Anatomia de Plantas Vasculares

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VICE-REITORIA ACADÊMICA COORDENAÇÃO GERAL DE ENSINO DE GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ANATOMIA DE PLANTAS VASCULARES Rio de Janeiro / 2006 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

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VICE-REITORIA ACADÊMICA

COORDENAÇÃO GERAL DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ANATOMIA DEPLANTAS VASCULARES

Rio de Janeiro / 2006

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

Todos os direitos reservados à Universidade Castelo Branco - UCB

Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou porquaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da Universidade CasteloBranco - UCB.

U n3p Universidade Castelo Branco. Anatomia de Plantas Vasculares. – Rio de Janeiro: UCB, 2006. 48 p.

ISBN 85-86912-08-5

1. Ensino a Distância. I. Título. CDD - 371.39

Universidade Castelo Branco - UCBAvenida Santa Cruz, 1.631Rio de Janeiro - RJ21710-250Tel. (21) 2406-7700 Fax (21) 2401-9696www.castelobranco.br

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Responsáveis Pela Produção do Material InstrucionalResponsáveis Pela Produção do Material InstrucionalResponsáveis Pela Produção do Material InstrucionalResponsáveis Pela Produção do Material InstrucionalResponsáveis Pela Produção do Material Instrucional

Coordenadora de Educação a DistânciaCoordenadora de Educação a DistânciaCoordenadora de Educação a DistânciaCoordenadora de Educação a DistânciaCoordenadora de Educação a DistânciaProf.ª Ziléa Baptista Nespoli

Coordenador do Curso de GraduaçãoCoordenador do Curso de GraduaçãoCoordenador do Curso de GraduaçãoCoordenador do Curso de GraduaçãoCoordenador do Curso de GraduaçãoMaurício Magalhães - Ciências Biológicas

ConteudistaConteudistaConteudistaConteudistaConteudistaSônia Cristina de S. Pantoja

Supervisor do Centro Editorial – CEDISupervisor do Centro Editorial – CEDISupervisor do Centro Editorial – CEDISupervisor do Centro Editorial – CEDISupervisor do Centro Editorial – CEDIJoselmo Botelho

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Apresentação

Prezado(a) Aluno(a):

É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de graduação,na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, conseqüentemente, propiciandooportunidade para melhoria de seu desempenho profissional. Nossos funcionários e nosso corpo docenteesperam retribuir a sua escolha, reafirmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de umaestrutura aberta e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua.

Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seuconhecimento teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica.

Seja bem-vindo(a)!Paulo Alcantara Gomes

Reitor

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Orientações para o Auto-Estudo

O presente instrucional está dividido em três unidades programáticas, cada uma com objetivos definidos econteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejamatingidos com êxito.

Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividadescomplementares.

A Unidade 1e 2 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1.

Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das três unidades.

Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todos osconteúdos das Unidades Programáticas 1, 2 e 3.

A carga horária do material instrucional para o auto-estudo que você está recebendo agora, juntamente com oshorários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 60 horas-aula, que vocêadministrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontrospresenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso.

Bons Estudos!Vania Alcantara

Coordenadora Acadêmica de Educação a Distância

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Dicas para o Auto-Estudo

1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo.

2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Evite interrupções.

3 - Não deixe para estudar na última hora.

4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor.

5 - Sempre que tiver dúvidas entre em contato com o seu monitor através do

6 - Não pule etapas.

7 - Faça todas as tarefas propostas.

8 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento da disciplina.

9 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a auto-avaliação.

10 - Não hesite em começar de novo.

mail [email protected]

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SUMÁRIO

Quadro-síntese do conteúdo programático............................................................................................................. 11

Contextualização da disciplina..................................................................................................................................... 13

UUUUUNIDADENIDADENIDADENIDADENIDADE I I I I I

CITOLOGIA1 - Célula vegetal........................................................................................................................................................... 152 - Parede celular e membranas................................................................................................................................. 163 - Componentes protoplasmáticos........................................................................................................................... 204 - Componentes não-protoplasmáticos................................................................................................................... 22

U U U U UNIDADENIDADENIDADENIDADENIDADE II II II II II

TECIDOS VEGETAIS1 - Maristemas............................................................................................................................................................... 272 - Tecidos permanentes: estrutura e funcionamento............................................................................................ 27

UUUUUNIDADENIDADENIDADENIDADENIDADE III III III III III

ÓRGÃOS VEGETAIS1 - Raiz............................................................................................................................................................................. 342 - Caule.......................................................................................................................................................................... 363 - Folha.......................................................................................................................................................................... 384 - Flor, fruto e semente.............................................................................................................................................. 39

Glossário...................................................................................................................................................................... 43

Gabarito....................................................................................................................................................................... 44

Referências bibliográficas.......................................................................................................................................... 46

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UNIDADES DE PROGRAMA

I- CITOLOGIA:1.Célula Vegetal: forma e tamanho. Constituiçãoda célula vegetal.

2.Parede Celular e Membranas: paredes primáriae secundária e lamela média

3.Componentes protoplasmáticos: citoplasma,núcleo, plastídeos e mitocôndrios

4.Componentes não protoplasmáticos: substân-cias ergásticas e vacúolos.

II- TECIDOS VEGETAIS:1.Meristemas2.Tecidos permanentes (tecidos tegumentário,fundamental, de sustentação, condutores esecretores).

II- ÓRGÃOS VEGETAIS:1.Raiz: estrutura primária e secundária, raízeslaterais e velame.

2.Caule: estrutura primária e secundária.

3.Folha: suas partes e variações.

4. Flor, fruto e semente: introdução morfológica.

OBJETIVOS

Levar ao aluno conhecimento da morfologiainterna de um vegetal e a importância para todoo organismo vegetal.

Conscientizar o aluno da existência das membra-nas e de uma parede celular diferenciada.

Transmitir ao aluno o conhecimento da função,forma e localização dos componentes vivos dacélula vegetal.

Informar ao aluno a existência de componentestípicos de células vegetais.

Proporcionar ao aluno o conhecimento de cadatecido vegetal, com suas características típicas,funções independentes, localização, bem como aimportância destes para o funcionamento dovegetal como um todo.

Conscientizar o aluno da importância da raizpara o vegetal, e que esta tem movimento eadapta-se ao meio em que vive.

Levar ao aluno o conhecimento da organizaçãode um caule com todas as suas adaptações efunções diferenciando sua estrutura básica emcada grupo vegetal.

Levar o aluno a diferenciar as partes da folha, asdiferenças estruturais nos principais gruposvegetais.

Conscientizar o aluno da existência destas estru-turas importantes para o vegetal.

Quadro-síntese do conteúdoprogramático

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Botânica, um breve histórico.

Da curiosidade brotaram as ciências, diz Aristóteles. Os povos primitivos não estranhavam a multiplicidadedos seres e das coisas do mundo, por isso nunca chegaram a desenvolver uma verdadeira ciência. Muitas vezeseram ótimos observadores da natureza, mas tomaram os fatos como dados, sem pensar em suas causas nem asprováveis relações que pudessem existir entre eles. Ora, a comparação e a pesquisa das relações são a baseindispensável de toda e qualquer ciência.

Já nas primeiras épocas da história européia, o espírito filosófico dos gregos tentou resolver os problemas domundo e da vida, formando sistemas científicos construídos sobre observações da natureza e postuladosadmiráveis. Com esses trabalhos, acumularam-se os fatos conhecidos e descritos e, desse aumento do conteúdodas ciências, surgiu a necessidade de achar uma ordem clara e compreensível, que permitisse comparar commaior facilidade todos os fatos, uns com os outros.

Na obra de Aristóteles encontramos o mais antigo conjunto de Botânica. A própria palavra Botânica origina-se da língua grega: botané = pasto. As célebres obras de Aristóteles perduraram durante a maior parte da IdadeMédia, quase sem alteração nem progresso.

As grandes descobertas, nos séculos XV e XVI, despertaram na alma dos povos europeus o espírito dapesquisa. De cada viagem, as frotas exploradoras traziam para o continente novos e estranhos conhecimentos.Tornou-se, pois, indispensável a revisão e modernização de todas as ciências. Esta influência afetou também aBotânica, surgiram então, grandes obras, que distribuíram o conhecimento sobre as plantas. Desde então, abusca incessante por novos conhecimentos sobre a estrutura, morfologia, adaptação e organização dos vegetaisque se distribuem pelos mais longínquos lugares do planeta, tornaram a Botânica uma das mais importantesciências naturais.

A Botânica, de um modo geral, ocupa-se dos estudos inerentes a todos os vegetais, desde os unicelulares atéos grandes jatobás, independente da sua beleza, forma, cor, tamanho ou utilidade.

Mas a Botânica não é uma disciplina independente, se relaciona com diversas outras como a Química, quandotrata da fitoquímica, na qual sabemos quais os componentes existentes nos vegetais. Graças a esse tipo deestudo uma infinidade de vegetais são utilizados hoje na indústria farmacêutica com excelentes resultados.Mas a Botânica se relaciona também com a Física, Genética, Paleontologia, Ecologia, além de inúmeras outrasdisciplinas.

O planeta em que vivemos possui uma flora riquíssima, com uma impressionante diversidade de formas eutilidades, cabe a nós conhecê-la e estudá-la.

Contextualização da Disciplina

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1.2 - 1.2 - 1.2 - 1.2 - 1.2 - Constituição da Célula Vegetal

CITOLOGIACITOLOGIACITOLOGIACITOLOGIACITOLOGIA

A célula das plantas é constituída pelo protoplastoe parede celular. Assim, o protoplasto é a célula semparede. Ele se constitui de alguns elementosprotoplasmáticos, outros não.

Os elementos protoplasmáticos são: o citoplasma,núcleo, plastídeos, mitocôndrias etc. Os elementosnão-protoplasmáticos são os vacúolos e outrassubstâncias como os cristais, gotas de óleos, grãosde amido etc., estes conhecidos como materiaisergásticos.

Geralmente os componentes protoplasmáticos dacélula são considerados como vivos e os não-protoplasmáticos como destituídos de vida. Entretanto,é muito difícil separar os constituintes vivos dos demais.

Assim, observamos que a célula é um conjunto deformações (protoplasto, que como um todo é vivo),envolvido por uma parede sem vida.

FONTE: www.cientic.com/ tema_celula_img2.html

A célula é a unidade estrutural elementar doorganismo vegetal. Apresenta tamanho variáveldesde um mícron de diâmetro até vários centímetroscomo as fibras do algodão, com cerca de 5 cm. Outrasfibras podem alcançar dezenas de centímetros. A

1 - 1 - 1 - 1 - 1 - Célula Vegetal

1.1 - 1.1 - 1.1 - 1.1 - 1.1 - Forma e Tamanho

UNIDADE I

forma da célula vegetal é igualmente variável. Quandoisolada, tende a ser esférica. Nos tecidos tem, a formapoliédrica e isodiamétrica. Em tecidos de crescimento(meristemas) predomina a forma cúbica.

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2.1 - 2.1 - 2.1 - 2.1 - 2.1 - Parede Celular

a) Lamela média (ou lamela central) - é a primeiraparede a ser fomada na conclusão da divisão celular.Éformada por substâncias pécticas (que são complexoshidratos de carbono de alto peso molecular quecontém ácido galacturônico, metanol xilose,galactose, ácido acético e arabinose). Protopectina,ácido péctico e pectina são os principaiscomponentes desse grupo.

A lamela média pode sofrer lignificação nos tecidoslenhosos.

b) Parede primária - ela é o primeiro resultado daatividade secretora do protoplasma após a divisãopela lamela média, podendo vir a ser, em muitos casos,a parede definitiva. É formada por componentes

pécticos e por celulose. Outros polisacarídeos nãocelulósicos poderão integrar a parede primária. Elatambém pode sofrer lignificação.

c) Parede secundária - essa parede deposita-se sobrea parede primária ocasionando acentuado aumento daespessura dos envoltórios celulares. A paredesecundária é formada por hemicelulose, polisacarídeosnão-celulósicos e celulose.

Pode sofrer modificações secundárias por aposiçãode lignina ou outras substâncias.

Em alguns tecidos podemos distinguir as paredessecundárias estratificadas em camadas distintas.

2 - 2 - 2 - 2 - 2 - Parede Celular e Membranas

FONTE: http://www.inea.uva.es/servicios/histologia/inicio_real.htm

A presença de uma parede celular, não-protoplasmática, porosa, relativamente rígida, é umadas mais importantes características da célulavegetal.A parede celular é o resultado da atividadesecretora do protoplasma e formada por materiais

A parede celular pode ser constituída de três camadas, cada uma com propriedades distintas

ergásticos, sendo definida como componente não-vivoda célula vegetal. Ela está presente na maioria dosvegetais, faltando apenas nos esporos móveis de muitasalgas e fungos e em células reprodutoras sexuadas devegetais inferiores.

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FONTE: www.profmarcosbio.hpg.ig.com.br/ membra.htm

...

Pontuações

As partes da parede que não são atingidas pelasparedes são chamadas pontuações. Seu objetivo éassegurar a continuidade do intercâmbio metabólicoentre as células e os vasos condutores.

Encontramos três tipos de pontuações principais:

a) Pontuações primárias - são encontradas nascélulas meristemáticas e células que não formam aparede secundária.

b) Pontuações aureoladas (ou areoladas) - nessa aparede secundária arquea-se sobre a cavidade dapontuação, reduzindo o poro de acesso. Nas coníferaspode formar-se sobre a lamela média um toro, quefunciona como uma válvula, quando a pressãoaumenta em uma das células ele é deslocado com alamela média elástica, aplicando-se internamentecontra o poro de acesso ou ostíolo.

FONTE:www.madeira.ufpr.br

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FONTE: //www.inea.uva.es/servicios/histologia/inicio_real.htm

b) Meatos lisígenos - são a conseqüência dadissolução de células inteiras ou de grupos de células.Formam amplos espaços aeríferos (E. A.) internos decertas plantas (principalmente aquáticas), dasmonocotiledôneas, assim como cavidades secretorasde muitas dicotiledôneas.

Celulose

A célula possui uma parede constituídaprincipalmente de celulose, tanto na parede primáriaquanto na parede secundária. Em alguns casos, acelulose constitui sozinha a parede celular.

A celulose está presente na maioria dos vegetais,faltando apenas em muitos fungos.

A estrutura da celulose é muito complexa e só passoua ser melhor conhecida a partir do uso da microscopiaeletrônica.

A celulose é um carboidrato, ou mais exatamente, umpolisacarídeo de alta densidade (1,45 a 1,5) e enormecondensação molecular.

Constituída de moléculas longas em cadeias, cujasunidades básicas são os resíduos anídricos de glicose,formam microfibrilas que se juntam em feixes(macrofibrilas), as quais se reunem formando asparedes.

Em estado puro a celulose pode ser reconhecida nasfibras de algodão, de aspecto filamento, branco ebrilhante. Quando extraída da madeira formam massascompactas brancas e esponjosas.Outros carboidratosque constituem as paredes são: hemicelulose ecompostos pépticos.

Transformações da parede celular

A parede celular pode sofrer transformaçõessecundárias, mais ou menos profundas, visando dotara célula de recursos necessários para desempenharfunções especializadas dos órgãos e dos tecidosdiferenciados, são elas:

a) Lignificação - é o resultado da intercalação delignina entre as lâminas celulósicas e da parede celular.Pode impregnar tanto a lamela média quanto as paredesprimárias e secundárias. É encontrada em abundânciaem tecidos de sustentação, onde sua capacidade desuportar grandes pressões ou torções se associa àresistência, à tração da celulose.

b) Cerificação - é a deposição de gotículas de cerasobre a superfície externa dos órgãos vegetais. Tem afunção de proteção. Ocorre em frutos, cascas de caules(cana-de-açucar), sementes (algodão, noz-moscada) enas folhas (bananeira).

c) Pontuações secundárias - são pouco profundasem células delgadas e longas e ramificadas em célulascom parede espessa (células pétreas doesclerênquima). Esse tipo de pontuação ocorre emcélulas parênquimatosas e em fibras esclerên-quimáticas.

Meatos

Os meatos são espaços intercelulares (ouextracelulares) que se formam na área de contato entreduas ou mais células. Podemos observar dois tipos demeatos, os esquizógenos e os lisígenos.

a) Meatos esquizógenos - são resultado dadissolução da lamela média e conseqüente afastamentodas paredes primárias. Formam um sistema auxiliar decondução extracelular importante para o transportede gases da respiração.

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2.2 - 2.2 - 2.2 - 2.2 - 2.2 - Membranas

FONTE: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.html

d) Suberificação - consiste na deposição de suberinana parede celular, geralmente substituindo a celulose.

A membrana plasmática constitui uma diferenciaçãosuperficial do citoplasma nas áreas de contato comos demais componentes da célula vegetal.

A membrana plasmática entre o citoplasma e a paredecelular chama-se ectoplasto ou plasmalema.

A membrana plasmática que envolve os vacúoloschama-se tonoplastos ou membrana vacuolar.

A principal característica das membranas é a suasemipermeabilidade, que lhe permite o controle dassubstâncias que entram ou saem da célula.

Essa semipermeabilidade pode ser comprovada pelaplasmólise. Em solução com concentração maior que ado suco celular, haverá o desprendimento da menbranaplasmática em diversos pontos da parede celular esimultâneamente a retração dos vapores.

Pode-se desplasmolisar uma célula plasmolisadaremovendo a solução concentrada e substituindo-apor água, devolvendo-lhe assim a turgescênciaoriginal.

c) Mineralização - são incrustações de substânciasinorgânicas nas paredes celulares. O ácido sílicoamorfo é encontrado nas gramíneas, carbonato decálcio amorfo que ocorre, por exemplo, em algumasalgas.

A suberina (cortiça) é uma substância lipídica e formaprincipalmente a casca morta dos caules e da zonasuberosa da raíz secundária. Sua impermeabilidade eelasticidade protegem a planta contra os extremos detemperatura e umidade.

e) Cutinização - é a formação de cutina que ocorre naepiderme foliar em caules primários e em alguns frutos.Tem as mesmas propriedades da suberina.

A cutina é uma mistura dos ácidos oleocutínico eestearocutínico com o glicerol e sais de cálcio.

f) Geleificação - transforma as paredes das células emgomas e mucilagens. As gomas são substâncias dereservas ou para cicatrização de ferimentos. Funcionamcomo proteção contra a penetração de germespatogênicos.

As mucilagens são substâncias de reservas derivadasde pectose, celulose ou calose e protegem contra

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3.3 - 3.3 - 3.3 - 3.3 - 3.3 - Plastídeos: Leucoplastos e Cromoplastos

Os plastídeos (ou plastos) estão presentes na maioriados superiores; porém,cada célula apresentanumerosos plastídeos. A esse conjunto de plastídeoschamamos plastidoma.

A forma dos plastídeos pode sofrer mudanças dotipo amabóide.

Delimitados pela membrana, podem conter em seuinterior pigmentos (cromoplastídios) ou não(leucoplastídios).

Encontramos entre os cromoplastídios (oucromatóforos), os cloroplastos que possuem comopigmento a clorofila (de cor verde). Além deste,encontramos os cromoplastos cujo pigmento é ocaroteno (com colorações amarelo, alaranjado,vermelho, etc.).

No microscópio óptico, os cloroplastos aparecemhomogêneos, sendo reconhecida no microscópioeletrônico (M.E.) sua estrutura heterogênea, com umestroma incolor e os grana ( singular = o granum).

3 - 3 - 3 - 3 - 3 - Componentes Protoplasmáticos

3.2 - 3.2 - 3.2 - 3.2 - 3.2 - Núcleo

O núcleo apresenta-se geralmente com membrana,suco, retículo de cromatina (forma cromossomos nadivisão celular) e um ou mais nucléolos. É no núcleo

que se encontra o ácido desoxirribonucléico (DNA),que é considerado material genético, e ácidoribonucléico (RNA).

3.1 -3.1 -3.1 -3.1 -3.1 - Citoplasma

No microscópio comum, o citoplasma aparecebastante homogêneo, mas se observarmos emmicroscópio eletrônico (M.E.) veremos diferenciaçõesmembranosas. Assim se reconhece o retículo

endoplasmático, que é um conjunto de canalículosramificados que vão do núcleo até a periferia celular,permitindo a distribuição de alimentos.

FONTE: www.ines.uva.es/servicos/histologia/inicio_real.htm

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21Entre os leucoplastídios temos os amiloplastos, que

sintetizam amido e os elaioplastos que sintetizamgorduras e óleos.

Fisiologicamente, a clorofila tem um papelimportantíssimo na realização da fotossíntese. Elaocorre em duas etapas: fase luminosa e fase escura.Chamamos de fotossíntese a propriedade que vegetaisautótrofos têm de fazer a síntese dos hidratos decarbono, absorvendo gás carbônico e água; usandopara isso a energia luminosa que é absorvida pelaclorofila, eliminando o oxigênio livre, que volta para aatmosfera e fixando o carbono que a planta usa para asíntese das substâncias orgânicas. A fotossíntese éfundamental para a vida de animais e plantas noplaneta.

FASE CLARA :- A energia luminosa é usada para formar ATP a partir

de ADP;- A energia luminosa é usada para reduzir moléculas

transportadoras de elétrons, especialmente a coenzimaNADP+.

FASE ESCURA:- A energia do ATP é utilizada para ligar o dióxido de

carbono a uma molécula orgânica;- O poder redutor do NADPH é utilizado para reduzir

os átomos de carbono.

Nessa etapa a energia química do ATP e do NADPHé convertida em formas de energia adequadas aotransporte e armazenamento, gerando o esqueleto docarbono que sintetizará as outras moléculasorgânicas. Chamamos esta converção do CO2 decomposto orgânico de fixação do carbono.

FONTE: html.rincondelvago.com/ celulas_3.html

3.4 - 3.4 - 3.4 - 3.4 - 3.4 - Mitocôndrios

Esses são componentes constantes do protoplasma,compostos principalmente de proteína e gorduras e seapresentam membranosos. Com uma importante

função, a de participar do processo da respiração,pois contêm algumas enzimas oxidativas.

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22 4 - 4 - 4 - 4 - 4 - Componentes Não-Protoplasmáticos

4.1 - 4.1 - 4.1 - 4.1 - 4.1 - Vacúolos

O vacúolo é uma vesícula delimitada pelo tonoplasmo(membrana), com suco vacuolar, cujo principalcomponente é água com diversas substânciasdissolvidas como: sais, açúcares, ácidos orgânicos,proteínas, etc.

Eles variam de forma e tamanho. Em células maisjovens os vacúolos são numerosos, e nas adultas,geralmente, só encontramos um único vacúolo.

Ao conjunto de vacúolos chamamos de vacuoma.

FONTE: es.encarta.msn.com/ media_461516474

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As substâncias ergásticas são o produto de reservaou o resultado de atividade celular. Dentre as maisimportantes podemos citar: celulose, amido, proteínas,gorduras, taninos e cristais.

O amido se apresenta em forma de grãos de tamanhoe aspecto variáveis. Geralmente, pode-se notar numgrão de amido um ponto bem nítido, o hilo, em tornodo qual se alternam camadas concêntricas claras eescuras, que são as estratificações.

As proteínas são os principais componentes doprotoplasto vivo, mas podem surgir como substânciaergástica em estado cristalino ou amorfo (são inativas).

Os taninos aparecem como massas granularesamarelas, vermelhas ou castanhas.

Os cristais são compostos por oxalato de cálcio,carbonato de cálcio, anídrico silícico. Aparecem emforma de agulhas, cubos, prismáticos ou bipiramidais.

Encontramos freqüentemente, como material dereserva nas sementes, embriões e célulasmeristemáticas: gorduras e óleos em abundância noorganismo vegetal.

4.2 - 4.2 - 4.2 - 4.2 - 4.2 - Substâncias Ergásticas

FONTE: milcores.naturlink.pt/.../microphoto.htm

Ráfides Drusas

Cistólito Grão de amido da batata Monocristal

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- Característica importante: presença de uma paredecelular não-protoplasmática, porosa e relativamenterígida.

- A parede celular é o resultado da atividade secretorado protoplasma, formada por materiais ergásticos.

- Ela ocorre na maioria dos vegetais, faltando apenasnos esporos móveis de muitas algas, fungos e célulasreprodutoras sexuadas de vegetais inferiores.

- Ela pode ser constituída de 3 camadas: lamela média(1ª na conclusão da divisão celular), parede primária(1º resultado de atividade secretora do protoplasma) eparede secundária (deposita-se sobre a parede primária,aumentando a espessura).

PONTUAÇÕES:- Pontuações são as partes da parede que não são

atingidas pelo espessamento;- Têm o objetivo de assegurar a continuidade do

intercâmbio metabólico entre as células e os vasoscondutores;

- Podemos observar pontuações primárias,areoladas e secundárias.

MEATOS:- São espaços intercelulares ou extracelulares que

se formam entre duas ou mais células;- Observamos meatos esquizógenos e lisígenos.

2- Parede Celular

SÍNTESE

1- Célula Vegetal

Definição: É a unidade estrutural e funcional elementardo organismo vegetal.

Forma:- variável, mas quando isolada tende a ser esférica;- nos tecidos é poliédrica e isodiamétrica;- nos meristemas predomina a cúbica.

Tamanho:- variável;- alguns vegetais tem cerca de 1 mícron;- fibras de algodão chegam a aproximadamente 5cmde comprimento;- outras podem alcançar dezenas de centímetros.

PROTOPLASTO

Elementosprotoplasmátcos

Elementos não-protoplasmátcos

citoplasma,núcleo,plastídios, etc.

vacúolos,cristais,grãos de amido, etc.

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253- Componentes Protoplasmáticos

- No Microscópio óptico o citoplasma é homogêneo,mas no Microscópio eletrônico mostra diferenciaçõesmembranosas;

- O retículo endoplasmático é um conjunto decanalículos que vão do núcleo até a periferia celular;

- O núcleo tem em geral membrana, suco, retículo decromatina, um ou mais nucléolos, além de DNA e RNA;

- Plastidoma é o conjunto de plastídios ou plastos;- Os plastídios que contêm pigmento são os

cromatóforos e se dividem em cloroplastos (pigmentoé a clorofila) e cromoplastos (pigmento é o caroteno).Os que não contêm são chamados leucoplastos e sedividem em amiloplastos (sintetizam amido) eelaioplastos (sinteizam gorduras e óleos).

4- Componentes Não-Protoplasmáticos

- Vacuoma é o conjunto de vacúolos;- Nas células jovens o número de vacúolos é grande

enquanto que em células maduras há apenas umvacúolo;

- As substâncias ergásticas mais importantes são:grãos de amido, proteínas, taninos, cristais e gorduras.

CELULOSE:- É o principal constituinte da parede celular;- Ela está presente na maioria dos vegetais, faltando

em muitos fungos;- Em estado puro podemos observá-la nas fibras de

algodão.

TRANSFORMAÇÕES DA PAREDE:- Elas visam dotar as células dos recursos necessários

para desempenhar determinadas funções;-As transformações da parede são: lignificação,

cerificação, mineralização, suberificação, cutinização egeleificação.

MEMBRANA PLASMÁTICA:- Na célula vegetal observamos uma membrana

chamada ectoplasto ou plasmalema, que se situa entreo citoplasma e a parede celular;

- A outra membrana chama-se tonoplasto oumembrana vacuolar, que envolve o vacúolo;

- Podemos comprovar a semipermeabilidade damembrana celular através da plasmólise.

Exercícios de Auto-Avaliação

1. Defina célula vegetal.2. Qual a forma e o tamanho das células vegetais?3. Informe a constituição básica de uma célula vegetal.4. Diferencie os elementos protoplasmáticos dos não-protoplasmáticos da célula vegetal.5. Enumere os elementos protoplasmáticos e os não-protoplasmáticos da célula vegetal.6. Defina parede celular.7. Cite uma característica importante da parede celular.8. Defina as pontuações.9. Diferencie meato esquizógeno de meato lisígeno.10. Diferencie tonoplasto de ectoplasto.11. Cite os componentes protoplasmáticos da célula vegetal.12. Defina retículo endoplasmático.13. O Que é plastidoma?14. Diferencie os cromatóforos dos leucoplastos.15. Informe o pigmento dos cloroplastos e cromoplastos.16. Defina vacuoma.17. Diferencie uma célula jovem de uma adulta pelo número de vacúolos.18. Defina substâncias ergásticas.19. Esquematize um grão de amido.20. Quais são as substâncias ergásticas mais comuns?

Page 26: Anatomia de Plantas Vasculares

26Atividades Complementares

1- Depois que você ler toda a unidade I, releia-a, mas agora sublinhe os termos botânicos que você nãoconhece, e procure no dicionário de botânica ou no glossário que você tem disponível no fim do último capítulo.

2- Faça uma caminhada e observe os vegetais a sua volta, veja se ele não apresenta algum tipo de transformaçãoda parede que seja visível, como a cera em algumas hortaliças, ou gomas em troncos de algumas árvores, vá eobserve.

Complemente o seu estudo com o capítulo 4 (Parênquima) de Esau, 1983 (observar título completo nas referênciasbibliográficas).

Quando for responder às questões dos exercícios de auto-avaliação, é importante que você só olhe as respostasdo gabarito depois de terminar, pois só então você, realmente, irá aprender. Por isso, o seu gabarito está no fimdo último capítulo.

3- Faça uma experiência que evidenciará a presença de grão de amido. Primeiro, pegue uma batata-inglesa ecorte-a ao meio, depois pingue uma gota de solução de iodo. Você observará que ela torna-se bem escura, poiso iodo reage com o amido existente na batata.

Page 27: Anatomia de Plantas Vasculares

27UNIDADE II

2 - 2 - 2 - 2 - 2 - Tecidos Permanentes: Estrutura eFuncionamento

Vamos classificá-los pelas funções que desempenham:

2.1 - 2.1 - 2.1 - 2.1 - 2.1 - Epiderme, Estomas e Pêlos Epidérmicos

São tecidos que revestem e protegem contra agentesnocivos e regulam o intercâmbio de substâncias.Entre eles podemos citar a epiderme, que é a capa derevestimento mais externo, apresenta-se incolor efreqüentemente são descritas como tabulares, poissão de pequena profundidade, porém sua forma varia

1 - 1 - 1 - 1 - 1 - Meristemas

São tecidos que originam os demais. Sãoencontrados no embrião (que está no interior dasemente) e nas partes em crescimento de um vegetal,como no ápice de caules e raízes e outras partes dovegetal onde há divisão celular intensa, provocandocrescimento.

O tecido meristemático apresenta células pequenas,isodiamétricas, com paredes delgadas, sem espaçointercelular, sem vacúolos e plastídios, os núcleossão grandes, e estão sempre em divisão.O meristemaque deriva do embrião, responsável pelo crescimentolongitudinal da ponta de caules e raízes é chamado demeristema primário ou promeristema.

São chamados meristemas secundários quando sãoprodutos de desdiferenciação dos tecidos adultos, istoé, células já diferenciadas que readiquirem capacidadede multiplicação, como por exemplo em locais feridospara a cicatrização (tecido de cicatrização).

Os meristemas existentes nas extremidades de caulese raízes são chamados de meristemas apicais. E osexistentes na base de entrenós dos caules demonocotiledôneas são chamados meristemasintercalares.

Meristemóides são pequenos meristemas formadospor poucas células, e que produzem diferenciaçõessecundárias, como por exemplo crescimento de pêlos.

TECIDOS VEGETTECIDOS VEGETTECIDOS VEGETTECIDOS VEGETTECIDOS VEGETAISAISAISAISAIS

Introdução

Uma característica da evolução dos vegetais é oaparecimento de um número cada vez maior de célulascom estruturas e funções e, conseqüentemente, váriostipos de tecidos são diferenciados.

Podemos definir tecido vegetal como um conjuntode células com a mesma organização e origem, edestinadas ao desempenho de uma ou mais funçõesem comum.

Os tecidos são importantes em vegetais deorganização superior pois permite divisão de trabalhono protoplasma.Geralmente se originam por divisõescelulares.

Nos vegetais superiores há tecidos embrionários quese destinam à formação dos demais (meristemas).

muito, algumas vezes são hexagonais, onduladas,retangulares, etc.

A epiderme pode estar revestida por cutícula, cêra,ou ainda apresentar pêlos simples ou ramificados,glandulares ou não e ter outros minerais incrustados.

Page 28: Anatomia de Plantas Vasculares

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Foenicucum vulgare (200x)FONTE: http://www.inea.uva.es/servicios/histologia/inicio_real.htm

Na epiderme podemos observar uma diferenciaçãoda maior importância, especialmente na epiderme dasfolhas da maioria das plantas superiores: osestômatos. São importantes pois são responsáveispela troca gasosa entre a planta e o meio.

Os estômatos são constituídos por duas células quese destacam das epidérmicas comuns, pois têm oformato de rins ou grãos de feijão, voltados um para ooutro, deixando entre eles uma abertura, chamadaostíolo, através da qual são feitas as trocas gasosas.

Ao lado destes encontramos as células guardas quesão providas de cloroplastos, acompanhadas de duasou mais células chamadas de companheiras ousubsidiárias.

Nas dicotiledôneas podem ocorrem de 1.000 a 100.000estômatos por centímetro quadrado de folha.

- Elas visam dotar as células dos recursosnecessários para desempenhar determinadasfunções.

- As transformações da parede são: lignificação,cerificação, mineralização, suberificação, cutinizaçãoe geleificação.

As células de revestimento em muitos órgãos sofremsuberificação, essas células morrem em seguidaporque não há trocas gasosas. Quando há súber emabundância, as trocas gasosas são efetuadas porlenticelas, que substituem os estômatos.

A epiderme apresenta muitas vezes pêlos ou tricomas,que são apêndices filamentosos, com ou semramificações. Estes são uma proteção eficiente ecomplementar contra a transpiração excessiva e contraextremos de temperatura.

Células epidérmicas de catáfilo de cebolla(Allium cepa) (200x)

FONTE: http://www.inea.uva.es/servicios/histologia/inicio_real.htm

Células epidérmicas com pêlos glandulososFONTE: http://www.inea.uva.es/servicios/histologia/inicio_real.htm

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2.3 - 2.3 - 2.3 - 2.3 - 2.3 - Tecido de Sustentação

O colênquima e esclerênquima estão ligados àsustentação mecânica do vegetal.

São tecidos ligados à sustentação mecânica dovegetal. Ele apresenta as células reforçadas peloespessamento das paredes com celulose e lignina,criando a rigidez dos troncos, dando a elasticidadedas fibras, flexibilidade de caules, etc.

O colênquima, sempre um tecido vivo, ocorre emáreas do vegetal que ainda estão em crescimento. Aparede primária das suas células é engrossada com

camadas de celulose, que o torna altamente resistenteà ruptura. É encontrado em diversos vegetais, emcaules de ervas, por exemplo.

Podemos observar três tipos de colênquima: ocolênquima angular, no qual o reforço celulósico seconcentra nos ângulos das células; o colênquimaanelar, em que a celulose é depositada em anéisconcêntricos que reduzem o lúmen celular; e ocolênquima laminar, no qual a celulose é depositadanos pólos da célula, dando o aspecto, no conjunto debarras que atravessam todo o tecido vegetal.

2.2 - 2.2 - 2.2 - 2.2 - 2.2 - Parênquima

O tecido fundamental é constituído por parênquimase é composto por células vivas de formas, geralmente,poliédricas. Ligado às atividades vegetativas daplanta, o parênquima preenche os espaços deixadospelos outros tecidos.

As principais funções do tecido fundamental são:fotossíntese, respiração, armazenagem, secreção eexcreção. Todas as atividades que dependem doprotoplasma, têm como sede as célulasparenquimatosas.

Podemos distinguir os seguintes parênquimas:

- Parênquimas assimiladores ou clorênquimas:apresentam cloroplastos. São divididos em dois tipos:

os paliçádicos, quando suas células são longas e estãodispostas lado a lado, e os lacunosos quando sãoformados por células irregulares com espaço entreelas.

- Parênquima de reserva: armazena substâncias comoos grãos de amido encontrados na batata inglesa.

- Parênquimas aquíferos: são reservatórios de água,observados em plantas de lugares secos, como oscactos, que necessitam de uma reserva de água.

- Parênquima aerífero ou aerênquima: apresentapoucas células e muitos espaços cheios de ar. Muitocomum em plantas aquáticas ou de brejos.

Parênquima Paliçádico Parênquima amilífero(reserva) Parênquima assimiladorFONTE: http://www.inea.uva.es/servicios/histologia/inicio_real.htm

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FONTE: http://www.euita.upv.es/varios/biologia/images/Figuras_tema3/tema3_figura18.jpg

O esclerênquima é formado, geralmente, por célulasmortas, ocorrendo em tecidos adultos, já totalmentediferenciados. As unidades que formam esse tecido,são células pétreas, rígidas como a casca de nozes, e

acumulam lignina, reduzindo o lúmen celular a umsistema de canais e fibras. Estas últimas são usadaspelo homem com fins econômicos, como o linho, rami,cânhamo, etc.

2.4 - 2.4 - 2.4 - 2.4 - 2.4 - Tecidos de Condução

Xilema FloemaFONTE: http://www.inea.uva.es/servicios/histologia/inicio_real.htm

São os responsáveis pelo transporte de água e dassoluções nutritivas, e são formados por célulasaltamente especializadas, de formas alongada ecilíndrica, que são fusionadas; e têm suas paredestransversais perfuradas, criando um sistema tubularcontínuo, percorrendo longas distâncias dentro docorpo vegetal. São compostos por Xilema ou lenho eFloema ou líber.

- Xilema - apresenta parênquimas que armazenam econduzem as substâncias ergásticas, fibras, e tem afunção de sustentação do tubo. Também é formado

por elementos traqueais com traqueídios e elementosde vaso que têm a função de conduzir a água.

O xilema primário deriva do meristema apical. Se a plantacrescer em espessura, então surgirá o xilema secundário.

- Floema - Formado por parênquima, fibras, tem asmesmas funções do anterior. Apresenta tambémelementos de vaso, como células crivadas e elementosde tubo crivado, que conduzem o alimento.

Page 31: Anatomia de Plantas Vasculares

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d) Feixe condutor radial c) Feixe condutor bicolateral

Floema

a)Feixe condutor concêntrico b)Feixe cond. colateral

.FONTE: http://www.euita.upv.es/varios/biologia

Os vasos condutores penetrampraticamente em todas as partes dosvegetais. Assim, a água e os sais mineraisascendem através do xilema, corrente detranspiração, os açúcaresmanufaturados durante a fotossíntesesaem das folhas através do floema ealcançam os locais de crescimento earmazenamenrto do vegetal.

Nos órgãos vegetais, freqüentemente encontramoso xilema e floema associados, formando o quechamamos de feixes condutores. Os tipos mais comunssão: feixe condutor concêntrico (a), no qual o floemacircunda o xilema, ou vice versa, muito comum naspteridófitas (ex.: samambaias); feixe condutor colateral(b), que é o tipo mais comum encontrado emmonocotiledôneas e dicotiledôneas, no qual o floema

fica situado mais externamente que o xilema no órgãovegetal; feixe condutor bicolateral (c), semelhante aoanterior, porém o xilema é envolvido interna eexternamente pelo floema, comum em cucurbitáceascomo abóbora, melão, pepino, além de outras; e feixecondutor radial (d) que, como o nome indica, comumnas raízes dos vegetais, é o único no qual os feixes sealternam ( floema lado a lado com o xilema, alternados).

Page 32: Anatomia de Plantas Vasculares

322.5 - 2.5 - 2.5 - 2.5 - 2.5 - Tecidos Secretores

Estão ligados à eliminação de produtos finais dometabolismo vegetal.

Podemos encontrar dois tipos de tecidos: no primeiroa substância secretável permanece dentro da célula eé chamado de células ou tecidos excretores. Osegundo tipo é chamado de células ou tecidosglandulares, e se diferenciam do anterior porque assubstâncias são eliminadas.

Células ou tecidos excretores - acumulammucilagens, gomas, resinas, essências aromáticas,taninos, alcalóides e sais orgânicos. Como exemplotemos o látex que é branco e leitoso e se acumula nointerior de tubos laticíferos das euforbiáceas, como a“coroa-de-cristo”, e outros grupos vegetais.

Os tubos laticíferos são formados por células ou umconjunto delas soldadas, por onde circula o látex.Quando o tubo laticífero é formado de células únicas,

tem seu crescimento limitado e é chamado de tubolaticífero não-articulado. E será conhecido comoarticulado quando for formado por várias células quese unem, pela desintegração de parte (ou toda) da suaparede.

Essências aromáticas encontradas em plantas cítricascomo a laranja, estão em cavidades lisígenas, resultantede destruição das paredes e conteúdo protoplasmáticodas células glandulares.

Células ou tecidos glandulares - são as que secretamseu conteúdo para fora ou para espaços intercelularesde origem esquizógena, como os pêlos glandulares enectários florais.

Nas margens das folhas de muitas plantasencontramos os hidatódios, que têm relação com agutação (eliminação de água por meio de gotículas)do vegetal.

Corte transversal do limbo foliar mostrando glândulas secretoras (seta).FONTE: www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&p.

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Exercícios de Auto-Avaliação

1. Defina tecido vegetal.2. Quais são as principais características do meristema?3. Que é diferenciação celular?4. Enumere os tecidos ditos permanentes.5. Diferencie parênquima paliçádico de lacunoso.6. Diferencie colênquima de esclerênquima.

Atividades Complementares

Faça uma caminhada e observe os vegetais à sua volta, veja se encontra a “coroa-de-cristo”, por exemplo, eretire uma folha, você poderá observar que este vegetal apresenta látex (no tubo laticífero); vá e observe.

Depois que você ler toda a unidade, procure complementar sua leitura com os capítulos de 5 a 7 de Esau, 1983,indicado nas referências bibliográficas.

Síntese

- Tecido é o conjunto de células com mesmaorganização e origem, com funções em comum. Elessão importantes em vegetais de organização superior,pois permitem a divisão de trabalho no protoplasma;

- Os tecidos se originam por divisões celulares;

- Nos vegetais superiores os tecidos embrionáriosse destinam à formação dos demais tecidos.

P. assimiladorP. de reservaP. aquíferoP. aerífero

Tecidofundamental

(parênquimas)

epiderme,súber,pêlos,etc.

Tecidotergumentário

excretores,secretores

Tecidossecretores

xilema,floema

Tecidoscondutores

Tecido desustentação

colênquima,esclerênquima

Page 34: Anatomia de Plantas Vasculares

34 UNIDADE III

ÓRGÃOS VEGETÓRGÃOS VEGETÓRGÃOS VEGETÓRGÃOS VEGETÓRGÃOS VEGETAISAISAISAISAIS

A raiz pode ser dividida anatomicamente em duaspartes: a casca, que é mais desenvolvida e situadaexteriormente, e o cilindro central, de menordesenvolvimento e situado no interior, delimitadopor uma camada uniestratificada, chamada depericiclo.

A casca é formada por várias camadas, a maisexterna é a epiderme, depois segue com aparênquima, chegando até a endoderme, que é olimite do cilindro central.

A endoderme diferencia-se das outras porapresentar reforços de lignina e/ou suberina nasparedes internas, dificultando as trocas metabólicasentre a casca e o cilindro central, assim, de espaçosem espaços, surgem células sem reforço, chamadascélulas de passagem, por onde passam assubstâncias nutritivas. Este tipo é muito comum emmonocotiledôneas, que, geralmente, não apresen-tam crescimento secundário.

Já os vegetais que apresentam crescimentosecundário não têm esse reforço na endoderme, mas

caracterizam-se por apresentarem uma faixa de lignina e/ou suberina chamada de estria de Caspary.

O caráter impermeabilizante desse revestimento daendoderme parece ter a função de impedir o refluxo daseiva no cilindro central, o qual seleciona o que passare em que quantidade.

O cilindro central é a parte central da raiz e é compostoprincipalmente por elementos condutores, fibras eparênquimas. O cilindro central da raíz primária é limitadona periferia por um periciclo, com células de paredesdelgadas e parenquimatosas, unisseriadas.

O xilema e o floema estão inteiramente contidos nocilindro central. Alternando-se a posição, permanecemlado a lado como os raios de uma roda.

De acordo com o número de feixes lenhosos presentes,podemos classificar as raízes em monarcas (com um feixelenhoso), diarca (com dois feixes), triarca (com trêsfeixes), tetrarca (com quatro feixes), todas caracterizamas dicotiledôneas e poliarca (com mais de quatro feixeslenhosos) que caracterizam as monocotiledôneas.

1.1 - 1.1 - 1.1 - 1.1 - 1.1 - Estrutura Primária

1 - 1 - 1 - 1 - 1 - Raiz

A raiz faz parte do eixo da planta, e é geralmentesubterrânea, exerce a função de fixar o vegetal nosubstrato e absorver água e sais minerais. Muitasraízes não vivem subterrâneamente, mas na água(plantas aquáticas), ou expostas ao ar (epífitas ouparasitas).

Para estudarmos a anatomia de qualquer órgãovegetal faz-se necessário realizar diversos cortes,como se fatiássemos o órgão que estamos

estudando, e posteriormente os analisássemos emmicroscópio.

A anatomia da raiz varia em diferentes casos, a maiscomum é a estrutura primária, depois a secundária. Asmonocotiledôneas apresentam raízes com estruturaprimária durante toda a sua vida. As gimnospermas(pinheiros e ciprestes) e dicotiledôneas substituem aestrutura primária pela secundária. Vejamos então estasestruturas:

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Corte transversal da raiz de videira

A estrutura secundária da raiz ocorre tanto na cascaquanto no cilindro central. Substitui a estruturaprimária das raízes das gimnospermas e dasdicotiledôneas após o primeiro ou segundo ano devida. Com o aparecimento de meristemas secundários(câmbio e felogênio), tem início o crescimento emespessura.

A casca secundária substitui a epiderme por umaperiderme, que é integrada pelo súber, felogênio efeloderma. O felogênio é formado por célulasparenquimáticas que regridem (desdiferenciam) aoestado meristemático, sofrendo divisões, produzindo,para o exterior, súber e, mais internamente, feloderme.Assim, vai crescendo a casca.

O crescimento do cilindro central se faz pelo câmbio,um meristema secundário, que assume um aspectoestrelado pois situa-se fora do xilema e dentro dofloema.

As células do câmbio dividem-se e formam parafora o floema secundário. O existente anteriormentepassa a se chamar floema primário, e formam paradentro o xilema secundário e, igualmente, o anteriorpassa a ser chamado de xilema primário.

FONTE: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.html

Legenda: Xil- xilema; x1º- xilema primário; x2º- xilemasecundário; flo- floema; f1º- floema primário; f2º-floema secundário; pdm- periderme; cv- câmbiovascular.

1.2 - 1.2 - 1.2 - 1.2 - 1.2 - Estrutura Secundária

FONTE: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.htmlLegenda: epd-epiderme; ctz- córtex; méd- medula; cc- cilindro central; end- endoderme

Corte transversal da raíz de RanunculusRaiz de dico primária

Corte transversal da raíz de milhoRaiz de mono primária

Com o novo floema para fora, o já existente éempurrado para a periferia. E com a produção do novoxilema, o existente é empurrado para o centro. Com aprodução dos novos elementos, o câmbio toma aforma de um cilindro, onde dentro encontramos oselementos xilemáticos e fora os floemáticos. E assimcresce o cilindro central.

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Corte transversal da raiz de trigoFONTE: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.html

Corte transversal da raiz de trigoFONTE: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.html

1.3 - 1.3 - 1.3 - 1.3 - 1.3 - Raízes Laterais

São formadas em tecidos profundos, no pericicloda raiz e crescem pela casca. Porém, em algunsvegetais primitivos, surgem a partir da endoderme.

1.4 - 1.4 - 1.4 - 1.4 - 1.4 - Velame

Essa estrutura é uma epiderme multisseriada queocorre em raízes aéreas de Orquídeas e Aráceas. Ovelame consiste em várias camadas de células mortascom paredes espessadas e no seu limite encontramos

Têm importante função na ramificação e sustentaçãodo vegetal.

a exoderme. Essas células tem numerosos poros, pelosquais passa água quando chove.

2 - 2 - 2 - 2 - 2 - Caule

O caule é geralmente a parte aérea do eixo da planta.As pteridófitas e quase a totalidade das

monocotiledôneas apresentam uma organização

morfológica interna chamada de estrutura primária. Nasgimnospermas e dicotiledôneas, geralmente, essaestrutura é substituída pela estrutura secundária.

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Corte transversal do caule de milho Corte transversal do caule de composta Caule de monocotiledônea Caule de dicotiledônea

FONTE: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.html

Legenda: par- parênquima; fxv- feixes libero-lenhosos; flo- floema; xil- xilema; col- colênquima; ctx- zonacortical; med- medula.

Com a formação de novos tecidos, ocorre então ocrescimento secundário do caule, tanto na cascaquanto no cilindro central.

Surge na casca o felogênio, que produz, para periferia,súber e para o interior, feloderme (parênquima).

Enquanto isso no cilindro central, entre os câmbiosfasciculares, surge o câmbio interfascicular pordesdiferenciação das células situadas entre os feixes.

2.1 - 2.1 - 2.1 - 2.1 - 2.1 - Estrutura Primária

Nas monocotiledôneas o corte transversal do caulemostra os feixes libero-lenhosos (floema e xilema)dispersos pelo parênquima, recebendo o nome deatactostele. O floema está sempre voltado para fora eo xilema para o interior. Os feixes mais desenvolvidosficam mais no centro. Se observarmos apenas umfeixe do caule de uma monocotiledônea, veremos queele apresenta xilema com elementos de calibre variávele freqüentemente ocorre uma lacuna com anéis soltos,o protoxilema, enquanto que no floema apresentam-se tubos crivados e células companheiras. Na maioriadas vezes o feixe é circundado por uma bainha deesclerênquima.

Nesses não há meristema, pois não ocorre ocrescimento em espessura e não há surgimento denovos tecidos.

Nas dicotiledôneas e nas gimnopermas encontramosum cilindro central nitidamente diferenciado, no qualocorre um só ciclo de feixes libero-lenhosos, ficandoo floema para fora e o xilema para o interior do caule.Entre eles existem arcos de meristema primáriochamados de câmbios fasciculares.

Pode-se diferenciar caule de raiz em crescimentoprimário, principalmente pelo xilema e floema, que naraiz se alternam, e no caule formam feixes com floemapara fora e xilema para dentro.

Pode-se diferenciar o caule das dicotiledôneas docaule das monocotiledôneas, principalmente porapresentar câmbio fascicular e um só ciclo de feixes,enquanto que nas monocotiledôneas os feixes estãoespalhados pelo parênquima.

2.2 -2.2 -2.2 -2.2 -2.2 - Estrutura Secundária

Estes, câmbio fascicular e interfascicular, unem-seformando um anel meristemático que se divide,originando para o interior xilema secundário e parafora, floema secundário. Assim se dá o crescimento dociclindro central.

Lembrando que os mais novos estão próximos aocâmbio e os mais velhos (primeiros a serem formados)são chamados de primários.

Page 38: Anatomia de Plantas Vasculares

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3 - 3 - 3 - 3 - 3 - Folha

Introdução

A folha é um órgão lateral nascido sobre o caule. Ela apresenta funções importantes para o organismo vegetal.

Corte transversal do caule de videira

FONTE: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.html

Legenda: cv- câmbio vascular; cvi-f – Câmbio fascicular; cv-if - câmbio inter-fascicular; lbr- líber; ctx- zona cortical.

3.1 - 3.1 - 3.1 - 3.1 - 3.1 - Limbo

A parte principal da folha a ser estudadaanatomicamente é a sua lâmina, chamada de limbo,que fica sobre um eixo chamado pecíolo, que prende afolha ao caule diretamente ou por meio de uma bainha.

A epiderme superior é conhecida como adaxial e ainferior como abaxial. Entre essas epidermes ficam osparênquimas e os tecidos condutores.

Os parênquimas apresentam plastos com clorofila,(ou clorênquima) responsáveis pela fotossíntese. Elespodem ser do tipo paliçádico em ambas as faces oulacunoso em ambas, ou paliçádico na adaxial elacunoso na abaxial, este último conhecido comopadrão dorsiventral.

O tecido condutor imerso no parênquima é compostopelo xilema, voltado para a face adaxial e floema, paraabaxial. Eles podem estar acompanhados de fibras oubainha esclerenquimática.

O ambiente influencia a estrutura das plantas. Asfolhas submersas são delicadas, destituídas de

epiderme, a camada mais externa apresentacloroplastos, já que tem a água para protegê-la dosraios do sol e lacunas para reserva de gases, além depoucos tecidos para sustentação, já que não éinteressante para o vegetal aquático resistir à força daágua, assim ele acompanha o movimento da água.

Em ambientes xéricos (secos), as folhas apresentamsua epiderme multisseriada, estômatos em depressõesou covas, pêlos abundantes, além da escleromorfia(folhas duras), tudo isso para evitar a perda de água.

As folhas aéreas apresentam geralmente estômatosna epiderme abaxial, sendo conhecidas comohipostomáticas, outras têm seus estômatos em ambasas faces, são as anfistomáticas. Em folhas de plantasflutuantes, por exemplo, os estômatos podem estarpresentes na face adaxial, já que a outra face estáobstruída pela água, sem possibilidade de haver trocagasosa, estas são conhecidas por epistomáticas, massão as menos freqüentes.

Page 39: Anatomia de Plantas Vasculares

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Corte transversal da folha de milho Corte transversal da folha de oliveira Folha de monocotiledônea Folha de dicotiledônea

FONTE: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.html

Legenda: epd-pi- epiderme página interna; epd-pe- epiderme página externa; mes- mesófilo; fxv-df- feixes duplos fechados;p-pal- parênquima paliçádico; p-lac- parênquima lacunoso; col- colênquima; epd-sup- epiderme superior; epd-inf- epidermeinferior.

3.2 - 3.2 - 3.2 - 3.2 - 3.2 - Pecíolo

O pecíolo, em corte transversal, tem a forma côncavaou plana na face adaxial e convexa, abaxialmente. Osfeixes estão formam um semicírculo, com floema para

face abaxial e xilema para a adaxial. Possui uma medulano interior formada de parênquimas ou oca.

O fruto também tem origem foliar, mas à medida queamadurece, fica mais difícil reconhecer essa natureza.A epiderme externa se transforma no epicarpo, a

epiderme interna originará o endocarpo, e o que estáentre as duas será o mesocarpo, o seu conjunto échamado de pericarpo (ou fruto).

4.2 - 4.2 - 4.2 - 4.2 - 4.2 - Anatomia do Fruto

Os óvulos fecundados originam as sementes e noseu interior observam-se cotiledones (um no caso damonocotiledôneas ou dois nas dicotiledôneas - daí oseu nome), radícula (originará a raiz), caulículo (queformará o caule) e gêmula ou plúmula, (reponsável

4.3 - 4.3 - 4.3 - 4.3 - 4.3 - Anatomia da Semente

pelas primeiras folhas). A esse conjunto chamamos deembrião.

Além do embrião, também podemos encontrarsubstâncias nutritivas.

4 - 4 - 4 - 4 - 4 - Flor, Fruto e Semente

4.1 - 4.1 - 4.1 - 4.1 - 4.1 - Anatomia da Flor

Anatomicamente, a flor apresenta sua natureza foliar,com epiderme, alguns estômatos, parênquima e feixeslibero-lenhosos. As anteras dos estames (aparelhomasculino) apresentam externamente uma epiderme,células-mãe que originarão os grãos de pólen, umacamada de tecido nutritivo chamado tapete e uma

camada mecânica responsável pela abertura da antera.Os grãos de pólen, em corte, mostram externamente aexina, depois a intina e, internamente, dois núcleos,um vegetativo que originará o tubo polínico, e outroreprodutivo.

Page 40: Anatomia de Plantas Vasculares

40SÍNTESE

1- Raiz

- A raiz pode ser dividida anatomicamente em: cascae o cilindro central delimitado pelo periciclo;

- A casca é formada por epiderme, parênquima eendoderme, que é limite do cilindro central;

- A endoderme se diferencia das outras porapresentar reforços de lignina e/ou suberina. Deespaços em espaços surgem células de passagem,comum em monocotiledôneas. Já as dicotiledôneasapresentam estria de Caspary;

- O cilindro central é composto por elementoscondutores, fibras e parênquimas. O cilindro centralda raíz primária é limitado por um periciclo;

- O xilema e o floema estão no cilindro central, epermanecem lado a lado;

- De acordo com o número de feixes lenhosospodemos classificar as raízes em monarcas, diarcas,triarcas, tetrarcas (em dicotiledôneas) e poliarcas(nas monocotiledôneas);

- A estrutura secundária da raiz ocorre tanto nacasca quanto no cilindro central, e se inicia com oaparecimento do câmbio e felogênio;

- A epiderme é substituida pelo súber, felogênio efeloderma;

- O crescimento do cilindro central se faz pelocâmbio;

- As células do câmbio se dividem e formam parafora o floema secundário, o existente anteriormente,passa a se chamar floema primário, e formam paradentro xilema secundário e, igualmente, o anteriorpassa a ser chamado de xilema primário;

- As raízes laterais são formadas no periciclo daraiz;

- O velame é uma epiderme multisseriada ocorrendoem raízes aéreas.

2- Caule

- O caule das monocotiledôneas mostra floema exilema dispersos pelo parênquima, recebendo o nomede atactostele;

- O floema é voltado para fora e o xilema, para dentro;

- O feixe do caule de uma monocotiledônea apresentaxilema com protoxilema, e no floema tubos crivados ecélulas companheiras;

- O feixe é circundado por uma bainha deesclerênquima;

- Nas dicotiledôneas e nas gimnopermas ocorre um sóciclo de feixes libero-lenhosos e entre eles existe umcâmbio fascicular;

- Pode-se diferenciar caule de raiz em crescimentoprimário pois, na raiz, xilema e floema se alternam, e nocaule formam feixes;

- O caule das dicotiledôneas apresentam câmbiofascicular e um só ciclo de feixes, enquanto que nasmonocotiledôneas os feixes estão espalhados peloparênquima;

- No crescimento secundário do caule surge o felogêniona casca e produz, para periferia, súber e para o interior,feloderme (parênquima). E no cilindro central surge ocâmbio interfascicular, originando xilema e floemasecundários.

3- Folha

- A folha apresenta limbo e pecíolo, e uma bainha;

- A epiderme superior é conhecida como adaxial e ainferior como abaxial. Entre essas epidermes ficam osparênquimas e os tecidos condutores;

- Os parênquimas apresentam clorofila;

- Eles podem ser do tipo paliçádico em ambas as facesou lacunoso em ambas, ou paliçádico na adaxial elacunoso na abaxial, este último conhecido como padrãodorsiventral;

- O xilema está voltado para a face adaxial e floemapara abaxial. Eles podem estar acompanhados de fibrasou bainha esclerenquimática;

- As folhas submersas são delicadas, destituídas deepiderme, a camada mais externa apresenta cloroplastose poucos tecidos para sustentação;

- Em ambientes xéricos (secos), as folhas apresentamsua epiderme multisseriada, estômatos em depressõesou covas, pêlos abundantes, além da escleromorfia(folhas duras);

- As folhas hipostomáticas apresentam estômatos naepiderme abaxial;

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Exercícios de Auto-Avaliação

1. Anatomicamente como pode ser dividida a raiz?2. Diferencie raiz em crescimento primário de raiz em crescimento secundário.3. Diferencie monocotiledônea de dicotiledônea, pela anatomia da raiz .4. Defina velame.5. Diferencie monocotiledônea de dicotiledônea através da anatomia do caule.6. Diferencie caule em crescimento primário de caule em crescimento secundário.7. Defina atactostele.8. Informe a estrutura de uma folha.9. Defina anatomicamente uma folha de planta submersa.10. Diga o nome do padrão em que a folha apresenta parênquima lacunoso na face abaxial e paliçadico na

adaxial.11. Por que as folhas de plantas xeromórfas apresentam redução da sua superfíce e estômatos tão protegidos.12. Defina folha epistomática, e qual a importância disso para o vegetal.13. Defina fruto.14. Defina semente.

Atividades Complementares

1- É importantíssimo para a compreensão desta unidade que se acompanhe atentamente o texto e as figuras,analisando cada item.

2- Faça uma caminhada e observe as diferenças entre os caules de monocotiledôneas e dicotiledôneas(especialmente as árvores), e você poderá perceber que as diferenças anatômicas se refletem na aparênciaexterna do vegetal. O crescimento secundário traz um porte maior e mais forte ao vegetal. Observe.

3- Observe as diferenças das folhas das plantas de ambientes secos (como os cactos) e aquáticas (como as deum aquário), você irá perceber, a olhos vistos, que as diferenças anatômicas se refletem na estrutura externa.

4- Antes de comer um fruto, observe e tente encontrar o pericarpo, diferenciando o epicarpo, mesocarpo e oendocarpo. Vai ser muito instrutivo.

Quando for responder às questões, é importante que você só olhe as respostas do gabarito depois determiná-las, pois só então você realmente irá aprender. Por isso, o gabarito está no final do instrucional.

- As folhas anfistomáticas tem estômatos em ambasas faces;

- As folhas epistomáticas tem os estômatos na faceadaxial;

- O pecíolo tem a forma côncava ou plana na faceadaxial e convexa, abaxialmente. Os feixes formamum semicírculo, com uma medula formada deparênquimas ou oca.

4- Flor, fruto e semente

- Anatomicamente a flor mostra sua natureza foliar,com epiderme, alguns estômatos, parênquima e feixeslibero-lenhosos;

- Após a formação do tubo polínico, o primeiro gametamasculino fecunda a osfera e o segundo, os núcleossecundários;

- O óvulo fecundado se transforma em semente e oovário em fruto;

- O pericarpo é constituído por epicarpo, mesocarpo eendocarpo;

- Os óvulos fecundados originam as sementes;

- As sementes são transportadas e irão germinaroriginando uma nova planta.

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Se você:

1) concluiu o estudo deste guia;2) participou dos encontros;3) fez contato com seu tutor;4) realizou as atividades previstas;

Então, você está preparado para asavaliações.

Parabéns!

Page 43: Anatomia de Plantas Vasculares

43Glossário

AMIDO - carboidrato insolúvelANATOMIA- área da morfologia que estuda a estrutura interna dos organismosATACTOSTELO- estelo no qual os feixes estão espalhados no tecido fundamentalCÂMBIO- meristema secundárioCISTÓLITO- concreção de carbonato de cálcioCORTIÇA - o mesmo que felemaCUTINA - substância graxa complexa, semelhante a ceraDESDIFERENCIAÇÃO- o inverso de diferenciaçãoDICOTILEDÔNEA - vegetal superior (angiosperma) com dois cotilédones na sementeDIFERENCIAÇÃO- alterações fisiológicas e morfológicas que ocorre quando uma célula ou tecido se torna

adultoESCUTELO- cotilédone das gramíneasEUSTELO - estelo típico das dicotiledôneas e gimnospermas, caracterizado porapresentar um sistema

vascular cilíndricoFELEMA- tecido protetor formados por células não vivas, de paredes suberizadasFLOEMA- tecido condutor de alimentos das plantas vascularesGOMA- resultado da desintegração de células vegetaisISODIAMÉTRICO- formato regular, diâmetros de igual comprimentoLACUNA- espaço, geralmente contendo arMEDULA- tecido fundamental localizado no centro do caule ou raizMONOCOTILEDÔNEA - vegetal superior (angiosperma) com um cotilédone na sementeMUCILAGEM- inclusão viscosa, geralmente composta por proteínaNÓ- parte do caule onde se inserem as folhasPAPILA- tipo de tricomaPROTOFLOEMA- os primeiros floemas a serem formadosTANINO- grupo heterogêneo de derivados fenólicos. Substância amorfa adstringenteTRICOMA- protuberância da epiderme, incluindo pêlos e escamasXILEMA- principal condutor de água do organismo vegetal

Se você não encontrou a resposta para sua dúvida neste glossário, então procure nos livros indicados nasreferências bibliográficas.

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44Gabarito dos Exercícios de Auto-Avaliação

ATENÇÃO !

SÓ OLHE AS RESPOSTAS DEPOIS DE TER RESOLVIDO AS QUESTÕES !

UNIDADE I - CITOLOGIA

1. É a unidade estrutural básica do organismo vegetal.2. São variáveis. Quanto à forma podem ser esféricas, quando isoladas, poliédricas ou isodiamétrica nos

tecidos, e as meristemáticas predomina a forma cúbica.3. Parede celular e protoplasto.4. Os elementos protoplasmáticos são elementos ditos vivos, como citoplasma, núcleo, plastídios, etc., e os

não-protoplasmáticos são aqueles destituídos de vida, como vacúolos, cristais, óleos, etc.5. Os elementos protoplasmáticos são: citoplasma, núcleo, plastídios, etc. E os não-protoplasmáticos da

célula vegetal são: vacúolos, cristais, grão de amido, gotas de óleo, etc.6. É o resultado da atividade secretora do protoplasma formada por materiais ergásticos. É típico de células

vegetais.7. Ela não é protoplasmática.8. São as partes da parede que não são atingidas pelo espessamento.9. O meato esquizógeno é o resultado da dissolução da lamela média e conseqüente afastamento da parede

primária, e o meato lisígeno é o resultado da dissolução de células inteiras ou grupos delas.10. O tonoplasto é a membrana vacuolar e o ectoplasto é a membrana situada entre o citoplasma e a parede.11. Os componentes protoplasmáticos da célula vegetal são citoplasma, retículo endoplasmático, núcleo,

plastidoma e mitocôndrias.12. Conjunto de canalículos ramificados que vão do núcleo até a periferia celular, com a função de distribuir

alimentos.13. Plastidoma é um conjunto de plastídios.14. Os cromatóforos apresentam pigmentos e os leucoplastos não.15. O pigmento dos cloroplastos é a clorofila e dos cromoplastos o caroteno.16. Vacuoma é um conjunto de vacúolos.17. Uma célula jovem apresenta numerosos vacúolos e uma adulta apenas um.18. Substâncias ergásticas são o produto de reserva ou resultado de atividade celular.19. Esta resposta deve ser feita observando a figura na unidade correspondente.20. As substâncias ergásticas mais comuns são os grãos de amido, proteínas, taninos, cristais e gorduras.

UNIDADE II - TECIDOS VEGETAIS

1. Tecido vegetal é o conjunto de células com a mesma organização e origem, com funções em comum.2. As principais características do meristema são: apresentar células pequenas, isodiamétricas, com paredes

delgadas, sem espaço intercelular, sem vacúolos e sem plastídios; são formados por núcleos grandes; e estãosempre em divisão.

3. É quando as células meristemáticas se transformam em células adultas, de outro tecido.4. Os tecidos permanentes são: tegumentário, fundamental, de sustentação, condutor, secretor.5. O parênquima paliçadico tem células longas e organizadas lado a lado e as células do lacunoso são

irregulares, com espaços entre elas.6. O colênquima é um tecido vivo que ocorre em áreas de crescimento e o esclerênquima é formado por

células mortas e ocorre em tecidos adultos.

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45UNIDADE III – ÓRGÃOS VEGETAIS

1. Anatomicamente a raiz está dividida em casca e ciclindro central.2. A raiz em crescimento secundário se diferencia da raiz em crescimento primário pois surge o felogênio na

casca e produz, para periferia, súber e para o interior, feloderme (parênquima). E no cilindro central surge ocâmbio, originando xilema e floema secundários.

3. Monocotiledônea tem um número superior a 4 feixes xilemáticos, é poliarca, e em dicotiledônea encontramosdiarca, triarca até tetrarca.

4. Velame é uma epiderme multisseriada que ocorre em raízes aéreas de orquídeas e aráceas.5. O caule das monocotiledôneas mostra floema e xilema dispersos pelo parênquima, recebendo o nome de

atactostele e nas dicotiledôneas ocorre um só ciclo de feixes libero-lenhosos e entre eles existe um câmbiofascicular.

6. No crescimento secundário do caule surge o felogênio na casca, o qual produz, para periferia súber e, parao interior, feloderme (parênquima). E no cilindro central surge o câmbio interfascicular, originando xilema efloema secundário.

7. Floema e xilema dispersos pelo parênquima.8. A folha apresenta limbo, pecíolo, bainha, ou pode faltar qualquer um destes. A epiderme superior da lâmina

foliar é conhecida como adaxial e a inferior, como abaxial, e entre elas ficam os parênquimas e os tecidoscondutores.

9. As folhas submersas são delicadas, destituídas de epiderme, a camada mais externa apresenta cloroplastose poucos tecidos para sustentação.

10. Padrão dorsiventral.11 Para evitar a perda de água.12. As folhas epistomáticas ocorrem geralmente em plantas flutuantes, seus estômatos estão presentes na

face adaxial, o que é importantíssimo para o vegetal, já que a outra face está obstruída pela água, sempossibilidade de haver troca gasosa.

13. Fruto é o ovário desenvolvido após a fecundação.14. Semente é o óvulo fecundado.

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46Referências Bibliográficas

CUTTER, E. G. Anatomia Vegetal: Parte I - células e tecidos. 2 ed. São Paulo: Roca, 1986.ESAU, K. Anatomia das plantas com sementes. 4 ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1983.FERRI, M. G. Botânica: Morfologia interna das plantas (Anatomia). 9ed. São Paulo: Nobel, 1988.___. Glossário de termos Botânicos. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, Depto de Botânica, 1969.

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