Post on 03-Apr-2018
7/28/2019 - Suely Rolnik,
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Uma inslita viagem subjetividade
fronteiras com a tica e a cultura
Suely Rolnik
Tem incio aqui uma inusitada viagem ao mundo da subjetividade. Uma
especial curiosidade em conhecer suas regies fronteirias com a tica e a cultura
estar nos direcionando ao longo das sete etapas desta aventura.
Primeira etapa. Ainda estamos um tanto distrados. Por ora, o que
vislumbramos da subjetividade o perfil de um modo de ser - de pensar, de agir, de
sonhar, de amar, etc. - que recorta o espao, formando um interior e um exterior.
Nosso olhar desatento v na pele que traa este perfil uma superfcie compacta e
uma certa quietude. Isso nos faz pensar que este perfil imutvel, assim como o
interior e o exterior que ele separa. No vale a pena nos demorarmos nesta viso
mais banal. Passemos imediatamente para uma segunda etapa de nossa viagem.
Aqui convocaremos, de nosso olho, uma certa potencialidade que qualificareide vibrtil, que faz com que o olho seja tocado pela fora do que v. Sem muita
dificuldade, logo notamos que a densidade desta pele ilusria e efmero o perfil
que ela envolve e delineia. A pele um tecido vivo e mvel, feito das foras/fluxos
que compem os meios variveis que habitam a subjetividade: meio profissional,
familiar, sexual, econmico, poltico, cultural, informtico, turstico, etc. Como estes
meios, alm de variarem ao longo do tempo, fazem entre si diferentes combinaes,
outras foras entram constantemente em jgo, que vo misturar-se s j existentes,
numa dinmica incessante de atrao e repulsa. Formam-se na pele constelaes asmais diversas que vo se acumulando at que um diagrama inusitado de relaes de
fora se configure. Nesse momento, nosso olho vibrtil capta na pele uma certa
inquietao, como se algo estivesse fora do lugar ou de foco. A esta altura de nossa
viagem, no conseguimos saber muito mais do que isso. Passemos ento para uma
terceira etapa.
Aqui, recorreremos a um artifcio um tanto inslito: vamos estender a pele,
desfazendo o perfil que ela desenha, de modo a transform-la numa superfcie plana.
O que nosso olho vibrtil presencia ento a pele comeando a reagir ao incmodo
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causado pelo novo diagrama: ela se dobra, fazendo uma espcie de curvatura.
Surpresos, vemos emergir no interior desta dobra, o cenrio de todo um modo de
existncia. como se o diagrama que d pele sua atual tessitura, tivesse secorporificado num microuniverso. Reencontramos aqui um perfil de subjetividade,
porm ele no o mesmo que vamos no como. Fascinados, resolvemos no
seguir adiante e nos demorarmos mais tempo nessa etapa de nossa viagem.
O que logo observamos que outros fluxos vo entrando na composio da
pele, formando outras constelaes e que, aos poucos, outros diagramas de relaes
de fora emergem e assim sucessivamente. A cada vez que um diagrama se forma, a
pele se curva novamente. Nesta dinmica, onde havia uma dobra, ela se desfaz; a
pele volta a estender-se, ao mesmo tempo que se curva em outro lugar e de outrojeito; um perfil se dilui, enquanto outro se esboa. O que fica claro que cada modo
de existncia uma dobra da pele que delineia o perfil de uma determinada figura da
subjetividade. Agora, sim, podemos passar para uma quarta etapa.
Aqui, examinaremos atentamente de que feito o dentro e o fora de cada
figura da subjetividade que se esboa. Diferentemente do que vamos no incio antes
de ativarmos o vibrtil de nosso olho, o que observamos agora que dentro e fora
no so meros espaos, separados por uma pele compacta que delineia um perfil de
uma vez por todas. Percebemos que eles so indissociveis e, paradoxalmente,
inconciliveis: o dentro detm o fora e o fora desmancha o dentro. Vejamos como: odentro uma desintensificao do movimento das foras do fora, cristalizadas
temporariamente num determinado diagrama que ganha corpo numa figura com seu
microcosmo; o fora uma permanente agitao de foras que acaba desfazendo a
dobra e seu dentro, diluindo a figura atual da subjetividade at que outra se perfile.
Um tanto perplexos, nos damos conta que o dentro, aqui, nada mais do que
o interior de uma dobra da pele. E reciprocamente, a pele, por sua vez, nada mais
do que o fora do dentro. A cada vez que um novo diagrama se compe na pele, a
figura que at ento ela circunscrevia como que puxada para fora de si mesma, aponto de acabar se formando uma outra figura. s neste sentido que podemos falar
num dentro e num fora da subjetividade: o movimento de foras o fora de todo e
qualquer dentro, pois ele faz com que cada figura saia de si mesma e se torne outra.
O fora um sempre outro do dentro, seu devir.
Definitivamente, fora e dentro na atual etapa de nossa viagem no tem mais
nada a ver com meros espaos. Pelo contrrio: o fora uma nascente de linhas de
tempo que se fazem ao sabor do acaso. Cada linha de tempo que se lana uma
dobra que se concretiza e se espacializa num territrio de existncia, seu dentro. No
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entanto, nenhuma concretizao, nenhuma espacializao tem o poder de estancar a
nascente; outras linhas de tempo vo se engendrando na pele deste dentro que
acabaro por desfaz-lo. Cada figura e seu dentro dura tanto quanto a linha de tempoque a desenhou: diversos so os microuniversos possveis, tantos quantas so as
linhas de tempo.
Ao que parece, conseguimos avanar um pouco na apreenso da
indissociabilidade inconcilivel entre o fora e o dentro: o fora/nascente, este plano
das foras, ilimitado; enquanto que os dentros que se concretizam ou espacializam
em territrios de existncia so sempre finitos. Do jeito que estamos vendo as
coisas, at parece que esse processo flui como gua corrente - uma viso sem dvida
um tanto simplista. Temos que tentar ir mais longe e examinar quando, quanto e deque modo este processo flui de fato. hora de passarmos para nossa quinta etapa.
Aqui, abandonaremos nosso artifcio; soltaremos a pele. que para explorar
o que nos interessa nesse momento no conveniente mant-la distendida; pelo
contrrio, precisamos acompanhar a pele traando ao vivo o contorno de diferentes
figuras da subjetividade. Em compensao, teremos que refinar mais ainda a
vibratibilidade de nosso olho, para captarmos com a maior acuidade possvel os
cenrios que com certeza veremos emergir.
O que percebemos de imediato que as coisas se complicam um pouco. Em
certas subjetividades o processo de formao e dissoluo de figuras parece fluirmais do que em outras - a subjetividade do artista um exemplo disto. Notamos que
efetivamente os grandes criadores culturais, seja qual for o mbito de sua produo,
tendem a ser especialmente capazes de suportar a vertigem da desestabilizao
provocada por uma relao de foras inusitada - aquela inquietao que h pouco
vamos agitar a pele, como se algo estivesse fora do lugar. Especialmente capazes
tambm de fazer uma dobra impulsionada por este novo diagrama, como se sua pele
reagisse mais rapidamente do que as demais ao desassossgo que ele provoca. na
obra que o artista materializa o diagrama que sente vibrar em sua pele, sem por issocorporific-lo necessariamente em alguma nova figura de sua subjetividade, a qual
diga-se de passagem pode ser das mais travadas.
Ao que parece primeiro em microuniversos culturais e artsticos que
relaes de fora inditas ganham corpo e, junto com um corpo, sentido e valor.
Estes microuniversos constituem cartografias - musicais, visuais, cinematogrficas,
teatrais, arquitetnicas, literrias, filosficas, etc. - do ambiente sensvel instaurado
pelo novo diagrama. Tais cartografias ficam disposio do coletivo afetado por
este ambiente, como guias que ajudam a circular por suas desconhecidas paisagens.
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Pausa: ao que tudo indica, acabamos de topar com uma confluncia das
paisagens da subjetividade e da cultura. Existem certamente outras, mas o que jpodemos vislumbrar que quando uma dobra se faz e, junto com ela, a criao de
um mundo, no apenas um perfil subjetivo que se delineia, mas tambm e
indissociavelmente, um perfil cultural. No h subjetividade sem uma cartografia
cultural que lhe sirva de guia; e, reciprocamente, no h cultura sem um certo modo
de subjetivao que funcione segundo seu perfil. A rigor, impossvel dissociar
estas paisagens. Fim da pausa. Passemos para uma sexta etapa de nossa viagem.
Aqui, retomaremos o que estvamos explorando: quando, quanto e comofluem os processos de formao e desmanchamento de figuras. evidente que no
existem apenas subjetividades artistas; o que observamos que este processo no
flui sempre assim to facilmente. Pelo contrrio, o mais comum ele interromper-se
em vrios pontos e de vrias maneiras. Chamarei de toxicomania de identidade a
modalidade de interrupo que mais se apresenta a nosso olhar: ela prolifera cada
vez mais intensamente e em qualquer ponto do planeta - independentemente de pas,
classe social, sexo, faixa etria, cor de pele, raa, etnia, religio, ideologia, etc. Alis
o pertencimento a cada uma destas categorias uma oportunidade para ceder ao
vcio de reivindicar uma identidade - vcio considerado politicamente correto,beneficiando de amplo respaldo social.
O viciado em identidade tem horror ao turbilho das linhas de tempo em sua
pele. A vertigem dos efeitos do fora o ameaam a tal ponto que para sobreviver a
seu medo ele tenta anestesiar-se: deixa vibrar em sua pele, de todas as intensidades
do fora, apenas aquelas que no ponham em risco sua suposta identidade. Atravs
deste recalcamento da vibratibilidade da pele, ou seja, dos efeitos do fora no corpo,
ele tem a iluso de desacelerar o processo. Mas como impossvel impedir a
formao de diagramas de fora, o estado de estranhamento que tais diagramasprovocam acaba se reinstaurando em sua subjetividade apesar da anestesia. Este
homem se v ento obrigado a consumir algum tipo de droga se quiser manter a
miragem de uma suposta identidade. Algumas so suas opes.
Nos momentos em que ainda lhe resta alguma esperana de permanecer na
mesma dobra, ele procura restabelecer sua ilusria identidade que os novos
diagramas vieram abalar. Neste caso, apela para frmulas mgicas de toda espcie:
de anjos cocana, passando pelos anti-depressivos e outras mais.
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J nos momentos em que perde toda e qualquer esperana de permanecer na
mesma dobra, para manter assim mesmo sua iluso, ele toma algumas doses de
identidade prt--porter. Trata-se de uma droga disponvel em profuso nomercado da mdia, sob todas as formas e para todos os gostos: so as miragens de
personagens globalizados, vencedores e invencveis, envoltos por uma aura de
incansvel glamour, que habitam as etreas ondas sonoras e visuais da mdia;
personagens que parecem pairar acima das turbulncias do vivo e da finitude de suas
figuras. Mimetizando um destes personagens imaginrios, ele passa a falar uma
lngua-jargo lotada de clichs, sem ancoragem em sensibilidade alguma, o que soa
especialmente fake quando se trata de um repertrio com uma certa sofisticao
intelectual. Obviamente ele nunca chega l, j que l uma miragem. E quanto maisse frustra, mais corre atrs; e quanto mais desorientado, estressado, ansioso,
perseguido, culpado, deprimido, em pnico, mais ele se droga. Um crculo vicioso
infernal.
Ufa, aqui a paisagem escureceu sensivelmente; o ar ficou to carregado que
mal se consegue respirar. como se a vida estivesse definhando. Coloca-se ento
uma questo tica: a potncia criadora da vida encontra-se em perigo.
Novamente, uma pausa. Agora parece que topamos com a segunda
confluncia que buscvamos, uma regio onde as paisagens da subjetividade e datica se encontram. Mas que territrio identifiquei como sendo o da tica? O
territrio formado pela relao que cada indivduo estabelece com a irremedivel
inconciliabilidade entre o ilimitado movimento de foras formando diagramas e a
finitude dos mundos ditados por cada um deles. Por no ser possvel super-la, tal
inconciliabilidade define nossa condio como trgica - existe um mal-estar que
nada pode fazer ceder, j que ele a sensao provocada pela desestabilizao
daquilo que somos, sensao de nossa finitude. A experincia da desestabilizao,
reiteradamente repetida ao longo de toda nossa existncia, efeito de um processoque nunca pra e que faz da subjetividade um sempre outro, um si e no si ao
mesmo tempo. Mas o que isto tem a ver com tica? que o quanto a vida pode
fluir e afirmar-se em sua potncia criadora, depende antes de mais nada da relao
que se estabelece com o trgico, como se reage ao mal-estar a cada momento de
nossa existncia. Fecha a pausa. Passemos para a stima e ltima etapa de nossa
viagem.
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H muitas maneiras de se lidar com o trgico no vasto terreno da produo
cultural. Numa das pontas percebemos uma negao significativa do trgico.
quando se acredita que dentro um espao dado cujo equilbrio poder serencontrado, bastando para isso alguns truques; e no dia em que se conseguir esta
proeza se ter a felicidade de ficar bovinamente instalado neste dentro para sempre.
Esta viso das coisas lembra aquela primeira etapa de nossa viagem, quando a
vibratilidade do olho ainda no tinha se ativado e s dispunhamos de uma viso
desatenta, pautada no senso-comum. Agora, inclusive, d para entender porque
rapidamente abandonamos aquela primeira etapa. que da perspectiva de uma
subjetividade viciada em identidade, a qual tende a fechar-se em sua dobra, que se
reduz fora e dentro a uma viso espacial - como o caso neste plo de negao dotrgico. Esta concepo toxicmana no permite pensar a produo do novo. Me
explico: se a subjetividade simplesmente um espao interno, formando com sua
exterioridade um par de opostos numa relao de causalidade - na melhor das
hipteses, dialtica -, tudo est dado desde sempre e para sempre, e no h como
pensar a mudana. Mais impossvel ainda pens-la, se considerarmos que s temos
acesso exterioridade, atravs da projeo de um mundo interno, espcie de filme
rodado com as fantasias de nossa primeira infncia, que nunca pararamos de
projetar - como reza uma das verses psicanalticas marcada por esta perspectiva
espacial. Tal concepo baseia-se nitidamente numa domesticao dos efeitos dasforas do fora na pele: anula-se o estado de estranhamento provocado pela condio
de desconhecido de seus diagramas; neutralizam-se assim seus efeitos disruptivos.
Definitivamente, esta posio muito comprometedora do ponto de vista tico.
J na outra ponta do terreno da produo cultural, esto as tentativas de aliar-
se com as foras da processualidade: identificar os pontos de desestabilizao das
formas institudas, anunciadores de sua finitude e do engendramento de outras
formas. Esta aliana depende - mais do que de qualquer outro tipo de aprendizado -
de estar escuta do mal-estar mobilizado pela desestabilizao em ns mesmos, dacapacidade de suport-lo e improvisar formas que dem sentido e valor quilo que
esta incmoda sensao nos sopra. Aqui no se trata mais de alucinar um dentro
para sempre feliz, mas sim de criar as condies para realizar a conquista de uma
certa serenidade no sempre devir outro. Nesta empreitada, imprescindvel estarmos
antenados com a produo cultural, para nos prover de recursos cartogrficos que
nos ajudem a inventar formas mais de acordo com o que os novos diagramas nos
exigem. Seno nossas cartografias correm o risco de passar ao largo das mudanas j
ocorridas na paisagem subjetiva contempornea. O efeito provvel de uma tal
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atitude seria o de interromper o fluxo, impedindo que novas correlaes de foras
encontrem vias de concretizao.
Um ltimo comentrio. Aqui chegamos onde queramos quando nos
lanamos nesta empreitada: numa regio onde se cruzam as paisagens da
subjetividade, da tica e da cultura. verdade que no s nesta regio que estas
paisagens se encontram; o que importa no entanto aqui a descoberta de que mais
do que confluncias propriamente ditas, o que liga estas trs paisagens uma
transversalidade que promove diferentes composies de suas foras. Esta
transversalidade o oxignio do vivo em sua verso humana. Sua quantidade
bastante varivel ao longo de uma existncia: de um grau quase zero, prprio dovetor homem mdio, a um grau quase mximo, prprio do vetor subjetividade
artista. Quanto mais investimos esta transversalidade, havendo-nos eticamente com
o trgico e envolvendo-nos sensivelmente com a produo cultural, maior o rigor e o
vigor de nossa prpria produo. Encerra-se aqui nossa viagem.
Suely Rolnik psicanalista e Professora Titular da Pontifcia Universidade Catlica de SoPaulo (coordenadora do Ncleo de Estudos e Pesquisas da Subjetividade do Ps Graduao dePsicologia Clnica). Autora de Cartografia Sentimental. Transformaes contemporneas do desejo(1989), deInconsciente Antropofgico. Ensaios sobre as subjetividades contemporneas (EstaoLiberdade, 1997, prelo) e, em co-autoria com Flix Guattari, deMicropoltica. Cartografias dodesejo (1986, 4a ed. 1996, esgotada); organizadora da coletnea de Guattari,Pulsaes polticas dodesejo. Revoluo Molecular(1981, 3a ed. 1987, esgotada); organizadora, com Peter P.Pelbart, dono especial Gilles Deleuze dos Cadernos de Subjetividade (1996). Diretora da coleo Linhas defuga (Escuta). Tradutora, entre outros, deMille Plateaux (Vol. III e IV), de Deleuze e Guattari(ed.34, 1997).
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Abstract
Realiza-se aqui uma minuciosa viagem ao mundo da subjetividade, na
tentativa de explorar os mnimos meandros de sua complexa geografia, inclusive e
sobretudo para alm de sua dimenso visvel e representvel. O que se pretende
circunscrever uma noo de subjetividade, apta a permitir a problematizao dos
modos contemporneos de subjetivao. Uma especial curiosidade em conhecer as
regies fronteirias com a tica e a cultura direciona o rumo desta aventura.
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Bibliografia
Gilles Deleuze,Foucault. Minuit, Paris, 1986.____________ Louis Wolfson, ou le procd, in Critique et Clinique. Minuit,
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Paris, 1978.
_______________ L'oubli, la draison e L'absence du livre, in L'entretien
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_______________La chute: la fuite e La terreur de l'identification, inL'amiti.
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Thtrique).
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___________A multiplicao da subjetividade, Mais!,Folha de So Paulo. So
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___________Guerra dos gneros & Guerra aos gneros,Estudos Feministas Vol.
5, no 1/96. IFCS/UFRJ, PPCIS/UERJ, Rio de Janeiro.
___________Lygia Clark e o hbrido arte/clnica,Percurso - Revista dePsicanlise, Ano VIII, no 16:43-48, 1o semestre de 1996. Departamento de
Psicanlise, Instituto Sedes Sapientiae, So Paulo.
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Realiza-se aqui uma minuciosa viagem ao mundo da subjetividade, na
tentativa de explorar os mnimos meandros de sua complexa geografia, inclusive e
sobretudo para alm de sua dimenso visvel e representvel. O que se pretende
circunscrever uma noo de subjetividade, apta a permitir a problematizao dos
modos contemporneos de subjetivao. Uma especial curiosidade em conhecer as
regies fronteirias com a tica e a cultura direciona o rumo desta aventura.