A cidade e as serras

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Profª. Ms. Daniele Onodera

EÇA DE QUEIRÓS

(1845-1900)

É considerado o mais importante

ficcionista do Realismo português

e um dos mais importantes da

língua portuguesa. Talentoso,

exerceu influência não só sobre

escritores portugueses ao longo da

primeira metade do século XX, mas

também sobre as literaturas

brasileira e espanhola.

Nasceu o povoado de Póvoa do

Varzim, a 25 de novembro de 1845.

Aos dezesseis anos, ingressou na

Faculdade de Direito de Coimbra.

Embora tenha acompanhado de

perto a Questão Coimbrã, em 1865,

atuou apenas como espectador.

Universidade de Coimbra

( 1865)

Somente em 1871, nas

Conferências do Cassino Lisboense,

é que Eça atingirá lugar de destaque

no universo intelectual de Portugal.

Ainda em 1871, funda com

Ramalho Ortigão, As Farpas, revista

de crítica social.

Em 1872, é nomeado cônsul em

Havana

Distante de Portugal, exerce

durante vinte e sete anos a carreira

diplomática, envolvendo-se em

vários projetos literários.

Morre na França, a 16 de agosto

de 1900.

O funeral de Eça de Queirós : o arco da Rua

Augusta (1900)

Caricatura do funeral de Eça de

Queirós In: A Paródia, Lisboa, 1900

Distante da pátria, Eça pôde julgá-la

desapaixonadamente, com rigor; e também, manter contato com as grandes

correntes de ideias do seu tempo.

Essa experiência contribuiu para o alargamento da

experiência intelectual e para o amadurecimento

literário do autor.

Sua obra está dividida em

três fases:

fase romântica – Prosas

Bárbaras (1867)

fase realista e crítica –

O Crime do Padre Amaro

(1875); O Primo Basílio

(1878), O Mandarim (1879)

e Os Maias (1888)

fase de busca dos

valores portugueses

essenciais – A Ilustre Casa

de Ramires (1900) e

A Cidade e as Serras (1901)

Caricatura a

O Mandarim

(publicação

do Diário de

Portugal em

1880)

Caricatura

de O Primo

Basílio

(publicado

em

O Besouro

em 1878)

O livro faz parte da

última fase da

produção queirosiana,

a qual tende para a

caricatura.

“Para escrever qualquer

página, qualquer linha, tenho

de fazer dois enormes

esforços: despreender-me

inteiramente impressão que

me dá a sociedade que me

cerca e evocar, por um

retesamento de reminência,

a sociedade que está longe.

Isto faz com que meus

personagens sejam cada vez

menos portugueses sem por

isso serem ingleses:

começaram a ser

convencionais (...) por isso

ou tenho de me entregar à

literatura puramente

fantasista ou humorista.”

A questão central do

livro está na ideia

concebida por Jacinto

de que...

“O homem só é

superiormente

feliz quando é

superiormente civilizado” .

SUMA CIÊNCIA

X

SUMA POTÊNCIA

= SUMA FELICIDADE

FOCO NARRATIVO

Zé Fernandes

• Narrador-personagem

•Onisciente

• “meu Jacinto”

TEMPO

CRONOLÓGICO E

MENSURÁVEL

Inicia-se em 1875

estendendo-se por

sete anos

ESPAÇO

A CIDADE:PARIS

AS SERRAS: REGIÃO

DO MINHO E GUIÃES

REGIÃO DO MINHO

PARIS

Campos Elíseos

PERSONAGENS

•Jacinto Galião

•José Fernandes de

Noronha e Sande

PERSONAGENS

•As cocotes ( Madame de

Oriol)

•Duque de Marizac, Grão

Duque Casimiro, Esfraim

•Grilo

PERSONAGENS

•Melchior e Silvério

•Vicência

•Joana

•Teresinha e Jacintinho

TEMAS IMPORTANTES

Decadência moral da

sociedade portuguesa

TEMAS IMPORTANTES

Convencionalismo

social e futilidade

TEMAS IMPORTANTES

Ociosidade e tédio

TEMAS IMPORTANTES

Exploração do

trabalho

TEMAS IMPORTANTES

Valorização da

aparência sobre a

essência

Influência de Gustave

Flaubert autor de

“Madame Bovary” e

das correntes

científicas do século

XIX

Busca,apesar de em

alguns momentos tender

para caricatural e

inverossímil, fazer uma

literatura objetiva e

racional voltada para o

real.

A) Visão pessimista

sobre a sociedade

portuguesa

B) Propensão ao

exagero.

“O que! O meu Jacinto

inundado! Muito chique, nos

Campos Elíseos. Não volto ao

202 sem bóia de salvação!”

C) Recorrência

freqüente de

estrangeirismos.

“Vamos , beber então, nas

máximas proporções, brandy and

soda, com gelo!”

D) Linguagem flexível,

antideclamatória,

próxima da oralidade

“- Mas os caixotes, caramba?...

Como se perdem assim trinta

caixotes enormes?...”

E) Uso de metonímia

“Travou do meu braço, e

arrastou a minha timidez

serrana para o salão cor-de-

rosa-murcha”.

F) Gosto pelo

vocabulário

naturalista