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A DEPRESSÃO NO IDOSO SOLITÁRIO: COMO LIDAR, UM ESTUDO DE
CASO
Clézio Soares Morato1 Isabela Monteiro Ribeiro2
Alessandra Carla de A. Ribeiro3
RESUMO
OBJETIVOS: Avaliar a depressão num caso de processo de envelhecimento cuja
principal característica é a solidão. Buscar alternativas de tratamento visando à melhora
no quadro clínico apresentado e avaliar a contribuição da atividade física para o idoso
com a depressão. MÉTODOS: Estudo de caso utilizando os dados coletados em visitas
a uma família. As visitas foram realizadas por dois acadêmicos de medicina da
Faculdade Atenas, Paracatu, MG, durante aulas práticas de Interação Comunitária, no
ano de 2007. A família foi selecionada para o estudo com o auxílio dos Agentes
Comunitários da Unidade de Saúde do SESC-Prado, Paracatu, MG. Os dados foram
complementados por busca ativa dos prontuários da família na unidade de saúde, junto à
equipe de saúde. Para a elaboração de um projeto de intervenção aplicado à família foi
utilizada a metodologia do Arco de Maguerez. RESULTADOS: A família mostrou
preocupação maior com o caso de depressão ao ser conscientizada da gravidade desta
1 Acadêmica do Curso de Medicina da Faculdade Atenas, Paracatu, MG. Endereço postal: Rua Vereador Afrânio Salustiano Pereira, nº. 06, Bairro Cidade Nova, Paracatu, MG. CEP: 38600-000. Endereço eletrônico: clezio_soares@yahoo.com.br. 2Acadêmica do curso de Medicina da Faculdade Atenas, Paracatu-MG. 3 Professora do curso de Medicina da Faculdade Atenas, Paracatu-MG.
doença no idoso, principalmente quando ele está propenso à solidão. O caso de
depressão passou a receber tratamento médico e foi constatada a contribuição da
atividade física e do lazer para a melhora deste quadro clínico do idoso depressivo.
DISCUSSÃO: Atividade física e grupos para a terceira idade contribuem para a
melhora da auto-estima, minimizando os sintomas da depressão. Este fato pôde ser
confirmado mesmo com poucas visitas à família. CONCLUSÃO: A atividade física e
de lazer juntamente com o apoio da família são essenciais para a recuperação do idoso
depressivo, complementando o tratamento médico.
PALAVRAS-CHAVE: depressão, idoso, atividade física, família.
1. INTRODUÇÃO
1.1 REVISÃO DA LITERATURA
A população acima dos 60 anos de idade tem aumentado significativamente
no Brasil. Em 1980, havia 7 milhões de pessoas idosas. A expectativa de vida do
brasileiro, atualmente, é de aproximadamente 68 anos, sendo de 72,6 para as mulheres e
de 64,8 para os homens (IBGE, 2000).
Estima-se que, para o ano 2025, haverá, em nosso país, cerca de 32 milhões
de idosos (TAMAI, 1999). Este rápido crescimento da população idosa vem exigindo
respostas do Estado e da sociedade, como a implantação da Política Nacional do Idoso
(Lei 8.842/94 e Decreto 1.948/96), que deve ser complementada por ações
desenvolvidas pelos estados e municípios (STELLA ET AL., 2002).
O aumento da população idosa está associado à alta prevalência das doenças
crônico-degenerativas, como as enfermidades neuropsiquiátricas, particularmente a
depressão (STELLA ET AL., 2002).
A depressão consiste em enfermidade mental freqüente no idoso, associada a
elevado grau de sofrimento psíquico. É um dos maiores problemas de saúde pública do
mundo, devido à sua alta morbidade e mortalidade (STRAWBRIDGE ET AL., 2002).
Nos EUA, atinge cerca de 9,5% dos adultos por ano. Sua incidência é estimada em
aproximadamente 17% da população mundial (DAVIDSON ET AL., 2002). No idoso
vivendo na comunidade, a prevalência da depressão situa-se entre 2 e 14%
(EDWARDS, 2003) e em idosos que residem em instituições, chega a 30%
(PAMERLEE ET AL., 1989).
Em 1996, um trabalho conduzido pela Organização Mundial de saúde
(OMS), pelo Banco Mundial e pela Universidade de Harvard identificou a depressão
unipolar (sem alternância no estado de humor) como a quarta principal doença
incapacitante em todo o mundo. O ônus causado pelas enfermidades foi avaliado em
termos de anos de vida perdidos por morte prematura ou vividos com limitação
importante. A estimativa da OMS é de que a depressão passará para o segundo lugar em
2020, perdendo apenas para as doenças do coração (MORENO, 2005).
A depressão é caracterizada como uma síndrome que envolve inúmeros
aspectos clínicos, etiopatogênicos e de tratamento. Consiste em um período mínimo de
duas semanas em que a pessoa se sente triste, melancólica, com sensações de “aperto no
peito” (angústia), inquietação (ansiedade), desânimo e falta de energia. O indivíduo
perde a motivação, acha tudo sem graça ou sem sentido, torna-se pessimista e
preocupado. Tal estado afeta o organismo como um todo e compromete o sono, o
apetite e a disposição física. Freqüentemente associa-se a doenças clínicas gerais e a
anormalidades estruturais e funcionais do cérebro. Se não tratada, a depressão aumenta
o risco de morbidade clínica e de mortalidade, principalmente em idosos hospitalizados
com enfermidades gerais (MORENO, 2005).
A manifestação do quadro clínico é bastante variável. A depressão pode ser
intermitente ou contínua, durar algumas horas ou um dia inteiro, durante semanas,
meses ou anos. Além disso, a intensidade do sofrimento costuma mudar ao longo do
tempo (MORENO, 2005).
As causas de depressão no idoso configuram-se dentro de um conjunto
amplo de componentes onde atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto e
abandono. Frequentemente, a depressão no idoso surge em um contexto de perda da
qualidade de vida associada ao isolamento social e ao surgimento de doenças clínicas
graves (STELLA ET AL., 2002).
São fatores de risco para a depressão: enfermidades crônicas e
incapacitantes; sentimentos de frustração perante os anseios de vida não realizados; e a
própria história do sujeito marcada por perdas progressivas - do companheiro, dos laços
afetivos e da capacidade de trabalho - bem como o abandono, o isolamento social, a
incapacidade de reengajamento na atividade produtiva, a aposentadoria que mina os
recursos mínimos de sobrevivência. (PACHECO, 2002).
O diagnóstico da depressão passa por várias etapas: anamnese detalhada,
com o paciente e com familiares ou cuidadores, exame psiquiátrico minucioso, exame
clínico geral, avaliação neurológica, identificação de efeitos adversos de medicamentos,
exames laboratoriais e de neuroimagem (STELLA ET AL., 2002).
Em pacientes idosos, além dos sintomas comuns, a depressão costuma ser
acompanhada por queixas somáticas, hipocondria, baixa auto-estima, sentimentos de
inutilidade, humor disfórico, tendência autodepreciativa, alteração do sono e do apetite,
ideação paranóide e pensamento recorrente de suicídio. Nos pacientes idosos
deprimidos o risco de suicídio é duas vezes maior do que nos não deprimidos
(PEARSON & BROWN, 2000).
Os sintomas (Tabela 1), em geral, estão associados à presença de doenças
físicas ou ao uso de medicamentos. (STELLA ET AL., 2002).
1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO
Na disciplina de Interação Comunitária, como acadêmico de Medicina, tive a
oportunidade de fazer visitas quinzenais ao lar de uma família, juntamente à uma colega
de classe, colaboradora do presente estudo. Minhas experiências resultadas desta
atividade serviram como base para a elaboração deste estudo.
Durante as visitas conheci M.J.O., 59 anos, sexo feminino, que vive ainda o
luto pela morte de sua mãe, B.O.J., 81 anos, sexo feminino († 01/02/2006), em
decorrência de um AVE, e sofre bastante com o fato. Relata que não sente mais prazer
em continuar morando na mesma casa em que viveu vários anos e vários momentos
com a mãe, B.O.J., e em que presenciou momentos finais desta.
M.J.O. é aposentada e não possui nenhuma ocupação, exceto cuidar da casa
e dos sobrinhos enquanto sua irmã, A.J.O., 44 anos, sexo feminino, trabalha. Por sua
irmã trabalhar durante todo o dia, M.J.O. passa grande parte do dia sem companhia.
Durante o acompanhamento da família, M.J.O. relatou que não gostaria de
permanecer em casa por todo o “dia”, mas que quando tem vontade de passear ou visitar
os vizinhos, acaba angustiada e desiste de fazer o que planejava, não chegando nem
mesmo a “atravessar o portão” da sua casa.
M.J.O. também sofre de osteoporose e diz sentir muitas dores, o que também
a desanima de sair de casa. Relata que sempre que caminha sente dores e que os
medicamentos não a deixam bem disposta. Ela tem uma filha, E.J.O., 32 anos, casada,
pela qual parece ter bastante carinho, mas que mora em um bairro distante de sua casa, o
que dificulta possíveis visitas à filha. Por E.J.O. ser casada, ter filhos e trabalhar, M.J.O.
tem receio em pedir a filha para que vá até sua casa.
Assim M.J.O. permanece sempre em casa, mesmo com vontade de sair e se
distrair, ela não tem ânimo para tal e ao perceber que perdeu alguma oportunidade para
se distrair, arrepende-se. Por fim, M.J.O. sofre ainda de constante falta de apetite.
Portanto, trata-se de uma senhora com um quadro clínico compatível com a
depressão. Quanto à família, particularmente sua irmã, acredita que M.J.O. é muito
sozinha e precisaria de uma companhia, no entanto, é obrigada a ausentar-se um longo
período do dia para cumprir com suas atividades laborativas. A seguir, o genograma da
1.3 JUSTIFICATIVA
Portanto, de acordo com os sintomas apresentados por M.J.O., os sintomas
característicos da depressão e o diagnóstico anterior de depressão pela médica da
Unidade de Saúde ajudaram a identificar a depressão de M.J.O. como o principal
problema desta família. Este fato chamou-me atenção para o desenvolvimento deste
estudo.
1.4 OBJETIVOS
Os objetivos deste estudo são: avaliar a depressão em um caso de processo
de envelhecimento, que possui como uma das principais características a solidão e
procurar alternativas para intervenção, visando à cura ou melhora no quadro clínico
apresentado. Busca também conhecer o significado da depressão, suas características
clínicas, alternativas de tratamento, bem como a contribuição da atividade física para o
idoso com depressão.
2. METODOLOGIA
2.1 TIPO DE ESTUDO
O estudo foi realizado a partir da observação das características de uma
família e avaliação de um “caso problema” específico de um membro desta família e
sua relação com os demais componentes familiares. Trata-se de um estudo de caso para
avaliação da depressão relacionada ao envelhecimento e solidão.
2.2 ÁREA DE ESTUDO
O estudo foi realizado na casa de uma família pertencente à área de
abrangência da Unidade de Saúde do SESC – Prado, no município de Paracatu, Minas
Gerais.
2.3 COLETA DE DADOS
Os dados foram coletados através de visitas quinzenais, por
aproximadamente nove meses, março de 2007 a novembro de 2007, ao lar da família
estudada por dois acadêmicos de Medicina, simultaneamente. As visitas ocorreram
durante as aulas práticas de Interação Comunitária III e IV, disciplinas do Curso de
Medicina da Faculdade Atenas. Como autor deste estudo, participei também da coleta
dos dados. Cada visita à família tinha uma duração de cerca de 50 minutos. As visitas
tinham objetivos específicos de acordo com o cronograma a seguir:
CRONOGRAMA
ESTRATÉGIAS MAI. JUN. JUL. AGO. SET OUT. NOV. DEZ.
1) Agendar consulta médica na Unidade
de Saúde para confirmar a necessidade
de tratamento psicológico, para rever a
administração de medicamentos para
osteoporose e para buscar auxílio quanto
às atividades físicas que podem ser
praticadas.
X X
2) Conversar com a família para que dê
apoio à M. J. O., principalmente não a
deixando sozinha.
X X X X
3) Buscar instituições e/ou grupos
comunitários que ofereçam atividades de
lazer com as oficinas.
X X
4) Orientar M.J.O. a participar destes
grupos. X X X X X
5) Buscar instituições que ofereçam
serviços de práticas de atividades físicas
compatíveis com a saúde de M.J.O. –
osteoporose, 3ª idade. Ex: hidroginástica.
X X
6) Propor uma rotina semanal de prática
de atividades físicas, com ajuda
profissional e orientar M.J.O. sobre a
importância em seguir essa rotina.
X X
7) Nas visitas domiciliares estar sempre
conversando e auxiliando M.J.O. na
superação da depressão.
X X X X X X X
CRONOGRAMA DAS AÇÕES REALIZADAS COM A FAMÍLIA DURANTE AS VISITAS
É importante ressaltar que os meses de março e abril não estão descritos no
cronograma, pois foram destinados para o estabelecimento do vínculo com a família. No
mês de julho não houve visitas, devido ao recesso escolar.
Os dados foram complementados por busca ativa dos prontuários da família
na unidade de saúde, junto à equipe de saúde.
2.4CRITÉRIO DE SELEÇÃO DOS SUJEITOS
A família foi escolhida pelos Agentes Comunitários de Saúde da Unidade,
intencionalmente, de acordo com suas principais limitações, patologias e riqueza de
informações e experiências que a família poderia retribuir aos acadêmicos de Medicina.
A primeira visita à família foi realizada pelos acadêmicos de Medicina acompanhados
pelo Agente de Saúde, no intuito de apresentar a família aos acadêmicos. As demais
visitas foram realizadas apenas pelos acadêmicos.
2.5INSTRUMENTOS OU TÉCNICAS UTILIZADAS
Para a coleta dos dados, foi utilizado um instrumento denominado “Diário de
Bordo”, onde os acadêmicos relatavam todas suas observações e impressões pessoais de
cada visita familiar. Fichas de acompanhamento domiciliar (em Anexo) elaboradas por
responsáveis pela Disciplina de Interação Comunitária também foram instrumentos
deste estudo, e, por fim, prontuários da família estudada que se encontravam na Unidade
Básica de Saúde.
Este estudo de caso baseou-se na metodologia do Arco de Maguerez,
princípio da Metodologia da Problematização. As etapas desta metodologia são:
observação da realidade, seleção dos principais problemas, teorização, elaboração de
uma proposta de intervenção e aplicação desta intervenção à realidade.
Foi de fundamental importância, para o sucesso deste estudo, o
estabelecimento do vínculo entre os acadêmicos de Medicina e a família.
3. RESULTADOS
3.1. DESCRIÇÃO
Como resultados deste estudo, pude observar uma maior preocupação por
parte da irmã da M.J.O., que mora com a mesma, quanto ao quadro de depressão que
sua irmã vem apresentando. Está conscientizada de que ela realmente sofre de uma
doença: a depressão, e de que precisa de ajuda, tanto profissional, quanto,
principalmente, dos familiares.
Quanto à M.J.O., já está recebendo tratamento médico, incluindo medicação
para a depressão, supervisionado pela médica responsável pela Unidade de Saúde da
Área de Abrangência desta família.
M.J.O. mostrou bastante interesse por aulas de hidroginástica e por reuniões
de grupos de idosas, chegando a freqüentá-las. Ambos acontecem no SESC de Paracatu,
próximo à sua casa. No entanto, o trabalho aqui descrito não contou com visitas
domiciliares suficientes para o acompanhamento de M.J.O., a fim de observar a
continuidade deste tratamento. Mas foram suficientes para confirmar o benefício das
atividades físicas e de lazer para este quadro de depressão.
4. DISCUSSÃO
4.1 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
O principal resultado observado foi a participação de M.J.O. em grupos da
terceira idade e aulas de hidroginástica. Com isso M.J.O. teve um motivo a mais para
sair de casa e buscar novas alternativas para enfrentar a solidão. As aulas de
hidroginástica tiveram um impacto positivo aumentando a disposição da M.J.O. e
funcionaram como fator de alívio para as dores osteomusculares, devido à osteoporose.
Já o as reuniões do grupo da terceira idade tiveram resultados positivos, visto que
M.J.O. fez novas amizades que a estimulavam a participar do grupo frequentemente.
Portanto, essas atividades contribuíram para uma melhora da auto estima da M.J.O., um
importante passo para o sucesso do tratamento da depressão.
A conscientização da A.J.O. de que sua irmã passa por uma doença grave e
que a ajuda familiar é essencial à sua recuperação foi outro importante passo deste
estudo, uma vez que A.J.O. passou a dedicar mais atenção à irmã e a incentivá-la a
participar dos grupos.
Com o progresso do tratamento da M.J.O., incluindo o acompanhamento
médico, as aulas de hidroginástica e a participação nos grupos da terceira idade, pude
observar um relacionamento intrafamiliar melhor. Já que a família percebia que M.J.O.
precisava de ajuda, no entanto não sabia como ajudá-la, e isto gerava um desgaste
familiar.
4.2 COMPARAÇÃO COM OUTROS ESTUDOS
De acordo com a literatura, embora ainda haja necessidade de maior clareza
quanto aos mecanismos neurobiológicos e psicológicos envolvidos na recuperação do
paciente (JAGADHEESAN ET AL., 2002), admite-se que a atividade física regular
contribua para a minimização do sofrimento psíquico causado pelo quadro depressivo
(MATHER ET AL., 2002). Os resultados encontrados neste estudo de caso comprovam
este fato, já que M.J.O. mostrou significativa melhora dos sintomas da depressão após
freqüentar aulas de hidroginástica e atividades de lazer em grupos da terceira idade.
Seguindo a mesma linha de pesquisa, outro estudo analisou dois tipos de
sintomatologias (sintomas psicológicos: sentimentos de inutilidade, perda de interesse
em atividades usuais e distúrbios de humor; e sintomas somáticos: perda do apetite,
fadiga e distúrbio do sono) em idosos que fizeram exercício ou receberam visitas de
psicólogos. Ambos reduziram os dois tipos de sintomas, mas somente o grupo exercício
reduziu significativamente os sintomas somáticos. (MCNEIL ET AL., 1991).
4.3 DIFICULDADES E LIMITAÇÕES
Quanto às limitações deste estudo, a principal foi que poucas vezes encontrei
A.J.O. e o restante dos componentes familiares nas visitas, por isso não pude avaliar e
intervir de maneira satisfatória sobre a conscientização destes quanto ao problema
enfrentado por M.J.O.
O número de visitas à família pode ser considerado outra limitação deste
estudo, visto que não foi possível observar se M.J.O. deu continuidade ao seu
tratamento contra a depressão, freqüentando as aulas de hidroginástica e os grupos de
apoio à terceira idade.
5. CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1 SÍNTESE DOS PRINCIPAIS RESULTADOS
Com o apoio da equipe da Unidade Básica de Saúde, M.J.O. foi medicada de
acordo com os sintomas e características da depressão, com isso obteve uma melhora
em seu quadro clínico. Outro importante resultado foi a motivação da M.J.O. em
freqüentar aulas de hidroginástica e reuniões de grupos da terceira idade. Com isso toda
a família ficou mais tranqüila, já que antes do tratamento seus familiares não sabiam
5.2 SUGESTÕES DE NOVAS PESQUISAS
São necessários mais estudos que utilizem grupo-controle, testes estatísticos
para comprovar a eficácia do exercício físico e de atividades de lazer como tratamento
para a depressão na terceira idade. Inclui-se também o uso de testes ou exames que
comprovem este fato a partir de uma avaliação do desenvolvimento da área cerebral
afetada (mapeamento cerebral).
5.3 PROPOSIÇÕES E RECOMENDAÇÕES DE INTERVENÇÕES
Em nosso município e no país como geral a população idosa vem
aumentando significantemente, com isso surge a necessidade de criação de novas
políticas públicas voltadas à terceira idade. Os idosos constituem uma faixa da
população que está mais propensa a sofrer de depressão. A atividade física pode ser um
coadjuvante na prevenção e no tratamento da depressão.
Portanto de acordo com a importância da atividade física na prevenção e
tratamento da depressão e de outras doenças que acometem especialmente as pessoas
idosas, sugere-se que as autoridades políticas municipais criem estratégias e serviços
que ofereçam atividade física para a população idosa.
É importante também apoiar os grupos da terceira idade já existentes e
favorecer a criação de novos grupos na comunidade.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos especiais ao Prof. Msc. Helvécio Bueno pelo seu dom de
ensinar, atenção, respeito, coragem e firmeza. Agradeço a paciência e disponibilidade
para orientação neste estudo. Seus ensinamentos, apoio técnico e teórico foram
fundamentais para conclusão deste trabalho e também para adicionar conhecimentos
indispensáveis na minha formação como um profissional médico.
Agradecimentos à tutora Enfª Mariana Andrade pela ajuda, atenção e
comentários construtivos.
Agradecimentos também à Equipe de Saúde do PSF do SESC- Prado. Aos
Agentes Comunitários de Saúde pela dedicação especial e empenho em ajudar na coleta
dos dados e principalmente pelo acolhimento afetuoso. À Dra. Cristiane Cariús, médica
da Unidade no período da execução deste estudo, por suas análises e sugestões, sempre
esclarecedoras e motivadoras. À Enf.ª Emília Nascimento pela contribuição na
discussão deste trabalho.
Agradecimentos especiais à família citada neste estudo. Pelo acolhimento
em seu lar, onde vivi momentos de muito aprendizado e alegria e pela oportunidade de
conviver tão rica experiência que será importantíssima na minha formação médica e
social.
ABSTRACT
OBJECTIVES: to assess depression in a case of the ageing process whose main feature
is the loneliness. Search for alternatives for treatment aimed at improving the clinical
picture presented and assess the contribution of physical activity for the elderly with
depression. METHODS: Case study using data collected in visits to a family. The visits
were conducted by two scholars at the Faculdade Atenas of Medicine, Paracatu, Brazil,
during practical classes of Community Interaction, in the year 2007. The family was
selected for the study with the help of healthcare agents of the healthcare unit of the
SESC-Prado, Paracatu, Brazil. The data were supplemented by active search of records
of the family at the healthcare unit. To prepare the project for action witch was applied
to the family we used the methodology of Arco de Maguerez. RESULTS: The family
showed greater concern with the case of depression after be informed of the seriousness
of this disease in the elderly, especially when the elderly is prone to loneliness. The case
of depression was receiving medical treatment and was observed the contribution of
physical activity and leisure for the improvement of clinical depression among the
elderly. DISCUSSION: Physical activity and groups for the elderly contribute to the
improvement of self-esteem, minimizing the symptoms of depression. This fact could
be confirmed even with a few visits to the family. CONCLUSION: The physical
activity and leisure together with the support of the family are essential for the recovery
of elderly depression, complementing medical treatment.
Key words: depression, elderly, physical activity, family.
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