Post on 05-Jun-2015
jornalismo impresso Professor mestre Artur Araujo (artur.araujo@puc-
campinas.edu.br)
A notícia como “estória”
Acesse o site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/
Acesse o FTP: ftp://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/clc/artur.araujo/
Gaye Tuchman
Roland Barthes
Seminários sobre reportagens• Serão nos dias 11 e 15 de maio. Estamos a três
dias do início dos seminários.
• A nota para a tarefa é até 3.
A prova• A prova será 22 de maio (sexta-feira).
Estamos a 14 dias da prova.
• Será uma prova com consulta.
• Cada um terá duas perguntas para dissertar.
• A nota máxima será 4.
Os temas da prova serão:1. A reportagem narrativa
2. A reportagem descritiva
3. A resenha e a crítica
4. A coluna jornalística
5. O jornal como modelo de negócio
6. O dilema web X papel.
7. Edição e viés ideológico
8. A crônica
9. Quality papers e jornais populares
10. Categorias do jornalismo
Palestra – 20 de maio
A visão da socióloga Gaye Tuchman• A notícia de jornal é uma
forma de literatura popular, uma reencarnação das ainda populares novelas apresentadas de uma outra forma.
• Os repórteres descobrem acontecimentos nos quais conseguem localizar os temas e os conflitos de uma sociedade em particular. Estes acontecimentos são recontados essencialmente através da mesma ‘estória’ de ano para ano ou mesmo de década para década.
Gaye Tuchman
Parábolas do cotidiano• Os jornalistas aprendem
formas de narrativas (frames) que eles usam como dispositivo profissional, como mecanismos que eles podem aplicar para transformar os acontecimentos no seu “produto”, que são relatos de fatos ou news stories.
Gaye Tuchman
Enquadramentos• Os frames organizam as strips
do mundo quotidiano, entendendo-se por strip uma fatia ou corte arbitrário do fluxo da atividade corrente.
• Esses enquadramentos também podem governar a constante organização social dos próprios acontecimentos.
Gaye Tuchman
Estereótipos narrativos• É claro que os “dispositivos de
framing” (noticiar e acrescentar uma determinada informação) identificam os acontecimentos.
• Trata-se de estereótipos narrativos.
Gaye Tuchman
Estereótipos narrativos• Lide clássico
• Jornalismo literário (uso de ‘clichês’ para contar ‘estórias’)
Uma forma de comunicação• Certamente, a importância das
“estórias” enquanto frames está implícita na literatura sobre a comunicação que trata o problema da socialização dos jornalistas.
Gaye Tuchman
Estrutura rígida fundamenta essa ‘literatura’• Aprender “estórias” inclui
aprender a identificar o lide de uma “estória”, a distinguir entre um lide de suíte, a fazer uma transição suave entre os parágrafos potencialmente disjuntivos, e a dispor os parágrafos de modo que caiam “naturalmente” numa pirâmide invertida.
Gaye Tuchman
Realidade ou ficção?• Argumentar que as notícias são
“estórias” e que as “estórias” são frames para identificar e definir acontecimentos pode parecer implicar
que as “estórias” não são factuais nem objetivas.
Gaye Tuchman
Realidade, sob o mantodos padrões discursivos• Não se trata de inventar, mas
sim de dizer que há necessidade de, ao se dizer osfatos, é necessário ter familiaridade com os padrões dissertativos, narrativos e descritivos consagrados.
• Essas convergências facilitam a comunicação e constituem elementos-chave do discurso jornalístico.
Gaye Tuchman
Facticidade e objetividade• O fato de os repórteres como
profissionais terem em princípio aderido às normas de facticidade e objetividade pode demonstrar até que ponto o ato de contar ‘estórias’ é um aspecto coercitivo do trabalho de um repórter e também demonstrar que a ‘estória’ faz exigências ao repórter enquanto contador de ‘estórias’.
Gaye Tuchman
Não há contradição• Ser um repórter que lida com
fatos e ser um contador de ‘estórias’ não são actividades antitéticas.
• De fato, é muito provável que alguns acontecimentos nunca consigam ‘ser notícia’ porque o catálogo de antigos frames de ‘estórias’ não inclui um frame particular que se lhes possa aplicar.
Gaye Tuchman
As notícias ‘se parecem’porque são estruturas• Continua-se a ter a pretensão
de que todas as ‘estórias’ surgem diretamente de fatos relativos a acontecimentos.
• Se for verdade que se pode colocar seis repórteres num tribunal a assistir a seis horas de falação e eles saírem de lá com a mesma ‘estória’, os jornalistas preferem ver isto mais como a defesa da objetividade do que o triunfo da fórmula de construção narrativa.
Gaye Tuchman
Roland Barthes• A tese de que o noticiário,
definido por Barthes como ‘fait divers’ (notícias ‘sensacionais’), são uma forma de literatura popular, também encontra respaldo, com ressalvas, nas investigações teóricas do semiólogo francês.
• Vamos ler agora exertos de ‘a estrutura dos fait divers’
Roland Barthes