XV SEMINARIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENSRIO DE JANEIRO
NOVEMBRO 1983
ASPECTOS AMBIENTAIS DO RESERVATORIO DA UHE DE TUCURUT
TEMA II
ENG9 ARMANDO RIBEIRO DE ARAUJO
(*) Centrais Eletricas do Norte
do Brasil S.A. - ELETRONOR
TE, Brasilia-DF.
1. INTRODU^^O
Os problemas do impacto ambiental decorrentes da forma-
cao dos grandes reservatorios tem motivado questionamentos ca
da vez mais frequenter e preocupacao do meio tecnico envolvido
em tais empreendimentoc.
A ELETRONORTE, concessionaria de diversos aproveitamen-
tos hidreletricos na Regiao Amazonica, tem sobre si uma respon-
sabilidade ate maior que as demais empresas do ramo pelas pecu
liaridades dessa regiao, com todas as incertezas e dificuldades
que enseja.
0 presente trabalho procura dar uma ideia destes proble
mas, particularizando-os a Usina Hidreletrica de Tucurui. Foi
baseado no relatorio TUC-10-26605 -RE, elaborado pelo Consorcio
Engevix-Themag a ELETRONORTE, que contem um diagnostico de to-
dos os trabalhos relativos ao meio ambiente efetuados para o re
servatorio dessa usina.
2. DADOS GERAIS SOBRE A UHE TUCURUT
A Usina Hidreletrica de Tucurui se localiza no Rio Tocan
tins, no Estado do Para, a 300 km de Belem. Este rio possui uma
bacia hidrografica de 767.000 km2, estendendo-se por 2.500km no
sentido Sul-Norte desde o planalto central brasileiro ate o es
tuario do Amazonas. Possui um grande afluente, o Araguaia, com
area de drenagem de 340.000 km2 fluindo para o Norte, paralela-
mente ao Tocantins. A confluencia destes dois rios di inTcio ao
trecho onde se encontra a Hidreletrica de Tucurui.
A barragem de Tucurui possui uma extensao de 7,5 km, com
cerca de 100m de altura e potencia instalada de 4.000 MW na pri
meira etapa, e potencia final de 7.960 MW.
Face as dimensoes da bacia hidrografica e regime hidrolo
gico dos seus dois principais rios, os orgaaos extravasores des-
sa barragem adquirem dimensoes incomuns. Assim , o Vertedouro,
com 580m de extensa o e capacidade de verter ate 100.000 m3/s, e
o maior do mundo neste aspecto. Alem disso, numa 20 etapa, pre-
'vi-se a construcao de um vertedouro complementar, com capacidade
de verter mais 13.000 m3/s. A Tomada d'Agua com 400m de exten-
sa`o, solidaria a Casa de Forca, possui um dado importante liga-
do a aspectos ambientais do reservat6rio: refere-se a posicao
das bocas de sino que impoem um horizonte de imobilidade em co-
097
tas baixas resultando num volume de agua no renovavel de ape-
nas 3% do volume total (1,3 bilhoes de m3). Este aspecto do pro
jeto da Tomada d'Agua representa fator altamente favoravel re-
sultando em sensiveis beneficios a qualidade da aqua. As carac-
teristicas principais destas estruturas constam da Figura 1.
Completando o barramento existem duas Barragens de Terra
principais, uma em cada margem do rio, com uma extensao total de
6.250m e altura de 98m, alem de 13 diques auxiliares. E previs-
to ainda a implantacao de um sistema de transposicao na margem
esquerda, constituido de duas eclusas, cada uma com 210m de com
primento , 33m de largura @ desniveis de 37,8m para a eclusa demontante e 35,Om para a de jusante, alem de dois canais de nave
gacio, canal intermediario e canal de jusante, com 7.000 m de
comprimento.
Essa obra gigantesca, barrando o rio Tocantins, formara
um reservat6rio de grandes proporcoes, o 159 do mundo, 29 da Ame
rica Latina e 19 do Brasil, represando um volume de 45,8 bilhoes
de metros cubicos de agua e inundando uma area de aproximadamen
to 2.430 km2, equivalente a uma vez e meia o antigo Estado da
Guanabara, e extensao de cerca de 170 km (ver Figura 2).
0 perimetro externo do reservatorio na margem esquerda ede 2400 krn, na margem direita 1300 km e de algumas centenas de
ilhas (cerca de 600) que se formarao no lago a de 1700 km, tots
lizando entao um perimetro de 5400 km, o equivalente a aproxima
damente duas vezes e meia a distancia, em linha reta, de Brasi-
lia a Belem.
Medidas de vazoes efetuadas mostram que a minima descar-
ga registrada foi de 1.511 m3/s e a maxima de 68.400 m3/s, esta
ultima em marco de 1980.
0 inicio do fechamento final do rio esta previsto para
junho de 1984 e sua conclusao para fins de setembro, quando se
iniciara, entao, o enchimento do reservatorio.
3. 0 IMPACTO NO MEIO AMBIENTE
A formacao do reservatorio produzira alteracoes ambien-
tais que se processam fundamentalmente pela mudanCa de um tre-
cho do rio em lago, pela ocupacao de um grande espaco vizinho ao
rio, antes ocupado por outros ecossistemas, e pela inundanao de
estruturas previamente construidas pelo homem. Com a relativa ra
098
pidez desta mudanca, os impactos ambientais se far`ao sentir al-
guns em dias, outros em meses e os demais em anos. Entre as prin
C1pait modificacoes no meio ambiente preve-se pequenas altera-
c'oes no micro-clima local; extincao quase total da fauna a flo-
ra na regiao alagada (embora a existencia de um grande numero
de ilhas se constitua num ponto positivo para a preservacao de
mu'tas especiesy; alteracoes na qualidade da 'gua e no regime do
rio com reflexos na ictiofauna, tan to no proprio reservatorio co
mo a jusante e mudancas nos habitos da populacao, entre outras.
Para o controle de todos esses problemas, a ELETRONORTE
ja ha muito tempo vem firmando convenios com entidades para o
desenvolvimento de estudos sobre solos, meteorologia, ictiofau-
na, vegetacao a ser inundada, flora, macrofitas aquaticas, donCas endemicas e qualidade da agua esta, no momento, dando par
tida a uma serie de atividades que desencadear ao o piano de en-
chimento propriamente dito. Dentre os convenios pode-se desta-
car o com o INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia,
que trata do levantamento, controle e acompanhamento das carac-
terTsticas ambientais antes, durante e apos o enchimento do re-
servatorio.
Alm destes trabalhos , a ELETRONORTE esta realizando re-
locaCoes de vilas ribeirinhas , de cidades , de reservas indTge-
nas e de rodovias federais, alem da implantaca o de loteamentos
rural s.
3.1 Meio Ambiente Fisico
3.1.1 Solos
No que diz respeito aos solos, os levantamentos feitos
procuram caracterizar os diferentes tipos existentes , na area de
inun daCdo e regiao de influencia, quanto as possibi1idadesde ero
sao, estabilidade das margens e assoreamento, bem Como quanto a
capacidade de use e aptida'o agricola.
A margem direita a constituida basicamente por solos are
nosos com elevada permeabilidade e baixa cons istencia,que esta-
rao sujeitos, portanto, a problemas de erosao e estabilidade e,
consequentemente,com maior aporte de materials solidos que con-
correm Para o assoreamento , embora, de maneira geral , este as-
pecto seja de pequena relevancia. A margem esquerda, por outro
099
lado, constituida por solos derivados de rochas cristalinas, mais
argilosos e, portanto , de baixa permeabilidade e resistencia ele
vada, traz menores preocupacoes a respeito.
Com relacao a capacidade de use e aptidao agricola, cons
tatou- se que os solos da regiao , em linhas gerais , apresentam a
cidez elevada , altos indices de toxidez alumTnica e baixo teor
de nutrientes , predominando , sobretudo , os podzolicos vermelhos
amarelos e latossolos vermelhos amarelos, respectivamente, nas
margens esquerda e direita. 0 levantamento foi procedido a ni-
vel de reconhecimento abrangendouma area de 955 . 000 ha, com o
objetivo de analisar a viabilidade da ocupacio racional de suas
margeu Waves de programas de desenvolvimento agricola inte-
grados aos de controle ambiental.
Pretende - se efetuar numa proxima etapa levantamentos mais
detalhados,tendo em vista a utilizacao da area para a agricultu
ra por pequenos empresaNiOS ou Co lon og.
3.1.2 Recursos Minerals
Com relacao as ocorrencias minerais , a regiao caracteri-
za-se por alguns garimpos para diamante e ouro , em sua maioria
de baixa producao ou ja desativados, e por duas areas para sill
cio metalico ( quartzito e areias quartzosas ) com alvara de pes-
quisa deferido , situadas proximas a barragem . Citam-se tambem
ocorrencias de calcario mas sem valor comercial . Com relacao is
areas para 5ilicio metalico , com solucao airida pendente , ressal
to-se que a viavel e mais economica a sua ex[loracao por draga-
gem ap6s o enchimento do lago.
3.1.3 Sismologia
A sismicidade natural da regiao Norte do pal's veio ser me
Thor conhecida a partir de 1979/80 , quando a ELETRONORTE implan
tou estacoes sismograficas em Hidreletricas , construidas ou em
construcao sob sua responsabilidade nesta area . 0 primeiro sis-
mografo a ser instalado foi o de Tucurui, proximo a barragem,
em novembro de 1979 , quando entao comecou - se a obter os primei-
ros sismogramas , que refletem um panorama de baixa atividade sis
mica para a regiao , caracteristica alias , ja esperada. Daquela data
ao presente , cerca de 3 anos , portanto ,o numero- de sismos com-
provados na regiao circunvizinha ao reservat6rio nao atinge a
uma dezena e todos eles de baixa magnitude.
100
Com o objetivo de verificar uma possTvel mudanca no ni-
avei de sismicidade dessa regio em funcaaao do enchimento do reser
vat6rio, ou seja, a sismicidade induzida, foi prevista pela ELE
TRONORTE a instalacao de uma rede de sism6grafos (6 ao todo) na sua
periferia.
3.1.4 Qualidade da Agua
A qualidade da agua do rio Tocantins, desde Maraba ate TucuruT,foi estudada segundo suas varia'veis fTsicas, quTmicas e
biol6gicas, atraves de coletas feitas em diversas estacoes, ao
Longo do rio a alguns afluentes da margem esquerda. Foi tambemconstruTdo um lago artificial para estudo da degradacao da fito
massa.
Com base nesses estudos concluiu-se que a qualidade da
agua , logo ap6s o fechamento do rio e inTcio do enchimento do
reservat6rio, devera mostrar um perlodo de transicao, devido ao
acumulo de nutrientes e material biol6gico nos meses de setem-
bro, outubro e parte de novembro quando a descarga efluente se-
ra nula , devendo entretanto , ser estabilizada tao logo se ini-
cie o escoamento pelo vertedouro , em dezembro , quando se comple
tars a primeira fase do enchimento que elevara o lago para a co
to 60,00m.
A preservacao da qualidade da agua do futuro lago, por
outro lado , esta condicionada aos processor de enchimento do re
servat6rio , a retirada ou nao da vegetacao , a quantidade de se-
dimentos transportados e ao perTodo de caimento das folhas.
A grande carga detrTtica transportada pelo rio Tocantins,
cerca de 200.000 t/dia, a de fundamental importancia pratica a
medio prazo , como agente controlador dos processos de degrada-
cao da fitomassa , e, em consequencia , da qualidade da agua, dos
processos de eutrofizacao e do desenvolvimento de macr6fitas a-
quaticas.
No que se refere ao desmatamento , a retirada da madeira,
troncos e galhos ( desmatamento seletivo ) nao melhora satisfato-
riamente os efeitos devido a formac 'ao do lago. S6 a retirada to
tal da massa verde , fato este impossTvel de ser atingido, tra-
ria soluc6es reais ao problema ecol6gico . Deve-se lembrar ainda
que a regeneracao das areas desmatadas a surpreendente no que
se refere a massa verde, pois em pouco menos de 3 meses a recu-
101
perada a massa incial e em 1 ano ela pole dte duplicar. S4be-
se ainda que a degradacao vegetal vai transformar rapidamente,
mas temporariamente, as areas marginais em ambientes inadequa
dos para a vida dos peixes, que deverao fugir esperando a recu
pera^ ao de condic oes aceitaveiS para recolonizar essas areas.
Nas areas centrais, onde a velocidade de renovacao da agua e
muito maior, as condicoes deverao permanecer satisfat6rias.
Com base ainda nos dados obtidos fez-se uma analise pre
liminar da distribuigao de oxigenio no reservat6rio utilizando-
se o modelo WQRRS (Water Quality for River Reservoir Systems )
cuio resultado;, porem, no cQ rre spondeu a experiencia disponi
vel sobre o assunto . Estudos mais aprofundados desse modelo
mostraram a necessidade de reformula-lo bem Como a necessidade
de realizaCao de profundas mudancas nas premissas e condicoesde contorno por ele utilizadas. Em vista disto concluiu-se por
abandonar o modelo WQRRS e iniciar o desenvolvimento de um mode
lo adequado com metodologia propria.
3.2 Meio Ambiente Biol6gico
3.2.1 Fauna
Os estudos sobre a fauna da regiio , com excecao da ictio
fauna, estao ainda em andamento e deverao focalizar-Se SebNe 3
fauna litoranea, em especial sobre os vetores e reservatorios
de doencas, e a fauna bent6nica. Estao sendo preparados com a
colaboragao do Museu Emilio Goeldi e de vario Centros de Prima
tas, pianos de salvamento e aproveitamento da fauna. Para tal
ja se iniciou trabalho de inventario destinado a coletar amos
tras representativas dos diferentes ambientes que serao alaga
dos.
No que se refere a ictiofauna , os estudos , ja concluidos,
abrangeram todo o baixo Tocantins (a jusante de Maraba) e repre
sentam uma contribuicao de grande peso ao conhecimento da ecolo
gia dos peixes da Amazonia, alem de fornecer importantes subsi
dios para o manejo da pesca nesta bacia. 0 projeto foi desenvol
vido durante tres anos, entre 1980 e 1982, e constou de coletas
quantitativas com baterias de malhadeiras em estacoes localiza
das na calha principal do rio Tocantins e em quatro lagos na re
giio de Itupiranga;,de coletas qualitativas em varios locais com
redes, timb6 e pesca el"etrica, alem da analise de todo pescado
1 02
desembarcado em cinco localidades (Cameta, Mocajuba, TucuruT ,
ttuquora e Maraba). No total foram coletadas mais de 100.000 in
divTduos e 7 toneladas de peixe.
Este estudo comprovou a grande riqueza de ictiofauna do
baixo Tocantins, com cerca de tres centenas de especies. A iden
ti ficacao de todas estas especies a tarefa difTcil e demorada, mas
197 ja estao determinadas ate o nTvel de esp6cie e mais 85 ate
o nivel de genero . Entre estas especies foram encontradas algu
mas que sao novas para a ciencia . Com base neste material foram
organizadas duas colecoes de referencia da ictiofauna do baixo
Tocantins, no INPA e no Museu de Zoologia da Universidade de
Sao Paulo, colegoes estas de grande valor cientifico.
Os estudos de pesca experimental possibilitaram, ainda ,
a obtengao de valiosos dados sobre a variacao espacial e tempo
ral da abundancia e biomassa de cada uma das esp6cies coleta
das, por tamanho de malha coletora.
3.2.2 Flora
Tratando-se de uma grande extensao, abrangendo mais de
200 mil hectares, a area do reservat6rio envolve uma vegetacao
no uniforme, embora com acentuada predominancia de areas flo
restadas. 0 calculo da fitomassa revelou que a area a ser alaga
da cont6m 107.423 mil toneladas de fitomassa total, correspon
dendo, por hectare, a 465 t sendo: 266 t de troncos
(57,2%)1169 t de galhos (36,3%), 15 t de folhas (3,3%)
e 15 t de litter (3,2%), no tendo sido computada a biomas
sa do solo (raizame).
V6-se por esses dados, que a maior parte da fitomassa e
constituTda pelas partes lenhosas que no vao apodrecer a curto
prazo nem causar grandes disturbios logo ap6s o enchimento. Os
maiores problemas serao trazidos pelas folhas apesar de contri
buirem com apenas 3,3% da fitomassa. Por esse motivo a que 0
desmatamento em larga escala no traria nenhuma melhoria ao
meio ambiente, podendo, ao contrario, at6 agravar a situagao em
vista da enorme capacidade de regeneragao dessa vegetagaao que,
sendo jovem, contribuiria com muito mais massa verde, que se
constitui no problema principal.
0 desmatamento devera ser efetuado de maneira seletiva
envolvendo areas de pesca, canais de navegacao, atracadouros e
103
areas de apoio marginais, estradas yicinais, etc.
3.3 Meio Ambiente Soc'io-Economico
3.3.1 Populacao
Foram estabelecidas avaliac"oes da populacao residente na
area do reservatorio em 1979 e em abril de 1983, Cujo cotejo for
nece indicarroes sobre a dimensao dos movimentos populacionais
ocorridos ap6s o inicio da atuacao mais efetiva da ELETRONORTE.
Os dados disponiveis para 1979 resultam de cadastramento
e correspondem apenas a nucleos populacionais ; no ha, para
aquele ano, dados referentes a populagio rural no agrupada.Com
relacao a 1983, os dados foram obtidos junto as representacoes
da SUCAM na area, e a estimativas efetuadas pela pr6pria ELETRO
NORTE.
0 quadro a seguir apresenta a evolucao populacional dos
nucleos existentes na area a ser inundada, entre 1979 e 1983.
VARIACAONUCLEOS POPULACIONAIS 1979 1983
ABSOLUTA RELATIVA %
MUM640 DE TucuRu
Vile Roportin,ado 1883 1589 - 294 -18,6
Brow Browo 546 600 +54 +9,9
Psciw 182 164 -18 -9.9
Ronansio do Beira 133 tom dodos
Nown3o do Contra 93 tom dodos
MJNIc1PI0 DE JACUNDA
Joowwi 442 7 2 - 370 -83,7
Jotobal 556 70 -486 -87,4
J ocvwd wiaho 13 10 -3 -23, I
ANowiro do TooaelYs 56 5 -51 -91, I
MJNICIPIO DE ITUPIRANGA
Ipit 323 25 - 298 -92, 3__
Sant Term do Twiry 322 170 -1 52 -47.2
A observacao do quadro anterior revela, para praticamen
to todos os nucleos dos Municipios de Itupiranga e Jacunda, uma
significativa reduc'ao de suas populacoes , como decorrencia da
efetivaca o dos programas de relocacao ou de processos migratori
104
os espontaneos . A populacao desses nucleos vem se di.rigindp ,
principalme nte para quatro outros n^cleos: Nova Jacundaa , plane
jada com esse objetivo , alem de Itupiranga , Nova Ipixuna e Caja
rana (Ver Figura 3).
Para a relocacao das populac6es a ELETRONORTE desenvol
veu projetos de nucleos urbano-rurais e loteamentos rurais.
Sa" o tres os projetos urbano-rurais em desenvolvimento: o
de Nova Jacunda, junto a anti ga Vila ANN aia, destinad8 basieamente a relocacao da sede do MunicTpio de Jacunda e das popula
c6es de outros nucleos que serao inundados; o de Nova Vila do
Repartimento destinado a relocacao da Vila do Repartimento e o
de Novo Breu Branco destinado a relocacao de Breu Branco preven
do, os dois ultimos, alem da instalacao das populag6es em areas urbanas,
a distribuigdo de lotes para-rurais de 25 ha.
Alem da distribuicao de lotes a populagao relocada, o
atual programa da ELETRONORTE prev6 a construcao de um total de
1000 casas nos nucleos urbanos.
Os programas de loteamentos rurais, com lotes de 50 ha,
foram os seguintes:
- loteamento Moju , iniciado sob a responsabilidade do
ITERPA (Instituto de Terras do Para) em 1979, com 486
totes;
- loteamento Mojuzinho , iniciado em 1982, com 150 lotes,
e hoje transferido ao GETAT;
- loteamento Gleba Bahiana, iniciado em 1982, com 150 lo
tes;
- loteamento Parakana , iniciado em 1983 , em area de anti
ga reserva indTgena, com 600 lotes.
A ELETRONORTE vem equipando esses loteamentos com esco
las e postos medicos al6m de construir casas em muitos lotes.
3.3.2 Saude
Na regiio circunvizinha ao reservat6rio , a populacao en
contra os tipos basicos e generalizados de servigos de saude des
critos a seguir e quantificados na Tabela 1:
- Servigos de carter gratuito e estendidos ao conjunto
da populacao residente ou em transito, isto e, com uma
105
clientela potencialmente ilimitada, fornecidos por or
gaos pUblicos e5pecifi , camente responsaveis dentro da
Administracao Publica Federal ( Fundacao SESP e SUCAM) ,
do Estado do Para (SESPA) e das Prefeituras Municipais
de Tucurui e Mamba,
- Servicos de caster gratuito e restritos a populagao da
Vila Permanente da UHE TucuruT e aos empregados na obra
pela ELETRONORTE ou empreiteiras ( isto e, com uma clien
tela estritamente limitada) fornecidos pelos Hospitais
da ELETRONORTE;
- Servigos de canter no gratuito , limitddo5 d parcelsda populagao que tenha condicoes de paga -los , forneci
dos por empresarios privados da area medica;
- Servico de caster permanente , gratuito para pessoal ca
rente, e subsidiado para pessoal beneficiado pelo FUNRU
RAL, fornecido por uma unidade de servicos basicos per
tencente d lrmandade de Santa Terezinha , em Itupiranga;
- Servico de caster esporadico e gratuito , destinado a
populagao de diferentes nucleos urbano-rurais, forneci
do pelo GETAT em campanhas peri6dicas, trasladando midi
cos e atendentes pars funcionar junto corn as mesas de
registro de candidatos ou fiscalizacao de posses.
A unidade de servigos de saude mais importante em Nova Ja
cunda" e" a Unidade Mista da SESPA, inaugurada em outubro de 1981,
cujo predio foi construido com substancial conribuicao da ELE
TRONORTE, Ate entao so existiam na antiga Vila Arraia, hoje Nova
Jacunda, unidades privadas.
Nos demais nucleos que a ELETRONORTE esta implantando, in
clusive os loteamentos rurais, esta programada a construcao de
Postos de Saude, que substituir'ao os que ficarao inundados com o
enchimento.
Ainda na area de saude, a ELETRONORTE esta desenvolvendo
gestoes com orgaos locals e coma SUCAM para control e endemi co durante
e apos o enchimento . Alem disto estao sendo realizados uma serie
de convenios com entidades especializadas para uma pesquisa so
bre a entomofauna da regiao , com vistas a transmissao atual da
malaria e a expansao da leishmaniose tegumentar, tambdm como pre
caucao relacionada as arboviroses e doenga de chagas, e pesqui
106
sag sobre a fauna planorbidica da regiao, cOm Vi , StaS ao posseyel estabelecimento de focos aut6ctones de esquistossomose.
3.3.3 Infraestrutura de Transportes
A infraestrutura basica de transportes rodoviirios na
regiao do reservat6rio e formada pelas rodovias BR-230 (Transa
mazonica ) e BR-422 pela margem esquerda, PA-150 e PA-263 pela
margem direita, formando um verdadeiro "cinturao" em torno do
reservat6rio. A rede rodoviiria local a constituida de estradas
vicinais municipals sem pavi mentacao, geralmente em condigoe Sprecarias.
Visando o enchimento do reservat6rio, a ELETRONORTE vem
desenvolvendo estudos, projetos e obras para a implantadao de
novas estradas e relocada" o das estradas existentes de forma a
manter os acessos atuais e facilitar as pr6prias operag6es de
enchimento e remanejamento dos habitantes das areas inundadas.
A Figura 4, apresenta a situagao atual do sistema de
transporte existente na regiao do reservat6rio e algumas das
obras ja programadas.
Estima-se em cerca de 1000 km o comprimento total das
estradas vicinais a serem implantadas , sendo 500 km internos
aos nucleos urbano - rurais, dos quais 345 km ja estao em constru
cao, e 500 km de estradas vicinais de interligacao e relocacoes.
Com relagao as relocac6es de rodovias efetuadas pela
ELETRONORTE , por interferer com a area de inundadao do reserva
t6rio , destaca - se a da Rodovia Transamaz6nica ( BR-230) entre os
km 80 e 178, referidos a Maraba, num total de 98 km e da Rodo
via Tucurui - Repartimento ( BR-422), que foi totalmente relocada,
perfazendo 65 km.
0 sistema de transporte conta ainda com aeroportos em
Maraba, Nova Jacunda e Tucurui , este aparelhado para pouso de
jatos comerciais , e campos de pouso em vilas e fazendas.
No que tange ao transporte hidroviario esta prevista a
implantadao de diversos atracadouros e alguns portos na perife
ria do reservat6rio , alem de canais de navegacao , sistemas de
sinalizacao, etc.
107
4. PLANO DE ENCHIMENTO
Atualmente, a ELETRONORTE esta preparando o PLANO DE EN
CHIMENTO do reservatorio mediante a definicao do conjunto deprovidencias complementares a serem executadas antes e durante
o enchimento, cujo inicio se dara em meados de 1984. 0 objetivo
desse Plano e, alem de estabelecer a logist ica das oper aCOeS d A
salvamento, atenuar e controlar os efeitos adversos e secunda
riamente aproveitar os efeitos beneficos advindos da formacao
do lago . Este piano esta integrado a um piano de controle das
consequencias a jusante , incluindo assistencia as populacoes ri
beirinhas , ate o restabelecimento das vazoes normais do rio nes
se trecho.
108
RESUMO
Descreve - se aspectos do meio ambiente a dos trabalhos
que vem sendo desenvolvidos pela ELETRONORTE para a Usina Hidre
letrica de Tucurui,
0 impacto decorrente do enchimento do reservat"orio, a
iniciar- se em meados de 1984, vem sendo estudado pela ELETRONOR
TE atraves de convenios com entidades diversas , destacando-se o
INPA, do concurso dos especialistas do Cons6rcio En9evix-Themag,
respensavel pelo projeto , e de consultores especiais.
Sao focalizados aspectos relacionados ao meio ambiente
fisico - solos , recursos minerais , sismologia e qualidade da agua
biologico - fauna a flora - e socio - economico - populacao a saude.
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74,00( N.A. MAX. MAXIMORUM)
72,00( N.A. MAXIMO NORMAL ) 77,50
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UHE TUCURUI - DADOS GERAIS DOS DISPOSITIVOS
EXTRAVASORES E DE ADUCAO
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