Post on 17-Apr-2015
1ª ORIENTAÇÃO TÉCNICA DE ALFABETIZAÇÃO
Introdução Teórica sobre Construtivismo – Emília Ferreiro
/Jean Piaget
ConstrutivismoEmília Ferreiro se tornou referência para
o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suiço Jean Piaget (1896-1980) investigando como a criança aprende.
Emília Ferreiro trabalhou e estudou com Piaget, e concentraram o foco nos mecanismos relacionados à leitura e escrita.
Construtivismo não é um Método, mas sim uma concepção de ensino com embasamento teórico.
Construtivismo
• Piaget – deduziu que cada salto cognitivo depende de uma assimilação e de uma acomodação dos esquemas internos, que necessariamente levam tempo.
• Para o construtivismo, no mais revelador do funcionamento da mente de um aluno do que seus supostos erros, porque evidenciam como ele “releu” o conteúdo aprendido. O que os alunos aprendem não coincidem com que é ensinado.
Construtivismo
As pesquisa de Emília Ferreiro e o termo construtivismo começaram a ser divulgado no Brasil no início da década de 1980, nos congressos, simpósios e livros.
• As descobertas tornam-se assunto obrigatório nos meios pedagógicos e espalharam pelo Brasil com rapidez, a ponto da autora se preocupar com o que estava transposto em sala de aula. E mostrou duradouro nos órgãos oficiais e Secretaria de Estados e MEC.
Teorias e Metodologias
• O que ficou – Os alunos chegam à escola sabendo várias coisas da língua. É preciso avaliá-los para determinar estratégias para sua alfabetização.
• Um Alerta – Apesar dos alunos construírem seus próprios conhecimentos, cabe a você, prof., organizar atividades que favoreçam a reflexão sobre a escrita.
• Processo de Leitura e Escrita – Diagnosticar quanto os alunos já sabem antes de iniciar o processo de alfabetização é preceito básico do livro Psicogênese da Língua Escrita.
• De acordo com a teoria, toda criança passa por 4 fases até que seja alfabetizada:
Pré-Silábica:• Não consegue relacionar as letras
com os sons da língua falada. As crianças, nesta etapa, escrevem uma série de letras e depois leem-nas sem fazer nenhum tipo de análise.
Pré –Silábico sem Leitura Global
Pré- Silábico com Leitura Global
• Interpreta a letra à sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada letra.• Essa hipótese divide-se em duas:• Silábico sem valor sonoro.• Silábico com valor sonoro.
SILÁBICA
Silábico sem valor sonoro
Estabelece relação entre o que se escreve e o que se fala, mas ainda não atribui valor sonoro para cada
sílaba.
Silábico sem Valor
Silábico com valor sonoro
Estabelece relação entre o que se escreve e o que se fala,
atribuindo valor sonoro para cada sílaba.
Silábico com Valor
Silábico-Alfabética
• Mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas
sílabas.
Silábico-alfabética
Alfabética
• Domina, enfim, o valor das letras e sílabas, mesmo que a ortografia
não seja convencional.
Alfabética
Apontador
Caderno
Lápis
Giz
• Concepção Tradicional - a lição tradicional é dado elemento por elemento, supondo que a soma leve a totalidade, letra por letra, sílaba por sílaba, palavra por palavra, imaginando-se que basta juntar mais letras, sílabas ou palavras às precedentes.
• Emília Ferreiro - conclamou os educadores a se integrarem numa cruzada pela mudança desta visão de alfabetização. Mudança de concepção.
• Preocupação: impacto de suas idéias na ação dos alfabetizadores.
• Processo Evolutivo - Cartilha, os modos de avaliação e promoção de alunos, e especialmente , os testes de prontidão e provas de avaliação posteriores. Para ela, o importante é compreender o desenvolvimento das idéias do aluno sobre a escrita como um processo evolutivo.
• Fundamentos: Emília, expõe aos professores desenhos e garatujas infantis, adultas aparentemente sem grande resultado. Explicando: “Quando o professor aprende a interpretar estas produções, aprende também a respeitar este produto”.
Pouco Tempo – segundo Emília, o aluno constrói seu conhecimento, independentemente da camada social a que pertence.
Variação na idade e nunca na condição social.
• “Os alunos estimulados adquirem maiores informações sobre a língua escrita, ao contrário, o aluno não tendo contato com leitura escrita e nem quem possa ler, é muito difícil que chegue à escola sabendo LER e entendendo o que quer dizer ESCREVER.”
Recomendação – não desprezar o conhecimento que o aluno leva para a escola.
Proposta – criem espaços para que osalunos possam produzir e lhes mostrar o
que compreendem sobre a escrita: “ Umadas coisas mais reprimidas na escolatradicional tem sido a escrita. Escrita
espontânea proibida”.
• Descobertas – Os alunos vão resolvendo seus próprios problemas:
• 1º-distinção entre o que é desenho e o que é escrita;
• 2º-que não é suficiente escrever letras para que algo possa ser lido;
• 3º-criar representações diferentes para unidades linguísticas diferentes;
• 4º-correspondência entre pedaços da linguagem e pedaços de escrita;
• 5º-descobrem os princípios fundamentais de um sistema alfabético de escrita: preferencialmente às diferenças sonoras;
• 6º- O aluno deixa de lado há diferenças de significado, reconhecendo que quando há semelhanças sonoras deve-se pôr as mesmas letras e quando há diferenças deve-se pôr diferentes letras. O problema ortográfico vem depois.
• Livre Expressão – Correção ortográfica deve ser feita com cuidado.
• Proposta Pedagógica- do tipo construtivista como capaz de proporcionar aos alunos que se expressem livremente, com criatividade, mesmo quando o texto produzido apresenta muitos erros de ortografia.
• Emília, concluindo: “Temos que alfabetizar para dar ao homem do povo sua palavra, para que ele possa escrevê-la, para ajudá-lo a não destruir seu discurso em troca de um discurso escolar estereotipado.
• Também para que escreva de maneira ortograficamente correta, mas que esta ortografia não limite, não destrua, nem mate a língua escrita que ele pode produzir.”
Como realizar Diagnósticode Escrita
• De palavras: o professor deverá ditar 4 palavras dentro do campo semântico .
Como realizar Diagnósticode Escrita
• 1 polissílaba, 1 trissílaba, 1 dissílaba e 1 monossílaba.
• Posteriormente deverá ditar uma frase para completar o diagnóstico, com base no campo semântico.
EXEMPLOS
• Obedecer o Campo Semântico – Materiais Escolares
Palavra Polissílaba: LapiseiraPalavra Trissílaba: Caderno Palavra Dissílaba: LápisPalavra Monossílaba: Giz Frase: O lápis é colorido.
Como realizar Diagnósticode Escrita
• Diagnóstico utilizando o texto: o professor realizará leitura de um determinado texto , discussão sobre a história, posteriormente, o aluno escreverá o que entendeu sobre o texto lido.