Leitura Complementar
Sabemos que, no século XVII, o Brasil passou por um período de turbulentas
reviravoltas políticas, haja vista que Portugal, sua metrópole colonizadora, havia se
unificado com a Espanha (desde 1580) no episódio conhecido como União Ibérica.
Durante a União Ibérica, um dos principais parceiros no refino do açúcar produzido
nos engenhos do Nordeste brasileiro, a Holanda, viu-se em uma situação
complicada em razão dos interesses econômicos e políticos e por divergências
religiosas, já que a Espanha (que agora tinha partilha administrativa nos domínios
portugueses), uma nação católica, tinha influências sobre a região dos Países
Baixos, sendo esses últimos protestantes.
Foi nesse contexto que começaram as guerras de independência dos Países
Baixos. Além disso, ao mesmo tempo, para garantir sua hegemonia no negócio do
açúcar, os holandeses passaram a invadir e apropriar-se das terras portuguesas,
incluindo as brasileiras. A colonização holandesa no Brasil efetivou-se na década de
1630, instalando-se no litoral nordestino, tendo como centro Olinda e Recife. O
governador do “Brasil Holandês” foi o príncipe da Holanda, Maurício de Nassau.
Além de promover a movimentação econômica no local, Nassau ainda trouxe
Aluno(a):Data: 27/03/2020 8º ANO I UnidadeComponente Curricular: Artes Professora: Cristina Gomes
consigo muitos artistas, naturalistas e engenheiros com o objetivo de conhecer e
registrar o que havia de diferente e exótico no Brasil.
Um dos mais talentosos artistas que acompanharam Nassau foi Frans Janszroon Post (1612-1680). Post tinha habilidade em retratar paisagens naturais e fazer o
registro da vida cotidiana que se passava no Nordeste. Suas telas possuem, até
hoje, a faculdade de transmitir a “ambiência” da época, como o clima, o tipo de
vegetação etc., como pode ser observado abaixo:
O rio São Francisco
Na tela acima, Post conseguiu demonstrar a opulência do Rio São Francisco de uma
forma sem par para a época. Na imagem abaixo, dá para perceber o rio com relação
ao vilarejo de Itamaracá.
Vista de Itamaracá
A obra de Post é de fundamental importância para conhecer o Brasil do século XVII
e entender muitos dos fatores de ambiência climática e geográfica que influenciavam
a sociedade da época.
GÊNEROS DA PINTURA: NATUREZA-MORTA
Pinta-se algo que morreu na natureza?
Não, não! Ao contrário do que o nome pode sugerir, o gênero natureza-morta não se relaciona à morte diretamente. O foco deste tipo de pintura são objetos inanimados.
Qual o tema, então, da natureza-morta?
Neste tipo de pintura, predomina-se telas com mesas (seja de comida ou bebida), louças e talheres, frutas, flores, plantas, instrumentos musicais ou objetos de uso diário, como ferramentas. No geral, sempre se tratam de figuras ligadas à vida doméstica, ao trabalho manual, aos hobbies, ao convívio social.
Contemporaneamente, sobretudo na fotografia, os artistas que se valem da natureza-morta têm, de certa forma, atualizado esse gênero se valendo, por exemplo, da representação de objetos mais modernos. Haja vista os trabalhos de Andy Warhol, famoso por suas obras sobre sopas e verduras enlatadas.
Curiosidade
A composição deste gênero se associa um pouco à pintura naturalista, pois os objetos são pintados com extrema riqueza de detalhes. Um ponto interessante sobre a natureza-morta na história da pintura é que ela permite uma liberdade maior de criação. A técnica (óleo ou aquarela, por exemplo) a ser utilizada pode ser escolhida livremente conforme a ideia que o artista quer desenvolver.
Retrato e autorretrato “Desde tempos imemoriais o homem é fascinado por sua própria imagem e
pela de seus semelhantes. Na antiguidade, os egípcios retratavam os faraós e seus
séquitos em pinturas impressionantes nas paredes das sepulturas da realeza.
Bustos, medalhões e moedas era uma forma popular de pintura entre os romanos,
em geral extremamente natural, que davam uma boa ideia de como as pessoas
retratadas eram na vida real. [...]
Como na antiguidade, os retratos eram ainda um grande luxo, apenas
permitido a governantes e outros dignitários. Mas esse círculo passou a incluir os
novos ricos – prósperos comerciantes e banqueiros, por exemplo – e dali em diante
o mundo da arte foi povoado por uma multidão de novos rostos, alguns muito
famosos, que viriam a fazer parte da história, e outros menos conhecidos, ligados ao
dia a dia, porem igualmente irresistíveis.
Grandes pintores começaram a se especializar em retratos, que durante o
século XVI e XVII serviam aos interesses de famílias, de parentes e também às
ambições. O retrato era, de forma geral considerada um símbolo de status, uma
expressão de realização pessoal e uma forma de assegurar um lugar na
prosperidade. No século XVII, era provavelmente por meio de um retrato quo o
artista alcançava riqueza e fama.
Para exercitar
1-Você reparou que, nessa imagem, a mesma pessoa aparece retratada em posições diferentes?
a-Como será que o fotógrafo conseguiu esse resultado?
b-Que lado do rosto do modelo Toulouse Lautrec o artista Toulouse Lautrec está
pintando na tela?
O que é um retrato?
Você tem muitos retratos?
Chamamos de retrato imagens que representam uma ou mais pessoas por
intermédio de fotografia, pintura, desenho, escultura ou gravura. Veja como esses
retratos são diferentes:
O apaixonado.1997. Efrain de Almeida Autorretrato. 1940. Frida Kahlo
2- Observando obras de arte notamos que elas podem ser agrupadas de acordo com seus temas. Nos livros de História da Arte esses grupos são chamados de gêneros.
Conheça os nomes de alguns desses gêneros e o assunto principal de cada uma deles:
· A Paisagem tem com temas lugares.
· O Retrato tem como tema as pessoas.
· A Natureza-Morta tem como tema objetos, frutas e outras coisas pequenas.
Observe estas pinturas e assinale o gênero a que cada uma delas pertence.
Obras de:
3- Imagine que você ganhou um retrato, uma natureza morta e uma paisagem para colocar em casa. Onde você coloca cada um? Por quê?
4- Desenhar um retrato exige atenção em muitos aspectos. A atenção, a pose e o cenário de fundo podem ser muito importantes. Faça os detalhes do rosto nas figuras a seguir, mas usando uma expressão diferente para cada figura.
6- Muitos artistas pintaram e desenharam a própria família ou outras famílias.
Observe e compare as imagens destes retratos e depois responda às perguntas a seguir.
Em que posições estão os retratados?
Em quais retratos vemos outras pinturas dentro?
As roupas ajudam a saber como são essas famílias?
Qual retrato mostra a família fazendo algo cotidiano?
Em quais retratos há uma criança no colo?
Alguma das famílias retratadas se parece com a sua?
Qual delas é a mais diferente da sua família?
Ler e responder as páginas do livro:28 até 33.
Caprichem!!!!
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