Yûki Mukai
Universidade de Brasília
À luz da “Aquisição de Segunda Língua”: até onde e como
influenciariam os fatores variáveis individuais (crenças)
dos agentes engajados no ensino-aprendizagem de
japonês como LE no Brasil?
XXII ENPULLCJ / IX CONGRESSO INTERNACIONAL
DE ESTUDOS JAPONESES NO BRASIL
30 e 31 de agosto de 2012 – UFPR
CRENÇAS no ensino-aprendizagem de Línguas
2
Opiniões e ideias que alunos e
professores têm a respeito dos
processos de ensino e
aprendizagem de línguas (BARCELOS, 2001).
Crença de um professor
3
Creio que ...
a) Deve-se dar mais ênfase à estrutura do que ao significado.
b) A memorização do diálogo é importante.
c) O estudo da língua(gem) é voltado para a aquisição de pronúncia correta e de vocabulário.
d) Espera-se uma pronúncia correta como um falante nativo.
e) O ensino é centralizado nos exercícios de repetição.
Abordagem audiolingual
Objetivos do workshop Na 1ª parte do workshop (teoria):
(1) Discutir brevemente a questão terminológica na área da “Aquisição
de Segunda Língua” (por ex., língua estrangeira/segunda língua,
aquisição/aprendizagem, etc.) e os variáveis individuais dos agentes
(professores, alunos, coordenadores, diretores);
(2) Refletir a importância de crenças dos agentes e suas implicações
para o processo de ensino-aprendizagem de japonês como língua
estrangeira;
Na 2ª parte do workshop (prática):
(3) Analisar o BALLI (Inventário de Crenças sobre Aprendizagem de
Línguas) (HORWITZ, 1987) adaptado;
(4) Elaborar BALLI adaptado de acordo com a nossa realidade.
4
1ª Parte do Workshop (Teoria)
5
1. Linguística Aplicada
2. Aquisição
de L2
3. Diferenças individuais
4. Crenças
2ª parte do Workshop (Prática)
6
5. Metodologia
e BALLI
6. Análise do BALLI
adaptado
7. Elaboração de BALLI adaptado
8. Sugestões para futuras
pesquisas
Introdução
7
Você, como professor principiante, está preocupado demais com o
conteúdo e a maneira como se ensina o japonês?
Você, como professor veterano, está confiante demais ao lecionar?
Alguma vez, levou em consideração os fatores variáveis individuais
dos aprendizes em sala de aula?
Você, como aluno, refletiu, alguma vez, seu estilo de
aprendizagem de japonês?
Você, como coordenador, respeita as opiniões e ideias dos
professores/alunos de seu curso?
OBJETIVOS dos estudos de crenças
8
a) Melhoria do curso, da prática de ensino,
do aprendizado de línguas;
b) (Auto)Reflexão e conscientização
sobre as ações dos agentes (professor, aluno,
coordenador, diretor) engajados no ensino-
aprendizagem de línguas.
1. Linguística Aplicada 応用言語学
9
LINGUÍSTICA APLICADA é um campo interdisciplinar de
estudo que identifica, investiga e oferece soluções para problemas
relacionados com a linguagem da vida real.
É o estudo de questões da prática social envolvendo o uso de
linguagem.
Por exemplo: questão pedagógica, contexto escolar, ensino-
aprendizagem de línguas, professor-aluno, aprendizes não nativos,
interlíngua, etc.
Por exemplo...
10
Por que os alunos / professores estão desmotivados?
Por que os alunos têm dificuldade em pronunciar ごはん corretamente?
Por que os alunos produzem comumente as expressões
おもしろいじゃない, 赤いの車?
Qual método de ensino seria mais adequado para alunos?
Por que o professor “X” age assim em sala de aula?
1.1 Associações de Linguística
Aplicada 応用言語学会
12
American Association for Applied Linguistics (AAAL)
Association Internationale de Linguistique Appliquée (AILA)
The British Association for Applied Linguistics (BAAL)
Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB)
1.2 Subáreas de LA (Associação Americana
de Linguística Aplicada)
Análise do Discurso e
Interação
Avaliação
Educação bilíngue,
minoritária, Imersão, Língua
de Herança
Linguística de Corpus
Linguística Educacional
Linguagem e Cognição
Linguagem e Ideologia
Linguagem e Tecnologia
13
• Política e Planejamento
linguístico
• Língua, Cultura e Socialização
• Pragmática
• Leitura, Escrita e Letramento
• Pedagogia de Segunda Língua e Língua Estrangeira
• Aquisição de Segunda
Língua, Aquisição da
Linguagem, Atrito linguístico
• Sociolinguística
• Análise de Texto (Discurso
escrito)
2. Aquisição de Segunda Língua (L2)
第2言語習得研究
14
A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da
Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e
processos complexos de aquisição, aprendizagem e
ensino de línguas (língua estrangeira [LE] e segunda
língua [L2]).
15
Afinal, “Segunda” em
“Aquisição de
Segunda Língua” se
refere a quê?
2. Aquisição de Segunda Língua
(L2) 第2言語習得研究
16
No sentido AMPLO, o termo ‘segunda’ é usado para se
referir a qualquer outra língua que não seja a primeira
(ELLIS, 1994).
L2
(Termo abrangente)
Língua estrangeira(LE)
Língua alvo Língua adicional
L1
(Foreign Language vs Second Language)
No sentido restrito, as noções “Língua Estrangeira (LE)” e “Segunda Língua (L2)” se
diferenciam com base no CONTEXTO onde se aprende uma língua
estrangeira:
caso se aprenda japonês nos países ou comunidade em que se fala/utiliza essa mesma
língua como meio de comunicação, considera-a como
segunda língua (L2) 第2言語;
caso se aprenda japonês nos países ou comunidade em que NÃO se fala/utiliza essa
mesma língua como meio de comunicação, considera-a como
língua estrangeira (LE) 外国語.
2.1 LE (Língua Estrangeira) vs L2
(Segunda Língua) (no sentido RESTRITO)
17
2.2 JLE versus JL2
18
a) Japanese as a Foreign Language 外国語としての日本語
Japonês como LE (JLE)
b) Japanese as a Second Language第2言語としての日本語
Japonês como L2 (JL2)
(1) Pedro aprendeu japonês na UnB.
(2) Paulo aprendeu japonês em Tóquio.
(3) Ken aprendeu a falar japonês em casa (numa comunidade
nipônica) no Brasil.
Contexto de L2 Contexto de LE
Contexto Extraclasse (casa,
comunidade), sala de aula
(imersão)
Sala de aula, Professor,
Livro didático
Foco Comunicação em si Aspectos do sistema linguístico
Tipo de
aquisição
Aquisição natural Aquisição instruída
Aquisição espontânea Aquisição guiada
19
2.3 Ensino-aprendizagem baseado no
contexto
高そう / 高いそう
(Sistematização nossa baseada em ELLIS , 1994)
Essa distinção é importante?
20
É importante (1) para quem trabalha com
variáveis individuais dos participantes da
pesquisa;
(2) considerando o contexto e o background na
aquisição/aprendizagem de línguas. ← Crenças do professor (issei) de japonês (JL1)
Crenças do professor (nisei) de japonês (JL2)
Crenças do professor brasileiro de japonês (JLE)
Estilo de aprendizagem de alunos de JLE (Japonês como LE)
Estilo de aprendizagem de alunos de JL2 (Japonês como L2)
(acquisition vs learning) (KRASHEN, 1987) →
2.4 Aquisição vs Aprendizagem
21
Tipo Processo de
aquisição/aprendizagem Contexto
Acquisition
Aquisição
習得
processo subconsciente
(É como se fosse aprender a
língua materna.)
Onde se fala a
língua alvo como
meio de
comunicação
L2
Learning
Aprendizagem
学習
processo consciente Sala de aula LE
Qual é a forma TE do
verbo “書く”?
(ELLIS, 1994)
1) Descrição das características da interlíngua dos aprendizes;
2) Fatores internos do aprendiz (processo cognitivo);
3) Fatores externos do aprendiz (contexto);
4) Diferenças individuais dos aprendizes.
23
2.6 Subáreas da Aquisição de L2
Aquisição de L2
Descrição Fatores internos
Fatores externos
Diferenças individuais
Fatores cognitivos
1) Inteligência 知性;
2) Aptidão 言語適性;
3) Estilo de aprendizagem 学習スタイル;
Fatores afetivos
4) Personalidade 性格 (extroversão, inibição, ansiedade, autoconfiança, autoestima, etc.);
5) Motivação 動機付け
6) Atitude 態度;
Fatores socioculturais
7) Identidade アイデンティティ;
8) Crença ビリーフ;
Outros fatores
9) Idade 年齢
10) Sexo 性別 24
3. Diferenças individuais dos aprendizes de
LE/L2 学習者の個人差
← (p.25) ←(p.35)
Fatores extralinguísticos
25
Crenças
Personalidade
Estilo de aprendizagem
Identidade Motivação /
atitude
Aptidão
As variáveis individuais não existem de forma independente uma da
outra, mas sim de forma interligada e complexa. (LIGHTBOWN;
SPADA, 2006)
3.1 Posição dos estudos de “Crenças” na LA
26
Aquisição de L2
Descrição Fatores internos
Fatores externos
Diferenças individuais
Linguística Aplicada
Crenças
3.2 Background do surgimento dos estudos sobre
as diferenças individuais
27
A abordagem comunicativa coloca o aluno no centro do processo
de ensino-aprendizagem de línguas.
Abordagem
audiolingual Abordagem
comunicativa
FORMA (fatores
linguísticos)
SIGNIFICADO e fatores
extralinguísticos
ALUNO
Prof.
Sala de aula
Livro
Língua
3.3 Perguntas básicas p/ reflexão
28
Na aprendizagem de LE/L2, por que alguns
aprendizes são mais habilidosos e outros não?
As variáveis individuais são importantes no
ensino-aprendizagem de LE/L2?
Se sim, quais são as variáveis individuais que
afetam mais no ensino-aprendizagem de LE/L2?
→
3.4 Importância de Crenças dos agentes
engajados no âmbito pedagógico
29
As CRENÇAS podem exercer na prática pedagógica dos
professores e na aprendizagem dos alunos.
Os educadores de professores, além dos próprios
professores, devem estar conscientes de suas crenças e de
como essas afetam suas ações em sala de aula (BARCELOS,
2004) porque
(Na prática: 反復練習、翻訳、ペアワーク、ロールプレイ, etc.)
(Na aprendizagem: 漢字、語彙、発音、文法、インターネット、辞書, etc.)
3.5 Relação entre crenças dos agentes e sua
decisão/ação
(Sistematização baseada em SCRIVENER, 1994)
As CRENÇAS dos agentes se configuram como BASE da atitude/intenção, decisão/ação executada pelos mesmos.
30
Decisão,
ação
Atitude e intenção
Crenças dos agentes engajados no ensino-
aprendizagem de LEs
Na prática de ensino-
aprendizagem
Por isso, “Crença” é uma das variáveis individuais mais importantes.
3.6 Importância dos estudos de crenças
(Do ponto de vista de prof.)
31
Para o ensino-apredizagem de LE/L2 bem sucedido, é
importante
1) RECONHECER suas crenças e as dos colegas e dos
alunos a respeito do ensino-aprendizagem de JLE;
2) ter em mente as ações que você considera “boas” e ter
CONSCIÊNCIA da razão por que você pensa assim
(McKAY, 2003);
3) REFLETIR se realmente suas ações são adequadas para
seus alunos (KAWAGUCHI; YOKOMIZO, 2005).
32
Se existe uma diferença grande entre as crenças de
professores e as de alunos em relação ao ensino-
aprendizagem de línguas?
As frustrações podem impedir o desenvolvimento saudável
do ensino-aprendizagem de LEs, causando:
a) Conflito entre professor e alunos;
b) Aumento de ansiedade;
c) Diminuição de motivação.
3.7 Um exemplo da discrepância de
crenças entre professor e alunos
33
O professor adotou a abordagem comunicativo-
interativa, mas
os alunos preferiram que o professor adotasse a
abordagem gramatical, feedback corretivo e ensino
centrado no professor.
Quais são as crenças do professor?
=> Os alunos não gostam da gramática.
=> Os alunos não gostam de ser corrigidos.
34
4. Afinal, o que são
“crenças”
(Belief,ビリーフ) ?
4.1 Crenças dos agentes no Ensino de LEs
35
1) Crença dos aprendizes;
2) Crença dos professores;
3) Crença do diretor, coordenador, etc. (SILVA, 2010)
4.2 Crenças
36
• atitudes, valores, julgamentos, opiniões,
ideologias, percepções, concepções, sistemas
conceituais, preconceitos, teorias pessoais,
estratégias de ação, regras de prática, princípios
de prática, perspectivas entre outros. (PAJARES,1992)
Variáveis individuais
4.2 Crenças no ensino-aprendizagem
de LEs
37
Dizem respeito às opiniões e ideias que
alunos e professores têm a respeito dos
processos de ensino e aprendizagem de
línguas (BARCELOS, 2001).
4.3 Crenças e Contexto
38
As crenças são pessoais (→), contextuais, episódicas e têm origem nas nossas experiências, na cultura e no folclore (...) inconsistentes e contraditórias (BARCELOS, 2001).
O feijão é bom para ...
Como você sabe?
Origina-se da nossa experiência anterior.
どのように漢字を勉強しましたか。
Ex. Crenças de
professor issei
Crenças de professor
sansei
39
Mas, lembre-se que
crenças não são provindas de valores
de julgamento de certo e errado
(DEWEY, 2010 [1933]).
4.4 Formação de Crenças
40
Crenças como ideias preexistentes
(HORWIZ, 1987), fixas e padronizadas.
“As mulheres são
melhores do que os
homens na aprendizagem
de LE.”
“Não se aprende inglês
na escola pública.”
4.4 Formação de Crenças
41
Crenças se formam com base na interação e
adaptação dos indivíduos a seus ambientes” (KALAJA, 1995; BARCELOS, 2006, 2007)
=> Por isso, as crenças são consideradas como
processo sociocultural.
Crenças estão sempre em processo de
transformação, sendo formadas.
42
Crenças
Experiências presentes
Adaptações
Experiências passadas
Interações
CONTEXTOS
4.5 Exemplos: Crenças dos
professores
43
a) A gramática é mais importante no ensino de japonês.
⇒ Crença sobre o conteúdo do ensino (syllabus).
b) Em sala de aula, o trabalho em dupla é mais importante.
⇒ Crença sobre as atividades em sala de aula.
c) Os materiais para compreensão de leitura são mais
importantes.
⇒ Crença sobre materiais didáticos.
4.6 Exemplos: Crenças dos aprendizes
44
a) A conversação é mais importante na aula.
⇒ Crença sobre o método de ensino.
b) A habilidade de “compreensão auditiva” é mais
importante na aprendizagem.
⇒ Crença sobre 4 habilidades linguísticas.
c) Os materiais autênticos são melhores.
⇒ Crença sobre materiais didáticos.
2ª parte do Workshop (Prática)
45
5. METODOLOGIA para
estudos de crenças
Um dos objetivos do wrokshop é elaborar um
questionário BALLI adaptado, visando aplicação
no ensino-aprendizagem de JLE.
5.1 OBJETIVOS dos estudos de crenças
46
a) Melhoria do curso, da prática de ensino,
do aprendizado de línguas;
b) (Auto)Reflexão e conscientização sobre
as ações dos agentes engajados no ensino-
aprendizagem de línguas.
47
Como coletar dados
sobre as crenças?
5.2 Instrumentos de coleta de dados
para estudos de crenças
48
Questionários;
Entrevistas;
Auto-relatos; Narrativas (escritas ou orais);
Observação de aulas;
Notas de campo;
Diários;
Gravação em áudio ou vídeo;
Desenhos;
Metáforas. Triangulação
Validação e
veracidade
Questionários
Observação de
aulas Entrevista
日本語を教えることとは。。。
49
<Metáfora>
指揮者 ser regente de uma orquestra
植物を育てる cultivar uma planta
暗い家の窓を開ける abrir a janela de uma casa escura
テニスをする jogar tênis
ストロガノフを作る fazer estrogonofe
5.3 Tipos de QUESTIONÁRIO
51
Questionário com itens FECHADOS
Questionário com itens em ESCALA
Questionário com itens ABERTOS
Questionário MISTO
BALLI=> Questionário com itens em ESCALA
5.4 QUESTIONÁRIOS
52
“Os questionários envolvem questões pré-
determinadas apresentadas na forma escrita. (...)
embora sejam fáceis de aplicar (...) os
questionários requerem muito tempo e cuidado
para a sua elaboração.” (VIEIRA-ABRAHÃO,
2006)
5.5 INVENTÁRIOS (na área de Linguística
Aplicada)
53
a) Escala para a Ansiedade de sala de aula de Língua Estrangeira
(Foreign Language Classroom Anxiety Scale –FLCAS)
(HORWITZ; HORWITZ; COPE, 1986);
b) Inventário de Crenças sobre Aprendizagem de Línguas (Beliefs
About Language Learning Inventory - BALLI) (HORWITZ,
1987);
c) Inventário de Estratégias para Aprendizagem de Língua
Estrangeira (Strategy Inventory for Language Learning – SILL)
(OXFORD, 1989);
d) Inventário de Estratégia para Aprendizagem de Kanji (Strategy
Inventory for Learning Kanji - SILK) (BOURKE, 2006).
54
O que é “BALLI”?
5.6 Inventário de Crenças sobre
Aprendizagem de Línguas (BALLI)
Elaborado por Horwitz (1987) originalmente para
investigar as crenças de estudantes de Inglês como L2
nos EUA.
=> Precisa-se de adaptação.
Composto de 34 questões relacionadas à aptidão,
grau de dificuldade na aprendizagem, estratégias
comunicativas e de aprendizagem e motivação entre
outros.
55
Variáveis individuais
56
Crenças
Personalidade
Estilo de aprendizagem
Identidade Motivação /
atitude
Aptidão •Crenças sobre a
motivação
•Crenças sobre a
identidade
•Crenas sobre a
personalidade
•Crenas sobre o
estilo de
aprendizagem
BALLI - QUESTIONÁRIO ESCRITO FECHADO
COM ESCALAS
57
Leia atentamente cada afirmação e então decida-se:
(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo
nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.
Não existem respostas certas ou erradas. Estamos apenas
interessados em sua opinião. As questões de número 3 e 10
são ligeiramente diferentes e você deve marcá-lo como
indicado.
6. Perguntas e Análise do BALLI
adaptado
58
(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo nem discordo, (4)
discordo, (5) discordo totalmente.
1. É mais fácil para as crianças do que os adultos aprender uma língua
estrangeira, no caso aqui, a língua japonesa. ( )
→ Crenças sobre Aquisição infantil, idade, período crítico.
2. Algumas pessoas têm uma habilidade especial para aprender língua japonesa.
( )
→ Aptidão
3. Japonês é uma língua:
(a) muito difícil ( ) (b) difícil ( )
(c) nem difícil nem fácil ( ) (d) fácil ( )
(e) muito fácil ( )
→ Sobre a língua japonesa de modo geral.
Partes vermelhas
(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo
nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.
59
4. Acredito que vou falar japonês muito bem ao final do curso. ( )
→ Personalidade: autoconfiança, autoestima.
5. É importante falar japonês com uma pronúncia excelente. ( )
→ Método audiolingual.
6. É necessário saber sobre a cultura japonesa para se falar japonês. ( )
→ Questão da relação entre língua e cultura.
7. Não se deve falar nada em japonês até que possa dizê-lo corretamente. ( )
→ Behaviorismo (comportamentalismo); método audiolingual.
(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo nem
discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.
60
8. É melhor aprender japonês no Japão. ( )
→ L2 versus LE; imersão.
9. É melhor praticar japonês com os nativos. ( )
→ Método audiolingual; motivação.
10. Se alguém passou uma hora por dia estudando a língua japonesa,
quanto tempo levaria para aprender muito bem:
(a) menos de um ano ( ) (b) 1 a 2 anos ( )
(c) 3 a 5 anos ( ) (d) 5 a 10 anos ( )
(e) não se aprende um idioma estudando uma hora por dia. ( )
→ Estilo de aprendizagem.
(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo
nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.
61
11. Eu tenho uma habilidade especial para aprender japonês. ( )
→ Aptidão; Personalidade: autoconfiança, autoestima.
12. A parte mais importante de aprender japonês é saber muito vocabulário. ( )
→ Estilo de aprendizagem; estratégia de aprendizagem.
13. É importante repetir e praticar muito. ( )
→ Método audiolingual.
14. As mulheres são melhores que os homens na aprendizagem de línguas
estrangeiras. ( )
→ Sexo (uma das variáveis individuais).
(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo
nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.
62
15. Eu me sinto tímido falar em japonês com outras pessoas. ( )
→ Personalidade: inibição, ansiedade.
16. Se aos alunos iniciantes é permitido cometer erros, será difícil para eles
falarem corretamente em japonês mais tarde. ( )
→ Behaviorismo (comportamentalismo); método audiolingual.
17. A parte mais importante de aprender japonês é aprender a gramática. ( )
→ Estilo de aprendizagem; estratégia de aprendizagem.
18. Eu gostaria de aprender japonês para que eu possa conhecer melhor os
japoneses. ( )
→ Questão da relação entre língua e cultura; motivação.
(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo
nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.
63
19. É mais fácil falar em japonês do que entender. ( )
→ 4 habilidades linguísticas.
20. É importante praticar com CD e DVD. ( )
→ Método audiolingual; Materiais didáticos; Estilo de aprendizagem: aprendiz
“auditivo”.
21. Aprender japonês é diferente de aprender outras matérias acadêmicas. ( )
→ Questão da disciplinaridade (A língua japonesa é / não é especial).
22. A parte mais importante da aprendizagem de japonês é aprender a traduzir
da minha língua nativa. ( )
→ Estilo de aprendizagem; estratégia de aprendizagem.
(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo
nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.
64
23. Se eu aprender japonês muito bem, terei oportunidade para
um bom trabalho. ( )
→ Motivação instrumental.
24. As pessoas que falam mais de um idioma são muito
inteligentes. ( )
→ Inteligência: QI (Quociente de inteligência)
25. Eu quero aprender a falar bem japonês. ( )
→ Motivação; 4 habilidades linguísticas.
26. Eu gostaria de ter amigos japoneses. ( )
→ Motivação (integrativa)
(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo
nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.
65
27. Todo mundo pode aprender a falar
japonês. ( )
→ Aptidão.
28. É mais fácil ler e escrever do que falar e
entender. ( )
→ 4 habilidades linguísticas
66
7. Elaboração de BALLI
adaptado
7.1 Objetivos específicos
67
a) Problematização (Ex. Qual problema existe na sua escola, no seu curso de
japonês?) ou Motivação (Quero pesquisar sobre X).
b) Para quê? (Ex. Para melhorar a aprendizagem de kanji.)
c) Investigar as crenças de quem?
d) A respeito de quê?
(1) Exemplo 1:
• Investigar as crenças dos alunos de JLE a respeito da aprendizagem de kanji.
(2) Exemplo 2:
• Investigar as crenças dos alunos de JLE a respeito da autonomia na
aprendizagem de japonês.
Exemplos:
Questionário com itens em ESCALA
68
(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não
concordo nem discordo, (4) discordo, (5) discordo
totalmente.
1) Para a aprendizagem de kanji, o mais importante é repetir
e praticar muito. ( )
→ Aprendizagem de kanji
2) Eu posso aprender a língua japonesa sozinho, através de
recursos de multimídia (animê, mangá, música, filmes e
internet). ( )
→ Autonomia
7.2 Para elaboração de questionários (Exemplo)
69
Problematização
/ Motivação
Objetivo Crenças de
quem?
A respeito de
quê?
Exemplos de questões
Os alunos não
fazem deveres de
casa;
não estudam fora da
sala de aula.
Para
desenvolver a
autonomia dos
alunos.
Alunos Autonomia;
Estilos e
estratégias de
aprendizagem
• É importante estudar japonês
fora da sala de aula.
• É necessário fazer revisão da
lição em casa.
Parece que os
alunos não estão
motivados.
Para investigar
a motivação
dos alunos.
Alunos Motivação • Eu gosto de ouvir as músicas
japonesas.
•É importante ler textos sobre
XX em japonês.
Há discrepâncias de
opiniões entre
colegas/professores a
respeito da
aprendizagem de kanji.
Para investigar
(identificar) as
crenças de
colegas.
Professores/
coordenador Método de
ensino;
Avaliação
• Os alunos devem aprender
sozinho os kanji.
• É importante fazer avaliação
de kanji ao final de cada lição.
7.3 Elaboração de questionários
70
Problematização
/ Motivação
Objetivo Crenças de
quem?
A respeito de
quê?
Exemplos de questões
8. Sugestões para futuras pesquisas:
Crenças específicas
71
Crenças de alunos sobre autonomia na aprendizagem de
JLE;
Crenças de alunos sobre o método de tradução no
ensino;
Crenças de alunos/professores a respeito de aspectos
específicos:
avaliação, gramática, vocabulário, leitura, o papel do
aluno, o papel do professor.
8. Crenças específicas
72
Crenças de professores em contextos
específicos:
professores em serviço;
professores em formação;
formadores de professores.
8. Crenças específicas
73
Crenças de professores sobre as crenças de seus alunos
Influências das crenças dos professores nas crenças dos
alunos
Crenças de alunos em diferentes níveis de proficiência
Crenças sobre a identidade no discurso do coordenador
de um curso de línguas.
9. Considerações finais: as VANTAGENS dos
estudos de crenças
74
As pesquisas sobre crenças possibilitam que
os agentes (professor, aluno, coordenador,
diretor) consigam ver-se e refletir sobre suas
ações e origens no âmbito pedagógico;
conscientizar os alunos sobre seus estilos e
estratégias de aprendizagem (ÔZEKI, 2010).
Referências bibliográficas
75
BARCELOS, A. M. F. Metodologia de pesquisa das crenças sobre aprendizagem de línguas: estado
da arte. Revista Brasileira de Lingüística Aplicada, v. 1, n. 1, p. 71-92, 2001.
. Crenças sobre aprendizagem de línguas, Lingüística Aplicada e ensino de línguas.
Linguagem & Ensino, v. 7, n. 1, p. 123-156, 2004.
. Narrativas, crenças e experiências de aprender inglês. Linguagem & Ensino, v. 9, n. 2,
p. 145-175, 2006.
. Reflexões acerca da mudança de crenças sobre ensino e aprendizagem de línguas.
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