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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO - PSICOPEDAGOGIA

A relação existente entre o desenvolvimento motor e a aprendizagem em crianças de 2 a 7 anos.

Por: Fabiana Ferreira dos Santos

Orientador: M. S. Profºr Nilson Guedes de Freitas

Rio de Janeiro 2005

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO - PSICOPEDAGOGIA

A relação existente entre o desenvolvimento motor e a aprendizagem em crianças de 2 a 7 anos.

Trabalho monográfico feito por Fabiana Ferreira dos Santos, realizado para obtenção parcial do título de especialista no curso de Pós – Graduação de Psicopedagogia orientado por M.S. Professor Nilson Guedes de Freitas. Por: Fabiana Ferreira dos Santos

Rio de Janeiro

2005

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DEDICATÓRIA

Dedico ao meu “Gorducho” (Raphael da Lapa Conceição), meu priminho de 08 anos , por seu carinho, preocupação e torcida para que terminasse este curso de especialização. “Gordo”, te amo de montão!

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AGRADECIMENTOS:

Ao Senhor Deus, porque Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Pelo sustento e pela capacidade que me deste. Meus pais pelo apoio, torcida e orações. Amo vocês! Ao meu namorado Gabriel, por seu amor incondicional, sua paciência e ajuda. I will always love you! As minhas amigas Michele e Tatiana Ximenes por acreditarem em mim e pela força que me deram quando achava que não conseguiria. “Migas”, vocês são demais!!!

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EPÍGRAFE

“Só uma escola autenticamente formativa

pode proporcionar o acesso a uma nova

cultura: uma escola em que seja dada à

criança a possibilidades de formar-se, de

tornar-se um homem, de adquirir os critérios

gerais que sirvam ao desenvolvimento do

caráter (...). uma escola que não hipoteque o

futuro da criança e constranja a sua vontade,

sua inteligência, sua consciência em

formação a mover-se a partir de esquemas

bitolados (...). uma escola de liberdade e de

livre iniciativa e não uma escola de

escravidão e mecanicidade.”

Gramsci

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RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo principal apresentar uma pesquisa bibliográfica – psicopedagógica, para acrescentar e contribuir no trabalho do educador durante o processo ensino – aprendizagem a cerca do desenvolvimento motor e sua influência na aprendizagem cognitiva em crianças de dois a sete anos de idade da rede pública de ensino do município do Rio de Janeiro. Respondendo ao problema de em que medida o desenvolvimento motor influenciará na aprendizagem cognitiva da criança. O procedimento metodológico utilizado foi uma pesquisa bibliográfica utilizando nesta pesquisa os seguintes teóricos: Jean Piaget, Vítor da Fonseca, Henry Wallon, Lev Vigotsky. A partir da leitura deste trabalho monográfico o leitor verificará a real importância do desenvolvimento motor no processo da aprendizagem, ao possibilitar não só os desenvolvimentos cognitivo, mais também sociais e físicos.

Palavras Chaves: Motricidade, desenvolvimento, aprendizagem, conceitos.

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SUMÁRIO

Introdução..............................................................................................................08

1. Aprendizagem – Conceito e Fundamentação....................................................10

2. Motricidade – Conceito e Fundamentação.........................................................21

3. Fundamentos Bio – sociológicos do pensamento..............................................29

Conclusão...............................................................................................................35

Referência Bibliográfica..........................................................................................39

Anexos....................................................................................................................42

Índice......................................................................................................................44

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INTRODUÇÃO

Com este trabalho, pretendemos responder o problema apresentado no projeto de

pesquisa que é: Em que medida o desenvolvimento motor influenciará na

aprendizagem cognitiva, tendo como objetivo geral que foi apresentar uma

pesquisa bibliográfica – psicopedagógica, que venha a acrescentar e contribuir no

trabalho do educador durante o processo ensino – aprendizagem.

Dever-se-á entender que o movimento humano sempre esteve presente na

vida dos indivíduos, desde o útero até à morte; contudo o ser humano não está

dotado de mecanismos especializados para a adaptação ao mundo, tem que agir

para conquistar e conhecer.

Tendo a seguinte hipótese levantada de que na medida em que o professor

buscar desenvolver as habilidades da criança no desenvolvimento motor, logo a

aprendizagem cognitiva terá também um maior desenvolvimento e um maior

rendimento.

Esta pesquisa delimita-se no seu desenvolvimento motor e sua influência

na aprendizagem cognitiva em crianças de dois à sete anos de idade, da rede

pública de ensino no município do Rio de Janeiro, tendo como procedimento

metodológico adotado a pesquisa bibliográfica.

Para tanto no primeiro capítulo, abordaremos o conceito de aprendizagem e

o seu enquadramento, após definir-se o conceito de aprendizagem, serão

apresentadas alguma teorias de aprendizagem, nomeadamente teoria

behavioristas, cognitivas; que teve como objetivo específico explicar algumas

teorias de aprendizagem (behavioristas cognitivas) a cerca de uma perspectiva

atual sobre a aprendizagem, sendo citados neste primeiro capítulo os seguintes

teóricos: J. Tavares e I. Alarcão e Fonseca como os principais deste capítulo.

No capítulo seguinte, será mencionado o conceito de motricidade e o seu

enquadramento. Após definir-se o conceito de motricidade, serão apresentados

várias teorias explicativas do desenvolvimento motor e humano, onde teremos

como principais teóricos Wallon e Jean Piaget.

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E no último e terceiro capítulo apresentaremos a evolução psicomotora da

criança, segundo a opinião dos autores europeus Wallon e Jean Piaget.

A aprendizagem resulta de mecanismos perceptivos na relação dialética

com os mecanismos motores, sendo pelo movimento que o ser humano aprende

bio-psico-sociológicamente.

Por fim, o objetivo deste trabalho é o de enfatizar a importância do

desenvolvimento motor na aprendizagem cognitiva em crianças de dois a sete

anos de idade.

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1.APRENDIZAGEM: CONCEITO E FUNDAMENTAÇÃO

Diversos autores, ao longo dos tempos, têm-se debruçado sobre a

problemática da aprendizagem, bem como da sua definição.

MEINEL, K. (1987, p.171) considera que aprender “é um processo na vida

do homem e no desenvolvimento da personalidade do ser humano”. Aprender está

relacionado com uma nova aquisição ou uma continuidade no desenvolvimento do

comportamento e do trabalho, através de uma disputa ativa com o meio ambiente.

VIGNAUX, G (1995, p.135) define que:

Qualquer aprendizagem num sistema ou num ser vivo manifestar-se-á pela aquisição duma ou mais propriedades que não são inatas neste sistema ou neste ser.

Já para TAVARES, J. e ALARCÂO, I. (1985) aprendizagem é uma

construção pessoal, que resulta de um “processo experimental”. Esse processo

interior à pessoa traduz-se por uma alteração de um comportamento relativamente

firme. Ao afirmar que a aprendizagem é um processo, pretende exprimir-se que o

ato de aprender não é fulgaz e momentâneo, mas que se realiza num tempo mais

ou menos longo.

Na mesma linha, GAGNE e FLEISHMAN, (apud, KNAPP, B., 147) definem

aprendizagem como um processo neurológico interno que se supõe intervir cada

vez que se manifesta nas performances, uma mudança que não é devida nem ao

crescimento, nem à fadiga. ”Podemos entender que aprendizagem resulta da

mudança da performance derivada da experiência. Todas as mudanças devidas à

fadiga ou da maturação não são consideradas como aprendizagem.

Nada se aprende, verdadeiramente, se aquilo que se pretende aprender,

não passar pela experiência pessoal de quem aprende. A aprendizagem assume

assim um caráter pessoal.

E é através das modificações operadas no comportamento exterior,

observável, que se vê se o sujeito aprendeu. Para que o sujeito aprenda, é

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necessário que no seu interior haja um processo de transformação e de mudança.

A aprendizagem é, portanto, uma função do cérebro.

Para FONSECA,V. (1984), a aprendizagem no ser humano é a

consequência de duas heranças: a herança sócio – cultural, onde entram os

aspectos antropológicos e necessariamente a linguagem; e a herança biológica,

onde entram os comportamentos programados pelo genótipo e que decorrem do

desenvolvimento ontogênico.

Com aprendizagem, o ser humano é capaz de realizar ações, que antes de

aprender não realizava, de uma forma estável. Como dizem TAVARES, J e

ALARCÃO, I (1985) a sua contrapartida externa traduz-se em ações que o sujeito

não era capaz de realizar antes de aprender, mas que consegue fazer depois do

período de aprendizagem, de uma forma tão consistente que não deixa dúvidas

quanto à sua estabilidade.

Segundo FONSECA, V. (184, p.145) “a aprendizagem visa uma adaptação

a situações novas, inéditas, imprevisíveis, isto é, uma disponibilidade adaptativa a

situações futuras.”

A aprendizagem deve ser, portanto, encarada como uma ação educativa,

cuja finalidade é desenvolver no ser humano, capacidades que lhe permitam a

integração no meio em que vive (humano e físico), utilizando as estruturas

sensório-motoras, cognitivas, afetivas e lingüísticas.

Para TAVARES, J. e ALARCÃO, I (1985), a aprendizagem efetua-se

através das tarefas que são propostas ou que os alunos se propõem fazer.

Aprendemos a viver em sociedade. Daí que seja necessário adquirir

conhecimentos, cultivar atitudes, aprender a tomar decisões e de desenvolver as

capacidades motoras, cognitivas, lingüísticas e de relacionamento social.

Nem todos os autores têm o mesmo conceito de aprendizagem. Alguns

salientam o aspecto externo da modificação do comportamento, outros a

construção pessoal, experiencial; uns dão maior ênfase ao processo da

aprendizagem, enquanto outros ao produto desse processo.

A diferença de conceitos deu origem a diferentes teorias. De todas as teorias, no

presente trabalho serão tratadas, apenas as teorias behavioristas, as teorias

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cognitivas e o movimento humanistas. Dentro de cada um dos grupos, podem-se

distinguir várias correntes.

1.1. Algumas Teorias de Aprendizagem : Teorias Behavioristas

TAVARES, J. e ALARCÃO, I (1985) definem behaviorismo como um estudo

objetivo e científico do comportamento humano. Este termo (behaviorismo)

aparece associado ao nome do psicólogo americano Jonh B. Watson.

Segundo os autores acima, para Watson, a aprendizagem resulta do

processo de condicionamento, através do qual diversas reações são associadas a

determinados estímulos. De acordo com esta perspectiva, todas as formas de

comportamento, todas as aprendizagem são possíveis, bastando para isso treinar.

A criança aparece com um ser moldável, e não como um ser criativo e agente de

mudança.

Para THORNDIKE, (apud por KNAPP, B s.d) a aprendizagem consistia em

estabelecer uma conexão, a nível do sistema nervoso, entre estímulos e reações,

após uma série de tentativas e erros. Aprender consistia em resolver um

problema. Este autor enunciou: “as suas três leis de aprendizagem”, através da

qual, a aprendizagem aparece associada a um esforço que é recompensado,

dependendo da satisfação e de recompensas. Estas leis foram denominadas de

lei do efeito, lei do exercício ou freqüência e lei da maturidade específica.

De acordo com a lei do efeito, a conexão entre um estímulo e uma reação é

enfraquecida ou reforçada, consoante a satisfação ou a insatisfação que

acompanha a ação. Uma grande satisfação, quando um movimento correto foi

executado, ajuda a gravar esse movimento, enquanto o descontentamento

favorece a eliminação de ações desfavoráveis.

A lei do exercício ou freqüência refere que a repetição por si mesmo não

conduz à aprendizagem. A repetição só resulta em aprendizagem se for

acompanhada por resultados positivos. A simples repetição não acompanhada de

sentimento, não resultará. THORNDIKE, (apud por KNAPP, B.p.150) afirma que:

“... a repetição de uma conexão, no sentido de uma simples seqüência temporal

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de dois fenômenos, age muito pouco, ou mesmo nada, como causa de

aprendizagem.”

Relativamente à lei da maturidade específica, a aprendizagem efetuar-se-á

e o resultado será agradável, se o organismo estiver preparado para estabelecer

conexão entre o estímulo e a reação. Caso contrário, a aprendizagem não se

efetuará e o resultado será desagradável.

SKINNER, (apud por TAVARES, J e ALARCÃO, I, 1985) por seu lado,

considera a aprendizagem como uma forma de condicionamento. Este

condicionamento não é o “reflexo condicionado” de PAVLOV, mas um

condicionamento operante e instrumental, que já inclui a noção de reforço. A

recompensa reforça, entusiasma e, funcionando como um estímulo, aumenta as

probabilidades de sucesso. As reações recompensadas, ou que libertem o corpo

de uma situação penosa, têm tendência a serem repetidas; enquanto que, as

reações que não são recompensadas ou trazem conseqüências indesejáveis, têm

tendência a desaparecer.

Para a teoria behaviorista, o homem é considerado como um organismo,

que responde a estímulos, provenientes do meio exterior, de uma forma mais ou

menos automática e fortuita. Assim, a aprendizagem é considerada pêlos

behavioristas como uma forma de condicionamento, resultado de associações

entre estímulos específicos e reações específicas. Estas associações podem ser

reforçadas, se corresponderem à aprendizagem desejada, ou inibidas, se se

afastarem das finalidades.

A teoria behaviorista realça o saber fazer, o comportamento exterior

mensurável. Baseia-se no comportamento exterior do aluno e na análise

minuciosa da tarefa que o aluno terá que aprender. De acordo com esta teoria, o

aluno é moldável e passivo.

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1.2. Teorias Cognitivas: Piaget, Bruner, Ausubel

As teorias cognitivas podem subdividir-se em dois subgrupos: teoria da

forma ou da configuração e teoria do campo. A teoria da forma ou da configuração

está associada a vários especialistas alemães. Estes autores defendem que o

sujeito organiza e interpreta tudo o que se passa em seu redor, em termos de

conjunto e não isoladamente. Esta teoria alicerça-se na noção básica que o todo é

algo, mais do que a simples soma das partes, é a idéia da compreensão, sentido,

do significado, do “porquê”, do “para quê” e do “como”.

Por seu lado, a teoria do campo também designada de psicologia topológica e

de vetor é mais do que a soma das suas partes. Normalmente estes dois tipos de

teorias agrupam-se para formarem a chamada teoria da forma e do campo.

Os psicólogos desta teoria defendem que a aprendizagem não resulta, como

afirmam TAVARES e ALARCÃO, (1985)

... de associações de tipo estímulo – resposta, mas consiste numa mudança na estrutura cognitiva do sujeito ou na maneira como ele percebe, seleciona e organiza os objetos e os acontecimento e lhes atribui significado.

O educando aparece como um sujeito ativo, capaz de construir o seu

mundo e de evoluir através da experiência que vai adquirindo.

A aprendizagem situa-se em dois pólos. Por um lado, temos as experiências

anteriores e por outro, aquilo que o sujeito quer alcançar. A aprendizagem é

considerada como uma atividade funcional, criadora e exploradora.

Assim a aprendizagem deve assentar, segundo as teorias da forma e do

campo em três condições fundamentais: intuição, finalidade e estrutura. Uma vez

que o sujeito defina o fim que deseja atingir, apercebe-se de como há de

estruturar a sua aprendizagem de maneira a conseguí-lo.

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Jean Piaget

Jean Piaget é um dos autores que maior importância tem para o ensino e

para a aprendizagem.

Para Piaget, J. (1982, p.15) “aprendizagem é um processo normal, harmônico

e progressivo, de exploração, descoberta e reorganização mental, em busca da

equilibração da personalidade.”

Piaget (1982) defende que o ensino deve ser atrativo, deve estar de acordo

como os interesses e curiosidades das crianças. O espaço físico, o espaço

ambiental deve ser estimulante, para que as crianças queiram aprender. Não deve

ser demasiado fácil, nem demasiado difícil para não se transformar em frustração.

As tarefas a apresentar devem produzir na criança uma tensão benéfica, que a

leve em busca da equilibração e traduza o desejo de aprender.

Bruner

Este autor define aprendizagem como sendo um processo ativo do sujeito

que aprende. O sujeito que aprende guarda e organiza a informação recebida. É

através do levantamento de problemas, de hipóteses que avançam e se verificam

e de descobertas que se fazem, que vai se adquirindo o conhecimento. Depois de

se adquirir o conhecimento, este é organizado em categorias e relaciona-se com o

conhecimento antes adquirido. Assim, o aluno vai construindo o seu conhecimento

através do ensino por descoberta.

Para TAVARES e ALARCÃO (1985, p.103), o ensino por descoberta

pressupõe atividades de pesquisa, observação, exploração, análise de problemas

e resultados, integração de novos dados em conceitos anteriormente adquiridos e

princípios mais gerais, explicações de causa e efeito ou outras que ajudem a

estabelecer relacionações. É uma aprendizagem ativa. O professor tem como

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função orientar, através de perguntas, que motivem o aluno, que lhe despertem a

curiosidade, que conduzam o aluno ao conhecimento, ao desenvolvimento do

pensamento.

BRUNER, J. (1983) considera, que o ensino deve estar de acordo com o

desenvolvimento humano. Assim, a aprendizagem teria o seu início em

experiência ativas, através da manipulação de objetos, para depois passar para o

estudos das representações dos objetos e suas características, chegando

finalmente aos conceitos mais complexos, lógicos e abstratos. O caminho a seguir

é do simples para o complexo, com a integração de novos conhecimentos, nos

conhecimentos já assimilados. A relação que se vai estabelecer entre o conhecido

e o que há para conhecer, juntamente com a adequação à idade e a utilização de

estratégias pessoais de descoberta, criam condições para que a aprendizagem se

efetue. Esta aprendizagem tem bastante significado para o sujeito e é, segundo

BRUNER, J.(1983, p.98) “uma aprendizagem compreendida e não apenas

memorizada.”

Esta aprendizagem é uma dinâmica, com significado para o sujeito e

compreendida. BRUNER, J (1983) considera que se deve dar bastante

importância às experiências anteriores das crianças.

Ausubel

Este autor foi o que mais se dedicou ao estudo da aprendizagem significativa

ou compreendida.

TAVARES e ALARCÃO (1983), referem que AUSUBEL identificou quatro tipos

de aprendizagem:

a) Aprendizagem por recepção significativa ou compreendida. O

professor organiza a matéria de uma forma lógica e ao apresentá-la

relaciona-a com os conhecimentos adquiridos, de modo a apreender

e interiorizar os novos conceitos na estrutura cognitiva que o sujeito

já possui.

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b) Aprendizagem por percepção mecânica ou memorizada. Como o

nome indica, o professor apresenta a matéria e o aluno só terá que

memorizar.

c) Aprendizagem pela descoberta significativa ou compreendida.

Através desta aprendizagem, o aluno, por si só, chega ao

conhecimento, descobre o problema que lhe foi apresentado e

relaciona-o com os conhecimentos anteriormente adquiridos.

d) Aprendizagem pela descoberta mecânica ou memorizada. O aluno

“descobre”, por si próprio, a solução do problema e apenas o

memoriza sem o integrar na estrutura cognitiva.

AUSUBEL, D (1954), preconiza que o ensino expositivo não leva forçosamente

a uma aprendizagem memorizada ou mecânica. O autor crê que embora o ensino

pela descoberta tenha vantagens, é um ensino muito caro. Por isso, propõe aquilo

que vai designar de “guided discovery learning”.

De acordo com esta estratégia, o professor é o organizador do processo

ensino/aprendizagem, não deixando que o ensino funcione ao gosto e ritmo dos

interessas dos alunos. Acredita que o guided discovery learning é bastante útil nos

primeiros anos, sendo importante na formação dos conceitos, mas logo que a

criança atinja o raciocínio abstrato, a exposição verbal torna-se mais econômica e

de maior aplicação.

1.3. MOVIMENTO HUMANISTA

Para os humanistas, o educando deve ser responsabilizado, para decidir o

que quer aprender e para ser mais independente e auto-orientador da sua

aprendizagem.

Aprender, para os humanistas, não se reduz à aquisição de macanismos de

estímulo – reação. É um processo cognitivo. No entanto, ROGERS, C. (1977),

condena a aprendizagem cognitiva como ela é apresentada porque, segundo ele,

a aprendizagem cognitiva pré-estabelece os conhecimentos que o aluno tem que

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adquirir ou as capacidades a desenvolver. O aluno apenas terá que se adptar e se

conformar.

ROGERS, C (1977,p.96) consideram que “o educando cresce e adquire

experiência se lhe deixa iniciativa para descobrir o seu próprio caminho, numa

atitude de auto-realização e auto-avaliação, num processo de se tornar pessoa”. A

aprendizagem é deixada ao livre sabor dos alunos. Na visão humanista “tornar-se

pessoa” é a chave do processo de aprendizagem.

A aprendizagem centra-se no aluno, nas suas necessidades, na sua

vontade e nos seus sentimentos.

1.4. Perspectiva atual sobre a aprendizagem

Na atualidade, a aprendizagem aparece ligada a uma nova teoria

designada de teoria do ensino/aprendizagem. Esta teoria de ensino/aprendizagem

recebeu uma grande contribuição das outras teorias ( behaviorista, construtivista e

humanista), portanto está acima delas. Ela tem em si elementos das vária teorias

e modelos.

Esta nova teoria, que começa a emergir, chama à atenção para o fato do

ensino e a aprendizagem serem dois processos intimamente relacionados.

Estas teorias baseiam-se nos conhecimentos que se tem sobre o

mecanismo da aprendizagem. Parte-se do modo como os seres humanos

aprendem, surgem idéias como o ensino deve ser ministrado pelo professor e

testam-se o produto final desse ensino sobre as teorias da aprendizagem.

Estas novas idéias vêm sintetizar uma série de princípios pedagógicos que são

idênticos a todas as tarefas de ensino / aprendizagem (motivação, transferência,

compreensão, recompensa e auto-avaliação) e chamam para a atenção para a

existência de diferentes tipos de aprendizagem de acordo com as tarefas a

aprender.

A idéia de diferentes tipos de aprendizagem foi estudada por GAGNÈ, R.

(1982, p.121) que propôs oito tipos de aprendizagem, que são:

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1. aprendizagem por sinal

2. aprendizagem por estímulo - resposta

3. aprendizagem por encadeamento

4. aprendizagem por associação verbal

5. aprendizagem por discriminação múltipla

6. aprendizagem por conceitos

7. aprendizagem por princípios

8. aprendizagem por resolução de problemas

1.4.1. Aprendizagem por sinal – esta aprendizagem é sinônima da

resposta condicionada, envolve a substituição de um estímulo, evocando uma

resposta condicionada, envolve a substituição de um estímulo, evocando uma

resposta particular. Nesta aprendizagem, as condições internas são os reflexos e

as emoções e as externas são a contiguidade e a habituação.

1.4.2. Aprendizagem por estímulo – resposta – esta aprendizagem

baseia-se na tentativa e erro até atingir uma resposta desejada de acordo com a

compensação. As condições internas envolvem uma continuidade entre o estímulo

e a resposta ( E è R) e o reforço. O reforço tende a fazer desaparecer as

respostas incorretas.

1.4.3. Aprendizagem por encadeamento (Chaining) – a aprendizagem

por encadeamento está relacionada com o comportamento motor, as respostas

desejadas têm uma ordem e uma seqüência de atos motores encadeados uns aos

outros. As condições internas colocam aprendizagem de cada conexão estímulo

resposta e a presença de um feedback quinestésico que é encarado como

experiência concreta. As condições externas devem colocar o educando numa

ordem ou seqüência com sucessão de tempos, bem como uma prática de reforço

e de motivação.

1.4.4. Aprendizagem por associação verbal – esta aprendizagem envolve

uma identificação e nomeação verbal. A conexão E è R deve ser aprendida

previamente e acompanhada por um feedback quinestésico. Nas condições

externas há a apresentação das unidades verbais, dentro de uma certa

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continuidade. O aluno é colocado na situação de resposta, e na presença de

respostas corretas é garantida a confirmação e o reforço.

1.4.5. Aprendizagem por discriminação múltipla – esta aprendizagem

apresenta tarefas que estão relacionadas com a discriminação e diferenciação das

formas, tamanhos, cores, comprimentos, etc. nas condições internas têm que

estar presentes a aquisição dos quatro tipos de aprendizagem anteriores. As

condições externas estão relacionadas com a utilização de material de trabalho,

além da prática da repetição e do reforço.

1.4.6. Aprendizagem por conceitos – neste tipo de aprendizagem, a

atenção recai sobre as semelhanças entre os objetos e o agrupamento de

atributos que os caracterizam. As condições internas são as mesmas das do tipo

5, enquanto as condições externas incluem a apresentação de objetos com

suportes na identificação dos atributos, bem como o reforço mas respostas

corretas.

Aprendizagem por resolução de problemas – este tipo de aprendizagem

compreende a aplicação de princípio para a resolução de problemas. Para que a

resolução de problemas seja bem sucedida, deverá envolver várias operações:

apresentação do problema, definição do problema, formulação de hipóteses e

finalmente a verificação das hipóteses. As condições internas implicam a utilização

dos outros tipos de aprendizagem que sejam relevantes para a resolução de

problemas. As externas devem favorecer suportes que permitam a rememorização

dos princípios fundamentais à solução do problema.

Com esta hierarquização da aprendizagem, GAGNÈ, R (1982) pretende a

sistematização da aprendizagem, condição necessária à aquisição da

linguagem.

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2. MOTRICIDADE: CONCEITO E FUNDAMENTAÇÃO

MANUEL SÉRGIO, (1987) considera o homem como um ser carente, um

ser incompleto. Do ponto de vista motor, o homem apresenta ima inadaptação,

uma não especialização. Embora o homem apresente estas características

(inadaptação e não especialização), ele não se encontra circunscrito a um espaço

determinado.

Segundo FEITOSA, A (1993, p.28) “...o homem é um ser carente, mas a

tomada de consciência dessa carência empurra-o para a ação, para o

conhecimento para a previsão”. O homem conhece e age quando toma

consciência que é carente. É através dessa ação, desse conhecimento, que o

homem gera a cultura.

O homem não possui órgãos especializados, adaptados ao meio ambiente

onde vive, mas através da cultura, o homem é criador, isto é, transforma e domina

o mundo onde vive.

Por isso, MANUEL SÉRGIO, (apud por FEITOSA, A.,1993, p. 46), define

motricidade como “...a virtualidade para o movimento centrífugo da

personalização”. Um ser não especializado e carenciado tem, segundo FEITOSA,

A (ibid), “de sair de si para realizar-se (para personalizar-se”. O homem é um ser

que se faz através da ação. A capacidade para o trabalho, para a ação ara mover-

se é que garante a sobrevivência do homem no planeta. A carência leva o homem

fazer e a fazer-se. A motricidade é que conduz as nossas decisões e posições. Para MANUEL SÉRGIO, (1987, P.30),

“a motricidade não é um fenômeno isolado, mas uma relação e expressão do ser humano total e, ainda, porque a motricidade revela os aspectos ontológicos – existenciais do homem, sem negar, antes completando os aspectos lógico – organizacionais da vida”.

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A motricidade é considerada como a linguagem que nos aproxima da

comunicação e da expressão. O movimento é o meio, pelo qual o indivíduo

comunica e transforma o mundo que o rodeia.

FONSECA, V. (1989) considera que a motricidade compreende todas as

mudanças, pelas quais o sujeito vai passar, desde a concepção até a morte. O ser

humano está em constante evolução. A este respeito FONSECA, V. (1989,p.7)

afirma que “neste período surgem processos evolutivos e hierarquizados, quer

num plano biológico, quer num plano social”.

A motricidade é o produto final da evolução. A motricidade não é imediata e

nem pré-programada. FONSECA, V (1989), defende que a criança é age por

outros, antes de se autocomover, daí origem social da motricidade humana. A

motricidade das crianças é bastante influenciada pela motricidade do adulto.

Embora antes se tenha subestimado o corpo e a motricidade, a motricidade está

intimamente ligada ao ser humano. O ser humano não é só um ser pensante, mas

também um ser de sentimentos e de movimentos. Sem movimentos, não há

desenvolvimento do pensamento. É através da motricidade que o cérebro se

desenvolve.

Segundo FONSECA,V (ibid.p.9) “motricidade sem cognitividade é possível,

mas cognitividade sem motricidade não o é”. O desenvolvimento da motricidade

contribui para o desenvolvimento intelectual do ser humano. Este autor constatou

que distúrbios no desenvolvimento motor comprometem o desenvolvimento da

linguagem e da cognitividade.

FONSECA, V (id) entende a motricidade como uma ação, como uma

conduta relativa a um sujeito histórico. É a motricidade que prolonga a idéia e a

materializa. A motricidade é o meio, pelo qual a inteligência humana se

desenvolve, se materializa, se constrói e se edifica.

Toda motricidade tem como objetivo obtenção de um fim, de um resultado,

de um efeito, tornado-se numa práxis. O ser humano aprende os seus movimentos

na relação que se estabelece com o meio ambiente (construído pelo homem) e

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pela troca e constantes contatos com os seres humanos. O desenvolvimento

motor anda associado ao desenvolvimento humano.

2.1. O papel da motricidade na teoria de Jean Piaget

As investigações de Jean Piaget têm uma grande importância para o estudo

da motricidade, já que as ações motoras têm um papel importante e fundamental

no acesso ao conhecimento.

PIAGET, J. (1982) salienta que a motricidade intervém em diferentes níveis

no desenvolvimento das funções cognitivas. Em PIAGET existe uma grande

relação entre a motricidade e a inteligência.

PIAGET, (apud por FONSECA, V. 1988), classificou o desenvolvimento

cognitivo numa série de estágios. Estes estágios dividem o desenvolvimento em

quatro grandes etapas:

1. Sensório – motor: este período caracteriza-se pela aparição das

capacidades sensório – motoras, perceptivas e linguísticas. É o período

em que aparecem as habilidades locomotoras e manipulativas, quando

o ser humano aprende a organizar a informação sensorial.

2. Pré – operatório: este período durante o qual, os processos cognitivos e

de conceitualização se iniciam. Aparece a iniciação ao jogo simbólico e

a linguagem.

3. Operações concretas: este período caracteriza-se pelo aparecimento do

pensamento abstrato. As crianças realizam ações lógicas elementares,

assim como agrupamentos de classes. O conceito de reversibilidade e

de conservação é característico desta etapa; o pensamento pode

preceder e guiar as ações, mas não funciona independentemente dele.

4. Operações formais: neste período, o pensamento realiza-se

independentemente da ação,,originando a ações mentais de grande

complexidade.

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2.2. A concepção psicobiológica de Wallon

WALLON, H (1966) destaca o papel que os comportamentos motores têm na

evolução psicológica do ser humano. Este autor defende que a motricidade

desempenha um papel importante na elaboração das funções psicológicas dos

primeiros anos de vida. Depois acompanha e sustém os processos mentais.

WALLON, H (1966) ao analisar a motricidade, determinou a existência de dois

aspectos: o tônico ou plástico (nível de contratibilidade ou relaxamento da

musculatura) e o clônico ou cinético (alongamento ou encurtamento dos músculos)

estes dois aspectos complementam-se.

O aspecto tônico tem um papel fundamental no desenvolvimento da criança.

Ele está relacionado, tanto com as atitudes e posturas perceptivas, como com as

motoras. O tônico põe em relação a motricidade, percepção e conhecimento e daí

as relações entre motricidade e inteligência.

WALLON, H (1966), enfatiza a relação do aspecto tônico do movimento com o

desenvolvimento cognitivo, enquanto que o tônus seria o fundamento da emoção

e da afetividade. Assim, inteligência e afetividade desenvolver-se-iam par a par.

Durante as investigações WALLON, H (ibid), teve necessidade de dividir o

desenvolvimento humano em diferentes estágios:

· Estágio impulsivo, contemporâneo do nascimento: a motricidade

tem um significado puramente fisiológico. Os atos são simples descargas de

reflexos ou automatismos.

· Estágio sensório motor: a partir deste momento, o movimento

organiza-se. Desejo de explorar e investigar.

· Estágio projetivo: a motricidade constitui o instrumento de ação

sobre o mundo.

· Estágio do personalismo: os outros são significativos para a

criança, no processo da experiência. Neste período, há a consciência e depois

afirmação do Eu. A sua capacidade de movimento manifesta-se como meio de

favorecer o seu desenvolvimento psicológico.

25

Em todos os estágios, a motricidade está intimamente ligada à atividade

mental. Como observa VAYER, P. (1992,p.15) “...do ato motor à representação

mental percorrem-se todos os níveis, todos os períodos de relações entre o

organismo e o meio”.

A motricidade desempenha um duplo papel. PÈREZ, L. (1994), a este

respeito, adianta que a motricidade é um instrumento de realização de diferentes

tarefas e um medidor da ação mental.

A motricidade e as atitudes têm um papel fundamental no desenvolvimento

psicológico da criança.

2.3. A teoria maturativa de Gessel

GESSEL foi um dos autores que deu muita importância aos processos

internos maturativos na aquisição de comportamentos. O desenvolvimento do

comportamento é afetado pelos processos internos de maturidade. Para GESSEL,

(apud por VAYER, P.1992,p.16) “o crescimento é um processo de estruturação,

que produz mudanças estruturadas nas células nervosas, que provocam

mudanças correspondentes nas estruturas de comportamento”.

A criança não nasce com todas as percepções, mas estas devem

desenvolver-se. Elas desenvolvem-se com a experiência e a maturidade crescente

das células.

A organização dos comportamentos está ligada à maturidade nervosa,

começando antes do nascimento. Para GESSEL (1992) as crianças desenvolvem-

se como um todo.

As diferentes esferas do comportamento desenvolvem-se conjuntamente e

em estreita coordenação. GESSEL estudou quatro:

- Comportamento motor: atitudes posturais, locomoção, preensão;

- Comportamento de adaptação: capacidade de perceber os elementos

significativos e de utilizar a experiência para se adaptar a novas situações;

26

- Comportamento verbal: todas as formas de comunicação e de

compreensão;

- Comportamento pessoal e social: reações tanto perante as outras pessoas

como, perante a cultura social.

Para GESSEL, A (1979), o que determina os comportamentos motores e

psicológicos são as transformações que se vêem no desenvolvimento, que se

devem às predisposições do organismo e ao desenvolvimento espontâneo dos

sistemas neural, muscular e hormonal.

De acordo com GESSEL, A o desenvolvimento corresponde a uma “espiral

ascendente”, que contém equilíbrios e desequilíbrios sucessivos e que obedecem

as seguintes leis:

1. Princípio da direção do desenvolvimento psicomotor: a maturação

dirige o processo de desenvolvimento em confronto com as forças

ambientais. A maturação tem tendência a progredir em direções

céfalo – caudal e próximo – distal.

2. Princípio da flutuação auto-reguladora das funções: o

desenvolvimento não se manifesta com o mesmo ritmo em todas

as frentes. Enquanto que em um sistema se pode estar a

desenvolver, há outros que podem estar adormecidos. O

desenvolvimento não se desenrola simultaneamente. Ao longo do

desenvolvimento há uma flutuação periódica, a qual é controlada

por um mecanismo de auto-regulação.

3. Princípio da assimetria funcional: o organismo tende a

desenvolver-se assimetricamente. Os estágios sucedem-se, ao

longo do desenvolvimento, de uma forma não linear.

27

2.4. O desenvolvimento motor segundo Vítor da Fonseca

Fonseca (1989) considera a motricidade como psicomotricidade e meta

motricidade. Esta motricidade não fica só pelo plano motor, mas vai muito mais

além.

O ser humano possui estruturas neurológicas sobrepostas sobre outras

estruturas mais básicas. Estas estruturas permitem o simbolismo, a linguagem,

etc. desde o nascimento que o ser humano traz essas estruturas, implicadas no

comportamento e são elas, que permitem o aparecimento da linguagem. O

desenvolvimento do ser humano, quer no aspecto neurológico, quer motor,

realiza-se no mundo “sócio – cultural”, num meio ao qual o sujeito tem que se

adaptar e apropriar-se da experiência sócio-histórica.

Para FONSECA, (apud por PÈREZ, L (1994,p.55), “a ontogênese da

motricidade começa com o que denomina a primeira dimensão maturativa ou

inteligência neuro – motora...”. Esta primeira dimensão é composta por

comportamento inatos e organização “tônico-emocional”. À inteligência

neuromotora, segue-se a inteligência sensório-motora. Esta fase, vai dos dois aos

seis anos e nela se incluem atividades motoras de locomoção, preensão e

suspensão.

A fase seguinte foi denominada de inteligência perceptivo-motora. Está

relacionada com a noção de corpo, lateralidade, orientação no espaço e no tempo.

Por último, Fonseca, V (1984) fala na inteligência psicomotora, que integra

as anteriores e permite a ação no mundo.

2.5 Tendências atuais no estudo do desenvolvimento da motricidade

As tendências atuais, no estudo da motricidade, são variadas, amplas e

multidisciplinares.

Pode-se, segundo PÈREZ, L. (1994), destacar uma série de características:

28

“ 1. Há um interesse para conhecer a natureza e a regulação dos

movimentos infantis. Explica-se como é que os diversos mecanismos

implicados na motricidade infantil e humana evoluem e se transformam.

,os processos perceptivo-motores e cognitivos são analisados

minunciosamente e como é que a interação constante com a capacidade

do movimento se manifestam nas crianças.

2. São numerosas as teorias emitidas sobre aprendizagem motor. Existem tendências que se destacam os avanços em matéria de desenvolvimento motor, para os aplicar nas aulas e ginásios, com o objetivo de favorecer a aprendizagem motor e explica-la com maior profundidade. 3. Estuda-se a motricidade infantil, com a finalidade de compreender melhor o desenvolvimento da criança e poder resolver carências escolares e instrumentos que se manifestam na atualidade.”

Estas explicações consideram as crianças como uma unidade que se

expressa pelos seus comportamentos quotidianos. Como afirma PÈREZ, L.

(ibid.trad.)

“... explicações têm como denominador comum o saber superar a dualidade corpo – espírito e tratar a criança como unidade que se expressa pelos seus comportamento quotidianos de onde a motricidade é um fator de primeira ordem”.

Faz-se necessário que os mecanismos implicados na motricidade infantil e

humana evoluam e se transformem, para que os processos perceptivos-motores e

cognitivos sejam analisados minunciosamente e como é constante a interação

com a capacidade do movimento se manifesta nas crianças.

29

3.FUNDAMENTO BIO - SOCIOLÓGICO DO PENSAMENTO

Todos os movimentos executados pelos recém-nascidos não têm

significado, nem objetivo. Difundem-se por simples descargas ineficientes de

energia muscular. FONSECA, V. (1989, p.223) afirma

que nos movimentos dos recém nascidos se verificam reações tônicas e

clônicas, acompanhadas de espasmos e bruscas descargas, bem como

de gestos descoordenados e de automatismos sem função

(estereótipos), como os movimentos de pedalagem observáveis na

primeira semana.

Os gestos são uma modelação tônica de reação ao meio envolvente. A

atividade da criança começa por ser elementar e caracterizada por um conjunto de

gestos sincréticos sem qualquer significado ou objetivo.

Segundo WALLON, H (1966,p.27), entre o indivíduo e o seu meio há uma

unidade indissolúvel. O indivíduo não se pode separar do meio. O meio é para o

homem uma necessidade orgânica e é essa necessidade orgânica que vai

determinar o seu desenvolvimento, portanto a sua inteligência. A este respeito e

de acordo com os autores já citados o desenvolvimento biológico, e o

desenvolvimento social são condições um do outro.

Até a aquisição da linguagem, o movimento é uma característica existencial

da criança e a resposta aos seus estados emocionais. O movimento torna-se

assim a primeira estrutura de relação com o meio, com os objetos e os outros de

onde de edificará a inteligência e a primeira forma de expressão emocional e de

comportamento. É pelo movimento que a criança exprime as suas necessidades.

30

Os primeiros gestos úteis são os de expressão, desenvolvidos na criança

para tomar os objetos que são indispensáveis ao seu bem estar. A esta expressão

motora encontra-se ligada a esfera afetiva, por ser o escape das emoções vividas.

A expressão emotiva é, para WALLON, H (1979), o elemento da formulação da

consciência.

3.1 A evolução da Psicomotricidade e seus estágios

Apud TAVARES, J. e ALARCÃO, I. (1985, p.37), WALLON referem que

O desenvolvimento psíquico da criança é composto de estádios que não são a estrita continuação uns dos outros. Entre eles existe subordinação, mas não identidade de orientação funcional. As atividades mais primitivas são progressivamente dominadas por atividades mais recentes e integram-se nestas últimas mais ou menos completamente.

WALLON, H (1979) individualizou alguns aspectos psicomotores e

conseguiu definir as etapas essenciais do desenvolvimento motor das crianças:

estágio impulsivo, estágio tônico e o estágio sensório-motor.

No estágio impulsivo (recém nascido), os movimentos são simples

descargas de energia muscular, verificando-se reações tônicas e clônicas

acompanhadas de espasmos, de gestos descoordenados e de automatismos sem

função (estereótipos).

Toda ação já é portadora de uma carga afetiva e emocional, tendo o seu

início no jogo dialético entre o bem e o mal estar.

Estas emoções constituem gestação das representações. Como referem

FONSECA, V e MENDES, N. (1988, p.30) estas emoções são já um dado da

consciência e constituem, portanto verdadeiras pré-representações ou

representações em gestação.

31

Através de movimentos desajeitados e agitados, a criança estabelece a

primeira comunicação com o meio ambiente. Para estes autores a transformação

desses movimentos em gestos úteis e significativos preparará os primeiros

sucessos em relação ao seu envolvimento. A motricidade é o suporte de onde vão

nascer as realizações da vida psíquica.

O estágio Tônico – emocional (dos 6 aos 12 anos), nas primeiras

aquisições da consciência e que anunciam o aparecimento do movimento

significativo, embora sincréticas e confusas, têm origem na desordenação inicial.

Neste estágio a excitação é superior à inibição, levando a um exagero das

funções tônicas. Iniciam-se as primeiras relações com o mundo exterior, através

do movimento. O movimento, por um lado, Express o prólogo de relações

circulares entre a movimento e sensibilidade e, por outro lado, indica que se

aproxima as primeiras representações. A este respeito FONSECA, V. (1988,p.24)

adianta

que é o mundo das emoções que mais tarde originará o mundo das representações, através das atitudes e simulacros postos em jogo pelo movimento.

WALLON, H (1979) considera que as emoções e os movimentos são

condutas edificadas pela tonicidade que vai permitindo a edificação das posturas e

atitudes. As atitudes são como que estruturas intermediárias entre o real e a

representação, influenciando dialeticamente o desenvolvimento da inteligência e

da afetividade.

Para WALLON, H (1979) é a tonicidade que transforma o fisiológico em

psicológico. As emoções aparecem ao mesmo tempo, como condutas motoras e

condutas sociais, nas modalidades de adaptação.

No estágio sensório-motor (dos 12 aos 24 meses), tem um caráter mais

subjetivo e afetivo, porque liga o movimento às suas conseqüências sensíveis.

32

Verifica-se um aumento dos dados sensoriais, contribuindo para o aparecimento

de uma percepção mais fina, precisa e mais discriminativa.

Neste estágio há um aumento da maturidade na organização das emoções

provocada pela multiplicação das relações das crianças com o seu envolvimento.

A correlação entre as experiências motoras e sensoriais torna-se mais

evidente. Como menciona FONSECA, V (1988,p.25) o estado sensorial sucede ao

desenvolvimento das atitudes, dos atos rudimentares, das expressões emotivas...

Dá-se nesse período a passagem do biológico ao psicológico. A percepção

começa a ser mais precisa e os movimentos conseguidos são repetidos. Este tipo

de atividade vai permitir a eficiência do gesto e a eliminação dos inúteis ou do que

inútil dentro de cada um dos gestos.

WALLON,H (1966) analisa os gestos e movimentos, como expressões

viradas e dirigidas para os outros. Estas expressões são traduzidas através de

uma linguagem emocional e não verbal.

No estágio Projetivo (dos 2 aos 3 anos), a organização das primeiras

representações deve-se à percepção dos objetos e à sua descoberta, através da

manipulação. É sempre a atividade motriz que regula o aparecimento e o

desenvolvimento das formações mentais. WALLON, H (1970) refere que a ação é

o estímulo da atividade mental.

Nesta fase, a atitude postural adquire a sua autonomia, verificando-se uma

maior disponibilidade para conquistar o real. A palavra aparece como o

prolongamento da ação e marca o início da objetivação.

WALLON, H (1963) nesta fase, dá uma grande importância à imitação. Esta

não é mais que a repetição de um gesto executado por ela própria como forma de

resistência de uma excitação recente e facilmente renovada no aparelho

33

psicomotor. A imitação é bastante importante para a aquisição de novas

aprendizagens. A imitação, depois de simples repetição, estabelece um sistema

de ligações perceptivo – motoras e projeta-se numa reação convergente.

WALLON, H (1963), considera que o movimento não intervém só no

desenvolvimento psíquico e nas relações com o outro, mas também influencia o

comportamento habitual. Para este autor o movimento é um fator importante no

temperamento.

O estágio Personalístico (dos 3 aos 4 anos), o modelo do outro adquire

importância como estímulo e experiência. A motricidade e a linguagem introduzem

a criança na sociedade e o mundo na personalidade da criança.

O movimento é o veículo da conscientização global. Como afirma

FONSECA, V. (1988,p.29) é fundamentalmente o movimento que leva à

dissociação da oposição entre a adaptação motora e a representação simbólica.

As atividades motoras surgem com uma importância psicológica que as

transcende.

As distâncias (espaço) passam a ser conhecidas, as direções passam a ser

relativas e o meio pode-se modificar em função dos primeiros “esboços de

desejo”. O real passa a ser independente e ao alcance das fantasias da mente da

criança.

3.2 Educação pelo Movimento

FROSTIG, M. (1970) sugere um programa com atividades sensório e

perceptivo - motoras, que designou por educação pelo movimento.

Segundo FONSECA, V. e MENDES, N. (1988,p.217), os principais objetivos

das atividades formuladas por FROSTIG, são os seguintes:

34

Conscientização do corpo, conscientização do envolvimento, desenvolvimento sensório – motor, controle do movimento, coordenação manual, noção de direção espacial, estimulação das três avenidas sensoriais: tátilo, auditiva e visual, conscientização espaço – temporal e desenvolvimento das capacidades motoras: coordenação, ritmo, flexibilidade, velocidade, agilidade, equilíbrio e força.

A evolução da criança vai do mover para o crescer e do crescer para o

aprender.

Antes da aquisição da linguagem , impõe-se, de acordo com FROSTIG, M.

(1970) a aquisição das estruturas sensório – motor e perceptivo – motoras, que

designou por “vocabulário do movimento”, sem as quais não seria possível uma

verdadeira expressão criativa.

FROSTIG, M. (1970) preconiza uma educação do movimento de uma forma

interdisciplinar para desenvolver as capacidades perceptivo – visuais. Sem a

aprendizagem perceptivo – visual, as aprendizagens escolares, tais como a

leitura, a escrita e o cálculo não se tornavam possíveis.

35

CONCLUSÃO

A presente pesquisa pretendeu responder ao seguinte problema: em que

medida o desenvolvimento motor influenciará na aprendizagem cognitiva? Tendo

como hipótese inicial, na medida em que o professor buscar desenvolver as

habilidades da criança no desenvolvimento motor, logo a aprendizagem cognitiva

terá também um maior desenvolvimento e um maior rendimento, e diante de toda

pesquisa realizada a hipótese foi válida.

Podemos concluir que todos os autores estudados consideram que o

desenvolvimento motor tem grande importância na aprendizagem cognitiva, ou

seja, o desenvolvimento da criança está intimamente ligado à experiência – ação.

É agindo mesmo e com o mundo que a rodeia, que a criança aprende e se

descobre.

O desenvolvimento da criança depende da ação e mediação que os adultos

lhe proporcionam. Através da criação ou da recriação de um envolvimento próprio,

que se verifica o desenvolvimento cognitivo da criança.

A criança deve ser entendida como um ser bio-psico-social. Ou seja, a sua

evolução inicia-se tendo por base um processo biológico, para posteriormente se

desenvolver, através de um processo psicológico, onde irá apropriar-se da

linguagem; com a apropriação da linguagem, a criança transcende o seu

envolvimento imediato e através da aquisição de pensamentos e sentimentos

mergulha num processo sociológico. De uma mesma forma, poderemos entender

o seu desenvolvimento motor. Ou seja, este acontece numa relação dialética dos

três mundos: o biológico, o, psíquico e o social. Assim, será importante retermos

que, a criança depende do investimento dos adultos. É a mãe o “agente” facilitador

do desenvolvimento bio-psico-social.

Pensamos que os vários autores estudados são unânimes em considerar

que a aprendizagem manifesta-se por uma aquisição, que não sendo inata nem

36

maturativa, sê-lo-á como um resultado de um processo experimental. É a

experiência a grande responsável pelo aprender. Essa experiência tem que ser

proporcionada pelos adultos, que devem criar condições adequadas à sua

realização.

Contudo, o ser humano é um ser carente e incompleto. Essa carência leva-

o a agir (ação). Pelo movimento, o homem comunica e transforma o mundo que o

rodeia, resultando a maturação neurológica da dialética entre a quantidade e a

qualidade de estímulos que o adulto socializado, portador de valores sociais,

proporciona à criança. Por outro lado, a construção da sua personalidade (fator

social) resulta da interação entre o meio e a hereditariedade, que vai permitir a

aquisição, a apropriação de valores históricos e culturais da sociedade, na qual a

criança vai construindo a sua autonomia.

Esta é a lógica de construção da triologia motricidade – neurologia –

aprendizagem , o mesmo é dizer-se ontogênese da motricidade, ontogênese do

sistema nervoso, ontogênese da aprendizagem.

Pensamos que conseguimos abordar, de uma forma sucinta e rápida as

várias perspectivas sobre o desenvolvimento humano e motor, que são essenciais

para a resolução de muitos dos problemas escolares e sociais.

Sugerimos algumas pesquisas relacionadas a este tema desenvolvido,

como um trabalho monográfico sobre o tema: “A importância dos jogos e

brincadeiras no desenvolvimento psicomotor”. Este trabalho nos apresenta uma

minuciosa pesquisa sobre a história da psicomotricidade, refletindo sobre a

necessidade e utilização como instrumental e recurso pedagógico no processo

ensino-aprendizagem.

Outra sugestão é “Um estudo sobre as dificuldades de aprendizagem das

crianças: contribuições da arte”. A pesquisa propõe apresentar a arte como

instrumento facilitador da aprendizagem em um estudo de caso com crianças,

37

verificando a importância da arte no processo da aprendizagem ao possibilitar os

desenvolvimentos cognitivos, sociais, físicos e / ou psicológicos. Uma terceira

sugestão é: “A psicomotricidade na educação infantil”. Relata a importância das

atividades psicomotoras para o desenvolvimento da criança nas séries iniciais.

Reforçamos nossas conclusões anteriores, com os contribuições dos

seguintes autores: Wallon deu uma grande importância à motricidade como fator

essencial na emergência da consciência, bem como a constante reciprocidade

entre o aspecto tônico e cinético da motricidade; o caráter emotivo da relação

tônico emocional surge da relação mãe – filho, responsável pelos primeiros

investimentos da relação afetiva entre a criança e os que a envolvem, constituindo

o prelúdio da comunicação verbal a que o autor chamou Diálogo Tônico.

Piaget, no estudo das inter – relações entre a motricidade e a percepção,

considerou que a motricidade interfere na inteligência antes da aquisição da

linguagem, elaborando-se a função simbólica (geradora da linguagem) e

constituindo-se o caminho para a criança chegar à representação e ao

pensamento; a inteligência como resultado de uma experimentação motora é

essencialmente movimento, uma vez que através da experiência o indivíduo

constrói o pensamento e incorpora os dados fornecidos pelo meio, isto é, aprende

(assimilação) e aprende (acomodação), ou dito por outras palavras, a criança

adaptando-se às coisas organiza o pensamento e ao organizar-se estrutura as

coisas.

Frostig aponta a aprendizagem como um resultado perceptivo – visual,

devendo-se realizar antes das primeiras aprendizagens escolares, dado que sem

percepção não há atividade mental e corporal; ou seja, para se compreender o

movimento livre e criativo, a criança deve adquirir a conscientização do seu corpo

e a exploração dos espaços, condições essenciais para a aquisição das

aprendizagens escolares da leitura, escrita e cálculo.

38

Em suma podemos concluir que a aprendizagem resulta de mecanismos

perceptivos na sua relação dialética com os mecanismos motores, sendo pelo

movimento que o ser humano aprende bio-psico-sociologicamente.

39

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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WALLON, H - Psicologia e Educação da Criança. Lisboa: Ed. Vaga, 1979.

42

ANEXOS

43

44

ÍNDICE

Capa.......................................................................................................................01

Contra capa............................................................................................................02

Dedicatória..............................................................................................................03

Agradecimento........................................................................................................04

Epígrafe..................................................................................................................05

Resumo...................................................................................................................06

Sumário..................................................................................................................07

Introdução...............................................................................................................08

1. Aprendizagem–Conceito e Fundamentação................................................10

1.1 Algumas teorias de aprendizagem - Teorias behavioristas.........................12

1.2 Teorias Cognitivas – Piaget, Bruner – Ausubel ..........................................14

1.3 Movimento Humanista.................................................................................17

1.4 Perspectiva atual sobre a aprendizagem....................................................18

2. Motricidade – Conceito e fundamentação ...................................................21

2.1 O papel da motricidade na Teoria de Jean Piaget......................................23

2.2 A concepção psicobiológica de Wallon......................................................24

45

2.3 A teoria maturativa de Gessel....................................................................25

2.4 O desenvolvimento motor segundo Vítor da Fonseca................................27

2.5 Tendências atuais no estudo do desenvolvimento da motricidade............28

3. Fundamentos bio- sociológicos do pensamento..........................................29

3.1 Evolução da psicomotricidade e seus estágios ..........................................30

3.2 Educação pelo movimento..........................................................................33

Conclusão...............................................................................................................35

Referência Bibliográfica..........................................................................................39

Anexos....................................................................................................................42

Índice......................................................................................................................44

Folha de avaliação..................................................................................................46

46

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós – Graduação “Lato Sensu”

Curso de Psicopedagogia

Título da monografia: A relação existente entre o desenvolvimento motor e a

aprendizagem em crianças de 2 a 7 anos.

Feito por: Fabiana Ferreira dos Santos

Orientador por: Nilson Guedes de Freitas

Data da entrega: 01/10/2005.

Avaliado por: ____________________________ Grau: _______________

Rio de janeiro, 01 de outubro de 2005.

47