Servios_cartilhas Educativas_projeto Corredores Ecolgicos 4

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cartilhas ecologicas

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  • Projeto Corredores Ecolgicos 3

    Sntese do Processode Definio ePlanejamento dosCorredores Prioritriosno Esprito Santo

    2005 / 2006

  • Projeto Corredores Ecolgicos 4

    Cludia Santos MachadoAdministradoraErica Rodrigues Munaro G. TubayTMA - Encenheira AmbientalEvie F. Costa NegroTMA - ComuniclogaFelipe Martins MelloBilogoGerusa Bueno RochaTMA - BilogaJayme Henrique Pacheco HenriquesTurismlogoPatrcia de Carli SilvaAdministradoraSandra RibeiroTMA - Biloga

    EquipeProjeto Corredores Ecolgicos

    Fernanda Couzemenco ES 928 - JPJornalista ResponsvelMarcius CardosoDiagramaoInstituto MultimeiosProduoEvie Negro, Gerusa Bueno Rocha eFelipe Martins MelloReviso

    Projeto Corredores Ecolgicos Sntese do processo de definio e planejamentodos corredores prioritrios no Esprito Santo. / ProjetoCorredores Ecolgicos. _ Cariacica : 2006. 28p. : il.

    1. Corredor Ecolgico_Relatrio. I. Instituto Esta-dual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos. II. Institu-to Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenovveis. III. Brasil. Ministrio do Meio Ambiente. IV.Ttulo

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    Projeto Corredores EcolgicosMilito de Morais RicardoCoordenador Geral do Projeto CorredoresEcolgicos, MMASueli Passoni ToniniCoordenadora Institucional do ProjetoCorredores Ecolgicos, IEMAMarcelo MoresCoordenador Tcnico do Projeto CorredoresEcolgicos - ES, MMA (2002 - Junho / 2006)Gerusa Bueno RochaCoordenadora Tcnica do Projeto Corredores - ES

    Instituto Brasileiro do Meio Ambientee dos Recursos Naturais Renovveis IBAMAMarcus Luiz Barroso BarrosPresidenteReginaldo Anaissi CostaSuperintendente Ibama / ES

    Ministrio do Meio AmbienteMarina SilvaMinistra de Meio AmbienteCludio Roberto Bertoldo LangoneSecretrio ExecutivoSilvio BotelhoDiretor de Programas da Secretaria Executiva

    Reserva da Biosfera da Mata AtlnticaClayton Ferreira LinoPresidente do Conselho Nacional da Reservada BiosferaMaria da Penha PadovanSecretria Executiva do Comit Estadual daReserva da Biosfera

    Governo Estadual

    Paulo Hartung GomesGovernador do Estado do Esprito SantoMaria da Glria Britto AbaurreSecretria de Estado de Meio Ambiente eRecursos HdricosRicardo FerraoSecretrio de Estado da Agricultura,Abastecimento, Aqicultura e PescaPaulo Srgio AzevedoDiretor Presidente do Instituto de DefesaAgropecuria e Florestal do Esprito Santo IDAFnio BergoliDiretor Presidente do Instituto Capixaba dePesquisa e Extenso Rural - INCAPERAntnio Carlos Barbosa CoutinhoComandante Geral da Polcia MilitarTenente Coronel Edmilson Moulin FerreiraComandante do Batalho da Polcia Ambiental

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    A presente publicao marca a conclusoda primeira fase do Projeto Corredores Ecolgicosno Esprito Santo, apresentando um compilado dametodologia e dos resultados alcanados duranteo processo de definio e planejamento de dezcorredores ecolgicos, entre dezembro de 2003 eabril de 2006, dando continuidade, assim, aoregistro de aes apresentado no primeirorelatrio, Conectando pessoas e florestas,publicado em 2005.

    Os compromissos cumpridos nesse perodoforam a disseminao do conceito de corredoresecolgicos para os mais diversos segmentos dasociedade e a mobilizao de pessoas e institui-es. Alm disso, avanamos na definio deforma participativa das reas prioritrias paraimplantao de corredores e na elaborao deseus respectivos planos de ao.

    Esses bons resultados se devem, com todaa certeza, intensa participao, convergncia deaes e otimizao de esforos entre pessoas,instituies e programas da sociedade civil cujasatuaes tm interface com a conservao dabiodiversidade, que receberam os CorredoresEcolgicos como um novo e importante conceito.

    Andr Alves

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    E exatamente o envolvimento cooperativodos atores, uma das principais atribuies doProjeto, que d sustentao construo de umcorredor ecolgico. Afinal, mais do que ainterligao fsica de florestas, o que se prope o manejo integrado do solo, com prioridade paraatividades econmicas de baixo impacto e para ouso sustentvel dos recursos naturais, garantindoassim a manuteno da biodiversidade e de seusprocessos ecolgicos e evolutivos.

    O slogan criado pelo Projeto no EspritoSanto, Conectando pessoas e florestas, procuraresumir essa nova estratgia de conservao,complexa e ousada, mas tambm extremamentepromissora, que tem norteado o trabalho dosmembros da equipe, sejam eles de instituiesgovernamentais ou da sociedade civil organizada.

    O desafio grande, mas pode ser vencidose continuarmos no caminho da cooperao e daparticipao ativa, unindo foras em favor de umambiente comum mais saudvel e seguro, quefavorea o desenvolvimento da vida em suatotalidade.

    Maria da Glria Brito AbaurreSecretria de Estado de Meio Ambiente

    E de Recursos Hdricos

    Ricardo FerraoSecretria de Estado da Agricultura,Abastecimento, Aquicultura e Pesca

    Andr Alves

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    Introduo10

    Metodologia Encontros Regionais12

    Os dez Corredores Prioritrios14

    Crrego do Veado16

    Pedra do Elefante17

    Sooretama-Comboios-Goytacazes18

    Alto Misterioso19

    Sara Apunhalada 20

    Capara 21

    Guanandy 22

    Burarama-Pacotuba-Cafund 23

    Complexo Centro-Norte-Serrano 24

    Duas Bocas - Mestre lvaro 25

    Concluses 26

    Referncias Bibliogrficas 27

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    A Mata Atlntica um dos maiores refgios debiodiversidade da Terra e tambm um dos biomasmais devastados. , por isso, considerada o quintodos 34 hotspots mundiais, classificao dada aosecossistemas mais ricos e ameaados do planeta.Seus remanescentes ocupam hoje cerca de 8% dacobertura florestal original (que era de 136milhes de hectares em 17 estados brasileiros),protegendo as reservas de gua que abastecemmais de 60% da populao brasileira.

    No Esprito Santo, a Mata Atlntica cobria maisde 90% do territrio. Sucessivos cicloseconmicos extrao de madeira, cafeicultura,pastagens, industrializao foram reduzindo,principalmente durante o sculo XX, a presenada floresta. Os remanescentes atuais,extremamente fragmentados, cobrem pouco maisque 8% do territrio do Estado. As Unidades deConservao (UC) protegem menos de um terodesse total e representam cerca de 3% doterritrio estadual.

    Os Corredores Ecolgicos so considerados umadas estratgias de conservao da biodiversidademais promissoras em todo o mundo.

    Os Corredores Ecolgicos so consideradosatualmente uma das principais estratgias deconservao da biodiversidade em todo o mundo.O objetivo reduzir a fragmentao dosremanescentes florestais, atravs do aumento daconectividade entre eles favorecendo odeslocamento de animais e a disseminao desementes, contribuindo para o fluxo genticoentre diferentes populaes.

    Andr Alves

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    O Corredor Central da Mata Atlntica (CCMA),institudo pelo Governo Federal em 2000, ocupauma rea de 8,6 milhes de hectares nos estadosda Bahia e Esprito Santo. Possui um dosprincipais centros de endemismo do biomaincluindo mais de 50% das aves endmicas edois dos maiores recordes de diversidadebotnica do mundo, sendo um deles na regioserrana do Esprito Santo, onde foramidentificadas 454 espcies de rvores por hectare.

    O Projeto Corredores Ecolgicos no Esprito Santo(UCE/ES) executado pelo Governo do Estado, pormeio do Instituto Estadual de Meio Ambiente eRecursos Hdricos (Iema), em parceria com oInstituto de Defesa Agropecuria e Florestal (Idaf),o Instituto Capixaba de Pesquisa e Extenso Rural(Incaper), Companhia de Polcia Ambiental eInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Renovveis (Ibama). O ComitEstadual da Reserva da Biosfera a instncia dedeliberaes das aes planejadas pela UCE.Funciona como comit gestor do ProjetoCorredores Ecolgicos.

    So trs as linhas de trabalho que norteiam aatuao do PCE/ES: criao e fortalecimento deunidades de conservao; monitoramento efiscalizao; e implantao de corredoresecolgicos demonstrativos.

    O Esprito Santo o nico Estado brasileiro quetem todo o seu territrio dentro de um corredorecolgico. Face a esse imenso desafio, aimplantao de corredores demonstrativos tem oobjetivo de testar metodologias que possaminspirar iniciativas nas outras regies do Estado eem todo o Corredor Central da Mata Atlntica.

    Arquivo IEMA

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    Metodologia para definio e

    planejamento dos Corredores

    Ecolgicos Prioritrios

    A realizao de encontros regionais foi umaestratgia fundamental para a mobilizao deatores locais em favor da implantao doscorredores ecolgicos prioritrios. O processo seiniciou em novembro de 2003, com a realizaoda primeira srie de dez encontros, envolvendotodos os 78 municpios do Estado, e culminou, aofinal de quatro sries de encontros regionais, como comprometimento efetivo de diversas institui-es na definio e planejamento dos corredoresecolgicos.

    Formao dos grupos de articulaoDurante a segunda srie de encontros regionais,realizados entre maro e junho de 2005, asinstituies presentes indicaram representantespara integrarem os grupos de articulao em suasrespectivas regies. No total, foram formados dezgrupos, que envolvem cerca de 150 instituies.

    Arquivo IEMA

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    Definio das reas prioritriasA terceira srie de encontros regionais aconteceuainda em 2005 e objetivou a definio de reasprioritrias para formao de corredores ecolgi-cos demonstrativos.

    Para a definio das reas foram sugeridos osseguintes critrios:a) tamanho dos fragmentos;

    b) proximidade entre os fragmentos;

    c) existncia de unidades de conservao e

    proximidade entre elas;

    d) situao dos recursos hdricos;

    e) existncia de instituies de ensino e da

    sociedade civil organizada;

    F) existncia de projetos de desenvolvimento

    sustentvel.

    Elaborao dos planos de aoA quarta srie de encontros regionais resultou naelaborao de planos de ao para a implantaodos dez corredores prioritrios. Nas oficinas deplanejamento, os participantes traaram umdiagnstico da rea, a partir da anlise dos meiosbitico, fsico e antrpico e do setor produtivo. Apartir do diagnstico traado, as expectativasforam transformadas em objetivos, atravs daconstruo de um plano de ao, com a definiode metas, aes, responsveis e potenciaisparceiros para a sua efetivao.Os relatrios das oficinas de planejamentoencontram-se disponveis no site:www.iema.es.gov.br

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    Os dez corredores ecolgicos prioritrios ocupam604 mil hectares (13% do territrio estadual) eabrigam diversas espcies ameaadas deextino, como jequitibs-rosas (Carinianalegalis), jacarands (Dalbergia Nigra),bromlias (Bromeliaceae), orqudeas(Orchidaceae), preguias-de-coleira (Bradypustorquatus), onas-pintadas (Panthera onca),muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) emutuns (Crax blumenbachii).

    A fabulosa biodiversidade acompanhada poruma grande variedade de relevos, climas, culturase formas de organizao social: de planciescosteiras ao ponto culminante do Estado; domaior fragmento de mata atlntica de tabuleirodo pas a regies com baixssimos ndices decobertura florestal nativa; de grupos organizadosem processos sustentveis de produo acomunidades ainda atreladas a processosprodutivos convencionais.

    Em meio a realidades to distintas, alguns pontosfortes e fracos so comuns. O problema maiscitado durante as oficinas participativas realiza-das foi a perda de biodiversidade, devido aodesmatamento, s queimadas, caa e fiscalizao insuficiente. Em seguida, destacaram-se o uso intensivo de agrotxicos, a ausncia demata ciliar, a expanso de monoculturas, a faltade saneamento bsico, a m gesto dos recursoshdricos e a destinao irregular dos resduosslidos.

    Muitas das solues propostas tambm configu-ram pontos em comum. A prpria aplicao dalegislao ambiental referente recuperao dasreas de preservao permanente e averbao dereservas legais foi detectada como uma estrat-gia comum para a implantao de todos oscorredores.

    Outros pontos importantes so a criao eestruturao de unidades de conservao, comnfase nas Reservas Particulares do PatrimnioNatural, e o apoio elaborao de polticaspblicas que estimulem atividades econmicas debaixo impacto, como a agricultura ecolgica e oturismo sustentvel.

    Andr Alves

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    Localizado numa das regies com menor coberturaflorestal do Estado e uma das que mais sofre comescassez de gua, o Corredor Ecolgico Crrego doVeado prope conectar a Reserva BiolgicaCrrego do Veado, em Pinheiros, a fragmentosflorestais no entorno e no municpio de BoaEsperana.

    Os remanescentes so do tipo Floresta OmbrfilaDensa, com rvores de grande altura e sub-bosquepouco denso, onde se encontram exemplares deespcies vegetais e animais ameaadas deextino, como o papagaio chau (Amazonarhodocorytha), considerado a espcie depapagaio mais ameaada de extino no Brasil, e oraro beija-flor-balana-rabo-canela (Glaucisdohrnii).

    O relevo predominante plano, mas em BoaEsperana h afloramentos rochosos que sedestacam na paisagem, como as Pedras daBotelha, do Presidente, da Inveja, do Sete, daGameleira, da Cabeluda e do Oratrio.

    A produo agrcola baseia-se em extensas reasde pastagens, alm da cafeicultura, fruticultura(mamo, maracuj e coco) e plantaes de cana-de-acar que atendem s usinas alcooleirassituadas na regio.

    O grupo de articulao definiu duas reas iniciaispara interveno: no entorno da Rebio Crrego doVeado e nas proximidades da Pedra da Botelha,onde h fragmentos florestais significativos dentrode propriedades particulares.

    As aes prioritrias so a recuperao da mataciliar, a sensibilizao dos proprietrios rurais paraa averbao e recuperao das Reservas Legais, acriao de Reservas Particulares do PatrimnioNatural e a regularizao das barragens.

    Bacia Hidrogrfica: ItanasMunicpios: Pinheiros e Boa Esperana.Unidades de Conservao: Reserva Biolgica(Rebio) Crrego do Veado (2.382 hectares)rea aproximada: 48 mil hectares

    Crrego do Veado

    Arquivo IEMA

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    A proposta conectar fragmentos em altos demorros localizados dentro e no entorno da APAPedra do Elefante. Neles, so encontradas diversasespcies ameaadas de extino, como jequitibs(Cariniana sp) e jacarands (Dalbergia nigra),preguias-de-coleira (Bradypus torquatus) ejaguatiricas (Felis pardalis).

    A rvore mais famosa na regio, no entanto, noconsta na lista de espcies ameaadas: umagameleira (Ficus sp) de cinco metros de dimetroque, de to imponente, tem se transformado numverdadeiro altar ao ar livre, onde so depositadasoferendas e smbolos trazidos por fiis de diversasreligies.

    As manifestaes culturais tambm so variadas,devido mltipla colonizao, por portugueses,negros e italianos, que se estabeleceram aps oextermnio dos ndios aymors. Da o motivo doantigo nome da Pedra do Elefante ser Serra dosAymors.

    A regio sofre com intenso xodo rural, devido aorecrutamento dos jovens por grandes mineradoras.A minerao ainda uma das principais ameaas biodiversidade da regio, mas a atividade est emprocesso de adequao legislao ambiental.Asprincipais atividades econmicas so a pecuria(bovinos, sunos, caprinos e ovinos) e a agricultura(caf, banana, cacau, pimenta e cana-de-aar).H diversas escolas agroecolgicas que protegemsignificativos remanescentes florestais, produtoresorgnicos certificados em Nova Vencia eprodutores agroecolgicos em Vila Pavo. Nessesentido, grande o potencial da regio para odesenvolvimento e difuso de prticas agrcolassustentveis.

    Bacia Hidrogrfica: Rio So Mateus.Municpios: Nova Vencia, So Gabriel da Palha,Vila Pavo e Vila ValrioUnidades de Conservao: Parque Municipal erea de Proteo Ambiental (APA) Pedra doElefante (2.562 ha)rea aproximada: 44 mil hectares

    Pedra do Elefante

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  • Projeto Corredores Ecolgicos 18

    o maior corredor ecolgico prioritrio do Estadoe protege a maior rea contnua de MataAtlntica de tabuleiro do pas, formada pelaReserva Biolgicade Sooretama e pela ReservaNatural de Linhares, uma rea particularespecialmente protegida, que so naturalmenteinterligadas.

    a rea que oferece as melhores condies deconservao de grandes predadores, como ogavio-real (Harpya harpya), a ona-pintada(Panthera onca) e a ona-parda (Pumaconcolor), espcies localizadas no topo dacadeia alimentar.

    O corredor visa a conexo desse granderemanescente Floresta Nacional dos Goytacazese, esta, Reserva Biolgica de Comboios, j nafoz do rio Doce, onde existe o nico stioconhecido de reproduo da tartaruga-de-couro(Dermochelys coriacea).

    H indstrias de mveis, sucos, celulose, petrleoe gs, exportao de mamo e lcool. Naagricultura, destacam-se caf, coco, pimenta-do-reino, eucalipto e cacau. Esta, devido ao modoespecial de produo, chamado mata decabruca, contribui para conservar a floresta nafoz do rio Doce, onde existem cerca de 20 milhectares de plantaes de cacau sombreadas pelaMata Atlntica.

    A rea de interveno prioritria a regio doFarias, entre Goytacazes e Sooretama, onde osprodutores rurais so bem organizados e apiama implantao do corredor. O Projeto estrealizando um cadastro georreferenciado daspropriedades rurais e os proprietrios estoassinando um termo de compromisso para plantioem reas de Preservao Permanente - APP.

    Bacia Hidrogrfica: DoceMunicpios: Aracruz, Jaguar, Linhares,Sooretama e Vila ValrioUnidades de Conservao: Reservas Biolgicas(Rebio) Comboios (833 ha) e Sooretama (24 milhectares) e Floresta Nacional (Flona) Goytacazes(1,3 mil hectares)rea aproximada: 175 mil hectares

    Sooretama Goytacazes Comboios

    Andr Alves

  • Projeto Corredores Ecolgicos 19

    Os mares de morros, com grande diversidadede orqudeas, bromlias e outras espciesameaadas de extino, dominam a paisagem daregio e representam um grande potencial para odesenvolvimento do turismo cientfico e doecoturismo, contribuindo para a efetivao docorredor.

    A proposta conectar os fragmentos florestaisnos altos dos morros das serras do Palmital e doAlto Misterioso e recuperar as matas ciliares nosvales dos rios Santa Joana e Laje, do CrregoEstrela, da regio do Pontal e do nordeste deLaranja da Terra. A gua uma questo delicadana regio, que enfrenta forte estiagem emalgumas pocas do ano.

    Os principais obstculos conservao dabiodiversidade so os cultivos extensivos deeucalipto e a extrao de granito, com baixoaproveitamento da lavra, feito por cerca de 40empresas.

    A agricultura diversificada, com destaque paraas hortalias e predomnio absoluto das pequenaspropriedades. Muitos produtores esto sensveisao desenvolvimento de prticas sustentveis,havendo algumas experincias de caf orgnico.O agroturismo tambm crescente.

    A educao ambiental comea a ganhar espaona regio, destacando-se a construo de umaparceria do Projeto com a Pastoral Ecolgica.

    A ao prioritria a criao de uma unidade deconservao na regio.

    Bacia Hidrogrfica: Rio DoceMunicpios: Baixo Guandu, Colatina, Itaguau,Itarana, Laranja da Terra, Santa Teresa eSo Roque do CanaUnidades de Conservao: no hrea aproximada: 74 mil hectares

    Alto Misterioso

    Andr Alves

  • Projeto Corredores Ecolgicos 20

    O nome deste corredor homenageia uma espciede ave (Nemosia rourei) redescoberta na FazendaPindobas, em Conceio do Castelo, em 1998, 50anos depois de ser sido declarada extintanacionalmente.

    Apesar de no possuir unidades de conservao, area possui vrias propriedades rurais quepreservam fragmentos florestais importantes emaltos de morros e ao longo de cursos dgua,formando grandes trechos contnuos de vegetaoem excelente estado de conservao.

    Os principais fragmentos so a Mata da Carolina(Trilha do Imperador), Fazenda Capijuma e FazendaPindobas IV. Neles, alm da sara, destacam-seoutras duas aves frugvoras importantes paradisseminao de sementes: o tropeiro-da-serra(Lipaugus lanioides), tambm ameaada deextino, e o corocox (Carpornis cucullatus).

    A diversidade cultural marcada por descendentesde portugueses, italianos e africanos. O catolicismo a religio predominante, sendo as festasreligiosas as maiores atraes do calendrio deeventos, alm de cavalgadas e folias de reis.

    A cafeicultura domina o setor produtivo, dividindoespao com a silvicultura (eucalipto e pinus) e apecuria.

    As principais ameaas so a caa e a extrao depalmito jussara, orqudeas e bromlias.

    Entre as aes prioritrias, esto a criao deunidades de conservao e a realizao depesquisas visando o levantamento da fauna e flora.

    Bacia Hidrogrfica: Doce e ItapemirimMunicpios: Afonso Cludio, Brejetuba eConceio do CasteloUnidades de Conservao: no hrea aproximada: 37 mil hectares

    Sara Apunhalada

    Pedro Paz / ww

    w.faunativa.com

    .brAndr Alves

  • Projeto Corredores Ecolgicos 21

    Localizado numa regio de grande produo degua, o corredor proposto pelo grupo dearticulao objetiva interligar dois fragmentos, de700 ha e 500 ha., localizados em propriedadesparticulares em Ibatiba e Ibitirama, num raio de10 km do Parque Nacional do Capara.

    O Parque abriga o Pico da Bandeira, o terceiromais alto do pas, com 2891,9 metros de altitudee, acima da altitude de 1.800 metros, soencontradas amostras importantes dos chamadoscampos rupestres ou campos de altitude,sendo a nica ocorrncia desse ecossistema noEstado. Entre as centenas de espcies rarasprotegidas no Parque, destaque para o muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus)e a ona-pintada (Panthera onca).

    A economia baseia-se na pecuria e no caf.Entre as alternativas de baixo impacto ambientalcom grande potencial, esto a agricultura desubsistncia, a produo de madeira, o cultivo depalmitos, a fruticultura, a floricultura e oecoturismo.

    O turismo tem ganhado impulso, principalmentedepois da abertura de um acesso capixaba aoparque, em Dores do Rio Preto. As principaisatraes so as belezas naturais, com destaquepara o Pico da Bandeira, as trilhas na mata, ascachoeiras e poos de gua cristalina.

    A hospitalidade tambm um ponto positivo. Aherana indgena, principalmente dos Puris,exerce grande influncia sobre a cultura local,sendo mantidas algumas tradies folclricas,como o Bate Espada, Bate Flecha, o BoiPintadinho e as Folias de Reis.

    Bacia Hidrogrfica: Itabapoana, Itapemirim eDoceMunicpios: Divino de So Loureno, Dores do RioPreto, Ibatiba, Ibitirama, Irupi e InaUnidades de Conservao: Parque Nacional doCapara (31,8 mil hectares, 60% dele no EspritoSanto)rea aproximada: 51 mil hectares

    Capara

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  • Projeto Corredores Ecolgicos 22

    o nico corredor localizado exclusivamente emrea costeira. A proposta conectar o pontal deMaratazes foz do Crrego Iriri. As reas deinterveno contemplam os principais fragmentosflorestais, localizados nas duas unidades deconservao e no entorno do Monte Agh.

    Na paisagem, destacam-se ainda os alagados doVale do Orob e as lagoas da Conceio ou Iriri e,a maior delas, a Guanandy ou Sete Pontas, cujoespelho dgua tem mais de 1.000.000 m.

    A lagoa Guanandy no recebe esgoto, possuimata ciliar conservada e abastece as localidadesde Itaoca, Itaipava e Gomes. A maior ameaa aproliferao de plantas aquticas (macrfitas),que se instalaram h cerca de dois anos, depoisque a lagoa recebeu gua drenada de fazendasdo entorno, alagadas durante um grandetemporal.

    Outra particularidade da regio a Escola dePesca de Pima, a principal do Brasil, e declaradaPlo de Educao Ambiental da Mata Atlntica.

    O turismo e a pesca lideram a economia, sendoseguidos pela pecuria, agricultura e comrcio. Oartesanato de conchas de Pima famosonacionalmente. H tambm vrios estaleiros,fbricas de gelo, maricultura e extrativismo dearoeira, de caranguejo e de sementes, estas parao artesanato da Associao das Mulheres doGuanandy, na comunidade do Gomes.

    grande o potencial para o ecoturismo. O turismoesportivo j acontece, principalmente por meiodas caminhadas ecolgicas no Monte Agh,cavalgadas e passeios de barco para a Ilha dosFranceses.

    Bacia Hidrogrfica: Rios Itapemirim e Novo do SulMunicpios: Itapemirim Maratazes e PimaUnidades de Conservao: rea de ProteoAmbiental (APA) Guanandy (5.242 ha) e ParqueMunicipal dos Puris (36,63ha)rea aproximada: 10 mil hectares

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  • Projeto Corredores Ecolgicos 23

    O menor corredor foi tambm o primeiro a iniciaro processo de implantao, em 2004, estandoatualmente em estgio mais avanado, com oestabelecimento das primeiras unidadesdemonstrativas de Sistemas Agroflorestais (SAF) ede recomposio de Reservas Legais (RL) e reasde Preservao Permanentes (APP). A meta reflorestar 300 hectares com espcies nativas.

    Outra ao prioritria o manejo dos fragmentosflorestais por meio do corte e retirada de espciesinvasoras.

    Inicialmente, este corredor surgiu com a propostade interligar a RPPN Cafund Flona Pacotuba. Aampliao aconteceu durante as oficinas deplanejamento, quando lideranas comunitrias deBurarama solicitaram a insero do distrito nocorredor, devido ao valor paisagstico,remanescentes florestais e importncia hdrica, jque a regio protege nascentes de crregos eribeires que cortam as duas unidades deconservao.

    O corredor tambm abrange a comunidadequilombola de Monte Alegre, onde j sodesenvolvidas atividades de educao ambientale ecoturismo atravs do grupo Bicho do Mato.

    As principais atividades econmicas so apecuria e o cultivo de cana-de-acar e caf. OInstituto Capixaba de Pesquisa e Extenso Rural(Incaper) est trabalhando na estruturao dodistrito de Burarama e da comunidade de MonteAlegre para implementao do circuito tursticoguas de Burarama.

    Bacia Hidrogrfica: ItapemirimMunicpios: Cachoeiro de ItapemirimUnidades de Conservao: Reserva Particulardo Patrimnio Natural (RPPN) Cafund (517 ha) eFloresta Nacional (Flona) Pacotuba (450 ha.)rea aproximada: 7,8 mil hectares

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  • Projeto Corredores Ecolgicos 24

    A regio tem a maior concentrao de coberturaflorestal do Estado, havendo algumas unidadesnaturalmente interligadas com a ReservaBiolgica Augusto Ruschi e a Estao BiolgicaSanta Lcia. H tambm reas com pontencial deconexo a outras UCs do entorno.

    A populao mantm traos das colonizaespomerana e italiana. predominantemente rurale compartilha forte conscincia ecolgica.

    A agricultura familiar a atividade econmicamais importante, com grande diversificao deculturas. O eucalipto no forma monoculturasextensas, mas est se disseminando rapidamente,como alternativa de renda, fazendo-se necessrioo fortalecimento da agricultura familiar.

    Em Fundo, as reas baixas so ocupadas compastagens, caf e banana. A Associao deProdutores Rurais da APA Goiapaba-a planejadiversificar sua fonte de renda com o ecoturismo.

    Em Santa Teresa encontra-se o Museu de BiologiaMello Leito, referncia para os pesquisadores noBrasil e um dos plos de Educao Ambiental daMata Atlntica.

    A regio possui enorme vocao para implantaode Reserva Particular do Patrimnio Natural - RPPN.Atualmente, h quatro RPPNs em processo decriao em Santa Leopoldina Rio do Norte,Moxafongo, Sua e Bragana.

    Bacia Hidrogrfica: Santa Maria da Vitria, Jucue Reis Magos.Municpios: Aracruz, Fundo, Ibira, Joo Neiva,Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetib, SantaTeresa e Serra.Unidades de Conservao: rea de ProteoAmbiental (APA) Goiapaba-a (3,7 mil ha), reade Relevante Interesse Ecolgico (ARIE) Morro daVargem (573 ha), Estao Biolgica de Santa Lcia(440 ha), Parque Natural Municipal Goiapaba-a(46 ha), Parque Natural Municipal Aricanga (453ha), Parque Natural Municipal So Loureno(311,17 ha) Reserva Biolgica (Rebio) AugustoRuschi (4,7 mil ha).rea aproximada: 120 mil hectares

    Complexo Centro Norte-Serrano

    Andr Alves

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    Este corredor engloba duas imortantes unidades deconservao: Reserva Biolgica de Duas Bocas e area de Proteo Ambiental do Mestre Alvaro, almde outra em processo de criao, o Parque NaturalMunicipal do Moxuara. Em meio as grandespresses antrpicas da Grande Vitria essas reasso verdadeiros refgios para biodiversidade.

    A proposta aumentar a conectividade entre asduas unidades de conservao e seu entorno,protegendo, assim, grande quantidade defragmentos florestais, nascentes e o complexo delagoas e alagados da Serra, incluindo as lagoas Jue Juara. Os rios Santa Maria da Vitria e Jucuabastecem a maior parte da Grande Vitria, ondevive metade da populao do Estado.

    Apesar da presena de grandes indstrias,complexo porturio e forte rede de comrcio eservios na regio metropolitana, a agriculturaque predomina nas localidades abrangidas peloCorredor.

    Em Cariacica, a maioria das propriedades ruraistem at cinco hectares. Destaca-se a produo debanana, mel, flores e aguardente, a pecuria e aagroindstria banana-passa. H tambm muitosstios de lazer.

    Na Serra a agropecuria divide espao com aproduo de caf, coco, seringueira, eucalipto, ecom o agroturismo. As atividades mais impactantesso a extrao mineral e as carvoarias.

    H que se destacar a atuao efetiva deinstituies de ensino e de ONGs e a grandepossibilidade de conexo com o Corredor Centro-Norte-Serrano.

    O fortalecimento da agricultura orgnica e o apoioao agroturismo no entorno do Mestre lvaro e daRebio Duas Bocas e a criao de RPPNs esto entreas aes prioritrias.

    Bacia Hidrogrfica: Santa Maria da Vitria, Jucue Reis MagosMunicpios: Cariacica, Serra, Santa Leopoldina eVianaUnidades de Conservao: Reserva Biolgica(Rebio) Duas Bocas (2910 ha) e rea de ProteoAmbiental (APA) Mestre lvaro (3470 ha)rea aproximada: 37 mil hectares

    Duas Bocas-Mestre lvaro

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    - apoio criao de doze unidades deconservao;- elaborao e/ou reviso de dez planos demanejo;- implantao de dez unidades de refernciaagroecolgicas;- implantao de dez projetos demonstrativos demanejo de reserva legal;- recuperao de 500 ha. por meio de sistemasagroflorestais;- elaborao e divulgao de cinco produtos deecoturismo;- estruturao de viveiros;- apoio criao de 15 reservas particulares dopatrimnio natural;- recuperao de 1.000 hecatares de reas deproteo permanente;- averbao de reservas legais em 150propriedades rurais;- disseminao do conceito de corredoresecolgicos na rede estadual de ensino e em dezredes municipais de ensino.

    No demais enfatizar a importncia dosparceiros para a realizao das metas nessa novafase: produtores rurais, organizaes no-governamentais, associaes, sindicatos,empresas, instituies de ensino. Esperamos quea rede de apoio continue a se expandir, medidaque a estratgia de implementao de corredoresecolgicos encontre eco nos objetivos e aesdaqueles que trabalham pela conservao dabiodiversidade no Esprito Santo. Esse, afinal, ocaminho mais seguro para uma sociedadesustentvel, capaz de garantir a manuteno davida, nas suas mais variadas formas de expressoe de interao com o meio.

    A ampla capilaridade alcanada pelo conceito decorredores ecolgicos pode ser considerada umdos principais resultados do processo dedefinio e planejamento dos corredoresprioritrios e tambm a garantia de um futuropromissor para essa estratgia de conservaoda biodiversidade.

    Nos corredores prioritrios cujo processo deimplantao est mais avanado a ampliao doespectro de instituies j est ocorrendo. Aesdefinidas como prioritrias nas oficinas deplanejamento esto sendo executadas tanto porinstituies no-governamentais, atravs defontes de financiamento, como o PDA(Subprograma de Projetos Demonstrativos/MMA)quanto por instituies do poder pblico local,parceiras do Projeto. Outra grande vitria aincluso do conceito nas polticas pblicas emalgumas esferas de governo.

    nesse contexto otimista que nos lanamos segunda fase do Projeto. O objetivo central implantar os dez corredores demonstrativos, ouseja, garantir a conservao dos fragmentosflorestais existentes, aumentar a conectividadeentre eles e desenvolver atividades econmicasde baixo impacto ambiental. Tambm seromantidas as aes voltadas disseminao doconceito de corredores, criao e estruturaode unidades de conservao e ao aprimoramentoda fiscalizao e monitoramento da coberturaflorestal. A seguir, algumas das principais metaspara os prximos quatro anos de Projeto:

    Cocluso

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    RefernciasINSTITUTO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HDRICOS. Sntese dos encontros regionaisrealizados com os municpios do Estado do Esprito Santo. Cariacica, 2005.

    INSTITUTO DE PESQUISAS DA MATA ATLNTICA. Conservao da Mata Atlntica no Estado do EspritoSanto: cobertura florestal, unidades de conservao e fauna ameaada. Vitria, 2004

    MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE; CONSERVAO INTERNACIONAL; FUNDAO SOS MATA ATLNTICA. OCorredor Central da Mata Atlntica Uma Nova Escala de Conservao da Biodiversidade. Braslia, 2006

    ALIANA PARA A CONSERVAO DA MATA ATLNTICA. State of the hotspots Mata Atlntica:biodiversidade, ameaas e perspectives. Belo Horizonte, 2005.

    MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE; INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOSNATURAIS RENOVVEIS. Corredores Ecolgicos: uma abordagem integradora de ecossistemas no Brasil.Braslia, 2004.

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