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Sérgio Alfredo Macore
A alavancagem e seu impacto na materialização dos objectivos financeiros das empresas do ramo comercial em Nampula, caso da Nova-Base, filial de Nampula 2013 a 2015
Licenciatura em Gestão de Empresas com habilitações em Gestão Financeira
Universidade Pedagógica
Nampula
2016
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Sérgio Alfredo Macore
A alavancagem e seu impacto na materialização dos objectivos financeiros das empresas do ramo comercial em Nampula, caso da Nova-Base, filial de Nampula 2013 a 2015
Monografia Científica Apresentada a Escola
superior de Contabilidade e Gestão, Delegação de
Nampula, Para a Obtenção do Grau Académico de
Licenciatura em Gestão de Empresas com
Habilitações em Gestão Financeira.
Supervisor: dr. Faruque Mamudo Jalilo
Universidade Pedagógica
Nampula
iii
2016
ÍNDICE
LISTA DE TABELAS....................................................................................................................vi
LISTA DE FIGURAS / GRAFICOS............................................................................................vii
LISTA DE QUADROS................................................................................................................viii
LISTA DE ABREVIATURAS.......................................................................................................ix
DECLARAÇÃO..............................................................................................................................x
DEDICATÓRIA.............................................................................................................................xi
AGRADECIMENTO....................................................................................................................xii
RESUMO.....................................................................................................................................xiii
CAPITULO I - INTRODUÇÃO.....................................................................................................1
1.1.Introdução..............................................................................................................................1
1.2.Objectivos do Trabalho..........................................................................................................2
1.2.1. Objectivo geral...............................................................................................................2
1.2.2. Objectivos específicos....................................................................................................2
1.3. Justificativas..........................................................................................................................2
1.4. Problematização....................................................................................................................3
1.5. Hipótese de estudo................................................................................................................3
1.6. Delimitação do Estudo..........................................................................................................4
1.7. Estrutura do trabalho.............................................................................................................4
CAPÍTULO II - REVISÃO DA LITERATURA............................................................................5
2.1.Introdução..............................................................................................................................5
2.2.Alavancagem..........................................................................................................................5
2.2.1.Alavancagem Financeira e Grau de Alavancagem..........................................................6
2.2.2.Processos de alavancagem financeira..............................................................................7
2.2.3.Necessidade de Capital de Giro.......................................................................................9
iv
2.2.4.Valor Económico Agregado (VEA)..............................................................................10
2.2.5.Investimentos.................................................................................................................11
2.2.6.Tipos de Investimentos..................................................................................................12
2.2.7.Aplicações na empresa estagiada..................................................................................13
2.2.8.Activo circulante operacional e passivo circulante operacional....................................14
2.3.Demonstrações Financeiras..................................................................................................14
2.3.1. Balanços...........................................................................................................................14
2.3.2. Demonstração do Resultado do Exercício.......................................................................15
2.3.3.A Demonstração dos Fluxos de Caixa..........................................................................16
2.3.4. Análise das Demonstrações Financeiras......................................................................16
2.3.4.1. Utilizadores da Análise Financeira............................................................................18
2.3.4.2. Procedimentos Preliminares à Análise......................................................................19
2.3.5. Método dos Rácios...........................................................................................................20
2.3.5.1. Rácios Financeiros e Económicos.............................................................................20
2.3.6. Rácios Financeiros...........................................................................................................21
2.3.6.1.Índices de Liquidez:...................................................................................................21
2.3.6.2. Rácios Económicos...................................................................................................22
2.3.6.3. Rácios de Funcionamento.........................................................................................24
2.3.6.4. O ciclo Financeiro da Empresa.................................................................................25
CAPÍTULO III – METODOLOGIA DA PESQUISA..................................................................26
3.1.Introdução............................................................................................................................26
3.2. Tipo e Natureza de pesquisa...............................................................................................26
3.3. Técnicas de pesquisa...........................................................................................................27
3.4. Fontes de dados...................................................................................................................27
3.5. Universo e Amostra da pesquisa.........................................................................................28
3.5.1.Universo........................................................................................................................28
3.5.2.Amostra.........................................................................................................................28
3.6.Ferramentas da análise e softwares usados..........................................................................28
3.6.1.Regressão Linear Simples.............................................................................................28
3.6.2.Softwares usados...........................................................................................................28
CAPITULO IV - APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS..............29
v
4.1. Introdução...........................................................................................................................29
4.2. Localização geográfica do campo de estudo.......................................................................29
4.3. Caracterização da Empresa.................................................................................................29
4.4. Valores................................................................................................................................30
4.5. Atitude que lhes define.......................................................................................................30
4.4. Apresentação de dados obtidos...........................................................................................31
4.4.2.Avaliação de Hipóteses.................................................................................................38
CAPITULO V – CONCLUSÃO E SUGESTÕES........................................................................39
5.1.Conclusão.............................................................................................................................39
5.2.Sugestões..............................................................................................................................40
REFERÊNCIAS............................................................................................................................41
Apêndices......................................................................................................................................43
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: O que intendes por alavancagem?
Tabela 2: Qual é o grau de alavancagem financeira da empresa?
Tabela 3: No processo de alavancagem notou-se resultados positivos?
Tabela 4: Quais são impactos decorrentes no que tange a alavancagem da empresa?
vii
LISTA DE FIGURAS / GRAFICOS
Figura 1. Vista frontal do edifício da empresa Nova Base, Lda. - filial de Nampula.
Figura 2. Organograma da empresa Nova Base, Lda.
Gráfico 1. Nível Académico dos respondentes ao questionário
Gráfico 2. Género dos respondentes ao questionário
viii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Necessidade de capital de giro
Quadro 2: Valor da divida
Quadro 3: Retorno sobre activo
Quadro 4: ROI
Quadro 5: WACC
Quadro 6: GAF – Grau de Alavancagem Financeira
Quadro 7: Indicadores da empresa Nova-Base
Quadro 8: Valor económico agregado pelo Retorno sobre Investimento
Quadro 9: VEA agregado pelo LL Operacional
ix
LISTA DE ABREVIATURAS
SA Sociedade Anónima
AF Alavancagem Financeira
RAT Retorno do Activo
RPL Retorno do Património Liquido
GAF Grau de Alavancagem Financeira
LL Lucro Liquido
PL Património Liquido
CCL Capital Circulante Liquido
NCG Necessidade de Capital Giro
VEA Valor Economico Agregado
ROI Retorno Sobre Investimento
ILS Índice de Liquidez Seca
ML Margem de Lucratividade
x
DECLARAÇÃO
Declaro que esta monografia científica foi o resultado da minha investigação pessoal e das
orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto, nas notas e bibliografia final.
Declaro ainda que esta monografia não foi apresentada em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
Nampula, __________ de Abril de 2016
Nome do Autor
______________________________________________
(Sergio Alfredo Macore)
Nome do Supervisor
_____________________________________________
(dr: Faruque Mamudo Jalilo)
xi
DEDICATÓRIA
Em primeiro lugar, dedico este trabalho aos meus pais .
A minha esposa por ter acreditado na minha capacidade profissional e me dar todo o apoio
necessário ao longo do meu curso académico.
A eles, votos de muita felicidade e longa vida.
xii
AGRADECIMENTO
Em primeiro, agradeço a Deus pela vida.
Em segundo lugar, agradeço ao meu supervisor dr Faruque Mamudo Jalilo, pelo empenho e
dedicação no acompanhamento da presente monografia e pelos ensinamentos indispensáveis por
ele transmitidos.
A todos os docentes da UP-Nampula, em particular aos do Departamento de Contabilidade e
Gestão pelos conhecimentos por eles transmitidos durante a minha formação académica.
Aos meus colegas de carteira, pelo companheirismo e interacção académica que demonstraram
ao longo deste percurso.
Aos meus familiares em praticar meus irmãos, Primos Sobrinhos, meus pais pelo apoio moral e
material e pela dedicação e confiança por eles oferecido durante toda a caminhada.
Finalmente agradecer a todos que direita ou indirectamente deram de si para o alcance deste
objectivo.
O meu muito obrigado.
xiii
RESUMO
Diante do exposto, percebe-se que as empresas têm dois mecanismos para poder financiar as suas actividades: Na verdade, pode-se recorrer os capitais próprios assim como os capitais de terceiro. Dai que, os capitais próprios intende-se que são aqueles que não dispõem de qualquer contrapartida exacta de remuneração, enquanto os capitais de terceiros são aqueles que dispõem de remuneração mínima que pode ou não ser acrescida a uma taxa de referencia aceite no mercado e que possui uma regra com um esquema de desembolso muito definido, contudo, esta pesquisa, o objecto de estudo centra-se ou seja esta focado no ultimo mecanismo de financiamento, podendo ser utilizada por capitais de terceiros para poder maximizar os lucros dos accionistas, dai que esse todo processo é denominado por alavancagem. Com as modificações de tensão política que se verifica na zona centro pais, verifica-se grande diminuição de comprar de compra de produtos da primeira necessidade, mas assim mesmo as firmas enfrentam pós a pós dia grandes obstáculos, pois o publico esta cada vez mais exigente e o comercio esta altamente competitivo. Assim as empresas em termos das suas condições tem de trazer para oferecer o que o mercado já esta a oferecer e com isso, nessa avaliação esta sendo realizado e notado que nem todas as vezes as firmas adquirem aquilo que seria recursos de terceiros onde ocorrera um processo de alavancagem muito positivo.
Palavras-chaves: Alavancagem. Demonstrações financeiras.
xiv
CAPITULO I - INTRODUÇÃO
1.1.Introdução
As empresas podem financiar suas actividades pelo emprego de recursos próprios ou de terceiros
que, unidos, constituem sua estrutura de capital, a alavancagem financeira atribui a relação entre
capital próprio e créditos empregados em uma operação financeira. Dai que é sabido que, o
mercado hoje em dia esta altamente exigente e ao mesmo tempo competitiva verificando-se
aquilo que seria concorrência, dê que as empresas devem fazer o máximo para se adaptar as
mudanças que estão a ocorrer para poder tornar a firma no ritmo competitivo diante da realidade.
Os investidores e ou accionistas estão preocupados em rentabilizar o capital por eles aplicado,
entretanto, é função e responsabilidade do gestor definir a estrutura de capital que seja eficiente
no alcance dos objectivos da empresa, e dos accionistas / investidores; nesta ordem de ideais é
crucial que os gestores não sejam muito conservados ao tomar esta decisão uma vez que
pretendem alcançar resultados que garantam a continuidade eficiente da empresa. E para que a
empresa continue eficientemente esta precisa gerar retornos maiores aos seus accionistas.
O uso dos capitais alheios é um recurso fundamental na geração de resultados que alavanquem
os fundos próprios ou riqueza dos accionistas. Todavia, é preciso alavancar e na verdade para
que isso aconteça é muito importante que as firmas consigam enfrentar alguns riscos advindas no
ambiente envolvente. E com isso, o estágio do negócio tem de ser feito em consonância para
identificar o real necessidade da empresa, podendo assim fazer com que os seus custos não sejam
muito maiores, o que pode vir prejudicar o processo de alavancagem.
O uso intensivo dos fundos alheios resulta num aumento do retorno aos accionistas e em
contrapartida aumenta também o nível de risco associado ao mesmo. Assim, o tema do presente
projecto de pesquisa é: A alavancagem e seu impacto na materialização dos objectivos
financeiros das empresas do ramo comercial em Nampula, visando investigar as relações entre a
alavancagem e materialização eficiente e eficaz dos objectivos financeiros das empresas do ramo
comercial em Nampula, em particular a Nova-Base, filial de Nampula, no período compreendido
entre 2013 até 2015.
xv
1.2.Objectivos do Trabalho
A presente pesquisa procura alcançar os objectivos traçados, isto é, geral e os específicos de
modo que se materialize a questão acima colocada acerca de alavancagem e seu impacto na
materialização dos objectivos financeiros das empresas do ramo comercial em Nampula.
1.2.1. Objectivo geral
A presente pesquisa tem como objectivo geral:
Analisar o impacto da alavancagem na materialização dos objectivos financeiros da
empresa Nova-Base, filial de Nampula.
1.2.2. Objectivos específicos
Descrever analiticamente as vantagens do uso do capital alheio pelas empresas do ramo
comercial;
Identificar as formas de decisão dos efeitos gerados pela alavancagem financeira;
Identificar as vantagens e desvantagens do uso da alavancagem financeira pelas empresas
do ramo comercial;
Avaliar a aplicabilidade da alavancagem operacional e financeira pelas empresas do ramo
comercial em Nampula.
1.3. Justificativas
As empresas do ramo comercial estão em constante inovação estratégica a fim de alcançar de
forma eficiente os seus objectivos financeiros, nos quais a alavancagem pode ser usada em várias
situações onde a maximização dos resultados se revele importante. Muitas são as empresas que
necessitam de capital para financiar seus projectos, porem conservadoras no quesito busca de
financiamento, pois estas receiam os riscos altos associados ao endividamento elevado, facto que
motivou a pesquisa e aprofundamento deste tema.
A importância deste tema reside também no facto de o volume de alaranjem na estrutura de
capital poder afectar seu valor de maneira significativa ao afectar o retorno e risco, por isso, dado
o seu efeito sobre o valor da empresa, o gestor financeiro deve saber como medir e avaliar.
Assim sendo as empresas podem marcar diferenças e ter vantagem competitiva em relação a
concorrência.
xvi
Por outro lado a importância do mesmo, reside no facto de puder servir de material para futuras
pesquisas e, igualmente, para dar a conhecer as empresas alheias sobre os impactos da
alavancagem no alcance dos seus objectivos financeiros e consequente sucesso empresarial.
1.4. Problematização
Vários são os estudos feitos sobre a relevância da estrutura de capital na criação de valor as
empresas e aos accionistas, dos quais uns sustentam que exista uma relação entre rendibilidade e
alaranjem, e outros sustentam a irrelevância da forma como a empresa é financiada na criação de
riqueza aos seus proprietários. Teorias como a de MM, entre outras, foram desenvolvidas nesse
âmbito, visando encontrar reais respostas do impacto da origem dos fundos na criação de valor,
porém ainda persistem divergências nesse âmbito.
Face ao exposto acima, o pesquisador levanta a seguinte questão:
Qual é o impacto da alavancagem na materialização dos objectivos financeiros das
empresas do ramo comercial em Nampula, no caso particular da Nova-Base?
1.5. Hipótese de estudo
“[...] é uma resposta possível de ser testada e fundamentada para uma pergunta feita relativa ao
fenómeno escolhido. O pesquisador examina a literatura sobre o fenómeno, obtém a maior
quantidade de conhecimento possível, para responder ao problema formulado. Essa tentativa de
resposta é a hipótese.” (RICHARDSON,1999, p. 27).
Assim, as hipóteses que se pretendem testar com a presente pesquisa são:
H0: No contexto das empresas do ramo comercial em Nampula, a alavancagem não tem
impactos na materialização dos objectivos financeiros nas empresas.
H1: No contexto das empresas do ramo comercial em Nampula, a alavancagem contribui
grandemente na materialização dos objectivos financeiros nas empresas, em particular a Nova-
Base, filial de Nampula.
xvii
1.6. Delimitação do Estudo
O estudo será realizado na empresa Nova-Base, filial de Nampula, localizada e sedeada na
cidade de Nampula. A pesquisa abrange os resultados financeiros da empresa em estudo no
período compreendido entre 2013 a 2015, para medir o impacto da alavancagem nos mesmos.
1.7. Estrutura do trabalho
Para uma melhor percepção e análise, o trabalho está estruturado em cinco capítulos. Sendo que
a parte pré-textual do trabalho apresenta primeiro a lista de tabelas, abreviaturas, depois a
declaração, dedicatória, agradecimentos e resumo do trabalho.
No capítulo introdutório é apresentada a introdução, os objectivos do estudo: geral e específico
que se esperam alcançar e a justificativa. Depois, é apresentada a definição do problema de
pesquisa, a hipótese de estudo e a delimitação do estudo.
No segundo capítulo desta pesquisa temos os conceitos referentes a alavancagem na
materialização dos objectivos financeiros da empresa, onde muitos autores de renome falam e
retratam acerca do tema em questão.
No terceiro capítulo é apresentada a metodologia da pesquisa, onde foi evidenciada a
classificação da pesquisa, fontes de dados, universo e amostra, dados da pesquisa, o plano de
colecta de dados e por fim instrumentos usados para a colecta de dados.
O quarto capítulo irá se apresentar breve historial ou seja uma pequena contextualização acerca
da empresa em estudo e por fim uma analise dos dados e interpretação em geral.
No último capítulo é apresentada conclusões recomendações, referencia bibliográfica utilizada
para a elaboração do trabalho e os apêndices.
xviii
CAPÍTULO II - REVISÃO DA LITERATURA
2.1.Introdução
No sentido de dar resposta ao problema a que se propôs, a revisão de literatura que a seguir se
apresenta ira incidir sobre questões relacionadas com o impacto da alavancagem na
materialização dos objectivos financeiros das empresas do ramo comercial em Nampula.
2.2.Alavancagem
Segundo Gitman (2002) apud Candido e Caires (2014: p.34), alavancagem é um processo
utilizado na administração para elevar os resultados da empresa, é a utilização de recursos
próprios ou de terceiros a um custo fixo, com o intuito de aumentar os retornos dos sócios.
Quando uma empresa aplica o processo de alavancagem, busca um retorno, que seja, no mínimo,
suficiente para saldar as dívidas adquiridas durante o processo. A probabilidade de o retorno ser
menor que o esperado é chamado de risco e esse factor é proporcional ao grau de alavancagem,
ou seja, quanto maior a alavancagem, maior o risco, e assim o retorno esperado, já que ambos
têm relação directa.
O termo alavancagem ou do inglês leverage, origina-se no princípio da alavanca da Física,
segundo a qual determinada que a massa pode ser levantada de forma indirecta (através de uma
alavanca apoiada em um ponto fixo) com menor esforço do que aquele que seria exigido em um
levantamento directo, ao se erguer esta massa. Como técnica de análise financeira, alavancagem
é a utilização dos activos a custos fixos destinados a multiplicar o retorno aos sócios
(proprietários). As oscilações nas alavancagens geram oscilações nos retornos e nos riscos.
Utilizam-se três tipos de alavancagens: alavancagem operacional, financeira, e combinada ou
total. Ambas possuem o mesmo objectivo, mas a forma com que atingem este objectivo é que
difere uma da outra. (TÓFOLI, 2012) apud Candido e Caires (2014: p.35).
A alavancagem pode ser considerada a utilização de custos operacionais e/ou financeiros (juros e dividendos de acções), com o objectivo de financiar as actividades das operações de uma empresa, maximizando seu resultado e proporcionando maior retorno (FERREIRA, 2005, p.191).
xix
Segundo Hoji (2004), a forma de medição da alavancagem é através do seu grau, que mostra o
quanto a empresa comportou-se numericamente. O grau de alavancagem operacional (GAO)
mede o quanto ela obteve de resultados em números relacionados à parte operacional. Assim
como o grau de alavancagem financeira (GAF) mede o quanto a organização obteve de
resultados financeiros.
2.2.1.Alavancagem Financeira e Grau de Alavancagem
Para Assaf Neto e Lima (2011) apud Candido e Caires (2014: p.35), o grau de alavancagem
financeira depende da relação capital de terceiros/capital próprio e do diferencial de taxas de
captação (Ki) e aplicação (ROI) de recursos, além do próprio desempenho operacional da
empresa.
Tófoli (2012) apud Candido e Caires (2014: p.35), destaca que a empresa, ao usar recursos de
terceiros com um custo fixo para aumentar os lucros dos sócios ou accionistas, aplica o princípio
de alavancagem.
Ainda conforme Tófoli (2012) apud Candido e Caires (2014: p.35), quando não houver despesas
financeiras, não haverá alavancagem financeira. Assim, o GAF será igual a 1. Fórmula de
alavancagem financeira, indicando um elemento multiplicador:
GAF = Lop / (Lop – DESPESAS FINANCEIRAS)
OuGAF = Lop / (Lop – DF)
Este indicador pode ser obtido de outra forma, de acordo com Hoji (2004), o grau de
alavancagem é um importante instrumento de gestão financeira e é calculado da seguinte forma:
GAF = RPL / RAT
Ainda de acordo com Hoji (2004):
GAF: Grau de alavancagem financeira.
RPL: Retorno do património líquido.
RAT: Retorno do activo.
xx
Quando a empresa apresentar:
a) GAF = 1 Alavancagem financeira nula.
b) GAF > 1 Alavancagem financeira Favorável.
c) GAF < 1 Alavancagem financeira desfavorável.
Para Hoji (2004), quando a empresa possuir GAF = 1 e a alavancagem for nula, significa que a
empresa não utiliza capital de terceiros, GAF > 1, o capital de terceiros está valorizando o
património líquido e GAF < 1, a alavancagem foi desfavorável, não trazendo retorno para a
empresa.
Enfim, para tomar crédito em instituições financeiras, uma empresa pode ou não estar passando
por uma crise financeira, possivelmente pode estar adquirindo capital terceiros como fonte para
alavancar os seus lucros, o que pode ou não dar certo, dependendo da maneira com que ela vai
utilizar este capital. Mas utilizando-o de maneira correta, a empresa apresentará uma
alavancagem financeira positiva, ou seja, terá resultados superiores aos custos dos valores.
2.2.2.Processos de alavancagem financeira
Segundo Hoji (2004), a alavancagem financeira ocorre quando o capital de terceiros produz
efeitos sobre o património líquido da empresa e como o capital de terceiros se utiliza de uma
alavanca, para produzir efeitos sobre o património líquido, podendo os mesmos serem positivos
ou negativos.
Tófoli (2012) afirma:
O retorno sobre o capital próprio (Lucro liquido / Património liquido) deve ser superior ao retorno sobre o activo total (LAJIR / Activo total) devido ao uso de capitais de terceiros para financiar parte do activo. Além disso, esse retorno sobre o capital próprio deve ser superior ao custo que a empresa paga pelo uso do capital de terceiros obtido. Um recurso captado a 15% ao ano deve proporcionar um lucro operacional superior a essa taxa, ou seja, o retorno do activo deve ser maior que 15% sob pena de empresa experimentar sérias consequências. Assim, usar os recursos (de terceiros) a custo fixo para multiplicar o lucro dos accionistas é o princípio da alavancagem financeira. (TÓFOLI, 2012, p. 167.).
xxi
Ainda conforme Tófoli (2012), o processo de alavancagem trata da relação existente entre as
receitas e os lucros antes dos juros. O crescimento de X% das vendas não resulta nos mesmos X
% no crescimento dos lucros, dada a existência de custos fixos e custos variáveis na composição
dos resultados.
A análise da rentabilidade baseia-se em três índices, exemplificados por Tófoli (2012):
a) Retorno sobre o activo:
Fórmula de cálculo:
LAJIR / Activo total x 100
Indica: Rentabilidade dos negócios.
Interpretação: Quanto maior, melhor.
Objectivo: medir quanto a empresa gera de lucro para cada unidade financeira investida.
b) Custo da Dívida
Fórmula de cálculo:
Despesas financeiras / Passivo gerador de encargos x 100
Indica: Qual o custo da divida.
Objectivo: medir quanto a empresa paga de juros por cada unidade monetária tomada junto à instituição financeira.
c) Retorno sobre o Património Líquido.
Fórmula de cálculo:
Lucro Liquido / Património Liquido x 100
Indica: Quanto os accionistas ganham.
Objectivo: medir quanto os accionistas ganham para cada unidade financeira aplicada na empresa.
xxii
2.2.3.Necessidade de Capital de Giro
Segundo Tófoli (2012) apud Candido e Caires (2014: p.38), o capital de giro é uma ferramenta
financeira fundamental para um melhor desempenho dos negócios e é representado pelos
recursos exigidos, para financiar as necessidades operacionais de uma empresa, no ciclo
operacional.
Ainda de acordo com Tófoli (2012), o capital de giro pode variar de acordo com os três factores:
vendas, política de créditos e estoque. Quando ele aumenta devido ao crescimento vendas é um
fato normal, afinal este é o objectivo da empresa vender. Mas, quando o aumento do capital de
giro é causado pelo aumento de estoque ou de valores a receber, isso aumentando sem
correspondente crescimento das vendas, pode-se dizer que a empresa está com uma estratégia
inadequada.
Assim, é de extrema importância que o capital de giro seja administrado de forma que não sejam
mantidos estoques em excesso, pois, com certeza, vão gerar custos desnecessários para mantê-
los. E ainda manter o mesmo cuidado com a política de crédito da empresa, pois se ela possui
uma política de crédito muito liberal, ampliará o volume das contas a receber e,
consequentemente, um provável aumento na inadimplência.
A necessidade de capital de giro é o montante que a empresa precisa para financiar as suas
operações, isto é, que o valor que ela possui de recursos seja o suficiente para saldar suas dívidas
e honrar com seus compromissos no vencimento e ainda assegurar o excedente para a segurança
da liquidez. Essa necessidade pode ser estimada com a necessidade de capital de giro, com base
no ciclo caixa (ou financeiro) ou ainda utilizando de demonstrativos contabilísticos. (TÓFOLI,
2012).
Segundo Candido e Caires (2014: p.39), A empresa deve ter consciência da importância de ter
um controle do seu capital de giro, pois ele pode se tornar um factor competitivo importante.
Afinal, a empresa que tem um controle de capital giro eficaz, irá controlar compras, eliminando
custos desnecessários para manter estoque, o que encareceria o preço final do produto e buscar
uma política de crédito mais cautelosa, tentando manter um compromisso recíproco com o
cliente, para não acabar ficando um período longo necessitando do capital que está investido nos
xxiii
valores a receber. Assim, poderá eliminar um provável aumento na inadimplência, o que também
cairia sobre o preço final do produto.
Um índice usado para identificar a necessidade de capital é o de Necessidade de Capital de Giro
(NCG), que pode ser interpretado de várias formas, umas delas:
NCG = Activo Circulante Operacional - Passivo Circulante Operacional.
Para identificar qual o valor do capital de giro líquido que excede a Necessidade de Capital de
Giro (NCG), deve ser calculado o Saldo de Tesouraria (ST).
Segundo Tófoli (2012), pode ser calculado através da seguinte fórmula:
ST = Capital circulante liquido – Necessidade de capital giro
Ainda, segundo Tófoli (2012) apud Candido e Caires (2014: p.39), considerar que quando a
empresa apresentar CCL > NCG, terá saldo de tesouraria > 0, assim apresentará uma situação
sólida, ou seja, dispõe de fundos de curto prazo e, quando CCL < NCG, terá saldo de tesouraria
< 0, assim o saldo de tesouraria negativo significa que a empresa recorre a empréstimos de curto
prazo.
2.2.4.Valor Económico Agregado (VEA)
O Valor Economico Agregado (VEA) ou Economic Value Added (EVA),
nada mais é do que o resultado de uma empresa que sobra após a dedução
do custo de capital próprio como despesa. Quando positivo, evidencia
criação de valor ao accionista. É uma medida de lucro económico,
englobando o conceito de lucro contabilístico e o custo do capital
investido (ASSAF NETO; LIMA, 2011, p. 317.)
Ainda conforme Assaf Neto e Lima (2011), considera-se que o VEA representa o lucro
económico, ou seja, o quanto a empresa agregou de riqueza com o capital empregado em suas
operações. É uma ferramenta de gestão que apresenta uma visão diferente do lucro líquido
contabilístico positivo da empresa, já que apresenta ao investidor uma melhor forma de mensurar
os seus resultados.
xxiv
Assaf Neto (2008) afirma que quando as decisões são baseadas no VEA e não no resultado
contabilístico tradicional, a empresa passa a apresentar um posicionamento mais competitivo,
pois os métodos tradicionais não consideram o custo de oportunidade do capital próprio.
Portanto, quando uma empresa incorpora o conceito do VEA, ela passa a avaliar a real
necessidade de investimentos a serem realizados, de modo a evitar que gastos desnecessários
aconteçam, elevando assim, o retorno sobre o capital investido.
Segundo Assaf Neto (2008), para se obter o VEA, utilizam-se os seguintes cálculos:
a) Cálculo do VEA pelo Resultado Operacional Líquido:
VEA = Resultado operacional liquido – (WACC X Investimento total
b) Cálculo do VEA pelo ROI:
VEA = (ROI – WACC) X Investimento total
c) Cálculo do VEA pelo Lucro Líquido:
VEA = Lucro liquido – (Custo de capital próprio x Património liquido
2.2.5.Investimentos
Para Candido e Caires (2014: p.41), para se abrir uma empresa, está cada vez mais fácil. Sendo
assim, a concorrência está cada vez maior e se a empresa não tem factores competitivos que a
diferencie das demais, pode ser o fim antes mesmo do começo. O mercado consumidor está cada
vez mais exigente e as empresas devem sempre estar se adaptando a essas mudanças e, um
caminho para isso, é investir.
Matarazzo (2003) afirma que tudo o que for aplicado em bens, direitos ou custos que
beneficiarão exercícios seguintes, é definido como investimento.
Na administração financeira, há várias modalidades de investimentos, dentre essas as mais
comuns são: imóveis, fundos de investimentos, títulos públicos e o mercado de acções.
xxv
É função do administrador definir qual o melhor momento a tomar essa atitude e qual a
alternativa que melhor corresponda à necessidade da empresa, já que essas modalidades
apresentam critérios e resultados diferentes, através de avaliações e pesquisas de mercado.
De acordo com Candido e Caires (2014: p.42), Assim, toda empresa, antes de realizar qualquer
investimento, deve verificar a viabilidade do mesmo, considerando os factores que serão
alterados, pois um investimento é uma aplicação de um capital, em que o futuro do retorno pode
ser positivo ou negativo. Então, quanto mais certo da viabilidade e do retorno o administrador
estiver, melhor para a empresa.
2.2.6.Tipos de Investimentos
Segundo Assaf Neto e Lima (2011) apud Candido e Caires (2014: p.42), as propostas de
investimento de capital de uma empresa podem ser enquadradas de acordo com as suas diversas
origens, afinal os tipos de investimento dizem respeito às diferentes situações com que uma
empresa pode se deparar no momento de tomar suas decisões, ou seja, um projecto de
investimento de capital afecta outras eventuais propostas. Eles podem ser classificados da
seguinte forma:
a) Investimentos economicamente independentes:
São duas ou mais propostas de investimentos, em que uma delas invalida a aceitação da outra,
como por exemplo, comprar ou arrendar uma máquina.
b) Investimentos com restrição orçamentária:
Nem todas as propostas de investimentos colocadas à disposição da empresa, mesmo que
independentes, serão aceitas, por causa de condições de restrição orçamentária impostas pela
empresa.
c) Investimentos economicamente dependentes:
É quando a aceitação de um investimento exerce influências negativas ou positivas sobre os
resultados líquidos dos demais ou ainda que a aceitação de um investimento dependa
rigorosamente da implementação de outro.
d) Investimentos mutuamente excludentes:
xxvi
É quando a aceitação de uma proposta de investimento elimine completamente a implementação
de outra.
e) Investimentos com dependência estatística:
São investimentos que, mesmo classificados originalmente como independentes estão
associados, e os benefícios ou reduções a uma proposta de investimento afectarão directamente
outras.
2.2.7.Aplicações na empresa estagiada
Buscando conhecer se há um retorno adequado após aplicação do capital de terceiros, foram
realizadas as seguintes etapas:
1ª Etapa: Realizar uma análise dos indicadores que demonstram a real situação da empresa antes
e depois do investimento, tais como:
Índices de rentabilidade
a) ROI
b) Giro do activo
c) Margem de lucratividade
Índices de endividamento
a) Índice de endividamento geral (IEG)
b) Índice de endividamento a curto prazo (IECP)
Índices de capacidade de pagamento / liquidez
a) Índice de liquidez corrente (ILC)
b) Índice de liquidez geral (ILG)
c) Índice de liquidez seca (ILS)
d) Capital circulante próprio (CCP)
xxvii
e) Capital circulante líquido (CCL)
2.2.8.Activo circulante operacional e passivo circulante operacional.
Segunda Assaf Neto (2008) apud Candido e Caires (2014: p.44), os activos operacionais
consistem em activos necessários para operar o negócio fundamental da empresa. Os não
operacionais incluem dinheiro e investimento de curto prazo acima do requerido para as
operações fundamentais da empresa. Os activos operacionais podem ser divididos em activos
circulantes operacionais, como estoque e duplicatas a receber e activos operacionais de longo
prazo, como instalações e equipamentos.
A partir dessa afirmação, pode-se dizer que os activos e passivos operacionais são as contas não
financeiras da empresa, ou seja, são as contas utilizadas no seu ciclo operacional.
2.3.Demonstrações Financeiras
Segundo Ribeiro (1999, p. 40) “Demonstrações Financeiras são relatórios ou quadros técnicos
que contém dados extraídos dos livros, registos e documentos que compõem o sistema
contabilístico de uma entidade.” Os registos contabilísticos realizados periodicamente pélas
empresas são a fonte dos dados para o processo de elaboração das Demonstrações Financeiras.
As demonstrações financeiras de uma empresa apresentam informações que revelam suas
operações por um período de tempo, e quando analisadas permitem detectar quais são os
aspectos fortes e fracos apresentados em suas actividades operacionais e não operacionais, bem
como suas potencialidades, auxiliando assim, a tomada de decisão.
2.3.1. Balanços
De acordo Franco (1989, p.39) “Balanço Patrimonial é a representação sintética dos elementos
que formam o património, evidenciando a diferencial que completa a equação entre seus valores
positivos e negativos.”
Santos et al. (2003, p.77) diz que “balanço patrimonial é uma demonstração contabilística,
obrigatória, sendo uma apresentação sintética e ordenada do saldo monetário de todos os
valores integrantes do património da companhia, em determinada data, num sentido estático.”
xxviii
Segundo Ribeiro (2008, p.39), “balanço patrimonial é uma demonstração financeira
(contabilística) que evidência de forma qualitativa e quantitativa, em uma determinada data, a
situação patrimonial e financeira de uma entidade.”
Ross et al. (1998, p.38), “balanço patrimonial é um retracto instantâneo da empresa. É um
modo conveniente de organizar e sintetizar o que uma empresa possui (seus activos), o que uma
empresa deve (suas exigibilidades), num dado momento.”
Assim, compreendemos que o balanço patrimonial é a peça contabilística que retracta a posição
(saldo) das contas de uma entidade após todos os lançamentos das operações de um período
terem sido feitos, após todos os provisionamentos (depreciação, devedores duvidosos, etc.) e
ajustes, bem como após o encerramento das contas de receita e despesa também terem sido
executados, ou seja, o Balanço Patrimonial é resultado de uma serie de eventos que ocorreram no
património da entidade e que foram sintetizados numa demonstração.
De acordo MARION (2006. P 42) o balanço patrimonial tem por finalidade demonstrar a
situação financeira e patrimonial da entidade em determinado período, e é composto por três
elementos básicos: Activo, Passivo e Património Liquido.
2.3.2. Demonstração do Resultado do Exercício
Iudicibus (2000), diz que a demonstração do resultado do exercício (DRE) é uma demonstração
contabilística dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado líquido em um
exercício, através do confronto das receitas, custos e resultados, apuradas segundo o
contabilístico do regime de competência.
De acordo Fernandes et al. (2012: 38), a demonstração de resultado é o documento que divulga o
montante dos resultados obtidos, bem como os componentes que contribuem para a sua formação
(rendimentos e gastos).
Assim, a demonstração do resultado do exercício oferece uma síntese financeira dos resultados
operacionais e não operacionais de uma empresa em certo período. Embora sejam elaboradas
anualmente para fins legais de divulgação, em geral são feitas mensalmente para fins
administrativos e, trimestralmente para fins fiscais.
xxix
2.3.3.A Demonstração dos Fluxos de Caixa
Segundo FERNANDES et al. (2012, p.48) A Demonstração dos Fluxos de Caixa tem como
principal objectivo elucidar os utentes da informação financeira sobre o modo como a empresa
gera e utiliza o dinheiro num determinado período (normalmente um ano), em termos de fluxos
gerados na entidade pélas actividades desenvolvidas.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), procura explicar a forma como é gerado e utilizado
o dinheiro evidenciando os fluxos de recebimentos e de pagamentos de determinada entidade no
exercício económico, e reconciliando o saldo inicial e final de caixa e seus equivalentes.
2.3.4. Análise das Demonstrações Financeiras
Conforme entendimento de Silva (2010, p. 6), análise financeira “consiste num exame minucioso
dos dados financeiros disponíveis sobre a empresa, bem como das condições endógenas e
exógenas que a afectam financeiramente, com o objectivo de verificar sua performance
económico-financeira.”
Como dados financeiros disponíveis, pode-se incluir demonstrações contabilísticas, programas
de investimentos, projecções de vendas e projecção de fluxo de caixa, por exemplo. Como
condições endógenas, analisa-se estrutura organizacional, capacidade gerencial e nível
tecnológico da empresa. Como condições exógenas, relaciona-se os factores de ordem política e
económica, concorrência e fenómenos naturais, entre outros. Desse modo, a análise financeira
transcende as demonstrações contabilísticas.
As demonstrações contabilísticas são apenas canais de informação sobre a empresa, tendo como
objectivo principal subsidiar a tomada de decisão. Estão implícitos que devemos trabalhar com
informações de boa qualidade para chegarmos a um relatório de análise com o esmero
necessário.
Análise das demonstrações contabilísticas, segundo IUDICIBUS (1998:20) é: "a arte de saber
extrair relações úteis, para o objectivo económico que tivermos em mente, dos relatórios
contabilísticos tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso".
Para LOPES DE SA (1991:16) "Análise contabilística é um estudo das partes dos
demonstrativos para conhecer-se uma situação ou diversas situações de uma empresa".
xxx
A análise das demonstrações contabilística é um processo que objectiva ultrapassar as fronteiras
dos dados e relatórios obtidos péla contabilidade, transformando dados em informações úteis e
de fácil entendimento, que possam facilitar a vida de empresários, gerentes e demais gestores
(MATARAZZO, 1998, p.18).
Para Assaf Neto (2010. P.35) “a análise de balanços visa relatar, com base nas informações
contabilísticas fornecidas pélas empresas, a posição económico-financeira actual, as causas que
determinaram a evolução apresentada e as tendências futura.”
Em outras palavras, através da análise de balanços extraem-se informações sobre a posição
passada, sobre a posição actual, e fornece subsídios para a projecção da posição futura da
empresa.
Matarazzo (2010, p. 1) afirma que “a Análise de Balanços objectiva extrair informações das
Demonstrações Financeiras para a tomada de decisões.” As demonstrações financeiras
fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contabilística. A Análise de
Balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais eficientes quanto melhores
informações produzir.
A análise das Demonstrações Contabilísticas, portanto, têm por objectivo observar e confrontar
os elementos patrimoniais e os resultados das operações, visando o conhecimento minucioso de
sua composição qualitativa e de sua expressão quantitativa, de modo a revelar os factores
antecedentes e determinantes da situação actual, e, também, servir de ponto de partida para
delinear o comportamento futuro da empresa.
É importante ressaltar que a análise das demonstrações contabilística, amplamente aceite no
meio académico e empresarial, compreende duas categorias distintas:
A Análise Financeira, que possibilita a interpretação da saúde financeira da empresa, seu
grau de liquidez e capacidade de solvência; e
A Análise Económica, que possibilita a interpretação das variações do património e da
riqueza gerada por sua movimentação.
xxxi
A análise económica e financeira consiste numa metodologia, ou conjunto de técnicas e
processos previamente determinados que apoiam o gestor no momento de definição de políticas,
acções e metas que compõem o planeamento estratégico da organização.
Tanto a análise financeira quanto a económica, são elaboradas e avaliadas sob vários pontos de
vistas distintos, conforme a necessidade e amplitude de cada usuário.
Conforme Fernandes et al. (2012, p.23) Analise Financeira esta vocacionada para a recolha de
informação de cariz eminentemente económico-financeiro, para o seu tratamento e o seu estudo,
de forma a fornecer dados e informações financeiras que sirvam de base para a tomada de
decisões por parte dos gestores financeiros.
Por conseguinte, a análise visa determinar em que medida são conseguidos os objectivos gerais e
particulares que correspondem ao conjunto das tarefas integrantes da função financeira. Quando
feita internamente, é vista numa perspectiva previsional e voltada para o controlo de gestão.
2.3.4.1. Utilizadores da Análise Financeira
O estudo da situação económico-financeiro das empresas interessa a todos os stakeholders das
empresas, dado que todos eles necessitam de informação financeira que seja útil para o apoio à
tomada de decisão. De facto, o diagnóstico financeiro pode ser utilizado tanto a nível interno
como externo, já que informação financeira e a sua interpretação constituem o objecto essencial
de comunicação entre a empresa e o meio envolvente.
Apresentam-se de seguida, e de forma resumida, alguns dos grupos de stakeholders e suas
respectivas necessidades da informação:
Gestores – necessitam da informação económico-financeira, a fim de puderem tomar
decisões, por exemplo, acerca dos financiamentos e investimentos, bem como as medidas
correctoras da situação financeira ou económica financeira.
Accionistas ou sócios – esta classe de investidores preocupa-se essencialmente com o
risco inerente ao seu investimento, bem como com a realidade que este lhe proporciona.
Precisam, de informação que os ajude a tomar a decisão quanto à aquisição, manutenção,
ou venda de uma determinada participação numa empresa.
xxxii
Clientes - necessitam da informação capaz de lhes permitir aferir sobre a probabilidade
de continuidade da empresa, essencialmente se fazem importantes adiantamentos ou
estão muito dependentes de uma determinada empresa.
Fornecedores - a perspectiva da análise da empresa é essencialmente de curto prazo,
preocupando-se com a capacidade da empresa pagar as suas dívidas nas respectivas datas
de vencimento.
Credores - para o caso desses intervenientes, como sejam as instituições financeiras e os
obrigacionistas, a informação da empresa permitir-lhes-á analisar a capacidade da
empresa amortizar os empréstimos contraídos, bem como os respectivos juros.
Trabalhadores e sindicatos - estes stakeholders estão particularmente interessados em
analisar a estabilidade financeira, e a rendibilidade da empresa, que se reflectira na
capacidade da empresas pagar as respectivas remunerações, oferecer benefícios e criar
oportunidades de emprego.
Administração fiscal - a informação será útil, por exemplo, por razoes fiscais
(tributação) e para fins de elaboração de estatísticas.
2.3.4.2. Procedimentos Preliminares à Análise
Todas as demonstrações financeiras são documentos essencialmente históricos, que informam o
que ocorreu em períodos passados. A análise das demonstrações financeiras envolve a selecção
cuidadosa dos dados neles apresentados, visando a utilização desses dados para fins tomada de
decisão.
Para que a tomada de decisão ocorra de maneira adequada, se faz necessário o cumprimento de
procedimentos preliminares ao processo de análise. Como primeiro procedimento pode-se
destacar a definição dos objectivos da análise.
Verifica-se que usuários diferentes tem objectivos diferentes com relação as informações geradas
péla analise das demonstrações financeiras. Dessa forma, percebe-se que os accionistas se voltam
para lucratividade e dividendos futuros; os credores se preocupam com a capacidade de
pagamentos; os gestores analisam as alternativas de investimento e opções de financiamento
disponíveis. É preciso que, antes de se iniciar os procedimentos de análise, sejam bem
xxxiii
delimitados os objectivos da análise e a quais stakeholders serão direccionados os resultados
desta análise.
Finalmente, para que a análise das demonstrações financeiras gere informações úteis para
tomada de decisão pode ser necessário a adopção de procedimentos de reclassificação.
Reclassificação significa um reagrupamento de algumas contas das demonstrações financeiras. A
reclassificação efectua ajustes necessários para melhorar a eficiência da análise.
Como procedimentos de reclassificação podem ser citados:
Padronização de forma de apresentação e nomenclaturas das demonstrações financeiras;
A conta “duplicatas descontadas” que é representada como redutora do Activo Circulante
deve ser reclassificada para o Passivo Circulante, devido as peculiaridades da operação
que a originou;
A conta “despesas do exercício seguinte” que é representada no Activo Circulante e a
única desse grupo que não se convertera em dinheiro, devendo ser reclassificada
deduzindo o Património Liquido; e
As demonstrações financeiras analisadas foram elaboradas com o conceito contabilístico
de curto prazo (circulante) e longo prazo (não circulante). Alguns objectivos da análise
poderão exigir que operações com valores a receber ou a pagar sejam reclassificadas pélo
conceito financeiro de curto prazo e longo prazo.
2.3.5. Método dos Rácios
2.3.5.1. Rácios Financeiros e Económicos
A análise Económica - financeira a partir do método dos rácios, consiste fundamentalmente no
estabelecimento de uma série de relações entre diferentes rubricas das demonstrações
financeiras. Ao estabelecer a relação entre diferentes rubricas, os rácios fornecem informação
bastante mais expressiva do que a que se obteria considerando essas rubricas em valor absoluto.
A análise das demonstrações financeiras dedica-se ao cálculo e interpretação dos índices, de
modo a avaliar o desempenho passado e presente das organizações, permitindo que sejam feitas
xxxiv
projecções. A partir da obtenção dos índices, pode-se compara-los com outros que tenham
relevância para a organização (concorrentes, estatísticos, financeiros).
De acordo com Gitman (2010) a análise de índices envolve métodos, cálculos e interpretações de
índices financeiros para compreender, analisar e monitorar o desempenho da empresa, sendo que
a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e o Balanço Patrimonial (BP) são os
demonstrativos fundamentais para a análise.
A seguir são apresentados alguns rácios que permitirão a análise das demonstrações financeiras
nas organizações:
2.3.6. Rácios Financeiros
2.3.6.1.Índices de Liquidez:
Segundo Matarazzo (2003), os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da
empresa. São índices que confrontam os Activos Circulantes com as Dividas, procurando medir
quão sólida é a base financeira da empresa.
Liquidez geral ou Índice de Liquidez corrente - expressa a capacidade da empresa satisfazer as
suas obrigações a curto prazo com os activos circulantes. Um valor superior a 1, significa que a
empresa pode utilizar activos líquidos para pagar as dívidas a curto prazo. Um valor inferior a 1,
significa que a empresa tem dificuldades de tesouraria para o pagamento das obrigações. A
liquidez de uma empresa é medida por sua capacidade de cumprir as obrigações de curto prazo `a
medida que vencem. Englobam o relacionamento entre contas do Balanço Patrimonial; Mostram
a capacidade da empresa de honrar seus compromissos, principalmente os de curto prazo.
corrente) (Passivo CP de DividasCirculante ActivoGeral Liquidez
Índice de Liquidez Seca: Elimina o risco associado à incerteza davenda de stocks. Ou seja esta é
uma variante muito adequada para se avaliar conservadoramente a situação de liquidez da
empresa. Confronta o activo circulante com o passivo circulante, porém o activo circulante não é
considerado na sua totalidade. Os stocks são subtraídos. Esta subtracção é uma forma de eliminar
riscos de realização desse activo.
xxxv
Solvabilidade total - expressa a capacidade da empresa para satisfazer os compromissos com
terceiros, à medida que se vão vencendo. Um valor superior a 1, significa que o valor do
património é suficiente para cobrir todas as dívidas da empresa. Um valor inferior a 1, significa
que a empresa está impossibilitada de satisfazer todos os seus compromissos com meios
próprios.
Total PassivoProprio CapitalTotal adeSolvabilid
Autonomia financeira - expressa a participação do capital próprio no financiamento da empresa.
Um valor inferior a 1/3, significa uma excessiva dependência de capitais alheios. Um valor maior
ou igual a 1/3, representa um bom grau de autonomia financeira.
Liquido ActivoProprio CapitalFinanceira Autonomia
Dependência financeira ou endividamento geral - expressa a participação dos capitais alheios no
financiamento da empresa, ou seja, o nível de endividamento. Rácio de autonomia + Rácio de
dependência = 1
Total ActivoPassivoFinanceira aDependenci
Índice de Cobertura de Juros: mede a capacidade de efectuar os pagamentos de juros previstos
em contrato.
JurosRenda de Imposto e Juros de Antes JurosJuros de Cobertura de Indece
2.3.6.2. Rácios Económicos
Na concepção de Gitman (2010), há inúmeras medidas de rentabilidade para uma empresa, dessa
maneira devem-se avaliar os lucros que a mesma obteve em relação as suas vendas, activos ou
investimentos dos proprietários. A empresa deve ter lucro, pois, se não tiver, ela não atrairá
capital externo.
Rendibilidade do capital próprio ou Retorno do Capital Próprio (ROE) - relaciona o lucro
obtido num determinado exercício com o capital próprio da empresa. Permite ao accionista
xxxvi
avaliar a taxa de retorno do capital que investiu, podendo compará-la com outras remunerações
oferecidas no mercado de capitais.
Proprio CapitalLiquido Resultadoproprio Capital de adeRendibilid
Rendibilidade do activo total ou Retorno do Activo Total (ROA) - relaciona o lucro obtido num
determinado exercício com o activo total da empresa. Mostra o lucro obtido péla empresa por
cada unidade monetária investida, ou seja, a rendibilidade do investimento realizado.
Liquido ActivoLiquido ResultadoTotal Activo do adeRendibilid
Rendibilidade das vendas - relaciona o lucro obtido num determinado exercício com o valor das
vendas da empresa. Mostra o lucro obtido péla empresa por cada unidade monetária de vendas.
VendasLiquido ResultadoVenda das adeRendibilid
Rotação do activo total - relaciona o valor das vendas com o activo total da empresa. Mede o
grau de eficácia na utilização dos activos.
Total ActivoVendasTotal Activo do Rotacao
Margem de lucro Bruto- Relaciona o lucro bruto com as vendas líquidas. Evidencia basicamente
o percentual das vendas líquidas que não foi consumido pêlos custos de produção onde aquisição
das mercadorias e serviços.
Segundo Carleto e Souza (s/d, p. 92). “é utilizada para o controle dos custos e avalia a
capacidade dos sectores produtivos das empresas industriais e prestadoras de serviços e de
compras e armazenamento das empresas comerciais”.
VendasLucrobruto /Vendas
vendidosProdutos dos Custo-Vendasbruto Lucro de Margem
Margem de Lucro Operacional - Confronta o lucro operacional com as vendas líquidas. Será
voltada para o controle do volume das despesas operacionais e para medida do desempenho dos
sectores de administração e de vendas.
xxxvii
Vendas loperaciona LucrolOperaciona Lucro de Margem
Margem de Lucro Liquido - Confronta o lucro líquido do período com as vendas líquidas. Nessa
margem, além do resultado financeiro, também são incluídos os resultados não-operacionais.
Indica o quanto restou da receita gerada péla empresa após a dedução de todos os custos, gastos e
despesas incorridos péla empresa. Será a margem de lucro sobre as vendas. Estabelece o
percentual de lucro líquido em cada unidade monetária vendida.
Vendas ordinarios saccionista aos disponivel LucroLiquido Lucro de Margem
Lucro por Acção:
Ordinarias Accoes deNr ordinarios saccionista aos disponivel Lucro(LPA) Accaopor Lucro
2.3.6.3. Rácios de Funcionamento
Prazo médio de pagamento, ou idade média das contas a pagar, é calculado da mesma maneira
que o prazo médio de recebimento.
pagar/360) a (conpras:pagar a Contas Medias Diarias Compras
pagar a Contaspagamento de Medio Prazo
Prazo médio de recebimentos: Uma forma simples de calcular o tempo médio de recebimentos
(medido em dias ou meses), consiste em dividir o valor que os clientes devem à empresa num
determinado momento pêlo valor das vendas anuais. Para obter o rácio em dias multiplica-se o
valor por 365; para obter o valor em meses multiplicamos por 12. A fórmula deste rácio é a
seguinte:
X365VendasClientesoRecebiment de Medio Prazo
No cálculo deste rácio, normalmente, o saldo de clientes obtido a partir dos dados da
contabilidade, inclui o IVA, enquanto, o valor das vendas é líquido deste imposto. Para corrigir
eventuais distorções no cálculo e análise deste rácio, devemos adicionar o IVA ao denominador.
xxxviii
2.3.6.4. O ciclo Financeiro da Empresa
De acordo Fernandes et al. (2012: 84), O ciclo financeiro abrange, efectivamente, todas as
operações efectuadas desde que a empresa adquiriu bens ou serviços com os meios que dispunha,
até ao momento que recupera os meios aplicados. As características e natureza dos ciclos
financeiros vão determinar o grau de liquidez das aplicações e o grau de exigibilidade das
origens.
O ciclo Financeiro da empresa subdivide-se, então, em três ciclos:
O Ciclo de Exploração
Representa as actividades desenvolvidas e decisões tomadas em relação ao consumo de matérias-
primas, mão-de-obra e outros fornecimentos que garantem o funcionamento normal da empresa.
O conjunto das operações realizadas neste ciclo origina gastos e rendimentos operacionais a
constar na Demonstração de Resultados tendo, também, repercussões a nível do Balanço.
Podemos falar de ciclo de exploração industrial e ciclo de exploração comercial, a duração do
ciclo industrial depende das actividades a realizar, porém, deve ser o mais curto possível porque
sua duração terá implicações no nível das necessidades de fundos financeiros e,
consequentemente, afecta a rendibilidade da empresa.
Ciclo de Investimento
Refere-se ao processo de transformação da moeda em activos, esperando um retorno durante
vários períodos sucessivos que asseguram o funcionamento da empresa, seu crescimento e
desenvolvimento. O conjunto dos activos fixos adquiridos vai suportar o ciclo de exploração,
nomeadamente nas fases de aprovisionamento, produção e comercialização e garantir a
subsistência de outros meios técnicos e humanos, necessárias a consecução dos objectivos.
Os investimentos e as formas de financiamento ou os desinvestimentos devem ser feitos
considerando planos estratégicos das organizações, uma vez que estes terão repercussões ao
nível da produção, administração, comercialização, na própria estrutura dos activos e no
equilíbrio financeiro estrutural de uma empresa.
xxxix
CAPÍTULO III – METODOLOGIA DA PESQUISA
3.1.Introdução
A elaboração da presente pesquisa foi delineada com base nas seguintes abordagens:
Quanto ao problema, o estudo contempla uma abordagem qualitativa, uma vez que está
relacionado com a compreensão sobre a alavancagem e seu impacto na materialização dos
objectivos financeiros das empresas do ramo comercial em Nampula. Assim sendo, o presente
trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica e foi usado o método de
observação directa participativa. Pesquisa do tipo qualitativa permite mergulhar na complexidade
dos acontecimentos reais e indaga não apenas o evidente, mas também as contradições, os
conflitos e a resistência a partir da interpretação dos dados no contexto da sua produção.
3.2. Tipo e Natureza de pesquisa
Pesquisa exploratória: Uma vez que visa proporcionar maior familiaridade sobre a
alavancagem e seu impacto na materialização dos objectivos financeiros das empresas do
ramo comercial em Nampula, com vista a torná-lo explícito, usando basicamente o
levantamento bibliográfico e entrevista.
Pesquisa descritiva: uma vez que visa a descrever as características básicas vividas no
mundo de negócio da Empresa, em particular Nova-Base filial de Nampula.
Por outro lado, para a realização da pesquisa foi utilizado o método de procedimento
monográfico ou estudo de caso, em que a literatura empírica que fornece um fenómeno antigo
para actual dentro do seu contexto da realidade é a base no qual são utilizadas várias fontes de
evidência.
O que significa que para este trabalho, a investigação pressupõe uma abordagem concreta em
que o proponente inteirou-se sobre a alavancagem e seu impacto na materialização dos
objectivos financeiros das empresas do ramo comercial em Nampula. pelo que, usou a seguinte
metodologia:
Revisão bibliográfica, análise descritiva e comparativa de obras publicadas, textos e
documentos, buscados em publicações referentes ao tema; e
xl
O trabalho do campo realizado na Nova-Base, filial de Nampula, consistiu na observação
directa, entrevista e com recurso a um questionário dirigido ao director, contabilistas e os
trabalhadores
Esse trabalho envolveu pesquisa de levantamento que se caracteriza pelo questionamento das
ferramentas de planeamento, cujo objectivo é saber a importância da alavancagem dentro da
Empresa.
3.3. Técnicas de pesquisa
Por entrevista entende-se como "uma técnica de colecta de dados que envolve duas pessoas
numa situação face a face e em que uma delas formula questões e outra responde" (GIL
2002:115).
A entrevista permite a colecta de informações e dados fiáveis.A entrevista sera, para esta
pesquisa, semi estruturada porque permitira partir da resposta dada a uma determinada questao,
colocar outra de forma a perceber melhor a situcao. Os dados colectados serao de natureza
primaria (obtidos a partir da entrevista). A entrevista será dirreccinada ao Director financeiro da
empresa.
3.4. Fontes de dados
Os dados necessários para a realização terão fonte primária, uma vez que serão obtidos a partir
das observações feitas directamente na empresa, sem a necessidade de consultar documentos,
pastas ou arquivos armazenados. Os dados primários, são aqueles colhidos directamente na
fonte.
xli
3.5. Universo e Amostra da pesquisa
3.5.1.Universo
A pesquisa tem como população os colaboradores efectivos da empresa Nova-Base, filial de
Nampula.
3.5.2.Amostra
Para LAKATOS e MARCONI (2001:3) Amostra "é a parte da população que não abrange a
totalidade dos componentes do universo, surgindo a necessidade de investigar uma parte dessa
população".
A amostra desta pesquisa abrange o departamento financeiro, especificamente o director
financeiro da empresa e o pessoal da contabilidade da Nova-Base, filial de Nampula.
3.6.Ferramentas da análise e softwares usados
3.6.1.Regressão Linear Simples
A regressão linear simples estabelece uma equação matemática linear que descreve o
relacionamento entre duas variáveis, uma dependente e outra independente, com a finalidade de
estimar valores para uma variável, com base em valores conhecidos da outra.
No que diz respeito às ferramentas da análise, A análise da pesquisa foi realizada por meio da
aplicação do modelo de regressão linear simples.
3.6.2.Softwares usados
No que concerne a softwares usados, foi determinada a partir das resoluções em planilhas do
software Excel.
xlii
CAPITULO IV - APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
4.1. Introdução
Este capítulo faz referência ao cenário actual da empresa, descreve e analisa os procedimentos de
alavancagem financeira adoptado na empresa e apresenta as sugestões de melhoria necessárias
para alguns destes procedimentos.
Com o intuito de almejar os objectivos gerais e específicos desta pesquisa, foi aplicado um
questionário, direccionado ao gestor/gerente assim como o pessoal da empresa.
4.2. Localização geográfica do campo de estudo
A empresa Nova Base, Lda. - filial de Nampula, está estabelecida na cidade de Nampula, na Rua
da Unidade, nº 101.
Figura 1. Vista frontal do edifício da empresa Nova Base, Lda. - filial de Nampula.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016
4.3. Caracterização da Empresa
A Nova Base, Lda. dedica-se ao comércio de equipamentos de higiene e segurança no trabalho,
contando com a experiência e dedicação de mais de 15 anos neste ramo, sempre com os olhos
xliii
postos no futuro. Possui uma vasta gama de produtos e comercialização das melhores marcas do
mercado, sempre a preços muito acessíveis.
Desde Janeiro de 2009 as empresas que desempenham o serviço de manutenção de extintores
estão obrigadas por lei a estarem certificadas com a norma de 2012.
A Nova Base, Lda. possui todas as certificações oficiais para desempenhar o serviço de
manutenção de extintores em pequena ou larga escala.
Faz-se a manutenção de todos os tipos de extintores. Tem oficina certificada e todos os
equipamentos necessários para esta tarefa, bem como pessoal especializado para a desempenhar.
Também oferece formação de plano de evacuação de emergência e Manuseamento de
Equipamentos de Combate a Incêndio, ministrada na empresa referida.
A Nova Base, Lda. possui um grande stock e variedade de produtos na área dos equipamentos de
segurança no trabalho: Calçado de trabalho, equipamento anti - queda, mascaras, óculos e
capacetes, vestuário de trabalho, luvas, produtos de higiene, combate a incêndios, sinalizadores e
outros.
4.4. Valores Prestar serviço caracterizado pela excelência, numa relação de proximidade, confiança e
permanente acompanhamento de cada cliente;
Garantir um atendimento personalizado e o acesso ao serviço a qualquer hora e lugar;
Construir com cada cliente uma solução de valor diferenciado e flexível, capaz de
responder de forma distintiva as suas necessidades;
Potenciar a unidade de cada cliente, particular, empresarial ou institucional, e com isso
contribuir de forma activa e aprofundada para o desenvolvimento social, cultural e
ambiental do país.
4.5. Atitude que lhes define
O que lhes torna especiais é a forma como pensam, expressam e se relacionam. É isto que lhe
define as escolhas, as opções e saber o que se pode esperar de alguém é o que constrói uma
relação forte e duradoura.
xliv
A segurança, Excelência, Inovação e o rigor: Regem a nossa actividade e a segurança
só vem com o rigor e a excelência vem da capacidade de acompanhar, antever e exceder
expectativas criando novas soluções;
Simplicidade e a conveniência: Definem a forma como construímos e desenvolvemos
os nossos serviços. Para cada cliente com eficiência e no momento certo;
Disponibilidade, A proximidade e a elegância: Fazem parte da essência. A vontade de
ajudar, de fazer a diferença de estar sempre presente e ser alguém com quem se pode
contar.
Figura 2. Organograma da empresa Nova Base, Lda.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016
4.4. Apresentação de dados obtidos
Os dados apurados do questionário dirigido ao director, assim como os contabilistas da empresa
Nova Base, Lda. - filial de Nampula, estão organizados em categorias de acordo com a natureza
das respostas que foram dadas pelos inqueridos e os resultados são apresentados em gráficos de
acordo com o tipo de respostas, estes gráficos mostram o estado de prevalência do fenómeno da
alavancagem da empresa.
Director
Contabilista Area Tecnica Gestor de Stock
Supervisores de Armazens
Gestor de RH
xlv
Gráfico 1. Nível Académico dos respondentes ao questionário
Doutorado Mestrado Superior Tecnico Medio Medio Basico0
1
2
3
4
5
6
7
Fonte: Adaptado pelo autor, 2016
Dos 10 respondentes dos questionários encaminhados apenas 1 que corresponde a 10% possui
nível superior, 3 que correspondem a 30% possuem nível técnico médio e 6 que perfazem 60%
possuem nível médio do ensino geral.
Gráfico 2. Género dos respondentes ao questionário
Masculino Feminino0123456789
Fonte: adaptado pelo autor, 2016
Numa amostra de 10 trabalhadores inqueridos apenas 2 que correspondem 20% da pesquisa são
do sexo feminino e os restantes 8 que por sua vez correspondem 80% são do sexo masculino,
deste modo nota-se que há um desequilíbrio em termos de género na empresa em questão.
xlvi
4.4.1.Análise do investimento
Quadro 1: Necessidade de capital de giro
Necessidade de capital de giro
2013 2014 2015A. Circulante Operacional
295.380,00 MT 335.791,73 MT 727.511,90 MT
P. Circulante Operacional 132.609,96 MT 156.398,83 MT 206.752,08 MTN.de Capital de giro 162.770,64 MT 179.392,90 MT 520.759,82 MT
2013 2014 2015Vendas 2.875.661,79 MT 3.180.211,73 MT 3.220.134,94 MTCCL 321.095,44 MT 110.780,29 MT 387.725,62 MTNCG 162.770,64 MT 179.392,90 MT 520.759,82 MTSaldo de Tesouraria 158.324,80 MT - 68.612,61 MT - 133.034,20 MTSituação total Bom Insuficiente Insuficiente
Resultado projectado a partir do grau de desempenho do 1º semestre de 2015Fonte: adaptado pelo autor, 2016
Como se pode ver, a empresa apresenta o valor de CCL maior que a NCG apenas no ano de
2013. Dai que, apresenta uma situação sólida, enquanto em 2014 e 2015 a situação foi invertido
e a situação ficou insuficiente.
O caso foi provocado, quando a empresa começou a fazer investimentos, passando por uma
grande expansão e como o CGL existente não era credível e suficiente, logo ocorreu para o
crescimento da NCG.
O director da empresa, em companhia com os proprietários ou seja sócios optaram-se por buscar
recursos de terceiro para poder financiar e melhorar o desempenho da empresa e do seu negócio.
Proposta caracterizada na seguinte perspectiva:
Valor proposto: 95.000,00 MTJuros: 20.363,20 MTValor das parcelas: 2.403,40 MTNúmeros de parcelas por mês: 47Captado: Agosto de 2014
Fonte: adaptado pelo autor, 2016
xlvii
Verificando-se assim que o valor do passivo foi de 116.923,35 MT foi encontrado da seguinte
maneira: Divida em 2014 + empréstimos bancários BIM (95.000,00 + 21.923,35) e o valor de
111.006,71 encontrado: valor de empréstimos do balanço de 2014 + dinheiro de terceiros
(109.006,71 + 2.000,00).
Quadro 2: Valor da divida
Valor da divida (Passivo oneroso / Despesas financeiras)Despesas financeiras
Imposto Renda Desp Fin Livre IR
Passivo Oneroso Ki
2013 - 24,40% - -2014 1.696,96 27,06% 1.237,80 116.923,35 1,06%2015 5.090,88 26,88% 3.722,45 111.066,71 3,35%
Fonte: adaptado pelo autor, 2016
Como podemos ver o quadro a firma adquiriu o Capital de terceiros no de 2014 e os valores a
partir daquele ano e pode-se ver que o valor da divida evoluiu de 2014 para 2015 o que significa
que já levou o empréstimo no meio de 2014 pagando o mesmo apenas por um semestre.
No cálculo de ROI fui considerando os valores de LL Operacional extraído das DRE, livre das
DF do financiamento.
Quadro 3: Retorno sobre activo
Retorno sobre activoLLOP Activo RSA
2013 135.975,12 515.208,34 26,39%2014 285.812,89 857,719,94 33,32%2015 174.557,90 838.576,57 20,82%
Fonte: adaptado pelo autor, 2016
Conforme o quadro, o Retorno sobre o activo ajuda verificar o quão é rentável o negócio,
todavia, os cálculos feitos conclui-se que de 2013 para 2014 a firma teve um aumento maior,
enquanto de 2014 para 2015 verificou-se uma queda na rentabilidade da empresa.
Quadro 4: ROI
Retorno de investimentoLL operacional Imposto renda LLOP Livre Investimento ROI24,40% 27,06% 26,88%
2013
135.975,12 33.177,93 102.797,19 382.598,48 26,87%
201 285.812,89 77.334,05 208.478,84 709.237,75 29,39%
xlviii
42015
174.557,90 46.921,16 127.636,74 768.998,84 16,60%
Fonte: adaptado pelo autor, 2016
Aqui nota-se que a taxa de retorno caiu nos períodos em análise, na verdade a pós a tomada de
capital, como se pode ver pelo quadro, isso foi devido pela participação dos juros e elevado de
outras despesas que podemos considerar como operacionais.
Também, o comportamento da taxa de retorno explica a variação do WACC que caiu entre os 1ºs
anos e superou entre os últimos períodos, como podemos ver o quadro a baixo:
Quadro 5: WACC
Custo médio ponderado de capital (PL% x Ke) + (FLP% Ki)PL% x Ke% Passivo% x Ki%
2013 - 26,86% - 26,86%2014 - 22,43% 0,17% 22,61%2015 - 22,99% 0,48% 23,47%
Fonte: adaptado pelo autor, 2016
Quadro 6: GAF – Grau de Alavancagem Financeira
GAF – Grau de Alavancagem FinanceiraGAF = LLOP / (LLOP – DF)
LLOP DF LLOP - DF GAF
2013 135.975,12 - 135.975,12 1.000,002014 287.509,85 1.696,96 285.812,89 1.006,002015 179.648,78 5.090,88 174.557,90 1.029,00
Fonte: adaptado pelo autor, 2016
Quadro 7: Indicadores da empresa Nova-Base
2013 2014 2015GAF – Grau de Alavancagem Financeira 1,00 1,006,00 1,03Retorno sobre activo 26,39% 33,32% 20,82%Valor da divida 0,00% 1,06% 3,35%RPL – Retorno sobre o Património Liquido 26,86% 35,41% 18,44%ROI – Retorno sobre Investimento 26,87% 29,39% 16,60%
Fonte: adaptado pelo autor, 2016
Conforme os dados do quadro, pode-se concluir que a firma esta a passar numa fase de
Alavancagem muito positivo comparativamente com os outros anos, ou seja o GAF apresenta
crescimento apesar de ser muito baixo.
xlix
Mas também, uma vez que a alavancagem foi positivo, no último período em análise verificou-se
uma grande descapitalização por parte da empresa mas tudo isso no valor económico da firma,
conforme os dados abaixo:
Quadro 8: Valor económico agregado pelo Retorno sobre Investimento
VEA = (ROI – WACC) x InvestimentoROI WAACC (ROI – WACC) Investimentos VEA
2013 26,87% 26,86% 0,01% 382.598,48 20,112014 29,39% 22,61% 6,79% 709.237,75 48.128,162015 16,60% 23,47% - 6,87% 768.998,84 - 52.841,54
Fonte: adaptado pelo autor, 2016
Quadro 9: VEA agregado pelo LL Operacional
LL Operacional do IR x (WACC x Investimento)Lucro Op Livre IR
WACC Investimento WACC X Investimento
VEA
2013 102.797,19 26,86% 382.598,48 102.777,08 20,112014 208.478,84 22,61% 709.237,75 160.350,68 48.128,162015 127.636,74 23,47% 768.998,84 180.478,28 - 52.841,54
Fonte: adaptado pelo autor, 2016
Como podemos ver, os quadros acima ilustrados, afirma-se que o resultado do valor económico
representa um valor para o desempenho da empresa. Dai que, tira-se conclusões de que o ano de
2013 para 2014 a firma agregou valor, enquanto no de 2014 para 2015 a empresa desagregou
valor.
Embora o VEA seja insatisfatório, pois desagregou valor da firma, deve-se levar em conta que
todo investimento tem um tempo natural para dar retorno. Dai que, a empresa Nova-base deverá
ocorrer em breve, pois as vendas estão crescentes e as despesas operacionais adicionais se
retrairão.
l
Tabela 1: O que intendes por alavancagem?
Respostas Frequência %
É Relação entre a receita das vendas duma empresa. 5 50%
É utilização de recursos com um preço fixo, para aumentar os
dividendos dos accionistas ou proprietários.
5 50%
Total 10 100%
Fonte: Adaptado pelo pesquisador, 2016
Tabela 2: Qual é o grau de alavancagem financeira da empresa?
Respostas Frequência %
O GAF da empresa se for a nível de produção é de 2000 unidades. 6 60%
Quanto o GAF, nota-se que o lucro operacional da empresa varia
em dobro.
4 40%
Total 10 100%
Fonte: Adaptado pelo pesquisador, 2016
Tabela 3: No processo de alavancagem notou-se resultados positivos?
Respostas Frequência %
É lógico que no processo de alavancagem os resultados foram positivos,
dito isso porque CCL é maior que a NCG.
7 70%
Foi negativo, porque essa situação foi ocasionada quando a firma iniciou
a fazer investimentos passando por forte expansão e na verdade o Capital
de Giro não era suficiente para cobrir todas as despesas.
3 30%
Total 10 100%
Fonte: Adaptado pelo pesquisador, 2016
Tabela 4: Quais são impactos decorrentes no que tange a alavancagem da empresa?
Respostas Frequência %
Ela possibilita ver o quão a rentabilidade dos negócios é maior, assim
como o desempenho da empresa.
5 50%
Alavancagem ela permite-nos ou seja mostra-nos o quão é eficiente o
controlo interno para poder tomar decisões, aquilo que seria a produção
5 50%
li
ou o desempenho da empresa.
Total 10 100%
Fonte: Adaptado pelo pesquisador, 2016
4.4.2.Avaliação de Hipóteses
H0: No contexto das empresas do ramo comercial em Nampula, a alavancagem não tem
impactos na materialização dos objectivos financeiros nas empresas. Essa Hipótese foi
rejeitada à luz dos resultados sucessivamente das questões respondidas negativamente,
conjugado com os resultados onde ilustram as respostas impostas na empresa Nova-Base,
demonstrando assim que a alavancagem é uma ferramenta muito importante, porque é nela onde
o uso de activos com um custo fixo com objectivo de dar lucros aos sócios, proprietários da
firma. Na verdade, a aplicação da alavancagem ela permite-nos que saibamos a sua viabilidade
económica, demonstrando assim claramente as causas que ocasionam.
H1: No contexto das empresas do ramo comercial em Nampula, a alavancagem contribui
grandemente na materialização dos objectivos financeiros nas empresas, em particular a Nova-
Base, filial de Nampula. Aprovada à luz dos resultados sucessivamente das questões respondidas
positivamente, conjugado com os resultados onde ilustram as respostas impostas na empresa
Nova-base demonstrando de que a alavancagem ela permite-nos ou seja mostra-nos o quão é
eficiente o controlo interno para poder tomar decisões, aquilo que seria a produção ou o
desempenho da empresa. Na verdade, o estudo das relações sobre alavancagem é um factor
muito importante no mundo empresarial. E como é sabido que o principal objectivo da empresa é
de adoptar mecanismos, estratégias na área de gestão para melhor identificar aquilo que seria as
actividades operacionais da empresa, com o objectivo de que a produtividade se caracteriza em
lucro.
lii
CAPITULO V – CONCLUSÃO E SUGESTÕES
5.1.Conclusão
O entendimento de que as decisões de investimento são de extrema importância para as
empresas, pois elas que determinam a possível continuidade das organizações, torna
relevante a tentativa de compreensão de como a alavancagem financeira afecta esse grupo
de decisões das entidades. Vários autores argumentam que a relação entre as variáveis
alavancagem financeira e investimento deveria ser negativa, seja em função da pressão
gerada aos fluxos de caixa da empresa pela existência de dívidas ou pela capacidade que
essas têm de mitigar problemas de agência entre accionistas e gestores. Este trabalho teve
como objectivo examinar se a alavancagem financeira afecta as decisões de investimento
das empresas brasileiras não financeiras de capital aberto. O intuito foi de utilizar
ferramenta metodológico aplicado em economias mais desenvolvidas na realidade de um
país emergente e apurar o comportamento dos resultados.
Os resultados dos testes desenvolvidos com a empresa desta pesquisa permitem dizer que
a alavancagem financeira afecta as decisões de investimento das empresas de Nampula
não financeiras de capital aberto exercendo uma relação negativa, isto é, quanto maior a
alavancagem financeira menor é o nível de investimentos das empresas e vice e versa.
Cabe ressaltar a alta relevância em termos de coeficiente de estimação e significância
estatística apurados nos testes, os quais inclusive permitem afirmar que a alavancagem
financeira é mais relevante na determinação do investimento, comparando os resultados
desta pesquisa), da mesma forma, as variáveis fluxos de caixa e vendas apresentam maior
capacidade explicativa do investimento na realidade de Nampula.
Em linhas gerais, pode-se dizer que os resultados encontrados se assemelham aos de
estudos anteriores que relacionam tais variáveis em especial de autores de renome. Como
sugestão para pesquisas futuras indica-se a possibilidade de utilizar elementos
alternativas para as variáveis utilizadas no modelo, por exemplo, para investimento, fluxo
de caixa e outros indicadores de oportunidades de crescimento em substituição ao Q de
Tobin e verificar se os resultados continuam semelhantes. Outra sugestão é aplicação de
testes controlados por sector, o que permitiria averiguar se as empresas apresentam
diferenças em função dos seus segmentos de actuação.
liii
5.2.Sugestões
Demonstrando, de tal maneira, que, embora alguns usuários não disponham de muitas
informações sobre as empresas além das contidas nos Grau de alavancagem financeira e
nas demonstrações financeiras, podem ser capazes de avaliar o futuro da empresa,
podendo minimizar os riscos e as incertezas.
Recomenda-se para próximas pesquisas verificar o nível do grau de alavancagem
financeira para aplicar os procedimentos aqui expostos, de maneira a reforçar o que aqui
foi apresentado.
Outra recomendação é comparar futuramente os resultados reais com os projectados e
verificar, com o auxilio de procedimentos estatísticos, qual a diferença entre o real e o
projectado e, consequentemente, qual o grau de precisão do procedimento em questão.
Por último, pode-se dar continuidade a linha de pesquisa deste estudo verificando quão
mais fidedigna é a projecção na medida em que mais anos anteriores forem incluídos para
análise dos dados.
liv
REFERÊNCIAS
1. ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2011.
2. ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços. 5. Ed. São Paulo: Atlas,
2000.
3. BLATT, Adriano. Análise de balanços – estrutura e avaliação das demonstrações
financeiras e contábeis. São Paulo: Makron, 2001.
4. CARLETO, Benedita Bernardes N.; SOUZA, Ernesto Dias de. Curso de interpretação e
análise de balanços. IOB A Thomson Company, s/d. p.25;67-99; e 105.
5. FERNANDES, Carla.; PEGUINHO, Cristina.; VIERA, Elisabete.; NEIVA, Joaquim.
Analise Financeira: Teoria e Pratica. 1. Ed. Lisboa, 2012
6. FRANCO, Hilário. Estrutura, análise e interpretação de balanços. 15. ed. São Paulo:
Atlas, 1992.
7. GIL, António Carlos. Como elaborar projectos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas,
2008.
8. GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra,
2002.
9. GITMAN, L. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2010.
10. HOJI, M. Administração financeira: uma abordagem prática
11. IUDÍCIBUS, S. Análise de balanços. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
12. MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
13. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Básica e
Gerencial. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2003.
14. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica Fácil. 27º Ed. São Paulo: Saraiva 2010.
15. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administração Financeira. São
Paulo: Atlas, 1998.
16. SANTO, A. do E. Considerações sobre a influência da análise das demonstrações no
ciclo do pedido logístico: análise do caso Atofina Brasil. Revista Contabilidade &
Finanças - USP, São Paulo, n. 33, p.101 - 113, set./dez. 2003.
lv
17. SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, Análise e Interpretação das Demonstrações
Contábeis. 2º Ed. São Paulo: Atlas 2010.
18. TÓFOLI, I. Administração financeira empresarial. São José do Rio Preto: Raízes,
2012.
lvii
Apêndice A: Roteiro simples acerca do estudo de caso
1. Introdução
Diante dos mercados onde cerca o consumidor, acredita-se que esta cada vez mais forte e ao
mesmo tempo exigente, contudo as empresas estão a par de se adaptar para as novas realizações
e mudanças que estão a ocorrer pós a pós dia para poder assim se manter competitivo no
mercado em que esta inserido. E também há necessidade na introdução do dinheiro que seria o
capital de terceiro neste caso para as empresas, mas em contrapartida disso, surge aqui aquilo
que seria alavancagem o que não é muito bom para as firmas, logo surge o objectivo de fazer um
roteiro de um estudo de caso que será de extrema importância de saber a estrutura do capital
óptima, o custo de capital assim como as influencias na tomada de decisões para poder avaliar a
optimização da estrutura e da alavancagem.
1.1.Breves considerações acerca do trabalho referente ao tema em questão
a) O estudo ira contemplar todas as análises económicas assim como financeiras, a partir
das demonstrações contabilísticas disponíveis na empresa.
b) Será feito um questionário para os proprietários da empresa, assim como o gestor e os
profissionais da área.
c) E por fim serão entrevistados os sócios da empresa.
1.2.Debate
Haverá um confronto de ideias entre a prática e teoria usada na empresa.
1.3.No final das contas, fazer-se um parecer sobre as sugestões daquilo que seria as modificações
ou manutenção de procedimentos.
lviii
Apêndice B: Roteiro acerca da observação sistemática
1.Dados gerais da empresa
Nome fantasia:………………………………………...……………………………………………
Localização:………………………….......... Telefone:……………….……………………………
Província:…………………………………………….. Cidade:……………………………………
Actividade económica:……………………………………………………...………………………
Inicio das actividades:………………………………………………………………………………
Número de trabalhadores:……..……………………………………………………………………
Porte:……………………………………………………………………………………………….
2.Aspectos a serem observados
Análise económica e financeira;
Fontes de captação de recursos;
Balanços e demonstrações;
Evolução financeira;
Procedimentos contabilísticos;
Índices financeiros;
Empréstimos e financiamentos;
Projectos;
Situação actual;
Perspectivas.
lix
Apêndice C: Guião de entrevista para o director e o pessoal da contabilidade
Este guião de entrevista, destina-se a analisar a alavancagem e seu impacto na materialização dos
objectivos financeiros das empresas do ramo comercial em Nampula, caso da Nova-Base, filial
de Nampula 2013 a 2015. E dizer que as informações recolhidas serão utilizadas apenas para o
fim acima referido.
DADOS PESSOAIS
Descrição Resposta
Nome:
Ocupação:
Idade:
Qualificação profissional:
Formação académica:
1) O que intendes por alavancagem?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2) Qual é o grau de alavancagem financeira da empresa?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) Quais são as fases no processo de alavancagem financeira?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4) No processo de alavancagem notou-se resultados positivos?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5) Com as altas taxas de juro do mercado, qual é o estilo da empresa para tomar decisões
sem correr a perda de competitividade?
lx
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6) Quais são impactos decorrentes no que tange a alavancagem da empresa?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7) De que forma é determinado o capital a ser captado pelos recursos de terceiros?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8) Quais são os mecanismos usados para ver o custo de capital e qual será a influência na tomada de decisões de investido?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9) Diga, qual será o tempo previsto de retorno estimado em torno de um investimento?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10) Diga, se a empresa usa o benefício fiscal para fazer levantar os recursos de terceiros?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
11) As decisões em termos financeiros devem considerar, que tipo de riscos?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
12) A empresa usou um planeamento estratégico para poder verificar as acções e mudanças futuras?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
13) O contabilista ajuda a empresa na escolha de fontes de financiamentos adequados?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
14) Qual seria o tempo previsto para a empresa ultrapassar o ponto de equilíbrio?
lxi
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Obrigado por fazer parte da pesquisa
NÃO TE ESQUEÇA DE AGRADECER
Nome: Sérgio Alfredo Macore ou Helldriver Rapper
Nascido: 22 de Fevereiro de 1992
Natural: Cabo Delgado – Pemba
Contacto: +258 826677547 ou +258 846458829
Email: Sergio.macore@gamil.com
Facebook: Helldriver Rapper Rapper ou Sergio Alfredo Macore
Formação: Gestão de Empresas e Finanças
NB: Se precisar de algo, não tenha vergonha de pedir, estou a sua disposicao para te ajudar,me
contacte.