Post on 23-Jun-2015
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A segunda geração modernista
no Brasil
A literatura quase sempre privilegia o romance quando quer retratar a realidade, analisando ou denunciando-a. O Brasil e o mundo viveram profundas crises nas décadas de 1930 e 40, nesse momento o romance brasileiro se destaca, pois se coloca a serviço da análise crítica da realidade.
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– a Bomba Atômica sobre as cidades de Hiroshima
e Nagasaki
a Crise Cafeeira
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Nazifascismo
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Crise da Bolsa de Nova Iorque
Fatos Históricos:
Revolução de 30
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Segunda Guerra Mundial (1939-1945)
Estado Novo (1937-1945)
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Intentona comunista (1935)
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Combate ao socialismo
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Características
• A poesia apresenta um amadurecimento e aprofundamento da geração de 1922.
• A radicalização ideológica• Predomínio da narrativa regional • Denúncia Social• Romance psicológico• Neo-realismo • Prosa e Poesia
Poesia
A poesia nessa época vivia um de seus melhores momentos.Tratava de um período de maturidade e alargamento das conquistas dos modernistas da primeira geração. Nessa geração os poetas sentiam-se à vontade tanto para criar um poema com versos livres quanto para fazer um soneto.
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Principais Poetas Carlos Drummond de Andrade; Murilo Mendes; Cecília Meireles; Vinícius de Moraes; Jorge de Lima.
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CARLOS DRUMMONDA 1ª fase (a fase gauche) tem como características o pessimismo, o isolamento, o individualismo e a reflexão existencial. Nota-se nesta fase um desencanto em relação ao mundo.Obras “Alguma Poesia” (1930) ;“Brejo das Almas” (1934); Características dessas obras: ironia, o humor e a linguagem coloquial.A 2ª fase, chamada fase social, é marcada pela vontade do poeta de participar e tentar transformar o mundo, o pessimismo e o isolamento da 1ª fase é posto de lado. O poeta se solidariza com os problemas do mundo.Obras “Sentimento do mundo” (1940);“José” (1942);“Rosa do Povo” (1945)A 3ª fase pode ser dividida em 2 momentos: poesia filosófica e poesia nominal.Poesia Filosófica: textos que refletem sobre vários temas de preocupação universal como a vida e a morte.Obras“Fazendeiro do ar” (1955);“Vida passada a limpo” (1959)
Poesia Nominal: repletas de neologismos e aliterações.Obras“Lição de coisas” (1962)A fase final (o tempo das memórias)Como o próprio nome já diz, as obras desta fase (década de 70 e 80), são cheias de recordações do poeta. Os temas infância e família são retomados e aprofundados além dos temas universais já discutidos anteriormente.Obras“Boitempo”; “Boitempo III”;“As impurezas do branco”;“Amor Amores”
Conto: “Contos de Aprendiz”Crônica: “Passeios na Ilha”, “Cadeira de balanço”, “Os dias lindos”.
João amava Teresa que amava Raimundoque amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandesque não tinha entrado na história
Quadrilha (1954)
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Amor – pois que é palavra essencialAmor – pois que é palavra essencialcomece esta canção e toda a envolva.Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,reúna alma e desejo, membro e vulva.Quem ousará dizer que ele é só alma?Quem não sente no corpo a alma expandir-seaté desabrochar em puro gritode orgasmo, num instante de infinito?O corpo noutro corpo entrelaçado,fundido, dissolvido, volta à origemdos seres, que Platão viu completados:é um, perfeito em dois; são dois em um.Integração na cama ou já no cosmo?Onde termina o quarto e chega aos astros?Que força em nossos flancos nos transportaa essa extrema região, etérea, eterna?Ao delicioso toque do clitóris, já tudo se transforma, num relâmpago.Em pequenino ponto desse corpo,a fonte, o fogo, o mel se concentraramVai a penetração rompendo nuvense devassando sóis tão fulgurantesque nunca que a vista humana os suportara,mas, varado de luz, o coito segue.E prossegue e se espraia de tal sorte que, além de nós, além da própria vida,como ativa abstração que se faz carne,a idéia de gozar está gozando (...)
CuriosidadeApós a sua morte descobriu-se um conjunto de poemas eróticos que ele mantinha em segredo intitulado “O amor natural” (1992).
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Elegia,1938 (Sentimento do Mundo)Trabalhas sem alegria para um mundo caduco, onde as formas e as ações no encerram nenhum exemplo.Praticas laboriosamente os gestos universais, sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção. À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra e sabes que, dormindo, os problemas de dispensam de morrer. Mas o terrvel despertar prova a existência da Grande Máquina e te repe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.Caminhas entre mortos e com eles conversas sobre coisas do tempo futuro e negcios do esprito. A literatura estragou tuas melhores horas de amor. Ao telefone perdeste muito, muitssimo tempo de semear.Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrotae adiar para outro século a felicidade coletiva. Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuiuporque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan
Os inocentes do Leblonnão viram o navio entrar.Trouxe bailarinas?Trouxe imigrantes?Trouxe um grama de rádio?Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram,mas a areia é quente, e há um óleo suaveque eles passam nas costas, e esquecem.
Os desiludidos do amorestão desfechando tiros no peito.Do meu quarto ouço a fuzilaria.As amadas torcem-se de gozo.Oh quanta matéria para os jornais.Desiludidos mas fotografados,escreveram cartas explicativas,tomaram todas as providênciaspara o remorso das amadas.Pum pum pum adeus, enjoada.Eu vou, tu ficas, mas nos veremosseja no claro céu ou no turvo inferno.Os médicos estão fazendo a autópsiados desiludidos que se mataram.Que grandes corações eles possuíam.Vísceras imensas, tripas sentimentaise um estômago cheio de poesia…Agora vamos para o cemitériolevar os corpos dos desiludidosencaixotados completamente(paixões de primeira e de segunda classe).Os desiludidos seguem iludidos,sem coração, sem tripas, sem amor.Única fortuna, os seus dentes de ouronão servirão de lastro financeiroe cobertos de terra perderão o brilhoenquanto as amadas dançarão um sambabravo, violento, sobre a tumba deles.
https://www.youtube.com/watch?v=g1j_xVgsK28
E agora, josé?A festa acabou,A luz apagou,O povo sumiu,A noite esfriou,E agora, josé?E agora, você?Você que é sem nome,Que zomba dos outros,Você que faz versos,Que ama, protesta?E agora, josé?Está sem mulher,Está sem carinho,Está sem discurso,Já não pode beber,Já não pode fumar,Cuspir já não pode,A noite esfriou,O dia não veio,O bonde não veio,O riso não veioNão veio a utopiaE tudo acabouE tudo fugiuE tudo mofou,E agora, josé?
Sua doce palavra,Seu instante de febre,Sua gula e jejum,Sua biblioteca,Sua lavra de ouro,Seu terno de vidro,Sua incoerência,Seu ódio - e agora?
Com a chave na mãoQuer abrir a porta,Não existe porta;Quer morrer no mar,Mas o mar secou;Quer ir para minas,Minas não há mais.José, e agora?
Se você gritasse,Se você gemesse,Se você tocasseA valsa vienense,Se você dormisse,Se você cansasse,Se você morresse...Mas você não morre,Você é duro, josé!
Sozinho no escuroQual bicho-do-mato,Sem teogonia,Sem parede nuaPara se encostar,Sem cavalo pretoQue fuja a galope,Você marcha, josé!José, para onde?
Você marcha José, José para onde?Marcha José, José para onde?José para onde?Para onde?E agora José?José para onde?E agora José?Para onde?
As sem razões do amor (Carlos Drummond de Andrade)
Eu te amo porque te amo.Não precisas ser amante,e nem sempre sabes sê-lo.Eu te amo porque te amo.Amor é estado de graçae com amor não se paga.
Amor é dado de graça,é semeado no vento,na cachoeira, no eclipse.Amor foge a dicionáriose a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amobastante ou demais a mim.Porque amor não se troca,não se conjuga nem se ama.Porque amor é amor a nada,feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,e da morte vencedor,por mais que o matem (e matam)a cada instante de amor.
Nasceu em juiz de fora, minas gerais. Trabalhou na Europa em 1953 como professor lecionando em vários países, nos quais conheceu artistas de quase todo o mundo.Ele é considerado por alguns como o principal representante da poesia surrealista no Brasil. Murilo Mendes é autor de uma obra que está longe de poder receber uma classificação taxativa. Ela é o resultado das múltiplas experiências pelas quais o autor passou, o cristianismo, o surrealismo, a poesia social, o neobarroquismo e o experimentalismo lingüístico.
Murilo Mendes
Em 1930, publicou “Poemas”, seu primeiro livro, sempre negando ser filiado de algum movimento específico, nem mesmo do Modernismo, até que em 1934 converteu-se ao Catolicismo e, com Jorge de Lima, dedicou-se à poesia religiosa, mística, num movimento de "restauração da poesia em Cristo".
Obras de Murilo Mendes
• Bumba-meu poeta (1930)• Historia do Brasil (1932)• Tempo e eternidade (1935)• Contemplação de ouro preto (1940)• Siciliana, tempo espanhol,
convergência são as três ultimas obras de Murilo Mendes.
Fez uma brilhante carreira como médico,além de ingressar na vida política, se afirmou como poeta. Embora ele seja conhecido como poeta, sua obra não se restringia à poesia. Foi também pintor, fotógrafo, ensaísta, biógrafo, historiador e prosador. Um aspecto marcante de Jorge de Lima nessa fase é a presença da raça negra. Sua poesia, ao mesmo tempo que denuncia a condição de exploração e marginalização a que sempre foram submetidos os negros no pais, consegue também captar sua linguagem, sua alma, seu modo de pensar e de agir
Jorge de Limahttp://www.brasilescola.com/upload/e/Jorge%20de%20Lima.jpg
Obras de Jorge de Lima
• XIV alexandrinos (1914)• O mundo do menino impossível (1925)• Poemas (1927)• Tempos e eternidade (1935)• Poemas negros (1937)• A invenção de Orfeu• Entres outras
Cecília Meireles• A primeira grande escritora da
literatura brasileira, é a primeira voz feminina de nossa poesia moderna. A produção literária de Cecília Meireles é ampla, embora mais conhecida como poetisa, deixou contribuições no domínio do conto, da crônica, da literatura infantil e do folclore. No ponto de vista formal, Cecília foi a mais habilidosa em nossa poesia moderna, sendo cuidadosa em sua seleção vocabular e forte inclinação para a musicalidade
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“Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno(...)”
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(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."
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Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: Em que espelho ficou perdida a minha face?
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Quando penso em vocêFecho os olhos de saudadeTenho tido muita coisaMenos a felicidadeCorrem os meus dedos longosEm versos tristes que inventoNem aquilo a que me entregoJá me dá contentamentoPode ser até manhãCedo, claro, feito o diaMas nada do que me dizemMe faz sentir alegriaEu só queria ter do matoUm gosto de framboesaPra correr entre os canteirosE esconder minha tristezaE eu ainda sou bem moço pra tanta tristezaE deixemos de coisa, cuidemos da vidaPois senão chega a morteE nos arrasta moçoSem ter visto a vidaÉ pau, é pedra, é o fim do caminhoÉ um resto de toco, é um pouco sozinhoÉ um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzolSão as águas de março fechando o verãoÉ promessa de vida em nosso coração
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Esta menina tão pequenina quer ser bailarina. Não conhece nem dó nem ré mas sabe ficar na ponta do pé. Não conhece nem mi nem fá mas inclina o corpo para cá e para lá. Não conhece nem lá nem si, mas fecha os ohos e sorri. Roda, roda, roda com os bracinhos no ar e não fica tonta nem sai do lugar. Põe no cabelo uma estrela e um véu e diz que caiu do céu. Esta menina tão pequenina quer ser bailarina. Mas depois esquece todas as danças, e também quer dormir como as outras crianças.
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Fruto de longa pesquisa histórica, Romanceiro da Inconfidência é, para muitos, a principal obra de Cecília Meireles. Nesse livro, por meio de uma hábil síntese entre o dramático, o épico e o lírico, há um retrato da sociedade de Minas Gerais do século XVIII, principalmente dos personagens envolvidos na Inconfidência Mineira, abortada pela traição de Joaquim Silvério dos Reis, o que culminou na execução de Tiradentes.
Obras de Cecília Meireles
Espectro - 1919Criança, meu amor - 1923Nunca mais... - 1923Poema dos Poemas -1923Baladas para El-Rei - 1925O Espírito Vitorioso - 1935Viagem - 1939Vaga Música - 1942Poetas Novos de Portugal - 1944Mar Absoluto - 1945Rute e Alberto - 1945Rui — Pequena História de uma Grande Vida - 1948Retrato Natural - 1949Amor em Leonoreta - 195212 Noturnos de Holanda e o Aeronauta - 1952Romanceiro da Inconfidência -1953Poemas Escritos na Índia - 1953Batuque - 1953Pequeno Oratório de Santa Clara - 1955Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro - 1955
Panorama Folclórico de Açores -1955Canções - 1956Giroflê, Giroflá - 1956Romance de Santa Cecília - 1957A Rosa - 1957Obra Poética -1958Metal Rosicler -1960Solombra -1963Ou Isto ou Aquilo -1964Escolha o Seu Sonho - 1964
Vinícius de Morais• Nasceu no Rio de janeiro, formou-se em
Letras em 1929 e em Direito em 1933, ano em que publicou seu primeiro livro de poemas, O Caminho para a Distância. Tornou-se representante do Ministério de Educação junto à censura cinematográfica. Ele ingressou na vida do Jornalismo no ano de 1940, e nesse período conheceu intelectuais e artistas de todo o mundo. Como poeta, Vinícius integra o grupo de poetas religiosos que se formou no Rio de janeiro entre as décadas de 1930 e 40.
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Tarde Em Itapoã Vinicius de MoraesUm velho calção de banhoO dia pra vadiarUm mar que não tem tamanhoE um arco-íris no arDepois na praça CaymmiSentir preguiça no corpoE numa esteira de vimeBeber uma água de cocoÉ bomPassar uma tarde em ItapuãAo sol que arde em ItapuãOuvindo o mar de ItapuãFalar de amor em ItapuãEnquanto o mar inauguraUm verde novinho em folhaArgumentar com doçuraCom uma cachaça de rolhaE com o olhar esquecidoNo encontro de céu e marBem devagar ir sentindoA terra toda a rodar
É bomPassar uma tarde em ItapuãAo sol que arde em ItapuãOuvindo o mar de ItapuãFalar de amor em ItapuãDepois sentir o arrepioDo vento que a noite trazE o diz-que-diz-que macioQue brota dos coqueiraisE nos espaços serenosSem ontem nem amanhãDormir nos braços morenosDa lua de Itapuã
Obras de Vinícius de morais
• Antologia poética (1955)• Ariana, a mulher (1936)• Cinco elegias (1943)• O operário em construção (1956)• Pra viver um grande amor (1962)• Para uma menina com uma flor
(1966)
Soneto de Fidelidade Vinicius de MoraesDe tudo, ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamentoQuero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamentoE assim quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem amaEu possa lhe dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure
Eu sei que vou te amarVinicius de Moraes
Eu sei que vou te amarPor toda a minha vida eu vou te amarEm cada despedida eu vou te amarDesesperadamente, eu sei que vou te amarE cada verso meu seráPra te dizer que eu sei que vou te amarPor toda minha vidaEu sei que vou chorarA cada ausência tua eu vou chorarMas cada volta tua há de apagarO que esta ausência tua me causouEu sei que vou sofrer a eterna desventura de viverA espera de viver ao lado teuPor toda a minha vida
A Rosa de HiroshimaPensem nas criançasMudas telepáticasPensem nas meninasCegas inexatasPensem nas mulheresRotas alteradasPensem nas feridasComo rosas cálidasMas oh não se esqueçamDa rosa da rosaDa rosa de HiroximaA rosa hereditáriaA rosa radioativaEstúpida e inválida.A rosa com cirroseA antirrosa atômicaSem cor sem perfumeSem rosa sem nada.
Soneto de separaçãoDe repente do riso fez-se o prantoSilencioso e branco como a brumaE das bocas unidas fez-se a espumaE das mãos espalmadas fez-se o espanto.De repente da calma fez-se o ventoQue dos olhos desfez a última chamaE da paixão fez-se o pressentimentoE do momento imóvel fez-se o drama.De repente, não mais que de repenteFez-se de triste o que se fez amanteE de sozinho o que se fez contente.Fez-se do amigo próximo o distanteFez-se da vida uma aventura erranteDe repente, não mais que de repente.
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Se Todos Fossem Iguais a VocêVinicius de Moraes
Vai tua vida,Teu caminho é de paz e amor
Vai tua vida é uma linda canção de amorAbre os teus braços
E canta a última esperançaA esperança divina de amar em paz
Se todos fossem iguais a vocêQue maravilha viverUma canção pelo ar,Uma mulher a cantarUma cidade a cantar,
A sorrir, a cantar, a pedirA beleza de amar
Como o sol,Como a flor,Como a luz
Amar sem mentir,Nem sofrer
Existiria verdade,Verdade que ninguém vê
Se todos fossem no mundo iguais a você
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