U�IVERSIDADE FEDERAL DE PER�AMBUCO
CE�TRO DE CIÊ�CIA DA SAÚDE
DEPARTAME�TO DE E�FERMAGEM E OBSTETRÍCIA
VULNERABILIDADE A AIDS EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA E UMA PARTICULAR, RECIFE, 2003
ILDEBRANDO LEITE DE SOUZA
SOLANGE SALES ALBUQUERQUE DE BARROS
SALATIEL FELIX FERREIRA FILHO
RECIFE - 2003 -
ILDEBRANDO LEITE DE SOUZA SOLANGE SALES ALBUQUERQUE DE BARROS
SALATIEL FELIX FERREIRA FILHO
VULNERABILIDADE A AIDS EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA E UMA PARTICULAR.
RECIFE, 2003
RECIFE - 2003 -
Monografia apresentada pelos alunos do curso de graduação em Enfermagem e Obstetrícia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem, sob orientação das preofessoras Maria Ilk Nunes de Albuquerque, M.sc. e Rosa Maria Carneiro, Doc.
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U�IVERSIDADE FEDERAL DE PER�AMBUCO
CE�TRO DE CIE�CIAS DA SAÚDE
DEPARTAME�TO DE E�FERMAGEM
VULNERABILIDADE A AIDS EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA
PÚBLICA E UMA PARTICULAR. RECIFE, 2003
ILDEBRANDO LEITE DE SOUZA
SOLANGE SALES ALBUQUERQUE DE BARROS
SALATIEL FELIX FERREIRA FILHO
Submetida a Banca Examinadora para obtenção de título de graduação em Enfermagem e Obstetrícia.
Aprovada em ___/___/___
Examinadoras
__________________________________________________ (Presidente)
__________________________________________________ (1º Examinador)
__________________________________________________ (2º Examinador)
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DEDICATÓRIA
A Antonio Flaudiano Bem Leite pelo apoio e ajuda prestado para realização
deste trabalho, pois ele é tão nosso quanto seu e sem você não teria sido
possível a sua concretização. Como já dizia Paulo Freire, você foi nosso “inédito
viável”.
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AGRADECIMENTOS
Ao Deus que sentimos.
Aos nossos pais, esposas, filhos, irmãos, tios, sobrinhos, primos, cunhados(as) e
demais parentes por alimentarem nossos objetivos;
Às Profª. Drª. Rosa Maria Carneiro e Profª Ms. Maria Ilk Nunes de Albuquerque
pela dedicação, paciência e carisma com que nos orientaram neste trabalho;
À coordenação do curso, aos professores e funcionários que de forma direta e
indireta contribuíram para nossa formação;
A todos os professores que, ao longo dessa estrada, estiveram conosco, desde
nossos primeiros passos, nesta viajem infinita pelo conhecimento;
Aos usuários do Sistema Único de Saúde que, com paciência e coragem, nos
deram chance de aprender, praticar e acrescentar novas experiências
profissionais na nossa jornada acadêmica;
Aos colegas da faculdade e de turma;
Aos amigos;
Aos diretores das escolas por permitirem a realização da pesquisa;
Aos adolescentes pela colaboração voluntária;
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“Bem aventurados os brandos de coração,
por que eles possuirão a Terra”.
Mateus: c.5, v.4.
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SUMÁRIO
8. Conclusões ........................................................................................ 38
Lista de siglas e abreviaturas ............................................................... XIII
Lista de tabelas ...................................................................................... XV
Lista de gráficos .................................................................................... XVII
Resumo ................................................................................................... XIX
Abstract .................................................................................................. XXI
1. Introdução ........................................................................................... 01
2. Problema ...................................................................................... 05
3. Objetivos ............................................................................................ 07
3.1. Objetivo geral ............................................................................ 08
3.2. Objetivos específicos ............................................................... 08
4. Justificativa ........................................................................................ 09
5. Revisão de literatura ......................................................................... 11
6. Materiais e métodos .......................................................................... 17
6.1. Tipologia do estudo ................................................................ 18
6.2. Descrição da área .................................................................... 18
6.3. População e amostra .............................................................. 19
6.4. Instrumento .............................................................................. 19
6.5. Procedimento para coleta de dados ...................................... 19
7. Apresentação e análise dos dados .................................................. 22
7.1. Conhecimentos acerca dos modos de transmissão do HIV 23
7.1.1. De 12 a 14 anos ............................................................ 23
7.1.2. De 15 a 19 anos ............................................................ 26
7.2. Atitudes e práticas .................................................................. 28
7.2.1. De 12 a 14 anos ............................................................ 28
7.2.2. De 15 a 19 anos ............................................................ 30
7.3. Atitudes e práticas .................................................................. 33
7.3.1. Início da vida sexual .................................................... 33
7.3.2. Freqüência de uso de preservativo ........................... 33
7.3.3. Número de parceiros ................................................... 34
7.3.4. Motivos do não uso de preservativo ......................... 35
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9. Recomendações ................................................................................ 39
10. Referências bibliográficas ............................................................. 41
Anexos .................................................................................................... 46
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
XIV
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ACO – Anticoncepsional Oral
AIDS – Acquired Immunodeficiency Syndrome
AZT – Azidovidina
DIU – Dispositivo Intra-uterino
DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis
EPA – Escola Particular
EPU – Escola Pública
FA – Freqüência Absoluta
FR – Freqüência Relativa
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
OMS – Organização Mundial de Saúde
ONG – Organização Não-Governamental
OPS – Organização Pan-americana de Saúde
SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
ρ – Nível de significância
ℵℵℵℵ2 – Qui-quadrado
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F LISTA DE TABELAS
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XVI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição por idade dos adolescentes da EPU e da EPA, Recife,
2003.
Tabela 2 - Distribuição dos adolescentes segundo as rendas familiares da
EPU e da EPA, Recife, 2003.
Tabela 3 - Distribuição dos adolescentes na faixa etária de 12 a 14 anos segundo
conhecimentos sobre os modos de transmissão da AIDS da EPU e da
EPA, Recife, 2003.
Tabela 4 - Distribuição dos adolescentes na faixa etária de 15 a 19 anos segundo
conhecimentos sobre os modos de transmissão da AIDS da EPU e da
EPA, Recife, 2003.
Tabela 5 - Distribuição dos adolescentes na faixa etária de 12 a 14 anos segundo
conhecimentos sobre os modos de prevenção da AIDS da EPU e da
EPA, Recife, 2003.
Tabela 6 - Distribuição dos adolescentes na faixa etária de 15 a 19 anos
sobre modos de prevenção da AIDS da EPU e da EPA, Recife,
2003.
Tabela 7 – Distribuição dos adolescentes com vida sexual ativa segundo
freqüência do uso de preservativos da EPU e da EPA, Recife, 2003.
Tabela 8 - Distribuição dos adolescentes com vida sexual ativa segundo número
de parceiros da EPU e da EPA, Recife, 2003.
Tabela 9 - Distribuição dos adolescentes com vida sexual ativa segundo motivo
do não uso de preservativo da EPU e da EPA, Recife, 2003.
SOUZA, ILDEBRA�DO L. DE; BARROS, SOLA�GE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F LISTA DE GRÁFICOS
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XVIII
LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - Idade dos adolescentes da EPU e da EPA, Recife, 2003.
GRÁFICO 2 - Renda familiar dos adolescentes da EPU e da EPA, Recife, 2003.
GRÁFICO 3 - Modo de transmissão de AIDS dos adolescentes na faixa etária de
12 a 14 da EPU e da EPA, Recife, 2003.
GRÁFICO 4 - Conhecimento dos adolescentes na faixa etária de 15 a 19 anos
sobre os modos de transmissão da AIDS da EPU e da EPA, Recife,
2003.
GRÁFICO 5 - Conhecimentos dos adolescentes sobre os modos de prevenção da
AIDS da EPU e da EPA na faixa etária de 12 a 14 anos, Recife,
2003.
GRÁFICO 6 - Conhecimentos dos adolescentes na faixa etária de 15 a 19 anos
sobre os modos de prevenção da AIDS da EPU e da EPA, Recife,
2003.
GRÁFICO 7 - Freqüência do uso de preservativos dos adolescentes com vida
sexual ativa da EPU e da EPA, Recife, 2003.
GRÁFICO 8 - Número de parceiros dos adolescentes com vida sexual ativa da
EPU e da EPA, segundo número de parceiros, Recife, 2003.
GRÁFICO 9 - Motivos do não uso de preservativo nos adolescentes com vida
sexual ativa da EPU e EPA, Recife, 2003.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F RESUMO
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
XX
RESUMO
A pesquisa objetivou estudar a vulnerabilidade à AIDS em adolescentes
de 12 a 19 anos em duas escolas: uma pública (EPU) e uma particular (EPA) em
Recife-PE. O estudo é descritivo exploratório, desenvolvido com 348
adolescentes, Foi aplicado questionário sigiloso tipo check-list. Os dados,
analisados em Epi Info 6.0. A idade média é 15,4 anos para EPU e 14,4 anos
para EPA. Foram comparados conhecimentos sobre transmissão e prevenção da
AIDS, atitudes e práticas ligadas à sexualidade entre as duas escolas em dois
grupos etários: 12 a 14 e 15 a 19 anos. A situação financeira da EPA é melhor
que a EPU. Conhecimentos dos modos de transmissão e prevenção da AIDS são
insuficientes, nas duas escolas, com diferenciais de idade. 27,0% adolescentes
da EPU e 33,6% da EPA já iniciaram vida sexual O uso sistemático do
preservativo foi menor na EPU (50,8% contra 71,4% da EPA χ2= 3,94, p<0.05). O
número de parceiros sexuais foi semelhante nas duas escolas. Na EPU, 40,4%
tiveram apenas um parceiro e na EPA 29,0%. Com base no processo cognitivo e
atitudes, conclui-se que os adolescentes de ambas as escolas apresentam níveis
variados de vulnerabilidade individual à infecção pelo o HIV.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F ABSTRACT
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
XXII
ABSTRACT
The research objectified to study the vulnerability to the AIDS in teen age
of 12 the 19 years in two schools: a public (EPU) and a particular one (EPA) in
Recife-PE. The study it is descriptive explored, developed with 348 adolescents,
was applied sigils questionnaire type check-list. The data, analyzed in Epi Info 6.0.
The average age is 15,4 years for EPU and 14,4 years for EPA. Knowledge on
transmission had been compared and prevention of the AIDS, on practical
attitudes and to the sexuality enters the two schools in two years groups: the 12 14
and 15 19 years. The financial situation of the EPA is better that the EPU.
Knowledge in the ways of transmission and prevention of the AIDS are insufficient,
in the two schools, with age differentials. 27.0% students of EPU and 33.6% of the
EPA already had initiated sexual life the systematic use of the condom were lesser
in the EPU (50.8% against 71,4% of the EPA ℵ2 = 3,94, p<0.05). The number of
sexual partners was similar in the two schools. In EPU, 40.4% they had had only
one partner and in EPA 29,0%. On the basis of the cognitive process and
attitudes, conclude that the students of both the schools present levels varied of
individual vulnerability to the infection for o HIV.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F INTRODUÇÃO
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2
1. INTRODUÇÃO
A AIDS surgiu nas duas últimas décadas do século XX como importante
epidemia por sua elevada letalidade e capacidade de disseminação. Segundo
Cameron (1992), na história da humanidade, nenhuma doença jamais suscitou
questões tão complexas, exigiu tamanha amplitude de respostas ou revelou tão
impiedosamente os sérios desequilíbrios, inadequações e desigualdades
preexistentes nos sistemas médico e social de todos os países. O HIV tem
demonstrado repetidamente sua capacidade de cruzar todas as barreiras -
sociais, culturais, econômicas e políticas. A geografia pode dificultar, mas não
protegerá contra a entrada e disseminação do vírus. (MANN, TARANTOLA e
NETTER, 1992).
No início da epidemia, a maior incidência da doença ocorreu entre
determinados conjuntos de indivíduos, os chamados “grupos de riscos”:
homossexuais e bissexuais masculinos no ano de 1982, quando representavam
96% dos casos, e junto a estes hemofílicos, crianças filhas de pais com AIDS,
hemotrasnfundidos e haitianos residentes nos Estados Unidos, determinando a
localização da doença nesta população (BARRETO, 1986, p.1). Posteriormente,
prosseguiu rumo as classes desempoderadas de heterossexuais, mulheres,
negros, brancos pobres e jovens marginalizados (AYRES et al., 1999; PAIVA et
al., 2002; AYRES & FIGUEREDO, 2003; HEARST & GUERRIERO, 2003;
HEARST et al., 2003).
Enquanto a população se protegia dos chamados grupos de risco,
esqueceram de proteger-se da doença a qual encontrou meios e facilidade nos
nossos mitos, crenças, tabus e preconceitos (PAIVA et al., 2003; HEARST &
GUERIERO, 2003) para seguir em direção as diversidades dos mais variados
contextos culturais, sociais e econômicos. Surpreendeu-nos , mostrando que seu
poder de infecção não tem limites chegando a todas as classes sociais e
territórios (AYRES et al.,1999; PARKER, 2000).
No Brasil, o primeiro caso foi diagnosticado em 1982, embora se suponha
que a entrada do vírus no país tenha ocorrido na década de 70. Os primeiros
casos confirmados foram em homo/bissexuais, de início na faixa litorânea da
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F INTRODUÇÃO
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3
região sudeste no eixo São Paulo-Rio de Janeiro; e Sul do país, e nas regiões
Norte e Nordeste nesta mesma faixa geográfica, para depois se conduzir à
interiorização (CHEQUER, 1997).
As disparidades sociais são agravantes das dificuldades de controle da
epidemia, que caracteriza o processo de pauperização (AYRES et al., 1999;
SPINK, 1999; VERIANO, 2000; CHEQUER, 1997; AYRES & FIGUEREDO, 2003),
o qual é traduzido pelo aumento do número de casos nas classes mais pobres,
principalmente nas regiões Norte/Nordeste, que possuem os 100 municípios com
os menores IDH do Brasil.
Outra temática é o crescente número de casos em heterossexuais pode
ser explicado pelas relações de gênero na negociação sexual, escolha das
práticas sexuais, a concepção de masculinidade, a educação familiar
conservadora, a cultura machista e as relações extraconjugais, levando a um
processo de heterossexualização da epidemia (BARBOSA & PARKER, 1991;
HEILBORN et al., 1999; Paiva, 2001; GUERRIERO, 2001; HEARST &
GUERRIERO, 2003; AYRES & FIGUEREDO, 2003).
No caso do processo de feminilização, há um aumento preponderante
entre as mulheres devido a sua marginalização social histórica justificada pelas
pressões econômicas, sócio-culturais aludidas pelos os parceiros sexuais, o que
conduz para uma subordinação causadora de uma assimetria de poder,
inabilidade de negociação no sexo, não autonomia do sexo com relação o afeto e
ao amor (GUERRIERO, 2001; HEILBORN et al., 1999; BARBOSA & PARKER,
1991). Fatores que dificultam o uso de medidas preventivas.
Os jovens, entretanto, são sempre um grupo vulnerável em todas as
sociedades do mundo globalizado. A juvenização é explicada por todos os fatores
já descritos acima e acentuada por questões como a descoberta do sexo, a
deficiência de informação, a não liberdade para falar e a idade, tornando-os mais
vulneráveis e menos capazes de fazer frente às pressões nas relações desiguais
de parceiros em situações desiguais de poder. E, em relação as adolescentes, a
vulnerabilidade fica explícita, sendo duplamente afetadas pela questão etária
(SPINK, 1999; PAIVA et al., 2003).
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F INTRODUÇÃO
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4
Em relação a AIDS no Estado de Pernambuco, houve um total de 5850
casos de AIDS diagnosticados, no período de 1983 a 2002. Sendo que a faixa
etária de 20 a 39 anos possui mais de 2/3 dos casos, ou seja, 4062. Setenta por
cento dos casos de AIDS se concentram, nesta faixa, indicando que as novas
infecções pelo HIV (que levam anos para evoluírem para síndrome) acontecem
principalmente entre os mais jovens. Em Recife, do total do estado, localizou-se
mais da metade, no mesmo período, sendo cerca de 2861 casos (Boletim
Informativo AIDS 2002).
A AIDS atualmente tem atingido principalmente adulto jovem configurando
um acentuado nível de vulnerabilidade nesta população, portanto merecedora e
especial atenção neste trabalho no qual serão enfocadas questões sobre
conhecimentos, culturais e sócio-econômicas, que podem estar contribuindo para
a construção da vulnerabilidade neste grupo.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F PROLEMA
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2. PROBLEMA
Segundo Hoyos & Sierra (2001), O desenvolvimento da epidemia do
HIV/SIDA está associado a desigualdades sociais expressas em acessos
diferentes a oportunidades de proteção e cuidados de saúde, em diferentes
contextos socioeconômicos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou
para o ano 2000 aproximadamente, 40 milhões de infectados com HIV no mundo,
dos quais mais de 90% viverão em países pobres, onde as taxas de infecção
tenderão a aumentar pela deficiente oferta dos sistemas de saúde, além de
limitados recursos preventivos e assistenciais. A epidemia tem tido efeitos
importantes na população adolescente e jovem da América Latina e Caribe. A
Organização Pan-americana de Saúde (OPS), estima que a metade de todas as
“novas infecções” se apresenta em pessoas menores de 25 anos e que a maioria
se infecta por via sexual. Se considerarmos que o período de latência da
transmissão do HIV e as manifestações da SIDA variam entre dois e onze anos,
uma importante proporção de casos com SIDA de grupo etário de 20 a 29 anos
podem ter sido infectados durante a adolescência (idem, traduzido por nós).
A pergunta que conduz este estudo é “Quais as diferenças observadas
entre os conhecimentos e as práticas de adolescentes com faixa etária de 12 a 19
anos da EPU e da EPA com relação à prevenção da AIDS e sua interação com os
fatores sócio-econômicos?”.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F OBJETIVOS
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8
3. OBJETIVOS 3.1. OBJETIVO GERAL
Analisar o nível de vunerabilidade de adolescentes, de ambos os sexos de
EPU e EPA, visando embasar um programa educativo.
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Comparar o nível de conhecimento quanto aos modos de transmissão e
prevenção da AIDS entre alunos da EPU e EPA.
2. Relacionar os fatores sócio-econômicos e culturais.
3. Descrever as atitudes e práticas relacionadas à vulnerabilidade à AIDS.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F JUSTIFICATIVA
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10
4. JUSTIFICATIVA
O início da epidemia de AIDS no mundo foi marcado pela disseminação do
HIV em alguns grupos considerados “de risco”, composto por homossexuais,
hemofílicos, usuários de drogas e profissionais do sexo. Com a progressão da
epidemia e a ocorrência da infecção em outros grupos populacionais, evoluiu-se
para o conceito de “comportamentos de risco”. Atualmente a epidemia direciona-
se para os setores socialmente mais desempoderados: pobres, mulheres,
marginalizados, negros e jovens.
No Brasil, no final do ano 2000 contavam 191.000 casos de AIDS, na
proporção de 2 homens para cada mulheres, e estimavam-se cerca de 500.000
pessoas portadoras do vírus, embora o epicentro da epidemia tenha sido as
cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, o crescimento mais acelerado se dá hoje
nas cidades brasileiras com menos de 50.000 mil habitantes, e em todo país mais
rapidamente entre mulheres e grupos de baixa escolaridade e renda. Os jovens
são sempre um grupo vulnerável em todas as sociedades do mundo globalizado.
Um terço das pessoas vivendo no final de 1998, eram jovens que tinham entre 15
e 24 anos e metade das novas infecções ocorrem em todo o mundo. No Brasil, se
concentram na faixa de 20 e 39 anos, indicando que as novas infecções por HIV
acontecem principalmente também entre os mais jovens.
Considerando-se que existe um grande número de casos de AIDS em
adolescentes e adultos jovens e o longo período de incubação da doença, pode-
se supor que a infecção durante a adolescência, daí a importância de analisar a
vulnerabilidade e promover um trabalho de educação preventiva para esta fase
tão importante da vida onde ocorre grande mudança e descobertas.
Por este motivo, decidiu-se realizar um estudo sobre vulnerabilidade de
adolescentes à infecção pelo HIV, em duas escolas do Recife, sendo uma da
rede pública e outra da EPA. E, desse modo, proceder a uma contribuição da
enfermagem para a construção do conhecimento e para a promoção da saúde.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F REVISÃO DE LITERATURA
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12
5. REVISÃO DE LITERATURA
O conceito de adolescência ainda se apresenta bastante novo, é entendida
como alguns autores tais como de crescimento, mudança, oportunidade,
românticos, apaixonados, impulsivos e exagerados na da identidade e da dor e
freqüentemente vinculada aos riscos à saúde reprodutiva. Estes riscos são
vinculados, entre outros fatores, à falta de acesso a educação e emprego, à
expectativa de casamento e relacionamento sexual, à desigualdade de gênero,
religião e cultura. Devido a isto sua saúde reprodutiva tem sido afetada por
gravidez indesejada, aborto DST/HIV, violência sexual e limitação de acesso à
informação (GUNTHER, 1999; AYRES, 1996; PAIVA, 2000).
Segundo a OMS, adolescência é uma fase de transição do corpo para a
fase adulta, que se encontra na faixa etária dos 10 a 19 anos de idade, marcada
por mudanças físicas e psíquicas (OMS, 1995).
O desenvolvimento psicossexual e o bom êxito da vivência da sexualidade
na adolescência dependem de uma complexidade de fatores que abrange desde
a interação com os pais, até fatores morais, culturais, sociais e religiosos. Para
este mesmo autor, a vivência da sexualidade na adolescência é como um
caminho desconhecido e é necessário que os jovens seja orientado e tenha
liberdade para entendê-la, pois desenvolver a sexualidade contribui para
formação da personalidade e para expressão dessa sexualidade quando for
adulto (SOUZA et al, 2002).
Os adolescentes iniciam a vida sexual, em média: no sexo feminino, entre
os 15 e 17 anos e, no masculino, entre os 13 a 15 anos de idade. Também se
sabe que nas classes mais protegidas tendo haver uma iniciação sexual mais
tardia. A maioria mesmo conhecendo os métodos contraceptivos inicia as
relações sem proteção e, no seguimento da atividade sexual, o uso sistemático
deixa quase 30% sem proteção contraceptiva e contra as Dsts ( idem, 2002).
As regras sociais, familiares e religiosas nem sempre estão de acordo com
a conduta preferida pelos adolescentes. A velocidade com que ocorrem as
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F REVISÃO DE LITERATURA
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13
mudanças comportamentais nesta fase da vida é visivelmente maior do que a
capacidade de adaptação cultural (MAINIERI et al, 2002)
Os jovens têm uma tendência em contrair mais DST/AIDS do que os
adultos, por vários motivos, dentre eles destacamos a relação sexual não
planejada, sem informação, ou uso de preservativo, e por isso tem uma
probabilidade maior de usar os métodos preventivos incorretamente (RICHT,
1996).
Na adolescência, o entendimento e o investimento em saúde reveste-se de
importância especial, visto que o adolescente se encontra cerca de
experimentações e riscos que podem originar diferentes tipos de transtornos e
seqüelas físicas e mentais (PINTO et al, 2002).
O trabalho de intervenção busca produzir a mudança de comportamento,
dando aos membros de grupos da população alvo o conhecimento e informações
adequados sobre o risco de infecção pelo HIV, e aumentando sua percepção e
conscientização do risco para estimular o processo decisório racional que
acabaria por conduzir a uma significativa redução desse risco (PARKER, 2000).
A disseminação de AIDS na adolescência tem motivado famílias e escolas
a discutir sobre sexualidade e comportamento sexual. Neste aspecto a AIDS
provocou a quebra do silêncio entre pais e filhos e escola-aluno. Entretanto nesta
população o desafio da prevenção e controle da epidemia envolve as
características próprias da adolescência, cujo desejo de experimentação, aliado
ao mito da invulnerabilidade, impede que eles considerem as reais situações de
risco (PINTO et al, 2002).
Há consenso de que as formas de prevenção de AIDS, transmitida por via
sexual, seriam abstinência sexual ou a fidelidade mútua. Entretanto não atendem
a realidade quando se consideram as diferenças culturais. Determinando a busca
de estratégias mais eficazes de sexo seguro e identificando como método mais
eficaz na prevenção da AIDS, por via sexual, é o preservativo (BRASIL, 1997).
As experiências adquiridas no combate a AIDS, têm demonstrado que não
existem mágicas soluções ou receitas prontas de prevenção para que se pare de
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F REVISÃO DE LITERATURA
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14
uma vez por todas a epidemia de AIDS. Esta guerra é um processo de
amadurecimento individual e coletivo que leva em consideração desde as
dificuldades materiais, sócio-culturais e políticas até problemas, de ordem
subjetiva, que surgem e evoluem em interação com o proceso epidêmico (PAIVA,
2001).
A epidemia tomou outros rumos, contradizendo o que a literatura pregava:
a cultura do preconceito contra estas classes desfavorecidas em todos os
sentidos. A sexualidade a ser trabalhada é universal, como se todos
estivessemos interligados pelas mesmas práticas e comportamentos, pois os
mesmos não existem sem contextos sócio-culturais com seus sentidos e
significados singulares socialmente construídos, em cada cena sexual. Não se
tinha a devida consideração que os fatores sócio-culturais da sexualidade e vida
reprodutiva, inclusive do sexo não protegido, que expande a vulnerabilidade ao
HIV/AIDS são iguais entre os portadores e não-portadores (PAIVA, 2001).
Analisando a dinâmica da transmissão sexual do HIV ou a vida afetivo-
sexual dos portadores, mantêm-se como ponto central o fato de que condutas
sexuais são ainda apontadas como “promíscuas” numa visão mais moralista,
sendo penalizadas quando a pessoa procura um serviço de saúde, ao se revelar
portador. Esta estigmatização e preconceito em relação a AIDS dificultam a
adesão das pessoas à prevenção (PAIVA, 2001).
E foi com o avanço da epidemia, atingindo a todas as classes sem
distinção de sexo, práticas sexuais, etnia ou classe social, que se chegou ao
conceito de vulnerabilidade. De acordo com este conceito não existe grupo de
risco, mas sim um conjunto de fatores ambientais, sócio-culturais, educacionais,
programas de saúde, políticos e econômicas que determinam o nível de
suscetibilidade individual e coletiva dos cidadãos à doença (AYRES et al., 1999;
SPINK, 1999).
A vulnerabilidade individual depende de três pressupostos: o
comportamento como interesse e habilidade para transformar atitudes e ações; o
cognitivo que é a informação, a consciência do problema e das formas de
enfrentá-los; e o social que se vincula ao acesso aos recursos e poder para
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F REVISÃO DE LITERATURA
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adotar comportamentos protetores. A vulnerabilidade coletiva será o
“empowerment” no sentido de fornecer aos indivíduos subsídios para sua própria
avaliação, no componente social de cada um dos fatores de exposição, no
sentido de construir um diagnóstico capaz de instruir as agendas dos movimentos
sociais organizados e o planejamento de ações por partes de técnicos, de
autoridades e de governos organizados (AYRES, 2001).
A educação sexual envolve aspectos antropológicos, sociológicos e
biopsiquicosociais devendo-se, na adolescência, considerar as características
próprias dessa fase (onipotência, invulnerabilidade, desejo de experimentação e
aventura, crise de identidade), as características do meio social (escola, família,
grupo) e o comportamento sexual desse grupo etário (mudança de parceiros e
desinformação) (GOMES, 2002).
A nossa sociedade estimula o sexo em todos os momentos, mas não é
aberta aos debates das conseqüências deste. E não trabalha a sexualidade das
pessoas como de fato é, nem desmistifica os valores masculinos de nossa
cultura. Existe um padrão a ser cumprido por homens e mulheres que também
atrapalha a negociação sexual dos gêneros devido à assimetria de poder,
aumentando a vulnerabilidade que neste caso precede o risco (PAIVA, 2001;
GUERRIERO, 2001; HEARST & GUERRIERO, 2003; HEARST et al., 2003).
São vários contextos sociais, culturais, o modo como o sexo é tratado e
encarado diversamente por cada sociedade, seus grupos e individualmente, que
alteram o nível de vulnerabilidade. (AYRES et al., 1999; HEILBORN et al., 1999)
É impossível vencer a AIDS com fórmulas mágicas generalizadas que
podem dá certo num determinado local, mas que não vão causar o mesmo
impacto em outros lugares, porque todo contexto social tem suas especificidades
(AYRES et al., 1999; PAIVA, 2001). Faz-se necessário agir localmente e pensar
globalmente. Levar em conta fatores complexos como: distribuição populacional
da pandemia, violência, raça, gênero e movimentos migratórios. E mudar as
estratégias, não deixando que as práticas se paralisem, tornando-as experiências
sempre vivas e humanas, analisando a resposta dos indivíduos e o feed-back
(AYRES et al., 1999).
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F REVISÃO DE LITERATURA
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16
Tem-se que trabalhar a educação como forma de libertar as pessoas,
procurando as diversidade e especificidades de maneira a tornar visível a
exclusão e a vulnerabilidade de cada um nos seus grupos (PAIVA, 2001).
Não adianta tratar a população (portador ou não de HIV) como
consumidores, pois é necessária uma visão mais abrangente do contexto de cada
um. E quem não tem como conseguir, não tem acesso ao que se vende
(preservativo, medicação) e ao que se prega (receita pronta de comportamento,
modo de usar a camisinha, ou seja, o produto consumido) estará mais vulnerável
ao adoecimento (PAIVA, 2001).
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F MATERIAIS E MÉTODOS
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18
6. MATERIAIS E MÉTODOS
6.1.TIPOLOGIA DO ESTUDO
O presente estudo é descritivo exploratório, um corte transversal do tipo
inquérito populacional. Neste tipo de estudo, tem-se um corte no fluxo histórico da
doença, sendo apresentadas suas características no momento da coleta.
6.2. DESCRIÇÂO DA ÁREA
A área onde foi desenvolvido o estudo corresponde a duas escolas. A
primeira pertencente à rede pública é localizada no bairro de Areias, Rua Felipe
Ferreira S/N – Vila Cardeal e Silva. Oferece os cursos fundamental e médio,
funcionando, em horário integral, com um total de 1740 adolescentes. Dispõem
de 48 professores, 15 salas de aula, 01 biblioteca, 04 toaletes, 01 secretaria, 01
sala de vídeo, 01 sala de jogos, 01 quadra, 01 sala de direção e 01 sala de jogos.
A segunda, da rede privada, é menor e está situada no bairro da Estância
– Av. Dr. José Rufino S/N, de ensino fundamental e médio, com funcionamento
diurno e um quantitativo de 700 adolescentes. Possuem 40 professores, 21 salas
no total, sendo: 01 biblioteca, 01 secretaria, 01 direção, 01 sala para psicologia,
01 coordenação, 04 toaletes, 01 piscina, 01 quadra coberta e 10 salas de aula.
6.3. POPULAÇÂO E AMOSTRA
A população é composta por 1890 adolescentes de 12 a 19 anos, sendo
1310 na EPU e 580 na EPA.
A amostra é do tipo não casual por voluntários. Foi calculada em 361
adolescentes por programa Epi Info versão 6.0. Esse número foi distribuído
proporcionalmente entre as duas escolas, cabendo 68,4% para a EPU e 31,6%
para a EPA.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F MATERIAIS E MÉTODOS
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19
6.4. INSTRUMENTO
O instrumento utilizado foi um questionário com perguntas fechadas do
tipo check-list, apresentado no Anexo 1.
6.5. PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS
O questionário foi aplicado na sala de aula aos adolescentes do grupo
etário considerado, do turno diurno das escolas, após assinatura do termo de
consentimento pelos diretores (Anexo 2) e consentimento verbal do professor na
sala de aula e dos próprios adolescentes. Foi garantido o sigilo quanto à
identidade dos informantes.
6.6. TRATAMENTO DOS DADOS
Os dados, digitados em Programa Epi Info versão 6.0, foram organizados
em tabelas de freqüências absolutas e relativas e comparados a experiências
semelhantes descritas na literatura. Os testes de significância estatística foram
calculados pelo mesmo programa, como nível crítico de p-valor de 0,05.
Foram respondidos 361 questionários, sendo 251 na EPU e 110 na EPA.
115 são do sexo masculino e 119 do sexo feminino. Na Escola pública, 13
adolescentes não informaram a idade e 4 não declararam o sexo.
A distribuição etária dos adolescentes não foi uniforme, como demonstra
a Tabela e Gráfico 1, sendo o grupo da EPA significativamente mais jovem. Essa
diferença motivou a opção pela análise comparativa das duas escolas em dois
grupos etários distintos: o primeiro de 12 a 14 anos de idade e o segundo de 15 a
19. Um segundo motivo foi o modo diverso como esses dois grupos costumam
comportar-se em relação à sexualidade. Foram excluídos do estudo os 13 jovens
que não declararam a idade.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F MATERIAIS E MÉTODOS
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20
Tabela 1 - Distribuição por idade dos adolescentes da EPU e da EPA, Recife, 2003.
Idades* EPU EPA
Total FA FR FA FR
12 32 13,4 8 7,3 40
13 30 12,6 30 27,3 60
14 25 10,5 27 24,5 52
15 29 12,2 14 12,7 43
16 29 12,2 18 16,4 47
17 47 19,7 8 7,3 55
18 24 10,1 5 4,5 29
19 22 9,2 0 - 22
Total 238** 100,0 110 100,0 348
* idade em anos ** 13 não declararam a idade (ℵ2=15,53, p<0,05).
13,412,6
10,5
12,2 12,2
19,7
10,19,2
7,3
27,3
24,5
16,4
7,3
4,5
0
12,7
0
5
10
15
20
25
30
12 13 14 15 16 17 18 19
Idade (em anos)
Percentagem (%)
PÚBLICA
PARTICULAR
Gráfico 1 - Idade dos adolescentes da EPU e da EPA, Recife, 2003.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
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7. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
A idade média dos adolescentes da EPU foi 15,4±2,2 anos (p<0,05), e
14,4±1,6 anos (p < 0,05) na EPA.. Em relação ao sexo, na EPU 48,6% eram do
sexo masculino e 49,0% do feminino. Não declaram o sexo 2,4% dos
adolescentes. A EPA apresentou uma distribuição de 52,7% para o sexo
masculino e de 47,3% para o feminino.
A Tabela e Gráfico 2 mostra a situação econômica dos jovens a partir de
suas declarações sobre a renda familiar. Observa-se que o grupo que estuda na
EPA tem uma situação financeira significantemente melhor que os da rede
pública.
Tabela 2 - Distribuição dos adolescentes segundo as rendas
familiares da EPU e da EPA, Recife, 2003.
Renda Familiar* EPU EPA
Total FA FR FA FR
até 5 198 91,6 62 63,3 260
mais de 5 18 8,4 36 36,7 54
Total 216** 100 98 100*** 314
*em salários mínimos **22 não declararam ***10 não declararam (ℵ2= 38,19, p<0,05).
91,6
8,4
63,3
36,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
até 5 mais de 5
Renda Familiar
Percentagem (%) PÚBLICA
PARTICULAR
Gráfico 2 - Renda familiar dos adolescentes da EPU e da EPA, Recife, 2003.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
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7.1. Conhecimentos acerca dos modos de transmissão do HIV.
Os conhecimentos acerca dos modos de transmissão da AIDS são
insuficientes entre os adolescentes das duas escolas estudadas. Observam-se,
entretanto, alguns diferenciais quando analisados por grupos etários distintos e
comparando-se a EPU e a EPA. Entretanto, observa-se, pela experiência de
vários autores, que o nível de informação, embora da maior importância para a
diminuição da vulnerabilidade do jovem, não garantem um comportamento de
sexo seguro. (Carneiro et al, 2000; Monteiro, 2000). Chicraia et al. (1997) afirmou,
em seu estudo, que quanto às formas de transmissão da AIDS, 90,5 por cento
dos adolescentes sabiam como a doença é transmitida, e as formas mais citadas
foram via sexual (94,1 por cento), sangue (70,6 por cento) e seringas
contaminadas (41,2 por cento).
7.1.1. De 12 a 14 anos
Conforme pode ser observado na Tabela 3, observam-se algumas
diferenças quando são comparadas as respostas das crianças de 12 a 14 anos
das duas escolas.
São semelhantes os conhecimentos relacionados ao sexo vaginal, sexo
anal, sexo oral, esperma, drogas injetáveis com compartilhamento de seringas,
tatuagem com agulhas, sangue/transfusão, leite materno, saliva/beijo, urina,
piscina, picadas de insetos, fezes, menstruação e escarro.
Quando cotejadas as duas escolas, nota-se que são diferentes os
conhecimentos relacionados a algumas variáveis. Os conhecimentos dos
adolescentes da EPA, expressos percentualmente, são mais elevados em relação
a transmissão por manicures (46,1% na EPA contra 28,7% na EPU); uso de
talheres (27,7% na EPA e 20,7% na EPU); masturbação (35,4% na EPA e 18,4%
na EPU); uso de banheiro (30,8% na EPA contra 15,0% na EPU). 9,2% dos
adolescentes da EPU acreditam na transmissão através do abraço, percentual
bem mais elevado do que 1,5% observado entre os da EPA. Outra pergunta
respondida de modo diferente pelos adolescentes das escolas foi a da
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
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transmissão do HIV através de água contaminada, quando se obteve 20,7% de
respostas positivas na EPU e apenas 7,7% na EPA (Tabela e Gráfico 3).
Nota-se um percentual muito baixo dos que acreditam ser o esperma um
meio transmissor do HIV (59,8% dos adolescentes da EPU e 55,4% da EPA). Os
baixos percentuais dos que acreditam nas formas de transmissão que envolve o
sangue, como tatuagem, compartilhamento de seringas, manicure e menstruação
revelam o elevado nível de vulnerabilidade dos jovens pesquisados. Outro fato a
se notar é quanto aos elevados percentuais dos que acreditam ser possível a
transmissão durante a masturbação, levando a crer que haja diferenças quanto ao
conceito de masturbação.
Tabela 3 - Distribuição dos adolescentes na faixa etária de 12 a 14 anos
segundo conhecimentos sobre os modos de transmissão da AIDS da EPU e da EPA, Recife, 2003.
Modos de transmissão EPU % (*) EPA % (*) valor de p
Sexo vaginal 86,2 87,7 p >0,05
Sexo anal 72,4 70,8 p >0,05
Sexo oral 64,4 53,9 p >0,05
Esperma 59.8 55,4 p >0,05
Drogas Injetáveis 62,1 70,8 p >0,05
Tatuagem 56,3 61,5 p >0,05
Transfusão de sangue 54,0 64,6 p >0,05
Leite materno 27,7 31,0 p >0,05
Manicure 28,7 46,1 p <0,05
Saliva/beijo 28,7 23,1 p >0,05
Água contaminada 20,7 7,7 p <0,05
Talheres 20,7 27,7 p <0,05
Masturbação 18,4 35,4 p <0,05
Urina 17,2 23,1 p >0,05
Piscina 16,1 7,7 p >0,05
Banheiro 15,0 30,8 p <0,05
Picadas de insetos 14,9 6,1 p >0,05
Fezes 13,7 15,4 p >0,05
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
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25
Modos de transmissão EPU % (*) EPA % (*) valor de p
Abraço 9,2 1,5 p <0,05
Menstruação 8,0 3,1 p >0,05
Escarro 6,9 9,2 p >0,05
*Cálculo realizado com número total de adolescente correspondente a amostra de cada escola.
86,2
72,4
64,4
59,8
62,1
56,3
54
27,7
28,7
28,7
20,7
20,7
18,4
17,2
16,1
15
14,9
13,7
9,2
8
6,9
87,7
70,8
53,9
55,4
70,8
61,5
64,6
31
46,1
23,1
7,7
27,7
35,4
23,1
7,7
30,8
6,1
15,4
1,5
3,1
9,2
0 20 40 60 80 100
Sexo vaginal
Sexo anal
Sexo oral
Esperma
Drogas Injetáveis
Tatuagem
Transfusão de sangue
Leite materno
Manicure
Saliva/beijo
Água contaminada
Talheres
Masturbação
Urina
Piscina
Banheiro
Picadas de insetos
Fezes
Abraço
Menstruação
Escarro
Modos de transmissão
Percentagem (%)
PARTICULAR
PÚBLICA
Gráfico 3 - Modo de transmissão de AIDS dos adolescentes na faixa etária de 12 a 14 da EPU e da EPA, Recife, 2003.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
26
7.1.2. De 15 a 19 anos
Quanto aos adolescentes do grupo com idade igual ou superior a 15 anos,
observa-se que, embora ainda insuficientes, há uma melhora do nível dos
conhecimentos sobre os modos de transmissão do HIV.
A análise comparativa entre os conhecimentos dos 151 adolescentes da
EPU e os dos 45 da EPA demonstra a semelhança entre os percentuais de todas
as variáveis pesquisadas, exceto a transmissão através da saliva/beijo (26,5%
dos adolescentes da EPU e 11,1% dos da EPA responderam afirmativamente) e
do leite materno (41,7% dos adolescentes da EPU e 20,0% dos da EPA
responderam acreditar nesse modo de transmissão), verificado na Tabela 4 e no
Gráfico 4.
Tabela 4 - Distribuição dos adolescentes na faixa etária de 15 a 19 anos segundo conhecimentos sobre os modos de transmissão da AIDS da EPU e da EPA, Recife, 2003.
Modos de transmissão EPU % (*) EPA % (*) valor de p
Sexo vaginal 89,4 91,1 p>0,05
Sexo anal 82,1 86,7 p>0,05
Sexo oral 68,9 62,2 p>0,05
Esperma 64,9 60,0 p>0,05
Drogas Injetáveis 80,8 82,2 p>0,05
Tatuagem 62,2 71,1 p>0,05
Transfusão de sangue 68,2 64,4 p>0,05
Leite materno 41,7 20,0 p<0,05
Manicure 44,4 37,8 p>0,05
Saliva beijo 26,5 11,1 p<0,05
Água contaminada 11,3 6,7 p>0,05
Talheres 4,6 2,2 p>0,05
Masturbação 21,9 22,2 p>0,05
Urina 9,3 13,3 p>0,05
Piscina 4,6 2,2 p>0,05
Banheiro 12,6 11,1 p>0,05
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
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Modos de transmissão EPU % (*) EPA % (*) valor de p
Picadas de insetos 9,3 11,1 p >0,05
Fezes 8,0 4,4 p >0,05
Abraço 4,0 - -
Menstruação 5,3 6,7 p >0,05
Escarro 6,6 8,9 p >0,05
*Cálculo realizado com número total de adolescente correspondente a amostra de cada escola.
89,4
82,1
68,9
64,9
80,8
62,2
68,2
41,7
44,4
26,5
11,3
4,6
21,9
9,3
4,6
12,6
9,3
8
4
5,3
6,6
91,1
86,7
62,2
60
82,2
71,1
64,4
20
37,8
11,1
6,7
2,2
22,2
13,3
2,2
11,1
11,1
4,4
0
6,7
8,9
0 20 40 60 80 100
Sexo vaginal
Sexo anal
Sexo oral
Esperma
Drogas Injetáveis
Tatuagem
Transfusão de sangue
Leite materno
Manicure
Saliva beijo
Água contaminada
Talheres
Masturbação
Urina
Piscina
Banheiro
Picadas de insetos
Fezes
Abraço
Menstruação
Escarro
Modos de Transmissão
Percentagem (%)
PARTICULAR
PÚBLICA
3
Gráfico 4 - Conhecimento dos adolescentes na faixa etária de 15 a 19 anos sobre os modos de transmissão da AIDS da EPU e da EPA, Recife, 2003.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
28
7.2. Conhecimentos acerca dos modos de prevenção da infecção pelo HIV
Comparando os conhecimentos entre os grupos etários verifica-se que há um
diferencial importante no nível de conhecimento da maioria dos modos de
prevenção pesquisados. A grande importância dada pelos adolescentes a “não
transar com qualquer uma” é uma reprodução do juízo de valor como se prevenir
a AIDS fosse um critério de seleção socialmente construído como diria Giami &
Schiltz (1996) apud MONTEIRO (2002, p.104), segundo o qual:
Os critérios utilizados pelos indivíduos não são sempre determinados por uma
racionalidade que visa a proteção do HIV, refletindo a adaptação de critérios
tradicionais de seleção de parceiros, reformulados pela linguagem de prevenção.
MONTEIRO (2002, p.106) conclui em seu estudo que:
Os dados apresentados até então indicaram nexo entre o sentido de proteção e
o significado social do mundo conhecido (familiar; da ‘casa’, ordem) em
contraposição às ameaças do universo conhecido (estranho; da ‘rua’, desordem).
Tal perspectiva não foi evidenciada apenas na lógica dos(as) jovens
entrevistados(as) em relação aos riscos do HIV, mas também nos critérios
utilizados por diferentes grupos sociais em relação ao uso do preservativo.
Para Paiva et al. (2002, p.55-78), uma das dificuldades encontradas, consenso na
avaliação, realizada em 1999, de vários grupos jovens de São Paulo é:
Apesar de acharem que qualquer pessoa pode ter AIDS, muitos acreditam que
com “a vida que levam não vão se contaminar”. “Conhecem” e confiam em seus
namorados e namoradas porque: “elas não usam drogas” ou “ele não transa com
qualquer pessoa”. Com parceiros ainda “desconhecidos” tendem a lembrar e
usar mais o preservativo. A camisinha tem se tornada mais conhecida deles e
delas sabem que precisam usá-la, mas é para o começo da relação, quando
“não conhecem bem a pessoa”. Apaixonar-se é uma dica para deixar de usá-la.
7.2.1. De 12 a 14 anos
Segundo os dados apresentados na Tabela e Gráfico 5, os conhecimentos acerca
da prevenção da AIDS diferem entre os adolescentes das duas escolas, em
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
29
relação à maioria das variáveis pesquisadas. São semelhantes os conhecimentos
acerca da importância do uso de preservativo, não transar com qualquer um(a),
transfusão com sangue previamente testado contra HIV, o uso de
anticoncepcionais orais e de antibióticos. Porém, é preocupante os elevados
percentuais dos que referiram que não transar qualquer um(a), monogamia,
abstinência sexual, o uso anticoncepcionais orais, coito interrompido e o uso de
antibióticos, respectivamente, podem prevenir a AIDS, principalmente, nos
adolescentes da EPU.
Tabela 5 - Distribuição dos adolescentes na faixa etária de 12 a 14 anos segundo conhecimentos sobre os modos de prevenção da AIDS da EPU e da EPA, Recife, 2003.
Modos de prevenção EPU % (*) EPA % (*) valor de p
Preservativo 90,8 98,5 p >0,05
Não transar com qualquer um(a) 85,1 80,0 p >0,05
Monogamia 65,5 44,6 p <0,05
Transfusão sangüínea 50,6 56,9 p >0,05
Abstinência sexual 35,6 15,4 p <0,05
Seringas esterilizadas 34,5 66,2 p <0,05
Anticoncepcionais orais 28,7 23,1 p >0,05
Evitar portadores de HIV 22,9 9,2 p <0,05
Não doar sangue 22,9 7,7 p <0,05
Coito interrompido 21,8 6,2 p <0,05
Antibióticos 18,4 9,2 p >0,05
Evitar multidões 14,9 3,1 p <0,05
DIU 11,5 3,1 p <0,05
*Cálculo realizado com número total de adolescente correspondente a amostra de cada escola.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
30
90,8
85,1
65,5
50,6
35,6
34,5
28,7
22,9
22,9
21,8
18,4
14,9
11,5
98,5
80
44,6
56,9
15,4
66,2
23,1
9,2
7,7
6,2
9,2
3,1
3,1
0 20 40 60 80 100 120
Preservativo
Não transar com qualquerum(a)
Monogamia
Transfusão sangüínea
Abstinência sexual
Seringas esterilizadas
Anticoncepcionais orais
Afastar-se dos portadoresde HIV
Não doar sangue
Coito interrompido
Antibióticos
Evitar multidões
DIUModos de prevenção
Percentagem (%)
PARTICULAR
PÚBLICA
Gráfico 5 - Conhecimentos dos adolescentes sobre os modos de prevenção da AIDS da EPU e da EPA na faixa etária de 12 a 14 anos, Recife, 2003.
7.2.2. De 15 a 19 anos
Verifica-se nesse grupo etário que há uma inversão nos percentuais de
conhecimento dos adolescentes da EPA em relação aos da EPU quanto aos
modos de prevenção: monogamia, abstinência sexual, anticoncepcionais orais,
não doar sangue, coito interrompido, antibiótico e uso do DIU. Permanecendo, no
mesmo patamar, os percentuais acerca de não transar com qualquer um(a), nos
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
31
dois grupos etários, perdendo somente para uso de preservativo, o qual se
manteve em primeiro lugar como forma de se evitar a AIDS. (Tabela e Gráfico 6).
Tabela 6 - Distribuição dos adolescentes na faixa etária de 15 a 19 anos
sobre modos de prevenção da AIDS da EPU e da EPA,
Recife, 2003.
Modos de prevenção EPU % (*) EPA % (*) Valor de p
Preservativo 98,7 100,0 p >0,05
Não transar com qualquer um(a) 73,5 71,1 p >0,05
Monogamia 42,4 51,1 p >0,05
Transfusão sangüínea 49,0 53,3 p >0,05
Abstinência sexual 19,2 13,3 p >0,05
Seringas esterilizadas 45,7 60,0 p >0,05
Anticoncepcionais orais 12,6 17,9 p >0,05
Afastar-se dos portadores de HIV 11,3 4,4 p >0,05
Não doar sangue 7,3 11,1 p >0,05
Coito interrompido 16,6 17,8 p >0,05
Antibióticos 2,7 4,4 p >0,05
Evitar multidões 5,3 4,4 p >0,05
DIU 3,9 6,7 p >0,05
*Cálculo realizado com número total de adolescente correspondente a amostra de cada escola.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
32
0 20 40 60 80 100 120
Preservativo
Não transarcomqualquer um(a)
Monogamia
Transfusão sangüínea
Abstinência sexual
Seringas esterilizadas
Anticoncepcionaisorais
Afastar-se dosportadores de HIV
Não doar sangue
Coito interrompido
Antibióticos
Evitar multidões
DIUModos de prevenção
Percentagem (%)
PARTICULAR
PÚBLICA
Gráfico 6 - Conhecimentos dos adolescentes na faixa etária de 15 a 19 anos sobre os modos de prevenção da AIDS da EPU e da EPA, Recife, 2003.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
33
7.3. Atitudes e Práticas
7.3.1. Início da vida sexual
Na EPU, 27,0% adolescentes da amostra analisada declararam já ter
iniciado a vida sexual com no mínimo um parceiro. Na EPA, 33,6% fizeram essa
mesma afirmação. A idade média em que tiveram a primeira relação sexual foi de
14,2 anos na EPU e 13,3 na EPA. Segundo Hoyos e Sierra (2001) em seus
estudos com adolescentes, o início da relação sexual por coito foi de 15,9±1,7
anos, com um desacordo com a EPA, que se figura menor. Monteiro (2002)
observa em seus estudos que a média de idade para o início da relação sexual
prevalece entre 13 a 15 anos, estando esta média em acordo com a encontrada
neste estudo, mais segundo a autora em desacordo com a média nacional (de
16,7 entre os homens e 19,5 entre as mulheres).
7.3.2. Freqüência de uso de preservativo
A freqüência do uso sistemático do preservativo entre os adolescentes da
EPU foi significativamente menor do que entre os adolescentes da EPA, 50,8% e
71,4% respectivamente (χ2= 3,94, p<0.05) – Tabela e Gráfico 7. MONTEIRO
(2002) afirma que fatores como não envolvimento amoroso, o desconhecido do
âmbito familiar, a falta de presença social na comunidade, o visual feio, sujo e
imoral e a relação de natureza casual, paga ou profissional são orientadores do
uso do preservativo. Hoyos e Sierra (2001) encontraram em sua pesquisa,
percentuais de 52,0% e 22,7% na freqüência de uso, respectivamente, em
estratos sociais mais elevados e mais baixos. Segundo Paiva et al (2002) os
percentuais de uso sistemático do preservativo no Brasil não passavam de 5% em
1986 e se elevou para 50,0% em 1999. Carneiro et al (2003) encontraram 65%
em EPU do bairro da Várzea, no Recife, onde depoimentos dos adolescentes
referiam forte influência da mídia televisiva como motivo da mudança de
comportamento. Tais literaturas acordam com as informações geradas por este
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
34
estudo, levando a pertinência de que em EPU seja de estratos sociais mais baixo
e EPA mais alto.
Tabela 7 – Distribuição dos adolescentes com vida sexual ativa segundo freqüência do uso de preservativos da EPU e da EPA, Recife, 2003.
Freqüência do
uso preservativo
EPU EPA
FA FR FA FR
Sempre 32 50,8 25 71,4
Às vezes 31 49,2 10 28,6
TOTAL 63* 100,0 35** 100,0
χ2= 3,94, p<0.05 * 1 não declarou ** 2 não declararam
50,8 49,2
71,4
28,6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Sempre Às vezesFreqüência do uso de preservativo
Percentagem (%)
PÚBLICA
PARTICULAR
Gráfico 7 - Freqüência do uso de preservativos dos adolescentes com vida sexual ativa da EPU e da EPA, Recife, 2003.
7.3.3. Número de parceiros
O número de parceiros sexuais dos adolescentes foi semelhante nas duas
escolas. Na EPU, 40,4% tiveram apenas um parceiro e 29,0% na EPA (Tabela e
Gráfico 8). Hoyos e Sierra (2001) referem que os 60,4% dos adolescentes por
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
35
eles estudados em Guadalajara tiveram um parceiro sexual e que dos 39,6% dos
que declararam mais de um tinham 4,4±4,5 parceiros, em média.
Tabela 8 - Distribuição dos adolescentes com vida sexual ativa segundo
número de parceiros da EPU e da EPA, Recife, 2003.
Número
de parceiros
EPU EPA
FA FR FA FR
1 23 40,4 9 29,0
2 e mais 34 59,6 22 71,0
Total 57* 100,0 31** 100,0
*7 adolescentes não informaram *6 adolescentes não informaram (χ2= 1,11, p<0.05).
40,4
59,6
29
71
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 e mais
Número de parceiros
Percentagem (%)
PÚBLICA
PARTICULAR
Gráfico 8 - Número de parceiros dos adolescentes com vida sexual ativa da EPU e da EPA, segundo número de parceiros, Recife, 2003.
7.3.4. Motivos do não uso de preservativo
Os maiores percentuais dos motivos que justificavam o não uso do
preservativo foram à confiança do parceiro (21,3%), a recusa do parceiro (19,7%)
e a diminuição do prazer (16,4%) – Tabela e Gráfico 9. Para Monteiro (2002) o
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
36
uso e não uso do preservativo é definido em função da percepção que se tem do
parceiro: o conhecido/familiar dá a noção de proteção e vincula o
desconhecido/estranho a uma perspectiva ameaçadora. Paiva (2002) refere que
os adolescentes usam com maior freqüência o preservativo com parceiros
eventuais, mas não com o namorado ou parceiro fixo.
Tabela 9 - Distribuição dos adolescentes com vida sexual ativa segundo
motivo do não uso de preservativo da EPU e da EPA, Recife,
2003.
Motivo do não uso de
preservativo
EPU EPA
FA FR FA FR
Confiança no(a) parceiro(a) 13 21,3 12 37,4
Recusa do parceiro(a) 12 19,7 4 12,5
Diminuição do prazer 10 16,4 6 18,8
Outros * 26 42,6 10 31,3
TOTAL 61 100,0 32 100,0
* Correspondem a: “Não tem acesso”, “Está apaixonado”, “Receio em sugerir o uso do preservativo” e “Não lembrar de
usar”.
21,319,7
16,4
42,6
37,4
12,5
18,8
31,3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Conf iança no(a) parceiro(a) Recusa do parceiro(a) Diminuição do prazer Outros
Motivos do não uso de preservativo
PERCENTAGEM (%) PÚBLICA
PARTICULAR
Gráfico 9 - Motivos do não uso de preservativo nos adolescentes com vida sexual ativa da EPU e EPA, Recife, 2003.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F CONCLUSÕES
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
38
8. CONCLUSÕES
Os resultados do presente trabalho permitem concluir: 1. De um modo geral, os conhecimentos dos adolescentes das duas escolas
sobre os modos de transmissão e de prevenção da AIDS são insuficientes,
embora melhorem com o aumento da idade;
2. Embora mais elevados do que o encontrado por outros pesquisadores, os
percentuais dos adolescentes que usam preservativo em todas as relações
sexuais são limitados;
3. É elevado o percentual dos adolescentes que revelaram mais de um parceiro
sexual;
4. No que diz respeito ao processo cognitivo, os adolescentes de ambas as
escolas apresentam níveis variados de vulnerabilidade individual à infecção pelo o
HIV, o mesmo acontecendo em relação ao comportamento.
5. Em relação ao comportamento, os adolescentes da EPU são mais vulneráveis
do que ao da EPA;
6. É necessário que novos estudos mais aprofundados sejam realizados, para
que sempre haja diante deles uma possibilidade de avaliação das dinâmicas da
epidemia e com isto sejam reformulados e criados novos processos para conter a
sua progressão.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F RECOMENDAÇÕES
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
40
9. RECOME�DAÇÃO
É preciso que haja uma elaboração de um projeto de educação preventiva
e continuada que considere os resultados deste estudo a fim de que se trabalhe a
sexualidade, numa proposta pedagógica interativa, conduzindo a uma promoção
de saúde completa. Que se resgate a idéia de cidadania e eqüidade social
durante todo e qualquer trabalho a ser desenvolvido na área de saúde reprodutiva
nestas instituições, de forma a visualizar junto aos adolescentes suas
vulnerabilidades individual e coletiva e de um modo mais específico, que seja
reforçado a atenção das questões das atitudes e comportamentos de risco para
infecção do HIV e logo, que seja pertinente, considerações em relação aos
estratos sócio-econômicos e culturais de cada grupo etário e social,.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2
REFERÊ�CIAS BIBLIOGRÁFICAS
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
42
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SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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31. RICTH, Flávia. Adolescência, sexualidade e família. 48ª Reunião da
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33. SPINK, Mary J. P. Aspectos psicossociais e a vulnerabilidade feminina –
Revista A Folha Médica, da Universidade Federal de São Paulo, Escola
Paulista de Medicina. São Paulo, c. 6. p. 41-46, jan/fev/mar. 1999.
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F ANEXOS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
47
ANEXO I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título: VULNERABILIDADE A AIDS EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA E UMA PARTICULAR, RECIFE, 2003. Autores: Ildebrando Leite de Souza Solange Sales Albuquerque de Barros Salatiel Felix Ferreira Orientadora: Maria Ilk Nunes de Albuquerque Esta pesquisa pretende identificar a vulnerabilidade a AIDS de escolas públicas e particulares do Recife, na faixa etária de 12 a 19 anos. Os dados serão coletados a partir da aplicação de um questionário auto-aplicável com questões de múltipla escolha durante 05 dias, a contar da permissão para realização do estudo, respeitando a confidencialidade não incorrerá em dano físico ou psicológico e garantindo a participação ou retirada do voluntário, assim como o esclarecimento de suas dúvidas. As informações aqui obtidas serão utilizadas para avaliar e posteriormente melhorar o nível de conhecimento sobre os fatores que determinam a vulnerabilidade dos adolescentes à AIDS. A coleta dos dados será realizada nas escolas, nos dias e horários previamente estabelecidos, em comum acordo com o usuário e diretores(as) das escolas. Este estudo não incorrerá em ônus nem constituirá riscos ou prejuízos para os participantes, obedecendo desta maneira as normas estabelecidas pela resolução Nº 196/96, dos Conselhos Nacionais de Saúde, que trata sobre a condução das pesquisas envolvendo seres humanos; Vale notar que este consentimento poderá ser revogado a partir do momento em que você desejar participar como voluntário deste estudo. Informamos ainda, que os dados serão tabulados, agrupados em tabelas e figuras, apresentados em frequências absolutas e relativas e comparados a experiências semelhantes descritas na literatuira. Os quais poderão ser apresentados em eventos científicos de âmbito nacional e internacional e divulgados em revistas científicas. Eu, _______________________________________responsável pelo menor_______________________________________afirmo que li e compreendi a natureza e o objetivo da pesquisa, do qual o menor sob minha responsabilidade participará, concordando voluntariamente que ele participe deste estudo. Declaração da testemunha: Fui testemunha do menor e da assinatura do mesmo. Nome: _____________________________________________Data: _________ Assinatura: ______________________________________________________
SOUZA, ILDEBRANDO L. DE; BARROS, SOLANGE S. A.DE; FERREIRA, SALATIEL F ANEXOS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
48
Anexo II
VULNERABILIDADE À AIDS DE ADOLESCENTES
QUESTIONÁRIO
OBS: Considere S para SIM e N para NÃO, no item I. I – INFORMAÇÕES PESSOAIS 01. Escola: Pública( ) Particular( ) 02. Série
03. Sexo: Masc.( ) Fem.( ) 04. Idade
05. Renda familiar aproximada: (SM = Salário Mínimo) até 01 SM( ) de 01 a 05 SM( ) de 05 a 10 SM( ) mais de 10 SM( )
II – CONHECIMENTOS 01. Qual (is) a(s) forma(s) de transmissão de AIDS que você conhece?
Saliva/beijo( ) Urina( ) Ar (tosse/espirro) ( ) Leite materno( ) Sexo anal( ) Massagens( ) Roupas íntimas( ) Sexo oral( ) Esperma( ) Talheres( ) Água contaminada( ) Dentista( ) Lágrima( ) Sexo vaginal( ) Assento( ) Através da pele( ) Carícias( ) Banheiro( ) Abraço( ) Drogas injetáveis (agulhas
compartilhadas) ( ) Piscina( )
Escarro( ) Doação de Sangue (materiais descartáveis) ( )
Fezes( )
Manicure( ) Picadas de insetos( ) Sangue/Transfusões( ) Suor( ) Tatuagem (com agulhas) ( ) Menstruação Masturbação( ) Outro(s)? Qual(is)? 02. Como você acha que se previne AIDS? Uso de preservativo (camisinha) ( )
Transfusões com sangue previamente testado contra HIV( )
Não doar sangue( )
Uso de seringas esterilizadas( )
Abstinência sexual (não fazer sexo) ( )
DIU( )
Anticoncepcionais Orais( )
Monogamia (sexo com um único parceiro) ( )
Coito interrompido (gozar fora) ( )
Evitar multidões ( ) Afastando-se dos portadores de HIV ( ) Antibióticos( ) Não transar com qualquer um(a) ( ) Outro(s)? Qual(is)? lll – ATITUDES E PRÁTICAS lll.A 01. Já teve relação sexual com penetração? Sim( ) Não( ) lll.B – (Item reservado às pessoas que já tiveram relação sexual) 01. Com que idade você teve sua primeira relação sexual com penetração? 02. Nas relações sexuais, tem o hábito de usar preservativo? Sempre( ) Frequentemente (mais de 50% das vezes) ( ) Algumas vezes (10-50%) ( ) Raramente (menos de 10% das vezes) ( ) 03. Quando não usa, qual o motivo? Não tem acesso( ) Recieo em sugerir o uso do preservativo ( ) Recusa do(a) parceiro(a) ( ) Confiança no(a) parceiro(a) ( ) Diminuição do prazer( ) Não lembra de usar( ) Está apaixonado(a) ( ) Outro(s) Qual(is)?
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