Ficha Pedagógica - Pastagem - Pr

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ASSOCIAÇÃO REGIONAL DAS CASAS FAMILIARES RURAIS ARCAFAR CASA FAMILIAR DE PÉROLA D'OESTE PR. BOVINOCULTURA LEITEIRA PASTAGEM FICHA PEDAGÓGICA ELABORADA POR: Téc. Agr. EVANDRO GINDRI Eng. Agr. MARCOS FURLAN Adm. Rural NILCÉIA DE ANDRADE Monitores da CASA FAMILIAR RURAL DE PÉROLA D’OESTE – PR. Apoio: Secretaria do Estado da Educação/Setor de Ensino Técnico Agrícola/DESG Agosto - 2001

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Caderno didático para estudo da forragicultura aplicada à bovinocultura leiteira no ensino médio profissionalizante das Casas Familiares Rurais

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ASSOCIAÇÃO REGIONAL DAS CASAS FAMILIARES RURAIS ARCAFAR

CASA FAMILIAR DE PÉROLA D'OESTE PR.

BOVINOCULTURA

LEITEIRA

PASTAGEM

FICHA PEDAGÓGICA

ELABORADA POR: Téc. Agr. EVANDRO GINDRI Eng. Agr. MARCOS FURLAN Adm. Rural NILCÉIA DE ANDRADE

Monitores da CASA FAMILIAR RURAL DE PÉROLA D’OESTE – PR. –

Apoio: Secretaria do Estado da Educação/Setor de Ensino Técnico Agrícola/DESG

Agosto - 2001

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INTRODUÇÃO Inúmeros são os fatores que interferem na produção animal a pasto, vários foram citados anteriormente. Mas o principal fator causador dos baixos resultados obtidos pelos produtores de um modo geral em pastagens de clima tropical e subtropical ainda é cultural. Nosso solo tem características de fertilidade baixa, com presença de elementos tóxicos para as plantas (alumínio), mas existem espécies forrageiras capazes de suportarem estas condições, o que permite a exploração econômica. O clima é caracterizado por duas épocas bens distintas uma com chuvas abundantes e outra estação seca, na época de chuvas fortes o devido a declividade do solo existem perdas de nutrientes por lixiviação, porém existem métodos conservacionistas para mantermos estas pastagens na época de clima ruim e também para evitar perdas de nutrientes do solo. As características nutricionais de nossas forrageiras vêm sido estudadas a muito tempo e continuam sendo avaliadas por pessoas e empresas sérias do meio agropecuário. De posse de todas estas informações a atitude que devemos tomar é a profissionalizar cada vez mais a nossa produção baseado em dados e pesquisas de produção animal em pastagens tropicais e fazermos comparação entre estes níveis de produtividade. Não podemos comparar os nossos níveis a níveis de produção de clima temperado, a menos que também comparemos os custos e a rentabilidade real da atividade econômica, rentabilidade real sem subsídios, e com o mesmo preço pago os produtos produzidos. O que existe é uma distorção de alguns resultados onde tentamos comparar a rentabilidade de uma atividade onde o produto final (carcaça) vale ao produtor U$ 500 ou até U$ 1.000 para cada 500kg (EUA) contra U$ 200 a U$ 350 por 500kg (brasil), com estes preços por produto podemos lançar mão de sistemas de alimentação totalmente artificial e produzir a base de grãos, principalmente milho, competindo diretamente com a alimentação humana. Mas em países onde a população humana ainda morre de fome e desnutrição chega a ser um crime utilizar grãos para alimentarmos os ruminantes.

Devemos incrementar nossa produção a base de pastos, aceitando nossas limitações e preparando para a sazonalidade existe na produção de forragem com medidas estratégicas. Devemos continuar investindo em pesquisas próprias para a formulações de suplementos que levem a uma melhor absorção e utilização destas fontes de alimentos e produzir assim mais, com melhor qualidade e a baixo custo. Não estamos tão fora da realidade dos grandes produtores de produtos de origem animal, de certa maneira podemos até incluir o Brasil na vanguarda da produção de alimentos ecologicamente corretos, mas para podermos declarar isto é necessário que todos cumpram o seu dever e que lutemos mais forte contra a colonização comercial que ainda nos é imposta pelos países ricos que precisam das colônias para poderem comercializar o seus produtos “altamente tecnológicos” que muitas vezes não passam de projetos mal sucedidos e que custaram grandes fortunas, e que não podem aparecer como prezuíjos num curriculum tão brilhante de grandes corporações. Devemos incentivar a pesquisa nacional e valorizar os resultados obtidos aqui de maneira séria e responsável, conhecer outras alternativas de produção mas sempre adaptá-las ao meio onde será empregado, preparar a mão de obra que precisa ser qualificada para a realização de tarefas específicas e também preparar o produtor que deve ser um empresário para gerir de forma eficiente o negócio. Cabe ainda aos técnicos a responsabilidade de conduzirem pesquisas aplicadas, que possam ser transferidas de forma imediata ao campo, além das acadêmicas que servem de embasamento para o trabalho, e sem nunca esquecer de que estamos lidando com uma atividade econômica e que visamos no final o lucro para podermos permanecer no negócio. Se assim tratarmos, com seriedade, a questão de produção de animais a pasto não existirá nenhuma outra nação com a capacidade de produção igual a do Brasil, basta para isso que sigamos nossa vocação de produtores.

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PRODUÇÃO DE LEITE A PASTO É uma atividade de grande importância para a viabilização das propriedades rurais, principalmente pequenos produtores, por se tratar de uma exploração que, quando bem conduzida, resulta numa receita mensal, facilitando para as famílias terem uma mellhor programação nos seus compromissos financeiros.

SISTEMA DE LEITE À PASTO Definimos como uma atividade que busca de uma forma mais natural e agroecológica produzir leite, sem agredir o meio ambiente e obter uma boa produção sem elevados custos. É uma forma de deixarmos de ser garçom de vacas e leva-las até o local para que elas busquem seu próprio alimento.

Vamos ver os passos para o sucesso do sistema:

1) escolha do terreno:

boa fertilidade natural;

com declividade, evitando terrenos quebrados;

áreas não encharcadas/úmidas;

sem ou pouca pedregosidade;

próximo às instalações dos animais.

2) Práticas conservacionistas

terraceamento da área, visando a contenção da erosão e preservação da fertilidade do solo.

3) Avaliação das condições físico-químicas:

É indispensável antes de iniciar o preparo e plantio, realizar a analise do solo, através do resultado da analise é possível corrigir as deficiências que existem em uma determinada área.

4) Preparo do solo:

aplicação de calcário e incorporação através da aração

incorporação da massa verde

preparo do solo

abertura de sulcos ou covas para plantio de espécies forrageiras definitivas. 5) Plantio das pastagens

Devemos escolher um pasto que tenha:

boa palatabilidade

produção elevada de matéria seca

alto valor nutritivo

persistência na produção

adaptado ao clima e solo

resistente ao pisoteio

se encaixar na organização da propriedade obs.: notamos que muitos produtores não usam nenhum critério técnico no momento de fazer a

escolha de um tipo de pasto para plantar ou semear.

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É muito importante antes de tomar a decisão analisarmos estes 7 itens acima. Não existe pasto milagroso, porém existem pastos com maior qualidade e produtividade. Classificação em famílias: - Gramíneas - Leguminosas Gramíneas: São menos exigentes em solos Maior resistência ao pisoteio Boa palatabilidade Facilidade de implantação Maior produção de matéria seca por ano Necessita de aplicação nitrogenada Leguminosas: Alto valor nutritivo Alta digestibilidade Aproveita o nitrogênio atmosférico Maior risco de empanzinamento Menor resistência ao pisoteio Considerações: Analisando as duas famílias notamos que o, “casamento” das duas daria excelente resultado. Não haveria tanto risco de empanzinamento, as leguminosas compartilhariam o nitrogênio atmosférico com as gramíneas e teríamos pastos com alta qualidade e quantidade. IMPLANTAÇÃO DE PASTAGENS POR SEMENTES

PELETIZADAS - NUCLEADAS - POTÊNCIADAS

São sementes que sofrem processo de revestimento externo. A técnica consiste em agregar às mesmas películas nutritivas e protetoras proporcionando um maior vigor as plantas e facilitando o plantio. O uso de Sementes Peletizadas propicia diversas vantagens como desenvolvimento acentuado de raízes, tornando a planta mais resistente a seca e pastoreio. A) FATORES QUE AFETAM A FORMAÇÃO DE UMA PASTAGEM:

Quantidade inadequada de sementes Não incorporação de sementes no plantio Fermentação de material orgânico no solo Umidade no solo Profundidade das sementes no plantio B) PUREZA:

Quantidade de sementes puras em determinadas amostras de sementes. GERMINAÇÃO: Quantidade de sementes puras que germinam, originando plantas saudáveis em condições ótimas de temperaturas, umidade e luz. DORMÊNCIA: Característica apresentada pelas sementes de forrageiras que, mesmo estando viáveis não germinam.

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VALOR CULTURAL:

Representa a qualidade de uma semente, pois associa uma característica física (pureza) com uma característica fisiológica (germinação). Diz a quantidade de sementes puras que germinam em determinada amostra.

RECOMENDAÇÕES PARA UMA BOA PASTAGEM

As sementes são organismos vivos e sensíveis. precisam de cuidados especiais no transporte, armazenamento e manuseio. Germinam ou podem morrer na proporção dos cuidados recebidos. O percentual de germinação indica o número de sementes viáveis em condições normais de luz, umidade e temperatura. CUIDADOS ESPECIAIS: NO TRANSPORTE: As sementes devem ser transportadas, protegidas de umidade e calor excessivo. NO ARMAZENAMENTO: As sementes devem ser armazenadas em local seco, fresco e ventilado. Para tanto deve-se armazená-las sobre estrados de madeiras, para não absorver a umidade do piso. Deve também estar afastadas das paredes do armazém a fim de melhorar a ventilação e evitar a absorção da umidade. Deve-se tomar cuidados com roedores (ratos) que podem danificar as sementes. NO PREPARO DO SOLO:

Sempre que possível, fazer análise do solo e corrigí-lo se necessário. A aplicação de calcário deve ser feita 90 dias antes do plantio. Fazer a conservação do solo evitando a erosão. Fazer um bom preparo de solo deixando-o bem desterroado, nivelado, livre de sulcos e de material palhoso na superfície. Devemos aguardar um período de descanso, após preparo do solo, para que ocorra fermentação do material palhoso. Após este período nivela-se e planta- se logo em seguida. NO PLANTIO:

O plantio deve ser realizado após normalização da estação da chuvas, quando a temperatura é mais alta. Verificar se as máquinas utilizadas no plantio estão em boas condições de uso, devendo regulá-las a fim de utilizar a quantidade correta de sementes. A adubação deve ser feita com base na análise do solo. Não misturar as sementes com adubos nitrogenados e potássios, pois poderão "queimar" o embrião das sementes. Poderemos misturar as sementes com adubos fosfatados, (Super Fosfato Simples e Super Fosfato Triplo) tornando o cuidado de plantar no mesmo dia após fazer a mistura. A profundidade ideal de plantio é cerca de 5 vezes o maior diâmetro da semente. No caso das gramíneas nunca deve ultrapassar 2 cm de profundidade. Incorporação das sementes: Após semeadura superficial devemos passar rolo compactador ou grade niveladora fechada. Devemos plantar em solo seco, desde que haja previsão futura de chuva. VALOR CULTURAL DAS SEMENTES Valor Cultural é um parametro que indica a qualidade das sementes. Ela nos diz a porcentagem de sementes viáveis em determinada quantidade. É calculado pela formula: (%VC)=( %pureza X % germinação) / 100 Conhecendo-se o Valor Cultural as sementes, podemos calcular a quantidade de sementes para o plantio.

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TABELA PARA: brachiaria spp

TIPO DE PLANTIO

CONDIÇÕES LINHA/MANUAL À LANÇO AÉREO

IDEAIS 240 300 450

MÉDIAS 280 340 510

ADVERSAS 320 380 570

Ex: Brachiaria Brizantha de VC = 40% (plantio em linha em boas condições) kg de semente/ha = 240/40 = 6 kg/ha de sementes. TABELA PARA: Panicum maximum

TIPO DE PLANTIO

CONDIÇÕES LINHA/MANUAL À LANÇO AÉREO

IDEAIS 160 200 300

MÉDIAS 180 220 330

ADVERSAS 200 240 360

Ex.: Tanzânia I VC = 25% (plantio em condições médias) kg de semente/ha = 220/25 = 8,8 kg/ha de sementes. FATORES QUE PODEM COMPROMETER O PLANTIO Não aguardar período de descanso do solo após preparo. A fermentação da matéria orgânica provoca aquecimento, podendo queimar a semente. Usar dosagem de semente abaixo do ideal. Utilizar máquinas inadequadas que podem provocar danos mecânicos na semente. Plantio excessivamente profundo. Plantio superficial sem incorporação da semente. Plantio com solo molhado e longo período de sol em seguida. Ataques de insetos, normalmente lagartas, gafanhotos, cupins e formigas. Ataques de aves e roedores.

PLANTIO À LANÇO

Vantagens:

- Maior rendimento no plantio - Facilidade de regulagem do equipamento - Boa distribuição das sementes

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Desvantagens - Necessita de maior quantidade de sementes no plantio - Para incorporação das sementes necessita de outro equipamento - Problemas com o vento

PLANTIO EM LINHA

Vantagens: - As sementes são incorporadas durante o plantio - Em caso de adubação, este tipo de plantio favorece a sua eficiência - Menor necessidade de sementes para o plantio Desvantagens: - A regulagem do equipamento é mais difícil - Necessita de tratorista mais especializado

PLANTIO MANUAL

Vantagens: - Não exige equipamentos sofisticados e caros - Menor necessidade de sementes no plantio - Em certos locais é o único meio de plantio Desvantagens: - Deve-se ter muito cuidado com a profundidade das sementes no plantio - O plantio é muito moroso - As plantas nascem coveadas Plantio por colmos ou estolões:

Algumas espécies de pastagens não produzem sementes para plantio, sendo necessário plantar seus estolões e ou colmos. É importante que selecionamos estas mudas, pois elas devem ser bem sadias e vigorosas, isto favorecerá para que a área a ser formada produza logo pastagem. O que plantar?

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Qual a melhor forrageira? Não existe uma única resposta, sendo muitas as alternativas disponíveis (braquiárias, Panicum, Paspalum, setária, capim-elefante, capim-estrela, "coast-cross", andropógon, Tifton, etc.). A decisão sobre a escolha da forrageira deverá ser realizada com base nas necessidades e condições de cada propriedade. Considerando a existência de diferentes tipos de solo e condições de topografia dentro da propriedade, deve-se escolher espécies ou variedades adaptadas para cada parte do relevo. Normalmente, as áreas de baixada e de meia-encosta apresentam maior fertilidade natural, devendo ser cultivadas com espécies mais exigentes, de maior capacidade de produção e qualidade, como, por exemplo, "coast-cross", Panicum e capim-elefante. Para as áreas de baixada, com problemas de encharcamento, deve-se escolher espécies forrageiras tolerantes a essas condições, como setária, capim-angola e canarana. Nas áreas de declive mais acentuado, de menor fertilidade natural ou de maior risco de erosão, deve-se preferir forrageiras mais rústicas e que cubram mais rapidamente o solo, podendo ser usadas as braquiárias. São muitas as opções, entretanto, é preciso conhecer as exigências, a adaptação e o manejo requerido para cada forrageira. Dessa forma, para áreas de pastejo extensivo ou muito declivosas, solos de baixa fertilidade ou de manejo deficiente, deve-se plantar forrageiras mais rústicas, persistentes, de propagação rápida e com boa capacidade de produção de sementes. Para produtores interessados na intensificação da produção, por meio da utilização de insumos e manejo controlado, recomenda-se a utilização de forrageiras que apresentem alto potencial de produção e elevada qualidade. Finalmente, é importante relembrar que a implantação de uma pastagem apresenta custo elevado e que a maioria das espécies é perene. Assim, para evitar fracassos decorrentes de uma troca desnecessária, por ocasião do estabelecimento de uma nova forrageira na propriedade, o produtor deve buscar informações técnicas confiáveis e desvinculadas de interesse puramente comercial. 6) Adubações

Com um laudo de análise do solo podemos diagnosticar o que é necessário para recuperar ou melhorar uma determinada área de terra. As adubações necessárias para produzir uma boa pastagem devem ser comparadas a de uma lavoura de soja, milho, etc.

- Em primeiro lugar devemos corrigir o solo, - Fazer a correção do teor de fósforo, usando fosfatos naturais, superfosfatos, etc. - Devemos elevar o teor de matéria orgânica, para assim o solo melhorar suas propriedades

físicas, químicas e biológicas. - O uso de NPK, é importante para que a planta possa crescer rapidamente com bom vigor.

Estes fatores vistos, são importantes para que uma planta desenvolva-se satisfatoriamente. Os adubos orgânicos, como, cama de aviário ou esterco de gado, estes podem ser aplicados anualmente numa quantidade de 10 a 15 toneladas por hectare por ano, desta maneira podemos baratear os custos com a adubação química. A adubação química torna-se necessária porque muitas vezes os solos não estão com teores elevados de NPK, os quais a planta necessita e grandes quantidades. Usar sempre formulações de N,P,K com valores altos de Nitrogênio, Fósforo e potássio. Exemplo 10-20-18, 8-2818, 5-25-25, aplicando no momento do plantio de 200 a 250 kg por hectare. Sempre que notar que os pastos comecem a paralisar seu desenvolvimento é sinal de que esta faltando adubação, então devemos repor novamente.

7) Manejo de formação:

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Recomenda-se que o primeiro pastoreio seja feito após a boa formação e cobertura do solo, em condições normais leva de 80 a 100 dias. Para os elefantes o ideal é que seja efetuado um corte manual à altura de 35 cm do solo, isto é importante para que a capineira possa largar bastante perfilhos ou rebrotes formando uma boa pastagem. Seu pastoreio poderá iniciar quando as plantas estiverem com mais de 1 m de altura. 8) Manejo da pastagem

O pastoreio é o encontro da vaca com o pasto, com a ajuda do homem este encontro pode melhorar, resultando em maior produção e lucratividade. O pastoreio deve ser rotativo, mas para isso devemos observar alguns detalhes importantes como:

- Espécie cultivada - Dias de ocupação - Seu descanso para que possa recuperar-se - Fertilidade do solo

Nunca deverá ser maior que 3 dias a ocupação de cada piquete, quanto menor for o tempo de duração, melhor será a eficiência do pasto. O ideal é cada dia em um local diferente. Toda vez que se troca os animais de um piquete eles são estimulados a comer, no típico reflexo condicionado pelo pasto novo, tornando os animais ainda mais dóceis. 9) Quantidade de animais por área: Como parâmetro médio pode ser utilizada uma área de 35 a 70 m² de pasto por vaca em lactação por dia, dependendo do estado das pastagens e do nível de adubação efetuada. Cálculo do tamanho dos piquetes: Para termos resultados mais corretos, devemos fazer uma média de produtividade daquela área de pasto. Para isso precisamos fazer da seguinte maneira. - determinar a produção de pasto por m².

Medir em uma área quadrada 1 x 1, ou seja 1 m², cortar o pasto nesta área marcada, na mesma altura de pastoreio dos animas, em seguida faz-se uma pesagem. Podemos fazer isto em vários locais da pastagem, assim teremos um resultado melhor ainda. A cada coleta devemos pesar o pasto fazendo então uma média de produção por metro quadrado. Vamos a fórmula para o calculo da área dos piquetes:

Produção de matéria seca/m²= P.M.S./m² Número de dias de pastoreio= N.D.P. Nº de Unidade animal= Nº de U.A. Consumo de matéria seca/ U.A.= M.S/U.A.

Consumo de matéria seca/ U.A. em pastoreio Nº de horas de pastoreio Consumo de M.S./ vaca

+ ou – 2 horas 4 kg

+ ou – 4 horas 6 kg

+ ou – 6 horas 8 kg

24 horas 12 kg

De acordo com esta tabela podemos ter uma noção mais aproximada de consumo de matéria seca por animal, de acordo com o número de horas que deixamos os animais pastorejando, podemos calcular a área dos piquetes.

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TAMANHO DO PIQUETE = M.S/U.A x N.D.P x Nº DE U.A.

P.M.S./M²

Exemplo: T.P =_____6____ x 2 x 10

0,12

T.P. = 1000 Mº = 0,10 HA

Cálculo do número de piquetes: Dias de ocupação: é o número de dias que os animais disspõem do piquete. Dias de descanso: é o número de dias que a pastagem necessita para se recuperar. Exercícios; _______________________________________________________________________________________

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Fórmula do cálculo do nº de piquetes: Dias de descanso + 1 Dias de ocupação

Exemplo: 30 + 1 = 15 dias

2 Em um sistema de pastoreio rotativo, onde os dias de descanso da pastagem é 30 e os dias de ocupação é, 2 , significa que será preciso 15 piquete.

Qual o número de piquetes necessário se os dias de descanso é de 40 e o número de dias de ocupação é 1. _______________________________________________________________________________________

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10) Adubação de manutenção das pastagens: a) adubação anual:

Adubação orgânica: como já foi citado de 10 a 15 ton de esterco por hectare. Adubação química: o uso de 500 kg/há/ano de fosfatos nos meses de agosto/setembro tem apresentado bons resultados.

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b) Adubação periódica: nitrogenada: 300 kg de uréia dividida em três aplicações em partes iguais. Se os pastos estão com bom desenvolvimento vegetativo não é necessário aplicar tanto nitrogênio, podem ser reduzidas as quantidades. ESPÉCIES DE PASTAGENS:

MILHETO

Nome científico: Pennisetum americanum Fertilidade do solo: Baixa, média e alta Forma de crescimento: Cespitoso e ereto Altura: 1,50m a 1,80m Utilização: Pastoreio, feno, cobertura verde e silagem Digestibilidade: Boa Palatabilidade: Boa Precipitação pluviométrica: Acima de 600mm anuais Tolerância a seca: Boa Tolerância ao frio: Média Teor de Proteína na matéria seca: 7 a 12% Consorciação: Brachiarias e Colonião Profundidade de plantio: 2 a 3 cm Ciclo vegetativo: Anual (150 a 160 dias) Produção de forragem: 10 a 15 ton. ms/ha/ano

Gramínea anual primavera-verão, que vem se destacando como opção de produção para os Cerrados brasileiros e também para o Sul do Brasil, principalmente devido a sua utilização como cobertura protetora do solo para o sistema de PLANTIO DIRETO, assim como forrageira para a pecuária. Planta que apresenta alta resistência à seca, e à salinidade do solo, desenvolvendo-se em regiões com precipitações a partir de 200 mm. Cresce bem em solos de mediana fertilidade, suportando condições de acidez, com crescimento rápido, vigoroso sistema radicular com elevada potencial de perfilhamento e alta capacidade de reciclagem de nutrientes. Em condições normais pode atingir 1.50-1.70 m de altura aos 50-60 dias de semeadura, com uma produção de 4-6 toneladas de matéria seca por hectare, entretanto podendo chegar aos 100-120 dias a produzir em torno de 10 toneladas de matéria seca/ha. Excelente para fazer parte de SISTEMA DE ROTAÇÃO DE CULTURAS. Pode ser usado como forragem aos animais (7 a 12 % de proteína na mat.(seca ), proporcionando 3 até 5 pastejos, sendo posteriormente deixado para rebrote e produção de massa verde que pode ser manejada com herbicida para implantação dos cultivos sem revolvimento do solo (PLANTIO DIRETO). É recomendável semear 45 a 60 sementes por metro linear, linhas espaçadas de 17 a 25 cm, com um total de mais ou menos 250 sementes por metro quadrado, que dará em torno de 18 a 22 Kg/ha., de sementes. Pode ainda ser consorciado com crotálaria juncea (10 Kg/ha de milheto + 15 Kg/ha de crotalaria-misturadas as sementes). Pode também ser consorciado com Nabo forrageiro (10 Kg de milheto + 10 Kg de Nabo). Pode ser semeado à lanço e posterior enterrio com grade leve (20 a 30 Kg/ha de sementes). Em caso de sobressemeadura (avião) recomenda-se de 30 a 35 Kg/ha de sementes. É possível semear após a colheita das espécies de verão (soja, milho, algodão, etc.) em fevereiro-março, ou após a colheita de inverno (agosto-setembro), antecedendo

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os cultivos comerciais (soja, milho, etc.) o manejo pode ser feito através do pastejo animal e espera para rebrota, para posterior aplicação de herbicidas, ou ainda diretamente com herbicidas e posterior plantio do cultivo comercial.

MOMBAÇA

Origem: EMBRAPA CNPGC - Campo Grande - MS Nome científico: Panicum maximum Fertilidade do solo: Alta Forma de crescimento: Cespitoso Altura: 1,60 a 2,00m Utilização: Pastoreiro, fenação e silagem Digestibilidade: Excelente Palatabilidade: Excelente Precipitação pluviométrica: Acima de 800 mm anuais Tolerância a seca: Média Tolerância ao frio: Média a alta Teor de Proteína na matéria seca: 12 a 16% Consorciação: Todas as leguminosas Profundidade do plantio: 0,5 a 1 cm

Ciclo vegetativo: Perene Produção de forragem: 20 a 28 ton. ms/ha/ano 1) ORIGEM:

É originário da África, foi coletada na Tanzânia e no Brasil foi introduzida pela EMBRAPA/Centro Nacional de Gado de Corte (CNGC), em 1.993. 2) CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Trata-se de uma planta cespitosa com cerca de 1,60 a 1,85 m de altura. As folhas apresentam 3,0 cm de largura, são longas e dobram-se abruptamente na vertical. As lâminas foliares possuem poucos pelos curtos na face superior e as bainhas são glabras. Ambas não apresentam cerosidade. Os colmos são levemente arroxeados. As inflorescências são do tipo panícula longa, apresentando ramificações secundárias longas apenas na base. As ramificações são arroxeadas e seu eixo principal é, na sua maior parte, verde tendendo a roxo no ápice. As espiguetas são uniformemente distribuídas pela inflorescência, são glabras e verdes, apresentando pequena quantidade de manchas roxas. O verticilo basal da inflorescência é glabro. 3) CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS:

Seu florescimento é no mês de Abril, uma vez por ano, sendo um pouco mais concentrado do que o apresentado pela cv. Colonião. A colheita foi de 142 kg/ha de sementes puras, em média, pelo método manual, entre os dias 20 de Abril a 5 de Maio, e foram iniciadas quando a maior parte das inflorescências mostrava queda de sementes no terço superior. As avaliações foram feitas na região de Campo Grande/MS, em solo LVE-distrófico onde, na época do estabelecimento foi feita uma adubação inicial com base na análise do solo e onde anualmente foram aplicados 50 kg/ha de N, 35 kg/ha de P2O5 e 100 kg/ha de K2O. No início de cada estação chuvosa foi feito um corte de uniformização a 25 cm de altura do solo, seguido da imediata remoção da palhada e adubação, acima citada. Recomenda-se 1,8 kg/ha de sementes puras viáveis, semeadas a uma profundidade de 1,0 a 2,0 cm. Em climas com estação chuvosa no verão, como a região Centro-Oeste, pode ser semeada de meados de Outubro até Fevereiro, sendo a época ideal o período de 15 de Novembro a 15 de Janeiro.

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Com relação a correção e a fertilidade do solo, é exigente igual a outras cultivares de Panicum maximum, no entanto, tem apresentado maior eficiência na utilização do fósforo do solo. Assim, para o mesmo teor de P extraível, esta tem apresentado maiores produções de matéria seca total e de folhas. Após dois anos, em solo de cerrado adubado, em condições de pastejo, quando comparada à cv. Tobiatã, além de proporcionar maior lotação, apresentou maiores produções de matéria seca e teores mais elevados de fósforo nas folhas. Em uma grama de sementes de Mombaça, temos em média 770 sementes puras, o mesmo da cv. Colonião. A Mombaça produziu 33 t/ha/ano de matéria seca foliar em parcelas sob cortes manuais, ou seja, 130% e 28% a mais que as cvs. Colonião e Tanzânia I, respectivamente. Apresentou menor estacionalidade de produção que a cv. Colonião; enquanto as cvs. Mombaça e Tanzânia I produziram, na seca, 11% do total anual, a cv. Colonião produziu apenas 3%. A cv. Mombaça apresentou também uma alta porcentagem de folhas (82%), semelhante à cv. Tanzânia I (80%), porém muito mais elevada que a cv. Colonião (62%). Os teores de proteína bruta nas folhas e nos colmos foram de 13,3% e 9,7%, respectivamente, e sem grandes variações ao longo do ano. Com relação à cigarrinha, houve uma superioridade com relação ao cv. Tobiatã, mas inferior ao cv. Tanzânia, tendo portanto, média resistência à cigarrinha. Em três anos sob um sistema de pastejo flexível, as cvs. Mombaça e Tobiatã tiveram 14 dias de pastejo e 60 dias de descanso, durante o período seco. Durante as águas, no entanto, a cv. Tobiatã possibilitou 12 dias de pastejo e 37 de descanso, enquanto a cv. Mombaça, 14 dias de pastejo e 35 dias de descanso. Estes resultados propiciaram estimativas da capacidade de suporte destas cultivares, que foram: ü Mombaça: 2,3 UA/ha e ü Tobiatã: 2,0 UA/ha Esta diferença deve-se à maior porcentagem de folhas apresentadas pela cv. Mombaça, que foi, em média, durante o ano, 47%, e para a cv. Tobiatã, 38%.

COAST-CROSS

INTRODUÇÃO

Nas principais bacias leiteiras do Brasil existem extensas áreas com relevo plano ou levemente ondulado sendo normalmente pouco utilizadas. Essas áreas, potencialmente férteis, retêm a umidade no solo ou permitem a irrigação, fatores importantes para o crescimento das forrageiras. Portanto, a intensificação da produção de forragem dessas áreas, usando pastagens, pode ser uma estratégia para melhorar a eficiência da atividade leiteira. O "COAST-CROSS"

É uma gramínea que apresenta boas características para pastejo, com elevada produção de matéria seca, alto valor nutritivo e boa capacidade de suporte, o que significa mais leite e mais animal por área. Por essa razão, é recomendada para alimentar vacas em lactação, até mesmo aquelas que apresentam potencial para produção de leite entre 4.500 a 7.500 kg/lactação. LOCAL DE PLANTIO Deve ser em solos férteis, profundos, em áreas com pouca inclinação, ou várzeas que não estejam sujeitas a encharcamentos contínuos. Antes do plantio fazer a análise de solo, caso seja necessário, aplicar o calcário. ÉPOCA DE PLANTIO O plantio do "coast-cross", feito por mudas que se desidratam com muita facilidade, deve ser realizado no verão em dias chuvosos, em sulcos com espaçamento de 50 cm. Havendo possibilidade de irrigação, o plantio pode ser feito em período seco. Por ocasião do plantio, fazer adubação química de acordo com a análise de solo adicionando fonte de fósforo no sulco de

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plantio. Em solos com baixo teor desse elemento, distribuir a lanço 100kg/ha de P2O5, o que equivale a 500 kg/ha de superfosfato simples. PASTEJO DE "COAST-CROSS"

Na tecnologia desenvolvida pela Embrapa-Gado de Leite, utilizando o pastejo rotativo de "coast-cross" com vacas holandesas com potencial para produzirem 5.000 a 6.000 kg/lactação, o seguinte manejo foi utilizado:

pastejo rotativo com subdivisão dos piquetes por meio de cerca elétrica (ver figura);

adubação do pasto com 360 kg de N (1.800 quilos de sulfato de amônio ou similar), 80 kg de P2O5 (400 quilos de superfosfato simples) e 270 kg de K2O (450 quilos de cloreto de potássio), distribuídos em dez aplicações ao longo do ano;

irrigação da pastagem estrategicamente no período das águas, com o objetivo de incorporar os nutrientes do adubo e, na época da seca, sempre que for necessário;

fornecimento de 3 kg ou 6 kg de concentrado por vaca/dia, mais sal mineral e água à vontade, para vacas com potencial médio de produção de leite de 5.000 ou 6.000 kg/lactação, respectivamente;

concentrado com 23,5% de proteína bruta e 80% de energia (NDT) na matéria seca, composto de fubá de milho (48%), farelo de soja (35%), farelo de trigo (15%), calcário calcítico (1%) e mistura mineral (1%);

com esse manejo foi possível obter no período das águas, 5 a 6 vacas/ha, com peso vivo médio em torno de 570 kg; e

o custo do plantio e estabelecimento do "coast-cross" foi de US$ 604.00 e custo anual de utilização do pasto foi de US$ 1,073.00, o que permitiu um custo variável de US$ 0.14/litro de leite.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelos resultados obtidos na Embrapa-Gado de Leite, pode-se concluir que a produção de leite a pasto, utilizando-se o "coast-cross" irrigado, adubado com NPK, em pastejo rotativo e suplementado diariamente com 3 ou 6 kg de concentrado por vaca, é viável para produção de 17 ou 20 kg de leite/vaca/dia, respectivamente, o que equivale a produção por área no período das chuvas de até 100 kg/ha/dia. FIGURA 1.Manejo do pasto de "coast-cross" em sistema rotativo de pastejo utilizando cerca

elétrica. Implantada a pastagem, preparam-se os piquetes utilizando postes de fibra de vidro ou vergalhão de ferro com isolantes e carretéis com fio de "nylon" ou arame liso. Subdivisão dos piquetes de modo a permitir o ajuste fácil da área. O início do pastejo deve ocorrer quando o pasto estiver visualmente em boas condições. O bom senso sempre deve prevalecer. Local de livre acesso à sombra artificial, ou mesmo à água e sal mineral, quando necessário. Manejo do pasto com um dia de ocupação e 25 dias de descanso na primavera/verão e 30 dias de descanso no outono/inverno.

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BRIZANTHA

Nome científico: Brachiaria brizantha Fertilidade do solo: Média a alta Forma de crescimento: Touceira semi-ereta Altura: 1,0 a 1,5m Utilização: Pastoreiro direto e produção de feno Digestibilidade: Boa Palatabilidade: Boa Precipitação pluviométrica: Acima de 800 mm anuais Tolerância a seca: Média Tolerância ao frio: Média Teor de proteína na matéria seca: 9 a 12% Consorciação: Todas as leguminosas Profundidade de plantio: 1 a 2cm Ciclo Vegetativo: Perene Produção de forragem: 10 a 14 ton. ms/ha/ano Cigarrinha das pastagens: Resistente 1) ORIGEM: É originário da África Tropical e do Sul. 2) CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Planta cespitosa, muito robusta, de 1,5 a 2,0 m de altura, com colmos iniciais prostrados, mas produzindo afilhos predominantemente eretos. Rizomas muito curtos e encurvados. Colmos floríferos eretos, freqüentemente com afilhamento nos nós superiores, que leva a proliferação de inflorescências, especialmente sob regime de corte e pastejo. Bainhas pilosas e com cílios nas margens, geralmente mais longas que os entre nós, escondendo os nós, o que confere a impressão de haver densa pilosidade nos colmos vegetativos. Lâminas foliares linear lanceoladas, esparsamente pilosas na face ventral e glabras na face dorsal. Inflorescência de até 40 cm de comprimento, geralmente com 4 a 6 racemos, bastante eqüidistantes ao longo do eixo, medindo de 7 a 10 cm de comprimento, mas podendo alcançar 20 cm nas plantas muito vigorosas. Espiguetas unisseriadas ao longo da raque, oblongas a elíptico-oblongas, com 5,0 a 5,5 mm de comprimento por 2,0 a 2,5 mm de largura, esparsamente pilosas no ápice. 3) CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS: Esta gramínea se desenvolve bem em condições tropicais, desde o nível do mar até 2.000 m de altitude e com boa precipitação pluvial anual superior a 700 mm e cerca de 5 meses de seca. Se adapta bem a solos de média a alta fertilidade. Textura média ou arenosa são as mais adequadas. Apresenta média proteção ao solo, podendo ser indicada para áreas de relevo plano a ondulado. O cultivar Marandú tem boa tolerância ao sombreamento, ao fogo e a seca. Não tolera solos encharcados e é suscetível a geadas. Esta cultivar tem boa resposta a adubação e as consorciações podem ser feitas com Arachis pintoi, estilosantes e puerária. Esta cultivar possui alelopatia Em média, uma grama de sementes contem 145 sementes viáveis e a melhor profundidade de plantio está na faixa de 1,0 a 2,0 cm.

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AVEIA PRETA

Nome científico: Avena strigosa Fertilidade dos solo: Média e alta (bem drenado) Forma de crescimento: Ereto, Cespitoso Altura: 0,5 a 1,0m Utilização: Pastoreio direto, fenação, produção de grãos Digestibilidade: Muito boa Palatabilidade: Muito boa Precipitação pluviométrica: Acima de 700 mm anuais Tolerância a seca: Boa Tolerância ao frio: Alta Teor de Proteína na matéria seca: 13 a 15% Consorciação: Trevo, Ervilhaca, Azevém Profundidade de plantio: 2 a 4 cm Ciclo vegetativo: Anual (140 a 160 dias) Produção de forragem: 5 a 8 ton. ms/ha/ano 1) ORIGEM: Europa. 2) CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Gramínea cespitosa, com colmos cilíndricos, eretos e glabra ou pouco pilosa, e raiz fasciculada ou em cabeleira. Inflorescência em panícula com glumas aristadas, e o grão é uma cariopse indeiscente encoberto pela lema e páleas. 3) CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS: Apesar de ser conhecida como planta de clima frio, trabalhos de melhoramento têm criado cultivares adaptados a regiões mais quentes, como o Centro-Oeste do Brasil com suprimento adequado de água. Temperaturas baixas na fase inicial de desenvolvimento favorecem o perfilhamento. Vegeta bem em solo com pH de 5,0 a 7,0. A aveia não é muito exigente em relação a solos; entretanto, responde bem à adubação nitrogenada, fosfatada e potássica. Não tolera solos encharcados ou água estagnada. A aveia pode ser utilizada com a finalidade de cobertura do solo (viva ou morta), forragem ou produção de grãos. Os três principais tipos cultivados são a preta ( Avena strigosa ), a branca ( Avena sativa ) e a amarela ( Avena byzantina ). A aveia-preta, além de sua precocidade, rusticidade e resistência às principais enfermidades, produz uma elevada quantidade de massa verde. A sua produção de grãos é menor do que nas demais, servindo para sementes e/ou preparo de concentrados para animais. Quando manejada sob cortes, apresenta excelente produção de forragem no primeiro corte, baixando a produção nos seguintes. As aveias branca e amarela comportam-se inversamente, com bom rendimento no segundo e terceiro cortes. A aveia-preta é mais rústica, possui maior capacidade de perfilhamento, panícula mais aberta e semente menor, quando comparada à branca e à amarela. É bastante resistente à incidência de

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ferrugem e ao ataque de pulgões. Além disso, é mais resistente à seca e menos exigente em fertilidade sendo, portanto, mais indicada do que as outras duas para adubação verde. A aveia-preta pode ser cultivada solteira ou consorciada com azevém, ervilhaca, centeio, trevo, tremoço, etc. Além de melhoradora de solos, é empregada como regeneradora da sanidade diminuindo a população de patógenos, além de aumentar os rendimentos das culturas de verão. Por isso, é recomendada para rotação dentro do sistema de produção. É altamente eficiente na reciclagem de nutrientes. A época do plantio desta gramínea de inverno é a partir de março, podendo estender-se até maio em regiões mais quentes e em regiões mais frias pode ser semeada até junho. “A semeadura poderá ser realizada a lanço ou em linhas. Quando em linhas, recomenda-se utilizar um espaçamento de 20 cm, empregando-se em torno de 60 a 70 kg de sementes/ha. Quando for a lanço, será necessário 30 a 50% a mais de sementes. A profundidade é de 3 a 4 cm. O peso de 1.000 sementes é de 14 a 15 g” (Derpsch, 1.985). Quando o objetivo é a cobertura do solo ou a adubação verde, o manejo da fitomassa deve ser realizado na fase do grão leitoso. Isso ocorre entre 120 a 140 dias após a semeadura. Nessa fase normalmente não há grãos viáveis e ocorre o menor índice de rebrota após o manejo. Conforme o caso, a aveia pode ser incorporada (aração), cortada sobre o solo (rolo-faca) ou dessecada com herbicida com manejo posterior (aração, rolo-faca, roçadeira). Na produção de sementes é recomendável um espaçamento de 30 a 50 cm entre linhas, utilizando-se em torno de 40 a 50 kg de sementes/ha. Geralmente a colheita é efetuada mecanicamente, obtendo-se 500 a 1.000 kg/ha (aveia-preta) e 1.500 a 2.500 kg/ha (aveia-branca). O ciclo da cultura normalmente varia de 140 a 180 dias. 4) VANTAGENS:

Forrageira para os animais; Melhoria das características físicas e biológicas do solo; Diminuição da população de nematóides (gênero Meloidogyne); Efeito supressor e/ou alelopático a diversas invasoras; Efeito residual favorável aos rendimentos da soja e do feijão. A principal limitação relacionada com a adubação verde está na época de manejo que se não

for seguida rigorosamente, poderá ocorrer rebrota.

Capim Elefante Paraíso Forrageira perene, derivado do cruzamento do Capim Elefante (Pennisetum purpureum) com o Milheto (Pennisetum glaucum). Alto valor nutricional com boa palatabilidade. Plantio por semente !!! 1 - INTRODUÇÃO: O híbrido inter específico Capim Elefante Paraíso Matsuda é o resultado do cruzamento do milheto (Pennisetum glaucum (L)R.Br.) com o capim elefante (Pennisetum purpureum Schum), (Hanna et al., 1.984). Este cruzamento combinou a qualidade do milheto com o potencial de alta produção de matéria seca do capim elefante (cultivar cameroon). Portanto, o Capim Elefante Paraíso é um capim híbrido hexáploide, que se multiplica por sementes (multiplicação sexuada). A população original foi introduzida dos Estados Unidos e submetida a 3 ciclos de seleção pelo Departamento Técnico da Matsuda. Por ser originário de cruzamento inter específico e com alto nível de ploida (hexaplóide), observa-se variabilidade entre plantas (população híbrida). 2 - CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS:

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O Estabelecimento desta forrageira é por sementes (polinização cruzada), sendo as panículas semelhantes às do milheto. O ciclo vegetativo é perene, desde que não ocorram cortes baixos e freqüentes (até 35 dias de intervalo, Quadro 1). Existe uma concentração de produção de forragem durante o período chuvoso. O hábito de crescimento é ereto, com touceiras vigorosas, e elevado número de perfilhos. Recomenda-se a utilização desta cultivar para: Corte, para fornecimento de material triturado no cocho. Produção de silagem. O material tem demonstrado potencial para utilização em pastejo direto, porém os resultados de curto prazo são insuficientes para permitir uma generalização desta recomendação. Hanna(1.984), verificou que a população que deu origem a este genótipo sobreviveu a temperaturas negativas (-18ºC). Em diversos experimentos realizados, houve morte de apenas 5% das plantas. Cerca de 33% das plantas não perderam folhas nesta situação e outros 32% perderam em torno de 50% das folhas. 3 - PRODUÇÃO DE FORRAGEM E VALOR NUTRITIVO

Vilela et al. (1.998) estudaram três intervalos de cortes: 35, 70 e 105 dias mensurando a produção de Matéria Seca do Capim Elefante Paraíso Matsuda. Verificaram que o intervalo de corte de 70 dias foi o que proporcionou maior produção de matéria seca em quatro cortes a partir da idade de 140 dias não é recomendado, pois diminui a produção de matéria seca. Também com 35 dias, a planta não suporta cortes constantes ocasionando a morte .CARACTERÍSTICAS GERAIS ciclo vegetativo: perene Propagação: Por sementes forma de crescimento: touceiras Altura: 3,0 a 3,5 metros Uso: Corte e silagem Digestibilidade: 45 a 60% Palatabilidade: Excelente com o colmo macio Precipitação pluviométrica: Acima de 800mm Produção de forragem: ate 50 ton. MS/ha/ano Teor de proteína bruta na matéria seca: 8 a 18% Tolerância a seca: Média tolerância ao frio: Alta pragas: Medianamente tolerante as cigarrinhas. RECOMENDAÇÕES: Solo: Drenado e de boa fertilidade Época de plantio: Período chuvoso Profundidade: 1 a 2 cm Adubação: De acordo com a análise de solo Altura de corte: 15 a 20 cm do solo Primeiro corte: Após 140 dias de germinado QUADRO 1

Produção de Matéria Seca a intervalos de cortes de 35,70 e 105 após o 1º corte

Intervalo de corte (dias) Nº de cortes Produção Mat. Seca(kg/ha)

35 9 21.150

70 4 38.470

105 3 31.600

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Vilela et a. (1.998) estudaram também o Valor Nutritivo do Capim Elefante Paraíso Matsuda com intervalos de 35, 70 e 105 dias. QUADRO 2 - Valor Nutritivo (Proteína bruta e Nutrientes Digestíveis Totais da Matéria Seca) da planta

Número de cortes e Valor Nutritivo

1º corte 2º corte 3º corte

Época de cortes (dias) PB% NDT% PB% NDT% PB% NDT%

35 dias 16,4 53,4 16,9 48,0 8,7 46,0

70 dias 15,5 50,8 11,3 53,7 10,3 49,8

105 dias 8,9 47,2 8,2 45,2 8,0 46,2

NDT - Calculado a partir de F.D.A. Altura do corte - em torno de 15cm do solo (vide caneta) Dezembro 1997 Fazenda Experimental Prof. Hélio Barbosa - UFMG - Igarapé - MG.

Vista geral do experimento - Plantas com 140 dias de idade. Fevereiro 1998. Fazenda Experimental Prof. Hélio Barbosa - UFMG - Igarapé - MG.

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TANZÂNIA I Origem: EMBRAPA CNPGC - Campo Grande – MS Nome científico: Panicum maximum Fertilidade do solo: Alta Forma de crescimento: Cespitoso Altura: 1,60m Utilização: Pastoreiro, fenação e silagem Digestibilidade: Excelente

Palatabilidade: Excelente Precipitação pluviométrica: Acima de 800 mm anuais Tolerância a seca: Média Tolerância ao frio: Média a alta Teor de Proteína na matéria seca: 12 a 16% Consorciação: Todas as leguminosas Profundidade do plantio: 0,5 a 1 cm Ciclo vegetativo: Perene Produção de forragem: 20 a 26 ton. ms/ha/ano 1) ORIGEM:

É originário da África, foi coletada na Tanzânia e no Brasil foi introduzida pela EMBRAPA - Centro Nacional de Gado de Corte (CNGC), em 1.990. 2) CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Trata-se de uma planta cespitosa (touceiras), com cerca de 1,30 a 1,50 m de altura e folhas decumbentes com 2,60 cm de largura. Os colmos são levemente arroxeados, as lâminas e bainhas não possuem pilosidade ou cerosidade. As inflorescências contêm espiguetas arroxeadas, sem pilosidade. 3) CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS:

Esta cultivar apresenta florescimento mais concentrado do que o Colonião comum, ou seja a maior parte das inflorescências emergem em 15 dias. As maiores produções de sementes desta cultivar são obtidas em áreas vedadas ao pastejo em outubro e que, nesta mesma ocasião, são submetidas a corte de uniformização a 25 cm de altura do solo e a uma adubação nitrogenada na base de 30 a 100 kg de N/ha, tendo como produção de 150 kg/ha de sementes puras colhidas manualmente e 230 kg/ha de sementes puras quando usa-se colheitadeira automotriz. A Tanzânia é uma planta exigente em fósforo (P) e potássio (K), principalmente na fase de implantação, sendo que deve ser mantida em solo fértil. Em experimento de três anos de pastejo, ela foi superior às cv. Tobiatã e Colonião, tanto em ganho por animal quanto em ganho por área. O ganho diário por cabeça foi, em média, 720 g nas águas e 240 g na seca.

Variedades Taxas de lotação com novilhos de 250 kg de peso vivo

Médias anuais de ganhos em peso g/cab/dia

Ganhos /ha/ano

Tanzânia 2,3 520 446

Tobiatã 2,5 450 414

Colonião 2,1 420 324

Solo LVE - distrófico, fase cerradão e textura argilosa, com uma adubação mínima no estabelecimento. Em área corrigida e adubada, tem mostrado boa aceitabilidade pelos bezerros, com ganhos de peso superiores aos obtidos na Brachiaria brizantha cv. Marandú.

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Recomenda-se 1,8 kg/ha de sementes puras e viáveis, semeadas a uma profundidade de 1,0 a 2,0 cm. Em uma grama de sementes puras encontra-se, em média, 963 sementes. O Tanzânia produziu 60% mais que o Colonião e 15% menos que o Tobiatã em parcelas sob cortes manuais. Na seca, produziu 10,5% do total anual, apresentou 80% de folhas durante o ano, e produziu 26 t/ha/ano de matéria seca foliar, resultados esses semelhantes ao Tobiatã, mas muito superiores ao Colonião. Os teores de proteína bruta nas folhas e colmos foram de 16,2 e 9,8% respectivamente, semelhantes ao Colonião e Tobiatã e sem grandes variações ao longo do ano. As touceiras da cultivar Tanzânia são pastejadas por igual, devido ao porte médio e pequena lenhosidade dos colmos, o que não ocorre com o Colonião ou Tobiatã, que apresentam rejeição de consumo após o florescimento. Em relação a pragas e doenças, o Tanzânia apresenta maior resistência às cigarrinha-das-pastagens, quando comparado ao Colonião e Tobiatã. Além disto, os resultados, até então obtidos, demonstram sua baixa suscetibilidade às principais doenças. MG 5 VITÓRIA produz mais forragem, tem boa resistência às secas, rápida rebrota após o pastoreio, tolera melhor os solos mal drenados, e alta produção de carne. Características que foram intensamente aprovada a campo. CARACTERÍSTICAS Origem: Burundí/Africa – CIAT Nome cientifico: Brachiaria Brizanta. Tipo de Solo: Solos de média a boa fertilidade. Forma de crescimento: Touceira decumbente. Altura: 1,60m (em regime de crescimento livre). Cigarrinha-das-pastagens: Tolerante. Utilização: Pastoreio direto e fenação. Digestibilidade: Excelente. Palatabilidade: Excelente. Precipitação pluviométrica: 800 a 3.000 mm/ano. Tolerância a seca: Muito boa, mantém folhas verdes por mais tempo. Tolerância a solos mal drenados: Muito boa. Proteína bruta na MS: 8,7 a 13,5%. Consorciação: Arachis, calopogônio, stilosanthes, puerária, soja perene e etc.... Profundidade de plantio: 1 a 3 cm. Ciclo vegetativo: Perene. Resultados bromatológicos, na matéria seca da cultivar MG 5 Vitória:

Proteína Bruta (%) Digestibilidade(%)

13 62,3

Na fazenda MG, em Mirante do Paranapanema/SP, foram realizadas as análises desta cultivar com animais de engorda, durante o período chuvoso e seco, conseguindo os seguintes resultados:

Águas Secas*

760 g/dia 240 g/dia

*Obs: No período seco foi suplementado com o produto proteinado de nome comercial "WINTER FÓS". COMPARAÇÕES

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Características MG 5 Vitória Marandú MG-4

Tolerância à seca Muito boa Boa Boa

Tolerância à umidade Muito boa Péssima Regular

Tolerância a doenças* Muito boa Péssima Regular

Resistência a cigarrinha Tolerante* Resistente Média

Rebrota após pastoreio Muito rápida Lenta Rápida

Qualidade de forragem Boa Boa Boa

Estabelecimento por sementes Muito fácil Fácil Fácil

Exigências em solos Média/Alta Média/Alta Média/Alta

* Nos ensaios conduzidos até o momento não se observou danos significativos nesta cultivar.

TIFTON Hibridos excelentes em quantidade e qualidade, exigentes em fertilidade do solo e propagação por mudas. Destacam-se dois tipos de tifton: Tifton 85: possui rizoma, há rebrotes mais rápidos, tem pilosidade menos intensa, seus estolões possuem cor verde claro, mais resistente ao frio, produz 15 ton/há/ano de matéria seca, o teor de proteína é em torno de 18-20%. Tifton 68: Não possui rizoma tem desenvolvimento mais inferior que a 85, seus estolões tem cor

mais arroxeada é menos resistente ao frio. Adubação: segue as recomendações acima. Consorciações: trevos, cornichão, e outras leguminosas.

LEGUMINOSAS ALFAFA Nome científico: Medicago sativa Fertilidade do solo: Alta Forma de crescimento: Herbáceo Altura: 35 a 70 cm Utilização: Pastoreio, feno Digestibilidade: Excelente Palatabilidade: Excelente Precipitação pluviométrica: Acima de 800 mm anuais Tolerância a seca: Média Tolerância ao frio: Alta Teor de Proteína na matéria seca: 15 a 20% Profundidade de plantio: 0,5 a 1 cm Ciclo vegetativo: Perene Produção de forragem: 14 a 24 ton. ms/ha/ano Fixação de Nitrogênio: 127 a 333 Kg/ha/ano CALOPOGÔNIO

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Nome científico: Calopogônio mucunoides Fertilidade do solo: Baixa, média e alta Forma de crescimento: Rasteiro e trepador Utilização: Pastoreiro, feno e adubo verde Digestibilidade: Muito boa Palatabilidade: Baixa quando novo e boa quando seco Precipitação pluviométrica: Acima de 900 mm anuais Tolerância a seca: Alta Tolerância ao frio: Baixa Teor de Proteína na matéria seca: 16% a 20% Consorciação: Todas a gramíneas forrageiras Profundidade do plantio: 1 a 2 cm Ciclo vegetativo: Perene Produção de forragem: 4 a 5 ton. ms/ha/ano Fixação de Nitrogênio: 70 a 200 kg/ha/ano 1) ORIGEM: Nativo da América do Sul Tropical, largamente distribuído nos trópicos. 2) CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Leguminosa vigorosa, de hábito indeterminado e trepador; caules rasteiros, bastante longos, suculentos, mais ou menos cerdosos, com pêlos marrons divergentes; ramos extensos, volúveis; estípulas largo-lanceoladas, acuminadas membranáceas, estriadas, pilosas, com 22 a 44 mm de comprimento, pecíolo comum. Folhas trifolioladas, com folíolos pilosos na superfície superior e inferior. Estípulas pequenas e triangulares. Flores pequenas saindo dos racemos axilares (4 a 12) em pedúnculos pilosos. As bractéolas formam um tubo campanulado localizado abaixo do cálice, piloso e com corola azul, compondo flores de racemos axilares. Vagens lineares pilosas com 2,5 a 4 cm de comprimento, com 4 a 8 sementes comprimidas de cor marrom-escura. 3) CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS:

Leguminosa de clima tropical úmido e quente, que quando submetida a uma estação seca longa e severa, poderá morrer a cada ano, tornando-se uma planta anual. Quando não há estação seca severa, o calopogônio é perene. Não tolera geadas nem sombreamento. Suporta locais encharcados. Adapta-se bem em solos de textura argilosa e arenosa, sendo menos exigente em fertilidade do que a maioria das leguminosas. Desenvolve-se em solos com pH de 4,5 a 5,0. É recomendável a escarificação e a inoculação com Rhizobium específico dentro do grupo cowpea. É recomendável como adubo verde ou forrageira, podendo ser consorciado com Panicum, Setaria, Brachiaria e Melinis. Tem crescimento inicial lento; entretanto, após uns 5 meses de emergência forma uma densa camada vegetal de 30 a 60 cm de altura.

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ÉPOCA DE PLANTIO: Nas regiões em que ocorrem geadas a partir de abril/maio, é recomendável que o plantio seja feito de setembro até novembro. Onde não há geadas, poderá se estender até março. O cultivo pode ser solteiro ou consorciado com milho e outras gramíneas (arroz, Panicum, Setaria, etc.), ou ainda intercalado em culturas perenes como, por exemplo, Citrus. A semeadura poderá ser a lanço, em linhas ou em covas. Em linhas, recomenda-se um espaçamento de 40 a 50 cm com 40 sementes/metro linear (10 kg/ha de sementes) e consorciada de 4 a 6 kg/ha. O peso de 1.000 sementes é de 12 g.

PRAGAS E DOENÇAS:

O calopogônio normalmente não tem apresentado qualquer problema com pragas e/ou doenças.

MANEJO: Quando para a adubação verde, deverá ser feito com 50% de inflorescência, através da aração ou de herbicida. Apresenta boa capacidade de competir com invasoras, muito embora tenha um crescimento inicial lento. Após o florescimento, as plantas têm apresentado normalmente maior palatabilidade para os animais, sendo que pode iniciar aos 120 dias com pastoreio leve e depois manter no mínimo com 20 cm de altura.

DORMÊNCIA:

Pela existência de elevado percentual de sementes duras, é recomendável proceder-se a quebra da dureza. Pode-se fazer isso através da escarificação das sementes com areia, ou através da imersão em água quente (80º C) por dez minutos ou em H2SO4 por 3 minutos.

PRODUÇÃO DE SEMENTES: Recomenda-se deixar o calopogônio vegetar até que as vagens fiquem marrons, precedendo-se então a colheita com automotriz. Em áreas não extensas, a colheita poderá ser efetuada através do corte com enxada, foice ou gadanho, trilhado ou batido com “mangual” ou haste de madeira. Floresce em maio e tem a maturação das sementes em junho.A produção de sementes é em média de 200 kg/ha.

CICLO COMPLETO: 8 meses ou mais

CROTALÁRIA Nome científico: Crotalaria juncea Fertilidade do solo: Média e alta (solos bem drenados)

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Forma de crescimento: Sub-arbustivo e ereto Altura: 2,0 a 3,0 m Utilização: Adubação verde, prod. de fibras e controle de nematóides Precipitação pluviométrica: Acima de 800 mm anuais Tolerância a seca: Alta Tolerância ao frio: Média Profundidade do plantio: 2 a 3 cm Ciclo vegetativo: Anual (210 a 240 dias) Produção de fibra: 2,5 t/há Fixação de Nitrogênio: 150 a 165 kg/ha/ano 1) ORIGEM:

Originária da Índia tropical (explorada como planta têxtil). 2) CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

Leguminosa subarbustiva, de porte alto (2,0 a 3,0 m), pubescente de caule ereto, semilenhoso, ramificado na parte superior, com talos estriados. Folhas unifolioladas (simples), com pecíolo quase nulo, sésseis, elípticas, lanceoladas e mucronadas; nervura principal fortemente pronunciada. Flores de 2 a 3 cm de comprimento (15 a 50 por inflorescência). Vagens longas, densamente pubescentes, com 10 a 20 grãos de coloração verde-acinzentado, reniformes, de face lisa. 3) CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS: É uma leguminosa anual, de crescimento inicial rápido, com efeito alelopático e/ou supressor de invasoras bastante expressivo. Planta de clima tropical e subtropical, não resistindo a geadas. Tem apresentado bom comportamento nos solos argilosos e arenosos.

ÉPOCA DE PLANTIO: De setembro até dezembro nas regiões onde ocorrem geadas a partir de abril/maio; em locais onde não ocorrem geadas, pode ser semeada até março/abril.

SEMEADURA: Pode ser cultivada solteira, consorciada com milho, mandioca, etc, ou intercalada ao cafeeiro e outras culturas perenes. Semeia-se a lanço, em linhas ou, em alguns casos, com matraca (registro todo fechado). Quando em linhas, recomenda-se um espaçamento de 25 cm, com 20 sementes por metro linear (40 kg/ha de sementes). O peso de 1.000 sementes é de 50 gramas.

PRAGAS E DOENÇAS: Em algumas situações apresenta problemas com a lagarta Utetheisa ornatrix, que ataca as inflorescências e as vagens, e alguns casos de Fusarium sp. que causa a murcha e o tombamento das plantas. Para os problemas com Fusarium recomenda-se a rotação de cultivos ou a utilização de variedades resistentes. No estado de São Paulo é empregada principalmente nas áreas canavieiras com problemas de nematóides obtendo-se bastante êxito na diminuição das populações desses organismos do solo.

MANEJO:

Deverá ser feito na fase de plena floração (110 a 140 dias), com rolo-faca, incorporação através da aração, roçadeira, ou corte com enxada ou gadanho.

PRODUÇÃO DE SEMENTES: Recomenda-se o plantio de 15 a 20 sementes por metro linear, com um espaçamento de 40 a 50 cm entre linhas (20 a 30 kg/ha de sementes). A colheita poderá ser feita manualmente ou através de colheitadeira, quando mais de 70% das vagens estiverem secas.

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CICLO DA CULTURA:

Varia de 210 a 240 dias. 4) VANTAGENS: Crescimento relativamente rápido e um importante efeito supressor e/ou alelopático às invasoras. Tem produzido elevada fitomassa, adaptando-se bem em diferentes regiões. Por seu rápido desenvolvimento é um cultivo de notável valor para cobertura do solo e adubação verde. Nos EUA tem sido empregada para silagem. Quando cultivada por muito tempo no mesmo local, intensificam-se os problemas fitossanitários (especialmente com Fusarium spp). Às vezes, ventos fortes poderão causar o tombamento das plantas.

GUANDU

Nome científico: Cajanus cajan Fertilidade do solo: Baixa, média e alta Forma de crescimento: Arbustivo Altura: 2 a 3m Utilização: Pastoreio, banco de proteína e adubo verde Digestibilidade: Muito boa Palatabilidade: Boa Precipitação pluviométrica: Acima de 700 mm anuais Tolerância a seca: Alta Tolerância ao frio: Média Teor de Proteína na matéria seca: 15%

Consorciação: Em pastagem rotacionado Profundidade de plantio: 2 a 4 cm Ciclo vegetativo: Anual, bianual ou semi-perene (depende do manejo) Produção de forragem: 8 a 14 ton. ms/ha/ano Fixação de Nitrogênio: 40 a 100 Kg N/ha/ano 1) ORIGEM:

Da África Tropical Ocidental e cultivado na Índia desde a antigüidade. 2) CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

Leguminosa arbustiva com folhas alternadas trifolioladas; folíolos largos e ovais (oblonco-elípticos), folíolo terminal peciolado, enquanto que os laterais são sésseis; pubescência acentuada em todos os folíolos, de coloração verde-escura (da parte posterior) e acinzentadas (parte anterior); inflorescências em racemos menores que as folhas, formando panículas sobre pedúnculos erguidos; flores amarelas ou amarelas com estrias castanhas e com várias sementes (4 a 7). Sementes de coloração variável: marrom (claro, escuro), acinzentada, às vezes com pintas avermelhadas, creme, roxa. Facilidade de polinização cruzada. 3) CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS:

Planta anual, bianual ou semiperene, atingindo de dois a três anos quando podada anualmente, que cresce bem em solos tropicais e subtropicais, com bastante resistência à seca. Temperaturas médias mais favoráveis entre 20 e 30º C. Requer ao menos 500 mm anuais de precipitação. Algumas variedades têm apresentado certa resistência ao frio, embora não suportem geadas fortes. É planta de dias longos (fotoperíodo longo). Tem apresentado bom desenvolvimento em solos arenosos e argilosos. Não tolera umidade excessiva nas raízes. É pouco exigente quanto à fertilidade, desenvolvendo-se em solos com pH de 5,0 a 6,0. Condições de elevada fertilidade repercutem em altas produções de

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fitomassa. É planta rústica que pode ser utilizada como adubação verde, produtora de grãos ou forrageira rica em proteínas para a alimentação animal.

ÉPOCA DE PLANTIO: A partir de setembro até dezembro nos locais onde ocorrem geadas em abril/maio; e locais onde não ocorrem geadas pode ser plantado até o mês de março. Em condições de baixa temperatura(-3º C) perde as folhas e em condições mais extremas pode morrer. O plantio poderá ser exclusivo ou consorciado com milho, mandioca, etc. ou ainda, intercalado às frutíferas (Citrus, macieira, etc.) e a outras culturas perenes.

SEMEADURA:

Quando em linha e sozinho, normalmente recomenda-se um espaçamento de 40 a 60 cm, com 15 a 20 sementes por metro linear, o que representa 50 a 70 kg de sementes/ha e consorciado usar espaçamento de 0,7 a 1,5 m entre linhas, com 10 a 18 sementes/m com 20-50 kg/ha. Quando a lanço, a quantidade de sementes poderá ser um pouco maior. No plantio com matraca, recomenda-se 2 a 3 sementes por cova, espaçadas em 20 cm uma da outra, com 25 kg/ha. Para consorciar com forrageira colocar 1,5 m entre linhas e 0,5 m entre plantas e 2-3 sementes por cova. O peso das sementes é de 134 gramas.

PRAGAS E DOENÇAS: Há possibilidades do ataque da lagarta das folhas e flores (Heliothis virescens) e das vagens (Acanthoscelides obtectus); em termos de doenças, algumas plantas poderão sofrer ataques de Fusarium sp.

MANEJO:

Deverá ser feito conforme a finalidade a que se propõe: Para adubação verde, as plantas deverão ser manejadas no florescimento (140 a 180 dias)

com roçadeira, rolo-faca ou incorporação pela aração; Para alimentação animal, segundo Seiffert e Salerno (1.986), os trabalhos experimentais de

manejo para corte grande têm indicado que as melhores produções de forragem são obtidas quando a planta é colhida a cada 30 dias e o corte efetuado de 40 a 60 cm acima do solo (altura do joelho). Esse processo garante que ocorra abundante rebrota após cada colheita de forragem.

Caso sejam plantados cultivares de guandú de porte alto (2,0 a 3,5 m) entre as fruteiras, em função da competição por luz, recomenda-se que, ao atingirem 1,0 a 1,2 m, se faça um corte de 15 a 20 cm na extremidade superior. Repete-se essa operação por 3 a 4 vezes e, após o último corte, a massa vegetal deverá, preferencialmente, ser deixada na superfície como cobertura morta.

PRODUÇÃO DE SEMENTES:

Deve-se utilizar um espaçamento de 0,6 a 1,5 m entre linhas com 10 a 15 sementes por metro linear. Plantando-se preferencialmente em janeiro, há uma tendência do lenho ficar mais fino facilitando a colheita mecânica. A maturação do guandú normalmente não é uniforme. Pode ser colhido através de automotriz (plantas de caules não muito grossos). Os cultivares de porte anão poderão ser colhidos mecanicamente sem qualquer problema. A colheita das vagens poderá, em algumas situações, ser manual. Posteriormente são secas em terreiros e trilhadas ou beneficiadas através da golpes de “mangual” ou haste de madeira, ou do movimento de vaivém de trator de pneu sobre as vagens. Produz em torno de 1.000 a 2.000 kg de semente/ha e pode ser armazenadas em condições ambientes por mais ou menos 1,0 a 1,5 ano.

CICLO DA CULTURA:

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Varia de acordo com a espécie e a latitude onde é cultivado. 4) VANTAGENS: O guandú é uma planta com capacidade de fixar elevada quantidade de nitrogênio e produzir uma fitomassa bastante satisfatória. Pode ser empregado:

Como adubação verde; Em rotação e associação de cultivos; Em consorciação com gramíneas anuais; Em cultivo intercalar a culturas perenes (café, frutíferas); Como banco de proteína; Na alimentação animal (pastejo direto, corte da planta verde, produção de silagem, produção

de feno); Na produção de grãos (alimentação animal e alimentação humana).

É uma planta que apresenta sistema radicular com grande capacidade de reciclar nutrientes no solo. Sua raiz pivotante, bastante agressiva, penetra em solos compactos e adensados. A sua forragem, bastante apreciada pelos animais, apresenta, na fase de florescimento, teores que variam de 10 a 16% de proteína bruta. As variedades de porte anão possuem caule tenro, razoável uniformidade de maturação e boa adaptabilidade, além das facilidades para a colheita mecanizada. O manejo do guandu-anão para adubação verde deve ser entre 90 a 100 dias. O ciclo completo é de aproximadamente 140 dias.

LEUCENA

Nome científico: Leucaena leucocephala Fertilidade do solo: Média e alta (solos bem drenados) Forma de crescimento: Arbóreo-arbustivo Altura: 2,0 a 8,0 m Utilização: Pastoreiro, silagem e adubação verde Restrição: Pode ser tóxico para monogástricos (minosina) Digestibilidade: Boa Palatabilidade: Excelente Precipitação pluviométrica: Acima de 700 mm anuais Tolerância a seca: Alta (possui sistema radicular profundo)

Tolerância ao frio: Baixa Teor de Proteína na matéria seca: 20% a 24% Profundidade do plantio: 1 a 3 cm Ciclo vegetativo: Perene Produção de forragem:15 a 20 ton. ms/ha/ano Fixação de Nitrogênio: 250 a 400 kg/ha/ano 1) ORIGEM:

América Central - nativa da Península de Yucatã, no México, espalhando-se ao redor do Golfo do México e ilhas do Sul do Caribe. 2) CARATERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Leguminosa de arbustiva a arbórea, com folhas bipinadas, com 15 a 25 cm de comprimento, ráquis pubescentes, 4 a 8 pares de pinas de 5 a 10 cm de comprimento, 10 a 15 pares de folíolos oblongo-lineares, agudos e inequiláteros, estípulas triangulares, glabras; flores brancas agrupadas em uma cabeça globular, solitária, axilar, longo-pedicelada; vagens finas, achatadas, acuminadas, com 15 a 25 sementes. As sementes são elípticas, comprimidas, de

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coloração marrom brilhante; sistema radicular profundo e bem desenvolvido, com elevada capacidade de fixação de nitrogênio. 3) CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS:

Leguminosa perene de clima tropical e subtropical, crescendo bem em regiões úmidas, embora desenvolvam-se também em locais secos. Suporta geadas leves. Desenvolve-se em altitudes de 150 m, nas regiões chuvosas, até 300 m, no locais mais secos, chegando até 1.500 m. A precipitação poderá variar de 700 a 4.000 mm/ano. É sensível à temperatura, preferindo locais quentes. Em regiões que ocorrem geadas severas, as plantas poderão queimar, apesar de ter grande capacidade de rebrota. Normalmente, em condições favoráveis, tem desenvolvimento vegetativo em todo o transcorrer do ano (diminuindo o crescimento no outono/inverno). A leucena contém um aminoácido de propriedades fenólicas, a mimosina, cuja concentração varia de 2 a 5% (na matéria seca) em coleção mundial de linhagem. Na Austrália, para evitar a ocorrência de queda de pêlos nos bovinos, recomenda-se o uso de iodeto de potássio ou inoculação de bactéria específica que degrada a mimosina no rúmen. Por isso, é recomendável controlar a quantidade de leucena a ser administrado aos animais. Adapta-se aos diferentes tipos de solos, não tolerando encharcamento e áreas com elevados teores de alumínio trocável. Tolera a acidez, mas exige Ca e Mg como nutrientes em doses altas, crescendo bem em condições de baixa fertilidade.

ÉPOCA DE PLANTIO:

É recomendado de setembro até dezembro. Poderá ser feito manual ou mecanicamente (sementes), ou por mudas (covas). Utiliza-se um espaçamento de 1,5 m entre linhas e 18 a 20 sementes/metro linear, com um consumo de 8 kg/ha de sementes. O peso de 1.000 sementes é de 42 a 50 g. Quando o objetivo é a formação de pastagens, utiliza-se espaçamento de 2 a 5 m, plantando-se uma gramínea no intervalo. Pode-se optar por filas duplas de leucena (1 m entre linhas), espaçadas de 2 a 5 m entre cada fila dupla. Pode-se adotar o mesmo espaçamento para adubação verde, efetuando-se o corte e esparramando-se a cobertura morta na superfície do solo. Pode ser utilizada ainda como lenha, cabo de ferramentas, etc.

DORMÊNCIA: É recomendável que as sementes de leucena sejam previamente tratadas com água quente (60 a 80º C por 15 a 30 minutos) para quebra de dormência. Após isso, deve-se efetuar a inoculação com rizóbio específico, utilizando cerca de 5 g de inoculante/kg de sementes. Pode-se efetuar a peletização das sementes com calcário (125 g/kg de leucena).

MANEJO: A leucena é de crescimento inicial lento, devendo ficar livre de competição com invasoras até atingir um bom desenvolvimento. O manejo dependerá do que se pretende fazer com a leucena. Normalmente após o quinto mês de crescimento (1,5 m de altura), pode ser feita a 1ª poda (pastejo direto ou corte para ensilagem ou para adubação verde). Quanto ao pastejo direto, deve-se tomar precaução no sentido de que a leucena não exceda a 20% da dieta alimentar dos animais. Deve-se observar intervalos para rebrota das plantas, do contrário poderão sofrer sérios danos. Quando cortada, deve-se observar uma altura de 5 cm acima do solo (1º corte). O segundo corte, 5 cm acima do primeiro (ramos com 6 a 8 mm de diâmetro), e os demais sempre 5 cm acima do anterior. Os cortes deverão ser estabilizados a 50 cm do solo; quando isso ocorrer, os ramos que crescerem abaixo deste ponto não deverão ser cortados, para que não seja prejudicada a rebrota, A forma de utilização na alimentação animal poderá ser:

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Pura: cortada e distribuída no campo, sem desintegrar (2,5 kg/100 kg de peso vivo); Desintegrada: mistura com cana ou napier (2,5 kg/100 kg de peso vivo); Farinha: desintegrada, desidratada em terreiros (13% de umidade), acondicionada em

recipientes herméticos (sacos plásticos, etc.). Posteriormente pode ser servida no cocho em mistura com cana, napier, etc.

Silagem: cortada de manhã, ensilada à tarde com milho, sorgo ou outra gramínea na proporção de até 30% da mistura. Quando para adubação verde, ramos com as folhas (cobertura morta) deverão ser deixados na superfície do solo para posterior plantio da cultura principal (milho, feijão), em plantio direto (matraca); ou incorporados pela aração para posterior plantio convencional. Neste último caso principalmente, a leucena é plantada em filas duplas, sendo cortada e jogada nos intervalos para posterior incorporação. É bastante promissora quando intercalada ao cafeeiro, melhorando a fertilidade do solo, funcionando como quebra-vento e sombreando as plantas de café. Normalmente não tem apresentado problemas que comprometam o seu desenvolvimento.

PRODUÇÃO DE SEMENTE: É bastante eficiente, chegando a render de 300 a 800 kg/ha (viabilidade de 2 a 3 anos). Há variedades que produzem sementes em julho - agosto, enquanto outras produzem o ano todo. 4) VANTAGENS E LIMITAÇÕES: É uma leguminosa bastante rústica, altamente produtiva, com boa capacidade de rebrota, elevada fixação de nitrogênio (400 a 1.000 kg/ha/ano) que poderá ser aproveitado pelo café, pelo milho e outras culturas. Além do emprego como adubo verde, produz forragem de elevado valor protéico (20 a 34%), chegando a produzir mais de 100 ton./ha/ano de massa verde. Possui um sistema radicular bastante profundo que além de absorver água nas camadas mais inferiores, promove a reciclagem dos nutrientes, que de outra forma não seriam aproveitados pelas culturas anuais. A leucena é uma planta tolerante à seca, altamente nutritiva, com elevado teor de caroteno (precursor da vitamina A), eficiente na alimentação de aves, coelhos, ovinos e bovinos.

MUCUNA

Nome científico: Mucuna Atrrima Fertilidade do solo: Baixa e média (Bem drenados) Forma de crescimento: Rasteiro e trepador Utilização: Adubação verde, controle de erosão e nematóide Precipitação pluviométrica: Acima de 700 mm anuais Tolerância a seca: Alta Tolerância ao frio: Média Teor de Proteína na matéria seca: 18% Profundiade de plantio: 3 a 4 cm Ciclo vegetativo: Anual (210 a 250 dias)

Produção de forragem: 6 a 10 ton. ms/ha/ano Fixação de Nitrogênio: 120 a 160 kg/ha/ano 1) ORIGEM: Sudeste da Ásia, sendo difundida na maioria dos países tropicais. 2) CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Leguminosa robusta, de crescimento rasteiro e indeterminado, ramos trepadores, folhas trifolioladas, de folíolos grandes e membranosos; inflorescência em racemos axilares,

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compostos por muitas flores grandes e brácteas caducas; cálice com 4 lóbulos, campanulado, corola violácea ou branca, estames diadelfos; vagem alargada, com 3 a 6 sementes que são globosas ou elípticas e comprimidas, exalbuminadas, duras, de coloração preta, com hilo branco, deiscentes após a completa maturação. 3) CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS:

É uma planta anual resistente à seca, à sombra, às temperaturas elevadas e ligeiramente resistente ao encharcamento. De clima tropical e subtropical, é bastante rústica, desenvolvendo-se bem em solos ácidos e pobres em fertilidade.

ÉPOCA DE PLANTIO: É recomendável a partir de setembro, podendo estender-se até início de janeiro nos locais onde ocorrem geadas a partir de abril/maio; em locais onde não ocorrem geadas, o plantio pode ser feito até março. Pode ser solteiro ou consorciado com milho (principalmente), mandioca, café e outras culturas perenes. Quando intercalada às culturas perenes, deve-se proceder ao manejo dos ramos, para que não se agarrem nem subam nas plantas, prejudicando o seu desenvolvimento.

SEMEADURA: Poderá ser efetuada a lanço, em linhas ou em covas (matraca). Em linhas, normalmente recomenda-se um espaçamento de 50 cm, com 6 a 8 sementes por metro linear (60 a 80 kg/ha de sementes). A lanço, o gasto com sementes poderá ser mais ou menos 20% superior ao do plantio em linhas. Quando utiliza-se matraca, é recomendado um espaçamento de 40 cm entre covas (2 a 3 sementes por cova). O peso de 1.000 sementes varia de 503 a 680 g.

PRAGAS E DOENÇAS:

A mucuna-preta tem demostrado ser susceptível à cescosporiose e a algumas viroses, não apresentando problemas com ataque de pragas.

MANEJO:

Deverá ser efetuado no florescimento - enchimento das vagens (140 a 170 dias), com rolo-faca, incorporação pela aração ou por herbicidas. Caso a fitomassa seja excessiva, recomenda-se uma passada de roçadeira, e 2 a 3 dias após, a incorporação através de aração.

PRODUÇÃO DE SEMENTES: Recomenda-se o plantio de 3 a 4 sementes por metro linear, com um espaçamento de 1 m entre linhas (15 a 20 kg/ha de sementes). Deve-se preferencialmente proceder o tutoramento (plantas de milho, hastes de madeira, etc.), para uma produção de sementes com maior quantidade e de melhor qualidade, em função da maior aeração e insolação das inflorescências. Deve-se efetuar a colheita manualmente quando as vagens estiverem secas, levando-as para completar a secagem em terreiro ladrilhado para posterior beneficiamento (trilhadeira ou “mangual”). Pode-se obter em torno de 2.000 kg/ha de sementes.

CICLO DA CULTURA:

O ciclo completo da cultura é de 210 a 260 dias. 4) VANTAGENS:

É uma planta utilizada como adubação verde, podendo ainda, em algumas situações, ser empregada como forragem ou seus grãos aproveitados como suplemento protéico para animais. Uma das limitações da mucuna-preta é a suscetibilidade que possui em relação à cescosporiose e às viroses. Atua no impedimento da multiplicação das populações de nematóides.

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SOJA PERENE Nome científico: Neonotonia wightii Fertilidade do solo: Alta Forma de crescimento: Rasteiro e trepador Altura: 40 a 60 cm Utilização: Adubação verde, fenação e pastoreio Palatabilidade: Ótima Precipitação pluviométrica: Acima de 700 mm anuais Tolerância a seca: Média Tolerância ao frio: Boa Teor de Proteína na matéria seca: 11% a 20% Consorciação: Todas as gramineas forrageiras

Profundidade do plantio: 1 a 2 cm Ciclo vegetativo: Perene Produção de forragem: 6 a 10 ton. ms/ha/ano Fixação de Nitrogênio: 180 a 200 kg/ha/ano 1) ORIGEM:

Ásia e alguns países africanos. 2) CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

Leguminosa prostrada, herbácea, trepadora, estolonífera (enraíza nos nós ao longo dos caules em contato com o solo). Raiz pivotante bem desenvolvida; hastes pilosas, de coloração verde-escura; folhas trifolioladas com folíolos largos, carnosos, pubescentes; racemos axilares, ráquis dotado de brácteas lineares; flor com 5 a 7 mm de comprimento, cálice verde-claro e pubescente corola branca, estandarte com uma mancha roxa no centro; inflorescência com 15 a 20 flores do tipo racimosa; fruto do tipo vagem, comprida, apresentando o terço terminal levemente encurvado em ponta fina. 3) CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS:

É uma leguminosa de clima tropical e subtropical, bastante resistente a secas não prolongadas, recuperando-se rapidamente com a presença da chuvas. Resiste regularmente às geadas fracas, apresentando menor suscetibilidade que algumas leguminosas tropicais, como o siratro ( Macroptilium atropurpureum). Desenvolve-se bem em regiões com precipitação anual entre 700 a 1.500 mm e temperatura média ao redor de 23º C, comportando-se bem em regiões de altitude. É exigente em fertilidade, respondendo bem à adubação, não tolerando solos encharcados nem com altos teores de alumínio trocável, sendo mais exigente em fósforo e potássio que outras leguminosas. É uma planta que pode ser empregada como fonte forrageira para animais, podendo ser consorciada com gramíneas, ou como planta para adubação verde, principalmente como cobertura permanente, intercalada às culturas perenes. O crescimento inicial é lento, podendo haver necessidade de controle das invasoras, não sendo recomendado o pastejo, em caso de utilização para animais, no ano do estabelecimento da cultura. Na implantação, normalmente o solo deverá ser corrigido e/ou adubado. · ÉPOCA DE PLANTIO: No início da primavera, setembro até dezembro (estação chuvosa), solteira ou em mistura com uma gramínea, em função do seu hábito trepador. A semeadura poderá ser feita a lanço, em linhas ou em covas. Quando em linhas, recomenda-se um espaçamento de 0,5 a 1,0 m. Quando semeado manualmente é recomendado que as sementes sejam colocadas em filete contínuo ou em covas (0,25 a 0,50 uma da outra). Gastam-se em torno de 3 a 6 kg de sementes/ha.

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· PRAGAS E DOENÇAS: Normalmente não tem apresentado problemas sérios com pragas e/ou doenças, embora esporadicamente possa sofrer ataques de lagartas e vaquinhas. · MANEJO: Quando consorciada com gramíneas, principalmente no ano da implantação, estas deverão ser submetidas a vários pastejos leves para evitar a dominância. O pastejo deverá ter intervalos de mais ou menos 45 dias, mantendo-se a pastagem com 10 a 15 cm acima do solo. A soja perene bem estabelecida poderá permanecer disponível aos animais por vários anos, consorciada com gramíneas. É bastante nutritiva, bem aceita pelos bovinos, podendo ser empregada no pastejo direto ou na forma de feno. · DORMÊNCIA:

Geralmente apresenta alta percentagem de sementes duras, que devem ser escarificadas dentro de um saco de algodão branco com no máximo 10 kg de sementes e depois imergir na água a 90º C por 3 minutos. · PRODUÇÃO DE SEMENTE: A produção de sementes geralmente ocorre em maio/junho, com rendimentos de 500 a 800 kg/ha. · CICLO DA CULTURA:

É de mais ou menos 8 meses, havendo, caso não seja efetuado a colheita, ressemeadura natural. 4) VANTAGENS:

É uma leguminosa que produz fitomassa bastante satisfatória (20 a 40 t/ha/ano de massa verde), com boa capacidade de nodulação, podendo ser empregada como cobertura verde intercalar a culturas perenes ou ainda ser utilizada na alimentação animal. É bastante exigente em nutrientes do solo, não tolerando excesso de alumínio trocável. É recomendável o seu plantio em áreas corrigidas ou solos de maior fertilidade. TREVO BRANCO Possui hábito de crescimento cespitoso Exigente em fertilidade Produz de 2 a 3 ton de ms/há/ano Proteína bruta 20 % Época de plantio de março a maio Usa-se em torno de 3 kg/há de sementes Sua consorciação com gramíneas da excelentes resultados, obtendo pastagens com altíssima qualidade. Usar pastoreio rotativo com altura de pastejo aos 20 a 25 cm e parar aos 6 cm. Descanso de 3 semanas.

CORNICHÃO

Adaptado a climas frios e úmidos, resistente a altas temperaturas e a seca, tolera todos os tipos de solos e também solos ácidos. Estabelecimento outono- primavera, usar 5 kg por há. Deve-se de preferência consorciar com gramíneas. Usar pastoreio rotativo com altura de pastejo aos 20 a 25 cm e parar aos 6 cm. Descanso de 3 semanas. Possui níveis de PB 15 a 20%. COMENTÁRIO FINAL: ______________________________________________________________________________

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