Post on 03-Jul-2015
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Aline Carvalho Aline Carvalho Abril de 2010Abril de 2010
A Tropicália A Tropicália e a produção cultural brasileira e a produção cultural brasileira
na década de 60na década de 60
A Contracultura: Psicodelia, movimento hippie, amor livre e rock´n´roll
Os EUA: A Guerra do Vietnã e a indústria cultural
O contexto brasileiro
Projeto Nacional Popular para o Brasil , “o país do futuro”: A herança desenvolvimentista e a esperança da revolução cultural brasileira
O engajamento polí t ico de art istas e intelectuais : A “fé no povo” e o alcance revolucionário da cultura
A educação, a arte e o povo:
- O Movimento de Cultura Popular em Pernambuco- Paulo Freire e a “Pedagogia do Oprimido”- Teatro de Arena: arte coletiva, popular e cotidiana
Início da década de 60
Atores do Teatro de Arena em passeata promocional do espetáculo “O filho do cão”
Presidente João Goulart no comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964
A capital Brasília, símbolo do projeto de desenvolvimento para o país
Integrantes do CPC da UNE, encenando uma peça de teatro na sede do sindicato dos metalúrgicos do RJ (1964)
Vianinha divulgando o espetáculo Eles não usam Black-tie (1961)
O Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE: A temática do “povo” na cultura e a estética em função do conteúdo. Algumas produções:
- A mais valia vai acabar, seu Edgard- Brasil Versão Brasileira- Eles não usam black tie- O Auto dos cassetetes- Cinco Vezes Favela- O povo canta- Noite da Música Popular Brasileira- Cadernos do Povo Brasileiro
Coletânea “O povo canta” (1964)Cartaz do filme Cinco Vezes Favela
O golpe militar de 64: um “balde de água fria” na vanguarda
Crise na esquerda
O movimento estudantil na luta contra a ditadura
Produção artística “entre pares”
1968 – Ato Institucional nº5: o “segundo golpe”
A televisão e a integração nacional
A “Censura seletiva” e o investimento estatal na indústria cultural
Pós-64O contexto brasileiro
Cid Moreira apresentando o Jornal NacionalCapa do disco do show “Opinião”, com Zé Keti, Nara Leão e João do Vale
Estudantes protestam conta a ditadura militar
Artistas de mãos dadas em passeata "Contra a censura pela Cultura". Da esquerda para a direita: Tônia Carrero, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Benghe e Cacilda Becker
A MPB A herança bossanovista x conteúdo politizadoA função social da música e a participação política do artistaIdentidade coletiva contra a ditaduraA Era dos FestivaisA Jovem Guarda
Elis Regina interpretando “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes
Geraldo Vandré no Festival da Canção
Chico Buarque e Tom Jobim
Roberto Carlos, Wanderléa e Erasmo Carlos: a Jovem Guarda considerada “alienada”
A TropicáliaMomento x movimento
Questionamento da arte
Relação com o público
Revolução pelo comportamento
Manifesto Antropófago: contradições da identidade nacional
Cotidianização da política e politização do cotidiano
Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade (1922)
Obra de Hélio Oiticica em homenagem ao bandido Cara de CavaloOs tropicalistas Tom Zé, Gal Costa, Gilberto Gil, Arnaldo
Baptista, Sergio Dias e Rita Lee
1967: Exposição “Nova Objetividade Brasileira” no MAM (Helio Oiticica)
Superação do quadro
Tomada de posição do artista
Vontade construtivista geral
Produções coletivas
Participação do espectador
Nas artes plásticas
Parangolé, de Hélio Oiticica
Bichos, de Lygia Clark
Roda, de Lygia Pape
Os restos do herói, de Antônio Dias
Coleção da grife Rhodia
A obra Tropicália, de Hélio Oiticica, que inspirou o nome da música de Caetano Veloso
“O monumento é de papel crepom e prata Os olhos verdes da mulataA cabeleira esconde atrás da verde mata o luar do sertãoO monumento não tem porta, entrada é uma rua antiga estreita e torta”
Cartaz da primeira Bienal, do concretista Antonio Maluf
Marilyn Monroe e Sopas Campbell, de Andy Warhol
Principais referências:
Movimento Concretista (São Paulo)
Movimento Neoconcretista (Rio de Janeiro)
Pop Art (Estados Unidos)
Beba coca cola, de Décio PignatariObra do neoconcretista Amílcar de Castro Cartaz do manifesto Neoconcreto
1968: Lançamento do álbum Tropicália ou Panis et Circenses (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Capinam e Torquato Neto, Gal Costa, Nara Leão, Os Mutantes, Rogério Duprat)
Na música
Capa do disco-manifesto “Tropicália ou Panis et Circenses”, lançado em 1968
Festa de lançamento do disco n o Avenida Danças, em São Paulo. Na foto: Gal Costa, Nara Leão, Rogério Duprat, Caetano Veloso, Gilberto Gil, e os Mutantes
“Retocai o céu de anil, bandeirolas no cordão, grande festa em toda a nação Despertai com orações o avanço industrial vem trazer nossa redenção” (Parque Industrial - Tom Zé)
“É a mesma dança na sala, no Canecão, na TV, e quem não dança não fala, assiste a tudo e se cala,
não vê no meio da sala, as relíquias do Brasil”(Geléia Geral – Gilberto Gil)
“É proibido proibir”: Tropicália criticada pela direita e esquerda
Diálogo com o “iêiêiê” da Jovem Guarda
Deboche do projeto desenvolvimentista
Temática do cotidiano
“Você precisa tomar um sorvete na lanchonete, andar com a gente, me ver de perto, ouvir, aquela canção do RobertoBaby, baby ...”(Baby – Caetano Veloso)
“Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? (...)Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada. (. ..) se vocês, em polít ica, forem como são em estética,
estamos feitos! (Discurso de Caetano Veloso ao ser vaiado durante o Festival da Canção em 1968)
Experimentação estética
Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obáBat Macumba ê ê, Bat Macumba ohBat Macumba ê ê, Bat MacumbaBat Macumba ê ê, Bat MacumBat Macumba ê ê, BatmanBat Macumba ê ê, BatBat Macumba ê ê, BaBat Macumba ê êBat Macumba êBat MacumbaBat MacumBatmanBatBaBatBat MaBat MacumBat MacumbaBat Macumba êBat Macumba ê êBat Macumba ê ê, BaBat Macumba ê ê, BatBat Macumba ê ê, BatmanBat Macumba ê ê, Bat MacumBat Macumba ê ê, Bat MacumbaBat Macumba ê ê, Bat Macumba ohBat Macumba ê ê, Bat Macumba oba
Letra de Bat Macumba, de Gilberto Gil
Roupas coloridas, cabelos desgrenhados
Gil, Gal e Caetano em Londres, durante o exílioOcupação dos meios de comunicação de massa
Programa “Divino Maravilhoso” apresentado pelos tropicalistas na TV Tupi
Principais referências:
Capa do disco Sargent Pepper´s Lonely Hearts Club Band do quarteto inglês The Beatles, na qual foi inspirada a capa do disco tropicalistas
“Panis et circenses”
Carmem Miranda, a “rainha do rádio” João Gilberto, o “pai da Bossa Nova” Woodstock, movimento hippie e amor livre
Movimento feminista
Jimi Hendrix e a guitarra elétrica
TeatroZé Celso Martinez Correa e o Grupo Oficina
agressão e o corpo
marginalidade e indústria cultural
experimentalismo e processo criativo
transgressão da fronteira ator-público
“era uma violência revolucionária, a violência que é legítima porque se opõe contra a violência do dia-a-dia.
(...)[era uma peça] que fazia toda uma revolução, que negava o pensamento acadêmico, o pensamento idealista em relação ao teatro”
Zé Celso Martinez Correa
O Rei da Vela, 1967
Roda Viva, 1968
No cinema
Cartaz do filme Terra em Transe, de Glauber Rocha, marco do cinema novo. A arte é do artista plástico Rogério Duarte.
Influência do neo realismo italiano, do cine verité e da nouvelle vague francesa
Duplo engajamento: arte com conteúdo político e revolução através da estética
Recusa do modelo de produção hollywoodiano e opção por um cinema descolonizado
O experimentalismo formal das vanguardas e o cinema autoral
“uma idéia na cabeça e uma câmera na mão”
Cartaz do filme Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade,
baseado no livro homônimo de Mario de Andrade
Estéticas convergentes
Cinema marginal “Quem não pode nada
tem mais é que se esculhambar”
Cartaz do filme “O Bandido da Luz Vermelha”,
de Rogério Sganzerla (1968)
“Não se assuste pessoa se eu lhe disser que a vida é boa (...)
Dê um rolê e você vai ouvir (...) Eu sou o amor da cabeça aos pés”
Novos Baianos
Capa do disco “Acabou Chorare” (1972)
“Pernambuco debaixo dos pés e minha mente na imensidão”
Movimento Manguebeat
Capa do disco “CSNZ” (1997)
Em 60 Hoje
Conflito ideológico polarizado entre “capitalismo” e “socialismo”
Forte mobilização política e social
“Inimigo” definido em lutas específicas regionais e difícil articulação entre as iniciativas locais (ex: países da América Latina na luta contra a ditadura)
Busca por uma identidade nacional através da cultura
Falta de liberdade de expressão em função da censura exercida pelo regime
Busca de uma função social da arte e do posicionamento político do artista
Atropofagia (assimilação das referências externas)
Referências híbridas: não predominância de um único modelo cultural hegemônico
Desencantamento com as instituições representativas (movimento estudantil, Estado, sindicalismos)
Iniciativas da população civil articulada em redes com um objetivo comum supranacional (ex: luta contra o aquecimento global)
Produção individual de subjetividades como garantia de preservação da identidade coletiva, frente a multiplicidade cultural
Meios de comunicação de massa monopolizados em função da “livre concorrência” neoliberal
Uso de NTCI em função da democratização da comunicação e do direito à significação
Hibridismo (coexistência de diversas referências)
CARVALHO, Aline. “Produção de Cultura no Brasil: Da Tropicália aos Pontos de Cultura”. Rio de Janeiro: Ed. Multifoco, 2009.
http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=&idProduto=164
Contato:
alinecarvalho.cultura@gmail.com
www.tropicaline.wordpress.com
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