Post on 07-Apr-2016
A FORMAÇÃO DO CAPITALISMO INDUSTRIAL E FINANCEIRO E AS ORIGENS DA
INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA.
Café, ferrovias e formação do mercado nacional: Origens da
indústria no Brasil.
Docente: Dr. Fábio Carlos da Silva.
Discentes: Angela Cristina dos Santos Carvalho.Raimundo Diniz.
O CAPITALISMO TARDIO João Manuel Cardoso de Mello.
Economista brasileiro, um dos fundadores da UNICAMP e da FACAMP.
Dirigiu o instituto de economia da UNICAMP. Foi assessor especial do ministério da
fazenda entre 1985 a 1987. E dentre outros livros publicados no Brasil e
no exterior, é autor do livro Capitalismo tardio.
CONSIDERAÇÕES SOBRE CAPITALISMO TARDIO
Crítica à visão cepalina: relação centro-periferia. O autor faz uma abordagem histórica econômica
da economia brasileira.
Principais argumentos:
O autor atribui fatores internos e externos para a transição da economia colonial à economia capitalista.
Os fatores internos são estruturais da dinâmica da economia brasileira; a relação e o modo de produção mercantil, escravagista e latinfundiário.
DA ECONOMIA COLONIAL À ECONOMIA EXPORTADORA CAPITALISTA.
FATORES INTERNOS:1. Queda do “exclusivo metropolitano”.2. Formação do estado nacional: vinda da
família real e unificação da moeda nacional.3. O investimento oriundo dos capitais do setor
mercantil(comércio de mulas,tráfico negreiro).
4. Vantagens comparativas e divisão internacional do trabalho.
DA ECONOMIA COLONIAL À ECONOMIA EXPORTADORA CAPITALISTA. FATORES EXTERNOS:
Conjuntura do liberalismo econômico, onde as relações de mercado estavam reguladas pela lei da oferta e demanda.
Aumento da demanda externa do café, ↑ do consumo internacional pelos operários das fábricas na revolução industrial.
A TRANSIÇÃO DA ECONOMIA COLONIAL À ECONOMIA MERCANTIL
CAFEEIRA. Economia mercantil cafeeira surge com a
crise da economia colonial.
Principais Fatores:
Formação do estado nacional com a vinda da família real;
Unificação da moeda nacional; A queda do “exclusivo metropolitano”.
Características da economia mercantil escravagista cafeeira:
1. Latifúndio;2. Mão de obra escrava;3. Investimentos internos;
Latifúndio: sob o viés econômico a produção em larga escala tornava o mercado lucrativo, visto os baixos preços do café no mercado externo.
Mão de obra escrava: baixos custos quando comparada a mão de obra assalariada.
Os investimentos foram fruto do comércio interno. ex: tráfico negreiro.
A TRANSIÇÃO DA ECONOMIA COLONIAL À ECONOMIA MERCANTIL
CAFEEIRA.
A DINÂMICA DA ECONOMIA ESCRAVISTA CAFEEIRA NACIONAL
Condições fundamentais para o desenvolvimento da economia escravista cafeeira nacional:
1. Disponibilidade de trabalho escravo a preços lucrativos;
2. Existência de terras em que a produção pudesse ser rentável;
3. Demanda pela mercadoria – café.
Aumento dos custos com a mão de obra escrava:
↑ do custo da mão de obra escrava pela redução de sua oferta.
1826: assinado o tratado com a Inglaterra para extinção do tráfico em 3 anos;
1831: lei declara livres os africanos que chegarem a partir desse ano.
Hipótese de ↑ da população escrava inviável diante dos custos, que gerariam a redução da tx. de lucro da atividade e elevação do preço do café.
A DINÂMICA DA ECONOMIA ESCRAVISTA CAFEEIRA NACIONAL
Latifúndio: característica da economia cafeeira; em função dos preços, para obter maiores lucros; Não se trata de limite geográfico, mas de novas
demandas de terras próprias ao café, orientando a ocupação para o interior do país;
Os custos de transportes reduziam as taxas de lucro;ou seja a expansão da atividade cafeeira para o interior do país incorporava ↑custos de transportes;
As hipóteses de ↑ de preço do café, por ↑ de custos de reprodução da mão de obra escrava e de transporte se tornam inviáveis. Visto que o preço é regulado pelo mercado(liberalismo econômico).
A DINÂMICA DA ECONOMIA ESCRAVISTA CAFEEIRA NACIONAL
EMERGÊNCIA DO TRABALHO ASSALARIADO Crítica a Celso Furtado:
O autor faz uma crítica à Celso Furtado, discordando da falta de protecionismo ao Brasil como fator de entrave à industrialização.
Foram observados na época incentivos na importação de máquinas, isenção de impostos sobre transportes internos e externos;
Fatores de atratividade para a indústria capitalista:
O ponto central é observado pelos custos da indústria escravista serem maiores que os custos com a indústria capitalista;
Diferencial de custos e de produtividade entre a mão de obra escrava e assalariada;
EMERGÊNCIA DO TRABALHO ASSALARIADO Entraves para a mudança ao capitalismo:
BORJA CASTRO, “Falta de uma população superabundante que procure se submeter ao regime monótono das grandes fábricas”.
Pressuposto para a industrialização no Brasil: Transformação da força de trabalho em mercadoria.
Contradição: A estrada de ferro e a maquinização do beneficiamento não
somente reforça a economia escravista mercantil cafeeira, como também cria condições para o trabalho assalariado.-visão questionada pela autora Lamonier-(2000).
EMERGÊNCIA DO TRABALHO ASSALARIADO Saída da crise da mão de obra escrava:
Trabalho assalariado; Imigrantes da Europa e principalmente
italianos, No primeiro momento a imigração é
custeada pelo sistema de parceria e no segundo momento com subsídios do governo.
O estado custeia 50% das passagens dos europeus às lavouras cafeeiras.
Sérgio silva,
Economista formado pela Universidade de Paris (1969).
Atual professor da universidade de Campinas, instituto de filosofia e ciências humanas.
EXPANSÃO CAFEEIRA E ORIGENS DA INDÚSTRIA NO BRASIL
EXPANSÃO CAFEEIRA E ORIGENS DA INDÚSTRIA NO BRASIL
Período analisado entre o último quartel do século XIX até a crise de 1929.
Análise do cenário a partir das mudanças econômicas e sociais:
Transformações econômicas:1. Abolição do trabalho escravo a partir da Lei
Euzébio de Queiroz (1851).2. Formação do mercado de trabalho (1880).
PILARES DA INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL
O trabalho assalariado;
Estradas de ferro;
Mecanização das operações de beneficiamento;
Formação dos bancos;
Intensificação do comércio de exportação e importação;
Formação do mercado interno.
Entre 1880 – 1890 ocorre a ruptura da economia cafeeira e a passagem para novas formas de acumulação, baseada no trabalho assalariado;
O autor diferencia a manufatura, a fábrica e a empresa artesanal. A manufatura e a fábrica se diferencia pelo num. De
trabalhadores empregados, onde o proprietário não é incluído no processo produtivo;
E por fim a fábrica pela mecanização e separação do trabalhador e meios de produção.
O autor em sua pesquisa percebe no perfil da indústria brasileira a predominância das fábricas, constituídas por 100 ou mais operários; e capital superior a 1.000 contos;
CRESCIMENTO DA GRANDE INDÚSTRIA
Em 1907 em relação as grandes empresas = fábricas. Segundo o capital: 85% do capital se concentra em São Paulo e 70% no R.J(antigo D.F).
Segundo o num de operários 80% do num de operários S.P . 57%no R.J(antigo D.F).
A indústria brasileira é caracterizada por 100 ou mais operários e pelo capital investido de 1.000 ou mais contos de réis.
O crescimento verificado entre os anos de 1907 a 1920; Quanto ao num de operários: No R.J quase de 100% em S.P superior a 200%.
ORIGENS DA BURGUESIA INDUSTRIAL Emigração européia: caracteriza a burguesia
brasileira,e em particular a industrial paulista. Segundo Bresser Pereira: 84% dos empresários
de S.P eram estrangeiros, filhos ou netos de estrangeiros;
A burguesia industrial nascente tem como base de apoio para o início da acumulação o comércio, em particular as importadoras, que encontravam no mercado externo estreita ligações para a oferta de produtos no mercado nacional.
ASPECTOS CONTRADITÓRIOS DAS RELAÇÕES CAFÉ-INDÚSTRIA
O autor identifica unidades e contradições: Unidade: o desenvolvimento capitalista + a
expansão do café = nascimento e desenvolvimento industrial.
Contradição: posição dominante do café (capital) = limitação do desenvolvimento da indústria.
Segundo autor, a economia cafeeira foi o centro impulsionador da industrialização; por três motivos centrais: Dentro do contexto da 1 guerra mundial, entre
1914-1918; O êxodo rural que traz às cidades os imigrantes da
produção do café; A política econômica, cambial e alfandegária da
época;
O cenário da 1 guerra mundial torna escassos os investimentos no Brasil; e reduz as demandas por produtos importados;
O êxodo rural dos imigrantes da produção cafeeira, faz surgir o crescimento das cidades e o fortalecimento do mercado interno;
Diante da falta de investimentos no país, o funding -loan é uma alternativa de rolagem da dívida externa com a Inglaterra, e por consequência:
↑da dívida externa, com obrigações de cumprir com uma política econômica ortodoxa, para equilíbrio das contas nacionais e da balança de pagamentos;
ASPECTOS CONTRADITÓRIOS DAS RELAÇÕES CAFÉ-INDÚSTRIA