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    Uma inslita viagem subjetividade

    fronteiras com a tica e a cultura

    Suely Rolnik

    Tem incio aqui uma inusitada viagem ao mundo da subjetividade. Uma

    especial curiosidade em conhecer suas regies fronteirias com a tica e a cultura

    estar nos direcionando ao longo das sete etapas desta aventura.

    Primeira etapa. Ainda estamos um tanto distrados. Por ora, o que

    vislumbramos da subjetividade o perfil de um modo de ser - de pensar, de agir, de

    sonhar, de amar, etc. - que recorta o espao, formando um interior e um exterior.

    Nosso olhar desatento v na pele que traa este perfil uma superfcie compacta e

    uma certa quietude. Isso nos faz pensar que este perfil imutvel, assim como o

    interior e o exterior que ele separa. No vale a pena nos demorarmos nesta viso

    mais banal. Passemos imediatamente para uma segunda etapa de nossa viagem.

    Aqui convocaremos, de nosso olho, uma certa potencialidade que qualificareide vibrtil, que faz com que o olho seja tocado pela fora do que v. Sem muita

    dificuldade, logo notamos que a densidade desta pele ilusria e efmero o perfil

    que ela envolve e delineia. A pele um tecido vivo e mvel, feito das foras/fluxos

    que compem os meios variveis que habitam a subjetividade: meio profissional,

    familiar, sexual, econmico, poltico, cultural, informtico, turstico, etc. Como estes

    meios, alm de variarem ao longo do tempo, fazem entre si diferentes combinaes,

    outras foras entram constantemente em jgo, que vo misturar-se s j existentes,

    numa dinmica incessante de atrao e repulsa. Formam-se na pele constelaes asmais diversas que vo se acumulando at que um diagrama inusitado de relaes de

    fora se configure. Nesse momento, nosso olho vibrtil capta na pele uma certa

    inquietao, como se algo estivesse fora do lugar ou de foco. A esta altura de nossa

    viagem, no conseguimos saber muito mais do que isso. Passemos ento para uma

    terceira etapa.

    Aqui, recorreremos a um artifcio um tanto inslito: vamos estender a pele,

    desfazendo o perfil que ela desenha, de modo a transform-la numa superfcie plana.

    O que nosso olho vibrtil presencia ento a pele comeando a reagir ao incmodo

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    causado pelo novo diagrama: ela se dobra, fazendo uma espcie de curvatura.

    Surpresos, vemos emergir no interior desta dobra, o cenrio de todo um modo de

    existncia. como se o diagrama que d pele sua atual tessitura, tivesse secorporificado num microuniverso. Reencontramos aqui um perfil de subjetividade,

    porm ele no o mesmo que vamos no como. Fascinados, resolvemos no

    seguir adiante e nos demorarmos mais tempo nessa etapa de nossa viagem.

    O que logo observamos que outros fluxos vo entrando na composio da

    pele, formando outras constelaes e que, aos poucos, outros diagramas de relaes

    de fora emergem e assim sucessivamente. A cada vez que um diagrama se forma, a

    pele se curva novamente. Nesta dinmica, onde havia uma dobra, ela se desfaz; a

    pele volta a estender-se, ao mesmo tempo que se curva em outro lugar e de outrojeito; um perfil se dilui, enquanto outro se esboa. O que fica claro que cada modo

    de existncia uma dobra da pele que delineia o perfil de uma determinada figura da

    subjetividade. Agora, sim, podemos passar para uma quarta etapa.

    Aqui, examinaremos atentamente de que feito o dentro e o fora de cada

    figura da subjetividade que se esboa. Diferentemente do que vamos no incio antes

    de ativarmos o vibrtil de nosso olho, o que observamos agora que dentro e fora

    no so meros espaos, separados por uma pele compacta que delineia um perfil de

    uma vez por todas. Percebemos que eles so indissociveis e, paradoxalmente,

    inconciliveis: o dentro detm o fora e o fora desmancha o dentro. Vejamos como: odentro uma desintensificao do movimento das foras do fora, cristalizadas

    temporariamente num determinado diagrama que ganha corpo numa figura com seu

    microcosmo; o fora uma permanente agitao de foras que acaba desfazendo a

    dobra e seu dentro, diluindo a figura atual da subjetividade at que outra se perfile.

    Um tanto perplexos, nos damos conta que o dentro, aqui, nada mais do que

    o interior de uma dobra da pele. E reciprocamente, a pele, por sua vez, nada mais

    do que o fora do dentro. A cada vez que um novo diagrama se compe na pele, a

    figura que at ento ela circunscrevia como que puxada para fora de si mesma, aponto de acabar se formando uma outra figura. s neste sentido que podemos falar

    num dentro e num fora da subjetividade: o movimento de foras o fora de todo e

    qualquer dentro, pois ele faz com que cada figura saia de si mesma e se torne outra.

    O fora um sempre outro do dentro, seu devir.

    Definitivamente, fora e dentro na atual etapa de nossa viagem no tem mais

    nada a ver com meros espaos. Pelo contrrio: o fora uma nascente de linhas de

    tempo que se fazem ao sabor do acaso. Cada linha de tempo que se lana uma

    dobra que se concretiza e se espacializa num territrio de existncia, seu dentro. No

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    entanto, nenhuma concretizao, nenhuma espacializao tem o poder de estancar a

    nascente; outras linhas de tempo vo se engendrando na pele deste dentro que

    acabaro por desfaz-lo. Cada figura e seu dentro dura tanto quanto a linha de tempoque a desenhou: diversos so os microuniversos possveis, tantos quantas so as

    linhas de tempo.

    Ao que parece, conseguimos avanar um pouco na apreenso da

    indissociabilidade inconcilivel entre o fora e o dentro: o fora/nascente, este plano

    das foras, ilimitado; enquanto que os dentros que se concretizam ou espacializam

    em territrios de existncia so sempre finitos. Do jeito que estamos vendo as

    coisas, at parece que esse processo flui como gua corrente - uma viso sem dvida

    um tanto simplista. Temos que tentar ir mais longe e examinar quando, quanto e deque modo este processo flui de fato. hora de passarmos para nossa quinta etapa.

    Aqui, abandonaremos nosso artifcio; soltaremos a pele. que para explorar

    o que nos interessa nesse momento no conveniente mant-la distendida; pelo

    contrrio, precisamos acompanhar a pele traando ao vivo o contorno de diferentes

    figuras da subjetividade. Em compensao, teremos que refinar mais ainda a

    vibratibilidade de nosso olho, para captarmos com a maior acuidade possvel os

    cenrios que com certeza veremos emergir.

    O que percebemos de imediato que as coisas se complicam um pouco. Em

    certas subjetividades o processo de formao e dissoluo de figuras parece fluirmais do que em outras - a subjetividade do artista um exemplo disto. Notamos que

    efetivamente os grandes criadores culturais, seja qual for o mbito de sua produo,

    tendem a ser especialmente capazes de suportar a vertigem da desestabilizao

    provocada por uma relao de foras inusitada - aquela inquietao que h pouco

    vamos agitar a pele, como se algo estivesse fora do lugar. Especialmente capazes

    tambm de fazer uma dobra impulsionada por este novo diagrama, como se sua pele

    reagisse mais rapidamente do que as demais ao desassossgo que ele provoca. na

    obra que o artista materializa o diagrama que sente vibrar em sua pele, sem por issocorporific-lo necessariamente em alguma nova figura de sua subjetividade, a qual

    diga-se de passagem pode ser das mais travadas.

    Ao que parece primeiro em microuniversos culturais e artsticos que

    relaes de fora inditas ganham corpo e, junto com um corpo, sentido e valor.

    Estes microuniversos constituem cartografias - musicais, visuais, cinematogrficas,

    teatrais, arquitetnicas, literrias, filosficas, etc. - do ambiente sensvel instaurado

    pelo novo diagrama. Tais cartografias ficam disposio do coletivo afetado por

    este ambiente, como guias que ajudam a circular por suas desconhecidas paisagens.

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    Pausa: ao que tudo indica, acabamos de topar com uma confluncia das

    paisagens da subjetividade e da cultura. Existem certamente outras, mas o que jpodemos vislumbrar que quando uma dobra se faz e, junto com ela, a criao de

    um mundo, no apenas um perfil subjetivo que se delineia, mas tambm e

    indissociavelmente, um perfil cultural. No h subjetividade sem uma cartografia

    cultural que lhe sirva de guia; e, reciprocamente, no h cultura sem um certo modo

    de subjetivao que funcione segundo seu perfil. A rigor, impossvel dissociar

    estas paisagens. Fim da pausa. Passemos para uma sexta etapa de nossa viagem.

    Aqui, retomaremos o que estvamos explorando: quando, quanto e comofluem os processos de formao e desmanchamento de figuras. evidente que no

    existem apenas subjetividades artistas; o que observamos que este processo no

    flui sempre assim to facilmente. Pelo contrrio, o mais comum ele interromper-se

    em vrios pontos e de vrias maneiras. Chamarei de toxicomania de identidade a

    modalidade de interrupo que mais se apresenta a nosso olhar: ela prolifera cada

    vez mais intensamente e em qualquer ponto do planeta - independentemente de pas,

    classe social, sexo, faixa etria, cor de pele, raa, etnia, religio, ideologia, etc. Alis

    o pertencimento a cada uma destas categorias uma oportunidade para ceder ao

    vcio de reivindicar uma identidade - vcio considerado politicamente correto,beneficiando de amplo respaldo social.

    O viciado em identidade tem horror ao turbilho das linhas de tempo em sua

    pele. A vertigem dos efeitos do fora o ameaam a tal ponto que para sobreviver a

    seu medo ele tenta anestesiar-se: deixa vibrar em sua pele, de todas as intensidades

    do fora, apenas aquelas que no ponham em risco sua suposta identidade. Atravs

    deste recalcamento da vibratibilidade da pele, ou seja, dos efeitos do fora no corpo,

    ele tem a iluso de desacelerar o processo. Mas como impossvel impedir a

    formao de diagramas de fora, o estado de estranhamento que tais diagramasprovocam acaba se reinstaurando em sua subjetividade apesar da anestesia. Este

    homem se v ento obrigado a consumir algum tipo de droga se quiser manter a

    miragem de uma suposta identidade. Algumas so suas opes.

    Nos momentos em que ainda lhe resta alguma esperana de permanecer na

    mesma dobra, ele procura restabelecer sua ilusria identidade que os novos

    diagramas vieram abalar. Neste caso, apela para frmulas mgicas de toda espcie:

    de anjos cocana, passando pelos anti-depressivos e outras mais.

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    J nos momentos em que perde toda e qualquer esperana de permanecer na

    mesma dobra, para manter assim mesmo sua iluso, ele toma algumas doses de

    identidade prt--porter. Trata-se de uma droga disponvel em profuso nomercado da mdia, sob todas as formas e para todos os gostos: so as miragens de

    personagens globalizados, vencedores e invencveis, envoltos por uma aura de

    incansvel glamour, que habitam as etreas ondas sonoras e visuais da mdia;

    personagens que parecem pairar acima das turbulncias do vivo e da finitude de suas

    figuras. Mimetizando um destes personagens imaginrios, ele passa a falar uma

    lngua-jargo lotada de clichs, sem ancoragem em sensibilidade alguma, o que soa

    especialmente fake quando se trata de um repertrio com uma certa sofisticao

    intelectual. Obviamente ele nunca chega l, j que l uma miragem. E quanto maisse frustra, mais corre atrs; e quanto mais desorientado, estressado, ansioso,

    perseguido, culpado, deprimido, em pnico, mais ele se droga. Um crculo vicioso

    infernal.

    Ufa, aqui a paisagem escureceu sensivelmente; o ar ficou to carregado que

    mal se consegue respirar. como se a vida estivesse definhando. Coloca-se ento

    uma questo tica: a potncia criadora da vida encontra-se em perigo.

    Novamente, uma pausa. Agora parece que topamos com a segunda

    confluncia que buscvamos, uma regio onde as paisagens da subjetividade e datica se encontram. Mas que territrio identifiquei como sendo o da tica? O

    territrio formado pela relao que cada indivduo estabelece com a irremedivel

    inconciliabilidade entre o ilimitado movimento de foras formando diagramas e a

    finitude dos mundos ditados por cada um deles. Por no ser possvel super-la, tal

    inconciliabilidade define nossa condio como trgica - existe um mal-estar que

    nada pode fazer ceder, j que ele a sensao provocada pela desestabilizao

    daquilo que somos, sensao de nossa finitude. A experincia da desestabilizao,

    reiteradamente repetida ao longo de toda nossa existncia, efeito de um processoque nunca pra e que faz da subjetividade um sempre outro, um si e no si ao

    mesmo tempo. Mas o que isto tem a ver com tica? que o quanto a vida pode

    fluir e afirmar-se em sua potncia criadora, depende antes de mais nada da relao

    que se estabelece com o trgico, como se reage ao mal-estar a cada momento de

    nossa existncia. Fecha a pausa. Passemos para a stima e ltima etapa de nossa

    viagem.

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    H muitas maneiras de se lidar com o trgico no vasto terreno da produo

    cultural. Numa das pontas percebemos uma negao significativa do trgico.

    quando se acredita que dentro um espao dado cujo equilbrio poder serencontrado, bastando para isso alguns truques; e no dia em que se conseguir esta

    proeza se ter a felicidade de ficar bovinamente instalado neste dentro para sempre.

    Esta viso das coisas lembra aquela primeira etapa de nossa viagem, quando a

    vibratilidade do olho ainda no tinha se ativado e s dispunhamos de uma viso

    desatenta, pautada no senso-comum. Agora, inclusive, d para entender porque

    rapidamente abandonamos aquela primeira etapa. que da perspectiva de uma

    subjetividade viciada em identidade, a qual tende a fechar-se em sua dobra, que se

    reduz fora e dentro a uma viso espacial - como o caso neste plo de negao dotrgico. Esta concepo toxicmana no permite pensar a produo do novo. Me

    explico: se a subjetividade simplesmente um espao interno, formando com sua

    exterioridade um par de opostos numa relao de causalidade - na melhor das

    hipteses, dialtica -, tudo est dado desde sempre e para sempre, e no h como

    pensar a mudana. Mais impossvel ainda pens-la, se considerarmos que s temos

    acesso exterioridade, atravs da projeo de um mundo interno, espcie de filme

    rodado com as fantasias de nossa primeira infncia, que nunca pararamos de

    projetar - como reza uma das verses psicanalticas marcada por esta perspectiva

    espacial. Tal concepo baseia-se nitidamente numa domesticao dos efeitos dasforas do fora na pele: anula-se o estado de estranhamento provocado pela condio

    de desconhecido de seus diagramas; neutralizam-se assim seus efeitos disruptivos.

    Definitivamente, esta posio muito comprometedora do ponto de vista tico.

    J na outra ponta do terreno da produo cultural, esto as tentativas de aliar-

    se com as foras da processualidade: identificar os pontos de desestabilizao das

    formas institudas, anunciadores de sua finitude e do engendramento de outras

    formas. Esta aliana depende - mais do que de qualquer outro tipo de aprendizado -

    de estar escuta do mal-estar mobilizado pela desestabilizao em ns mesmos, dacapacidade de suport-lo e improvisar formas que dem sentido e valor quilo que

    esta incmoda sensao nos sopra. Aqui no se trata mais de alucinar um dentro

    para sempre feliz, mas sim de criar as condies para realizar a conquista de uma

    certa serenidade no sempre devir outro. Nesta empreitada, imprescindvel estarmos

    antenados com a produo cultural, para nos prover de recursos cartogrficos que

    nos ajudem a inventar formas mais de acordo com o que os novos diagramas nos

    exigem. Seno nossas cartografias correm o risco de passar ao largo das mudanas j

    ocorridas na paisagem subjetiva contempornea. O efeito provvel de uma tal

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    atitude seria o de interromper o fluxo, impedindo que novas correlaes de foras

    encontrem vias de concretizao.

    Um ltimo comentrio. Aqui chegamos onde queramos quando nos

    lanamos nesta empreitada: numa regio onde se cruzam as paisagens da

    subjetividade, da tica e da cultura. verdade que no s nesta regio que estas

    paisagens se encontram; o que importa no entanto aqui a descoberta de que mais

    do que confluncias propriamente ditas, o que liga estas trs paisagens uma

    transversalidade que promove diferentes composies de suas foras. Esta

    transversalidade o oxignio do vivo em sua verso humana. Sua quantidade

    bastante varivel ao longo de uma existncia: de um grau quase zero, prprio dovetor homem mdio, a um grau quase mximo, prprio do vetor subjetividade

    artista. Quanto mais investimos esta transversalidade, havendo-nos eticamente com

    o trgico e envolvendo-nos sensivelmente com a produo cultural, maior o rigor e o

    vigor de nossa prpria produo. Encerra-se aqui nossa viagem.

    Suely Rolnik psicanalista e Professora Titular da Pontifcia Universidade Catlica de SoPaulo (coordenadora do Ncleo de Estudos e Pesquisas da Subjetividade do Ps Graduao dePsicologia Clnica). Autora de Cartografia Sentimental. Transformaes contemporneas do desejo(1989), deInconsciente Antropofgico. Ensaios sobre as subjetividades contemporneas (EstaoLiberdade, 1997, prelo) e, em co-autoria com Flix Guattari, deMicropoltica. Cartografias dodesejo (1986, 4a ed. 1996, esgotada); organizadora da coletnea de Guattari,Pulsaes polticas dodesejo. Revoluo Molecular(1981, 3a ed. 1987, esgotada); organizadora, com Peter P.Pelbart, dono especial Gilles Deleuze dos Cadernos de Subjetividade (1996). Diretora da coleo Linhas defuga (Escuta). Tradutora, entre outros, deMille Plateaux (Vol. III e IV), de Deleuze e Guattari(ed.34, 1997).

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    Abstract

    Realiza-se aqui uma minuciosa viagem ao mundo da subjetividade, na

    tentativa de explorar os mnimos meandros de sua complexa geografia, inclusive e

    sobretudo para alm de sua dimenso visvel e representvel. O que se pretende

    circunscrever uma noo de subjetividade, apta a permitir a problematizao dos

    modos contemporneos de subjetivao. Uma especial curiosidade em conhecer as

    regies fronteirias com a tica e a cultura direciona o rumo desta aventura.

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    Bibliografia

    Gilles Deleuze,Foucault. Minuit, Paris, 1986.____________ Louis Wolfson, ou le procd, in Critique et Clinique. Minuit,

    Paris, 1993.

    ____________ Michel Foucault e Os intercessores, in Conversaes. Ed. 34,

    Rio de Janeiro, 1992.

    ____________Spinoza. Philosophie pratique. Minuit, Paris, 1981.

    ____________& Claire Parnet,Dialogues. Flammarion, Paris, 1977.

    Foucault,La pense du Dehors. Fata Morgana, Paris, 1986._______ Nietzsche, a genealogia, a histria, inMicrofsica do poder, org. Roberto

    Machado. Graal, Rio de Janeiro, 1979.

    Maurice Blanchot, Le dehors, la nuit, in L'espace Littraire. Gallimard, Ides,

    Paris, 1978.

    _______________ L'oubli, la draison e L'absence du livre, in L'entretien

    Infini. Gallimard, Paris, 1969.

    _______________La chute: la fuite e La terreur de l'identification, inL'amiti.

    Gallimard, Paris, 1971.

    Peter Pl Pelbart,Da clausura do fora ao fora da clausura. Brasiliense, So Paulo,

    1989.

    Nouvelle Rvue de Psychanalyse no 9: 209-218, Le Dehors et le Dedans.

    Gallimard, Paris, primavera 1974 (especialmente Jean-Franois Lyotard, conomie

    Thtrique).

    Raymond Bellour, La chambre. Paris, indito.

    Suely Rolnik, Lygia Clark e a produo de um estado de arte.Imagens, no 4: 106-

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    ___________O mal-estar na diferena, Anurio Brasileiro de Psicanlise no 3:

    97-103. Relume-Dumar, Rio de Janeiro, 1995.

    ___________A multiplicao da subjetividade, Mais!,Folha de So Paulo. So

    Paulo, 19/05/96; p. 3/5.

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    ___________Guerra dos gneros & Guerra aos gneros,Estudos Feministas Vol.

    5, no 1/96. IFCS/UFRJ, PPCIS/UERJ, Rio de Janeiro.

    ___________Lygia Clark e o hbrido arte/clnica,Percurso - Revista dePsicanlise, Ano VIII, no 16:43-48, 1o semestre de 1996. Departamento de

    Psicanlise, Instituto Sedes Sapientiae, So Paulo.

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    Uma inslita viagem subjetividade

    fronteiras com a tica e a cultura

    Realiza-se aqui uma minuciosa viagem ao mundo da subjetividade, na

    tentativa de explorar os mnimos meandros de sua complexa geografia, inclusive e

    sobretudo para alm de sua dimenso visvel e representvel. O que se pretende

    circunscrever uma noo de subjetividade, apta a permitir a problematizao dos

    modos contemporneos de subjetivao. Uma especial curiosidade em conhecer as

    regies fronteirias com a tica e a cultura direciona o rumo desta aventura.