A IMPORTÂNCIA DA COBALAMINA(VITAMINA B12), NO TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA DEPRESSÃO.
Sayrana Layara Ferreira
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à banca examinadora da
Faculdade Municipal Franco Montoro como
requisito parcial a obtenção do grau de
bacharel em Nutrição com habilitação em
Nutrição e sob a orientação do Prof. Dr.
Eduardo Marin Morales.
MOGI GUAÇU- SP2019
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A IMPORTÂNCIA DA COBALAMINA (VITAMINA B12) NO TRATAMENTO E PEVENÇÃO DA DEPRESSÃO.
SAYRANA LAYARA FERREIRA
Orientador: Prof. Dr. Eduardo Marin Morales
MOGI GUAÇU- SP2019
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A IMPORTÂNCIA DA COBALAMINA (VITAMINA B12) NO TRATAMENTO E PEVENÇÃO DA DEPRESSÃO
1Ferreira, Sayrana Layara2Morales, Eduardo Marin
Resumo:
A cobalamina, também conhecida como vitamina B12, participa do grupo das
vitaminas hidrossolúveis.De uma maneira geral as vitaminas hidrossolúveis não
são armazenadas em quantidade significativa no organismo o que leva, por
muitas vezes, a necessidade do suprimento diário. No entanto, é possível obter
a cobalamina em alimentos de origem animal havendo maior ocorrência em
carnes, ovos e leite. A depressão, doença caracterizada pelos sentimentos de
tristeza e vazio, queixas pela ausência de prazer em atividades que antes
consideradas agradáveis, aumento da sensação de cansaço, ou mesmo a perda
significativa do interesse pelo ambiente e pelo convívio social ainda é sub-
diagnosticada. Quando diagnosticada corretamente,muitas vezes é tratada de
forma inadequada, com sub-doses de medicamentos e manutenção de sintomas
residuais que comprometem a evolução clinica do paciente. O objetivo deste
trabalho foi correlacionar a ação da cobalamina com a depressão e, com isso,
mostrar de forma clara e esclarecedora os benefícios da mesma, tanto na
prevenção quanto no tratamento sobre a síndrome psiquiátrica conhecida como
depressão. Assim, realizou-se o levantamento bibliográfico para comprovação
do mesmo.Apesar dos estudos até o presente momento, serem bem escassos,
os resultados obtidos até então comprovam a eficiência do uso da vitamina B12
no tratamento da depressão.
PALAVRA-CHAVE:Vitaminas B12; Depressão; Cobalamina; Tratamento nutricional.
1 Aluna de Graduação em Nutrição – Faculdade Municipal Professor Franco Montoro – FMPFM. E-mail: [email protected]
2 Professor Doutor da Faculdade Municipal Professor Franco Montoro – FMPFM. E-mail: [email protected]
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Abstract
Cobalamin, also known as vitamin B12, is part of the water-soluble vitamins
group.In general, water-soluble vitamins are not stored in significant quantities in
the body which often leads to the need for daily supply.However, it is possible to
obtain cobalamin in food of animal origin with higher occurrence in meat, eggs
and milk.Depression, a disease characterized by feelings of sadness and
emptiness, complaints of lack of pleasure in activities that were previously
considered pleasant, increased feeling of tiredness, or even a significant loss of
interest in the environment and social life is still underdiagnosed. When properly
diagnosed, it is often inadequately treated, with underdoses of medications and
maintenance of residual symptoms that compromise the patient's clinical
course.The aim of this study was to correlate the action of cobalamin with
depression and thus to show clearly and enlightening its benefits, both in
prevention and treatment of the psychiatric syndrome known as
depression.Thus, a bibliographic survey was performed to prove it. Although
studies to date are quite scarce, the results obtained so far prove the efficiency of
the use of vitamin B12 in the treatment of depression.
KEYWORD:Vitamins B12; Depression; Cobalamin; Nutritionaltreatment.
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1. INTRODUÇÃO
A cobalamina, também conhecida como vitamina B12, participa do grupo das
vitaminas hidrossolúveis.De uma maneira geral as vitaminas hidrossolúveis não
são armazenadas em quantidade significativa no organismo o que leva muitas
vezes a necessidade do suprimento diário. Sua sintetização, deriva da ação de
micro-organismos, fato que dificulta sua obtenção por alimentos de origem
animal ou vegetal.Contudo, é possível obter a cobalamina em maior quantidade
em carnes, ovos e leite(TENG, HUMES, DEMETRIO; 2005).
A cobalamina desempenha importantes funções metabólicas, neurológicas e
psiquiátricas. Contudo,existem relatos que a cobalamina exerce grande
importância na prevenção ou até mesmo no tratamento da
depressão(FÁBREGAS; VITORINO; TEIXEIRA;2011)
A depressão é uma síndrome psiquiátrica altamente prevalente na população
em geral, estimando-se que acometa entre 3% a 5%. No entanto, com relação à
população clínica, a incidência é ainda maior, sendo identificada entre 5 a 10%
dos pacientes ambulatoriais e 9 a 16% de internados (TENG, HUMES,
DEMETRIO; 2005).
Apesar desta alta ocorrência em população clinica, a depressão ainda é sub-
diagnosticada e, quando diagnosticada corretamente,muitas vezes é tratada de
forma inadequada, com sub-doses de medicamentos e manutenção de sintomas
residuais que comprometem a evolução clinica do paciente. Apenas 35% dos
doentes são diagnosticados e tratados adequadamente (TENG, HUMES,
DEMETRIO; 2005).
Assim, o trabalho teve por objetivo correlacionar a ação da cobalamina com a
depressão e, com isso, mostrar de forma clara e esclarecedora os benefícios da
mesma, tanto na prevenção quanto no tratamento sobre a síndrome psiquiátrica
conhecida como depressão.
2. MATERIAIS E MÉTODOSFoi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados: Google
acadêmico, Scielo, livros acadêmicos e revistas cientificas. Priorizando os
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trabalhos mais recentes utilizando os seguintes descritores: Vitamina B12;
Depressão; cobalamina em combate a depressão.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Vitamina B12 (Cobalamina)A vitamina B12, ou cianocobalamina, desempenha importantes funções
metabólicas e neurotróficas no organismo.Pacientes com deficiência de B12
podem apresentar sintomas diversos como anemia megaloblástica, neuropatia
periférica e sintomas psiquiátricos, especialmente transtornos depressivos. É
interessante notar que, segundo alguns trabalhos, níveis mais elevados de
vitamina B12 estiveram associados a melhores resultados em pacientes com
depressão maior tratados com antidepressivos (FÁBREGAS; VITORINO;
TEIXEIRA; 2011).
A baixa ingestão diária de vitamina B12 (cobalamina) e vitamina B9 (ácido fólico
ou folato) vem se tornando um problema de saúde pública, tanto nos países
desenvolvidos como em países em desenvolvimento e se agravada ainda mais
na população idosa. Estima-se que a prevalência da carência de vitamina B12 na
população idosa tem uma variação entre 5-25% (ENGROFF, GUISELLI,ELY, DE
CARLI; 2013)
3.2. HistóricoNo início de 1920, Minot e Murphy demonstraram a cura da anemia perniciosa,
uma doença até então incurável, adotando uma dieta à base de fígadoo que
aumentou em mais que o dobro a contagem de células vermelhas dos pacientes
em um mês.Em 1945, um princípio ativo, efetivo como antianêmico, foi
concentrado a partir de tecido hepático. Lester Smith e Folkers, em 1947,
cristalizaram o princípio ativo do extrato hepático envolvido a regressão da
anemia a denominaram de vitamina B12, descrevendo-o como um composto
cianídrico contendo um átomo de cobalto(PANIZ et al.; 2005).
3.3.AbsorçãoA metabolização da vitamina B12 inicia-se na boca e se prolonga até o íleo, onde
acontece a absorção de cerca de 50% dessa vitamina. A cobalamina é ligada a
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uma proteína R produzida pelas células salivares e pancreáticas,
respectivamente. A pepsina e o ácido clorídrico presentes no estômago separam
as proteínas animais, dispensando a cobalamina livre e formando um complexo
R salivar. No duodeno, as proteases do suco pancreático, especificamente a
tripsina pancreática, quebra o complexo vitamina B12 e fator R, liberando a
cobalamina (PAIVA; 2011).
Após isso, o fator intrínseco, que é uma glicoproteína, é secretado pelas células
parietais e se une a vitamina B12 no duodeno. Esse complexo permanece intacto
até que, com o auxílio do mineral cálcio e de um pH acima de 6, a vitamina se
adere as proteínas receptoras do fator intrínseco das células epiteliais do íleo
terminal, levando à absorção. Quando carreada do enterócito para a veia porta,
ocorre a ligação à proteína holoTC II. Todo esse processo de absorção tem
duração de várias horas e cerca de 99% da cobalamina ingerida requer o fator
intrínseco para absorção, sendo apenas 1% absorvida por difusão passiva no
íleo terminal (PAIVA; 2011).
O nosso organismo tem grande reserva de vitamina B12 e a armazena de quatro
a sete anos,reabsorvendo cerca de 2/3 ou 1μg por dia dessa vitamina pela
circulação êntero-hepática, dessa forma, preservando a B12 Devido a essa
reabsorção, a excreção dessa vitamina é lenta e a deficiência nutricional pode
passar despercebida.No entanto,quando essa reabsorção cessa, o estoque é
consumido sem reposição, desenvolvendo a deficiência desse nutriente. A
vitamina B12 é essencial para o funcionamento normal do metabolismo das
células, em especial as do trato gastrointestinal, da medula óssea, do tecido
nervosoe também necessária para o crescimento. Participa do metabolismo das
proteínas, carboidratos e lipídios, sendo importante também para a síntese de
DNA, metionina e Hcy (Homocisteína), e está associada à absorção do ácido
fólico(PAIVA; 2011)
3.4. Deficiencia de B12
A deficiência da vitamina B12 se manifesta de diferentes formas, apresentando-
se em vários estados, desde quadros brandos até condições muito severas. É
caracterizada pela presença de glóbulos vermelhos grandes e imaturos,
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associado a sintomas neurológicos, tais como, fraqueza, glossite e parestesia.
As alterações da deficiência são caracterizadas por uma diminuição de
hemoglobina, bem como, baixas contagem de plaquetas. A vitamina B12 é uma
das vitaminas essenciais, uma vez que sua deficiência afeta vários sistemas
como: hematológicos, neurológicos, psiquiátricos, gastrointestinais,
dermatológicos e cardiológicos. Outro importante quadro relacionado à sua
deficiência em longo prazo está na mielinização inadequada na medula espinhal
e cérebro (SEZINI; 2018)
3.5. Depressão
Em grande parte dos casos apresentados a depressão é uma doença
caracterizada pelos sentimentos de tristeza e vazio, podendo existir casos em
que o paciente se queixe por não sentir mais prazer em atividades que
consideravam agradáveis, pelo aumento da sensação de cansaço, ou mesmo a
perda significativa do interesse pelo ambiente e pelo convívio social. Para que o
diagnóstico seja feito de forma assertiva, é necessário que o paciente seja
avaliado por um psicólogo e/ou psiquiatra, que levarão em consideração tanto os
sintomas psíquicos (humor depressivo, redução da sensação de prazer em
atividades antes tidas como prazerosas, fadiga, diminuição da concentração)
quanto os sintomas fisiológicos (alterações do sono, apetite e evidencias
comportamentais). Sendo assim, o risco de que alguma outra doença se instale
e traga maiores complicações físicas é muito maior. A depressão se tornou um
problema de saúde pública, chegando a impressionante marca de 20% do total
da população mundial, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), ou
seja, se não houver alguma medida preventiva e um tratamento eficaz, a
depressão poderá se manifestar fisicamente por meio de doenças metabólicas
ligadas à má alimentação e ao sedentarismo (NOBRE; 2017).
3.6. Nutrientes E O Tratamento Da Depressão
Alguns nutrientes essenciais para o controle da saúde emocional são a vitamina
B12, zinco,magnésio, selênio, vitamina D e triptofano. O tratamento comumente
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utilizado com pacientes portadores de depressão consiste em psicoterapias e
fármacos, o que causa muitos efeitos colaterais, como alterações bruscas no
peso, sonolência, constipação, náuseas, taquicardia, entre outros, esses
sintomas levam a não aderência do tratamento, consequentemente aumentando
os riscos do paciente cometer suicídio ou de ser internado em instituições
psiquiátricas. Segundo a OMS, cerca de 5,8% da população sofre com
depressão, e desses indivíduos, apenas 10% recebe o tratamento adequado.
Manifestações leves da doença podem ser tratadas sem o uso de
medicamentos, já em formas mais graves da doença se faz necessário, além
dos medicamentos, tratamentos com profissionais e, quanto antes se der início
ao tratamento, melhores serão os resultados (OMS, 2017). A intervenção
dietoterápica causa alterações químicas na fisiologia cerebral e,
consequentemente modificações no comportamento. Sendo assim, a
alimentação tem meios de controlar e regular o humor e estados depressivos
através de uma dieta pensada para o caso e que atenda as necessidades do
paciente, evitando que o mesmo entre em risco nutricional e colaborando para
que haja um controle da neuroquímica e dos padrões hormonais do organismo
que acarretarão em sensação de satisfação e bem estar (NOBRE; 2017).
3.7.Aspectos Gerais Da Depressão
Embora a característica mais típica dos estados depressivos seja a
proeminência dos sentimentos de tristeza ou vazio, nem todos os pacientes
relatam a sensação subjetiva de tristeza. Muitos se referem, sobretudo, a perda
da capacidade de experimentar prazer nas atividades em geral e a redução do
interesse pelo ambiente. Frequentemente associa-se à sensação de fadiga ou
perda de energia, caracterizada pela queixa de cansaço exagerado. Alguns
autores, enfatizam a importância das alterações psicomotoras, em particular
referindo-se à lentificação ou retardo psicomotor. No diagnóstico da depressão
levam-se em conta: sintomas psíquicos; fisiológicos; e evidências
comportamentais (PORTO; 1999).
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3.8. Efeitos Colaterais Dos Antidepressivos
Nos últimos anos o uso dos ansiolíticos vem aumentando drasticamente pelos
indivíduos que buscam alívio da ansiedade. Muitas pessoas utilizam o
medicamento de forma abusiva, o que mascara os sintomas, proporcionando
uma sensação de bem-estar passageira, dificultando a busca de soluções mais
efetivas. São três as principais classes de antidepressivos. A primeira
compreende os antidepressivos de primeira geração, os antidepressivos
tricíclicos (ADTs) e os inibidores da monoaminoxidase (IMAOs). Na classe dos
antidepressivos de segunda geração encontram-se os inibidores seletivos da
receptação da serotonina (ISRS). E a terceira classe de outros antidepressivos
são medicamentos com mecanismos de ação únicos tais como a Trazodona, a
Brupopiona e a Reboxetina. Apesar de possuírem mecanismos de ação
diferentes, todos possuem diversos efeitos colaterais(SEZINI, GIL; 2014).
Os antidepressivos são indicados para diminuir ou acabar com os estados
depressivos, pois reduzem a intensidade dos sintomas e a tendência suicida.
Porém, podem trazer efeitos colaterais graves como sedação, agitação,
ansiedade e disfunção sexual além de abstinência, tolerância e dependência.
Essas ocorrências contribuem para a necessidade do uso racional e de
supervisão de profissionais da área de saúde habilitados(COSTA, 2015).
3.9. Nutrientes Envolvidos Na Etiologia Ou Tratamento Da Depressão
A atenção nutricional surge para estes pacientes como um importante
tratamento alternativo ou complementar, visto que determinados nutrientes tem
um papel fundamental na gênese da depressão. O tratamento Nutricional
deveria integrar a terapia de todos os pacientes deprimidos, pois, além de ser
livre de efeitos colaterais, também propicia uma melhora global na saúde do
indivíduo. Deficiências de ácidos graxos ômega-3, vitaminas do complexo
B,minerais e aminoácidos precursores de neurotransmissores são as carências
nutricionais mais comumente observadas em pacientes depressivos (SEZINI;
GIL, 2014).
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Deficiência de vitaminas B6 (piridoxina), B9 (ácido fólico ou folato) e B12
(cobalamina ou cianocobalamina) pode estar relacionada ao aparecimento de
sintomas depressivos, pois essas vitaminas possuem um importante papel na
via metabólica envolvida nos processos de síntese dos neuro transmissores no
SNC, além de participarem do metabolismo da homocisteína (proteína que em
altas concentrações aumenta significativamente a oxidação por radicais livres).
A ingestão insuficiente dessas vitaminas é um fator de risco para a depressão,
seja causando uma queda na síntese de neurotransmissores, seja gerando
aumento na concentração de homocisteína. As proteínas animais são ótimas
fontes de vitamina B6 e B12, e as leguminosas, hortaliças e frutas são boas fontes
de ácido fólico.A indução de estresse oxidativo por grandes concentrações de
homocisteína leva a danos vasculares, neurológicos e reduz o Fator Neurotrófico
Derivado do Cérebro (BDNF),comprometendo sua ação no hipocampo e
deixando os neurônios mais suscetíveis a ação dos radicais livres.
Adicionalmente, pacientes depressivos com baixo nível de folato sérico são mais
propensos a não responderem a alguns medicamentos (como a fluoxetina, por
exemplo), apresentando, inclusive, recaídas durante o tratamento. Estudos
realizados na Finlândia e na Coréia, baseados em mecanismos biológicos e
observação clínica, também obtiveram resultados associando a deficiência
dessas vitaminas à depressão. Juntamente com o magnésio, as vitaminas B6, B9
e B12 também são necessárias para a enzima hidroxilase, que converte o
triptofano em serotonina (SEZINI;GIL, 2014).
3.10. Interação Da Vitamina B12 Com A Depressão
Segundo um estudo de revisão bibliográfica,a deficiência de vitamina B12 é um
problema comum, contudo,diagnosticou-se como anemia perniciosa grave, no
entanto,atualmente,existeuma subvalorizado em adultos mais velhos.
Historicamente, nova compreensão de espectro mais amplo com identificação
de formas mais leves associada a alimentos e/ou relacionado a uma má
absorção de vitamina B12 (CADOGAN, 2010). Este mesmo autor, citando um
estudo de Healton et al. (1991), com 143 pacientes, identificou a relação entre a
deficiência de vitamina B12 e problemas neurológicos, sendo os mais frequentes
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parestesias e a diminuição da sensibilidade vibratória e reflexos do tornozelo.
Sugeriu-se, então, que o reconhecimento precoce da deficiência de B12 e sua
reposição podem ter um grande impacto funcional: melhoria dos sintomas
neurológicos, a manutenção da independência e melhoria da qualidade de
vida.A deficiência de vitamina B12 pode manifestar-se ao nível hematológico,
gastrointestinal e através de sinais neuropsiquiátricos. Os sintomas
neuropsiquiátricos podem ser simultâneos ou precederem os outros sintomas
(MAVROMMATI; SENTISSI, 2013). Estes autores ainda relataram um caso de
delírio, de difícil diagnóstico, num sujeito do sexo feminino, vegetariana que, ao
ser tratado com vitamina B12, apresentou o desaparecimento dos sintomas. O
achado sublinha a importância da realização de um painel de teste de
laboratório completo para delírio, incluindo os níveis sanguíneos de vitamina B12.
Na mesma linha, Bar-Shaiet al. (2011), em um estudo de caso com um paciente
de 64 anos apresentando quadro de depressão psicótica grave, verificaram que
a ingestão de vitamina B12 facilitou a cura desta sintomatologia. Segundo os
autores, este caso enfatiza a importância de se considerar a deficiência de
vitamina B₁₂ no diagnóstico diferencial de pacientes cujas apresentações
parecem indicar uma etiologia orgânica. Também demonstra as consequências
neuropsiquiátricas de deficiência de vitamina B₁₂, incluindo o quadro mais
incomum de sintomas psicóticos proeminentes. Almeida et al. (2015) realizaram
uma revisão sistemática da literatura, em que analisaram 269 manuscritos, a fim
de verificarem a correlação entre a ingestão de vitamina B12 e depressão. Os
resultados desta meta-análise sugerem que o tratamento durante um curto
espaço de tempo, com vitamina B12 não diminua a severidade dos sintomas
depressivos contudo, pode ser útil na gestão a longo prazo. Sánchez-Villegaset
al. (2009) evidenciaram que a baixa ingestão de vitamina B ₁₂ estava associada
com a depressão entre as mulheres. Não foram encontradas associações
significativas para a ingestão de vitamina B₆. Murakamiet al. (2010) sugerem
que a maior ingestão de vitaminas B na dieta, especialmente folato e vitamina
B6, está associado a uma menor prevalência de sintomas depressivos no início
da adolescência. Panet al. (2012) e Robinson (2009) defendem que as
Vitaminas B₉ (ácido fólico) e B₁₂ podem ser determinantes na doença mental em
adultos mais velhos. Os dados transversais sugerem que baixos níveis de uma
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ou de ambas as vitaminas podem predispor à depressão clínica pois interferem
com os neurotransmissores noradrenalina, serotonina e dopamina. Em um
estudo realizado por Tangney et al. (2011), envolvendo 121 idosos por um
período de 4,6 anos, concluíram que a deficiência de Vitamina B12 pode
contribuir para acelerar a diminuição do volume do cérebro com a idade e, ainda,
para problemas de memória, o que, segundo os autores, constitui grande
apreensão pois a nossa capacidade para absorver este nutriente tende a
diminuir com a idade e medicação tomada por idosos pode interferir com a sua
absorção. Um estudo de Annaet al. (2013), com 1935 participantes
noruegueses, com idades compreendidas entre os 71 e os 74 anos, concluiu
que baixos níveis de vitamina B₁₂ está associada com déficit cognitivo,
particularmente naqueles com depressão. Malhotra et al. (2012), num estudo
com crianças com Perturbação Desintegrativa da Infância encontraram uma
correlação com a deficiência em vitamina B12. Segundo estes autores, é
essencial reconhecer a deficiência de início, quando o dano neurológico pode
ser invertido com reposição de B12. Os níveis de homocisteína total que se
acumulam no sangue quando os níveis necessários de B12 não estão
disponíveis para o seu metabolismo, deverão ser monitorizados (Hvass; Nexo,
2006).
4. Conclusões finais.
Após a analise da literatura, pode se concluir que a cobalamina (vitamina B 12) é
sim, de eficácia positiva no tratamento e prevenção da depressão, e de outras
tantas doenças neurológicos.
Apesar dos estudos até o presente momento, serem bem escassos, os que já
foram publicados comprovam essa eficiência.
O presente trabalho levantou e discutiu a hipótese de que nem sempre os
indivíduos com depressão precisam de um tratamento com fármacos que na
maioria das vezes causa efeitos colaterais muito severos. Como a depressão e a
deficiência de vitamina B12 já são consideradas problema de saúde pública, o
necessário para esses indivíduos é uma atenção maior, uma investigação do
individuo como um todo para, assim,chegar ao diagnostico e tratamento
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especifico para o indivíduo, sem que haja a necessidade da administração de
drogas no início do tratamento.Sendo que, muitas vezes, somente uma
suplementação de vitamina B12 resolveria o problema, sem a ocorrência de
efeitos colaterais e menos transtorno aos indivíduos que já estão passando por
um processo difícil.
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