente o Brasil por meio da realização de atlas regionais.
Sendo assim, a ideia do Atlas Linguístico do Brasil foi retomada por ocasião do
Seminário Nacional Caminhos e Perspectivas para a Geolinguística no Brasil, que
ocorreu em Salvador, na Universidade Federal da Bahia, em novembro de 1996.
Naquela ocasião foi criado um Comitê Nacional, integrado pelos autores dos cinco atlas
linguísticos regionais já publicados e por um representante dos atlas em andamento. São
eles: os Professores Suzana Alice Marcelino da Silva Cardoso (UFBA), que preside o
Comitê, Jacyra Andrade Mota (UFBA), Maria do Socorro Silva de Aragão (UFPB),
Mário Roberto Lobuglio Zágari (UFJF), Vanderci de Andrade Aguilera (UEL) e Walter
Koch, representando os atlas em andamento2.
O Projeto ALiB pauta-se nos fundamentos gerais da Geolinguística
contemporânea, focalizando a variação espacial ou diatópica, mas também atentando-se
para as implicações de ordem social que não podem deixar de ser consideradas no
estudo da língua. Assim, o Projeto objetiva mapear o Brasil com base em dados
coletados em 250 pontos, representativos de todas as regiões, e recolhidos, in loco, a
1.100 informantes, distribuídos equitativamente por duas faixas etárias — 18 a 30 anos
e 50 a 65 anos —, pelos dois gêneros e, nas capitais de Estado, em número de 25 (as
capitais Palmas, Estado de Tocantins, e Brasília, Distrito Federal, se excluem por
questões metodológicas em virtude de serem cidades recém-criadas), por dois níveis de
escolaridade — fundamental e universitário —, ficando os demais pontos da rede com
apenas informantes do nível fundamental.
Ao se atingir, em 2013, a coleta de dados em 95,6% da rede programada,
algumas reflexões iniciais já podem ser feitas sobre áreas dialetais brasileiras. Nesse
2Atualmente, o Comitê Nacional do Projeto ALiB é constituído pelos professores Suzana Alice Cardoso
(Presidente), Jacyra Andrade Mota (Diretora-Executiva), ambas da UFBA, e os diretores científicos
Abdelhak Razky (UFPA), Aparecida Negri Isquerdo (UFMS), Cléo Altenhofen (UFRGS), Felício
Wessling Margotti (UFSC), Maria do Socorro Aragão (UFPB/UFC) e Vanderci de Andrade Aguilera
(UEL).
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sentido, apresentam-se neste artigo, de maneira ilustrativa, resultados que revelam a
diversidade de usos vinculada a área semântica do ciclo da vida, mas também
relacionada a fatores sociais.
Dessa forma, para este trabalho, serão considerados fatos relacionados à
diversidade diatópica e à diferenciação diageracional, não se incluindo, para esse
momento, a diferenciação diagenérica ou diastrática, embora, no levantamento e análise
dos dados, essas variáveis sociais tenham sido controladas sistematicamente.
Os resultados que se apresentam fundamentam-se em levantamentos no corpus
do Projeto ALiB, especificamente nas capitais de Estados, referentes à pergunta 121 do
Questionário Semântico Lexical que apresentou designações, nas capitais do Brasil, as
quais foram agrupadas em três categorias, a saber: a) ocorrências de base menstr- (ciclo
menstrual, fase menstrual, menstruação, tá menstruada); b) ocorrências metafóricas de
caráter diageracional (boi, paquete, regra, bode e chico) e c) outras variantes
(bandeira, chegou a hora, dia da mulher, dias difíceis, dias especiais, escrever com
tinta vermelha, sangramento, semana da mulher, sinal vermelho, tá doente, tá
incomodada, tá moranguinho, tá naqueles dias e tá no dia). Dessas variantes lexicais,
apenas as ocorrências de base menstr- são comuns às capitais pesquisadas. As demais
designações encontram-se distribuídas entre as capitais, como é possível visualizar no
Quadro seguinte.
Quadro - As denominações para o sangue que as mulheres perdem todos os meses nas
capitais do Brasil numa perspectiva diageracional
Localidade Faixa Etária 1 Faixa Etária 2
Utiliza Conhece Utiliza Conhece
Macapá Ocorrências
de base
menstr-
Bode Ocorrências de base menstr-
Regra
Bode
Boa Vista Ocorrências
de base
menstr-
Regra
Bode
Outras
variantes
Ocorrências de base menstr-
Regra
Bode
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Manaus Ocorrências
de base
menstr-
Regra
Chico
Ocorrências de base menstr-
Regra
Bode
Belém Ocorrências
de base
menstr-
Ocorrências de base menstr-
Regra
Bode
Rio Branco Ocorrências
de base
menstr-
Ocorrências de base menstr-
Regra
Porto Velho Ocorrências
de base
menstr-
Ocorrências de base menstr-
Bode
São Luís Ocorrências
de base
menstr-
Bode Ocorrências de base menstr-
Regra
Bode
Chico
Outras
variantes
Teresina Ocorrências
de base
menstr-
Bode Ocorrências de base menstr-
Bode
Fortaleza Ocorrências
de base
menstr-
Regra
Bode
Outras
variantes
Ocorrências de base menstr-
Bode
Natal Ocorrências
de base
menstr-
Regra
Boi
Outras
variantes
Ocorrências de base menstr-
Regra
Boi
Outras
variantes
João Pessoa Ocorrências
de base
menstr-
Boi
Ocorrências de base menstr-
Boi
Outras
variantes
Recife Ocorrências
de base
menstr-
Boi
Chico
Outras
variantes
Ocorrências de base menstr- Outras
variantes
Maceió Ocorrências
de base
menstr-
Boi
Outras
variantes
Ocorrências de base menstr-
Regra
Aracaju Ocorrências
de base
menstr-
Regra Ocorrências de base menstr-
Regra
Salvador Ocorrências
de base
menstr-
Regra
Boi
Outras
variantes
Ocorrências de base menstr-
Regra
Outras
variantes
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Cuiabá Ocorrências
de base
menstr-
Ocorrências de base menstr-
Regra
Campo
Grande Ocorrências
de base
menstr-
Chico
Outras
variantes
Ocorrências de base menstr-
Goiânia Ocorrências
de base
menstr-
Outras
variantes
Ocorrências de base menstr-
Chico
Regra
Belo
Horizonte Ocorrências
de base
menstr-
Chico
Regra
Ocorrências de base menstr-
Chico
Regra
Outras
variantes
São Paulo Ocorrências
de base
menstr-
Chico
Ocorrências de base menstr-
Regra
Vitória Ocorrências
de base
menstr-
Boi
Outras
variantes
Ocorrências de base menstr-
Paquete
Rio de
Janeiro Ocorrências
de base
menstr-
Ocorrências de base menstr-
Regra
Curitiba Ocorrências
de base
menstr-
Chico
Ocorrências de base menstr-
Chico
Outras
variantes
Florianópolis Ocorrências
de base
menstr-
Boi
Ocorrências de base menstr-
Regra
Boi
Paquete
Chico
Porto Alegre Ocorrências
de base
menstr-
Outras
variantes
Ocorrências de base menstr- Outras
variantes
A respeito da pergunta 121, é interessante mencionar o estudo realizado por
Benke (2012) acerca das denominações para menstruação. Segundo a pesquisadora, “a
menstruação é permeada de tabus, o que justifica a interdição vocabular, no que diz
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respeito às nomeações para designar esse período da fisiologia feminina” (BENKE,
2012, p. 91).
Nessa questão, a variação lexical diageracional também encontra-se presente visto
que existem variantes lexicais mais utilizadas no discurso dos informantes da faixa
etária 2 conforme apresenta o Gráfico a seguir:
Gráfico - Denominações dos informantes das faixas etárias 1 e 2 para o sangue que as
mulheres perdem todos os meses
Do ponto de vista diageracional, as ocorrências de base menstr-, com 71,76% de
uso na faixa 1 e 60,00% na faixa 2, refletem a aquisição pelos mais jovens da lexia atual
e, por isso, se opõem às metáforas, boi, bode, Chico, regra, paquete (forma que já nem
é mais reconhecida pelos mais jovens, como sinônimo de navio), com 20,61% na faixa
1 e 35,55% na faixa 2. No intuito de contextualizar algumas dessas variantes lexicais, é
possível verificar as denominações tá de Chico e regra sendo sinalizadas no discurso
dos informantes como uma variante típica de informantes mais velhos; já as variantes
menstruação e tá menstruada sendo apontadas em algumas capitais como variante
lexical dos mais jovens, como demonstra o exemplo:
Exemplo 1
INQ.- As mulheres perdem sangue todos os meses, né? Como é que
se chama isso?
INF.- Aqui pra nós é tudo menstruação, né?
71,76%60,00%
20,61%
35,55%
7,63% 4,45%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Ocorrências de base menstr-
Fx 1
Ocorrências de base menstr-
Fx 2
Ocorrências Metafóricas
Fx 1
Ocorrências Metafóricas
Fx 2
Outras Variantes
Fx 1
Outras Variantes
Fx 2
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INQ.- Isso. Tem algum nome mais folclórico, mais popular, que a
gente falava quando era mais mocinha, hoje eu tô do quê? O que que veio
pra mim?
INF.- (risos) Aí não, antigamente, a gente, quando tava menstruada,
lá muito nos anos de guaraná de rolha, né? (risos)
INQ.- Guaraná de rolha é bom!
INF.-A gente falava assim: “Ixe, eu tô de Chico” (risos) que eu
achava o máximo, né?
INQ.- É isso mesmo. No meu tempo também.
INF.- Aí que horror, né? Agora, cê fala menstruação é mais assim
delicado, né? (risos). (São Paulo, Mulher, Faixa 2, Nível Fundamental)
Através desse exemplo, pode ser percebido que a informante da faixa etária 2
constroi a sua identidade social de faixa etária. Sobre a designação registrada “tô de
Chico”, Benke (2012, p. 93) levanta a hipótese de que o uso de “Chico”, com base em
seu sentido castelhano – “pequeño” – quando empregado para nomear o sangue que as
mulheres perdem todos os meses faz alusão ao espaço de tempo em que, normalmente,
o sangue é eliminado pela mulher, que corresponde, em média, de 3 a 7 dias. Conforme
a interpretação da referida pesquisadora, essa fase, consideravelmente “pequena”, pode
ter sido a motivação para o uso da denominação “Chico”.
O exemplo a seguir também reflete um dado diageracional:
Exemplo 2
INQ.- As mulheres perdem sangue todos os meses. Como é que
chama isso?
INF.- É… menstruação, né?
INQ.- Tem um mais comum? Pode falar.
INF.- Não, mas, o nome de antigamente é muito feio.
INQ.- Fala!
INF.- Regras.
INQ.- O que mais?
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INF.- Menstruada... (Belo Horizonte, Homem, Faixa 2, Nível
Fundamental)
O depoimento do informante revela o entendimento, por parte dos mais velhos,
de que a vida mudou e junto com ela também os itens lexicais para se referir ao fato de
as mulheres perderem sangue todos os meses. Acerca do uso de “regra” como
designativo para menstruação, Benke (2012, p. 98) expõe a questão da regularidade,
normalidade, expressa semanticamente por “regra” em associação ao ciclo menstrual
que teoricamente acontece de forma regular todos os meses. Sobre esse aspecto, é
importante mencionar, como o faz Benke (2012), o século XIII para o primeiro registro
para regra, evidenciando uma marca diacrônica dessa variante.
O exemplo 3 também denuncia reconhecer que a seleção lexical para o fato de as
mulheres perderem sangue todos os meses é diferente conforme a faixa etária:
Exemplo 3
INQ.- As mulheres perdem sangue todos os meses, como chama
isso?
INF.- Menstruação.
INQ.- Agora eu quero os nomes populares...
INF.- Ah, é?
INQ.- “Não vou pra piscina hoje porque eu tô...”
INF.- Tô de bandeira vermelha
INQ.- Isso. O que mais?
INF.- Tô de sinal vermelho, tô de regras, as mais antigas chamam
regras.
INQ.- É.
INF.- Tô de bode.
INQ.- Isso. Tua geração.
INF.- Aí que nome feio, eu acho horrível.
INQ.- (risos)
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INF.- Tô de bode.
INQ.- E da tua geração?
INF.- Da minha geração é... tô menstruada, tô ... tô naqueles dias, tô
de bandeira vermelha, tô de sinal vermelho.
INQ.- Certo.
INF.- Tem, tem, tem outros nomezinhos que hoje as menininhas
usam mais...
INQ.- Ah, é?
INF.- Mas que eu não me lembro agora.
INQ.- Se você lembrar, depois você me fala.
INF.- Mas esses nomes assim. A maioria do povo mesmo assim
popular, os mais antigos é: tô de bode.
INQ.- Tô de bode.
INF.- Né?
INQ.- E ponto final.
INF.- Eu acho horrível.
INQ.- É?
INF.- Eu não gosto muito não.
INQ.- Você não usa?
INF.- Não eu não, mas que eu ouço, ouço, né? (Boa Vista, Mulher,
Faixa 1, Nível Superior)
No exemplo 3, a informante da faixa etária 1 cita itens mais antigos,
configurando os usos de menstruação, tô menstruada, tô naqueles dias, tô de bandeira
vermelha, tô de sinal vermelho, na atualidade, e regras e tô de bode como as variantes
de antigamente. Assim, é possível verificar o reconhecimento da utilização de uma
variante distinta relacionada a uma época diferente. Pode-se pensar, então, numa
categoria de tempo dos acontecimentos dentro do qual a informante de faixa etária mais
avançada organiza o seu discurso, relacionando com um passado sobre o qual, ainda, de
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certa forma, está muito presa, e dentro do qual estão itens lexicais que fazem parte de
sua história.
Segundo Benke (2012, p. 91), a referência ao bode para designar o sangue que a
mulher perde todos os meses, possivelmente pode ser resultado da analogia existente
entre o cheiro exalado pelo animal e o cheiro exalado pelo sangue eliminado pela
mulher, daí o uso de “bode” para designar esse referente. Assim, o uso dessa variante
metafórica reporta ao sema “odor”. Logo, a referência a esse animal para designar a
“menstruação” tem conotação depreciativa e, consequentemente, tabuística, tendo em
vista a associação entre o mau cheiro desse animal e o cheiro do sangue expelido pela
mulher.
Portanto, a preocupação simultânea com o “dizer” e com o “que dizer” vai
deixar evidente, no texto falado, uma série de marcas responsáveis pela caracterização
específica de sua formulação, entre as quais as que sinalizam o trabalho de seleção
lexical através de itens lexicais responsáveis pela construção da identidade social de
faixa etária do informante.
Considerações finais
A análise do corpus possibilitou realizar a documentação da diversidade lexical
do português falado no Brasil, seguindo os princípios da Geolinguística
Pluridimensional em que o registro segue os parâmetros diatópicos, diageracionais,
diagenéricos e diastráticos. Nesse sentido, no que diz respeito às denominações que
recebe menstruação podem-se fazer algumas considerações preliminares:
a) as designações enfocadas apresentam uma grande variação,
possibilitando a visualização da diversidade lexical e geolinguística do português falado
no Brasil;
b) a temática da comparação passado X presente está presente na linguagem
dos informantes de faixa etária mais avançada, evidenciado-se na seleção lexical desses
informantes como demonstram as estruturas: bode, boi, paquete, regra e tá de Chico.
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Assim, o trabalho procurou mostrar como as lexias trazem, na fala dos
informantes, as marcas do contexto em que se encontram inseridas, oferecendo
subsídios para o registro da diversidade da língua portuguesa.
Referências bibliográficas
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estudo baseado em dados geolinguísticos. 2012. 244 p. Dissertação (Mestrado em
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Recebido Para Publicação em 27 de fevereiro de 2013.
Aprovado Para Publicação em 13 de março de 2013.