Post on 08-Jul-2020
Neste número, trazemos a você as reflexões sempre
valiosas de José Antonio Pagola e João batista Libânio sobre o
Evangelho deste domingo, no qual celebramos a festa de
Cristo Rei.
Libânio nos conduz a uma análise profunda sobre esta
festa, a qual, de acordo com o teólogo, merece o nome de
“Festa da volta”, endo em vista que o Senhor veio para nos
dizer como voltaremos para Ele.
Pagola, nos leva a refletir sobre a atitude de Jesus que não
converte a verdade de Deus em propaganda; não a utiliza em
proveito próprio, mas em defesa dos pobres, não tolerando
as mentiras e o encobrimento das injustiças, convertendo-se,
desse modo, na voz daqueles que não tem voz.
Sobre o Dia do Leigo, comemorado juntamente com a
Festa de Cristo Rei, trazemos a reflexão feita pelo Professor
Waldir Augusti, que nos fala sobre o real papel dos Leigos e
Leigas junto à Igreja e à sociedade. Augusti chama nossa
atenção para o grande desafio enfrentado pelo leigos no
mundo atual.
Na página 03, trazemos ao o Princípios da Identidade do
nosso Igreja – Povo de Deus – em Movimento. Documento
base do IPDM, temos ali registrado os elementos norteadores
de nossas ações. Leia, reflita, apresente para seus amigos e
partilhe conosco o seu entendimento. Certamente você terá
algo importante a nos dizer que contribuirá para o
crescimento do Povo de Deus.
Em nossa Agenda IPDM, na página 04, apresentamos as
datas do eventos já programados para o próximo ano.
Outros ainda virão. Trazemos ainda, convites especiais para
eventos importantes para todo Povo de Deus com o apoio do
IPDM:
26º Curso de Verão na PUC São Paulo;
11ª Semana de Teologia do Setor Pastoral Ermelino
Matarazzo;
Lançamento do Livro: “DOM ANGÉLICO SÂNDALO
BERNARDINO – Bispo Profeta dos Pobres e da Justiça”.
Anote as datas em sua agenda para não perder nenhum
dos eventos programados.
Colaboração. Estamos pedindo a você, que nos apresente
pelo menos mais duas pessoas para nossa relação de amigos.
Queremos apresentar a eles o nosso IPDM enviando-lhes o
Informativo semanal e os convites para nossos eventos.
Ajude-nos a divulgar nosso Informativo e nosso Movimento.
Esperamos que você faça uma leitura agradável e
proveitosa.
Abraços fraternos,
Equipe de Redação
L I T U R G I A
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T
U
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G
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A A Trindade está na origem. Pois “no princípio está comunhão dos Três e não a solidão do Um” (L. Boff). O Advento não se restringe à silenciosa expectativa do Filho que já veio, que está e que virá. Que veio do seio do Pai pela mediação do corpo de Maria. Que está na presença ressuscitada de tantas maneiras, desde o sinal privilegiado da Eucaristia até o corpo machucado do pobre. Que virá no ruído das trombetas angélicas para acolher no esplendor da glória quem na história vestiu os nus, visitou os enfermos e encarcerados, alimentou os famintos, saciou os sedentos, abrigou os sem teto e moradores de rua, cuidou dos anciãos, escolarizou as crianças, protegeu os perseguidos, enfim a todos que viveram para o outro e não para si.
Advento anuncia a salvação da história. O tempo não surgiu da simples numeração do movimento, como reza a filosofia. Ele brotou do dedo infinito do Pai. Criou o nosso tempo humano. Nele o Filho viveu os dias. E quando tudo parecia perdido pela morte, o Espírito o transformou em tempo novo de anúncio a todo o mundo da salvação da humanidade.
A festa do Advento merece também o nome de Festa da volta. O Senhor veio para dizer-nos como voltaremos para ele. Sabemos como nascemos de nossas mães, experimentamos como vivemos o presente na maior ou menor lucidez dos dias. Mas desconhecemos radicalmente o futuro último com o olhar da razão humana. Suspiramos sem saber por que realidade. Miramos para o futuro como para noite cuja estrela polar orientadora se nos esconde. Então a festa do Advento nos desvenda o enigma. Aquele que veio na Encarnação e voltou na Ascensão, agora nos aponta o começo e o fim, alfa e ômega.
Como se não bastasse tempo litúrgico tão bonito e significativo, celebramos ainda a festa de Cristo-Rei. Ela fecha o ano da liturgia com a proclamação da soberania de Jesus. Iludimo-nos se a metáfora de rei se espelha nas dinastias das velhas e novas aristocracias. A comunidade primitiva imunizou-nos de tal contágio. Pois, ao descrever a última vinda do Rei divino, fê-la cercar com os menores servidores da terra.
Em lugar de Rei, cabe perfeitamente o título “o Maior Servidor”, tanto para ele, como para aqueles que o seguem. Nessa perspectiva, o fim do ano litúrgico com a Festa de Cristo-Rei e o seu começo com o Advento se identificam no mesmo espírito. A liturgia termina o ano, manifestando-nos o sentido último da vida: Jesus no reinado do serviço e inicia com o Advento, também ele todo feito de entrega humilde à humanidade.
Para mostrar o esplendor dos grandes, Deus não precisaria vir à história. Bastamos nós. Revelar, porém, o sentido último do existir humano na simplicidade escondida do Advento e no Reinado cercado dos pobres e para os pobres, então sim, só Deus mesmo podia fazê-lo.
João Batista Libânio
1ª Leitura: Daniel 7, 13 – 14 - Salmo Responsorial: Salmo 92 (93)
2ª Leitura: Apocalipse 1, 5 - 8 - Evangelho: João 18, 33b -37
Ano I - Nº 13 24 à 30 de Novembro de 2012
O julgamento contra Jesus teve lugar provavelmente no palácio em que residia Pilatos quando ia a Jerusalém. Ali se encontram uma manhã de abril do ano trinta um réu indefenso chamado Jesus e o representante do poderoso sistema imperial de Roma.
O evangelho de João relata o diálogo entre ambos. Na realidade, mais do que um interrogatório, parece um discurso de Jesus para esclarecer alguns temas que interessam muito
ao evangelista. Num determinado momento Jesus faz esta solene proclamação: “Eu para isto vim ao mundo: para ser testemunha da verdade. Todo aquele que é da verdade, escuta a Minha voz”.
Esta afirmação recolhe um rasgo básico que define a trajetória profética de Jesus: a Sua vontade de viver na verdade de Deus. Jesus não só diz a verdade, como procura a verdade e só a verdade de um Deus que quer um mundo mais humano para todos os Seus filhos e filhas.
Por isso, Jesus fala com autoridade, mas sem falsos autoritarismos. Fala com sinceridade, mas sem dogmatismos. Não fala como os fanáticos que procuram impor a sua verdade. Tampouco como os funcionários que a defendem por obrigação mesmo não acreditando nela. Não se sente nunca guardião da verdade, mas testemunha.
Jesus não converte a verdade de Deus em propaganda. Não a utiliza em proveito próprio, mas em defesa dos pobres. Não tolera a mentira ou o encobrimento das injustiças. Não suporta as manipulações. Jesus converte-se assim em “voz dos sem voz, e voz contra os que têm demasiada voz” (Jon Sobrino).
Esta voz é mais necessária que nunca nesta sociedade presa numa grave crise econômica. A ocultação da verdade é um dos mais firmes pressupostos da ação dos grandes poderes financeiros e da gestão política submetida às suas exigências. Quer-nos fazer viver a crise na mentira.
Faz-se todo o possível para ocultar a responsabilidade dos principais causadores da crise e ignora-se de forma perversa o sofrimento das vítimas mais débeis e indefesas. É urgente humanizar a crise pondo no centro das atenções a verdade dos que sofrem e a atenção prioritária à sua situação cada vez mais grave.
É a primeira verdade exigível a todos se não queremos ser desumanos. O primeiro dado prévio a tudo. Não nos podemos habituar à exclusão social e ao desespero em que estão a cair os mais débeis. Quem segue Jesus tem de escutar a Sua voz e sair instintivamente em Sua defesa e ajuda. Quem é pela verdade escuta a Sua voz.
Neste domingo, 25 de novembro, celebraremos a Festa de
Cristo Rei do Universo. Um Rei que não tem pompa, apesar de
insistirem em lhe agregar sofisticações desnecessárias; que não se
assenta nos lugares privilegiados, apesar de lhe ofertarem ricos
tronos adornados de futilidades; que não exige ser servido, apesar
de muitos, em seu nome, sentirem–se no direito de serem; que
não faz acepção de pessoas, que não se coloca entre os poderosos
voltando as costas para os necessitados.
Em seu Reino, a medida da justiça é o amor ao próximo, todos
são iguais e têm os mesmos direitos, pois são todos filhos de um
mesmo Pai. Reino onde prevalece o poder do servir e não o do
autoritarismo esmagador de um sobre o outro.
Não resta dúvida de que o Reino de Jesus impõe uma nova
ordem: a ordem do amor, da solidariedade, da igualdade, da
justiça e da esperança. Ele nos chama a levar sua palavra a todos,
mas acima de tudo, para viver esta nova ordem. Um grande
desafio por certo, que poderá ser vencido ou não, dependendo
unicamente de nossas ações. Estamos prontos para esta jornada?
Juntamente com a Festa de Cristo Rei, a Igreja nos chama a
celebrar o Dia do Leigo. Não deixa de ser um chamado
interessante em meio a um tempo no qual os Leigos, em sua
imensa maioria, têm sido tratados com indiferença por certas
autoridades eclesiais, face à sua participação na construção do
Reino de Jesus, para a qual Ele mesmo os chamou e responderam
prontamente: “eis nos aqui”.
Desde o Concílio Vaticano II, vem se tentando de modo mais
contundente, resgatar a figura do cristão leigo na Igreja. Antes
dele, a Ação Católica teve a mesma motivação e por certo, suas
ações nesta direção, serviram como ponto de partida para muitos
padres conciliares desenvolverem seus pensamentos sobre o
tema, resultando no decreto “Apostolicam Actuositatem” que
trata do apostolado dos leigos.
O documento Começa dizendo: “O Santo Concílio, desejando
tornar mais intensa a atividade apostólica do Povo de Deus,
volta-se de maneira solicita aos cristãos leigos, cuja
responsabilidade, específica e absolutamente necessária, na
missão da Igreja, já lembrou em outros documentos. Pois o
apostolado dos leigos, decorrente de sua vocação cristã, nunca
pode faltar na Igreja. As Sagradas Escrituras provam
abundantemente quão espontânea e fecunda foi esta atividade
nos primeiros tempos da Igreja.(cf. Atos 11, 19-21; 18, 26; Rm 16, 1-
16; Fl 4, 3).
Mais. O documento fundamenta a participação dos leigos
afirmando: “Nasceu a Igreja com a missão de expandir o reino
de Cristo por sobre a terra, para a glória de Deus pai, tornando
os homens todos participantes da redenção salutar e orientando
de fato através deles o mundo inteiro para Cristo”.
Cabe-nos observar, que a atuação dos leigos nas atividades da
Igreja não se enquadra numa concessão ou num trabalho
voluntário, antes, são chamados ao apostolado. Consta do
Decreto: “Os leigos derivam o dever e o direito do apostolado
de sua união com Cristo-Cabeça. Pois, inseridos pelo batismo
no Corpo Místico de Cristo, pela confirmação, robustecidos na
força do Espírito Santo, recebem do próprio Senhor a
delegação do apostolado”.
Vivendo intensamente sua vocação, os leigos estão sempre
prontos a atender ao chamado do Senhor como membros de um
apostolado único, não discriminatório ou segregador. Em torno
do altar onde celebramos a Eucaristia, renovando a cada dia a
Ressurreição do Cristo Salvador, somos todos discípulos de um
mesmo Rei, membros de um mesmo Corpo, filhos de um
mesmo Pai.
Lamentavelmente, vivemos um período no qual os leigos têm
sido tratados com desdém sendo considerados por certas
“autoridades” eclesiais como meros prestadores de serviço, sem
qualquer responsabilidade na Igreja. E isso é tão certo, que o
próprio Papa Bento XVI, chamou a atenção para o fato através
de carta escrita em agosto de 2012, por ocasião da 6ª
Assembléia ordinária do Fórum Internacional da Ação Católica
cujo tema central era: “Membros leigos da Ação Católica:
corresponsabilidade eclesial e social”. Na mensagem enviada, o
Papa destacou que os leigos também são responsáveis pelo
trabalho da Igreja: “Essa responsabilidade requer uma mudança
de mentalidade, em particular, sobre o papel do leigo na Igreja.
Eles não devem ser considerados como meros ‘colaboradores’
do clero, mas como pessoas verdadeiramente ‘corresponsáveis’
no trabalho da Igreja”, afirmou.
Caríssimos irmãos e irmãs leigos é necessário refletir sobre
nossas atividades e responsabilidades. Assim como foi no
princípio da Igreja, continuamos respondendo SIM ao chamado
do Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. E assim deve ser. Mas,
vivemos um tempo de grandes desafios, e o maior deles consiste
exatamente em continuarmos dizendo SIM ao chamado.
Hoje, os convites que recebemos são muitos. Mergulhamos
num período onde somos tentados a cada momento a tornarmo-
nos meros instrumentos de consumo, geradores de ganhos para
um sistema capitalista selvagem que a cada dia se importa
menos com o bem estar das pessoas, condenando milhares à
fome e a miséria, enquanto uma minoria se regozija com lucros
exorbitantes.
Nesta sociedade, Deus Pai, Filho e Espírito Santo, tornam-se
obstáculos, pois para aqueles que O conhecem e a Ele deram seu
SIM, o que mais importa é o SER e não o TER.
Por isso nos colocamos inteiramente à disposição de nossa
amada Igreja para em conjunto, buscarmos novos meios de
evangelização para que a construção do Reino de Jesus não seja
deturpada ou vista de modo equivocado, como o fazem aqueles
que enxergam o Pai como um mecanismo financeiro de
enriquecimento.
Somos Leigos e Leigas buscando viver nossa vocação em
plenitude, unidos ao Corpo Místico de Cristo. Numa analogia
direta com o corpo humano, não nos importa qual membro
seremos, mas importa-nos viver em harmonia com todos,
respeitando e sendo respeitado com igual valor e
responsabilidade.
Como estar no mundo, sem ser do mundo? Este é o nosso
maior desafio. Com Cristo nosso Rei, nos o venceremos.
Waldir A. Augusti
Tradução: Antonio M. A. Perez
José Antonio Pagola
L I T U R G I A
PRINCÍPIOS DA IDENTIDADE (Texto revisado em 1º /11/2012. Lançado publicamente em 15/11/2012)
Cremos em Jesus Cristo, o Profeta Enviado do Pai (Lc 4,14-22-a), proclamador e instaurador do Reino de Deus. Somos «Igreja –
Povo de Deus – em Movimento», encontro de cristãos – leigos e leigas, religiosos e religiosas, padres e membros de outras
confissões – que animada pelo Evangelho do Reino, revelado plenamente em Jesus de Nazaré, o Senhor Ressuscitado, reúne-se
segundo o ensinamento e Tradição do Concílio Vaticano II, e das conclusões das Conferências do Episcopado Latino-Americano, do
conjunto dos documentos da Conferência dos Bispos do Brasil e dos planos pastorais, suscitados pelo Espírito Santo. Temos plena e
total consciência do chamado do Senhor Jesus, para que sejamos construtores e participantes da «vinha do Senhor» (Mt 20,3-4).
«Nos nossos dias, a Igreja do Concílio Vaticano II, numa renovada efusão do Espírito de Pentecostes, amadureceu uma
consciência mais viva da sua natureza missionária e ouviu de novo a voz do seu Senhor que a envia ao mundo como «sacramento
universal de salvação» (CL, 2 apud LG, 48). Passados 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, que significou «uma nova
primavera» para a Igreja – Povo de Deus – a aplicação do Concílio em sua trajetória encontra desafios interna e externamente. Hoje, o
conjunto e a complexidade desses desafios se traduzem naquilo que se chama de «mudança de época».
«Igreja - Povo de Deus - em Movimento», reassume as novas perspectivas teológicas e, consequentemente, as suas propostas
pastorais: a ‘opção pelos pobres’ (Medellin, 1968), a ‘comunhão e participação’ (Puebla, 1979), o ‘protagonismo dos leigos’ e a
‘inculturação da fé’: (Sto. Domingo, 1992), uma ‘igreja em permanente estado de missão’ que deve ser protagonizada pelos
‘discípulos missionários’ nesta ‘mudança de época’ (Aparecida, 2007) considerando os novos sinais dos tempos (cf. VD, 100).
É preciso resgatar o memorial libertário da fé cristã, sempre mais «olhar para trás» e ver a caminhada histórica, mas e – ao
mesmo tempo - «olhar para frente» e redescobrir no conjunto da caminhada do Povo de Deus, as experiências acumuladas pelos
protagonistas em sua pluralidade. Os desafios do mundo contemporâneo devem ser enfrentados com realismo e profetismo. A
única garantia de futuro é a coragem de renovação.
«Igreja – Povo de Deus – em Movimento» vive nos atuais tempos uma «hora magnífica», mas ao mesmo tempo dramática. Novas
situações, tanto eclesiais como sociais, econômicas, políticas, tecnológicas e culturais, reclamam hoje, de todos com força, toda
particular, ações articuladas, estratégicas, fecundantes, transformadoras. Se o desinteresse foi inaceitável, os desafios do tempo
presente não toleram ócio e inércia. Reassumimos o método ver-julgar-agir-avaliar-celebrar.
«Igreja - Povo de Deus - em Movimento» pretende, no pluralismo cultural e religioso, contribuir na construção de uma ética
voltada para a sustentabilidade socioambiental do Planeta. Reconhece a importância da ação política e da união entre a fé e a vida,
e se compromete com práticas e opções na promoção da dignidade dos pobres e na melhoria das condições de vida dos excluídos e
sofredores da sociedade. A mística com o cuidado da «casa comum» - oikós – é compromisso da «Igreja – Povo de Deus – em
movimento».
A dinâmica e o conteúdo de «Igreja – Povo de Deus – em Movimento» vão-se construindo ao longo de sua caminhada. «O
Senhor disse a Moisés: ´Por que clamas por mim? Dize aos filhos de Israel que marchem´» (Ex 14 15).
«Igreja – Povo de Deus – em Movimento», na perspectiva de sua dinâmica e conteúdo, deseja animar e estimular seus
participantes a atuar firme, criativa e corajosamente em três amplos campos da vida humana.
No campo de vida da pessoa: promover sua dignidade em suas diversas situações, resgatando sua cidadania plena em todos
os âmbitos de realização possíveis.
No campo da comunidade: combater todo tipo de ações que fragmenta a vida e suas relações internas, conduzindo-a,
geralmente, à comunidades fechadas em si mesmas, desarticuladas e isoladas. Promover o diálogo como ferramenta e meio
essencial tanto no interior das comunidades e grupos assim como com as forças políticas e os diversos Movimentos sociais e
culturais locais. Urgem novas formas de articulações entre os diversos grupos de cristãos para um «planejamento comum» e
definições de ações que promovam a comunhão e a participação de todos. «Abertas ao Espírito, as comunidades se abrem ao
diálogo com as forças vivas da sociedade, construindo parcerias e enriquecendo-se mutuamente» (DGAE – 2008-2010, 165).
No campo da sociedade: colaborar com a construção de «outro mundo possível» marcado pela solidariedade, diálogo
interreligioso, pelas questões de gênero, pela diversidade sociocultural, banindo o escândalo da exclusão e da violência. A
opção evangélica pelos pobres não pode ficar restrita a um plano teórico e emotivo (Cf. DA, 394). Por isso, combater a
«cultura da morte» presente em todos os níveis da sociedade; em contrapartida, promover a «cultura da vida» que liberta. Igreja – Povo de Deus – em Movimento» se traduz em ações verdadeiramente comprometidas com Movimentos sociais e
políticos legítimos empenhando-se por políticas públicas, segundo as diretrizes e afirmações da Doutrina Social da Igreja,
para o desenvolvimento de uma «economia solidária».
«Igreja –Povo de Deus – em Movimento» se compromete em formar missionariamente seus participantes para atuarem nos
«novos areópagos». A complexa urbanização nos últimos trinta anos - rápida e violentamente - vem alterando e configurando
com novos cenários desafiadores a realidade brasileira, inclusive culturalmente. É urgente pensar na criação de «comunidades em
redes» e em ambientes especializados, em meio à complexidade da vida urbana, como o universo da educação e dos meios de
comunicação, sobretudo as novas mídias e tecnologias.
«Igreja – Povo de Deus – em Movimento» roga: «Fica conosco, Senhor!» (cf. Lc 24,29).
Fica conosco, Senhor, acompanha-nos ainda que nem sempre tenhamos sabido reconhecer-te.
Fica conosco, porque ao redor de nós as mais densas sombras vão se fazendo, e Tu és a Luz; em nossos corações se insinua a
falta de esperança, e tu os faz arder com a certeza da Páscoa. Estamos cansados do caminho, mas tu nos confortas na fração do pão para
anunciar a nossos irmãos que na verdade tu tens ressuscitado e que nos tem dado a missão de ser testemunhas de tua ressurreição.
Fica conosco, Senhor, quando ao redor de nossa fé católica surgem as névoas da dúvida, do cansaço ou da dificuldade: tu, que és a
própria Verdade como revelador do Pai, ilumina nossas mentes com tua Palavra; ajuda-nos a sentir a beleza de crer em ti.
Fica em nossas famílias, ilumina-as em suas dúvidas, sustenta-as em suas dificuldades, consola-as em seus sofrimentos e no cansaço de
cada dia, quando ao redor delas se acumulam sombras que ameaçam sua unidade e sua natureza. Tu que és a Vida, fica em nossos
lares, para que continuem sendo ninhos onde nasça a vida humana abundante e generosamente, onde se acolha, se ame, se respeite a
vida desde a sua concepção até seu término natural.
Fica, Senhor, com aqueles que em nossas sociedades são os mais vulneráveis; fica com os pobres e humildes, com os indígenas e afro-
americanos, que nem sempre encontram espaços e apoio para expressar a riqueza de sua cultura e a sabedoria de sua identidade.
Fica, Senhor, com nossas crianças e com nossos jovens, que são a esperança e a riqueza de nosso Continente, protege-os de tantas
armadilhas que atentam contra sua inocência e contra suas legítimas esperanças. Oh bom Pastor, fica com nossos anciãos e com nossos
enfermos! Fortalece a todos em sua fé para que sejam teus discípulos e missionários! (DA, 554). Fortalece sempre mais a caminhada
de tua «Igreja – Povo de Deus – em Movimento».
Autoria:
Povo de Deus: leigos e leigas, religiosos e religiosas e padres da Diocese de São Miguel Paulista, Zona Leste de São Paulo.
Este texto eclesial pode ser livremente reproduzido, desde que nada no mesmo seja omitido.
Ele está a serviço do Povo de Deus.
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«Igreja – Povo de Deus – em Movimento»
N o v e m b r o 2012
Dia 27 Terça-Feira
20h00
REUNIÃO DA COORDENAÇÃO – IPDM
Paróquia São Francisco de Assis – Vila Guilhermina
Praça Porto Ferreira nº 48 – Próximo ao Metrô Guilhermina Esperança
D E Z e m b r o 2012
Dia 14
Sexta-Feira 9h30
Reunião dos padres e religiosos do IPDM
Agenda de reuniões para 2013
Membros da COORDENAÇÃO DO IPDM
Reunir-se-ão todas as 3ªs (terceiras) Terças-Feiras dos meses Impares como segue:
15 de janeiro/ 19 de março/ 21 de maio/ 16 de julho/ 17 de setembro/ 19 de novembro
Sempre às 20h00 na Paróquia São Francisco de Assis – Vila Guilhermina
Padres, religiosos e religiosas do ipdm
Reunir-se-ão todas as últimas Sextas-Feiras dos meses Pares como segue:
22 de fevereiro/ 26 de abril/ 28 de junho/ 30 de agosto/ 25 de outubro/ 27 de dezembro.
As reuniões acontecerão sempre às 9h30 no CIFA – Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Itaquera. ,
DATAS DOS ENCONTROS PARA 2013
1º Encontro - Dia 25 de maio
Tema: Igreja Colegiada – Grupos de Rua
2º Encontro - Dia 23 de novembro
Tema: Igreja Colegiada – Ministérios Locais e horários serão divulgados nos próximos informativos
janeiro 2013
26º Curso de Verão
Diariamente de 06 a 13 de Janeiro de 2013 na PUC São Paulo
Tema: “Fraternidade e Juventude” – Lema: “Eis me aqui, envia-me” (Is 6,8b)
O Curso de Verão 2013, tratará do fenômeno das Redes Sociais que se transformaram em um espaço privilegiado de encontro, trocas de experiências entre crianças, jovens e adultos, criando uma trama de relações não apenas virtuais. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas através do site www.ceseep.org.br.
Cada inscrição custa R$ 170,00. Para aqueles que se inscreverem até o dia 10 de dezembro/2012, será concedido desconto de R$ 20,00. As paróquias que inscreverem cinco participantes, terão direito a uma inscrição gratuita.
Maiores informações podem ser obtidas com: Rafaela – rafaelaguabiraba@hotmail.com Dinho – agbdinho2009@hotmail.com Thiago – thiago_snacimento@hotmail.com Camila – camila.sviana@hotmail.com
FEVEREIRO 2013
11ª Semana de Teologia do Setor Pastoral Ermelino Matarazzo
Diariamente de 04 a 08 de Fevereiro de 2013 às 19h30
Local: Salão da Igreja São Francisco de Assis
Rua Miguel Rachid, 997 – Ermelino Matarazzo – 2546-4254
Maiores informações com Messias Guirado – messiasguirado@ig.com.br
Coordenador do Setor Pastoral Ermelino Matarazzo: Padre José Maria – jmfbrito@hotmail.com
Convite Especial para o Povo de Deus da Região Leste
Lançamento do livro
Dia 08 de Fevereiro de 2013 – Sexta-Feira às 19h30
Local: Igreja São Francisco de Ass is Rua Miguel Rachid, 997 – Ermelino Matarazzo – 2546-4254
Para obter informações sobre como proceder para receber um exemplar do livro, escreva para
professor.waldir@uol.com.br
Páginas Interessantes na Internet
Os endereços eletrônicos abaixo indicados contêm riquíssimo material para estudos e pesquisas. Por certo,
poderão contribuir muito para o aprendizado de todos nos mais diversos seguimentos.
www.adital.org.br - Esta página oferece artigos/opiniões sobre movimentos sociais, política, igrejas e religiões,
mulheres, direitos humanos dentre outros. O site oferece ainda uma edição diária especial voltada aos jovens.Ao se
cadastrar você passa a receber as duas versões diárias.
www.amaivos.com.br - Um dos maiores portais com temas relacionados à cultura, religião e sociedade da
internet na América Latina, em conteúdos, audiência e serviços on-line.
www.cebi.org.br - Centro de estudos bíblicos, ecumênico voltado para a área de formação abrangendo diversos
seguimentos tais como: estudo bíblico, gênero, espiritualidade, cidadania, ecologia, intercâmbio e educação popular.
www.cnbb.org.br - Página oficial da CNBB disponibiliza notícias da Igreja no Brasil, além de documentos da
Igreja e da própria Conferência.
www.ihu.unisinos.br - Mantido pelo Instituto Humanitas Unisinos o site aborda cinco grandes eixos
orientadores de sua reflexão e ação, os quais constituem-se em referenciais inter e retrorrelacionados, capazes de
facilitar a elaboração de atividades transdisciplinares: Ética, Trabalho, Sociedade Sustentável, Mulheres: sujeito
sociocultural, e Teologia Pública.
www.jblibanio.com.br - Página oficial do Padre João Batista Libânio com todo material produzido por ele.
www.mundomissao.com.br - Mantida pelo PIME aborda, sobretudo, questões relacionadas às missões em
todo o mundo.
www.religiondigital.com - Site espanhol abordando questões da Igreja em todo o mundo, além de tratar de
questões sobre educação, religiosidade e formação humana.
www.cartamaior.com.br - Site com conteúdo amplo sobre arte e cultura, economia, política, internacional,
movimentos sociais, educação e direitos humanos dentre outros.
www.nossasaopaulo.org.br - Página oficial da Rede Nossa São Paulo. Aborda questões de grande importância
nas esferas político-administrativas dos municípios com destaque à cidade de São Paulo.
www.pastoralfp.com - Página oficial da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo. Pagina atualíssima,
mantém informações diárias sobre as movimentações políticas-sociais em São Paulo e no Brasil.
Colabore com este Informativo enviando suas sugestões ou críticas para: pe.paulob@terra.com.br - peticao@terra.com.br - rmorelli@terra.com.br
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