1. Introdução à Psicologia e Cognição Da Música

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Primeira versão dos slides da disciplina eletiva.

Transcript of 1. Introdução à Psicologia e Cognição Da Música

INTRODUÇÃOTópicos de Psicologia e Cognição da Música

Como as vibrações do ar são percebidas como som e música pelo cérebro?

Como conseguimos localizar a fonte dos sons de olhos fechados?

Se o alto-falante de um celular ou radinho produz apenas sons acima de, por exemplo, 300Hz, o que acontece quando ouvimos músicas com notas mais graves?

O gesto que os intérpretes fazem influenciam nas características do som?

O cérebro processa a música da mesma forma que a linguagem?

Se a frequência das notas Dó2 e Dó3 são diferentes, porque percebemos como sendo a mesma nota?

O que faz uma melodia ser uma melodia?

Como percebemos tonalidade?

Como percebemos métrica? É algo natural ou é aprendido?

Existe uma “gramática” da música?

Qual a experiência musical de um feto?

Como funciona a percepção musical de bebês?

Como se desenvolve a relação da criança com a música durante a infância?

Como funciona o estudo e a prática de um instrumento?

Como funciona a memória durante uma apresentação musical?

Como fazemos para que uma música soe expressiva?

Como o público influencia os intérpretes?

Como os intérpretes influenciam o público?

Como é a interação social em grupos de músicos?

A música ambiente em uma loja ou restaurante influencia o comportamento do consumidor?

Existem diferenças entre os músicos homens e mulheres?

Se eu ouvir Mozart enquanto estudo, eu aprendo melhor?

Existe significado na música? Qual é a mensagem?

A música contém, causa ou transmite emoções?

“Todas as criaturas jovens são naturalmente cheias de fogo, e não podem manter seu membros ou vozes quietas. Estão perpetuamente se lançando a gritos e saltos desordenados, mas onde nenhum outro animal desenvolve um senso de ordem de qualquer tipo, o homem é uma exceção. Ordem no movimento é chamado de ritmo e ordem em articulação (a mistura de agudos e graves) de altura, e o nome da combinação dos dois é a arte coral.”

Platão (423 – 347 a.C)“Quando as mães têm crianças sofrendo de insônia e as querem ninar, o tratamento que aplicam é lhes dar não o repouso, mas movimento, pois os balançam constantemente em seus braços; ao invés de silêncio usam uma cântico suave; assim literalmente lançam um feitiço sobre as crianças (assim como em vítimas de um frenesi de Baco) empregando o movimento combinado de dança e canção como um remédio” (Leis, livro VII)

Platão (423 – 347 a.C)“Então, quando se aplica um balançar externo a males deste tipo, o movimento externo sobrepuja o movimento interno de medo e frenesi, e assim o vence, trazendo uma calma manifesta à alma e uma cessão de palpitações torturadas do coração que existia em cada caso. Assim, produz resultados muito satisfatórios. Às crianças, as fazem dormir; às Bacantes, despertas, as coloca em um estado mental saudável, ao invés do frenesi, por meio da dança e da execução instrumental”(Leis, livro VII)

Aristóteles (384 – 322 a.C)“Os modos musicais diferem essencialmente um dos outros, e aqueles que os escutam são afetados diferentemente por eles. Alguns fazem os homens tristes e sérios, como o Mixolídio, outros debilitam a mente, como os modos relaxados, e ainda outros produzem um temperamento moderado, que parece ser o efeito peculiar do Dório. O Frígio inspira entusiasmo.”(Política livro VIII)

Boécio (480 – 526)“O poder perceptivo de todos os sentidos é tão espontâneo e natural que conceber um animal sem sentidos é impossível. [...] O mesmo pode ser dito do julgamento do ouvido, o qual percebe os sons de modo que pode não apenas julgá-los e distingui-los, mas sente prazer quando as melodias são doces e bem ordenadas e dor quando são incoerentes e desordenadas.”

Egídio de Zamora (1240 - 1320)“Música nunca esteve ausente de ritos sacrificiais, de casamentos, de banquetes ou da guerra. A música agita os sentimentos, estimula os sentidos, anima os guerreiros; conforta os tristes e amedronta os culpados quando ouvem o trompete do inimigo. Acalma as almas agitadas, diminui a ansiedade e ameniza a violência. Afasta os maus espíritos do corpo, banindo-os através de um certo poder divino e milagroso.” (Ars Musica)

Francis Bacon (1561 - 1626)“Não seria o preceito de um músico, cair de um acorde discordante ou estridente em um acorde concordante ou doce, igualmente verdadeiro em afeição? Não é o motivo da música, evitar ou desviar do fechamento ou cadência, comum com a ferramenta retórica de decepcionar a expectativa? Não seria o deleite de vibrar sobre uma nota longa na música o mesmo que brincar com a luz sobre a água?” (O Avanço da Aprendizagem)

John Locke (1632 - 1704)“Os sons também, além dos sons distintos de pássaros e animais, são modificados pela diversidade de notas de diferentes durações colocadas juntas o que faz aquela ideia complexa chamada de melodia, que um músico pode ter em sua mente quando ouve ou não produz nenhum som, ao refletir sobre as ideias destes sons, colocados juntos silenciosamente a seu gosto.” (“Ensaios sobre a compreensão humana”, Livro II, Capítulo 18, Seção 3)

John Locke (1632 - 1704)“O costume cria os hábitos de pensamento [...] os quais, pelo uso constante, são lapidados em um caminho suave, e o movimento neles se torna fácil, como se fosse natural [...] Um músico acostumado com qualquer melodia perceberá que, deixando somente começar em sua cabeça, as ideias das várias notas da melodia irão se seguir umas às outras ordenadamente em sua compreensão, sem qualquer cuidado ou atenção, tão regularmente quanto seus dedos se movem ordenadamente sobre as teclas de um órgão para tocar a melodia que iniciou, embora seu pensamentos não atentos estejam divagando em algum outro lugar.” (Livro II, Capítulo 33, Seção 6)

Jean Philipp Rameau (1683 – 1764) “A quinta e a terça, como

progressões do baixo fundamental têm a qualidade de serem boas, naturais e adequadas porque Sauveur e outros teóricos da acústica demonstraram que estes intervalos se apresentam em todos os sons musicais, como um macrocosmos dentro de um microcosmos.”

Hugo Riemann(1849 – 1919) “As relações harmônicas

baseadas em progressões de uma terça maior e uma quinta justa entre as fundamentais cordais possuem as qualidades de serem diretamente inteligíveis e fundamentais porque Helmholtz e outros fisiologistas demonstraram que a análise da frequência pelo ouvido interno privilegia estes intervalos”

Abramo Basevi (1818 – 1885)

“Vários filósofos e músicos já perceberam que somente a sensação é insuficiente para explicar os fenômenos musicais.”

Cognição

Cognição

Sensação

Percepção

Memória

Atenção

Atenção

Efeito Stroop

Efeito Stroop

Sensação x Percepção

Sensação x Percepção

Sensação x Percepção

Sensação x Percepção

Sensação x Percepção

Sensação x Percepção

Sensação x Percepção

Efeito McGurk

Cronograma (1ª parte)1. Introdução à psicologia e cognição da

música2. O som e a neurofisiologia da audição3. A percepção da altura musical e da melodia4. A percepção do tempo musical5. Análise e cognição da estrutura musical6 O surgimento da percepção do som e da

música7. Avaliação no. 1

Cronograma (2ª parte)8. O início do desenvolvimento musical e a

educação musical infantil9. A prática e a expertise musical10. A psicologia da performance musical11. A questão do significado em música12. A psicologia social da música13. O poder emocional da música14. Avaliação no. 2