Post on 07-Apr-2016
Fac Fea
Fundação Educacional Araçatuba
Psicologia
2015
A PEDIATRIA
- Experiência da
autora
Heloísa Benevides Carvalho Chiattone, destaca-se atuando no Serviço de
Pediatria no Hospital Brigadeiro – SPFoi pioneira, normatizando o Projeto
Mãe-Participante,
Projeto
Mãe-Participante
- Historia da pediatria no Brasil
Os primeiros registros da psicologia em hospitais encontrados no Brasil datam de 1954,
em São Paulo. Mathilde Neder deu inicio a essa atividade
pioneiraa pioneira da Psicologia Hospitalar no Brasil na década de 1950, no Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (HCFMUSP)
Dittrich e Zendron (2001) - Como a demanda foi apresentada
Comportamento das crianças operadas
Curto prazo de tempo junto ao paciente – adaptou técnica da psicoterapia psicanalítica para atendimentos de curto prazo
A criança doente e a morte:- Antes do século XVIII e até o século XIX, a criança não
possui personalidade
- A partir da 2ª metade do século XIX a mãe idealizava a criança morta, como um anjo ou santo.
- Na burguesia do século XIX, a morte da criança tornou-se a menos tolerável de todas
as mortes.
- século XX, uma significativa mudança em relação às atitudes perante a morte nas sociedades ocidentais , cada
vez mais a morte é banida do discurso cotidiano, é afastada, ocultada e temida
-Efeitos da hospitalização em crianças
Negação da doença, Revolta, Culpa e Sensação de Punição, Ansiedade, Depressão, Projeção, Solidão,
Distúrbios Neuróticos, comportamento “Esquizoide” Frustração de Sonhos e Projetos, Privação da Realização, Regressão e Busca de Proteção,
Intolerância Emocional, Negativismo
As manifestações de ansiedade na criança gravemente doente e hospitalizada são causadas por :
Temores, dúvidas, sensação de culpa e punição, alterações em auto-imagem
e auto-conceito , sentimento de desvalia e fantasias
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR:
É de extrema importancia que as crianças gravemente doente ou estágio terminal possam participar de
atividades lúdicas nas enfermarias ou nos ambulatórios - O brincar, que é uma forma de autoterapia, pode
transformar essa atividade em instrumentos: Preventivo – Diagnóstico – Prognóstico – Terapêutico,
Portanto deve-se incentivar essas atividades pois elas trazem um fortalecimento de auto-estima e auto-conceito, criando
oportunidades para que a criança possa retomar seu equilíbrio psíquico.
RECREAÇÃO TERAPÊUTICA
PEDIATRIA HOSPITAL BRIGADEIRO
- Alem do brincar o profissional pode se utilizar de técnicas especificas incluídas em atividades programadas
para o hospital , para ajudar a criança expressar seus sentimentos
Artes - Desenho livre - Expressões de tendências inconscientes
- Pintura livre a dedo Expressões de sentimentos, Calmante, Fluente, Desenhar e apagar/
fracasso - Recortes e colagens - Projeção,
internalização etc
Crianças internadas na Pediatria do Irmã Dulce comemoram Páscoa com festa
Eventos no complexo hospitalar impactam positivamente nos pacientes
A principal tarefa do profissional
- É apontar caminhos, oferecendo condições de forma direta, sem
invadir – Sendo leve e delicado sem ser passivo, aceitando a criança com
respeito e consideração.
A FAMILIA E A MORTE DA CRIANÇA
Os pais e a família, são elementos altamente representativos do desenvolvimento infantil, a família é a unidade de representação básica da
criança.
A morte de um filho representam uma das provações mais exigentes para a família
principalmente quando o sofrimento da criança se prolonga
A EQUIPE DE SAÚDE E A MORTE DA CRIANÇA
“A Impotência numa equipe de saúde não é delito mas a
insensibilidade é inadmissível”
Orientações Gerais para as equipes de Saúde que atuam com Crianças Gravemente Enfermas ou
Terminais.
- Trabalhar a relação com a própria vida e principalmente refletir sobre a própria morte
- Repensar os objetivos e ideias profissionais e pessoais- Partilhar as dificuldades e angustias com colegas
- Estar alerta para limitações, não ultrapassando limites emocionais
- Desenvolver atividades extratrabalho que propiciem a liberação de tensões
- Considerar, sempre e acima de tudo, o paciente
- Atuar colocando-se “no lugar”- Promover a esperança e estimular a participação ativa no
processo- Proteger a dignidade do paciente e dos familiares
- Como meta: escutar
-A equipe de saúde, deve garantir tanto a criança que estar em fase terminal, quanto a família, com sua presença e atenção com objetivo de aliviar a dor e o sofrimento.
CASO CLÍNICO:
R.C., 11 anos, passou por um longo período de tratamento até evoluir desfavoravelmente, tendo o
seu prognóstico fechado pela equipe de saúde. Durante o período de tratamento, seus pais
separaram-se e seus irmãos tiveram que passar a viver com os avós, em uma cidade do Interior, para
que sua mãe pudesse acompanhá-lo no hospital. Nos últimos meses de tratamento, ela necessitou parar de trabalhar na medida em que os cuidados e a atenção
para com R.C. aumentaram sobremaneira.
A criança, em várias situações, mostrava sua intensa preocupação com a mãe: minha mãe não pode vir no grupo com as outras mães porque tem que trabalhar. Coitada! Meu pai foi embora por causa da minha doença e ela sozinha tem que cuidar de
todo mundo (...). Ele já brigavam antes de eu ficar doente, mas quando eu comecei a ficar no hospital, ele brigavam muito com
ela porque tinha ciúmes;
achava que ela não estava aqui cuidando de mim...
Dois dias antes de falecer, ao chegar à enfermaria pediátrica, a Psicóloga recebeu um recado que deveria ir “muito rápido” à sala de isolamento onde R.C. se encontrava,
já bastante debilitado. Atendendo prontamente seu pedido, a Psicóloga
recebeu uma carta das mãos da criança:
São Paulo, 12 de abril de 1989Tia,
Queria pedir uma coisa para você porque gosto muito de você.
Cuida da minha mãe como você cuida de mim. Conversa com ela coitada porque eu acho que ela está muito triste. Ela fica chorando escondida no banheiro e quando eu pergunto para ela porque ela está chorando ela fala que está com dor de cabeça mais eu sei que ela está chorando por
causa da minha doença e das saudades dos meus irmãos que tiveram que ir para Bananal por causa
da minha doença.
Ela também fica chorando porque tem que dormir na cadeira para ficar perto de mim de noite olhando meu soro. Eu queria que você cuidasse dela para ela
não ficar chorando.
Escrevi porque tenho vergonha de falar disso e minha mãe pode escutar.
R.C.