Neemias 8,2- 4a. 5-6. 9-10 - Salmo Responsorial: Salmo 18 ... · 1ª Leitura: Neemias 8,2- 4a. 5-6....
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Ano I - Nº 22 26 de Janeiro a 01de Fevereiro de 2013
1ª Leitura: Neemias 8,2- 4a. 5-6. 9-10 - Salmo Responsorial: Salmo 18(19)
2ª Leitura: 1 Coríntios 12, 12 -30 - Evangelho: Lucas 1, 1-4; 4, 14-21
L I T U R G I A I
T
U
R
G
I
A
reúnem-se na sinagoga numa manhã de sábado para escutar a Palavra de Deus. Depois de alguns anos vividos procurando Deus no deserto, Jesus volta à povoação em que tinha crescido.
A cena é de grande importância para conhecer Jesus e entender bem a Sua missão. Segundo o relato de Lucas, nesta aldeia quase desconhecida por todos, vai a fazer Jesus a Sua apresentação como Profeta de Deus e vai expor o Seu programa aplicando-se a si mesmo um texto do profeta Isaías.
Depois de ler o texto, Jesus comenta-o com uma só frase: “Hoje se cumpre esta Escritura que acabais de ouvir”. Segundo Lucas, as pessoas “tinham os olhos fixos Nele”. A atenção de todos, passa do texto lido à pessoa de Jesus. Que é que nós podemos descobrir hoje se fixarmos os nossos olhos Nele?
Movido pelo Espírito de Deus. Toda a vida de Jesus está impulsionada, conduzida e orientada pelo alento, a força e o amor de Deus. Acreditar na divindade de Jesus não é confessar teoricamente uma fórmula dogmática elaborada pelos concílios. É ir descobrindo a forma concreta nas Suas palavras e nos Seus gestos, a Sua ternura e o Seu fogo, o Mistério último da vida que nós crentes chamamos “Deus”.
Profeta de Deus. Jesus não foi ungido com azeite de oliveira
como se ungia os reis para transmitir-lhes o poder de governar ou aos sumos-sacerdotes para investi-los de poder sacro. Foi “ungido” pelo Espírito de Deus. Não vem governar nem reger. É profeta de Deus dedicado a libertar a vida. Só o poderemos seguir se aprendemos a viver com o Seu espírito profético.
Boa Nova para os pobres. A Sua atuação é Boa Nova para a classe social mais marginalizada e desvalida: os mais necessitados de ouvir algo bom; os humilhados e esquecidos por todos. Começamos a parecer-nos a Jesus quando a nossa vida, a nossa atuação e amor solidário pode ser captado pelos pobres como algo bom.
José Antonio Pagola Trad. Antonio M. A. Perez
Numa aldeia perdida da Galileia, chamada Nazaré, os habitantes da terra reúnem-se na sinagoga numa
Dedicado a libertar. Vive entregue a libertar o ser humano de todo o tipo de escravidões. As pessoas sentem-No como libertador de sofrimentos, opressões e abusos; os cegos veem-no como luz que liberta do que não tem sentido e do desespero; os pecadores recebem-no como graça e perdão. Seguimos Jesus quando nos vai libertando de tudo o que nos escraviza, empequenece ou desumaniza. Então acreditamos Nele como Salvador que nos encaminha para a Vida definitiva.
Em: http://eclesalia.wordpress.com/2013/01/24
Imensamente gratos ao Senhor por nos permitir dar
continuidade a este trabalho, que pouco a pouco vai
ganhando dimensões além das nossas expectativas
iniciais, apresentamos a todos(as) nosso Informativo nº
22.
Refletindo sobre o Evangelho do próximo Domingo,
Antonio Pagola nos faz pensar sobre a unção de Jesus,
que como Profeta de Deus, veio anunciar a boa nova aos
pobres. Movido pelo Espírito de Deus, toda a vida de
Jesus está impulsionada, conduzida e orientada pelo
alento, a força e o amor de Deus, o Salvador que nos
conduz à vida definitiva.
Ildo Bohn Gass leva-nos a refletir a respeito da
apresentação da missão de Jesus dinamizada pela força
do Espírito e nos apresenta o desafio da comunidade
lucana, para que também nós abramos nosso coração ao
Espírito Santo e nos coloquemos a seu serviço, a serviço
da libertação de todas as formas de opressão,
promovendo a vida.
Crer em quê? Como? Por quê? Questionar não é negar.
Pode até ser a forma de fé mais autêntica de que uma
pessoa seja capaz. O artigo que trazemos na página 3, é
do diácono francês Robert Hotte, publicado no
sítio Réseau des Forums André-Naud no dia 03/12/12 e
no IHU-Unisinos em 24 de janeiro de 2013. A tradução é
de Moisés Sbardelotto.
Nosso Forum - IPDM continua com o tema “O
Ministério Episcopal de Dom Angélico Sândalo
Bernardino”. Caso você ainda não tenha tido a
oportunidade de ler os depoimentos que recebemos,
aproveite pra fazê-lo e envie-nos o seu. Na próxima
semana o tema será outro.
Nas páginas 5 e 6, apresentamos os eventos que
nosso IPDM realizará ao longo do ano. Destacamos para
os meses de fevereiro e março respectivamente, o
lançamento do livro “DOM ANGÉLICO SÂNDALO
BERNARDINO – Bispo Profeta dos Pobres e da Justiça”
e o encontro com o Teólogo, Filósofo e Escritor
Leonardo Boff. Veja também os encontros que teremos
nos meses de maio e novembro, ambos
importantíssimos para nosso crescimento. Trazemos
ainda, os eventos apoiados pelo IPDM e nossa agenda de
reuniões para 2013.
Na página 7, destacamos endereços de sites que
trazem excelente material sobre temas diversos, que em
muito nos ajudam em nossa caminhada.
Desejando a todos uma ótima leitura, agradecemos
mais uma vez por todo o apoio e incentivo que temos
recebido.
Com fraternal abraço,
Equipe de Produção
Ildo Bohn Gass
toda a pessoa ou comunidade que vier a ler e a viver este evangelho, tornando-se sempre mais amigo e amiga de Deus.
Portanto, hoje, “Teófilo” somos nós.
Movido pelo Espírito de Deus...
Na sequência, o evangelho deste domingo apresenta um resumo da prática de Jesus de Nazaré (Lucas 4,14-15). Ele vivia
em meio a seu povo, participando de sua vida de fé. Ensinava nas sinagogas da Galileia, na periferia da Palestina. Toda sua
missão é movida pelo dinamismo do Espírito (Lucas 3,22; 4,1.14.18). Para as comunidades de Lucas, a ação de Jesus é
inseparável do Espírito profético, o Espírito de Deus. Convém que tenhamos presente que a força do Espírito do Senhor
também conduziu João Batista e Maria, Isabel e Zacarias, Simeão e Ana (Lucas 1,15.35.41.67; 2,25-27.36).
Apresentando a missão de Jesus dinamizada pela força do Espírito, a comunidade lucana nos desafia a que também nós
abramos nosso coração ao Espírito Santo e nos coloquemos a seu serviço, a serviço da libertação de todas as formas de
opressão, promovendo a vida.
... para libertar os pobres...
A narrativa a respeito da leitura de trechos do profeta Isaías feita por Jesus na sinagoga de Nazaré (Lucas 4,16-21) insere-
se numa narrativa mais ampla, pois, na sequência, Lucas descreve a reação diante do anúncio desse evangelho (boa-nova)
aos pobres. Uns aprovam. Outros têm dúvidas (Lucas 4,22-23). E há quem rejeita o projeto de salvação para os mais
desamparados (Lucas 4,23-30). O que não é possível é ficar indiferente. A boa-nova para uns é uma má notícia para quem
deseja continuar vivendo à custa dos pobres. Essa é a razão por que se enfureceram, o expulsaram e queriam precipitá-lo do
cimo da colina (Lucas 4,28-29). Como ontem, ainda hoje se repete a mesma situação. Qualquer liderança que assume a
promoção dos mais pobres, de modo que possam ter pelo menos três refeições por dia e viver com dignidade, continua
sendo caluniada e perseguida. E isso não somente pela mídia comprometida com o poder econômico, mas também por
políticos e até por setores de igrejas e tribunais. Não é por acaso que Jesus vê motivo de alegria para as pessoas perseguidas
por lutarem pela justiça (Mt 5,10-12).
Em Lucas 4,16-21, temos a apresentação do programa de Jesus num dia de sábado na sinagoga de Nazaré, sua terra natal.
É o projeto do reinado Deus. Na sinagoga, era costume rezar alguns Salmos, ler e comentar um trecho de algum livro da lei
(Pentateuco) e outro de algum livro profético. Jesus escolhe três fragmentos do livro de Isaías para anunciar o coração do
projeto de Deus.
“O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu para anunciar a boa-nova aos pobres: enviou-me para
proclamar a libertação aos presos (Isaías 61,1) e, aos cegos, a recuperação da vista (Isaías 35,5); para dar liberdade aos
oprimidos (Isaías 58,6) e proclamar um ano de graça do Senhor” (Isaías 61,2).
Essa missão libertadora vem do Deus da vida, pois é conferida a Jesus pelo próprio Espírito do Senhor, por quem já fora
ungido como o messias por ocasião do seu batismo (Lucas 3,22).
A missão do messias é de esperança de vida digna, certamente para todas as pessoas, mas especialmente para quem está
excluído da cidadania. Em quatro afirmações, Jesus faz memória da profecia de Isaías para descrever em que consiste a sua
missão de “anunciar uma boa-nova aos pobres”.
Primeiro, “anunciar uma boa-nova aos pobres” é “proclamar a libertação aos presos”. Por um lado, é a libertação de
quem sobrevive em condições subumanas nos presídios, onde a grande maioria está em consequência dessa sociedade
desigual, injusta e de exclusão. E, no tempo de Jesus, a maioria das pessoas que se encontrava na prisão eram presos
políticos que resistiam contra a opressão e a violência do império romano. Por outro lado, a proposta de Jesus é libertar-nos
de todas as formas de prisão, de tudo aquilo que nos impede de sermos nós mesmos, de sermos livres, sem deixar-nos guiar
pelo egoísmo, por vícios, pelo individualismo, pela ganância, pelo consumismo, pela ambição, etc. Senhor, liberta-nos de
tudo o que nos aprisiona e impede de sermos radicalmente livres.
Em segundo lugar, “anunciar uma boa-nova aos pobres” é levar “aos cegos a recuperação da vista”. É, sim, curar a
cegueira física, mas é muito mais. É também curar a nossa ‘cegueira’ quando não enxergamos a realidade por estarmos com
a visão embaciada ou com ‘viseiras’ que impedem vermos a realidade em toda a sua amplitude. É curar a nossa ‘cegueira’
quando não vemos com nossos próprios olhos, não pensamos com nossa própria mente, não escutamos com nossos
próprios ouvidos e, por isso mesmo, não dizemos nossa própria palavra, mas reproduzimos as ideias do pensamento
dominante na sociedade. Senhor, recupera as nossas vistas. Dá-nos forças para alcançarmos clareza em nossas mentes e
corações, a fim de ampliar o nosso discernimento conduzido por teu Espírito.
Em terceiro lugar, “anunciar uma boa-nova aos pobres” também é “dar liberdade aos oprimidos”, seja diante da
opressão social, mental, econômica, psicológica, política, afetiva ou religiosa. Senhor, que teu amor mova nossos desejos,
possibilitando-nos a graça de sermos pessoas próximas, solidárias com quem vive na opressão.
Por fim, “anunciar uma boa-nova aos pobres” é “proclamar um ano de graça do Senhor”. Anunciar o ano de graça do
Senhor é proclamar o ano jubilar que fazia parte da tradição do Antigo Israel. Nos livros do Deuteronômio e do Levítico
fala-se desse jubileu. Primeiro, era uma reforma feita a cada sete anos (Deuteronômio 15,1-18). Mais tarde, passou para cada
50 anos (Levítico 25,8-55). Era o ano do perdão das dívidas que, muitas vezes, levavam à perda da terra, das casas e da
própria liberdade. Por isso, ao anunciar o ano jubilar, além do perdão das dívidas, o Espírito do Senhor move Jesus para
anunciar vida plena, o que também inclui terra para quem está sem terra, moradia para quem está sem teto e liberdade para
quem sofre trabalho escravo.
... ontem e hoje
No passado, o Espírito animava a profecia na proclamação da boa-nova da libertação para os pobres (Isaías 61,1). Fiel à
missão que o Espírito lhe confiara no batismo (Lucas 3,22), Jesus atualiza essa profecia, igualmente movido pela força do
Espírito (Lucas 4,18). É por isso que diz: “Hoje, se cumpriu aos vossos ouvidos essa passagem da Escritura” (Lucas 4,21).
No nosso batismo, também somos ungidos pelo mesmo Espírito Santo e assumimos o mesmo programa de Jesus. Por
isso, podemos dizer com ele que, em nós, “hoje, se cumpriu aos vossos ouvidos essa passagem da Escritura”. Que a graça
de Deus nos ajude a colocar-nos no mesmo caminho da profecia, no caminho do Espírito do Senhor.
O evangelho para a liturgia deste domingo inicia com o prólogo da obra de Lucas (1,1-4). Sua
intenção fundamental é apresentar a prática de Jesus como fato histórico testemunhado por seus
seguidores e suas seguidoras. O destinatário é “Teófilo”, o que significa “amigo de Deus”. Teófilo é
www.cebi.org.br/22/01/13
L I T U R G I A
Ele sofreu para que pudéssemos perceber que o espírito
em nós nunca pode ser morto, seja qual for o preço que
tenhamos que pagar por nos mantermos fiéis ao desejo
de Deus. Ele morreu, mas não morreu porque ele vive
em nós ainda.
"No terceiro dia" no túmulo ele ressuscitou naqueles que
ele deixou para trás e em cada um de nós também
para viver nos corações que não sucumbirão aos
inimigos da vida.
Ele mudou toda a vida para todos nós desde então. Ele
ascendeu para a vida de Deus e espera lá pela nossa
própria ascensão para a vida além da vida.
Ele espera lá, julgando o que foi antes e o que ainda
está por vir contra os valores infinitos e, em nome da
virtude eterna, pelo tempo em que toda a vida será
reunida em Deus, cheia de vida e de luz, embebida de
verdade.
Creio no Espírito Santo, o sopro de Deus sobre a terra,
que mantém a visão de Cristo presente às almas ainda
na escuridão, dá vida mesmo aos corações agora
cegos. Infunde energia em espíritos ainda cansados,
isolados, em busca e confusos.
O espírito falou ao coração humano por meio dos
profetas e me dá sentido à Palavra ao longo do tempo.
Creio na Igreja una, santa e universal. Unida pela
santidade da criação e pela santidade dos corações
sempre verdadeiros.
Reconheço a necessidade de ser liberto das compulsões
da minha vida desordenada e a minha necessidade de
perdão diante da fragilidade. Busco a vida eterna de
forma que eu não posso nem sonhar e confio que a
criação continua criando neste mundo e em nós para
sempre. Amém.
Amém à criação, ao Deus que é vida, à coragem, à
esperança, ao espírito da verdade, à natureza, à
felicidade, à plenitude, ao lugar das mulheres no plano
de Deus, ao Cristo que nos chama para além os limites
de nós mesmos, ao perdão, a tudo o que faz da vida o
primeiro passo na expansão do coração para as
dimensões de Deus. Amém. Amém. Amém. Em tudo
isso, nós certamente podemos crer. Como Deus fez.
Joan Chittister é beneditina e em um livro intitulado "Em que creio", retoma, um por um, os artigos
do Credo para especificar a sua fé. Ela fala disso a partir da sua experiência de 40 anos de vida monástica, marcada
pela doença e pelo sofrimento, pela descoberta e pelo engajamento. Sua exposição por recordações pessoais,
meditação, questionamentos críticas e lições de sabedoria, por um surpreendente testemunho de uma fé para hoje.
Em outras palavras, a experiência de uma vida humana.
Durante um batismo, quem preside a celebração faz claramente a pergunta: "Credes em Deus?". Essa pergunta se
dirige a cada um pessoalmente e exige mais do que uma adesão automática. Por ocasião de um acontecimento desse
tipo, Joan Chittister perguntou a si mesma: "Você acredita? E em que acredita?". Naquele ponto, repetindo as
palavras do Credo, tomou consciência de que acreditava diferentemente.
A fé que a habita agora é muito menos segura do que há alguns anos, mas é mais vigorosa, porque "é uma fé
muito mais real do que quando eu acreditava no incrível". "Eu acreditava – diz – em toda espécie de enunciados
apresentados como 'fatos'. Eu acreditava até que Deus era masculino. Eu acreditava em muitas coisas em que eu não
acredito mais. Então, eu tenho fé ou não?".
Joan Chittister vê uma diferença entre aderir a aspectos históricos e científicos da fé e ver na fé o mistério da
criação, a luta permanente da redenção e a santidade no cotidiano.
As questões levantadas por Joan Chittister se relacionam com uma época marcada por divergências éticas
fundamentais e por uma incredulidade social generalizada. A sua questão fundamental refere-se a pessoas que
aderem à fé: "Em que se presume que acreditam as garçonetes e os taxistas, os jovens professores e os velhos avós,
as secretárias, os contadores, os pais de crianças pequenas, em um mundo em que os profissionais da fé não
conseguem pôr-se de acordo?".
O que é crer para o mundo comum? Chegou o momento, diz-nos a autora, de desenterrar a fé sepultada sob os
nossos rituais e de reanimar o sentido do mistério escondido sob respostas que não convencem mais. Chegou o
momento de reavaliar o nosso lugar no mundo. Chegou o momento de crer em algo mais do que em nós mesmos.
Mas crer em quê? E como? E por quê? Questionar não é negar. Pode até ser a forma de fé mais autêntica de que
uma pessoa seja capaz. O que acontece, de fato, segundo Joan Chittister, é que homens e mulheres com novas
questões sobre velhos problemas e com velhas questões sobre novos problemas convidam as Igrejas, mais do que
antes, a se preocuparem com a espiritualidade, em vez da catequese. Houve um tempo em que o chauvinismo fazia
do pertencimento religioso um esporte de equipe. O nosso grupo tinha a verdade; os outros estavam no erro. Nós
tínhamos as respostas; eles estavam errados.
A fé, adverte Joan Chittister, não é uma prestidigitação sobrenatural destinada a nos preservar das exigências da
vida. A fé é o que nos permite avaliar as escolhas que se oferecem a nós em função do que é verdadeiramente real e
importante na vida e, em última instância, manter a orientação de fundo.
Dizer "eu creio" quer dizer que eu me confio ao que eu conheço sem conhecer, ao que eu sinto sem ver, ao que eu
quero mesmo sem ter, com tudo o que eu tenho. Dizer "eu creio" é dizer "sim" ao mistério da vida.
Joan Chittister apresenta o seu caminho de fé como um convite para continuar a nossa reflexão pessoal. Ela
resume a sua fé no texto a seguir.
Creio em um só Deus que fez a todos nós e cuja
divindade infunde toda a vida com o sagrado.
Creio nas múltiplas revelações desse Deus vivo em
cada coração humano, expressado em cada cultura, e
encontrado em todas as sabedorias do mundo.
Creio que Jesus Cristo, o filho único de Deus, é o rosto
de Deus na terra em quem vemos melhor a justiça
divina, a misericórdia divina e a compaixão divina a
que somos chamados.
Creio no Cristo que é Um em ser com o Criador e que
nos mostra a presença de Deus em tudo o que existe e
desperta o sagrado em nós.
Creio em Jesus, o Cristo, que nos leva à plenitude da
estatura humana, ao que fomos chamados a nos
tornar antes de todos os tempos e por todas as outras
coisas que foram feitas.
Por meio de Cristo tornamo-nos novas pessoas,
chamadas a ir além das consequências da nossa
fragilidade e elevados à plenitude da vida.
Pelo poder do Espírito Santo Ele nasceu da mulher
Maria, pura de alma e sincera – um sinal para as eras
do lugar exaltado da feminilidade no plano divino da
salvação humana.
Ele cresceu como nós através de todas as fases da
vida. Ele viveu como nós presos das pressões do mal e
intencionado ao bem.
Ele não rompeu nenhuma ligação com o mundo ao
que estava ligado. Ele não pecou. Ele nunca se
afastou da mente de Deus.
Ele nos mostrou o Caminho, viveu-o por nós, sofreu
por causa dele, e morreu por causa dele para que
vivêssemos com um coração novo, uma mente nova, e
uma nova força apesar de toda a morte a que estamos
diariamente sujeitos.
Para o nosso bem e pelo bem da Verdade eterna ele
foi perseguido, atacado e executado por aqueles que
eram os seus próprios deuses e que não valorizavam o
sagrado em nenhum outro.
Todos os domingos, nós recitamos o Creio sem refletir nas frases e nas palavras que
pronunciamos. Nada nos surpreende dessa nomenclatura da nossa fé nascida do desejo
das primeiras gerações cristãs de se dizerem o essencial da fé que as fazia viver. Mas,
hoje, são muitos aqueles que custam a abraçar essa profissão de fé elaborada em um
contexto cultural totalmente diferente. "Quanto mais eu envelheço", escreve Joan
Chittister, "mais eu me impressiono ao ver que ensinamos às crianças o que os
adultos não compreendem".
Helder Romero Almeida, em 06/01/2013
Seis lições que aprendi com Dom Angélico Sândalo Bernardino, ao longo de 15 anos na Zona Leste de São Paulo.
1. Aprendi do testemunho do Bispo da Justiça, dos Trabalhadores, dos Pobres e do Reino de Jesus que o mais importante é o testemunho. Dom Angélico foi para mim, para minha família e minha igreja na Zona Leste um entusiasmo (em TEOS: estar com Deus) permanente. Dom Angélico seguia muito de São Francisco de Assis: “Quando vocês forem evangelizar, usem as palavras, apenas se necessário”. Dom Angélico sempre foi na Zona Leste um Evangelho vivo. Obrigado, Dom Angélico, pelo seu testemunho bíblico transformador entre nós.
2. Aprendi de Dom Angélico o sentido profundo do “Ser Bispo na Igreja”. Hoje a palavra Bispo está banalizada e desgastada pelos aparatos do poder maquinado para uma igreja do mercado. Falar do Bispo Dom Angélico é falar de um Bispo Profeta, um Bispo da Justiça e dos Pobres, um Bispo que assumiu e assume até hoje o anúncio vivo do Evangelho. O que dizer das nomeações e auto-nomeações dos Bispos da igreja-mercado de hoje? O sentido Bíblico de Bispo é viver o que anuncia e anunciar aquilo que vive. Obrigado, Dom Angélico, pelo seu testemunho como Bispo Apóstolo de Jesus, que sempre se colocou a serviço do Reino da Justiça, em primeiro lugar. (Mt 6,33; Mc 10,45).
3. Aprendi de Dom Angélico que somos todos irmãos, pois Deus é nosso Pai. Deus não é meu pai, mas nosso pai. Somos todos irmãos. O pão é nosso e não mercadoria de exploração e lucros. Aprendi com Dom Angélico que Deus – Trindade – Comunidade – quer a vida em plenitude para todos e todas (João 10ª,10). Dom Angélico anunciou o Deus Amor do Evangelho (João 13,35, Cartas de João). O que dizer – hoje – das hierarquias que aprisionam “deus” em esquemas eclesiais desumanos e com falsos moralismos. Obrigado, Dom Angélico, por anunciar Deus humano que diviniza a todos(as) e o Deus divino que humaniza a todos(as).
4. Aprendi de Dom Angélico que na Igreja todos e todas têm a mesma dignidade. Somos todos filhos de Deus. Deus é papai. Deus é amor. Na Igreja de Jesus que Dom Angélico anunciou todos e todas eram bem acolhidos. Uma igreja sem discriminações contra as mulheres. Uma Igreja sem exclusões. Uma Igreja em que todos se sentiam em casa. O que dizer, hoje, de hierarcas que se julgam acima do evangelho e usam das piores posições farisaicas contra as Mulheres, contra os que se colocam a disposição para servir na Igreja como sujeitos e protagonistas de uma nova história? Hoje, os grupos que mais abandonam a nossa igreja são os das mulheres e dos jovens. Quanto mais igreja da discriminação, menos mulheres e jovens na Igreja dos purpurados impiedosos. Obrigado, Dom Angélico, por anunciar evangelicamente que todas as mulheres são sujeitos morais, eclesiais e teológicos e, enquanto tais, com o protagonismo que tiveram no movimento de Jesus e no cristianismo primitivo.
5. Aprendi de Dom Angélico o diálogo inter-religioso. Aprendi que nenhuma religião pode reivindicar o monopólio da verdade, nem da ética, nem da libertação. Por sua vez, toda religião tem uma verdade originária que, além de verdade teórica e reto conhecimento, se torna verdade na práxis, o reto comportamento e a atitude ética. As religiões podem proporcionar um horizonte global de sentido, inclusive diante da dor, da culpa, e do sem sentido, dar um sentido último à vida frente à morte, garantir valores supremos e motivações profundas e impulsionar manifestações contra as situações injustas. Nesse horizonte se situa a necessidade do diálogo inter-religioso. Obrigado, Dom Angélico, que pelo seu testemunho do Evangelho construiu um caminhada eclesial de um profundo diálogo inter-religioso.
6. Aprendi de Dom Angélico que a Igreja existe para servir, para Evangelizar, para defender a vida dos pobres e excluídos. Que a Igreja existe para formar uma grande Comunidade/Família nesta maior cidade do Brasil, hoje com cerca de 11 milhões de habitantes. Aprendi com Dom Angélico que cada cristão é apóstolo de Jesus para construir uma Igreja Viva com a efetiva participação de todos e todas. Foi por isso que Dom Angélico nunca vendeu sua alma pelo poder da Igreja. O que dizer, hoje, da Igreja que endeusa podres poderes. Poderes mesquinhos e que exclui a viva participação do Povo de Deus na construção de uma nova história. Obrigado, Dom Angélico, por animar uma Igreja sempre de acordo com o Evangelho.
Dom Angélico, será uma imensa alegria participar da Celebração dos seus 80 anos e do lançamento do livro que deixará registrado para as gerações futuras a história de uma Igreja feita com e para o Povo de Deus. Obrigado por tudo.
Xavier Uytdenbroek, em 04/01/2013
‒ O que foi mais marcante no Ministério Episcopal de Dom Angélico? Sua fé incondicional no laicato.
‒ O que nós aprendemos com D. Angélico para a Igreja hoje? A disponibilidade irrestrita a todo ser humano ou a abertura à fraternidade universal.
‒ Para você e sua família, o que significou o Ministério Episcopal de Dom Angélico? Acolhimento, respeito e confiança inteira nos caminhos às vezes tortuosos traçados por nós e por Deus.
Nosso “Forum IPDM”, continua e como todos sabem, para este mês, o tema proposto foi:
“O Ministério Episcopal de Dom Angélico Sândalo Bernardino”.
Como sugestão para sua manifestação, indicamos três questões como ponto de partida:
O que foi mais marcante no Ministério Episcopal de Dom Angélico?
O que nós aprendemos com D. Angélico para a Igreja hoje?
Para você e sua família, o que significou o Ministério Episcopal de Dom Angélico?
Participe você também. Ao termino do mês, enviaremos para Dom Angélico, que no próximo dia
19 completará 80 anos de vida, todos os escritos recebidos.
Maria Inês, em 04/01/2013
Olá a todos do IPDM! Primeiro quero dizer que esta ideia do fórum foi genial, dando voz e vez a todos que queiram se expressar. Segundo concordo plenamente com o resgate desse memorial de Cristo por meio de pessoas tão importantes para sua Igreja, santos e santas verdadeiramente a serviço do Evangelho. Sobre o fórum, para mim, o que foi mais marcante no ministério episcopal de Dom Angélico, entre outros aspectos, foi a oportunidade dada às mulheres de participarem ativamente da vida da Igreja, não sendo meras coadjuvantes e sempre respeitando o evangelho.
Emanuel Giuseppe Gallo Ingrao – em 10/01/2013
‒ O que foi mais marcante no Ministério Episcopal de Dom Angélico?
As pastorais sociais foram os elementos mais marcantes do ministério de D. Angélico. Desde os 14 anos de idade, participo
ativamente das atividades da Igreja e sempre tive contato com os movimentos sociais daquela época que, entre outras coisas,
lutavam contra o autoritarismo e as arbitrariedades do Regime Militar. Acho que sem o trabalho dele, a Zona Leste não teria
se desenvolvido como pode ser percebido nos dias de hoje.
‒ O que nós aprendemos com D. Angélico para a Igreja hoje?
O exemplo de D. Angélico nos faz refletir sobre a importância da defesa dos direitos humanos, da fé acolhedora e, ao mesmo
tempo, denunciadora das injustiças da sociedade. Fico triste em ver, em nossos dias, que a fé é marcada pela alienação, pelo
fascismo religioso, pela demagogia e pela luta pelo poder, esquecendo-se das lições do Mestre Jesus.
‒ Para você e sua família, o que significou o Ministério Episcopal de Dom Angélico?
Ele foi para mim um grande mentor! Segui seus exemplos e toda a minha experiência nos movimentos sociais, na área da
Educação e na minha vida religiosa. Eu devo muita coisa a ele e , atualmente, vejo que as novas gerações ignoram o seu
passado e sua experiência de vida, fato que me entristece bastante. Infelizmente, muitos religiosos em sua formação não
seguem o legado de D. Angélico e costumam se sujeitar aos ditames de uma sociedade injusta.
Encontro com o
Teólogo, Filósofo e Escritor
Convite Especial IPDM para o Povo de Deus
Lançamento do livro
Dia 08 de Fevereiro de 2013 – Sexta-Feira às 19h30
Local: Igreja São Francisco de Assis
Rua Miguel Rachid, 997 – Ermelino Matarazzo – 2546-4254
IGREJA – POVO DE DEUS – EM MOVIMENTO
Inscrições via Internet podem ser feitas através dos e-mails
[email protected] - [email protected]
enviando os seguintes dados:
Nome – Data de Nascimento - Endereço Completo – Telefone – Celular – E-mail
Comunidade/Paróquia a que pertence
Construir as forças vivas de uma nova sociedade no direito,
na justiça e na solidariedade.
“Igreja Viva sempre em Missão: 50 anos do Vaticano II”
- Organizações sociais, sindicatos e movimentos.
- O mundo da política e da economia.
Dia: 02 de Março de 2013 (Sábado) às 8h30
Av. Maria Luiza Americano, 1550 – Cidade Líder – São Paulo
Para inscrições de grupos e/ou caravanas, ligue para:
Eduardo (11) 95147-6991
Waldir (11) 99851-0802
Deise Cassi (11) 98868-2884
INSCRIÇÕES GRATUITAS – INSCREVA-SE JÁ
PROCURE CHEGAR NO HORÁRIO – TODOS SE BENEFICIAM
IGREJA – POVO DE DEUS – EM MOVIMENTO
Grande Encontro com a Teóloga, Socióloga e Escritora
Tema do encontro
Local: Igreja Santuário Nossa Senhora da Paz
Av. Maria Luiza Americano, 1550 - Cidade Líder – São Paulo – SP
11ª Semana de Teologia do Setor Pastoral Ermelino Matarazzo
Diariamente de 04 a 08 de Fevereiro de 2013 às 19h30
Local: Salão da Igreja São Francisco de Assis
Rua Miguel Rachid, 997 – Ermelino Matarazzo – 2546-4254
Maiores informações com Messias Guirado – [email protected]
Coordenador do Setor Pastoral Ermelino Matarazzo: Padre José Maria – [email protected]
Um tema de grande relevância para a Igreja em nossos dias.
Será uma oportunidade única para tratarmos com clareza das questões que envolvem
direta ou indiretamente os Grupos de Rua.
Maiores detalhes serão fornecidos em breve. Marque em sua agenda.
COORDENAÇÃO
Os membros da Coordenação do IPDM realizarão suas reuniões bimestrais sempre nas 3as
Terças-Feiras dos meses impares.
19 de Março / 21 de Maio / 16 de Julho / 17 de Setembro / 19 de Novembro
As reuniões serão realizadas sempre às 20h00 na Paróquia São Francisco de Assis da Vila Guilhermina
Praça Porto Ferreira, 48 - Próximo ao Metro Guilhermina - Esperança
PADRES – RELIGIOSOS - RELIGIOSAS
As reuniões entre os padres, religiosos e religiosas serão realizadas sempre as 3as
Terças-Feiras dos meses pares.
22 de Fevereiro / 26 de Abril / 28 de Junho / 30 de Agosto / 25 de Outubro / 27 de Novembro
As reuniões serão realizadas sempre às 9h30 no CIFA – Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Itaquera
Rua Flores do Piauí, 182
Centro de Itaquera
ATENÇÃO PARA REUNIÃO UNIFICADA
No dia 22 de fevereiro de 2012 às 20h00, haverá reunião entre coordenação, padres, religiosos e religiosas
do IPDM para tratar de assuntos pertinentes aos dois colegiados
Local:
Paróquia São Francisco de Assis
Praça Porto Ferreira, 48 – Vila Guilhermina - Próximo ao Metro Guilhermina – Esperança
R E U N I Õ E S
Dom Angélico Sândalo Bernardino
Os endereços eletrônicos abaixo indicados contêm riquíssimo material para estudos e pesquisas. Por
certo, poderão contribuir muito para o aprendizado de todos nos mais diversos seguimentos.
www.adital.org.br - Esta página oferece artigos/opiniões sobre movimentos sociais, política, igrejas
e religiões, mulheres, direitos humanos dentre outros. O site oferece ainda uma edição diária especial
voltada aos jovens.Ao se cadastrar você passa a receber as duas versões diárias.
www.amaivos.com.br - Um dos maiores portais com temas relacionados à cultura, religião e
sociedade da internet na América Latina, em conteúdos, audiência e serviços on-line.
www.cebi.org.br - Centro de estudos bíblicos, ecumênico voltado para a área de formação
abrangendo diversos seguimentos tais como: estudo bíblico, gênero, espiritualidade, cidadania,
ecologia, intercâmbio e educação popular.
www.cnbb.org.br - Página oficial da CNBB disponibiliza notícias da Igreja no Brasil, além de
documentos da Igreja e da própria Conferência.
www.ihu.unisinos.br - Mantido pelo Instituto Humanitas Unisinos o site aborda cinco grandes eixos
orientadores de sua reflexão e ação, os quais constituem-se em referenciais inter e retrorrelacionados,
capazes de facilitar a elaboração de atividades transdisciplinares: Ética, Trabalho, Sociedade
Sustentável, Mulheres: sujeito sociocultural, e Teologia Pública.
www.jblibanio.com.br - Página oficial do Padre João Batista Libânio com todo material produzido
por ele.
www.mundomissao.com.br - Mantida pelo PIME aborda, sobretudo, questões relacionadas às
missões em todo o mundo.
www.religiondigital.com - Site espanhol abordando questões da Igreja em todo o mundo, além de
tratar de questões sobre educação, religiosidade e formação humana.
www.cartamaior.com.br - Site com conteúdo amplo sobre arte e cultura, economia, política,
internacional, movimentos sociais, educação e direitos humanos dentre outros.
www.nossasaopaulo.org.br - Página oficial da Rede Nossa São Paulo. Aborda questões de grande
importância nas esferas político-administrativas dos municípios com destaque à cidade de São Paulo.
www.pastoralfp.com - Página oficial da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo. Pagina
atualíssima, mantém informações diárias sobre as movimentações políticas-sociais em São Paulo e no
Brasil.
www.vidapastoralfp.com - Disponibilizado ao público pela Paulus editora o site da revista Vida
Pastoral torna acessível um vasto acervo de artigos da revista classificados por áreas temáticas.
Excelente fonte de pesquisa.
www.paulus.com.br – A Paulus disponibiliza a Bíblia Sagrada edição Pastoral online/pdf.